Apostila História Antiga Oriental

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História Geral Profº. Gabriel Saviano Lopes Curso Pré-Vestibular Comunitário Gratuito 3 Cronologia da História Pré - História Anos Ásia Europa África Outras regiões 40000 a.C. Homem de Cro-Magnon c. 30000 a.C. Fim do Neandertal Cultura de Aurignac Povoamento da Austrália e América do Norte 20000 a.C. Período Magdaleniano Pinturas de Altamira Pinturas rupestres de Lascaux 10000 a.C. Início da agricultura (sudoeste asiático) 9000-8000 a.C. Início do pastoreio Ocupação do Oriente Próximo Surgimento da cidade-estado Início das migrações para o sul, nas Américas 8000-6000 a.C. Neolítico na China e no Japão Cultivo do arroz (Tailândia ) Cultivo do milho (China ) Fundação de Jericó Na Anatólia , fundição do cobre Primeiros objetos cerâmicos Início da agricultura na Grécia 5000-4000 a.C. Fundição do bronze Uso do arado Celeiros na Europa Aldeias Neolíticas nas margens do Nilo

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Curso Pré-Vestibular Comunitário Gratuito 3

Cronologia da História

Pré - História Anos Ásia Europa África Outras regiões

40000 a.C. • Homem de Cro-Magnon

c. 30000 a.C.

• Fim do Neandertal • Cultura de Aurignac

• Povoamento da Austrália e América do Norte

20000 a.C. • Período Magdaleniano • Pinturas de Altamira • Pinturas rupestres de Lascaux

10000 a.C. • Início da agricultura (sudoeste asiático)

9000-8000 a.C.

• Início do pastoreio • Ocupação do Oriente

Próximo • Surgimento da cidade-estado

• Início das migrações para o sul, nas Américas

8000-6000 a.C.

• Neolítico na China e no Japão

• Cultivo do arroz (Tailândia) • Cultivo do milho (China) • Fundação de Jericó • Na Anatólia, fundição do

cobre • Primeiros objetos cerâmicos

• Início da agricultura na Grécia

5000-4000 a.C.

• Fundição do bronze • Uso do arado

• Celeiros na Europa • Aldeias Neolíticas nas

margens do Nilo

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• Ocupação agrícola do Egito • Fundação da 1ª dinastia do

Egipto: faraó Narmer

3500 a.C.

• Invenção da escrita • Invenção da roda • Primeira cidade na China • Civilização Suméria • Lã na Mesopotâmia • Domesticação de carneiros,

cabras e ovelhas na Anatólia

• Domesticação do cavalo e do camelo

• Desenvolvimento mineiro na Anatólia

• Difusão do Neolítico • Primeiras cidades no Egeu

• Produção de milho no

México • Cultivo da batata no Peru

Antigüidade Anos Ásia Europa África Outras regiões

3000 a.C. • Apogeu da cultura de

Harappa e Mohenjo Daro (vale do Indo)

• Civilização minóica (Creta) • Construção das pirâmides • Cerâmica nas Américas

2000 a.C.

• Fundação do império Assírio • Código de Hamurábi • Fundação da Dinastia Shang • Império dos Hititas

• Stonehenge • Metalurgia do bronze

• Novo Império Egípcio • Abissínios no Alto Egito

• No Peru, trabalho em metal • Povoamento da Melanésia

1800 a.C. • 1ª dinastia dos Amoritas

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1700 a.C. • Domínio do Egito pelos

Hicsos

1500 a.C.

• Arianos dominam norte da Índia

• Primeira cidade na China • Primeiros ideogramas

chineses • Composição dos Vedas e

Bramanismo. • Reino de Mitanni

• Início da civilização micênica, na Grécia

• Destruição da Creta minóica • Escrita linear, em Creta.

• Apogeu da civilização egípcia.

1200 a.C.

• Surge o judaísmo • Êxodo judaico • Fenícios desenvolvem o

alfabeto. • Início da Idade do Ferro no

Próximo Oriente • Fim do império Hitita

• Fim da era micênica, na Grécia

• Ramsés III, último grande Faraó

• Povoamento de Fiji e Polinésia oriental

• Civilização dos Olmecas

1100 a.C. • Início da expansão

comercial e naval dos Fenícios

• Primeira Idade do Ferro • Início da colonização do

Mediterrâneo Ocidental pelos Fenícios

1000 a.C.

• Rei David une Judá e Israel • Expansão ariana a leste

(Índia) • Apogeu do reino de Israel

• Etruscos chegam à Itália • Fenícios no Mediterrâneo

900-800 • Ascenção de Urartu • Cidades-Estado na Grécia • Fundação de Cartago

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a.C. • Upanishades; Arianos expandem para o sul (Índia).

• Reinado de Salomão em Israel

• Separação de Judá e Israel em dois reinados

• O Egipto invade Judá e Israel

• Ilíada de Homero • Colónias fenícias na

Península Ibérica e Itália

• Reinado de Kush (Núbia) • Colónia fenícias no Norte de

África

700 a.C.

• Apogeu militar assírio • Fim do feudalismo Chou e • introdução do ferro (China); • Jimmu, primeiro imperador

japonês • Apogeu do império

Babilónico • Fim do reino de Israel

• Fundação de Roma • Colônias gregas • Jogos Olímpicos • Cítios na Europa Oriental.

600 a.C.

• Primeiras moedas (Lídia) • Trabalho em ferro • Queda do Império Assírio • Cativeiro judeu em

Babilônia

• Tiranos gregos, • Poesia lírica e • Primeiras moedas (Grécia) • Leis aristocráticas de

Drácon, em Atenas

• Assírios conquistam o Egito

500 a.C.

• Sinaleses chegam ao Ceilão • Reinado de Dario I • Revolta jônica contra os

persas • Siddhartha Gautama, o Buda

histórico

• República romana • Clístenes institui a

democracia • Tales de Mileto, início da

filosofia ocidental

• O ferro expande-se ao sul do Saara

• Cultura Nok (Nigéria)

• Escrita hieroglífica (México)

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• Instaurado o sistema de Castas (Índia)

• Profeta Zoroastro. • Fim do império Babilónico e

domínio deste pelo império Aqueménida

• O rei Nabucodonosor destrói Jerusalém e expulsa os Judeus

• Ciro, o Grande, rei dos Persas

• Domínio persa da Fenícia

400 a.C. • Inicio da era dos Estados

beligerantes (China) • Confúcio

• Período clássico grego • Confederação de Delos • Cultura La Tène (Europa

central ) • Guerra do Peloponeso

300 a.C.

• Império Maurya, de Chandragupta

• Surgimento das escolas taoístas

• Felipe II da Macedônia • Alexandre Magno

• Ptolomeu I no Egito

200 a.C.

• Asoka converte-se ao budismo

• Shih Huang-ti unifica a China

• Arsaces I reina a Pártia

• Roma domina a Itália central • Roma conquista a Espanha

• Fundação da Biblioteca de Alexandria

• Primeira Guerra Púnica • Segunda Guerra Púnica

100 a.C. • Noroeste da Índia • Roma conquista a • Terceira Guerra Púnica -

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conquistada por Demétrio e Menandro

• Expansão Han • Abertura da Rota da seda

Macedônia • Grécia sob domínio romano • Guerra civil, em Roma

destruição de Cartago • Introdução do dromedário

no Saara

1 a.C. • Santuário Ise (Japão) • Vitória parta sobre Roma

• Cidadania romana em toda a Itália

• Conquista da Gália por César

• Guerra Civil romana, ascensão de César

• Calendário Juliano • Fim da República, Augusto

imperador.

• Morte de Cleópatra • Egito província romana

• ERA VULGAR ou Cristã

séc.I

• Advento do Cristo[5] • Destruição do Templo de

Jerusalém • Wang Mang depõe os Han • Volta da dinastia Han • Império Kushan • China conquista a Mongólia

• Roma invade a Grã-Bretanha

• Mauritânia província de Roma

• Expansão do reino Axum (Etiópia)

séc. II

• Rebeliões dos turbantes amarelos (China)

• Trajano conquista Mesopotâmia

• Rebelião judaica - Diáspora

• Auge do Império romano • Varíola dizima o Império • Invenção do papel, na China • Budismo na China

• Tribos bérberes e mandingos no Sudão

séc. III • Conclusão do Mishnah • Mahabharata, Ramayana e

• Cidadania romana em todo Império

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Bhagavad Gita • Bússola, na China • Crucifixão de Mani • China divide-se em 3

Estados • Dinastia Sassânida (Pérsia)

• Início de ataques godos a Roma.

• Diocleciano reorganiza o Império.

• Desenvolvimento da teologia cristã

• Expansão dos Axum até Mar Vermelho

séc. IV • Hsiung-nu invade a China • Império Gupta • Hunos na Pérsia e Índia.

• Constantinopla capital do Império Romano

• Hunos na Europa

• Civilização Maia • Cidades-estado no México • Povoamento da Polinésia

Ocidental

séc. V até 476

• Vândalos na Gália e Espanha

• Vulgata concluída. • Destruição de Roma pelos

Visigodos • Agostinho de Hippo • Grã-Bretanha ocupada por

jutos, anglos e saxões

• Vândalos na África do Norte

Idade Média Anos Ásia Europa África Outras regiões

séc. V desde 476 • Fim do Império Gupta

• Fim do Império Romano do Ocidente

• Clóvis rei dos francos. • Francos convertem-se ao

cristianismo

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• Ostrogodos na Itália • Átila invade a Europa

séc. VI

• China reunificada (Dinastia Sui)

• Budismo no Japão • Sistema decimal na Índia.

• Alarico derrotado por Clóvis • Justiniano • Peste bubônica na Europa • Gregório I expande poder da

Igreja

• Justiniano ocupa o norte da África

séc. VII

• Advento de Maomé • Redação do Alcorão • Sri Harsha (Índia) • Unificação da Coréia • Árabes na Síria e no Iraque • Cúpula da Rocha, em

Jerusalém

• Império Bizantino • Búlgaros nos Bálcãs • Batalha de Tertry

• Árabes conquistam Alexandria

• Apogeu dos Maias • Totonacas, no México[6] • Titicaca, nos Andes

séc. VIII

• Fundação de Bagdá • Numerais arábicos • Nara capital do Japão • Califado abássida

• Árabes conquistam a Espanha

• Batalha de Poitiers • Carlos Martel vence os

árabes • Carlos Magno rei.

• Império de Gana

séc. IX • Primeiro livro impresso (China)

• Tratado de Verdun • Fundação de Novgorod • Kiev capital russa • Alfabeto cirílico • Egberto une a Heptarquia

anglo-saxã

• Expansão Tiahuanacoide, nos Andes[6]

• Colonização da Ilha de Páscoa e Nova Zelândia

• Fim da cultura Maia.

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• Cerco de Paris (Normandos)

séc. X

• Abadia de Cluny • Califado de Córdova • Oto I Imperador Sacro

Império Romano Germânico

• Dinastia capetíngia • Conversão do príncipe

Vladimir

• Expansão Inca (Peru)

séc. XI • Cruzados em Jerusalém

• Canuto, rei da Dinamarca e Inglaterra

• Cisma grego. • Normandos conquistam a

Sicília • Canção de Rolando • Boleslau I (Polônia) • Batalha de Hastings • Primeira Cruzada (Urbano

IV)

• Toltecas e Mixtecas

(México)

séc. XII • Saladino

• Concordata de Worms • Batalha de Guimarães • Batalha de Ourique - Afonso

Henriques rei de Portugal • Universidade de Bolonha • Segunda e Terceira

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Cruzadas • Catedral de Notre-Dame • Império Angevino • Francisco de Assis

séc. XIII • Gengis Khan • Kublai Khan: dinastia Yuan

• Constantinopla - Quarta Cruzada

• Império de Mali • cidades Hausa (Nigéria)

séc. XIV

• Fim do shogunato Minamoto • Guerra civil no Japão • Expansão chinesa no sudeste

asiático • Império Majapahit (Java) • Dinastia Ming • Tamerlão • Peste negra

• Papado de Avinhão • Ivan I recupera Moscovo • Peste negra • Grande Cisma do Ocidente • União de Kalmar

• Império de Benin • Astecas, no México

séc. XV • Navegações chinesas • Expansão vietnamita • Batalha de Ankara

• Henrique V • Joana D'Arc • Gutenberg: invenção da

imprensa • queda de Constantinopla

Fim da Idade Média (1453)

• Conquista de Ceuta • Grande muro (Zimbabwe) • Universidade do Tombuctu • Império Monomopata

• Incas conquistam o Reino de Chimu

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Idade Moderna Anos Ásia Europa África Outras regiões

séc. XV desde 1453

• Maomé II toma Constantinopla

• Dinastia Safávida (Pérsia)

• Expansão vietnamita ao sul

• Bíblia de Gutenberg • Renascença Italiana • Universidades de Nantes

e Bruges • Muçulmanos expulsos de

Espanha • Tratado de Tordesilhas

• Bartolomeu Dias cruza o Cabo

• Vasco da Gama contorna a África

• Espanha conquista norte do continente

• Incas conquistam Reino de Chimu

• Colombo na América • Cabral no Brasil.

séc. XVI

• Conquista de Málaca pelos lusos

• Otomanos conquistam Síria, Egipto e Arábia

• Batalha de Panipat • Altan-Khan na China • Lusos em Macau • Yemak conquista a

Sibéria

• Reforma protestante • Camões • Companhia de Jesus • Calendário gregoriano • Concílio de Trento • Portugal sob domínio

espanhol

• Postos comerciais portugueses no leste

• Império Mali destruído • Colônia de Angola • Batalha de Al-Kasr al-

Kebir • Auge do Império Oyo

• Fundação de Salvador e do Rio de Janeiro

• Espanhóis nas Filipinas

séc. XVII

• Shogunato Tokugawa • Teatro Kabuki • Holandeses em Jacarta e

Málaca

• Independência da República Holandesa

• Guerra dos Trinta Anos • Execução de Carlos I • Russos dominam a

Ucrânia

• Destruição dos Mwenemutapas

• Colônia do Cabo • Franceses no Senegal • Batalha de Ambuila

• Colônia de Jamestown • Fundação do Quebec • Mayflower • Descoberta da Nova

Zelândia • Invasões holandesas do

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• Luís XIV • Revolução Gloriosa • Fim da União Ibérica

Brasil

séc. XVIII até 1789

• Fundação do Afeganistão

• Unificação da Birmânia • Ingleses na Índia

• Motor a vapor • Terramoto de Lisboa • Revolução Industrial • Tratado de Paris

• Ashantis na Costa do Ouro

• Restauração Borno no Sudão

• Bering no Alasca • Conquista angla do

Quebec e Montreal • Independência dos EUA

Idade Contemporânea Anos Ásia Europa África Outras regiões

séc. XVIII desde 1789 • Conquista do Ceilão

• Revolução Francesa • Rússia conquista o Mar

Negro • Guerras Napoleônicas

• Napoleão no Egito • Inconfidência Mineira • Bolsa de Nova Iorque

séc. XIX

• Fundação de Cingapura • Guerra de Java • Guerras do ópio • Rebelião Taiping

• Waterloo • Congresso de Viena • Zollverein • Guerra da Criméia • Unificação italiana • Manifesto Comunista • Charles Darwin • Guerra franco-prussiana • Invenção da Fotografia

• Fim do tráfico negreiro • Fundação da Libéria • Reino dos Zulus • Franceses na Argélia • Canal de Suez • Batalha de Adowa • Guerra dos Bôeres

• Doutrina Monroe • Guerra da Cisplatina • Independência do Brasil • Fim da Grã-Colômbia • Guerra do México • Guerra de Secessão • Guerra Hispano-Americana

• Eventos mundiais do Século XIX: • Jogos Olímpicos

séc. XX • Ataque a Pearl Harbor • Teoria da relatividade • Grande Depressão

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• Bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki

• Mao Tse-tung na China • Independência hindu e

paquistanesa • Guerra da Coréia e Vietnã • Conflitos árabes-israelenses • Guerra Irã-Iraque • Guerra do Golfo

• Invenção do avião • URSS • Guerra Civil Espanhola • CEE e União Européia • Programa espacial soviético • Reunificação alemã • Fim da URSS

• Homem na Lua

• Eventos mundiais do Século XX: • Gripe espanhola • I Guerra Mundial • II Guerra Mundial

• ONU; OPEP • Guerra Fria; Corrida

Espacial

• Epidemia de AIDS/SIDA • Computador e internet • Estação Espacial

Internacional

séc. XXI • Invasão do Afeganistão • Invasão do Iraque • Al Qaida

• • • Ataques de 11 de Setembro

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Egito Antigo Múmias, pirâmides monumentais,

faraós poderosos e muito mistério. A civilização egípcia surgiu há mais de 6 mil anos, no vale do rio Nilo, canto nordeste do continente africano, tendo como fronteira a norte o Mar Mediterrâneo, a oeste o deserto da Líbia, a leste o deserto da Arábia e a sul a primeira catarata do rio Nilo.

Os Egípcios Os Antigos Egípcios foram o resultado

de uma mistura das várias populações que se fixaram no Egito ao longo dos tempos, oriundas do nordeste africano, da África Negra e da área semítica.

A questão relativa à "raça" dos antigos Egípcios é por vezes geradora de controvérsia. Até meados do século XX, por influência de uma visão eurocêntrica, considerava-se os antigos Egípcios praticamente como brancos; a partir dos anos 50 do século XX as teorias do "afro-centrismo", segundo as quais os Egípcios eram negros, afirmaram-se em alguns círculos. Importante também referir que as representações artísticas são freqüentemente idealizações que não permitem retirar conclusões neste domínio.

Os Egípcios tinham consciência da sua alteridade: nas representações artísticas dos túmulos os habitantes do vale do Nilo surgem com roupas de linho branco, enquanto que os seus vizinhos líbios e semitas com roupas de lã.

A língua dos Egípcios (hoje uma língua morta) é um ramo da família das línguas afro-asiáticas (camito-semíticas). Esta língua é conhecida graças à descoberta e decifração da Pedra de Roseta, onde se encontra inscrito um decreto de Ptolomeu V Epifânio (205-180 a.C.) em duas línguas (egípcio e grego) e em três escritas (caracteres hieroglíficos, escrita demótica e alfabeto grego). Em 1822 o francês Jean-François Champollion decifrou a escrita hieroglífica e a demótica que se encontravam na pedra, permitindo assim o acesso aos textos do Antigo Egito e o começo da Egiptologia.

