Apostila Gestao Qualidade Produtividade

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    GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE

    Definio: Qualidade o grau no qual um conjunto de caractersticas inerentessatisfaz a requisitos (NBR ISO 9000:2000, 3.1.1)

    1. Conceitos de qualidade e satisfao do cliente1.1 As diferentes abordagens da qualidade

    As empresas tm a sua existncia vinculada satisfao das necessidades sociais . Inicialmente,busca-se identificar as necessidades de todas as partes interessadas pelo desempenho da empresa.Elas so posteriormente classificadas e so definidos os meios para satisfaz-las.Existem, basicamente, 5 definies de qualidade:

    - Abordagem transcendental : v a qualidade como um sinnimo de excelncia inata.- Abordagem baseada em manufatura : preocupa-se em fazer produtos ou proporcionar servios

    que esto livres de erros, correspondendo precisamente s suas especificaes de projeto.- Abordagem baseada no usurio : assegura que o produto ou servio est adequado ao seu

    propsito, considerando a conformidade s especificaes e a sua adequao s expectativas doconsumidor.

    - Abordagem baseada em produto : v a qualidade como um conjunto mensurvel e preciso decaractersticas, que so requeridas para satisfazer o consumidor.

    - Abordagem baseada em valor : define a qualidade em termos de custo e preo, defendendo quequalidade seja percebida em relao ao preo.

    A melhoria da qualidade exerce forte influncia sobre o bom desempenho da produo e aumentodos lucros. As receitas podem ser incrementadas por melhores vendas e por preos mais altos nomercado. Os custos, por sua vez, podem ser reduzidos pela melhor eficincia, produtividade e uso docapital.

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    FONTE: SLACK (1999, p. 413)

    FIGURA 1: Efeito da qualidade sobre receitas e custos

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    1.2 As diferentes dimenses do conceito da qualidade

    Todas as organizaes buscam maior competitividade a partir do cumprimento de seus cincoobjetivos de desempenho bsicos:

    FONTE: SLACK (1999, p. 60)

    FIGURA 2: Objetivos de desempenho da organizao

    Os objetivos apresentam interaes e trazem diversas vantagens s organizaes:- Qualidade reduz custo e aumenta a confiabilidade ;- Rapidez reduz estoques e reduz riscos (previses erradas, obsolescncia, etc.)- Confiabilidade economiza tempo (instalaes preparadas, peas disponveis, etc.), economiza

    dinheiro e fornece estabilidade (aumenta o nvel de confiana nas operaes).- Flexibilidade agiliza as respostas a alteraes do ambiente ou da condio da empresa;

    maximiza o aproveitamento do tempo (ao se adaptar rapidamente a novas situaes); mantmconfiabilidade (mantendo a operao dentro do programado quando eventos imprevistosperturbam os planos).

    - O custo , por sua vez, afetado por todos os demais objetivos de desempenho.Existem diversos efeitos sobre o ambiente externo , decorrentes da interao entre todos osobjetivos de desempenho, como tempo de entrega reduzido, preo baixo, entrega confivel eatendimento s especificaes do cliente.

    1.3 Evoluo histrica da qualidade

    Ao longo do sculo XX, vrios foram os enfoques dados ao gerenciamento da funo qualidade nasorganizaes, conforme exposto em MARTINS (2001, pp. 394-395):- Controle da Qualidade (desde 1900): consiste no desenvolvimento de sistemas que monitoram o

    projeto, o processo de fabricao e assistncia tcnica de um produto ou de um servio.- Controle Estatstico de Processos (1945): controle da qualidade realizado utilizando-se tcnicas

    estatsticas.- Zero Defeito (1960): sistema de gesto da qualidade desenvolvido por Philip Crosby.- Crculos de Controle da Qualidade (1962): reunio de pessoas que investigam problemas de

    qualidade, desenvolvido por Kaoru Ishikawa.

    - Controle da Qualidade Total (1980): sistema de gesto empresarial baseado na qualidade,abrangendo toda a organizao, desenvolvido por Juran, Kaoru Ishikawa e F. W. Deming.

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    Fazer certo as coisasProporciona

    Vantagem em qualidade

    Fazer as coisas com rapidez Proporciona Vantagem em rapidez

    Fazer as coisas em tempo Proporciona Vantagem em confiabilidade

    Mudar o que voc faz ProporcionaVantagem em flexibilidade

    Fazer as coisas mais baratas ProporcionaVantagem em custo

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    - Qualidade Assegurada (1980): consiste em oferecer uma garantia ao cliente, assegurando que oproduto ou servio oferecido confivel.

    - Sistema ISO 9000 (1987): sistema para a garantia da qualidade de produtos e servios.- Excelncia empresarial (1987): sistema de avaliao da empresa, envolvendo mltiplos aspectos.

    O Prmio Nacional da Qualidade Malcolm Baldridge foi criado naquele ano.

    Juran, em 1951, publicou o livro Quality Control Handbook , tornando-se a obra mais importante parao aperfeioamento da qualidade tanto no Japo como nos Estados Unidos. Para Juran, qualidade o desempenho do produto que resulta em satisfao do cliente, livre de deficincias .Cada etapa do processo afeta a prxima etapa e assim por diante. Quando o trabalho (produto ouservio) passa de um empregado para outro, o receptor do servio um cliente neste relacionamentoe o processo torna-se um encontro de necessidades.Para alcanar resultados satisfatrios, as organizaes devem focar trs aspectos:- Planejamento da qualidade: preparao para encontrar as metas da qualidade- Controle da qualidade: encontro das metas da qualidade durante as operaes.

    - Melhoria da qualidade: rompimento da situao atual.

    Essas trs reas compem a Trilogia da Qualidade, mostrada na tabela 1:

    TABELA 1- Componentes da Trilogia de Juran (QUALIDADE, 2003)

    Juran estabeleceu quatro categorias da definio da qualidade:- Qualidade do projeto: Pesquisa de mercado, concepo do produto e especificaes do projeto.- Qualidade da conformidade: Tecnologia, potencial humano e gerenciamento.

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    - Disponibilidade: Confiabilidade e manutenibilidade.- Servio de campo: Pontualidade, competncia e integridade.

    Deming foi quem primeiro levou a mensagem da qualidade ao Japo, em 1950, tendo sido oinstrumento da transformao da indstria japonesa em uma nova potncia econmica. O seu

    mtodo filosoficamente humanstico: ele trata os trabalhadores como seres humanos, no comoengrenagens de mquinas. Para Deming, a Administrao responsvel por 85% dos problemas daorganizao.

    FIGURA 3: Reao em Cadeia de Deming

    Deming estabeleceu 14 princpios , que retratam a sua filosofia, baseada na melhoria de produtos eservios atravs da reduo das incertezas e variaes.1. Crie a constncia de propsitos.2. Adote uma nova filosofia.3. Cesse a dependncia da inspeo.4. No selecione fornecedores com base apenas no preo.5. Melhore constantemente o sistema de produo e servio6. Institua o treinamento no trabalho.7. Institua a liderana.8. Elimine o medo.9. Rompa as barreiras interdepartamentais.10. Elimine slogans e exortaes aos empregados.11. Elimine cotas ou padres de trabalho.12. Remova as barreiras ao orgulho da execuo13. Institua um programa de educao e autoaperfeioamento14. Execute as aes para a transformao.

    As variaes no processo, por sua vez, podem ter origens em diversos momentos, conforme ilustra afigura 4:

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    FIGURA 4: Origens das Variaes no Processo de Produo

    Para conduzir e operar com sucesso uma organizao, necessrio dirigi-la e control-la de maneiratransparente e sistemtica. O sucesso pode resultar da implementao e manuteno de um sistemade gesto que concebido para melhorar continuamente o desempenho. A norma NBR ISO9000:2000 identifica oito princpios de gesto da qualidade:

    a) Foco no cliente : Organizaes dependem de seus clientes e, portanto, recomendvel queatendam s necessidades atuais e futuras do cliente, os seus requisitos e procurem exceder as suasexpectativas.

    b) Liderana : Lderes estabelecem a unidade de propsito e o rumo da organizao. Convm queeles criem e mantenham um ambiente interno, no qual as pessoas possam ficar totalmenteenvolvidas no propsito de alcanar os objetivos da organizao.

    c) Envolvimento de pessoas : Pessoas de todos os nveis so a essncia de uma organizao, e

    seu total envolvimento possibilita que as suas habilidades sejam usadas para o benefcio daorganizao.

    d) Abordagem de processo : Um resultado desejado alcanado mais eficientemente quando asatividades e os recursos relacionados so gerenciados como um processo.

    e) Abordagem sistmica para a gesto : Identificar, entender e gerenciar os processos inter-relacionados, como um sistema contribui para a eficcia e eficincia da organizao no sentido destaatingir os seus objetivos.

    f) Melhoria contnua : Convm que Melhoria contnua do desempenho global da organizao deveser um objetivo permanente.

    g) Abordagem factual para tomada de deciso : Decises eficazes so baseadas na anlise de

    dados e informaes.h) Benefcios mtuos nas relaes com os fornecedores : Uma organizao e seus fornecedoresso interdependentes, e uma relao de benefcios mtuos aumenta a capacidade de ambos deagregar valor.

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    1.4 Satisfao de clientes internos e externos

    As organizaes devem, para cumprir as exigncias do requisito 8.2.1 da norma NBR ISO 9001:2000,estabelecer mtodos para determinao, monitoramento e feedback da satisfao e insatisfao docliente em estgios apropriados da realizao do produto/servio.

    Devem ser especificadas a metodologia e forma de medies a serem usadas para obter oconhecimento do cliente, assim como a freqncia das revises. A efetividade das mediesimplementadas deve ser periodicamente reavaliada.

    A organizao deve analisar os resultados das medies de satisfao de clientes em uma basecontnua, para tomar aes apropriadas. Tendncias na insatisfao e satisfao do cliente devemser documentadas e comparadas com dados relevantes de mercado.

    A organizao deve estabelecer e documentar as metas de satisfao do cliente para atender ssuas expectativas.

    Uma importante viso funcional da empresa de que ela constitui um sistema , em que os processosdevem fluir com eficincia e interao entre os diversos setores.

    Definio: Sistema um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, em conjunto,formam um todo unitrio com determinado objetivo e efetuam determinada funo (OLIVEIRA, 1998,p. 35).

    Os componentes dos sistemas organizacionais podem ser descritos como:- Objetivos : constituem a razo de existncia do sistema, ou seja, a finalidade para qual o sistema

    foi criado.- Entradas de insumos : recursos materiais e humanos, tecnologia, informao, capital. Estes

    recursos devem ser suficientes para as necessidades do sistema.- Processo de transformao : transformao dos insumos em produtos e servios que vo

    satisfazer as necessidades dos grupos de interesses. O processamento deve atingir os objetivosdefinidos (produtividade, qualidade, lucratividade).