O número de habitantes do Antigo Egito oscilou segundo as épocas. Durante o período pré-dinástico (4500-3000 a.C.) a população

rondaria os centenas de milhares; durante o Império Antigo (século XVII a XII a.C.) situar-se-ia nos dois milhões, atingindo os quatro milhões por altura do Império Novo. Quando o

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Egito se tornou uma província romana a população deveria ser cerca de sete milhões. Esta população habitava nas terras agrícolas situadas nas margens do Nilo, sendo escassas as populações que viviam no deserto. Ao contrário das civilizações da Mesopotâmia, o Antigo Egito não desenvolveu uma importante rede urbana.

A História do Antigo Egito Em tempos recuados o Egito foi uma

savana. Quando se inicia o Neolítico, por volta de 6000 a.C., o território já tinha adquirido as características áridas que o caracterizam atualmente. As principais culturas do Neolítico no Egito estão documentadas no Faium e em El-Omari (norte) e em Tasa e Mostagueda (sul).

O período pré-dinástico (período anterior às dinastias históricas) vê nascer, no Alto Egito, três culturas: a badariense, a amratiense e gerzeense. Esta última civilização acabará por se estender a todo o Egito. Nesta época produzem-se instrumentos de cobre e pedra, assim como uma cerâmica vermelha decorada com motivos geométricos e animais estilizados.

A história do povo egípcio inicia-se em cerca de 3100 a.C. altura em que se verificou a unificação dos reinos do Alto e do Baixo Egito sob a soberania de Menés, e termina em 30 a.C. quando o Egito, já então sob dominação estrangeira, se transformou numa província do Império Romano, após a derrota da rainha Cleópatra VII na Batalha de Ácio. Durante a sua longa história o Egito conheceria três grandes períodos marcados pela estabilidade política, prosperidade econômica e florescimento artístico, intercalados por três períodos de decadência. Um desses períodos de prosperidade, designado como Império Novo, correspondeu a uma era cosmopolita durante a qual o Egito dominou graças às campanhas militares do faraó Tutmés III, uma área que se estendia desde Curgos (na Núbia, entre a quarta e quinta cataratas do rio Nilo) até ao rio Eufrates.

A civilização egípcia foi umas das primeiras grandes civilizações da Humanidade e manteve durante a sua existência uma continuidade nas suas formas políticas, artísticas, literárias e religiosas explicáveis em

parte devido aos condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contatos com o estrangeiro tenha sido também uma realidade.

O estudo da civilização do Antigo Egito formou-se como disciplina própria no século XIX com o nascimento da Egiptologia dividindo a história do Antigo Egito em várias etapas.

Economia A economia do Antigo Egito estava na

agricultura. Em teoria todas as terras pertenciam ao rei, mas a propriedade privada foi uma realidade. Os documentos revelam que a partir da IV dinastia afirmou-se uma tendência para a privatização do solo, resultado de doações de terras por parte do rei aos funcionários ou da aquisição desta por parte dos mesmos. Por altura da V dinastia os templos possuíam também grandes propriedades.

Quando terminavam as inundações do Nilo surgiam nas aldeias egípcias uma equipe de funcionários que marcava as bordas das terras que poderiam a partir de então ser cultivadas pelos camponeses. A plantação decorria no mês de Outubro, sendo as sementes fornecidas aos agricultores pelo palácio real. As culturas mais importantes eram o trigo (tipo emmer) e cevada, que permitiam fazer o pão e a cerveja, alimentos que eram a base da alimentação egípcia.

Os agricultores lavravam a terra com um arado puxado por bois, abriam canais e levantavam diques. A época das colheitas ocorria em Abril, altura em que as espigas eram levadas para a eira, onde as patas dos bois as debulhavam. Uma vez separados os grãos da palha, estes eram colocados em sacas que eram enviadas para os celeiros reais. Estes celeiros armanezavam as colheitas que eram distribuídas pelos funcionários e pela população em geral.

A população que não trabalhava nos campos dedicava-se a várias tarefas como a produção de pão e mel, a fabricação de cerveja, a olaria e a tecelagem. A pesca era praticada ao anzol ou com rede.

O subsolo do Antigo Egito era rico em materiais de construção, bem como em pedras preciosas. Entre os primeiros destacavam-se os granitos cor de rosa das pedreiras do Assuão, o alabastro das proximidades de Amarna, o

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pórfiro e os basaltos. As pedras preciosas eram extraídas do Sinai (turquesa e malaquite) e dos desertos do leste e do oeste (quartzo, feldspato verde, ametista e ágata).

Desde a época do Império Antigo que o Egito tinha contatos comerciais com a região siro-palestinense (Biblos), de onde vinha a madeira, escassa e necessária no Egito para fabricar o mobiliário e caixões. Da Núbia o Egito exportava o ébano, as plumas de avestruz, as peles de leopardo, incenso, marfim e sobretudo o ouro. Todo o comércio estava baseado na permuta de bens, já que a moeda só surgiu muito mais tarde, na Lídia do século VIII ou VII a.C.

Também produzia: linho, papiro e legumes.

Geografia O território no qual se desenvolveu a

civilização do Antigo Egito corresponde, em termos tradicionais, à região situada entre a primeira catarata do rio Nilo, em Assuão, e o Delta do Nilo. O Sinai, situado a leste do Delta do Nilo, funcionou como via de acesso ao corredor sírio-palestiniano, designação atribuída à faixa de terra que ligava o Egito à Mesopotâmia. A oeste do Delta surge o deserto da Líbia (ou deserto ocidental), onde se encontram vários oásis dos quais se destacam o de Siuá, Kharga, Farafra, Dakhla e Bahareia. O deserto da Árabia (ou deserto oriental) estende-se até ao Mar Vermelho. A sul da primeira catarata situava-se a Núbia, cuja cultura e habitantes já era eram vistos como estrangeiros. Em diversos momentos, o Egito ultrapassou a primeira catarata e tomou posse de territórios Núbios, onde obtinha diversas matérias-primas.

O território do Antigo Egito não deve ser por isso confundido com o território da moderna República Árabe do Egito, dado que esta se estende para sul da primeira catarata do Nilo até ao paralelo 22ºN e inclui partes do deserto da Líbia e do deserto da Arábia, bem como a península do Sinai.

Esta civilização desenvolveu-se graças à existência do rio Nilo, sem o qual o Egito não seria diferente dos desertos que o cercam. Neste sentido, é bem conhecida a frase do historiador grego Heródoto (que visitou o Egito em meados

do século V a.C.), segundo a qual o Egito era um dom do Nilo, retomando o historiador uma afirmação anterior de Hecateu de Mileto.

Os dois afluentes principais do rio Nilo são o Nilo Branco (que nasce no Lago Vitória) e o Nilo Azul (oriundo dos planaltos da Etiópia). O Nilo corre de sul para norte, desaguando no Mar Mediterrâneo, com uma extensão aproximada de 6695 quilômetros. Todos os anos as inundações do rio, que se iniciavam no Egito na segunda metade de Julho e terminavam em meados de Outubro, depositava nas margens uma terra negra que fertilizava o solo e que permitiu a prática da agricultura (atualmente o fenômeno das inundações do Nilo já não existe no Egito graças à construção da barragem de Assuão). Os Egípcios dependiam, portanto deste rio e das inundações para a sua sobrevivência. Para, além disso, o Nilo era a principal via de transporte, quer de pessoas, quer de materiais. Apesar da dependência do Nilo, o Antigo Egito não deve ser considerado apenas um dom de condições geográficas especiais, como afirmou Heródoto, que talvez quisesse, com esta afirmação, explicar por que o Egito já era uma grande civilização enquanto os gregos ainda viviam em aldeias isoladas. O ponto fundamental é que o Antigo Egito também só existiu graças ao seu sistema de governo centralizado, que organizava a enorme mão-de-obra constituída pela massa de camponeses, e ao engenho de seus construtores, que, desde épocas remotas, edificaram barragens e canais de irrigação para tirar o máximo proveito das águas do Nilo.

Vale do rio Nilo O rio Nilo era a fonte de vida do povo

egípcio, que vivia basicamente da agricultura. De junho a setembro, no período das

cheias, as fortes chuvas inundavam o rio; este transbordava e cobria grandes extensões de terras que o margeavam. Essas águas fertilizavam o solo com a matéria orgânica que traziam que se transformava em fertilizante de primeira qualidade.

Além de fertilizar o solo, o rio trazia grande quantidade de peixes e dava chances a milhares de barcos que navegavam sobre as águas fluviais.

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Para o povo egípcio era uma verdadeira benção dos deuses. Aliás, o próprio rio era tido como sagrado. Mas para o Egito não era apenas um presente da natureza. Havia necessidade da inteligência, do trabalho, da aplicação e da organização dos homens. No tempo da estiagem, num trabalho de união de forças e de conjunto, os egípcios aproveitaram as águas do rio para levar a irrigação até terras mais distantes ou construir diques para controlar as cheias, protegendo o vale contra essas catástrofes terríveis.

Com as cheias, desapareciam as divisas das propriedades agrícolas. Assim, todos os anos havia a necessidade do trabalho do homem para medir, calcular, e isso ocasionou o desenvolvimento da geometria e da matemática.

A Civilização Egípcia Um grande rio como o Nilo só pode ser

aproveitado de forma ampla se houver o esforço coletivo para o tratamento rápido do solo para o plantio e a construção de canais de irrigação.

O historiador grego Heródoto chamava o Egito de “Dádiva do Nilo”.

A história do Egito pode ser dividida em Período Pré-Dinástico, com início em 4000 a.C. e término em 3200 a.C., e Período Dinástico, que termina com a invasão dos persas.

Durante milhares de anos, os povos que ocuparam o vale do Nilo fixaram-se em aldeias. As aldeias agrupavam-se em unidades de administração independentes, chamadas nomos. O único chefe, líder político, militar e juiz era conhecido como nomarca. Eventualmente, os nomos reuniam-se para atender a uma necessidade em comum, geralmente tarefas de interesse coletivo, como obras junto ao rio Nilo.

Com o crescimento da população, os nomos passaram a guerrear entre si pelas melhores terras. Ao final destes conflitos, que duraram séculos, formaram-se dois reinos, o Baixo Egito e o Alto Egito. Em 3200 a.C., o rei Menés, do Alto Egito, conquistou o Baixo Egito, formando um único reino, tornando-se o primeiro faraó.

O Alto Egito e o Baixo Egito No Antigo Egito distinguiam-se duas

grandes regiões: o Alto Egito e o Baixo Egito. O Alto Egito (Ta-chemau) era a estreita

faixa de terra com cerca de 900 quilômetros de extensão que tradicionalmente começava em Assuão e terminava na antiga cidade Mênfis (perto da moderna Cairo).

O Baixo Egito (Ta-mehu) correspondia à região do Delta, a norte de Mênfis, onde o Nilo se dividia em vários braços. Território plano favorável à caça e à pesca, foi aqui onde mais se fizeram sentir os contactos com o estrangeiro, sobretudo nos últimos séculos da história do Antigo Egito. Por vezes também se distingue na geografia egípcia uma região conhecida como o Médio Egito, que é o território a norte de Qena até à região do Faium.

Dinastia egípcia Com a junção dos dois reinos, o faraó

passa a usar uma coroa dupla, branca e vermelha, cores de cada um dos antigos reinos, e portava um cetro, símbolo do poder.

O faraó possuía várias esposas, geralmente parentes, mas apenas a primeira mulher recebia o título de rainha.

O Estado egípcio era baseado na teocracia, um governo em que a classe sacerdotal detém o poder político. A religião, portanto, era muito importante e o faraó era considerado um deus.

O respeito pela divindade do faraó mantinha o Egito unido. A partir do faraó, a vida egípcia era dividida em uma hierarquia social:

Nobres: parentes do faraó, comandantes do exército e nomarcas, que passaram a ser, após a unificação, chefes locais da administração.

Sacerdotes: altamente prestigiados pela população, diziam ter intimidade com os deuses. Além de seus conhecimentos, possuíam riquezas, pois eram intermediários no processo de doação às divindades.

Escribas: jovens que recebiam instruções nas escolas do palácio, aprendendo os detalhes da leitura e escrita de hieróglifos. Tinham também conhecimentos de aritmética, cuidavam dos trabalhos administrativos e da

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coleta de impostos. Eram imprescindíveis ao governo do faraó.

Soldados:pouco prestigiados pela população, viviam dos produtos recebidos com os saques em guerras. No exército egípcio, os soldados estrangeiros recebiam um pedaço de terra por seus serviços.

Camponeses e artesãos: a base da sociedade egípcia era a atividade agrícola e o trabalho de marceneiros, pintores, escultores, tecelões e ourives.

Todos trabalhavam para o faraó e sua nobreza, recebendo como pagamento parte da produção.

Como acreditavam na vida após a morte, guardavam parte de seus proventos para o próprio funeral, não se importando em ter uma vida humilde.

Escravos: prisioneiros de guerra, que trabalhavam em serviços pesados, por exemplo, na construção de templos, palácios e pirâmides. Em geral, eram bem tratados pelos egípcios em comparação ao que outros povos faziam com os escravos.

Época Tinita A Época Tinita corresponde às duas

primeiras dinastias egípcias. De acordo com a informação transmitida por Maneton, o Papiro Real de Turim e a Lista Real de Abido o primeiro rei do Egito unificado foi Menés, que alguns egiptólogos identificam com Narmer e outros com Aha.

Segundo Maneton estas dinastias tiveram como capital a cidade de Tis, cuja localização é até hoje desconhecida, embora se saiba que estaria no Alto Egito. Porém, como

revela a investigação, a capital do Egito teria sido movida a certa altura para Mênfis.

Durante a I dinastia assistiu-se ao desenvolvimento da escrita hieroglífica. Os soberanos da Época Tinita dinastias lançaram as bases para a futura grandeza do Egito, combatendo os Núbios (a sul), os Líbios (a oeste) e os Beduínos (a leste), populações que tinham como principal objetivo fixar-se no Egito.

As manifestações artísticas deste período revelam já uma grande perfeição e o culto dos mortos e a mumificação já eram praticados.

O Antigo Império (3200-2200 a.C.) A fase de maior prosperidade do Antigo

Império foi em 2800 a.C. Mênfis tornou-se a capital do império e foram construídas as famosas pirâmides de Gizé, dedicadas aos faraós Quéops, Quefrén e Miquerinos.

Entre 2400 e 2000 a.C. os nomarcas e a nobreza, descontentes com o poder absoluto do faraó, provocaram crises políticas e revoltas internas.

O Médio Império (2000-1750 a.C.) No ano de 2000 a.C., houve um

movimento na cidade de Tebas para restauração do poder faraônico. Com a vitória sobre os nomarcas, o Egito novamente retoma a expansão.

Tebas torna-se capital do império e o Egito investe nas conquistas militares, ocupando a Palestina e a Núbia (atual Sudão). O Egito sofre invasão dos hicsos, povo asiático que ocupou a região do delta do Nilo. A vitória dos hicsos deu-se principalmente pelo uso de seus carros de guerra puxados por cavalos.

Neste período também chegaram ao Egito os hebreus.

Novo Império (1580-670 a.C.) Com a expulsão dos hicsos em 1580

a.C. e aproveitando os conhecimentos adquiridos com eles, houve a invasão da Síria e da Palestina sob o comando de Tutmés III, levando o domínio egípcio até o rio Eufrates.

Com as riquezas e os escravos obtidos com conquistas, o Egito atingiu seu apogeu. Os

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sacerdotes passaram a ter grande prestígio, ameaçando constantemente o poder dos faraós.

Ramsés II manteve um governo extremamente militarista. Com sua morte, porém, iniciam-se disputas internas pelo poder, enfraquecendo o governo e facilitando a ação de invasores.

No final do século VII a.C., os assírios invadiram o país. A independência egípcia foi reconquistada com a invasão persa, mas não de forma duradoura. Em 332 a.C., o Egito foi dominado por Alexandre Magno e em 30 a.C. pelos romanos.

A Cultura Egípcia A cultura egípcia foi profundamente

influenciada pela religião; principalmente a arte e arquitetura. Contudo, os egípcios, buscando soluções para problemas práticos, nos deixaram também um vasto legado científico.

Artes Os egípcios de destacaram na

arquitetura, pois sua crença na vida após a morte fez com que construíssem templos e pirâmides que deveriam durar eternamente.

As construções religiosas eram

decoradas com estátuas e pinturas, que representam cenas do cotidiano. Quando os seres humanos eram retratados, apareciam

sempre com o rosto, as pernas e pés de perfil e o tronco de frente, por determinação dos sacerdotes.

As pinturas e as esculturas eram, geralmente acompanhadas de inscrições hieroglíficas que explicavam as cenas ou figuras ali representadas.

Os sarcófagos (túmulo em que os antigos colocavam os cadáveres que não eram cremados) eram feitos de madeira ou pedra e possuíam a feição dos mortos, para facilitar o trabalho de reconhecimento da alma em seu possível retorno após a morte.

Ciências De caráter eminentemente prático, as

descobertas científicas dos egípcios direcionavam-se para a Matemática e Geometria. Desenvolveram técnicas usadas para demarcar as propriedades, além de medir áreas de triângulos, retângulos, hexágonos e o volume de cilindros e pirâmides.

A organização de um calendário foi necessária para determinar o início da cheia e das vazantes do rio Nilo. Pelo calendário egípcio, o ano era dividido em 365 dias e havia três estações: cheia, inverno e verão.

Na medicina, os egípcios conheciam várias doenças praticavam operações, sabiam a importância do coração para a vida animal e conheciam a circulação sanguínea.

A escrita hieroglífica era sagrada, representada por pequenas figuras que formavam um texto. Os desenhos evoluíram para a escrita hierática, mais simples, culminando na escrita demótica, mais popular e usada pelos escribas.

Religião A religião egípcia baseava-se no

politeísmo, com deuses em forma de animais (zoomorfismo) ou um misto de homem e animal (antropozoomorfismo). Geralmente, os animais de uma determinada região eram seus protetores: falcões, hipopótamos, crocodilos, leões, chacais protegiam, desde o período pré-dinástico, os diversos nomos. Rá era considerado o criador do universo. Amon era o protetor dos tebanos. Quando a capital do

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império passou a ser Tebas, os dois deuses tornaram-se um só, Amon-Rá.

Havia também Ísis, Anúbis, Thot e Osíris, entre outros. Acreditava-se que, após a morte, a alma comparecia ao tribunal de Osíris para julgamento de seus atos em vida. Inocentada, a alma poderia voltar a ocupar seu corpo se o mesmo tivesse condições de recebê-la, daí a preocupação com a mumificação dos cadáveres.

Junto ao morto eram colocadas oferendas em forma de alimentos, jóias e armas para utilização no além. Também eram depositados textos com as qualidades do morto, destinados à análise de Osíris, advogando sua absolvição. Esses textos seriam incorporados ao Livro dos Mortos.

Por volta do século XIV a.C., o faraó Amenófis IV decidiu fazer uma reforma radical na religião, implantando a monolatria, ou seja, o culto oficial a um só deus, Aton. Suprimiu o culto aos diversos deuses e se autodenominou Akhenaton (filho do Sol). Alguns historiadores grafam seu nome como Ikhmaton (Aton está satisfeito).

Após sua morte, seu sucessor Tutancâmon restabeleceu o politeísmo e o prestígio dos sacerdotes.

A reforma de Amenófis não agradou ao povo, porém conseguiu uma centralização temporária do poder religioso.

A Criação do Mundo e os Deuses Egípcios

No princípio era o Caos (Nun), o oceano primordial, dentro do qual se ocultava Atum, escondido num botão de lótus.

Inesperadamente ele apareceu sobre o Caos como Rá (Sol) e criou dois filhos divinos: Chu, deus do Ar, e Tefnet, deusa da Umidade (Não da chuva, inexistente no Egito...). Deste casal nasceram Gheb, deus da Terra, e Nut, deusa do Céu, que por sua vez deram à luz dois filhos, Osíris e Seth, e duas filhas, Ísis e Néftis.

Rá era também o divino soberano dos homens; quando envelheceu, deixou o trono a favor de Chu e Tefnet, avós de Osíris e Ísis, cujo filho foi Hórus.

Estes últimos três deuses, que constituem a primeira Trindade entre tantas que se seguiram, eram de certo modo os deuses nacionais, venerados em todo o país. E as suas façanhas podem ser consideradas o poema nacional dos egípcios. Poema, entretanto, que jamais foi escrito. Foi Plutarco, em sua Obra “Ísis e Osíris”, quem nos deu esta belíssima narrativa, que pode ser resumida assim:

Cerca de 13.500 anos antes do reinado de Menés, Osíris era um mítico rei-deus dos habitantes do Nilo; soberano benéfico, induziu os seus selvagens súditos a viver em paz, a não destruir-se mutuamente e a abandonar a aventureira vida nômade. Para este fim, ensinou-lhes a trabalhar a terra, a cultivar as parreiras e a obter delas o vinho, bem como a cevada, para extrair a cerveja.

Ensinou-lhes como forjar os metais e as armas para defender-se das feras, convenceu-os a viver em comunidade e a fundar cidades.

Ísis, a irmã-esposa, por sua vez, curava as suas doenças, expulsava os espíritos malignos com magias; fundou a família, ensinou os homens a fazer o pão e as mulheres a tecer, a bordar, etc.

Em suma, inventaram a civilização. O Egito se viu, assim, na Idade do

Ouro. Tot era o Deus das ciências, companheiro e amigo de Osíris. A ele coube a tarefa de ensinar aos egípcios ler e escrever.

Não satisfeito só com isto, Osíris quis levar a sua benéfica missão também ao resto do mundo e, durante sua ausência, confiou a regência do trono a Ísis.

Mas eis que seu irmão Seth, excluído do trono por ser o segundo filho, planejou logo uma trama para usurpá-lo; mas a vigilante Ísis enganou-o, neutralizando assim toda a manobra.

Osíris regressa da viagem, concluída com êxito, em companhia de Tot e de Anúbis (Deus dos mortos).

Seth, o traidor, exatamente o oposto de Osíris, trama uma terrível artimanha: oferece uma festa em homenagem ao irmão, e durante o banquete mostra aos convidados um escrínio finamente adornado e realçado com gemas e,

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brincando, proclama que o presentearia a quem entrasse nele e o ocupasse exatamente com o próprio corpo (tinha-o mandado fazer sob medida para Osíris, que era de grande estatura).

Todos os convidados admiraram a preciosidade da obra e desejaram tê-la; então cada um experimentou para ver se seu corpo cabia dentro, mas o escrínio resultava sempre demasiadamente grande.

Enfim, chegou a vez do rei, cuja estatura se adaptou perfeitamente.

Seth, rapidamente, com os seus cúmplices, fecha a tampa, lacra-a com chumbo e lança o escrínio no rio Nilo.

Apavorados, os deuses tomaram formas de animais para fugir da estúpida sorte. Desesperada, Ísis arrancou as roupas, e com a ajuda de Tot conseguiu fugir e partiu à procura dos restos mortais do esposo para dar-lhe ao menos uma sepultura digna.

Era escoltada por sete escorpiões venenosos, terrível guarda do corpo. Chegou cansada à cidade de Pa-sin; mas, vestida em trapos e esgotada como estava, não encontrou hospedagem (talvez também por causa da pouco recomendável comitiva). Uma senhora fechou-lhe ostensivamente a porta na cara. Os sete escorpiões consultaram-se entre si sobre a maneira de vingar o insulto à deusa e, um a um, aproximando-se de sua líder, Tefen, injetaram-lhe todo o veneno.

Tefen entrou na casa da irreverente senhora, encontrou o seu filho e picou-º O poder do veneno era tanto que a casa incendiou-se.

Uma misericordiosa e humilde camponesa, de nome Taha, teve pena daquele rosto petrificado pela dor e acolheu Ísis. A outra, que se chamava Usa, não encontrou uma gota d’água para apagar o incêndio; desesperada e com a criança morrendo nos braços, vagava à procura de ajuda, mas não encontrou ninguém que a socorresse. Então Ísis teve pena dela: ordenou ao veneno que não atuasse e a criança sarou logo, enquanto uma chuva milagrosa apagava o incêndio.

O céu estava sereno; Usa arrependeu-se e compreendeu que se achava diante de um ser sobrenatural e ofereceu presentes a Ísis, implorando-lhe o perdão.

Ísis continuou a andar entre as inúmeras emboscadas que os espíritos malignos, a serviço de Seth, lhe armavam no caminho. Nos arredores de Tânis ficou sabendo, por intermédio de algumas crianças, que o escrínio, na correnteza daquele braço do Nilo, havia chegado ao mar.

Desesperada, caminhou até chegar a Biblos, na Fenícia; lá ficou sabendo que o esquife fora parar no meio dos arbustos, os quais, em contato com o corpo divino, transformaram-se numa esplêndida acácia que encerrou o escrínio em seu tronco. O rei de Biblos, ao ver a estranha árvore, ordenou que a cortassem para fazer dela uma coluna no seu palácio.

Assim, todas as noites Ísis ia à cidade e transformava-se numa andorinha que esvoaçava em torno da coluna, lançando estrídulos pungentes, mas ninguém parecia notar.

Finalmente, resolveu agir: passou perto da fonte e quando as criadas da rainha foram apanhar água, começou a conversar, depois a penteá-las, a oferecer perfumes, e as criadas ficaram muito contentes. A rainha quis conhecê-la, e em pouco tempo caiu nas suas graças e foi nomeada governanta do príncipe. Todas as noites, depois de assumir sua forma de andorinha, chorava penosamente.

Uma noite a rainha quis certificar-se de que a criança dormia e entrou em seu quarto, onde se deparou com com uma situação aterradora: Ísis amamentava o bebê com a ponta do indicador e seu berço estava rodeado por chamas e, aos pés da cama, sete escorpiões montavam guarda.

Gritou, perplexa; o rei e os guardas socorreram-na, enquanto Ísis, com um simples sinal, apagava as chamas.

A Deusa então revelou-se e repreendeu a rainha; grata pela hospitalidade, tinha decidido tornar o príncipe imortal e, por esta razão, todas as noites o imergia nas chamas

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purificadoras. Mas infelizmente agora o encanto não fazia mais efeito.

Com isso a rainha ficou profundamente entristecida, e o rei, sentindo-se honrado por ter acolhido uma Deusa, prometeu-lhe o que quisesse. Ísis, naturalmente, pediu ao rei a grande coluna de onde tirou o escrínio e encheu o tronco de perfumes, envolveu-o com faixas perfumadas e deixou-o ao rei e ao seu povo como lembrança e relíquia preciosa.

Retomou o caminho de volta escoltada por dois filhos do rei, mas não resistiu por muito tempo: ordenou que a caravana fizesse uma parada e abriu a caixa. Quando apareceu o rosto do marido, os seus gritos de dor encheram o ar de um espanto tão grande que um dos filhos do rei ficou louco. Já outro teve menos sorte: Ísis tinha-se inclinado chorando sobre o rosto querido e o jovem a observava, ignorante e curioso. A Deusa percebeu e lançou-lhe um olhar tão forte que ele caiu morto.

Tendo assim ficado sozinha, Ísis tentou de tudo, empregou em vão todas as fórmulas mágicas para trazer seu esposo de novo à vida; transformou-se me falcão e, agitando sobre ele as asas para procurar restituir-lhe o sopro de vida, milagrosamente ficou fecundada.

Chegando ao Egito, escondeu o esquive num lugar solitário perto de Buto, entre os emaranhados pântanos do Delta que o protegiam contra os perigos.

Mas, por acaso, Seth o encontrou, quando numa noite caçava ao claro da lua. Abriu o ataúde e viu os restos mortais do irmão. Ficou furioso e despedaçou-o, dividindo-o em quatorze partes que foram espalhadas pelo Egito.

A infeliz Ísis, com o novo suplício, recomeçou a piedosa procura dos restos fúnebres, e depois de imensas fadigas conseguiu reconstituí-los (exceto o membro viril, devorado por um ossirinco, uma espécie de esturjão do Nilo).

Nos lugares em que os restos foram encontrados, surgiram capelas, e mais tarde templos, nos quais se realizavam peregrinações chamadas “Da procura de Osíris”.

Recomposto o corpo, Ísis chamou para junto de si a irmã preferida, Néftis (esposa inocente do perverso Seth), Tot e Anúbis. E, com a ciência herdada de Osíris, juntos envidaram todos os esforços para restituir-lhe a vida. Anúbis embalsamou o corpo, que foi enfaixado e recoberto de talismãs (surgiu assim a primeira múmia). Nas paredes do sepulcro, em Abidos, foram gravadas as fórmulas mágicas rituais. Junto ao sarcófago foi colocada uma estátua idêntica ao defunto.

Assim Osíris ressuscitou, mas não pode reinar mais sobre esta terra e tornou-se rei do “Lugar que fica além do Horizonte ocidental”, que transformou, de um lugar triste e escuro, numa chácara fértil e rica de colheitas.

Realizado o rito do sepultamento, Ísis voltou a esconder-se nos pantanais para proteger-se, e principalmente o filho que esperava, contra as vinganças de Seth. Quando Hórus nasceu a mãe guarneceu-o com todo o amor, invocou sobre ele ajuda de todos os deuses e depois lhe ensinou a magia e educou-o em memória do pai. Hórus cresceu. “Como o sol nascente, seu olho direito era o sol, o esquerdo, a lua”, e ele próprio era um grande falcão que cortava os céus. Quando ficou maior, Osíris voltou à terra para fazer dele um soldado.

Então Hórus reuniu todos os fiéis do rei traído e partiu à procura de Seth, para vingar a morte do pai.

A ferrenha batalha durou três dias e três noites; Seth e seus fiéis transformaram-se nos mais terríveis e estranhos animais para fugir à derrota. Hórus mutilou Seth, mas este se transformou num grande porco preto e devorou o olho esquerdo de Hórus. Assim a lua parou de brilhar e a humanidade ficou atônita. No fim, Seth estava prestes a sucumbir, quando Ísis interveio, suplicando ao filho que desse fim ao massacre, afinal, Seth era seu irmão e marido de sua irmã predileta, Néftis. Num ímpeto de ódio, Hórus decepou a cabeça da mãe. Tot curou-a logo, colocando em lugar da sua, uma cabeça de vaca. A batalha recomeçou e durou indefinidamente, sem vencedores nem vencidos. Tot, que curou

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Seth, intrometeu-se autoritariamente, mas impôs-lhe que restituísse o olho de Hórus. Então a lua voltou a brilhar. Vieram então os Deuses e levaram a questão ao julgamento de Tot. Foi um processo que durou oitenta anos. Seth acusou Hórus de não ser filho de Osíris, tendo nascido depois da morte do citado pai. Hórus refutou a acusação, tachando Seth de má fé, enfim, o Divino Tribunal sentenciou que Hórus ficaria com o reino do Baixo Egito e Seth com o Alto Egito.

Mesopotâmia A Mesopotâmia - nome grego que

significa "entre rios" (meso - pótamos) - é uma região de interesse histórico e geográfico mundial. Trata-se de um platô de origem vulcânica localizado no Oriente Médio, delimitado entre os vales dos rios Tigre e Eufrates, ocupado pelo atual território do Iraque e terras próximas. Os rios desembocam no Golfo Pérsico e a região toda é rodeada por desertos.

Inserida na área do Crescente Fértil - de Lua crescente, exatamente por ela ter o formato de uma Lua crescente e de ter um solo fértil -, uma região do Oriente Médio excelente para a agricultura, exatamente num local onde a maior parte das terras vizinhas era muito árida para qualquer cultivo, a Mesopotâmia tem duas regiões geográficas distintas: ao Norte a Alta Mesopotâmia ou Assíria, uma região bastante montanhosa, desértica, desolada, com escassas pastagens, e ao Sul a Baixa Mesopotâmia ou

Caldéia, muito fértil em função do regime dos rios, que nascem nas montanhas da Armênia e deságuam separadamente no Golfo Pérsico.

Vários povos antigos habitaram essa região entre os séculos V e I a.C. Entre estes povos, podemos destacar : babilônicos, assírios, sumérios, caldeus, amoritas e acádios. Vale dizer que os povos da antiguidade buscavam regiões férteis, próximas a rios, para desenvolverem suas comunidades. Dentro desta perspectiva, a região da mesopotâmia era uma excelente opção, pois garantia a população: água para consumo, rios para pescar e via de transporte pelos rios. Outro benefício oferecido pelos rios eram as cheias que fertilizavam as margens, garantindo um ótimo local para a agricultura. No geral, eram povos politeístas, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza. No que se refere à política, tinham uma forma de organização baseada na centralização de poder, onde apenas uma pessoa (imperador ou rei) comandava tudo. A economia destes povos era baseada na agricultura e no comércio nômade de caravanas.

A civilização A Mesopotâmia é considerada o berço da

civilização, já que foi na Baixa Mesopotâmia onde surgiram as primeiras civilizações por volta do VI milênio a.C. As primeiras cidades foram o resultado culminante de uma sedentarização da população e de uma revolução agrícola, que se originou durante a Revolução Neolítica. O homem deixava de ser um coletor que dependia da caça e dos recursos naturais oferecidos, uma nova forma de domínio do ambiente é uma das causas possíveis da eclosão urbana na Mesopotâmia.

A partir do III milênio cidades como Lagash, Uma, Kish, Ur, Uruk, Gatium e a região do Elam se desenvolvem e a atividade comercial entre eles se torna mais intensa. Os templos passam a gerir a economia e muitos zigurates são construídos.

Porém, Richard Leakey, em seu livro A evolução da Humanidade, relata como Jack Harlan demonstrou que coletores poderiam ter um armazenamento de alimentos significativo: sua experiência se deu utilizando uma foice de

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sílex colhendo trigo e cevada selvagens. Portanto, as primeiras comunidades que abandonam o nomadismo poderiam ser de caçadores-coletores não restringindo o sedentarismo unicamente à agricultura ou a domesticação de animais, o que também se fez importante nesse processo de urbanização.

O surgimento dos primeiros núcleos urbanos na região foi acompanhado do desenvolvimento de um complexo sistema hidráulico que favorecia a utilização dos pântanos, evitava inundações e garantia o armazenamento de água para as estações mais secas. Fazia-se necessária a construção dessas estruturas para manter algum tipo de controle sobre o regime dos rios Tigre e Eufrates. Esses rios gêmeos, em função do relevo que os envolve, correm de noroeste para sudeste, num sentido oposto ao rio Nilo, sendo as enchentes na Mesopotâmia muito mais violentas e sem uniformidade e a regularidade apresentada pelo Nilo. "A recompensa - terra para lavrar, água para irrigar, tâmaras para colher e pastos para a criação - fixou o homem à terra" (PINSKY, 1994) Somente o trabalho coletivo permitiu que se pudesse dominar os rios, o homem que se afastava das cidades se afastava das áreas irrigadas, pondo-se à margem desse processo.

Os mesopotâmicos não se caracterizavam pela construção de uma unidade política. Entre eles, sempre predominaram os pequenos Estados, que tinham nas cidades seu centro político, formando as chamadas cidades-Estados. Cada uma delas controlava seu próprio território rural e pastoril e a própria rede de irrigação. Tinham governo e burocracia próprios e eram independentes. Mas, em algumas ocasiões, em função das guerras ou alianças entre as cidades, surgiram os Estados maiores, sempre monárquicos, sendo o poder real caracterizado de origem divina. Porém, essas alianças eram temporárias. Apesar de independentes politicamente, esses pequenos Estados mesopotâmicos eram interdependentes na economia, o que gerava um dinâmico processo de trocas. Segundo Pierre Lévêque "o Estado mesopotâmico é, primeiro que tudo, uma cidade, à qual o príncipe está ligado por estreitos laços; é igualmente uma dinastia, legitimação do seu poder".

Os vestígios arqueológicos são limitados e por isso não se pode definir como a organização política e social se dava exatamente dentro de algumas dessas primeiras cidades. Uma das fontes de referência para o estudo da Mesopotâmia, que não um dos documentos encontrados nas escavações na região, é a bíblia. Nela se fazem referências as cidades de Ur, Nínive e Babilônia . Muitas das histórias presentes no Antigo Testamento são possivelmente derivadas de tradições dessa região, por exemplo o dilúvio. Os autores da Antigüidade como Heródoto, Beroso, Estrabão e Eusébio também fazem referências à Mesopotâmia. Por isso ao estudar a Mesopotâmia deve-se atentar para a construção de uma proto-história baseada em evidências fragmentadas e esparsas, já que as escavações só se iniciam a partir do século XIX, e ainda hoje muitas lacunas estão expostas.

Economia e sociedade Em linhas gerais pode-se dizer que a

forma de produção predominante na Mesopotâmia baseou-se na propriedade coletiva das terras administrada pelos templos e palácios. Os indivíduos só usufruíam da terra enquanto membros dessas comunidades. Acredita-se que quase todos os meios de produção estavam sobre o controle do déspota, personificação do Estado, e dos templos. O templo era o centro que recebia toda a produção, distribuindo-a de acordo com as necessidades, alem de proprietário de boa parte das terras: é o que se denomina cidade-templo.