    - Sada de resultados : produtos e servios resultantes das operaes de transformao. Incluem-se tambm as sobras e dejetos. As sadas devem se adequar s necessidades do mercado.

    - Controles e avaliaes : verificao da adequao das sadas com os objetivos estabelecidos. necessrio haver uma medida de desempenho do sistema, chamada padro .

    - Retroalimentao, realimentao ou retroao (feedback ): reintroduo de uma sada sob aforma de informao. Instrumento de controle em que as informaes realimentadas soresultados das divergncias verificadas entre as respostas de um sistema e os parmetrospreviamente estabelecidas.

    FONTE: BULCAVOV (1999, p. 23)FIGURA 5: Padro de controle do sistema

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    As empresas so compostas de um conjunto organizado de subsistemas inter-relacionados einterdependentes, que apresentam as seguintes caractersticas:- conjunto de partes (pessoal, financeiro, operacional, etc.);- interao e dependncia (por meio de um subsistema de comunicao);-

    atividades especializadas (para atingir os objetivos da organizao).

    Existe uma forte e contnua interao entre a empresa e o ambiente em que ela opera. Asorganizaes so sistemas sociais abertos, em permanente intercmbio com o seu ambiente (fluxoscontnuos de entradas e sadas de matria, energia e/ou informaes) e em equilbrio dinmico.Os processos desenvolvidos internamente devem ser compatveis com o ambiente, alm de flexveise capazes de sofrer ajustes peridicos.

    Definio: Ambiente de um sistema o conjunto de elementos que no pertencem ao sistema, mas:

    - qualquer alterao no sistema pode alterar os elementos; e

    - qualquer alterao nos elementos pode mudar ou alterar o sistema (OLIVEIRA, 1998, p. 37).

    A segunda situao mais fcil de ocorrer do que a primeira. O ambiente de um sistema,representado por uma empresa, pode ser visto na figura 6:

    FONTE: OLIVEIRA (1998, p. 37)

    FIGURA 6: Ambiente de um sistema empresarial

    A primeira prioridade da empresa so os consumidores. Porm, existem outros tipos de pessoasafetadas pelo seu desempenho, tanto no ambiente interno (empregados, proprietrios) comoexterno (governo, fornecedores, etc.). A tabela 2 apresenta uma relao de partes interessadas pelaoperao da empresa.

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    TABELA 2-Objetivo das empresas

    Objetivoprincipal

    Partes interessadas Meios

    Satisfao dasnecessidadesdas pessoas

    Consumidores Qualidade do produto. Servio ps-vendas. Preos adequados.Honestidade e atendimento.

    Empregados Compensao justa. Carreira. Segurana. Clima de trabalho.Crescimento do ser humano

    Acionistas Expanso e continuidade. Rentabilidade. Retorno sobre oinvestimento

    Comunidade Contribuio social. Controle ambiental.

    Fornecedores Bilateralidade. Cumprimento de acordos. Continuidade.

    Governo Investimento e crescimento. Fonte de emprego. Impostos.Legalidade operacional.

    FONTE: Adaptado de CAMPOS (1992, p. 13) e BULGACOV (1999, p. 25)

    As expectativas e percepes so influenciadas por diversos fatores. Alguns no podem ser controlados pela empresa, enquanto outros podem ser gerenciados.

    A qualidade pode ser vista como o resultado da comparao das expectativas do consumidor sobre oproduto/servio com sua percepo de desempenho, conforme mostrado na figura 7:

    FONTE: SLACK (1999, p. 413)

    FIGURA 7: Qualidade percebida

    A qualidade considerada alta quando a experincia com o produto/servio melhor que a esperada,sendo baixa quando no atender s expectativas. Se o produto/servio corresponder ao desempenhoesperado, a qualidade considerada aceitvel. A figura 8 mostra as etapas a serem seguidas por uma empresa, aps a realizao de uma pesquisade satisfao de clientes.

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    FONTE: Apostila de Treinamento ISO 9001:2000 Interpretao e Implementao - Bureau Veritas Rev. 10 Mdulo IV, p. 8

    FIGURA 8: Anlise da satisfao do cliente como base para a melhoria contnua

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    Parmetrosde qualidade

    do produto

    Parmetrosde qualidade

    do produto

    Metasatingidas ?

    Metasatingidas ?

    Pesquisa desatisfao dos

    clientes

    Pesquisa desatisfao dos

    clientes

    Definir unidade

    piloto

    Definir unidade

    pilotoCapacitar equipe

    para o projeto

    Capacitar equipepara o projeto

    Avaliao dasistemtica atual demonitoramento doprocesso / produto

    Avaliao da

    sistemtica atual demonitoramento doprocesso / produto

    Definio de metasde desempenhopara parmetrosde Monitoramento

    Definio de metasde desempenhopara parmetros

    de Monitoramento

    Definio doPlano de Ao

    para atingir metas de

    desempenho

    Definio doPlano de Ao

    para atingir metas de

    desempenho

    Redefinio dosmecanismos

    de Monitoramento

    Redefinio dosmecanismos

    de Monitoramento

    Estudo dos valores

    atuais dos parmetrosde monitoramento

    Estudo dos valores

    atuais dos parmetrosde monitoramento

    Implementao doPlano de Ao

    Implementao doPlano de Ao

    Avaliaodas metas edo Plano de

    Ao

    Avaliaodas metas edo Plano de

    Ao

    Verificao daimplementao

    Verificao daimplementao

    No

    Sim

    Avaliao /desdobramento

    do programa

    Avaliao /desdobramento

    do programa

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    FIGURA 9: Ciclo PDCA

    DIAGRAMA DE ISHIKAWAOs processos so formados por um conjunto de recursos e atividades, que transformam insumos emprodutos. Uma vez que para haver um efeito (produto) so necessrias causas, podemos entender oprocesso como um conjunto de causas, conforme mostra o Diagrama de Ishikawa (figura 10):

    FONTE: TAKASHINA (1996, p. 7)FIGURA 10: Diagrama de Ishikawa aplicado ao processo

    Ao se fazer a anlise dos dados obtidos, importante conhecer as possveis causas de variao dosprocessos para que sejam definidas aes efetivas. Exemplos so mostrados no quadro 1.

    QUADRO 1- Causas de variao dos processos

    Causa de variao ExemplosMquina Origem no equipamento - Deficincia na manuteno

    - Deteriorao por deslizamento- Deteriorao por rotao

    Matria Prima Origem no armazenamento - Temperatura de armazenamento- Umidade no armazm- Prazo de validade vencido

    Origem no Transporte - Carregamento- Embalagem

    Origem no fornecedor - Controle de qualidade

    Medida Origem no instrumento - Calibrao- Manuteno

    Origem no mtodo - Treinamento das pessoasOrigem nas condies locais

    Mo de Obra Origem na condio mentalOrigem na condio emocionalOrigem na condio fsica - Doena, desconforto

    Mtodo Origem no procedimento de operao - Documento inexistente ou confusoOrigem na especificao ou desenho - Desatualizado

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    Matria- prima

    Mquina Medida

    Meioambiente

    Mo-de-obra

    Mtodo

    PRODUTO

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    Meio Ambiente Origem nas condies de trabalho - Limpeza, umidade, temperatura, iluminaoOrigem no clima - Chuva, vero , inverno

    A figura 11 apresenta os possveis pontos de medio no processo, relacionados s categorias deIshikawa.

    SISTEMA DE MEDIO

    A B E F

    C D

    PRODUTOINSUMO

    PROCESSO

    PESSOAL MEDIDAS AMBIENTE

    SISTEMA DE MEDIO

    EQUIPAMENTOSMATERIAIS MTODOS

    FIGURA 11: Pontos de controle do processo

    BENCHMARKING Atividade de comparar um processo com lderes reconhecidos, inclusive de outros ramos, paraidentificar as oportunidades de melhoria da Qualidade. Pode tambm ser definido como a busca dasmelhorias prticas na indstria que conduzem ao desempenho superior.Essa ferramenta contribui para a organizao fixar uma meta de melhoria, superar as expectativas docliente, reprojetar o processo e recupear o atraso tecnolgico. O resultado deve ser comparado com ameta e com resultados de perodos passados, alm de referncias de comparao como a mdia doramo, o melhor concorrente, um concorrente potencial ou o referencial de excelcia.Uma das maneiras de se coletarem as informaes externas realizando visitas a organizaesconsideradas lderes em determinadas atividades. Outras fontes de infomaes so:- pesquisa em publicaes especializadas- entrevistas e contatos com clientes, profissionais e consultores;- informativos tcnicos e comerciais;- propagandas;- ensaios e avaliaes desenvolvidos pela organizao ou por organizaes independentes;- parcerias com compartilhamento de informaes;- teste de laboratrio;- estudos de comparao.

    BRAINSTORMINGConstitui um procedimento que visa estimular a criatividade, separando a gerao de idias da suaavaliao e organizao. A tcnica tem como objetivo produzir uma lista extensa de idias quepossam ajudar no desenvolvimento do tema, por meio da gerao de idias sem nenhum tipo de

    censura ou crtica. O brainstorming recomendado para:- gerao de um grande nmero de idias;GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 13 de 40

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    - explorao de alternativas melhores;- identificao de oportunidades detectadas por aqueles que esto mais prximos da atividade.

    As aplicaes mais comuns se referem busca de:- problemas, por meio da anlise de reas problemticas;- fatos que levem definio de um problema;- idias que auxiliem a soluo de problemas;- critrios para avaliao de solues de problemas;- aceitao pelo desenvolvimento participativo de um plano de ao e sua implementao.

    Um brainstorming pode ser constitudo das seguintes etapas:- preparao: consiste na seleo de participantes que possam contribuir para o tema

    desenvolvido; circulao do enunciado, da forma mais geral possvel, evitando canalizar as

    respostas;- conduo da sesso : envolve a apresentao das regras que conduziro a reunio;treinamento, por meio de exerccios simples, de modo a testar a absoro das regras;apresentao do problema, que deve ficar sempre visvel para todos; gerao de idias,segundo uma seqncia ou de forma espontnea; e registro das idias;

    - registro final: anlise dos dados quanto pertinncia do tema, eliminado idias alheias aomesmo.

    DIAGRAMA DE PARETOFINALIDADE: Mostrar as contribuies relativas das falhas que produzem um problema. Separar aspoucas causas crticas das muitas triviais (tipicamente, 80% das ocorrncias de um problema devem-

    se a 20% das causas). Identificar onde os esforos devem ser priorizados.

    PASSOS PARA CONSTRUO:- Determine as possveis causas de um problema.- Usando uma Folha de Verificao, determine o

    nmero de vezes em que o problema ocorreu,em dado intervalo de tempo, devido a cadacausa.