Estudos recentes mostram que, além do setor da economia dos templos e do palácio, havia um setor privado que participava, também, da economia da cidade-estado.

Administradas por uma corporação de sacerdotes, as terras, que teoricamente eram dos deuses, eram entregues aos camponeses. Cada família recebia um lote de terra e devia entregar ao templo uma parte da colheita como pagamento pelo uso útil da terra. Já as propriedades particulares eram cultivadas por assalariados ou arrendatários.

Entre os sumerianos havia a escravidão, porém o número de escravos era relativamente pequeno.

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Em contraste com as cheias regulares e benéficas do Nilo, o fluxo das águas dos rios Tigre e Eufrates, ao subir à Leste pelos Montes Tauro, é irregular e imprevisível, produzindo condições de seca em um ano e inundações violentas e destrutivas em outro. Para manter algum tipo de controle, fazia-se necessário a construção de açudes e canais, alem de complexa organização. A construção dessas estruturas também era dirigida pelo Estado. O controle dos rios exigia numerosíssima mão-de-obra, que o governo recrutava, organizava e controlava. As principais atividades econômicas da Mesopotâmia eram:

• A Agricultura. Era base da Economia. A economia da Baixa Mesopotâmia, em meados do terceiro milênio a.C., baseava-se na agricultura de irrigação. Cultivavam trigo, cevada, linho, gergelim (sésamo, de onde extraiam o azeite para alimentação e iluminação), árvores frutíferas, raízes e legumes. Os instrumentos de trabalho eram rudimentares, em geral de pedra, madeira e barro. O bronze foi introduzido na segunda metade do terceiro milênio a.C., porem, a verdadeira revolução ocorreu com a sua utilização, isto já no final do segundo milênio antes da Era Cristã. Usavam o arado semeador, a grade e carros de roda;

• A Criação de Animais. A criação de carneiros, burros, bois, gansos e patos era bastante desenvolvida;

• O Comércio. Os comerciantes eram funcionários a serviço dos templos e do palácio. Apesar disso, podiam fazer negócios por conta própria. A situação geográfica e a pobreza de matérias primas favoreceram os empreendimentos mercantis. As caravanas de mercadores iam vender seus produtos e buscar o marfim da Índia, a madeira do Líbano, o cobre de Chipre e o estanho de Cáucaso. Exportavam tecidos de linho, lã e tapetes, além de pedras preciosas e perfumes. As transações comerciais eram feitas na base de troca, criando um padrão de troca inicialmente representado pela cevada e depois pelos metais que circulavam sobre as mais diversas formas, sem jamais atingir, no entanto, a forma de moeda. A existência de um comercio muito intenso deu origem a uma organização economia sólida, que realizava

operações como empréstimos a juros, corretagem e sociedades em negócios. Usavam recibos, escrituras e cartas de crédito. O comercio foi uma figura importante na sociedade mesopotâmica, e o fortalecimento do grupo mercantil provocou mudanças significativas, que acabaram por influenciar na desagregação da forma de produção templário-palaciana dominante na Mesopotâmia.

As principais ciências estudadas foram: • A Astronomia. Entre os babilônicos, foi a principal ciência. Notáveis eram os

conhecimentos dos sacerdotes no campo da

astronomia, muito ligada e

mesmo subordinados a astrologia. As torres dos templos serviam de observatórios

astronômicos. Conheciam as diferenças entre os planetas e as estrelas e sabiam prever eclipses lunares e solares. Dividiram o ano em meses, os meses em semanas, as semanas em sete

dias, os dias em doze horas, as horas em sessenta minutos e os minutos em sessenta segundos. Os elementos da astronomia elaborada pelos mesopotâmicos serviram de base à astronomia dos gregos, dos árabes e deram origem à astronomia dos europeus;

• A Matemática. Entre os caldeus, alcançou grande progresso. As necessidades do dia-a dia levaram a um certo desenvolvimento da matemática.Os mesopotâmicos usavam um sistema matemático sexagesimal (baseado no número 60). Eles conheciam os resultados das

Monólito com o Código de Hamurabi

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multiplicações e divisões, raízes quadradas e raíz cúbica e equações do segundo grau. Os matemáticos indicavam os passos a serem seguidos nessas operações, através da multiplicação dos exemplos. Jamais divulgaram as formulas dessas operações, o que tornaria as repetições dos exemplos desnecessárias. Também dividiram o círculo em 360 graus, elaboraram tábuas correspondentes às tábuas dos logarítimos atuais e inventaram medidas de comprimento, superfície e capacidade de peso;

• A Medicina. Os progressos da medicina foram grandes (catalogação das plantas medicinais, por exemplo. Assim como o direito e a matemática, a medicina estava ligada a adivinhação. Contudo, a medicina não era confundida com a simples magia. Os médicos da Mesopotâmia, cuja profissão era bastante considerada, não acreditavam que todos os males tinham origem sobrenatural, já que utilizavam medicamentos à base de plantas e faziam tratamentos cirúrgicos. Geralmente, o medico trabalhava junto com um exorcista, para expulsar os demônios, e recorria aos adivinhos, para diagnosticar os males.

Escrita A escrita cuneiforme, grande realização

sumeriana, usada pelos sírios, hebreus e persas, surgiu ligada às necessidades de contabilização dos templos. Era uma escrita ideográfica, na qual o objeto representado expressava uma idéia. Os sumérios - e, mais tarde os babilônicos e os assírios, que falavam acadiano - fizeram uso extensivo da escrita cuneiforme. Mais tarde, os sacerdotes e escribas começaram a utilizar uma escrita convencional, que não tinha nenhuma relação com o objeto representado. As convenções eram conhecidas por eles, os encarregados da linguagem culta, e procuravam representar os sons da fala humana, isto é, cada sinal representava um som. Surgia assim a escrita fonética, que pelo menos no segundo milênio a.C., já era utilizado nos registros de contabilidade, rituais mágicos e textos religiosos. Quem decifrou a escrita cuneiforme foi Henry C. Rawlinson. A chave dessa façanha ele obteve nas inscrições da Rocha de Behistun, na qual estava gravada uma gigantesca mensagem de 20 metros de comprimento por 7

de altura. A mensagem fora talhada na pedra pelo rei Dario, e Rawlinson identificou três tipos diferentes de escrita (antigo persa, elamita e acádio - também chamado de assírio ou babilônico). O alemão Georg Friederich Grotefend e o francês Jules Oppent também se destacaram nos estudos da escrita sumeriana.

Literatura Era pobre. Destacam-se apenas o Mito da

Criação e a Epopéia de Guilgamesh - aventura de amor e coragem desse herói semideus, cujo objetivo era conhecer o segredo da imortalidade.

Direito O Código de Hamurabi é um dos mais

antigos conjuntos de leis já encontrados, e um dos exemplos mais bem preservados deste tipo de documento da antiga Mesopotâmia. Segundo os cálculos, estima-se que tenha sido elaborado por Hamurabi por volta de 1700 a.C., sendo uma compilação de leis sumerianas mescladas com tradições semitas.

Ele apresenta uma diversidade de procedimentos jurídicos e determinação de penas para uma vasta gama de crimes. Contém 282 leis, abrangendo praticamente todos os aspectos da vida babilônica, passando pelo comércio, propriedade, herança, direitos da mulher, família, adultério, falsas acusações e escravidão. Suas principais características são: Pena ou Lei de Talião, isto é, “olho por olho, dente por dente” (o castigo do criminoso deveria ser exatamente proporcional ao crime por ele cometido).

Desigualdade perante a lei: as punições variavam de acordo com a posição social da vitima e do infrator – divisão da sociedade em classes (os homens livres, os escravos e um grupo intermediário pouco conhecido – os mushkhinum.

O Código de Hamurábi reflete a preocupação em disciplinar a vida econômica (controle dos preços, organização dos artesãos, etc.) e garantir o regime de propriedade privada da terra. Os textos jurídicos mesopotâmicos invocavam os deuses da justiça, os mesmos da adivinhação, que decretavam as leis e presidiam os julgamentos.

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Anterior ao Código de Hamurábi, tem-se o Código de Ur-Nammu, descoberto em 1952 pelo assiriólogo e professor Samuel Noah Kromer.

Aspecto As leis (numeradas de 1 a 282, mas os

números 13, 66–99, 110 e 111 inexistem), estão gravadas em um monólito de diorito preto de 2,5 m de altura.

Na parte superior do monólito, Hamurabi é mostrado em frente ao trono do rei Sol Shamash. Logo abaixo estão escritos, em caracteres cuneiformes acadianos, os artigos regularizando a vida quotidiana.

História O código foi colocado no templo de

Sippar, e diversos outros exemplares foram igualmente espalhados por todo o reino. O objetivo deste código era homogeneizar o reino juridicamente e garantir uma cultura comum.

Durante as diferentes invasões da Babilônia, o código foi deslocado para a cidade de Susa (no Irã atual) por volta de 1200 a.C.. Foi nessa cidade que ele foi descoberto, em dezembro de 1901, pela expedição dirigida por Jacques de Morgan. O abade Jean-Vincent Scheil traduziu a totalidade do código após o retorno a Paris, onde hoje ele pode ser admirado no Museu do Louvre, na sala 3 do Departamento de Antigüidades Orientais.

Conteúdo O código de Hamurabi expõe as leis e as

punições caso estas não sejam respeitadas. A ênfase é dada ao roubo, agricultura, criação de gado, danos à propriedade, assim como assassinato, morte e injúria. A punição ou pena é diferente para cada classe social. As leis não toleram desculpas ou explicações para erros ou falhas: o código era exposto livremente à vista de todos, de modo que ninguém pudesse alegar ignorância da lei como desculpa. No entanto, poucas pessoas sabiam ler naquela época (com exceção dos escribas).

Os artigos do Código de Hamurabi fixam, assim, as diferentes regras da vida quotidiana, entre outras:

• a hierarquia da sociedade divide-se em três grupos: os homens livres, os subalternos e os escravos; • os preços: os honorários dos médicos variam de acordo com a classe social do enfermo; • os salários variam segundo a natureza dos trabalhos realizados; • a responsabilidade profissional: um arquiteto que construir uma casa que se desmorone, causando a morte de seus ocupantes, é condenado à morte; • o funcionamento judiciário: a justiça é estabelecida pelos tribunais, as decisões devem ser escritas, e é possível apelar ao rei; • as penas: a escala das penas é descrita segundo os delitos e crimes cometidos. A lei de talião é a base desta escala.

Importância O código é muitas vezes indicado como

o primeiro exemplo do conceito legal. Algumas leis são tão básicas que mesmo um rei não pode modificá-las. Ao escrever as leis na pedra, elas se tornaram imutáveis. Este conceito existe em vários sistemas jurídicos modernos e deu origem à expressão em língua inglesa written in stone (escrito na pedra). No entanto, para alguns investigadores da história, o fato de gravar escritos em pedras não implica propriamente a perpetuação da mensagem e sim na facilidade oferecida pelo autor aos menos letrados de reproduzirem esses textos fiel e rapidamente.

No caso da estela de Hamurabi em questão, viajantes de outras regiões, quando em passagem por Susa, tinham a oportunidade de obter cópias para serem lidas por escribas em suas aldeias e para isso normalmente utilizavam o processo similar ao de xilogravura, transcrevendo diretamente da estela para o papel ou papiro, que com o passar do tempo e o uso, por se tratar de material perecível, se perderam, permanecendo apenas essas matrizes de pedra para contar a origem das leis.

Outras coleções de leis incluem os códigos de Ur Nammu, rei de Ur (cerca de 2050 a.C., o código de Eshnunna (cerca de 1930 a.C.) e o código de Lipit-Ishtar de Isin (cerca 1870 a.C.).

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Diferenças da Torah Algumas partes da Torah abordam os

aspectos mais apurados de algumas seções do código de Hamurabi que tem a ver com o direito de propriedade e, devido a isso, alguns especialistas sugerem que os hebreus tenham derivado sua lei deste. No entanto, o livro Documents from Old Testament Times (Documentos da época do Velho Testamento) diz: "Não existe fundamento algum para se assumir qualquer empréstimo pelos hebreus dos babilônios. Mesmo se os dois conjuntos de leis diferem pouco na prosa, eles diferem muito no espírito."

Música, dança e religião A música na Mesopotâmia,

principalmente entre os babilônicos, estava ligada à religião onde encontrávamos um grande numero de Deuses que, eram representados à imagem e semelhança dos seres humanos. O sol, a lua, os rios, outros elementos da natureza e entidades sobrenaturais, também eram cultuados. Embora cada cidade possuísse seu próprio deus, havia entre os sumérios, algumas divindades aceitas por todos. Na Mesopotâmia, os deuses representavam o bem e o mal, tanto que adotavam castigos contra quem não cumpria com as obrigações.

Quando os fiéis estavam reunidos, cantavam hinos em louvor dos deuses, com acompanhamento de música. Esses hinos começavam muitas vezes, pelas expressões: “Glória, louvor tal deus; quero cantar os louvores de tal deus", seguindo a enumeração de suas qualidades, de socorro que dele pode esperar o fiel.

Nas cerimônias de penitência, os hinos eram de lamentação: "aí de nós", exclamavam eles, relembrando os sofrimentos de tal ou qual deus ou apiedando-se das desditas que desabam sobre a cidade. Instrumentos sem dúvida de sons surdos acompanhavam essa recitação e no corpo desses salmos, vê-se o texto interromper-se e as onomatopéias "ua", "ui", "ua", sucederem-se em toda uma linha. A massa dos fiéis devia interromper a recitação e não retomá-la senão quando todos, em coro tivessem gemido bastante.

A procissão, finalmente, muitas vezes acompanhava as cerimônias religiosas e mesmo as cerimônias civis. Sobre um baixo-relevo assírio do British Museum que representa a tomada da cidade de Madaktu em Elam, a população sai da cidade e se apresenta diante do vencedor, precedida de música, enquanto as mulheres do cortejo batem palmas à oriental para compassar a marcha.

O centro da civilização sumeriana era o templo, a casa dos deuses que governava a cidade, além de centro da acumulação de riqueza. Ao redor do templo desenvolvia-se a atividade comercial. O sacerdote representava o deus e combinava poderes políticos e religiosos.

Apenas ao sacerdote era permitida a entrada no templo e dele era a total responsabilidade de cuidar da adoração aos deuses e fazer com que atendessem as necessidades da comunidade. Os sacerdotes do templo estavam livres dos trabalhos nos campos, dirigiriam os trabalhos de construção de canais de irrigação, reservatórios e diques. O deus através dos sacerdotes emprestava aos camponeses animais, sementes, arados e arrendava os campos. Ao pagar o “empréstimo”, o devedor acrescentava a ele uma “oferenda” de agradecimento. Com a necessidade de controlar os bens doados aos deuses e prestar contas da administração das riquezas do templo iniciou-se o sistema de contagem e a escrita cuneiforme. Como exemplo do poder dos deuses em Lagash, o campo era repartido nas posses de aproximadamente 20 divindades, uma destas, Baú, possui cerca de 3250 hectares, das quais três quartos atribuídos, um em lotes, as famílias singulares, um quarto cultivado por assalariados, por arrendatários (que pagam um sétimo ou um oitavo do produto) ou pelo trabalho gratuito dos outros camponeses. Em seu templo trabalham 21 padeiros auxiliados por 27 escravas, 25 cervejeiros com 6 escravos, 4 mulheres encarregadas do preparo da lã, fiandeiras, tecelãs, um ferreiro, alem dos funcionários, dos escribas e dos sacerdotes.

A concepção de uma vida além-túmulo era confusa. Acreditavam que os mortos iam para junto de Nergal, o deus que guardava um reino de onde não se poderia voltar.

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O canto também tinha ligações com a magia.

Há cantos a favor ou contra um nascimento feliz, cantos de amor, de ódio, de guerra, cantos de caça, de evocação dos mortos, cantos para favorecer, entre os viajantes, o estado de transe.

A dança, que é o gesto, o ato reforçado, se apóia em magia sobre leis da semelhança. Ela é mímica, aplica-se a todas as coisas:- há danças para fazer chover, para guerra, de caça, de amor etc.

Danças rituais têm sido representadas em monumentos da Ásia Ocidental, Suméria. Em Thecheme-Ali, perto de Teerã; em Tepe-Sialk, perto de Kashan; em Tepe-Mussian, região de Susa, cacos arcaicos reproduzem filas de mulheres nuas, dando-se as mãos, cabelos ao vento, executando uma dança. Em cilindros-sinetes vêem-se danças no curso dos festins sagrados (tumbas reais de Ur).

Povos Mesopotâmicos

A Mesopotâmia foi uma região por onde passavam muitos povos nômades oriundos de diversas regiões. A terra fértil fez com que alguns desses povos aí se estabelecessem. Do convívio entre muitas dessas culturas floresceram as sociedades mesopotâmicas. Os povos que ocuparam a mesopotâmia foram os sumérios, os acádios, os amoritas ou antigos babilônios, os assírios, os elamitas e os caldeus ou novos babilônios. Como raramente esses Estados atingiam grandes dimensões territoriais, conclui-se que apesar da identificação econômica, social e cultural entre

essas civilizações, nunca houve um Estado mesopotâmico, mas Estados Mesopotâmicos.

Babilônicos Uma das primeiras cidades construídas

no mundo é mencionada em documentos escritos há mais de 5000 anos a.C.

Foi edificada numa parte do mundo onde nasceram as mais velhas civilizações, nas margens do rio Eufrates, no Iraque, no Vale da Mesopotâmia.

Cresceu em importância há 4.000 anos, quando um grande rei, Hamurabi, governou-a. Conquistou ele todas as cidades e tribos ao redor e dirigiu sabiamente o seu reino. Suas leis, escritas em caracteres cuneiformes, em blocos de barro, foram descobertas por arqueólogos. Outros desses blocos demonstraram que a Babilônia devia ter sido, então, uma cidade com muitas casas confortáveis e templos magnificentes.

Os sacerdotes desses templos administravam todas as finanças de toda a

Babilônia.

Depois da morte de Hamurábi, a Babilônia foi

conquistada sucessivamente por muitas tribos; seu segundo período de grandeza não foi atingido senão no ano

de 600 a.C. Pouco antes disso, os assírios (que dominaram com crueldade grande parte da região) foram derrotados por uma tribo de caldeus, cujo chefe se tornou rei da Babilônia.

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Seu filho, Nabucodonosor, conquistou gradualmente outras tribos e determinou, então, transformar Babilônia na mais bela cidade do seu tempo. Construiu enormes muralhas e torres para protegê-la contra os inimigos. Edificou templos e palácios que foram enfeitados com lindos mosaicos coloridos e transparentes.

De mais fama foram os jardins suspensos, que ele construiu para satisfazer sua esposa. A vegetação desse jardim crescia em terraços construídos uns acima dos outros, sendo que podiam ser vistos de qualquer ponto da cidade.

Sumérios e Acadianos (antes de 2000 a.C.)

Este povo destacou-se na construção de um complexo sistema de controle da água dos rios. Construíram canais de irrigação, barragens e diques. A armazenagem da água era de fundamental importância para a sobrevivência das comunidades.

Os sumérios, excelentes arquitetos e construtores, desenvolveram os zigurates. Estas construções eram em formato de pirâmides e

serviam como locais de armazenagem de produtos agrícolas e também como templos religiosos. Construíram várias cidades importantes como, por exemplo: Ur, Nipur, Lagash e Eridu.

Os sumerianos estabeleceram-se ao norte do golfo Pérsico, na embocadura do Tigre e do Eufrates, há 4000 anos. Acredita-se que

pertencessem a uma raça vizinha da dos egípcios.

Por volta de 3200 a.C., já tinham uma escrita feita de desenhos ou pictogramas. Mais primitiva que a dos egípcios, esta escrita era traçada com uma ponta, em tábuas de argila que eram cozidas no forno. Mais tarde, os pictogramas foram substituídos por sinais que representavam não mais objetos, mas sons e sílabas. Como se assemelhavam a cunhas, esta escrita foi chamada cuneiforme. Muito do que sabemos hoje sobre este período da história, devemos as placas de argila com registros cotidianos, administrativos, econômicos e políticos da época.

As cidades sumerianas, das quais a principal tinha o nome de Ur, eram construídas sobre vastos terraços artificiais. Cada uma tinha, por chefe, um rei ou governador. Quando morria um deles, enterravam junto suas jóias, sua viúva e seus servidores. Os Sumerianos criaram uma arte vigorosa e realista. Usavam roupas tecidas, possuíam exército regular e utilizavam carros com rodas.

Após um período de domínio dos reis elamitas (viviam no sudoeste do atual Irã), os sumerianos voltaram a gozar de independência.

Grupos de nômades, vindos do deserto da Síria, começaram a penetrar nos territórios ao norte das regiões sumerianas. Conhecidos como acadianos, dominaram as cidades-estados da Suméria por volta de 2550 a.C.

Administração e política Os sumérios habitaram várias cidades-

estados, cada uma, erigida em torno de seus respectivos templos, dedicados ao Deus cuja, proteção da cidade competia. Estas cidades, grandes centros mercantis, eram governadas por déspotas locais denominados patésis, supremo-sacerdotes e chefes militares absolutos, auxiliados por uma aristocracia constituída por burocratas e sacerdotes. O patési controlava a construção de diques, canais de irrigação, templos e celeiros, impondo e administrando os tributos a que toda população estava sujeita. As cidades-estados sumerianas, tradicionalmente, eram cidades-templos. Isto porque os sumérios acreditavam que os deuses haviam fundado as cidades para que fossem centros de cultos. Mais

Dur-Untash, ou Choqa Zanbil, construído no séc. 13 a.C. por Untash Napirisha e localizado perto de Susa, Irã é um dos mais preservados zigurates do mundo

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tarde, segundo a religião, os deuses limitavam-se a comunicar os soberanos as plantas das cidades e dos santuários. A ligação dos patésis aos ritos da cidade era extremamente íntima.

Os templos estavam ligados ao poder estatal e suas riquezas eram usufruídas pelos soberanos, considerados intermediários entre os deuses e os homens. Junto com os templos das cidades, homenageando o seu deus patrono, não raramente eram erguidos zigurates - pirâmides de tijolos maciços cozidos ao sol - que serviam de santuários e acesso aos deuses quando desciam até seu povo.

Dentre as cidades mais importantes do território sumério estavam Eridu, Kish, Lagash, Uruk, Ur e Nippur. Com o desenvolvimento dessas cidades, a tentativa de supremacia duma sobre a outra tornou-se inevitável. O resultado foi um milênio de embates quase incessantes sobre o direito de uso de água, rotas de comércio e tributos a tribos nômades.

Economia e comércio Empreendedores e criativos, os sumérios

estabeleceram relações comerciais com vários povos da costa do Mediterrâneo e do Vale do Indo.

Descobertas de obsidiana em locais longínquos da Anatólia e no Afeganistão remontam a Dilmun (hoje Bahrain, um principado no Golfo Pérsico), e vários selos inscritos na grafia dos povos do Vale do Indo sugerem uma rede consideravelmente extensa de comércio antigo, centrado nos limites do Golfo Pérsico.

A Epopéia de Gilgamesh refere-se ao comércio, com terras longínquas, de mercadorias como madeira, já que esse item representava um material escasso na Mesopotâmia. O cedro do Líbano era especialmente apreciado.

Os sumérios usavam escravos, embora esses não representassem a maior parte da economia. Mulheres escravas trabalhavam como tecelãs, prensadoras, moleiras e carregadoras.

A cerâmica suméria decorava vasos com pinturas em óleo de cedro. Os ceramistas utilizavam furadeiras arqueadas para produzir o fogo necessário ao cozimento da cerâmica. Os pedreiros e ourives sumérios não só conheciam

como faziam uso de marfim, ouro, prata, galena e lápis-lazúli.

Amoritas (2000 a.C.-1750 a.C.) A Mesopotâmia, após a destruição da

civilização dos sumérios-acadianos, ficou dividida em vários Estados por mais de dois séculos. Os amoritas, ou antigos babilônios, povos semitas vindos do deserto sírio-árabe, haviam se estabelecido na cidade da Babilônia, que, com o tempo, converteu-se em importante centro comercial, devido a sua localização privilegiada. A antiga Babilônia está situada a aproximadamente 75 quilômetros da moderna Bagdá. Um império foi estabelecido em 1894 a.C. por Amoreu Sumuabum (criador da I dinastia amorreana) e expandido por seus sucessores. As disputas entre a Babilônia e as demais cidades-estados mesopotâmicas, além de outras invasões, resultaram numa luta ininterrupta até o início do século XVIII a.C., quando Hamurábi, sexto rei da dinastia, realizou a completa unificação, fundando o Primeiro Império Babilônico.

O novo rei deu início a uma bem-sucedida política expansionista. O Reino da Babilônia estendeu suas fronteiras do Golfo Pérsico para além das fronteiras da moderna Turquia, e dos montes Zagros, no leste, ao rio Khabur, na Síria. A partir dessas conquistas, a preocupação de Hamurabi não foi mais a expansão territorial e sim a preservação das terras conquistadas, que tanto eram atacadas por povos vizinhos como também se revoltavam contra o domínio da Babilônia.

A formação do império Babilônico assinalou o fim político da civilização suméria, mas não cultural. Com exceção do idioma, eles adotaram o sistema educacional, a escrita, a arte, a literatura e boa parte da religião dos vencidos.

Foi durante o governo de Hamurábi que ocorreu o maior desenvolvimento da agricultura de regadio, realizada mediante o emprego e construção de grandes canais de irrigação controlados pelo Estado. A construção desses canais exigia multidões de trabalhadores e grande quantidade de materiais, que deveriam ficar sobre controle e fiscalização de um governo centralizado. Isso contribuiu para o surgimento de uma monarquia cada vez mais

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poderosa e autoritária, de caráter teocrático, isto é, com o poder político ligado ao religioso.

Já nessa fase, a economia e a sociedade começaram a sofrer mudanças em relação ao milênio anterior. A organização econômica baseada nos templos e palácios sempre foi fundamental. Os palácios e templos possuíam vastas extensões de terra, praticavam o comércio e dispunham de oficinas artesanais bem aparelhadas. Os templos entregavam suas terras à exploração de arrendatários, recebendo por isso uma parte da produção. Também os artesãos trabalhavam ligados aos templos, pois não existem provas de corporações de artesãos independentes. Não havia mercado e todo o comércio era feito nas dependências dos templos e palácios. Os sacerdotes e os funcionários estatais submetiam as comunidades locais ao pagamento de tributos, à prestação de trabalhos forçados para a construção de obras públicas, canais de irrigação e ao serviço militar obrigatório.

No período de Hamurábi, houve um certo desenvolvimento da propriedade privada e do comércio. Propriedades agrícolas foram doadas a funcionários públicos, sacerdotes e até mesmo a determinados arrendatários. Entretanto, todas essas atividades privadas sempre permaneceram sobre controle estatal. Os mercadores, por exemplo, formavam uma corporação subordinada ao Estado, e o comerciante era uma mistura de funcionário publico e mercador privado: comprava a mando do rei e colaborava na cobrança de taxas.

Rapidamente, a capital babilônica transformou-se num dos principais centros urbanos da Antiguidade, sediando um grandioso império e convertendo-se no eixo cultural do Crescente Fértil. A principal realização cultural desse período foi o Código de Hamurábi, baseado no direito sumério, que tinha por finalidade consolidar o poder do Estado e adequá-lo ao desenvolvimento de uma economia mercantil. Hamurábi estabeleceu uma sólida intervenção do Estado na economia pois havia regras de trabalho, normas comerciais e até valores para a compra e venda de animais e aluguéis de terras, entre outras.

Hamurábi também empreendeu uma ampla reforma religiosa, transformando o deus

Marduk, da Babilônia, no principal deus da Mesopotâmia, mesmo mantendo as antigas divindades. A Marduk foi levantado um templo junto ao qual foi erguido o zigurate de Babel, citado no livro de Gênesis (Bíblia) como uma torre para se chegar ao céu.

Após a morte de Hamurábi, o Império entrou em decadência devido às diversas conspirações contra seus sucessores, às revoltas das cidades dominadas e dos camponeses empobrecidos pelos altos impostos cobrados e à sobrecarga de trabalhos obrigatórios. Aproveitando dessa franqueza, os cassitas, povo indo-europeu que ainda possuía uma organização tribal e vivia a leste do rio Tigre, invadiram a Baixa Mesopotâmia e ai permaneceram, aproximadamente, por 400 anos, até serem suplantados pelos assírios

Assírios (1300 a.C.-612 a.C.) A Assíria foi um reino que se formou na

região montanhosa do alto Tigre, ao norte da Mesopotâmia, expandindo-se posteriormente por terras Oriente Próximo. O nome também pode designar a região em que se desenvolveu a civilização assíria.

Lord Byron começa seu poema The Destruction of Sennacherib (A Destruição de Senaqueribe) com "The Assyrian came down like the wolf on the fold (Os assírios desceram como um lobo uma dobra, numa tradução livre). No auge de seu poder, os assírios eram como um lobo entre ovelhas, embora sua reputação seja intensificada por várias referências no Velho Testamento e por extensas cenas de batalhas achadas em suas ruínas.

Por um tempo, eles evoluíram do desafio de estarem cercados de inimigose para se tornarem a mais poderosa força militar no mundo conhecido. Sua lendária barbaridade e ferocidadeeram uma política deliberada com o intento de fomentar a submissão dos inimigos e minimizar o risco de revolta dos vassalos.

Localização A Assíria localizava-se no norte da

Mesopotâmia (atual Iraque), a longo dos rios Tigre e Eufrates. Foi assentada após Sumer, ao sul, mas foi domiada pelos sumérios tanto

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culturalmente quanto politicamente durante o começo de sua história.

Segundo as teorias bíblicas, os assírios seriam descendenes de Assur, o segundo filho de Sem e neto de Noé. Entretanto, tal teoria carece de maiores elementos confirmadores, de modo que a origem desse povo da Antiguidade tem sido explicada pela arqueologia.

Por volta de 2000 a.C., em meio a um grande movimento de indo-europeus vindos do Cáucaso, os assírios estabeleceram-se na região do alto Tigre.

Durante o segundo milênio a.C., os assírios foram dominados seguidamente pelos mitanianos (ver Mitani) e pelos amoritas da Babilônia.

No século XIV a.C., com o declínio de Mitani, os assírios reconquistaram grande parte de seus territórios.

Já no século XIII a.C., os assírios, sob Tukulti-Ninurta I (1242 a.C. - 1206 a.C.), libertaram-se da Babilônia.

Por volta de 1200 a.C., ocorreu um novo grande movimento migratório de indo-europeus. No Egito, foram contidos pelos faraós Meneptah (1235 a.C. - 1224 a.C.) e Ramsés III (1198 a.C. - 1166 a.C.). Na Grécia, geraram um grande processo de dispersão. Na Ásia Menor, causaram o declínio dos hititas. Na Mesopotâmia, geraram a agitação dos arameus, que terminaram por invadir a Babilônia e a Assíria por volta de 1047 a.C.. Relatos da época dizem-nos que os assírios refugiavam-se em “terras inimigas” escapando “da míngua, da fome e da miséria”. Os templos ficaram em ruínas, e a interminável guerrilha contra os nômades teria alterado o caráter da Assíria, transformou-a em uma nação de guerreiros cruéis e bem adestrados, com um poderoso

exército, que, em pouco tempo, abalou todo o Oriente Médio.

Por volta de 830 a.C., no reinado de Salmanasar III, os arameus foram subjugados e a eles foi imposta uma cobrança tributária.

O Império Assírio Em 729 a.C., no reinado de Tiglath-

Pileser III ou Teglatefalasar III (746 a.C. - 727 a.C.), os assírios conquistaram a Babilônia.

Teglatefalasar III também conteve a expansão da Média no oriente e tentou sem sucesso conquistar o reino de Urartu, situado no Ararat.

Israel foi conquistada no primeiro ano do reinado de Sargão II (721 a.C. - 705 a.C.). Cerca de 27.000 israelitas foram deportados. Em 715 a.C., foi a vez da Média ser conquistada. Sargão II ainda conquistou a Síria.

Seu sucessor, Senaquerib (705 a.C. - 681 a.C.), transferiu a capital de Assur para Nínive. De acordo com os livros bíblicos de II Reis, II Crônicas e do profeta Isaías, admitido no cânon do Antigo Testamento, Senaquerib teria buscado

conquistar Judá, cercando a cidade de Jerusalém. No entanto, a Bíblia relata que Senaquerib fracassou em sua tentativa militar e, ao retornar para Nínive, foi assassinado por dois de seus filhos.

Então, Senaquerib, rei da Assíria, partiu, e foi; e voltou e ficou em Nínive. E sucedeu que, estando ele protado na casa de Nisroque, seu deus, Adrameleque e Serezer, seus filhos, o feriram à espada; porém eles escaparam para a terra de Ararate; e Esar-

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Hadom, seu filho, reinou em seu lugar. (II Reis 19:36-37)

Na época, que nasceu o sucessor de Senaquerib, Aoth Fezim, que seria um Nobre Tiefling rico que pensava alto, modernizou por vários anos a cidade de Nínive.

O filho e sucessor de Senaquerib foi Esarhaddon, também conhecido por Assaradon (681 a.C. - 669 a.C.), que expandiu seus domínios ao Nilo, estabelecendo sobre o Egito uma dominação inicialmente precária, tendo também reconstruído a Babilônia que fora destruída por seu pai, a qual pode ter se tornado a nova capital do Império Assírio durante algum período.

A Queda Assurbanipal (669 a.C. - 631 a.C.), não

obstante gostar de exaltar sua selvageria e impiedade sobre os povos vencidos, não conseguiu evitar que o Egito, em 653 a.C., efetivasse sua emancipação. À independência do Egito, seguiram-se rebeliões na Fenícia, na Babilônia e no Elam.

No entanto, sabe-se que Assurbanipal foi o rei que mandou criar a biblioteca de tábuas de barro na Babilônia, a Biblioteca Real de Assurbaníbal, com obras escritas em linguagem cuneiforme, em que, tendo muitas delas sido preservadas até os dias atuais, permitiram aos arqueólogos descobrir muitos aspectos da vida política, militar e intelectual desta grande civilização e na investigação dos textos bíblicos.

Em 625 a.C., os caldeus tomaram a Babilônia e conquistaram sua independência. Ciáxares, rei da Média, em aliança com o rei dos caldeus, invadiu Assur em 615 a.C. e, em 612 a.C., tomou Nínive, pondo fim ao Estado assírio.

Organização econômica e cultural Formou-se na Assíria, ao longo do

tempo, um corpo burocrático bastante eficiente. Muitos deles eram epônimos, e, portanto, davam nome ao ano. O rei era, em geral, o epônimo do primeiro ano. Seguia-se a ele, assim, uma série de epônimos, em critério de hierarquia. Tal sistema constitui um elemento de grande importância para os historiadores no processo de datação.

A política externa assíria era conhecida por sua brutalidade para com os inimigos. Em muitos casos, atos de selvageria por parte do império assírio foram empregados com o fim de persuadir seus inimigos a se entregarem sem luta. Registros escritos da época demonstram o temor dos povos adjacentes ao terror assírio. Os governantes assírios caracterizaram-se também pelo tratamento despendido aos povos conquistados. Para evitar movimentos rebeldes nas regiões conquistadas, os povos vencidos eram capturados, removidos de suas terras, e distribuídos entre as cidades do império, diluindo seu poder. Nativos assírios e inimigos capturados de outras regiões eram encorajados a ocupar as áreas conquistadas. Esta prática mostrou-se particularmente eficiente, e foi mantida pelos babilônicos no período subseqüente.

Assim, como na maioria dos Estados que se desenvolveram no Crescente Fértil, os reis assírios exerciam um poder autocrático, sendo considerados inclusive intermediários entre os deuses e o povo. A partir do reinado de Teglatefalasar III, foram instaladas guarnições permanentes nos países dominados.

A religião seguia as bases dos cultos realizados pelos sumérios. Cada cidade era devota de um deus específico (ao qual se associava a sua criação e proteção), e os deuses mais importante do panteão assírio dependiam do grau de influência de suas cidades na política interna. Assur era o principal deus assírio. Os zigurates permaneceram como o centro cultural, religioso e político das cidades assírias.

Caldeus (612 a.C.-539 a.C.) A Acádia (ou Ágade, Agade, Agadê,

Acade ou ainda Akkad) é o nome dado tanto a uma cidade como à região onde se localizava, na parte superior da baixa Mesopotâmia, situada à margem esquerda do Eufrates, entre Sippar e Kish (no atual Iraque, a cerca de 50 km a sudoeste do centro de Bagdá). Geralmente, contudo, é comum referir-se à cidade como Ágade (ou Agade), e à região como Acádia.