    - Crie o Diagrama de Pareto, desenhando barrasverticais cujas alturas reflitam o nmero deocorrncias de cada causa. No lado esquerdoficam as causas com maior freqncia, combarras sucessivamente menores direita,segundo a freqncia de ocorrncia.

    - Desenhe a linha de freqncia acumulada.

    FIGURA 12: Diagrama de Pareto

    HISTOGRAMAGESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 14 de 40

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    FINALIDADE: Mostrar e entender como um conjunto de dados se distribui. Ilustrar a variabilidade deum processo.

    PASSOS PARA CONSTRUO:- Conte a quantidade de valores coletados na

    distribuio.- Determine a amplitude da tabulao (Maior valor

    Menor valor)- Determine o nmero de classes (k): < 50: k = 5 -

    7; 50-100: k = 6-10; 100 250: k= 7-12; > 250:k= 10-20

    - Determine o intervalo de classe (H). H = R/K(pode ser conveniente arredondar H).

    - Determine os limites de cada classe. Inicie pelamenor medida individual da tabulao, que podeser arredondado para um valor apropriadamentemenor.

    - Construa uma tabela de frequncias, contendoos campos Classe Limites de Classe Freqncia.

    FIGURA 13: Histograma

    2.2 Diagramas e fluxogramas de anlise de processos

    Um processo uma srie de atividades, envolvendo pessoas e outros recursos, com o objetivo deproduzir algo de valor. Sua anlise essencial para reduzir desperdcios de recursos. A gesto estratgica dos processos visualiza a empresa como um sistema. Existem diversasatividades inter-relacionadas, com grandes possibilidade de melhoria de desempenho nas interfacesentre as reas.

    Definio: Processo um conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transformaminsumos (entradas) em produtos (sadas) (NBR ISO 9000:2000, 3.4.1).

    O sistema de produo constitui um macro processo de transformao. As entradas so os recursosaos quais ser agregado valor durante o processo de transformao. Os principais insumos so:- recursos materiais: matrias-primas, componentes pr-fabricados, etc;

    - recursos humanos: funcionrios, servios de terceiros, etc;- recursos de capital: mquinas, instalaes, etc;- recursos de informaes: bancos de dados, relatrios, etc.

    As empresas implementam uma cadeia de processos internos, chamada cadeia cliente-fornecedor.Os produtos que fluem entre os vrios processos podem ser: matrias-primas, servios, informaese materiais processados.Cada processo deve contribuir no alcance dos objetivos da Empresa. Portanto, cada processo deveser medido em relao aos seus objetivos, que refletem a sua contribuio para os objetivos daEmpresa.

    Os objetivos dos processos tem origem nos objetivos da empresa, requisitos dos clientes einformaes de benchmarking.GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 15 de 40

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    Recursostransformados

    Input

    MateriaisInformaes

    Consumidores

    InstalaesPessoal

    Recursos detransformao

    Input

    INPUT

    PROCESSODE

    TRANSFORMAO OUTPUT

    Bense

    servios

    A figura 14 mostra os elementos de entrada e sada do processo. A relao entre os vrios processosda empresa ilustrada na figura 15. A influncia do ambiente externo mostrada na figura 16.

    FONTE: SLACK (1999, p. 32)

    FIGURA 14: Sistema de produo

    FIGURA 15: Inter-relacionamento de processos

    FIGURA 16: Relao entre o processo e o ambiente empresarial

    GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 16 de 40

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    Eficcia significa realizar as coisas certas, pontualmente e com os requisitos de qualidadeespecificados. A eficcia est na sada do processo. A sua medida pode ser expressa como:

    Eficcia = Output obtido / output esperadoFizemos aquilo que nos propusemos a fazer?

    Definio: Eficcia a extenso na qual as atividades planejadas so realizadas e os resultadosplanejados, alcanados (NBR ISO 9000:2000, 3.2.14).

    Eficincia medida na entrada do processo. Refere-se a consumo de recursos.Quantos recursos consumimos, em relao ao que nos propusemos a consumir?

    Definio: Eficincia a relao entre o resultado alcanado e os recursos usados (NBR ISO9000:2000, 3.2.15).

    Ser agora avaliada uma importante ferramenta para a anlise e melhoria de processos.

    PROGRAMA 5 S As atividades de 5S tiveram incio no Japo, logo aps a 2 Guerra Mundial, para combater a sujeiradas fbricas, e eram utilizados inicialmente pelas donas-de-casa japonesas para envolver todos osmembros da famlia na administrao e organizao do lar.

    FIGURA 17: Elementos do Programa 5SO 5S foi formalmente lanado no Brasil em 1991 atravs da Fundao Christiano Ottoni. Ele constitudo por cinco palavras japonesas iniciadas por S utilizadas para criar um local de trabalhoadequado ao controle visual e produo enxuta.

    Tabela 4 Significado dos termos do Programa 5S

    5S Produo AdministraoSeiri ( seleo, classificao) Identificao de equipamentos,

    ferramentas e materiaisnecessrios e desnecessrios naoficinas e postos de trabalho.

    Identificao de dados einformaes necessrios edesnecessrios para as decises.

    Seiton (ordenao) Determinao de local especficoou layout para os equipamentos

    Determinao de lopcal dearquivo para pesquisa e utilizao

    GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 17 de 40

    AUTO-DISCIPLINA

    SENSO DEUTILIZAO

    S E N

    S O D E

    O R D E N A

    O S E N S O

    D E

    S A D E

    SENSO DELIMPEZA

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    serem localizados e utilizados aqualquer momento.

    de dados a qualquer momento.

    Seiso (limpeza, zelo) Eliminao de p, sujeira eobjetos desnecessrios,mantendo a limpeza nos postos

    de trabalho.

    Atualizao contnua e renovaode dados para tomar as decisescorretas.

    Seiketsu (asseio, higiene) Aes consistentes e repetitivas,visando arrumao, ordem elimpeza, tendo o cuidado paraevitar que os estgios anterioresno retrocedam.

    Estabelecimento, preparao eimplementao e informaes edados, de fcil entendimento, quesero teis e prticos para asdecises.

    Shitsuke (autodisciplina) Hbito para cumprimento denormas e procedimentosestabelecidos, para atendimentos especificaes cliente.

    Hbito para cumprimento denormas e procedimentosdeterminados pelas empresas.

    Fonte: Adaptado de CAMPOS (1992, p. 174), BULGACOV (1999, p. 115) e VOCABULRIO LEAN

    Em japons, chama-se muda qualquer atividade que consome recursos mas no cria valor.Segundo Taiichi Ohno, existem sete tipos de desperdcios (muda) encontrados comumente naproduo fsica. So eles:

    excesso de produo antes da demanda; tempo de espera pela prxima etapa de processamento; Transporte desnecessrio de materiais ( por exemplo, entre as ilhas de processo ou

    fbricas); Excesso de processamento de peas devido ao projeto inadequado de ferramentas e

    produtos; Estoques acima do mnimo absoluto (somente podem-se reduzir os estoques atravs da

    eliminao de suas causas); Movimentao desnecessrio dos funcionrios durante o curso do trabalho (em busca de

    peas, ferramentas, ajuda etc.); Produo de pea defeituosas.

    Exerccio de fixao 2.

    3. Implementao e acompanhamento de sistemas de gesto da qualidade3.1 A srie ISO 9000

    As normas da srie ISO 9000 foram lanadas pela ISO ( International Organization for Standardization ), uma entidade no governamental criada em 1947, com sede em Genebra -Sua., rgo internacional de produo de normas sediado na Sua, em 1987. Tinham comoobjetivo orientar as empresas na implantao de um sistema de qualidade para fornecer produtos deacordo com as necessidades dos clientes. Essas normas consolidavam a gesto da qualidade, umasistemtica de carter preventivo na conduo do processo da qualidade, em lugar do controle daqualidade, que apenas um processo reativo.O trabalho tcnico da ISO conduzido por comits tcnicos (TCs). O estudo sobre a emisso dasnormas da srie ISO 9000, por exemplo, foi feito pelo TC 176 durante o perodo 1983-1986. No Brasil,o comit tcnico responsvel pelas normas da srie NBR-ISO 9000 o CB 25, da AssociaoBrasileira de Normas tcnicas - ABNT. A ISO 9000 constitui uma srie de padres internacionais para "Gesto da Qualidade" e "Garantia daQualidade". Ela no destinada a um "produto" nem para alguma indstria especfica . Temcomo objetivo orientar a implantao de sistemas de qualidade nas organizaes. As regras e ospadres da Gesto da Qualidade e Garantia da Qualidade so complementares aos padres do

    GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 18 de 40

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    produto, e so implantados para melhorar a sua qualidade, com impacto na funcionalidade doSistema da Qualidade. A implantao da norma ISO 9000 em uma empresa tem como produto um aumento da suaprodutividade , decorrente da reduo de desperdcios, da reduo de produtos no conformes, dareduo de retrabalho na execuo das atividades.

    A ISO 9000 no garante que a qualidade do seu produto melhor que a do seu concorrente . AISO 9000 garante apenas que a sua empresa se compromete a entregar ao cliente exatamente aquiloque prometeu na hora da venda. A empresa se compromete a resolver qualquer problema decorrentedesta venda. A busca da comparao da qualidade do produto pode ser feita atravs de uma tcnicade qualidade, que o benchmarking . A ISO 9000 no garante a ausncia de falhas . O que a ISO 9000 garante que todas as falhasdefinidas so registradas, analisadas para descobrir a causa bsica e corrigidas para evitar a suarepetio. A norma tambm garante que as causas potenciais de falhas so estudadas para aimplantao das aes preventivas. Esse um processo que vai gradativamente introduzir melhoriasno sistema da qualidade. Espera-se que o nvel de falhas se reduza no decorrer do tempo.Desde a verso 2000, as empresas precisam implantar uma sistemtica para identificar asnecessidades dos clientes , implcitas ou explcitas. Aps essa identificao, os resultados serotraduzidos para os procedimentos internos da empresa. A norma tambm exige que a empresaimplante uma sistemtica de medio peridica do nvel de satisfao dos clientes . Esse itempassa a fazer parte da anlise crtica do sistema da qualidade feita pela alta administrao. Medidasdevem ser tomadas para sanar os problemas identificados. As normas ISO no so de carter imutvel. Elas devem ser revistas e revisadas ao menos uma veza cada cinco anos. No caso especfico das normas da srie 9000, inicialmente publicadas em 1987,ocorreu uma reviso em 1994 e outra em 2000. Essa famlia de normas teve origem nas normasbritnicas BS 5750. As normas ISO 9000 podem ser utilizadas por qualquer tipo de empresa , seja ela grande oupequena, de carter industrial, prestadora de servios ou entidade governamental.Entre os benefcios obtidos pelas empresas que se certificam segundo a norma ISO 9001,

    destacam-se:- Abertura de novos mercados.- Maior conformidade e atendimento s exigncias dos clientes.- Menores custos de avaliao e controle.- Melhor uso de recursos existentes.- Aumento da lucratividade.- Maior integrao entre os setores da empresa.- Melhores condies para acompanhar e controlar os processos.- Diminuio dos custos de retrabalho.

    3.2 Interfaces organizacionais A responsabilidade pela qualidade divide-se por todos os setores que participam deste processooperacional na empresa. A principal tarefa da gesto da qualidade coordenar as atividades detodas estas reas para que os objetivos sejam atingidos. A funo produo central para a organizao porque produz os bens e servios que so a razode sua existncia, mas no a nica nem, necessariamente, a mais importante. Todas asorganizaes possuem outras funes com suas responsabilidades especficas, devendo estar ligadas com a funo produo por objetivos organizacionais comuns.De todos os aspectos que influenciam a prioridade que uma organizao d a seus objetivos dedesempenho, os mais imediatos so os dos consumidores. A produo procura satisfazer aosclientes, desenvolvendo seus cinco objetivos de desempenho . A figura 18 mostra a relao entre os fatores competitivos , que definem as exigncias dos clientes, eos objetivos de desempenho.GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 19 de 40

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    FONTE: SLACK (1999, p. 78)

    FIGURA 18: Relao entre fatores competitivos e objetivos de desempenho

    A figura 19 apresenta as interfaces existentes entre as diversas reas da empresa.

    FONTE: BULGACOV (1999, p. 113)FIGURA 19: reas da empresa responsabilizadas pela gesto da qualidade

    GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 20 de 40

    COMERCIALDefinio de requisitosCapacidade para atender requisitos

    Assistncia Tcnica

    RECURSOS TCNICOSMeios e instrumentos de produo e controleIdentificao dos instrumentosCalibrao e ajuste

    PROJETO, PRODUO EINSTALAOMtodos de trabalhoMonitoramento dos trabalhosCritrios de avaliao da qualidade dosprodutos

    GERENCIAL

    Polticas e objetivosDefinio da autoridade e responsabilidadeImplantao do sistema da qualidade Avaliao peridica do sistemaRegistros da qualidade

    RECURSOS HUMANOSNvel de instruoTreinamentoExperincia

    SUPRIMENTOS Avaliao de fornecedoresDados para aquisioVerificao dos produtos

    NBR ISO 9001

    Objetivos de desempenhoEnto, a operao precisar ser excelente nestes ...

    Fatores competitivosSe os clientes valorizam estes ...

    Preo baixo

    Qualidade alta

    Entrega rpida

    Entrega confivel

    Produtos e servios inovadores

    Ampla gama de produtos e servios

    A habilidade de mudar a quantidade ouprazo de entrega

    Custo

    Qualidade

    Rapidez

    Confiabilidade

    Flexibilidade(produto/ servio)

    Flexibilidade(mix ou composto de produtos

    Flexibilidade(volume e/ou entrega)

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    Uma das exigncias da ISO 9000 que as empresas avaliem os seus fornecedores e prestadores deservios. As empresas certificadas pela ISO 9000 passaram a fazer exigncias dos seusfornecedores, geralmente empresas de pequeno e mdio porte.O requisito 7.4 Aquisio aplicado a materiais e prestadores de servios crticos que afetam

    diretamente a qualidade do produto ou servio fornecido ou a capacidade da empresa de cumprir alegislao.A solicitao para compra de material crtico feita atravs do formulrio especfico, anexando a

    especificao do material. A especificao deve descrever de forma suficiente o material a ser adquirido. Quando aplicvel, a especificao deve definir critrios de aprovao do material eexigncias relativas a implantao de sistema de qualidade pelo fornecedor. A rea de compras consulta a lista de fornecedores aprovados para aquele material e providenciacotaes, fornecendo cpia da especificao. A organizao deve definir o nmero mnimo decotaes, em funo do tipo de material a ser adquirido. Ser escolhida a cotao que apresente amelhor relao custo/prazo. Para o fornecedor selecionado emitida uma Autorizao deFornecimento ou Ordem de Compra, fazendo referncia especificao do material.O setor responsvel pelo recebimento faz a inspeo do material. No caso de materiais especiais,ser solicitado ao usurio do material para fazer a inspeo. Caso o material recebido seja rejeitadopelo usurio ou esteja em desacordo com o pedido, o rgo de inspeo preenche o Relatrio de NoConformidade, diligencia as providncias at a soluo definitiva do problema e comunica reafinanceira para sustar o pagamento at que a pendncia seja resolvida. A extenso e o tipo de avaliao que deve ser feita em um fornecedor uma deciso da organizaocompradora. Porm, ela deve ser necessariamente documentada. A avaliao dos fornecedores pode levar em considerao o seguinte:

    a) Inspeo de recebimento. o tipo mais freqente de avaliao. uma exigncia da norma. Se registros evidenciam que o

    fornecedor tem fornecido consistentemente produtos dentro das especificaes contratadas e seestes produtos no so crticos para a qualidade do produto final da sua organizao. ento estaevidncia pode ser considerada como uma forma de avaliao de fornecedor.

    b) Auditoria uma forma de avaliao mais cara. Normalmente s utilizada para fornecedores crticos. Ocomprador faz uma auditoria no sistema da qualidade do fornecedor.

    c) Certificao por 3a parteCertificao por 3a parte significa que um organismo independente das duas partes contratantes(cliente e fornecedor ou fornecedor e fornecedor) ir atestar a capacidade do Sistema da Qualidade

    em atingir os requisitos da ISO/NBR 9001. Esta certificao, quando obtida, a forma mais adequadade avaliao de fornecedor.Como a avaliao de todos os fornecedores praticamente impraticvel, a recomendao seconcentrar naqueles fornecedores cujos produtos so crticos para a qualidade dos produtos daorganizao. Assim, as avaliaes de fornecedores devem atingir aqueles que produzem matrias-primas, algunsinsumos, equipamentos e instrumentos que so realmente crticos para a qualidade dos produtos.Incluir tambm a avaliao de prestadores de servios crticos, como calibrao de instrumentos. A qualificao tcnica do fornecedor pode ser feita levando-se em conta os seguintes pontos:- preenchimento de questionrio de auto- diagnstico do sistema da qualidade;- atestados de fornecimento de materiais para outras organizaes do ramo- atestado de fornecimento de materiais para empresas certificadas pela ISO 9000GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 21 de 40

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    - certificao de sistema da qualidade pela ISO 9001.- atestado de cadastramento em organizaes do ramo da organizao.- quando j for fornecedor, avaliao dos fornecimentos realizados no ltimo ano, quando sero

    avaliados os aspectos: qualidade intrnseca do produto, prazo de atendimento, fornecimento decertificados, assistncia tcnica ps-venda.

    comum na indstria explicar nas especificaes de matrias-primas e insumos, por exemplo,somente requisitos de caractersticas de produtos, negligenciando-se outras informaes relevantescomo: tipo de embalagem, condies de fornecimento, informaes de manuseio, tempo de meia-vida(condies de estocagem), condies de amostragem, rastreabilidade e finalmente, mtodos deanlise, controle estatstico de processo, etc.Envolver os principais fornecedores desde o incio do processo de desenvolvimento requer polticasestveis de relacionamento de longo prazo, em que exista confiana e cooperao mtuas. Aqualidade assegurada pelo processo comea nas instalaes dos fornecedores.

    3.3 Diagnstico e implementao

    As etapas para a implementao de um sistema de gesto da qualidade envolvem o trabalho dediagnstico da situao atual, elaborao de procedimentos, instrues e demais documentosnecessrios para a operao do sistema, atividades de monitoramento e medio, anlise deresultados e correo dos desvios encontrados, conforme mostra a figura 20.

    FONTE: BULGACOV (1999, p. 121)FIGURA 20: Processo de certificao pela norma NBR ISO 9001:2000

    GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 22 de 40

    Fase I - Planejamento Apresentao do projetoDiagnstico da empresaFormao de pessoalOrganizao das equipes

    Fase II - Desenvolvimento Elaborao do programaElaborao de normas e padres manuaisTreinamentos especficosOrganizao da auditoria interna

    Fase III Pr-auditoria Realizao de pr-auditoriaCorrees e ajustes

    Fase IV - Certificao Contratao de Certificadora Auditoria dos manuais Auditoria dos processosRelatrio da auditoriaCertificao

    Fase V- Manuteno Aperfeioamento contnuo Auditoria interna Auditoria externa

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    Os passos para implementao do sistema de gesto da qualidade, seguindo as exigncias da normaNBR ISO 9001:2000, esto indicados a seguir:

    Implementao do captulo 4:

    - Identificar todos os processos que so necessrios para a realizao do produto ou servio.- Estes processos devem ser inseridos e identificados dentro do sistema de gesto da qualidade

    (formalizao).- Todos os documentos e registros exigidos pela norma devem ser identificados dentro do sistema

    de gesto da qualidade.- necessrio formalizar um manual da qualidade que tenha em seu contedo, como mnimo, os

    elementos contidos no requisito 4.2.2.- Um procedimento documentado deve ser implementado para o controle dos documentos- Um procedimento documentado deve ser implementado para o controle dos registros

    Implementao do captulo 5:

    - O comprometimento da alta administrao para com o sistema de gesto da qualidade deve ser evidenciado seguindo o requisito 5.1 da norma- Atividades de foco no cliente devem ser implementadas visando a sade e a razo da

    existncia da empresa.- A poltica da qualidade deve ser estabelecida e implementada pela alta administrao, sendo

    necessrio evidenciar o compromisso com a melhoria contnua, atendimento aos requisitos eanlise crtica da mesma

    - Devem existir objetivos mensurveis para a garantia da qualidade dos processos identificados nomanual da qualidade.

    - O planejamento da qualidade deve garantir a integridade do sistema de gesto da qualidade,mesmo quando este for passvel de mudanas.

    - A responsabilidade e autoridade, assim como a formalizao de um representante da direo,deve ser identificada em documentaes pertinentes. ex.: organogramas, descries de cargos,matriz de responsabilidade, etc...

    - Deve existir um sistema de comunicao interno eficiente para atender as necessidades dosistema de gesto da qualidade, no importa qual ele seja.

    - A anlise crtica do sistema de gesto da qualidade possui requisitos mnimos de entrada e sada,devendo ser registrada.

    Implementao do captulo 6:

    - Os recursos devem ser os necessrios e na intensidade que no comprometam a melhoriacontnua e a satisfao dos clientes.

    - Os colaboradores devem ser competentes na realizao de suas atividades.- Os treinamentos devem ser avaliados para verificar se os objetivos foram atingidos.- A infra-estrutura deve ser compatvel com a qualidade do produto ou servio executado.- O ambiente de trabalho tambm deve ser compatvel com a qualidade do produto ou servio

    executado.