A cidade/região alcançou seu cume de poder entre os séculos XXVI a.C. e XXII a.C., antes da ascensão da Babilônia, além de

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representar o núcleo do reino bíblico de Nimrod na terra de Sinar.

A língua acádia teve seu nome proveniente da própria Acádia, um reflexo do uso do termo akkadû ("da, ou pertencente à, Acádia") no antigo período babilônico antigo para designar as versões semíticas de textos sumérios. O vocábulo foi cunhado no século XXIII a.C..

História Os acádios, grupos de nômades vindos

do deserto da Síria, começaram a penetrar nos territórios ao norte das regiões sumérias, terminando por dominar as cidades-estados desta região por volta de 2550 a.C.. Mesmo antes da conquista, porém, já ocorria uma síntese entre as culturas suméria e acádia, que se acentuou com a unificação dos dois povos. Os ocupantes assimilaram a cultura dos vencidos, embora, em muitos aspectos, as duas culturas mantivessem diferenças entre si, como por exemplo - e mais evidentemente - no campo religioso.

A maioria das cidades-templos foi unificada pela primeira vez por volta de 2375 a.C. por Lugal-Zage-Si, soberano da cidade-estado de Uruk. Foi a primeira manifestação de uma idéia imperial de que se tem notícia na história.

Depois, quando Sargão I, patési da cidade de Acádia, subiu ao poder, no século XXIII a.C., ele levou esse processo cooptativo adiante, conquistando muitas das regiões circunvizinhas, terminando por criar um império de grandes proporções, cobrindo todo o Oriente Médio e chegando a se estender até o Mar Mediterrâneo e a Anatólia.

A Sargão I, guerreiro e conquistador, foi-se aplicado tal título, sendo reconhecido como "soberano dos quatro cantos da terra", em alusão às "quatro cidades" bíblicas (Acádia, Babel, Erech e Calné), e em reconhecimento ao sucesso da unificação mesopotâmica. O rei tornou-se mítico a ponto de ser tradicionalmente considerado o primeiro governante do novo império (que combinava a Acádia e a Suméria), deixando o Lugal-Zage-Si de Uruk perdido por muito tempo nas areias do tempo, sendo redescoberto apenas recentemente. É interessante notar, contudo, que, apesar da unificação, as estruturas políticas da Suméria continuaram existindo. Os reis das cidades-estados sumerianas foram mantidos no poder e reconheciam-se como tributários dos conquistadores acadianos.

O império criado por Sargão desmoronou após um século de existência, em conseqüência de revoltas internas e dos ataques dos guti, nômades originários dos montes Zagros, no Alto do Tigre, que investiam contra as regiões urbanizadas, uma vez que a sedentarização das populações do Oriente Médio lhes dificultava a caça e o pastoreio. Por volta de 2150 a.C., os guti conquistaram a civilização sumério-acadiana. Depois disso, a história da Mesopotâmia parecia se repetir. A unidade política dos sumério-acadianos era destruída pelos guti, que, por sua vez, eram vencidos por revoltas internas dos sumério-acadianos.

O domínio intermitente dos guti durou um século, sendo substituído no século seguinte (cerca de 2100 a.C.–1950 a.C.) por uma dinastia proveniente da cidade-estado de Ur. Expulsos os guti, Ur-Nammur reunificou a região sobre o controle dos sumérios. Foi um rei enérgico, que construiu os famosos zigurates e promoveu a compilação das leis do direito sumeriano. Os reis de Ur não somente restabeleceram a soberania suméria, mas também conquistaram a Acádia. Nesse período, chamado de renascença sumeriana, a civilização suméria atingiu seu apogeu. Contudo, esse foi o último ato de manifestação do poder político da Suméria: atormentados pelos ataques de tribos elamitas e amoritas, o império ruiu. Nesta época, os sumérios desapareceram da história, mas a

Império de Sargão I

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influência de sua cultura nas civilizações subseqüentes da Mesopotâmia teve longo alcance.

Origem do Nome O nome Acádia é provavelmente uma

invenção suméria, aparecendo, por exemplo, na lista de reis sumérios, donde possivelmente deriva a forma semítica assírio-babilônica tardia akkadû ("da, ou pertencente à, Acádia").

É bastante provável que o nome não-semítico "Agade" signifique "coroa (ago) de fogo (de)" em alusão a Ishtar, a "deusa brilhante" ou "refulgente", a divindade tutelar da estrela da manhã e do entardecer e deusa da guerra e do amor (cf. Vênus, Afrodite, Lúcifer), cujo culto era praticado nos absolutos primódios da Acádia. Esse fato também é comprovado por Nabonido (ou Nabonidus), que relata [2] como a adoração a Ishtar terminou sendo suplantada pela da deusa Anunit, uma outra personificação da idéia de Ishtar, cujo santuário ficava em Sippar (ou Sipar). É crucial deixar claro que havia duas cidades de nome Sippar: uma sob a proteção de Shamash, o deus do sol; e uma sob a de Anunit, fato que vigorosamente indica uma provável proximidade entre Sippar e Ágade. Uma outra teoria, surgida em 1911[3] , sugere que Ágade postava-se em frente a Sippar, do lado esquerdo da margem do rio Eufrates, e que era provavelmente a parte antiga da cidade de Sippar.

Na literatura babilônica que surgiria posteriormente, o nome Acádia, bem como Suméria, aparece como parte de títulos de nobreza, como o termo sumério lugal Kengi (ki) Uru (ki) ou o termo acádio šar māt Šumeri u Akkadi (ambos traduzidos como "rei da Suméria e da Acádia"), que terminaram significando simplesmente "rei da Babilônia".

Mencionada uma única vez no Antigo Testamento (cf. Gênesis 10:10 - O princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar.[4], também como Acade, dependendo da tradução), a Acádia é, em hebraico, é grafada como אּכד, ak-kad, a palavra em si provindo duma raiz infreqüente que provavelmente significa "fortificar" ou "reforçar", ou ainda "fortaleza"[5]. Em variantes do grego antigo, é grafada como αχάδ (achad),

αρχάδ (archad), ou ainda, apesar de raro, αξάδ (axad); em grego moderno, como Ακκάδ, Akkad. No Antigo Testamento, é descrita como uma das cidades principais: Acádia, Babel, Erech (ou Ereque ou Uruk) e Calné (ou Calneh), constituindo o núcleo do reino de Nimrod (ou Nimrud, Nimrude, Ninrode, Nemrod, Nemrude, Nemrode), presente em textos como a lista de reis sumérios. A forma semítica assírio-babilônica posterior, Akkadu, ou Accadu ("de ou pertencente à Acádia"), é provavelmente uma forma derivada de Ágade.

Os Hebreus Hebreu (do hebraico םירבע, i.e.

descendentes de Éber), significa “passar, transitar, atravessar, cruzar”. É o nome do povo que viveu na região do Oriente Médio cerca do segundo milênio a.C., e que daria origem aos povos semitas como os judeus e os árabes, ainda que posteriormente o nome fosse associado apenas aos judeus.

Segundo Jaime Pinsky, o povo hebreu tem o início de sua organização na Mesopotâmia. O conhecimento acerca desse povo vem principalmente das informações e lendas Bíblicas, (o Antigo Testamento), das pesquisas arqueológicas e obras de historiadores judeus. Os hebreus tiveram muita influencia na formação da civilização atual. Sua religião o judaísmo influenciou tanto o cristianismo quanto o islamismo.

Em 1947, com a descoberta de pergaminhos em cavernas às margens do Mar Morto (os Manuscritos do Mar Morto), foi possível obter mais informações sobre os hebreus. Esses pergaminhos foram deixados por uma comunidade que viveu ali por volta do século I a.C.

O hebraico é uma língua semita, pertencente ao mesmo grupo do aramaico e de outras faladas na Mesopotâmia, baseada em estrutura de raízes tri consonantais, uma particularidade delas. Notável mesmo é verificar a utilização de mitos mesopotâmicos entre os hebreus.” Mitos mesopotâmicos incorporados na teologia judaica, como o Dilúvio, a Epopéia de Gilgamesh. Da Mesopotâmia os hebreus migraram para o território hoje conhecido como Palestina, sempre travando contato, usualmente

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belicoso, com seus vizinhos mais próximos desde tempos imemoriais.

Possivelmente uma seca muito grave na Região os tenha forçado a nova migração, desta vez para o Egito, ali se estabelecendo como um povo associado. Não há – fora dos textos considerados sagrados do judaísmo e do cristianismo – confirmação quanto ao fato de os hebreus de Goshen haverem, em algum momento, sido escravizados pelos egípcios. Fosse como fosse, estavam sujeitos à mesma tributação – que incluía o trabalho para o Estado – que os nativos de sua nova terra.

O Mito Segundo o sociólogo peruano José Carlos

Mariátegui: os povos capazes de construir um mito multitudinário, unificador e sólido, têm maiores chances de se perpetuar. O povo hebreu construiu um dos mais duradouros mitos multitudinários de que se tem notícia.

Conta a Torah – que consta do Pentateuco, bastante similar aos cinco primeiros livros da Bíblia cristã: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio – que Moisés era filho do casal hebreu Jocheber e Amram que, temendo por sua vida diante de um decreto do faraó sobre a morte dos recém-nascidos (de quem os hebreus esperavam um

redentor para a escravidão em que viviam), colocou-o numa cesta de vime e o lançou a Nilo. Dali foi recolhido pela filha de faraó que o criou como se fosse fruto de seu próprio ventre, criando-o como príncipe de sangue real egípcio. Por algumas circunstâncias acaba descobrindo sua origem e passa a lutar pela libertação da escravização de seu povo, sendo banido por faraó, dali se dirige à região de Midiã, encontra o sacerdote Jetro e se casa com sua filha Zípora. Ao pé do monte Sinai vê uma sarça que arde em chamas sem queimar, fica curioso, se dirige ao local e recebe a voz do “Deus sem Nome” decretando que volte ao Egito e liberte seu povo da escravidão.

De volta ao Egito, realiza uma série de milagres inclusive lançando várias pragas sobre o Egito - nuvens de gafanhotos, chuva de granizo em chamas, o rio Nilo se converte em sangue por sete dias, etc... – que acabam por “abrandar o coração de faraó” que se decide por permitir ao povo hebreu sair do Egito e voltar à Canaã, “terra onde emana Leite e Mel”.

Subindo ao Monte Sinai, ficando o povo no sopé à sua espera, Moisés medita e ergue profundas preces por quarenta dias. O povo, fatigado de esperar no deserto, retorna às crenças egípcias populares construindo ícones de deuses animais e se propõe a voltar ao Egito. No entretempo, o “Deus sem Nome” fala a Moisés dando-lhe as Tábuas da Lei com os Dez Mandamentos. Ao descer, enfurece-se com a idolatria e falta de fé de seu povo, arroja sobre os hereges as Tábuas da Lei, sobe novamente ao Monte e obtém novas Tábuas, desta vez escritas “pela própria mão de Deus” e decide que o povo seja punido com 40 anos de peregrinação no deserto até a chegada a Canaã – havia um caminho bem mais curto

Economia e Sociedade

A vida socioeconômica dos hebreus pode ser dividida em duas fases: a nômade e a sedentária.

A princípio, os hebreus eram pastores nômades (não tinham habitação fixa), que se dedicavam à criação de ovelhas e cabras. Os bens pertenciam a todos do clã, chefiados por um patriarca.

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Conduzidos por Abraão, deixaram a cidade de Ur, na Mesopotâmia, e se fixaram na Palestina (Canaã a Terra Prometida), por volta de 2000 a.C., com isso, foram deixando os antigos costumes das comunidades nômades. Na maior parte do tempo a economia

Na maior parte do tempo a economia era baseada na agricultura e na criação de ovelhas e cabras com a propriedade da terra coletiva. Somente a partir do reinado de Salomão é que os hebreus desenvolveram mais o comércio. Daí começaram a buscar o individualismo, o lucro, surgiram então às diferentes classes sociais e a exploração de uma classe pela outra.

A conseqüência dessas mudanças foi que grandes proprietários e comerciantes exibiam luxo e riqueza, enquanto os camponeses pobres e os escravos viviam na miséria.

Cultura A religião é uma das principais bases da

cultura hebraica e representa a principal contribuição cultural dos hebreus ao mundo ocidental.

A religião hebraica possui dois traços característicos: o monoteísmo e a idéia messiânica. A maioria dos povos da antigüidade era politeísta – acreditavam na existência de vários deuses – enquanto os hebreus adotaram o monoteísmo, acreditavam em um único Deus, criador do universo e que Jeová enviaria o messias e que libertaria o povo. Esta idéia messiânica foi divulgada pelos profetas. Acreditavam na vinda de um messias, um

enviado de Deus para conduzir os homens à salvação eterna. Para os cristãos esse messias é Jesus Cristo, o que os judeus não aceitam. Assim, continuam aguardando a vinda do messias.

A religião hebraica prescreve uma conduta moral orientada pela justiça, a caridade e o amor ao próximo. Entre as principais festas judaicas, destacam-se: a Páscoa, que na verdade representava a saída dos hebreus do Egito em busca da Terra Prometida – êxodo – além do pentecostes que recorda a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés; Guardavam também o sábado, resguardando-se de qualquer atividade.

Na literatura, destaca-se a Bíblia que é dividida por eles em: Livros históricos: que descrevem a própria história deles, desde Josué até a conquista e dominação Persa. São estes os livros de: Josué, Juízes, Samuel. Livros proféticos: são livros proféticos de acontecimentos futuros. Entre eles estão os livros de: Isaías, Daniel, Ezequiel e Amós. Livros didáticos: são os que ensinam princípios religiosos, morais e sociais. Entre eles têm-se os livros de: Jó, Salmos, Provérbios e o cântico de Salomão também chamado de Cântico dos cânticos.

Os hebreus nos influenciam muito em sentido religioso e literário, mas foram vagarosos no desenvolvimento científico. Na arquitetura destaca-se o Templo em Jerusalém, dedicado a Jeová, construído por Salomão.

Era dos Patriarcas Os hebreus eram dirigidos por patriarcas,

líderes políticos, que eram encarados como o “pai” da comunidade.

O primeiro grande líder, ou patriarca hebreu foi Abraão, segundo o antigo testamento. Abraão era mesopotâmico, originário de Ur, da Caldéia. Abraão conduziu os hebreus de Ur, rumo a Palestina (terra prometida). Chegaram por volta de 2000 a. C., viveram na Palestina por quase três séculos. Durante esse tempo, Abraão fundou uma cultura religiosa monoteísta. Eles saíram de Ur em direção a terra Prometida confiando na promessa de seu único Deus Jeová de levá-los a uma terra que mana ‘leite e mel’.

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Depois de Abraão, a liderança foi passando de pai para filho. De Abraão foi para Isaac e depois para Jacó. Este último teve um destaque interessante, pois Jacó teve seu nome mudado para Israel e tiveram doze filhos, que deram origem as doze tribos de Israel.

Mas tiveram tempos complicados. Os hebreus tiveram conflitos com vizinhos e uma terrível seca que assolou a Palestina, obrigando-os a emigrar para o Egito, onde permaneceram por mais de 400 anos. Eram perseguidos e escravizados pelos faraós.

Somente a idéia de libertação consolou um povo abatido e escravizado. Essa idéia veio por meio de Moisés. Os hebreus liderados por ele , fugiram do Egito. Essa fuga é conhecida como “Êxodo”. Podemos ver no êxodo, do relato bíblico algumas particularidades, como a ocasião em que o Deus dos hebreus , Jeová, abriu o mar Vermelho. Eles fugiram do Egito, perambularam 40 anos no deserto e por fim retornaram à palestina.

Durante a perambulação, Moisés não chegou a entrar na Palestina, por isso quem os conduziu até lá foi Josué, sucessor de Moisés. Mas para reapossarem a Palestina, os hebreus tiveram que travar intensas lutas com os cananeus e posteriormente com os filisteus, povos que ocuparam a região. Foram quase 2 séculos de lutas e nesse período os hebreus foram governados pelos juízes.

Era dos Juízes Com a morte de Moisés e o ingresso dos

hebreus na Palestina, tiveram de travar várias guerras contra os povos que ali viviam, principalmente os filisteus (palestinos). Aquelas lutas foram conduzidas pelos Juízes. Líderes militares, indicados das doze tribos que julgavam tudo. Esse período se estendeu por uns 300 anos, entre a conquista da Palestina ( chamada também de Canaã) até o início da monarquia.

“Juízes eram chefes militares cuja autoridade tinha uma fundamentação religiosa. Diziam-se enviados de Iavé para comandar o povo hebreu.” – Rubem Aquino.

Os palestinos foram subjugados inicialmente por seu primeiro Juiz, Josué, que destruiu Jericó, a ele se seguindo vários outros,

dentre os quais se destacam Sansão e Samuel. Para Samuel o povo hebreu pedia um rei, a exemplo da forma de governo existente entre outros povos da região em seu tempo.

Era dos Reis O primeiro rei hebreu foi Saul da tribo de

Benjamim. Durante o seu reinado o povo hebreu foi politicamente unificado. O reinado de Saul foi marcado por uma série de campanhas militares contra os filisteus (palestinos) e demais povos vizinhos, porém não teve sucesso em enfrentar os inimigos, se suicidou durante uma batalha ao ver que não conseguiria derrotar seus inimigos.

Naquele período ocorreu ainda, o enfraquecimento político do Egito e dos Estados Mesopotâmicos, favorecendo o fortalecimento do Estado Hebreu. Os filisteus ainda representavam muita ameaça aos hebreus, visto que lutavam pelo completo controle do território da Palestina. Isso fez com que os hebreus instituíssem a monarquia, para poder assim centralizar o poder e ter mais força para enfrentar os adversários.

Com a morte de Saul já no século XI a.C., sobe ao trono Davi, filho de Saul, este conseguiu mostrar eficiência nos combates militares. Toda a palestina foi subjugada e Jerusalém proclamada capital do Reino. Sob seu reinado criou-se um exército real e permanente – contando inclusive com mercenários estrangeiros; organizou-se uma forte burocracia estatal e um rigoroso sistema de impostos dotando ainda a monarquia de um caráter sagrado.

Segundo o já citado Jaime Pinsky, “...mesmo no seu momento máximo, o reino de Davi era insignificante se comparado aos grandes impérios egípcios, babilônicos ou hititas. Mas era o máximo que se edificava na região em séculos. Aos olhos dos hebreus, pouco mais que beduínos, então, aquilo devia ser considerado uma coisa de outro mundo e Davi passa a ser glorificado em prosa e verso. Lods lembra bem que a primeira referência de caráter messiânico entre os hebreus foi a esperança da volta à idade de ouro dos tempos do rei Davi.”