    Implementao do captulo 7:- Verificar se todos os requisitos do captulo so aplicveis a organizao. caso possam ser

    excludos, devem ser justificados no manual da qualidade.- Verificar a necessidade de procedimentos documentados para a adequada realizao do produto

    ou servio.- Ressalva apenas para P&D, onde qualquer atividade relacionada como tropicalizao ser

    considerada desenvolvimento.

    GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 23 de 40

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    Implementao do captulo 8:- necessria uma metodologia para se conhecer o grau de satisfao dos clientes.- Auditoria interna exige procedimento documentado, bem como acompanhamento das aes

    decorrentes das mesmas.- Medio e monitoramento do produto e processo devem ser executadas para garantir que as

    atividades planejadas esto sendo executadas.- O controle do produto ou servio no-conforme deve ser estabelecido de acordo com um

    procedimento documentado.- As atividades de medio e monitoramento devem fornecer ao sistema dados (registos,

    relatrios, tabelas, etc...) para serem analisados e providenciado aes.- As aes de melhoria devem ser oriundas das anlises do sistema de gesto da qualidade e

    tambm fazem parte dos dados de sada da anlise crtica pela alta direo.- Procedimentos documentados para ao corretiva e preventiva devem sistematizar estas

    atividades.

    Exerccio de fixao 3.

    4. Orientao a resultados elaborao de planos de ao

    PLANO DE AOO plano de ao de fcil utilizao e uma das mais importantes ferramentas para planejar asaes que sero executadas. Ele tambm chamado de 5W2H, porque uma ferramenta de usomundial e tem as siglas que significam:

    What O quWho QuemWhen QuandoWhere OndeWhy PorquHow ComoHow much Quanto custa

    Tambm utilizado o chamado plano de ao simplificado, que responde apenas aos itens o qu ,quem e quando . A figura 21 mostra um Plano de Ao para o seguinte problema: constantes erros na elaborao dorelatrio de produo .

    Aps a busca das causas, que poder ser atravs de um brainstorming ou lista de verificao,chegou-se concluso de que a causa fundamental era: falta de treinamento do auxiliar administrativo .

    O qu Quem Quando Onde Porqu Como StatusDar treinamento aoauxiliar administrativo

    Setor deTreinamentoJuliana Leite

    23/12/2003 Na sala detreinamentoL1

    Para que nohaja erros naelaborao dorelatrio deproduo

    Atravs deexercciosprticosutilizandodados reaisdo relatrio

    Aprovao: Data:

    FONTE: VIEIRA FILHO (2003, p. 58)

    GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 24 de 40

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    FIGURA 21: Exemplo de plano de ao

    Indicadores so formas de representao quantificveis das caractersticas de produtos e processos.So utilizados para controlar e melhorar a Qualidade e o desempenho de produtos e processos.Os Indicadores da Qualidade esto associados s caractersticas da Qualidade do produto, julgadas

    pelo cliente:-Esto mais ligado s sadas do processo-Representam a eficcia com que o processo sob estudo atende s necessidades de seus

    clientes.-Indicam se seu processo est fazendo seus produtos/servios certos.

    Frmula = Quantidade de no atendimentos (problemas, erros, desvios) / Quantidade Total (quantidade, tempo,$)

    Os indicadores de produtividade esto associados s caractersticas do produto e do processo,desdobradas pelo processador a partir das caractersticas da Qualidade:

    -Esto mais relacionados aos fatores internos

    -Utilizados para medir a utilizao de recursos disponveis ao processo.-Representa a eficincia dos processos na produo de produtos/servios-O melhoramento desse indicador significa otimizao de processos e diminuio de custos.

    Frmula = Total de sadas / Recursos consumidos ( ou disponveis)

    Um sistema de gesto considerado eficiente quando atinge os resultados desejados atravs deuma utilizao tima dos processos e recursos disponveis.

    utilizadosRecursosorados Recursos

    Eficincia =

    A produtividade uma medida de quo bem foram utilizados os recursos disponveis para atingir osresultados especificados pelo cliente. Na forma de indicador:

    utilizadosRecursosobtidosResultados

    adeProdutivid =

    O Indicador de Produtividade deve ser considerado uma medida relativa e, portanto, deve ser comparado com o indicador do perodo anterior ou de um perodo base. O indicador pode ser calculado para cada um dos recursos ou insumos utilizados. Como nem todos eles tem o mesmoimpacto sobre os resultados, na prtica conveniente hierarquiz-los e calcular o indicador somentepara os poucos vitais, ignorando os triviais.Como exemplos de indicadores de produtividade, podem ser citados:- tempo de ciclo por unidade- vendas por empregado- testes por hora- relatrios por profissional- custo por unidade produzida ou vendida- utilizao do equipamento- transaes por hora- tempo de ciclo por unidade- tempo de processamento por unidade- custo por unidade vendida ou produzida

    Os indicadores de flexibilidade do processo, ou de adaptabilidade, medem a capacidade de umproduto ou processo se adaptar aos requisitos individuais e especiais do cliente. So exemplos:GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 25 de 40

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    - percentuais de pedidos especiais recebidos- percentuais de pedidos especiais recusados- percentuais de pedidos especiais aceitos- percentuais de pedidos especiais atendidos

    A apurao de resultados atravs dos indicadores permite uma avaliao do desempenho daorganizao no perodo, subsidiando as tomadas de deciso e o replanejamento. Para isso oacompanhamento do indicador deve demonstrar nveis, tendncias e comparaes:- O nvel refere-se ao patamar em que os resultados se situam no perodo (p. ex.: custo de refugos

    e retrabalhos igual a 2% do custo total).- A tendncia refere-se variao do nvel dos resultados em perodos consecutivos (p. ex.:

    reduo de 10% no custo de refugos e retrabalhos de 1994 para 1995).- A comparao pode ser feita em relao a indicadores compatveis de outros produtos ou

    processos da organizao, a indicadores de outras unidades de negcios ou de outrasorganizaes.

    O valor pretendido para o indicador de um produto ou processo chamado de meta , que deve ser atingida em determinadas condies, estabelecidas no planejamento. A meta deve ser fixada a partir das necessidades e expectativas traduzidas do cliente (interno e externo), levando em conta osobjetivos e estratgias da organizao e os referenciais externos de comparao.Todo indicador deve ter um ttulo que permita identificar sua aplicao. A seguir so apresentadosexemplos de ttulos, classificados por tipo-chave (adaptado de TAKASHINA, 1996, pp. 49-52).

    I - Satisfao, reteno e insatisfao de clientes- percentual de clientes satisfeitos com o atendimento;- razo entre nmero de queixas e de vendas realizadas;- taxa de verificao do nmero de clientes;-

    percentual de clientes que retornam;- percentual de clientes satisfeitos com o atendimento prestado pela concorrncia;

    II - Participao no mercado e desenvolvimento de novos mercados- percentual de participao no mercado;- percentual da participao de novos produtos nas vendas;- percentual da participao da concorrncia no mercado;

    III - Desempenho de produtos- taxa de falhas;- percentual de entregas no prazo;- custo unitrio do produto;

    - taxa de falhas dos produtos da concorrncia;IV - Desempenho operacional e financeiro(a) processo global, operacional - proporo de desperdcios;- energia gasta por unidade produzida;- produo mdia diria;- tempo mdio de produo;- taxa de utilizao da capacidade instalada;

    (b) subprocesso, operacional - percentual de erros na emisso de faturas;- giro do estoque;- tempo mdio da concepo para o lanamento de novos produtos;- tempo mdio da concepo para o lanamento de novos produtos da concorrncia;

    GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 26 de 40

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    (c) processo global, financeiro- custo unitrio de lucro;- margem de lucro;- ndice de liquidez;

    - taxa de retorno sobre o capital;(d) subprocesso, financeiro- percentual de custo da matria-prima;- custos decorrentes das reclamaes de clientes;

    V - Desempenho de fornecedores- proporo de unidade recebidas com defeitos;- percentual de produtos recebidos no prazo;- variao do preo mdio;

    VI - Desempenho de recursos humanos- percentual de funcionrios envolvidos em projetos de melhoria;- nmero mdio de sugestes recebidas e implementadas por funcionrios;- taxa de absentesmo;- taxa de rotatividade de pessoal;- taxa de freqncia de acidentes;- ndice de satisfao dos funcionrios;

    VII - Desempenho na responsabilidade pblica e no esprito comunitrio- ndice de satisfao da comunidade com a organizao;- ndice de agresso ao meio ambiente;

    A definio de um indicador est relacionada ao seu mtodo de clculo , geralmente traduzido parauma expresso matemtica. A tabela 5 apresenta alguns exemplos de definies de indicadores,agrupados segundo as formas de apresentao dos resultados.

    TABELA 5- Exemplos de definies de indicadores

    Ttulo Definio Forma Percentual de pacotesdefinidos Margem de lucro Percentual de clientessatisfeitos com o tempo deenergia

    (nmero de pacotes danificados / nmero total de encomendasdespachadas no perodo) x 100 (lucro / vendas no perodo) x 100 (nmero de entrevistados satisfeitos com o tempo de entregada encomenda / nmero de entrevistas no perodo) x 100

    Proporo oupercentual

    Entrega mdia diria Pacotes danificados por dia Consumo de combustvelpor encomenda

    nmero de encomendas entregues / nmero de dias doperodo nmero de pacotes danificados / nmero de dias do perodo combustvel gasto / nmero de encomendas entregues noperodo

    Relao entredois fatores

    distintos

    Tempo mdio de entrega nmero total de dias entre a postagem e a entrega dasencomendas / nmero de encomendas entregues no perodo

    Tempo deciclo

    Variao de vendas [(vendas no ano / vendas no ano anterior) x 100] - 100 Taxa devariao

    FONTE: TAKASHINA (1996, p. 55)

    Os indicadores so parmetros que medem a diferena entre a situao desejada e a situao atual,com isso indicando a ocorrncia de problemas. Eles permitem quantificar os processos.Os indicadores devem apresentar as seguintes propriedades :- Ser representativo;- Fcil de entender;- Testado no campo;GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 27 de 40

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    - Econmico (no dar trabalho para ser calculado);

    - Disponvel a tempo (dados atrasados no representam mais a situao atual);- Compatvel (com os mtodos de coleta disponveis).

    Os ndices representam o padro de medida ou unidade de medida dos indicadores, permitindo

    uniformidade, estabelecimento de metas e acompanhamento. Sempre que possvel, devem ser usados valores relativosExemplos:- Satisfao do cliente ndice: nmero de devolues /nmero de clientes- Produtividade ndice: toneladas/hora- Custo ndice: dlar/tonelada

    O quadro 2 apresenta exemplos de medio em diferentes reas.

    QUADRO 2- Indicadores para as reas funcionais da empresa

    rea Dados IndicadoresProduo Produo ms X = 140.000 Latas de Azeite

    Operao da Envasadora: Tericas = 168 horas;Reais = 140 horasProduo Planificada = 150.000 Latas

    Disponibilidade da Envasadora = 140/168 = 0,83 (83%)Mdia de produo = 140.000 x 140 = 1000 Latas/horaEficcia do desempenho = 140.000/150.000 = 0,93 (93%)

    Vendas Vendas ms X = 10.000 Frascos de LubricantesClientes visitados = 50Clientes que compraram = 35Meta do ms = 12.000 frascosPedidos urgentes = 7Pedidos urgentes despachados = 6

    Vendas por Cliente = 10.000/35 = 286 frascos/clienteEficcia das vendas = 10.000/12.000 = 0,83 (83%)Eficcia das visitas = 35/50 = 0,70 (70%) Adaptabilidade = 6 / 7 = 0,86 (86%)

    Administrao Faturas emitidas = 850

    Faturas cobradas = 750

    Eficcia de cobrana = 750/850 = 0,88 (88%)

    Manuteno Motores recebidos = 150Motores reparados = 130Horas trabalhadas = 168Horas programadas = 145

    Eficcia = 130/150 = 0,87 (87%)Eficincia = 145/168 = 0,86 (86%)Capacidade = 130/168 = 0,77 motores por hora

    A melhoria da produtividade importante para aumentar a competitividade. Como, basicamente,ela pode ser definida como tudo o que sai da empresa dividido pelo que entra, a empresa deveaumentar o primeiro item, reduzir o segundo, ou ambos.

    FONTE: GUROVITZ (2003, p. 112)GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 28 de 40

    Melhorar a eficincia dotrabalho

    Melhorar o uso dos ativos

    Aumentar a quantidadede produtos

    Vender produtos e serviosnovos

    Deslocar o portflio atualpara mercadorias eservios de maior valor agregado

    Extrair mais valor dosprodutos atuais

    Aumentar o valor dosprodutos

    Substituir o trabalho por capital

    Empregar o trabalho demodo mais eficiente

    Cortar custos do trabalho

    Reduzir estoques, custosfixos, imobilirios,administrativos, etc.

    Cortar custos no-trabalhistas

    Gerar valor (aumentar a sada)

    Cortar custos(reduzir a entrada)

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    FIGURA 22: A equao da Produtividade

    Exerccio de fixao 4.

    3.5 Avaliao e retroalimentao do sistema da qualidade

    AUDITORIA A auditoria definida como um processo sistemtico, documentado e independente, para obter evidncias de auditoria e avali-la objetivamente com o objetivo de determinar a extenso na qual oscritrios acordados so atendidos (NBR ISO 9000:2000)Os processos e suas interaes devem ser auditados de forma a serem respondidas as seguintesquestes:- Os processos esto identificados e estabelecidos?- Os processos so eficazes para conseguir os resultados requeridos?- Os processos esto adequadamente descritos nos procedimentos?

    - Estes procedimentos esto implementados e mantidos conforme documentados?- As interaes entre processos esto definidas, controladas e gerenciadas?

    Ao se preparar para auditar um processo individual , o auditor deve:- Identificar oobjetivo do processo- Identificar asentradas do processo- Identificar as sadas pretendidas- Estabelecer o fluxo (seqncia) de atividades- Identificar osrecursos utilizados

    - Identificar quecontroles existem(procedimentos, instrues, especificaes, etc.)- Identificar que disposies planejadas de monitorao so requeridas.

    Para auditar as interaes entre processos , o auditor deve considerar que nem sempre possvelavaliar se todas as interaes entre processos foram definidas e so adequada e utilmentecontroladas.Uma vez que o plano tenha sido adequadamente estabelecido, o auditor-lder deve certificar-se queele seja implementado e as questes relevantes sejam, de fato, examinadas. Uma abordagem podeser preparar, enquanto planeja a auditoria, uma visualizao grfica dos processos interativos.Existem trs diferentes tipos de auditorias:- Primeira Parte - realizada internamente pela prpria organizao- Segunda Parte - realizada por uma organizao interessada em outra organizao. Ex.: clientes

    auditando fornecedores- Terceira Parte - realizada por um organismo independente com vistas certificao.

    As auditorias de qualidade podem ser relativas a sistema, processo ou produto:- Sistema - para avaliar a adequao a requisitos e a conformidade das atividades de um sistema

    da qualidade.- Processo - para verificar se o respectivo procedimento adequado e est sendo cumprido,

    assim como se os operadores so qualificados e certificados para sua execuo (se necessrio).-

    Produto - Exame completo de uma amostra de produto. Indica a qualidade do que est indo parao cliente. til para verificar o grau de satisfao do usurio (quando feita junto ao cliente)

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    Anexo - PRINCIPAIS TRECHOS DO PLANO NACIONAL DE EDUCAO LEI 10.172/2001REF: CONSED (Conselho Nacional de Secretrios de Educao).

    Disponvel na Internet: www.consed.org.br/index1.asp. Data de consulta: 28.7.2004)

    A Lei 10.172/2001 determina que os estados, o Distrito Federal e os municpios elaborem planosdecenais correspondentes do Plano Nacional de Educao (PNE). O CONSED, a Undime, ascomisses de educao da Cmara de Deputados, o Senado Federal, o MEC/Inep, a Unesco e a Abong criaram a Comisso Nacional destinada a incentivar e apoiar a elaborao dos planosnacionais e municipais de educao.O plano traa diretrizes e metas para a educao no Brasil e tem prazo de at dez anos para que elassejam cumpridas.

    Sumrio do PNE

    INTRODUO

    NVEIS DE ENSINO

    A. EDUCAO BSICA

    1. EDUCAO INFANTIL

    2. ENSINO FUNDAMENTAL

    3. ENSINO MDIO

    B. EDUCAO SUPERIOR

    4. EDUCAO SUPERIOR

    MODALIDADES DE ENSINO

    5. EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS

    6. EDUCAO A DISTNCIA E TECNOLOGIAS

    EDUCACIONAIS

    7. EDUCAO TECNOLGICA E FORMAOPROFISSIONAL

    8. EDUCAO ESPECIAL

    9. EDUCAO INDGENA

    MAGISTRIO DA EDUCAO BSICA

    10. FORMAO DOS PROFESSORES EVALORIZAO DO MAGISTRIO

    FINANCIAMENTO E GESTO

    11. FINANCIAMENTO E GESTO

    12. ACOMPANHAMENTO E AVALIAO DO PLANO

    1. EDUCAO INFANTIL

    Diagnstico : A educao das crianas de zero a seis anos em estabelecimentos especficos de educao infantil vemcrescendo no mundo inteiro e de forma bastante acelerada, seja em decorrncia da necessidade da famlia de contar com umainstituio que se encarregue do cuidado e da educao de seus filhos pequenos, principalmente quando os pais trabalhamfora de casa, seja pelos argumentos advindos das cincias que investigaram o processo de desenvolvimento da criana.

    Estimativas precrias indicavam, at alguns anos atrs, um nmero de 1.400.000 crianas atendidas na faixa de 0 a 3 anos. ASinopse Estatstica da Educao Bsica reuniu dados de 1998 sobre a creche, indicando um atendimento de 381.804 crianas,em idades que variam de menos de 4 a mais de 9 anos. So dados incompletos, mesmo porque s agora as crechescomeam a registrar-se nos rgos de cadastro educacional. Qualquer nmero, no entanto, ser uma quantidade muitopequena diante da magnitude do segmento populacional de 0 a 3 anos, constitudo de 12 milhes de crianas.

    A maioria dos ambientes no conta com profissionais qualificados, no desenvolve programa educacional, no dispe de

    mobilirio, brinquedos e outros materiais pedaggicos adequados. Mas deve-se registrar, tambm, que existem creches de boaqualidade, com profissionais com formao e experincia no cuidado e educao de crianas, que desenvolvem propostapedaggica de alta qualidade educacional. Bons materiais pedaggicos e uma respeitvel literatura sobre organizao efuncionamento das instituies para esse segmento etrio vm sendo produzidos nos ltimos anos no pas.

    H que se registrar, tambm, a inexistncia de energia eltrica em 20% dos estabelecimentos, ficando 167 mil crianasmatriculadas sem possibilidade de acesso aos meios mais modernos da informtica como instrumentos ldicos deaprendizagem. Sero essas, certamente, pr-escolas da zona rural. Mais grave que 58% das crianas freqentamestabelecimento sem sanitrio adequado, sendo 127 mil em estabelecimento sem esgoto sanitrio, mais da metade das quais,no Nordeste.

    Objetivos e Metas :

    1. Ampliar a oferta de educao infantil de forma a atender, em cinco anos, a 30% da populao de at 3 anos de idade e 60%da populao de 4 e 6 anos (ou 4 e 5 anos) e, at o final da dcada, alcanar a meta de 50% das crianas de 0 a 3 anos e80% das de 4 e 5 anos.

    GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 30 de 40

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    2. Elaborar, no prazo de um ano, padres mnimos de infra-estrutura para o funcionamento adequado das instituies deeducao infantil (creches e pr-escolas) pblicas e privadas, que, respeitando as diversidades regionais, assegurem oatendimento das caractersticas das distintas faixas etrias e das necessidades do processo educativo quanto a:

    a) espao interno, com iluminao, insolao, ventilao, viso para o espao externo, rede eltrica e segurana, guapotvel, esgotamento sanitrio;

    b) instalaes sanitrias e para a higiene pessoal das crianas;

    c) instalaes para preparo e/ou servio de alimentao;d) ambiente interno e externo para o desenvolvimento das atividades, conforme as diretrizes curriculares e a metodologiada educao infantil, incluindo o repouso, a expresso livre, o movimento e o brinquedo;

    e) mobilirio, equipamentos e materiais pedaggicos;

    f) adequao s caractersticas das crianas especiais.**

    3. A partir do segundo ano deste plano, somente autorizar construo e funcionamento de instituies de educao infantil,pblicas ou privadas, que atendam aos requisitos de infra-estrutura definidos no item anterior.

    4. Adaptar os prdios de educao infantil de sorte que, em cinco anos, todos estejam conformes aos padres mnimos deinfra-estrutura estabelecidos.

    5. Estabelecer um Programa Nacional de Formao dos Profissionais de educao infantil, com a colaborao da Unio,Estados e Municpios, inclusive das universidades e institutos superiores de educao e organizaes no-governamentais,que realize as seguintes metas:

    a) que, em cinco anos, todos os dirigentes de instituies de educao infantil possuam formao apropriada em nvelmdio (modalidade Normal) e, em dez anos, formao de nvel superior;

    b) que, em cinco anos, todos os professores tenham habilitao especfica de nvel mdio e, em dez anos, 70% tenhamformao especfica de nvel superior.**

    6. A partir da vigncia deste plano, somente admitir novos profissionais na educao infantil que possuam a titulao mnimaem nvel mdio, modalidade normal, dando-se preferncia admisso de profissionais graduados em curso especfico de nvelsuperior.