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Passando a monarquia hebraica a ser vitalícia e hereditária, com a morte de Davi sobe ao trono seu filho, Salomão, o sucedeu em 966 a. C., este ficou conhecido na história pela imensa fortuna e sabedoria que adquiriu. Tornou-se rei muito jovem, segundo a Bíblia, sua primeira esposa foi a filha de faraó, mas depois dela chegou a ter 700 esposas e 300 concubinas. Ampliou a participação no comércio, construiu várias obras públicas, como o famoso templo de Jerusalém, dedicado a Jeová. Os exageros iam da economia à cultura.

Mas haviam altos impostos e os camponeses trabalhavam muito nas construções. Isso gerou descontentamento geral que piorou com a morte de Salomão. O resultado foi que com o filho de Salomão, o reino acabou se dividindo. Criando o reino de Israel e o reino de Judá. Com as capitais em Samaria e Jerusalém, respectivamente.

O reino, com isso, ficou vulnerável e logo foi levado ao cativeiro pelos babilônios. Estes saquearam o templo em Jerusalém e destruíram tudo que viam pela frente. O cativeiro iniciou-se em 587 a. C. e durou até 538 a.C.. depois houve

o retorno a Palestina e o início da reconstrução das muralhas da cidade, do templo e da própria cidade.

Mais tarde, foram conquistados novamente pelos greco-macedônios e pelos romanos, em 70 d.C. Tito, general romano, destruiu Jerusalém e os hebreus abandonaram a Palestina. Esse abandono é chamado de Diáspora.

Cisma

Os elevados tributos cobrados por Salomão trouxeram enorme insatisfação ao povo, principalmente às dez tribos do Norte que se separaram sob a liderança de Jeroboão, formando um Reino independente, o reino de Israel, com capital em Samaria. As duas tribos do Sul que permaneceram fiéis a Salomão, formaram o Reino de Judá, com capital em Jerusalém. O Cisma enfraqueceu os hebreus, tornando-os presa fácil aos Estados expansionistas do Oriente Próximo.

Os Assírios, no reinado de Sargão II (721 a.C.) conquistaram o reino de Israel ao Norte e Nabucodonosor (586 a.C.) determinou o domínio e destruição de Jerusalém e, com a cidade, o famoso Templo de Salomão. Os hebreus foram levados como prisioneiros para a Babilônia – episódio conhecido como Cativeiro da Babilônia.

Anos mais tarde o Ciro, rei dos Persas, autoriza o retorno dos hebreus à Palestina, onde reconstruíram Jerusalém. O Templo também é reconstruído. Israel começa a ressurgir como província do grande Império Persa. Após o jugo persa os hebreus viram-se sucessivamente dominados pelos helenísticos (Grécia-Macedônia), pelos egípcios e finalmente pelos romanos.

Diáspora

Diante das muitas revoltas da população hebraica ao domínio romano no ano 70 d.C. estes destruíram novamente Jerusalém e o Templo – do qual só resta uma parede, o Muro das Lamentações. Sob as ordens do Imperador Romano Adriano os judeus foram expulsos da Palestina e proibidos de retornar àquela região. A este episódio dá-se o nome de Diáspora (dispersão).

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No ano de 136, sofreram a Segunda Diáspora, no reinado de Adriano (imperador romano), os judeus foram definitivamente expulsos da Palestina.

Dispersos pelo mundo, o povo israelita, organizou-se em pequenas comunidades. Unidos, preservaram os elementos básicos de sua cultura, como a linguagem, a religião e alguns objetivos comuns, entre eles voltar um dia à Palestina. Assim, os hebreus se mantiveram como nação, embora não constituíssem um Estado.

Após as atrocidades sofridas pelos judeus na Europa ao longo dos séculos, culminando com o grande genocídio perpetrado pelos nazistas, que mataram mais de seis milhões de judeus, estes conseguem junto à Organização das Nações Unidas, em 1948, a criação dos estados de Israel e da Palestina. Sob a égide da ONU e apadrinhamento dos EUA, os judeus recriam o seu Estado, mas jamais cumpriram a determinação da criação do Estado da Palestina, um dos principais motivos de a região viver em constante estado de guerra civil.

Fenícios O nome Fenícia deriva do nome grego da

área: Φοινίκη — Phoiníkē. O nome Espanha vem de uma palavra fenícia que significa "costa de coelho". Quanto à religião, os fenícios eram politeístas, e talvez admitissem sacrifícios

humanos. Enquanto Egito e Mesopotâmia colocam-

se como grandes impérios que se fundam na Antigüidade, tendemos a nos esquecer de outros

povos que hoje, talvez, suas permanências sejam muito mais presentes na nossa própria vida.

A Fenícia foi um antigo reino cujo centro se situava na planície costeira do que é hoje o Líbano, no Mediterrâneo oriental. Esta civilização desenvolveu-se entre os séculos XI e V a.C., estabelecendo colônias em todo o norte da África e sul da Europa. O período de apogeu dos fenícios, povo descendente dos cananeus, foi entre 1.200 a.C. até 800 a C.

Os fenícios, tal como os hebreus, eram um povo de origem semita. Por volta de 3000 a.C., estabeleceram-se numa estreita faixa de terra com cerca de 35 km de largura, situada entre as montanhas do Líbano e o mar Mediterrâneo.

Com 200 km de extensão, corresponde a maior parte do litoral do atual Líbano e uma pequena parte da Síria.

Por habitarem uma região montanhosa, Dispunham de poucas terras férteis para o desenvolvimento das atividades agrícola ou pastoril, mas contavam com um extenso litoral. Devido a essas características geográficas, que facilitavam mais o contato com o mar do que com a terra, os fenícios dedicaram-se às atividades marítimas, sendo considerados os maiores navegadores da Antigüidade. Segundo Heródoto, esse povo foi o primeiro a contornar o continente africano, a serviço do faraó.

A partir do século VIII a.C., a região (com exceção de Tiro) foi dominada por diversos povos. Primeiro vieram os assírios. Depois chegaram os novos babilônios e os persas.

Quando a Pérsia tomou controle da Fenícia, no século VI a.C., os persas passaram a utilizar a engenharia naval fenícia para tentar controlar o Mediterrâneo, o que não era tão mal visto pelos fenícios, já que os persas lhes davam certa autonomia política e religiosa, e os gregos eram seus inimigos há séculos. Na expedição de Xerxes em 480 a.C., havia três dos mais renomados "almirantes" fenícios em sua frota. Em certa feita, durante o reinado do rei persa Cambises II da Pérsia, os persas contavam com o apoio naval dos fenícios para conquistar o norte da África. Mas os navios retrocederam após um ataque ao Egito, pois constava nos planos dos persas um ataque à colônia fenícia de Cartago.

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Por fim, em 332 a.C., a Fenícia foi totalmente conquistada por Alexandre Magno, imperador da Macedônia.

Após o século V a.C., quando a Fenícia foi ocupada pelos macedônios de Alexandre, o Grande, a Fenícia deixou de existir como uma unidade política, e seu território original deixou de ser governada pelos fenícios. Vale lembrar que Alexandre tem fortes raízes na Grécia, inimigos dos fenícios. No entanto, suas colônias ao longo da costa do Mediterrâneo, como Cartago na Tunísia, Gadir na Espanha, Panormo na Sicília e Tingis (atual Tânger, no Marrocos) continuaram a prosperar como importantes portos e entrepostos comerciais, especialmente aquela primeira cidade, que se tornaria centro da civilização fenícia.

A influência fenícia declinou após as derrotas nas Guerras Púnicas contra o Império Romano, no século II a.C.

A sociedade e as cidades fenícias

As cidades-estado, em geral, eram comandadas por um rei, título transmitido pela hereditariedade. Quase sempre o rei governava com o apoio das pessoas influentes da cidade, como sacerdotes, os comerciantes e os membros do Conselho de Anciãos. Nesse conselho, destacavam-se os magistrados (sufetas).

Na sociedade fenícia, a posição social estava relacionada diretamente à riqueza. Dessa maneira, participava do governo uma elite de indivíduos ricos, composta de grandes comerciantes marítimos, donos de oficinas artesanais, negociantes de escravos e construtores de navios.

Com menos poder e importância, vinha a seguir, uma classe de pequenos proprietários e trabalhadores livres, entre eles artesãos, pescadores e camponeses. A parcela social mais explorada era composta por escravos e marinheiros pobres.

As suas principais cidades foram: Sídon, Tiro, Biblos e Beritus (atual Beirute), na Costa do Levante. No norte da África, existiram Cartago, Útica dentre outras. Na atual Itália, no extremo oeste da ilha da Sicília, havia uma cidadela portuária estratégica, rodeada de

muralhas, chamada Motya. Sarepta, no sul da Fenícia, região do atual Oriente Médio, é onde se realizaram as mais profundas escavações arqueológicas. Os Fenícios chegaram à Espanha e a atual Itália, fundando colônias onde hoje repousam cidades como Cádiz (ESP) e Palermo e Cagliari (ITA).

A população fenícia era formada pela seguinte escala social:

• empresários – eram pessoas que faziam o comércio marítimo e de escravos, donos de oficinas de artesanato.

• funcionários do governo e sacerdotes – eram a classe dominante.

• pequenos proprietários e trabalhadores

– classe formada por artesãos, pescadores, camponeses e marinheiros.

• escravos e marinheiros pobres – os oprimidos e mais prejudicados socialmente.

Os fenícios ficaram conhecidos como os grandes e melhores navegadores do mundo antigo. Seus navios com popas altas, boca larga, podiam ser movidos a vela ou a remo, tinham boa navegabilidade.

A Fenícia era, na verdade, um conjunto de cidades independentes entre si. Cada uma delas se constituía numa cidade-estado.

Algumas dessas cidades adotavam a Monarquia Hereditária; outras eram governadas por um Conselho de Anciãos, formados por grandes comerciantes, donos de terras e armadores.

As cidades fenícias disputavam entre si, e com outros povos, o controle das principais rotas de comércio. Entre o ano de 1000 a.C. e

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700 a.C., a cidade de Tiro destacou-se das demais por sua riqueza tornando-se a cidade mais importante pelo sucesso de sua vida comercial e marítima e pelo acúmulo de grandes riquezas, como ouro, marfim, pedras preciosas, perfumes, tapetes, etc. Foi nesse período que a Fenícia viveu seu maior desenvolvimento.

A economia Inicialmente, os fenícios viviam da pesca

e da agricultura. Mas, como a produção de alimentos não acompanhava o crescimento da população, logo passaram a dedicar-se também a outras atividades, como o artesanato e o comércio.

Para vender o que produziam e obter as matérias-primas de que necessitavam, os fenícios foram se voltando cada vez mais para o comércio marítimo, que logo se transformou na principal atividade econômico.

Os fenícios guardavam a sete chaves os segredos das técnicas de construção naval e de suas rotas de comércio.

Para consolidar e expandir suas relações comerciais, os fenícios fundaram inúmeras colônias que serviram como entreposto mercantil, em lugares como Chipre, Sicília, Sardenha e Sul da Espanha, além de Cartago, no norte da África, a mais importante colônia sendo estabelecida pelos tírios. Muitas alcançaram enorme progresso.

A maior parte dos produtos exportados pelos fenícios era feita nas oficinas dos artesãos, que se dedicavam à: Metalurgia (armas de bronze e ferro, jóias de ouro e prata, etc.); Fabricação de vidros; fabricação de tecidos finos na cor púrpura (tintura obtida com uma substância avermelhada extraída do múrice; molusco do Mediterrâneo);

De várias regiões do mundo antigo, os fenícios importavam metais, pedras preciosas, perfumes, cavalos, cereais, marfim etc.

Seus principais adversários comerciais, e conseqüentemente bélicos, eram os gregos, que paradoxalmente, são uma de suas primeiras e mais importantes influências (principalmente os micênios) sociais e políticas.

Cultura e Religião Os fenícios também eram artistas! Eles se especializavam na metalurgia e

por isso eram peritos em fundir, moldar e cinzelar objetos em ouro ou prata. Havia artesões excelentes em esculturas de madeira e de marfim. Modelavam também objetos de vidro e teciam lã e linho.

Na época dos reis Davi e Salomão, ficaram famosos como talhadores de pedras para construções e como madeireiros que entendiam tudo no abatimento das enormes árvores que existiam em suas florestas.

Houve um grande desenvolvimento nas artes. A escultura decorava e era feita em baixo relevo. A arquitetura foi responsável pela construção de palácios reais como os de Susã e de Persépolis. Eram famosos os pairidaeze, que eram jardins murados.

Os fenícios, como eram ligados a navegação, tudo que os dava orientação neste sentido era considerado como deus. Isso pode explicar o porquê de terem inúmeros deuses, principalmente os ligados a natureza

As sepulturas fenícias eram decoradas com motivos egípcios ou mesopotâmicos. Foram encontradas, na biblioteca de Ugarit, pequenas tábuas de argila contendo documentos administrativos, cânticos religiosos, hinos e textos mitológicos que trouxeram maiores informações sobre as crenças religiosas desse povo.

Os fenícios erguiam altares nas partes mais altas de suas cidades para sacrificar pequenos animais em oferenda aos deuses. Esses deuses representavam fenômenos da Natureza: Dagon representava os rios e anunciava as chuvas: Baal era o deus das alturas, tempestades e raios: Ayan e Anat, filhos de Baal, representavam as águas subterrâneas e a guerra, respectivamente. Os fenícios tinham deuses comuns, embora com nomes diferentes em cada local; por exemplo, na cidade de Tiro Baal era denominado Melqart.

O alfabeto, uma criação fenícia Os medos-persas usavam a escrita

cuneiforme, que trouxeram da Mesopotâmia.

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O que levou os fenícios a criarem o alfabeto foi justamente a necessidade de controlar e facilitar o comércio. O alfabeto fenício possuía 22 letras e era, portanto muito mais simples do que a escrita cuneiforme e a hieroglífica.

O alfabeto fenício serviu de base para o alfabeto grego. Este deu origem ao alfabeto latino, que, por sua vez, gerou o alfabeto utilizado atualmente no Brasil.

No princípio, todas as letras do alfabeto eram consoantes. Mais tarde, os gregos acrescentaram a elas as cinco vogais.

Infelizmente, os fenícios não deixaram literatura ou registros escritos em materiais resistentes ao tempo, e por esse motivo o que se sabe da sua escrita provém apenas de curtas inscrições em pedra.

O alfabeto criado pelos fenícios foi aprimorado pelos gregos e pelos romanos. Tal avanço constitui o maior legado da cultura fenícia nos nossos dias.

Avanços

A astronomia e a matemática foram aprimoradas pelos fenícios devido a sua atividade na agricultura, navegação e atividades comerciais.

Os fenícios também contribuíram com avanços para conservar seus escritos. Antes eram usados lâminas de barro cozido, eles agora passaram a usar rolos de papiro e tinta.

Nota: As últimas influências Fenícias caíram quando do fim das guerras púnicas quando Cartago, cidade que, como vimos, foi fundada por fenícios, cai perante o poder do Império Romano que se torna a partir de então a única grande potência do mundo antigo.

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Exercícios 01 (UFRGS 2003) Principal governante do primeiro império babilônico, o rei Hamurábi (1792-1750 a.C.) destacou-se pelas conquistas territoriais e pela forma de administração dos territórios conquistados. Em seu legado, podemos incluir a:

A) construção de um complexo conjunto arquitetônico em seu palácio suntuoso, conhecido como Os Jardins Suspensos da Babilônia.

B) criação de um sistema coerente de escrita para ser utilizada nos cultos religiosos praticados no império, denominada acádica-cuneiforme.

C) fixação, por escrito, dos costumes jurídicos num dos primeiros códigos de leis de que se tem notícia, o Código de Hamurábi.

D) organização de um exército permanente, composto por guerreiros profissionais assalariados, armados com equipamento de ferro.

E) realização da célebre Torre de Babel, construção de altura descomunal, mencionada no Antigo Testamento.

02 (UFSCar 2000) Entre as transformações havidas na passagem da pré-história para o período propriamente histórico, destacam-se a formação de cidades em regiões de:

A) solo fértil, atingido periodicamente pelas cheias dos rios, permitindo grande produção de alimentos e crescimento populacional.

B) difícil acesso, cuja disposição do relevo levantava barreiras naturais às invasões de povos que viviam do saque de riquezas.

C) entroncamento de rotas comerciais oriundas de países e continentes distintos, local de confluência de produtos exóticos.

D) riquezas minerais e de abundância de madeira, condições necessárias para a edificação dos primeiros núcleos urbanos.

E) terra firme, distanciada de rios e de cursos d’água, com grau de salubridade compatível com a concentração populacional.

03 (USP 2004) “Quanto às galeras fugitivas, carregadas de doentes e feridos, tiveram que enfrentar no rio Nilo, os navios dos muçulmanos que barravam sua passagem e foi um massacre quase total: os infiéis só pouparam aqueles que pudessem ser trocados por um bom resgate. A cruzada estava terminada. E foi cativo que o rei entrou em Mansourah, extenuado, consumido pela febre, com uma desinteria que parecia a ponto de consumi-lo. E foram os médicos do sultão que o curaram e o salvaram.”.

Joinville. Livro dos Fatos (A 1ª Cruzada de São Luiz)

Os acontecimentos descritos pelo escritor Joinville, em 1250, revelam que as Cruzadas foram:

A) organizadas pelos reis católicos, em comum acordo com chefes egípcios, para tomar Jerusalém das mãos dos muçulmanos.

B) conseqüência das atrocidades dos ataques dos islâmicos nas regiões da Península Ibérica.

C) uma resposta ao domínio do militarismo árabe que ameaçava a segurança dos países cristãos e do papado.

D) um movimento de expansão de reis cristãos e da Igreja romana nas regiões do mundo islâmico.

E) expedições militares organizadas pelos reis europeus em represália aos ataques dos bizantinos a Jerusalém.

04 (UNESP 2003) Na região onde atualmente se encontra o Líbano, instalou-se, no III milênio a.C., um povo semita, que passou a ocupar a estreita faixa de terra, com cerca de 200 quilômetros de comprimento, apertada entre o mar e as montanhas. Várias razões os levaram ao comércio marítimo, merecendo destaque sua proximidade geográfica com o Egito; a costa, que oferecia lugares para bons portos; e os cedros, principal riqueza, usados na construção de navios.

O contido nesse parágrafo refere-se ao povo:

A) fenício. B) hebreu. C) sumério. D) hitita. E) assírio.