    7. No prazo mximo de trs anos a contar do incio deste plano, colocar em execuo programa de formao em servio, emcada municpio ou por grupos de Municpio, preferencialmente em articulao com instituies de ensino superior, com acooperao tcnica e financeira da Unio e dos Estados, para a atualizao permanente e o aprofundamento dosconhecimentos dos profissionais que atuam na educao infantil, bem como para a formao do pessoal auxiliar.**

    8. Assegurar que, em dois anos, todos os Municpios tenham definido sua poltica para a educao infantil, com base nasdiretrizes nacionais, nas normas complementares estaduais e nas sugestes dos referenciais curriculares nacionais.

    9. Assegurar que, em trs anos, todas as instituies de educao infantil tenham formulado, com a participao dosprofissionais de educao neles envolvidos, seus projetos pedaggicos.**

    10. Estabelecer em todos os Municpios, no prazo de trs anos, sempre que possvel em articulao com as instituies deensino superior que tenham experincia na rea, um sistema de acompanhamento, controle e superviso da educao infantil,nos estabelecimentos pblicos e privados, visando ao apoio tcnico-pedaggico para a melhoria da qualidade e garantia documprimento dos padres mnimos estabelecidos pelas diretrizes nacionais e estaduais.

    11. Instituir mecanismos de colaborao entre os setores da educao, sade e assistncia na manuteno, expanso,administrao, controle e avaliao das instituies de atendimento das crianas de 0 a 3 anos de idade.**

    12. Garantir a alimentao escolar para as crianas atendidas na educao infantil, nos estabelecimentos pblicos econveniados, atravs da colaborao financeira da Unio e dos Estados.**

    13. Assegurar, em todos os Municpios, o fornecimento de materiais pedaggicos adequados s faixas etrias e snecessidades do trabalho educacional, de forma que, em cinco anos, sejam atendidos os padres mnimos de infra-estruturadefinidos na meta n 2. **

    14. Incluir as creches ou entidades equivalentes no sistema nacional de estatsticas educacionais, no prazo de trs anos.*

    15. Extinguir as classes de alfabetizao incorporando imediatamente as crianas no ensino fundamental e matricular,tambm, naquele nvel todas as crianas de 7 anos ou mais que se encontrem na educao infantil.

    16. Implantar conselhos escolares e outras formas de participao da comunidade escolar e local na melhoria dofuncionamento das instituies de educao infantil e no enriquecimento das oportunidades educativas e dos recursospedaggicos.

    17. Estabelecer, at o final da dcada, em todos os Municpios e com a colaborao dos setores responsveis pela educao,sade e assistncia social e de organizaes no-governamentais, programas de orientao e apoio aos pais com filhos entre0 e 3 anos, oferecendo, inclusive, assistncia financeira, jurdica e de suplementao alimentar nos casos de pobreza,violncia domstica e desagregao familiar extrema.**

    18. Adotar progressivamente o atendimento em tempo integral para as crianas de 0 a 6 anos.

    19. Estabelecer parmetros de qualidade dos servios de educao infantil, como referncia para a superviso, o controle e a

    avaliao, e como instrumento para a adoo das medidas de melhoria da qualidade.**

    GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 31 de 40

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    20. Promover debates com a sociedade civil sobre o direito dos trabalhadores assistncia gratuita a seus filhos edependentes em creches e pr-escolas, estabelecido no art. 7 o, XXV, da Constituio Federal. ** Encaminhar ao CongressoNacional projeto de lei visando regulamentao daquele dispositivo. *

    21. Assegurar que, em todos os Municpios, alm de outros recursos municipais os 10% dos recursos de manuteno edesenvolvimento do ensino no vinculados ao FUNDEF sejam aplicados, prioritariamente, na educao infantil.**

    22. Ampliar o Programa de Garantia de Renda Mnima associado a aes scio-educativas, de sorte a atender, nos trsprimeiros anos deste Plano, a 50% das crianas de 0 a 6 anos que se enquadram nos critrios de seleo da clientela e a100% at o sexto ano.**23. Realizar estudos sobre custo da educao infantil com base nos parmetros de qualidade, com vistas a melhorar aeficincia e garantir a generalizao da qualidade do atendimento.**

    24. Ampliar a oferta de cursos de formao de professores de educao infantil de nvel superior, com contedos especficos,prioritariamente nas regies onde o dficit de qualificao maior, de modo a atingir a meta estabelecida pela LDB para adcada da educao.**

    25. Exercer a ao supletiva da Unio e do Estado junto aos Municpios que apresentem maiores necessidades tcnicas efinanceiras, nos termos dos arts. 30, VI e 211, 1, da Constituio Federal.**

    26. Observar as metas estabelecidas nos demais captulos referentes educao infantil.

    2. ENSINO FUNDAMENTAL

    Diagnstico: De acordo com a Constituio Brasileira, o ensino fundamental obrigatrio e gratuito. O art. 208 preconiza agarantia de sua oferta, inclusive para todos os que a ele no tiveram acesso na idade prpria. bsico na formao docidado, pois de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, em seu art. 32, o pleno domnio da leitura, daescrita e do clculo constituem meios para o desenvolvimento da capacidade de aprender e de se relacionar no meio social epoltico. prioridade oferec-lo a toda populao brasileira.

    O art. 208, 1, da Constituio Federal afirma: "O acesso ao ensino obrigatrio e gratuito direito pblico subjetivo", e seuno-oferecimento pelo Poder Pblico ou sua oferta irregular implica responsabilidade da autoridade competente.

    As matrculas do ensino fundamental brasileiro superam a casa dos 35 milhes, nmero superior ao de crianas de 7 a 14anos representando 116% dessa faixa etria. Isto significa que h muitas crianas matriculadas no ensino fundamental comidade acima de 14 anos. Em 1998, tnhamos mais de 8 milhes de pessoas nesta situao, (Tabela 1).

    A excluso da escola de crianas na idade prpria, seja por incria do Poder Pblico, seja por omisso da famlia e dasociedade, a forma mais perversa e irremedivel de excluso social, pois nega o direito elementar de cidadania,reproduzindo o crculo da pobreza e da marginalidade e alienando milhes de brasileiros de qualquer perspectiva de futuro.

    Objetivos e Metas:

    1. Universalizar o atendimento de toda a clientela do ensino fundamental, no prazo de cinco anos a partir da data de aprovaodeste plano, garantindo o acesso e a permanncia de todas as crianas na escola, estabelecendo em regies em que sedemonstrar necessrio programas especficos , com a colaborao da Unio, dos Estados e dos Municpios.**

    2. Ampliar para nove anos a durao do ensino fundamental obrigatrio com incio aos seis anos de idade, medida que for sendo universalizado o atendimento na faixa de 7 a 14 anos.*

    3. Regularizar o fluxo escolar reduzindo em 50%, em cinco anos, as taxas de repetncia e evaso, por meio de programas deacelerao da aprendizagem e de recuperao paralela ao longo do curso, garantindo efetiva aprendizagem.

    4. Elaborar, no prazo de um ano, padres mnimos nacionais de infra-estrutura para o ensino fundamental, compatveis com otamanho dos estabelecimentos e com as realidades regionais, incluindo:**

    a) espao, iluminao, insolao, ventilao, gua potvel, rede eltrica, segurana e temperatura ambiente;

    b) instalaes sanitrias e para higiene;

    c) espaos para esporte, recreao, biblioteca e servio de merenda escolar;

    d) adaptao dos edifcios escolares para o atendimento dos alunos portadores de necessidades especiais;

    e) atualizao e ampliao do acervo das bibliotecas;GESTO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Pgina 32 de 40

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    f) mobilirio, equipamentos e materiais pedaggicos;

    g) telefone e servio de reproduo de textos;

    h) informtica e equipamento multimdia para o ensino.

    5. A partir do segundo ano da vigncia deste plano, somente autorizar a construo e funcionamento de escolas que atendamaos requisitos de infra-estrutura definidos.**

    6. Assegurar que, em cinco anos, todas as escolas atendam os tens de "a" a "d" e, em dez anos, a totalidade dos itens.**

    7. Estabelecer, em todos os sistemas de ensino e com o apoio da Unio e da comunidade escolar, programas para equipar todas as escolas, gradualmente, com os equipamentos discriminados nos itens de "e" a "h".**

    8. Assegurar que, em trs anos, todas as escolas tenham formulado seus projetos pedaggicos, com observncia dasDiretrizes Curriculares para o ensino fundamental e dos Parmetros Curriculares Nacionais.

    9. Promover a participao da comunidade na gesto das escolas, universalizando, em dois anos, a instituio de conselhosescolares ou rgos equivalentes.

    10. Integrar recursos do Poder Pblico destinados poltica social, em aes conjuntas da Unio, dos Estados e Municpios,para garantir entre outras metas, a Renda Mnima Associada a Aes Scio-educativas para as famlias com carnciaeconmica comprovada.**

    11. Manter e consolidar o programa de avaliao do livro didtico criado pelo Ministrio de Educao, estabelecendo entreseus critrios a adequada abordagem das questes de gnero e etnia e a eliminao de textos discriminatrios ou quereproduzam esteretipos acerca do papel da mulher, do negro e do ndio.*

    12. Elevar de quatro para cinco o nmero de livros didticos oferecidos aos alunos das quatro sries iniciais do ensinofundamental, de forma a cobrir as reas que compem as Diretrizes Curriculares do ensino fundamental e os ParmetrosCurriculares Nacionais.**

    13. Ampliar progressivamente a oferta de livros didticos a todos os alunos das quatro sries finais do ensino fundamental,com prioridade para as regies nas quais o acesso dos alunos ao material escrito seja particularmente deficiente.**

    14. Prover de literatura, textos cientficos, obras bsicas de referncia e livros didtico-pedaggicos de apoio ao professor asescolas do ensino fundamental; **

    15. Transformar progressivamente as escolas unidocentes em escolas de mais de um professor, levando em considerao asrealidades e as necessidades pedaggicas e de aprendizagem dos alunos.

    16. Associar as classes isoladas unidocentes remanescentes a escolas de, pelo menos, quatro sries completas.

    17. Prover de transporte escolar as zonas rurais, quando necessrio, com colaborao financeira da Unio, Estados eMunicpios, de forma a garantir a escolarizao dos alunos e o acesso escola por parte do professor.**

    18. Garantir, com a colaborao da Unio, Estados e Municpios, o provimento da alimentao escolar e o equilbrio necessriogarantindo os nveis calricos- proticos por faixa etria.**

    19. Assegurar, dentro de trs anos, que a carga horria semanal dos cursos diurnos compreenda, pelo menos, 20 horassemanais de efetivo trabalho escolar.

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    20. Eliminar a existncia, nas escolas, de mais de dois turnos diurnos e um turno noturno, sem prejuzo do atendimento dademanda.

    21. Ampliar, progressivamente a jornada escolar visando expandir a escola de tempo integral, que abranja um perodo de pelomenos sete horas dirias, com previso de professores e funcionrios em nmero suficiente.

    22. Prover, nas escolas de tempo integral, preferencialmente para as crianas das famlias de menor renda, no mnimo duasrefeies, apoio s tarefas escolares, a prtica de esportes e atividades artsticas, nos moldes do Programa de Renda Mnima Associado a Aes Scio-educativas.

    23. Estabelecer, em dois anos, a reorganizao curricular dos cursos noturnos, de forma a adequ-los s caractersticas daclientela e promover a eliminao gradual da necessidade de sua oferta.

    24. Articular as atuais funes de superviso e inspeo no sistema de avaliao.

    25. Prever formas mais flexveis de organizao escolar para a zona rural, bem como a adequada formao profissional dosprofessores, considerando a especificidade do alunado e as exigncias do meio.

    26. Assegurar a elevao progressiva do nvel de desempenho dos alunos mediante a implantao, em todos os sistemas deensino, de um programa de monitoramento que utilize os indicadores do Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica edos sistemas de avaliao dos Estados e Municpios que venham a ser desenvolvidos.**

    27. Estimular os Municpios a proceder um mapeamento, por meio de censo educacional, das crianas fora da escola, por bairro ou distrito de residncia e/ou locais de trabalho dos pais, visando localizar a demanda e universalizar a oferta de ensinoobrigatrio.

    28. A educao ambiental, tratada como tema transversal, ser desenvolvida como uma prtica educativa integrada, contnuae permanente em conformidade com a Lei n 9.795/99.

    29. Apoiar e incentivar as organizaes estudantis, como espao de participao e exerccio da cidadania.

    30. Observar as metas estabelecidas nos captulos referentes educao a distncia, formao de professores, educaoindgena, educao especial e financiamento e gesto, na medida em que esto relacionadas s previstas neste captulo.

    3. ENSINO MDIO

    Diagnstico: A Contagem da Populao realizada pelo IBGE em 1997 acusa uma populao de 16.580.383 habitantes nafaixa etria de 15 a 19 anos. Estavam matriculados no ensino mdio, no mesmo ano, 5.933.401 estudantes. Significa que,idealmente, se o fluxo escolar fosse regular, o ensino mdio comportaria bem menos que metade de jovens desta faixa etria.Isso muito pouco, especialmente quando se considera a acelerada elevao do grau de escolaridade exigida pelo mercadode trabalho. A situao agrava-se quando se considera que, no caso do ensino mdio, os clculos das taxas de atendimentodessa faixa etria so pouco confiveis, por diversas razes. Em primeiro lugar porque, em virtude das elevadas taxas derepetncia no ensino fundamental, os jovens chegam ao ensino mdio bem mais velhos. Em segundo lugar, porque h umgrande nmero de adultos que volta escola vrios anos depois de concluir o ensino fundamental.

    A excluso ao ensino mdio deve-se s baixas taxas de concluso do ensino fundamental, que, por sua vez, esto associadas baixa qualidade daquele nvel de ensino, da qual resultam elevados ndices de repetncia e evaso.

    Objetivos e Metas:

    1. Formular e implementar, progressivamente, uma poltica de gesto da infra-estrutura fsica na educao bsica pblica, queassegure:

    a) o reordenamento, a partir do primeiro ano deste Plano, da rede de escolas pblicas que contemple a ocupao racionaldos estabelecimentos de ensino estaduais e municipais, com o objetivo, entre outros, de facilitar a delimitao deinstalaes fsicas prprias para o ensino mdio separadas, pelo menos, das quatro primeiras sries do ensinofundamental e da educao infantil;

    b) a expanso gradual do nmero de escolas pblicas de ensino mdio de acordo com as necessidades de infra-estruturaidentificada ao longo do processo de reordenamento da rede fsica atual;

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    c) no prazo de dois anos, a contar da vigncia deste Plano, o atendimento da totalidade dos egressos do ensinofundamental e a incluso dos alunos com defasagem de idade e dos que possuem necessidades especiais deaprendizagem;

    d) o oferecimento de vagas que, no prazo de cinco anos, correspondam a 50% e, em dez anos, a 100% da demanda deensino mdio, em decorrncia da universalizao e regularizao do fluxo de alunos no ensino fundamental.

    2. Implantar e consolidar, no prazo de cinco anos, a nova concepo curricular elaborada pelo Conselho Nacional deEducao.

    3. Melhorar o aproveitamento dos alunos do ensino mdio, de forma a atingir nveis satisfatrios de desempenho definidos eavaliados pelo Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica (SAEB), pelo Exame Nacional do Ensino Mdio (ENEM) epelos sistemas de avaliao que venham a ser implantados nos Estados.

    4. Reduzir, em 5% ao ano, a repetncia e a evaso, de forma a diminuir para quatro anos o tempo mdio para concluso destenvel.

    5. Assegurar, em cinco anos, que todos os professores do ensino mdio possuam diploma de nvel superior, oferecendo,inclusive, oportunidades de formao nesse nvel de ensino queles que no a possuem.**

    6. Elaborar, no prazo de um ano, padres mnimos nacionais de infra-estrutura para o ensino mdio, compatveis com asrealidades regionais, incluindo:*

    a) espao, iluminao, ventilao e insolao dos prdios escolares;

    b) instalaes sanitrias e condies para a manuteno da higiene em todos os edifcios escolares;

    c) espao para esporte e recreao;

    d) espao para a biblioteca;

    e) adaptao dos edifcios escolares para o atendimento dos alunos portadores de necessidades especiais;

    f) instalao para laboratrios de cincias;

    g) informtica e equipamento multimdia para o ensino.

    h) atualizao e ampliao do acervo das bibliotecas incluindo material bibliogrfico de apoio ao professor e aos alunos;i) equipamento didtico-pedaggico de apoio ao trabalho em sala de aula;

    j) telefone e reprodutor de texto;

    7. No autorizar o funcionamento de novas escolas fora dos padres de "a" a "g".

    8. Adaptar, em cinco anos, as escolas existentes, de forma a atender aos padres mnimos estabelecidos.

    9. Assegurar que, em cinco anos, todas as escolas estejam equipadas, pelo menos, com biblioteca, telefone e reprodutor detextos.

    10. Assegurar que, em cinco anos, pelo menos 50%, e, em 10 anos, a totalidade das escolas disponham de equipamento deinformtica para modernizao da administrao e para apoio melhoria do ensino e da aprendizagem.**

    11. Adotar medidas para a universalizao progressiva das redes de comunicao, para melhoria do ensino e daaprendizagem.

    12. Adotar medidas para a universalizao progressiva de todos os padres mnimos durante a dcada, incentivando a criaode instalaes prprias para esse nvel de ensino.

    13. Criar mecanismos, como conselhos ou equivalentes, para incentivar a participao da comunidade na gesto, manutenoe melhoria das condies de funcionamento das escolas.

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    14. Assegurar a autonomia das escolas, tanto no que diz respeito ao projeto pedaggico como em termos de gerncia derecursos mnimos para a manuteno do cotidiano escolar.

    15. Adotar medidas para ampliar a oferta diurna e manter a oferta noturna, suficiente para garantir o atendimento dos alunosque trabalham.

    16. Proceder, em dois anos, a uma reviso da organizao didtico-pedaggica e administrativa do ensino noturno, de forma aadequ-lo s necessidades do aluno-trabalhador, sem prejuzo da qualidade do ensino.

    17. Estabelecer, em um ano, programa emergencial para formao de professores, especialmente nas reas de Cincias eMatemtica.**

    18. Apoiar e incentivar as organizaes estudantis, como espao de participao e exerccio da cidadania.

    19. A educao ambiental, tratada como tema transversal, ser desenvolvida como uma prtica educativa integrada, contnuae permanente em conformidade com a Lei n 9.795/99.

    20. Observar, no que diz respeito ao ensino mdio, as metas estabelecidas nos captulos referentes formao deprofessores, financiamento e gesto e ensino a distncia.

    4. EDUCAO SUPERIOR

    Diagnstico : Atualmente, os cerca de 1,5 milhes de jovens egressos do nvel mdio tm sua disposio um nmerorazovel de vagas.

    A matrcula nas instituies de educao superior vem apresentando um rpido crescimento nos ltimos anos. Apenas em1998, o nmero total de matriculados saltou de 1 milho e 945 mil, em 1997, para 2 milhes e 125 mil em 1998. Houve,portanto, um crescimento de 9%, - ndice igual ao atingido pelo sistema em toda a dcada de 80.

    No conjunto da Amrica Latina, o Brasil apresenta um dos ndices mais baixos de acesso educao superior, mesmo quandose leva em considerao o setor privado. Assim, a porcentagem de matriculados na educao superior brasileira em relao populao de 18 a 24 anos de menos de 12% , comparando-se desfavoravelmente com os ndices de outros pases do

    continente.

    Objetivos e Metas:

    1. Prover, at o final da dcada, a oferta de educao superior para , pelo menos, 30% da faixa etria de 18 a 24 anos**

    2. Ampliar a oferta de ensino pblico de modo a assegurar uma proporo nunca inferior a 40% do total das vagas, prevendoinclusive a parceria da Unio com os Estados na criao de novos estabelecimentos de educao superior.**

    3. Estabelecer uma poltica de expanso que diminua as desigualdades de oferta existentes entre as diferentes regies doPas*

    4. Estabelecer um amplo sistema interativo de educao a distncia, utilizando-o, inclusive, para ampliar as possibilidades deatendimento nos cursos presenciais, regulares ou de educao continuada.**

    5. Assegurar efetiva autonomia didtica, cientfica, administrativa e de gesto financeira para as universidades pblicas.**

    6. Institucionalizar um amplo e diversificado sistema de avaliao interna e externa que englobe os setores pblico e privado, epromova a melhoria da qualidade do ensino, da pesquisa, da extenso e da gesto acadmica.*

    7. Instituir programas de fomento para que as instituies de educao superior constituam sistemas prprios e sempre quepossvel nacionalmente articulados, de avaliao institucional e de cursos, capazes de possibilitar a elevao dos padres dequalidade do ensino, de extenso e no caso das universidades, tambm de pesquisa.*

    8. Estender, com base no sistema de avaliao, diferentes prerrogativas de autonomia s instituies no-universitriaspblicas e privadas.*

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    9. Estabelecer sistema de recredenciamento peridico das instituies e reconhecimento peridicos dos cursos superiores,apoiado no sistema nacional de avaliao.**

    10. Diversificar o sistema superior de ensino, favorecendo e valorizando estabelecimentos no-universitrios que ofereamensino de qualidade e que atendam clientelas com demandas especficas de formao: tecnolgica, profissiona