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05 (UFRGS 2002) Relacione os povos antigos assinalados na coluna da direita com os respectivos rios indicados à esquerda. 1 - Azul e Amarelo ( ) Chineses 2 - Indo e Ganges ( ) Egípcios 3 - Jordão ( ) Hebreus 4 - Nilo ( ) Hindus 5 – Tibre ( ) Mesopotâmicos 6 – Tigre e Eufrates A seqüência numérica correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: (A) 5 - 1 - 2 - 6 - 3 (B) 1 - 4 - 5 - 2 - 6 (C) 2 - 4 - 6 - 5 - 3 (D) 6 - 3 - 4 - 5 - 1 (E) 1 - 4 - 3 - 2 – 6 06 (UNESP 2005) Uma equipe de pesquisadores retirou temporariamente a múmia do mais famoso faraó egípcio, Tutancâmon, de sua tumba para realizar uma série de tomografias em seus ossos. O objetivo È desvendar os mistérios e histórias que envolvem suas vida e morte – assassinato ou causa natural –, já a mais de três milênios.

(O Estado de S.Paulo, 05.01.2005.)

O fascínio que esse soberano egípcio exerce em nosso tempo deve-se, em parte, ao fato de sua tumba ter revelado a grande opulência em que viviam os faraós. Essa opulência era resultado:

A) do expansionismo do Império Egípcio, que subjugou os povos do Mediterrâneo, como os cretenses.

B) do domínio egípcio sobre as rotas das caravanas através do Saara, conduzidas pelos beduínos.

C) do regime de servidão coletiva, no qual os excedentes eram apropriados pelo Estado.

D) da crença no monoteísmo, que fazia com que os egípcios se preocupassem com a acumulação de bens.

E) da influência mesopotâmica que levou o Egito a adotar um modelo democrático de governo.

07 (UFRGS-98) Relacione a coluna da direita, que apresenta afirmações relativas a povos da Antigüidade, com a coluna da esquerda, que identifica os mesmos.

I. Fenícios ( ) Os sinais de sua escrita sagrada são conhecidos como hieróglifos.

II. Hebreus ( ) Buscavam e levavam mercadorias por toda a bacia do Mediterrâneo.

III. Babilônios ( ) Seu império era controlado pelo sistema de satrapias.

IV. Egípcios ( ) Os invasores de seu território provocaram a diáspora.

V. Persas ( ) Hamurábi unificou o império, desde a Assíria até a Caldéia.

A seqüência numérica correta, de cima para baixo, na coluna da direita, é

(A) I - II - V - IV - III (B) I - IV - III - II - V (C) IV - I - V - II - III (D) IV - II - V - I - III (E) V - I - III - IV - II

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08 (UFRGS-2000) Leia os itens abaixo que contêm possíveis condições para o surgimento do Estado nas sociedades da Antigüidade. I. Gradativa diferenciação da sociedade em classes sociais, impulsionada por uma divisão social do trabalho mais intensa, capaz de produzir excedentes de alimentos. II. Passagem da economia comunal para uma economia escravista, estimulada por guerras entre povos vizinhos, propiciando aumento da produção de excedentes e de trocas, com uma divisão do trabalho entre agricultura, pecuária e artesanato. III.Constituição da propriedade da terra e do regime de servidão coletiva nas sociedades orientais para que as grandes construções públicas fossem realizadas sob orientação dos grupos dirigentes. Quais dentre eles apresentam efetivas condições para tal surgimento? (A) Apenas I. (B) Apenas I e II. (C) Apenas I e III. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III. 09 (UFRGS-2000) O mapa a seguir apresenta a região da Mesopotâmia. A planície do Eufrates e do Tigre não constitui, como o vale do Nilo, um longo oásis no meio do deserto. Ela tem fácil comunicação com outras terras povoadas desde tempos remotos. Por isso, a história da civilização mesopotâmica está marcada por uma série de invasões violentas e de migrações pacíficas que deram lugar a um contínuo entrecruzamento de povos e culturas.

Entre esses povos, destacam-se:

A) egípcios, caldeus e babilônios. B) fenícios, assírios e hebreus. C) hititas, sumérios e fenícios. D) sumérios, babilônios e assírios. E) hebreus, egípcios e assírios. 10 (UFRGS-2000) O texto abaixo refere-se aos progressos de uma importante civilização dentro da História da Humanidade nos séculos VII ao

XIV da era cristã. A partir das informações fornecidas, identifique o povo que marca essa civilização, indicando, também, a religião, o livro sagrado, o profeta, a principal cidade e a atividade econômica que caracterizam esse povo. Um povo, até então quase desconhecido, unificara-se levado pelo impulso de uma nova religião. [...] Os mais antigos Estados desmoronavam e, do Sir-Daria ao Senegal, as religiões estabelecidas inclinavam-se diante de uma recém-chegada, a mesma que, hoje, contem cerca de 300 milhões de fiéis. A nova civilização resultantes destas conquistas alinhar-se-ia entre as mais brilhantes e seria, de vários pontos de vista, a preceptora do Ocidente, depois de ter por sua vez recolhido, vivificando-a, grande parte do legado antigo.

(PERROY, E. “A Preeminência das Civilizações Orientais”. In CROUZET, M. História Geral das Civilizações. Tomo III, 1º

vol., p. 95.)

A) árabes – Islamismo – Novo Testamento – Cristo – Bombaim – agricultura B) hebreus – Judaísmo – Antigo Testamento – Moisés – Jerusalém – comércio C) árabes – Budismo – Corão – Maomé – Meca – artesanato D) persas – Zoroastrismo – Livro dos Ensinamentos – Nostradamus – Bagdá – artesanato E) árabes – Islamismo – Corão – Maomé – Meca – comércio

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11 (UFRGS 2006) O atual Iraque abrigou territorialmente a parte da Antiga Mesopotâmia (“terra entre rios”), berço de ricas civilizações. Entre essas civilizações encontram-se os sumerianos, ao quais se caracterizavam por:

A) Apresentar uma comunidade constituída por clãs familiares independentes, onde a administração política descentralizada era exercida pelos patriarcas das aldeias.

B) Construir um império duradouro e unificado, imune, graças as suas defesas naturais e a seus grandes exércitos, aos perigos inerentes às migrações da sociedade nômades.

C) Representar uma sociedade liderada pela oligarquia mercantil e pelos proprietários de navios, cujo poder e riqueza advinham, sobretudo do comércio e do domínio dos mares do Oriente Médio.

D) Provocar uma ruptura entre a dimensão divina e a dimensão humana da figura real, dado que o Patesi não era o próprio Deus, como no Egito, mas apenas seu representante.

E) Formar um povo economicamente auto-suficiente, que não praticava relações comerciais com o exterior.

12 (UFSC 2000) Entre as civilizações da Antigüidade, que tiveram o Mar Mediterrâneo como cenário do seu desenvolvimento, destacaram-se os hebreus (Judeus, Israelitas), por terem sido o primeiro povo conhecido que afirmou sua fé em um único Deus. As bases da história, da filosofia, da religião e das leis hebraicas estão contidas na Bíblia, cujos relatos, em parte confirmados por achados arqueológicos, permitem traçar a evolução histórica e cultural do povo hebreu e identificar suas influências sobre outras civilizações.

Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S) nas suas referências à cultura hebraica.

01. Os hebreus destacaram-se em diferentes áreas do conhecimento humano e nos legaram os livros do Antigo Testamento (Tora).

02. O vínculo visível das influências do judaísmo sobre o cristianismo está na pessoa de Cristo, considerado O Messias pelas duas religiões.

04. Entre os princípios religiosos contidos na Bíblia está o politeísmo, isto é, a crença em muitos deuses.

08. O cristianismo e o islamismo, religiões que têm hoje milhões de seguidores, receberam influências do judaísmo.

16. O Pentateuco, o Talmud e o Alcorão representam o conjunto dos escritos que reúnem os preceitos do judaísmo.

13 (UFSC 2001) Leia o texto: Entre Adão e Deus, no paraíso, não havia mais que uma mulher; ela, porém, não encontrou um momento de descanso enquanto não conseguiu lançar seu marido para fora do jardim das delícias e condenar Cristo ao tormento da cruz.

VITRY, Jacques. Apud GIORDANI, Mário C. História do Mundo Feudal. Petrópolis, Vozes, Vol. 02, 1983. p. 210.

Analisando o texto de Jacques Vitry, um autor do século XIII e o papel da mulher nas sociedades da Antigüidade, na Idade Média e na Idade Moderna, assinale a(s) proposição(ões) VERDADEIRA(S).

01. Na maioria das sociedades da Antigüidade, com exceção da egípcia (onde algumas mulheres tiveram papel de relevo), a mulher tinha pouca importância, sendo considerada, freqüentemente, uma propriedade.

02. A mulher teve, nas sociedades clássicas, papel de extrema importância, uma vez que o núcleo básico da sociedade era a família do tipo matriarcal.

04. Como podemos perceber no texto, o preconceito contra as mulheres foi reforçado na Idade Média.

08. A visão preconceituosa do autor, em relação à mulher, é tão grande que atribui a ela a expulsão do homem do paraíso e, até mesmo, a condenação de Cristo à morte na cruz.

16. Em alguns momentos da História da Europa a mulher foi identificada como encarnação do mal. Muitas delas foram perseguidas, condenadas por heresias e bruxaria.

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32. Com o advento da imprensa, o desenvolvimento urbano e a disseminação das idéias liberais, as mulheres, gradativamente, passaram a ter condições iguais às dos homens. Já no início da Idade Moderna, na Inglaterra e na França, conseguiram o direito ao voto e o de serem eleitas para a Câmara dos Comuns (Inglaterra) e para a Convenção Nacional (França).

14 (UFSC 2005) Sobre o Egito antigo, é CORRETO afirmar que: 01. o rio Nilo foi de suma importância em vários aspectos da vida dos antigos egípcios. Não só a agricultura foi possível devido ao seu ciclo de cheias, como também a noção de tempo cíclico, base do pensamento egípcio, levou à crença na vida após a morte.

02. a construção das pirâmides atendia às necessidades da vida após a morte dos faraós. Esse tipo de construção foi caracte-rística da arquitetura funerária durante todo o período do Egito antigo e só foi possível graças à enorme mão-de-obra escrava exis-tente desde o Antigo Reino.

04. os egípcios antigos acreditavam em vários deuses que se relacionavam entre si e formavam seu sistema mitológico.

08. a despeito da influência islâmica, o Egito atual mantém as mesmas crenças religiosas do Egito antigo.

15 (UFSC 2006) “Bagdá - O famoso tesouro de Nimrud, desaparecido há dois meses em Bagdá, foi encontrado em boas condições em um cofre no Banco Central do Iraque em Bagdá, submerso em água de esgoto, segundo informaram autoridades do exército norte-americano. Cerca de 50 itens, do Museu Nacional do Iraque, estavam desaparecidos desde os saques que seguiram à invasão de Bagdá pelas forças da coalizão anglo-americana. Os tesouros de Nimrud datam de aproximadamente 900 a.C. e foram descobertos

por arqueólogos iraquianos nos anos 80, em quatro túmulos reais na cidade de Nimrud, perto de Mosul, no norte do país. Os objetos, de ouro e pedras preciosas, foram encontrados no cofre do Banco Central, em Bagdá, dentro de um outro cofre, submerso pela água da rede de esgoto. Os tesouros, um dos achados arqueológicos mais significativos do século 20, não eram expostos ao público desde a década de 90. Uma equipe de pesquisadores do Museu Britânico chegará na próxima semana a Bagdá para estudar como proteger os objetos.”

(O ESTADO DE SÃO PAULO. Versão eletrônica. São Paulo: 07 jun. 2003. Disponível em www.estadao.com.br.)

Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S) em relação às sociedades que se desenvolveram naquela região na Antigüidade. 01. A região compreendida entre os rios Tigre e Eufrates, onde hoje se localizam os territórios do Iraque, do Kweite (Kwait) e parte da Síria, era conhecida como Mesopotâmia.

02. Na Mesopotâmia viveram diversos povos, entre os quais podemos destacar os sumérios, acádios, assírios e babilônios.

04. A religião teve notável influência na vida dos povos da Mesopotâmia. Entre eles surgiu a crença em uma única divindade (monoteísmo).

08. Os babilônios ergueram magníficas construções feitas com blocos de pedra, das quais são exemplos as pirâmides de Gisé.

16. Os povos da Mesopotâmia, além da significativa contribuição no campo da Matemática, destacaram-se na Astronomia e entre eles surgiu um dos mais famosos códigos de leis da Antigüidade, o de Hamurábi.

32. Muitos dos povos da Mesopotâmia possuíram governos autocráticos. Entre os caldeus surgiu o sistema democrático de governo.

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16 (UFSC 2006) “O grande patriarca da Bíblia Hebraica é também o antepassado espiritual do Novo Testamento e o grande arquiteto sagrado do Alcorão. Abraão é o ancestral comum do judaísmo, do cristianismo e do islamismo. É a chave do conflito árabe-israelense. É a peça central da batalha entre o Ocidente e os extremistas islâmicos. É o pai - e, em muitos casos, o suposto pai biológico - de doze milhões de judeus, dois bilhões de cristãos e um bilhão de muçulmanos em todo o mundo. É o primeiro monoteísta da história”. (FEILER, Bruce. Abraão. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. p. 19.)

Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S) com base no texto e nos seus conhecimentos sobre os assuntos a que ele se refere.

01. O judaísmo, o cristianismo e o islamismo são religiões monoteístas que nasceram na mesma região do mundo, o Oriente Médio.

02. Embora os judeus e os cristãos encontrem na Bíblia muitas das suas crenças, o Alcorão é o livro sagrado comum ao judaísmo, ao cristianismo e ao islamismo.

04. O judaísmo, o cristianismo e o islamismo possuem elementos comuns em sua tradição.

08. Podemos encontrar, entre as muitas causas do conflito árabe-israelense, elementos relacionados à religião, como, por exemplo, a disputa por Jerusalém, cidade sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos.

16. A História registra uma convivência pacífica e a tolerância entre judeus, muçulmanos e cristãos, até a criação do Estado de Israel no século XX.

17 (UFSC 2008) Subitamente, entreabria-se o quadro sonoro para irromper o coro das lamentações. Acabavam no ar, lucíolas extintas, os derradeiros sons da harpa de David; perdia-se em ecos a derradeira antístrofe de Salomão; [...]. Clamavam as imprecações do dilúvio, os desesperos de Gomorra; flamejava no firmamento a espada do anjo de Senaqueribe; dialogavam em concerto tétrico as súplicas do Egito, os gemidos de Babilônia, as pedras condenadas de Jerusalém.

POMPÉIA, Raul. O Ateneu. São Paulo: Ática, 1990. p. 37.

Sobre os hebreus e os judeus, é CORRETO afirmar que: 01. David foi considerado o primeiro patriarca hebreu.

02. Senaqueribe foi o rei responsável pela retirada dos hebreus de Jerusalém para a Babilônia, fato este conhecido como Êxodo.

04. no século XX, após a Segunda Guerra Mundial, com a criação do Estado de Israel pela ONU, os judeus voltaram a se reunir em um território.

08. no primeiro milênio a.C., os hebreus foram retirados à força de Canaã pelos egípcios, que os levaram ao vale do rio Nilo e os fizeram escravos.

16. o dilúvio, narrado no Antigo Testamento, provavelmente foi inspirado em um relato muito mais antigo, conhecido pelos sumérios.

32. a construção do Templo de Jerusalém por Salomão foi um marco na centralização política dos hebreus durante o período monárquico.

64. a religião dos hebreus não teve qualquer importância na construção da identidade daquele povo.

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18 (UFPE 2001) Em relação à religião no antigo Egito, pode-se afirmar que:

A) a religião dominava todos os aspectos da vida pública e privada do antigo Egito. Cerimônias eram realizadas pelos sacerdotes a cada ano, para garantir a chegada da inundação e, dessa forma, boas colheitas, que eram agradecidas pelo rei em solenidades à s divindades.

B) a religião no antigo Egito, como nos demais povos da Antiguidade, não tinha grande influência, já que estes povos, para sobreviverem, tiveram que desenvolver uma enorme disciplina no trabalho e viviam em constantes guerras.

C) a religião tinha apenas influência na vida da família dos reis, que a usava como forma de manter o povo submetido a sua autoridade.

D) o período conhecido como antigo Egito constitui o único em que a religião foi quase inteiramente esquecida, e o rei como também o povo dedicaram-se muito mais a seguir a tradição dos seus antepassados, considerados os únicos povos ateus da Antiguidade.

E) a religião do povo no antigo Egito era bastante distinta da do rei, em razão do caráter supersticioso que as camadas mais pobres das sociedades antigas tinham, sobretudo por não terem acesso à escola e a outros saberes só permitidos à família real.

19 (UFPE 2001). Considere as alternativas abaixo, do ponto de vista da Antigüidade do Oriente Próximo e assinale Verdadeiro ou Falso: ( ) A maior parte das populações do Oriente Próximo desenvolveu atividades agrícolas em regime de servidão coletiva, por exemplo: a da Mesopotâmia e a do Egito.

( ) Com o aparecimento do excedente econômico nas antigas sociedades do Oriente Médio, surgiram camadas sociais distintas e, portanto, um novo conceito de propriedade – a eminente.

( ) A democracia surgiu nos Impérios Orientais como alternativa política à teocracia.

( ) Acreditando-se descendentes de um mesmo ancestral – o totem – as classes superior, intermediária e inferior, nessas sociedades, aceitaram seguir preceitos religiosos com muita resignação.

( ) O despotismo oriental predominou pela concentração de poderes nas mãos do monarca, cuja autoridade se sustentava em princípios religiosos.

A seqüência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: 01. V-V-F-V-F 02. F-V-F-F-F 04. F-V-F-V-V 08. V-V-F-F-V 16. V-F-F-F-V Gabarito: 01 (UFRGS 2003) – C; 02 (UFSCar 2000) – A; 03 (USP 2004) – D; 04 (UNESP 2003) – A; 05 (UFRGS 2002) – E; 06 (UNESP 2005) – C; 07 (UFRGS 98) – C; 08 (UFRGS 2000) – E; 09 (UFRGS 2000) – D; 10 (UFRGS 2000) – E; 11 (UFRGS 2006) – D; 12 (UFSC 2000) – 09; 13 (UFSC 2001) – 29; 14 (UFSC 2005) – 05; 15 (UFSC 2006) – 15; 16 (UFSC 2006) – 13; 17 (UFSC 2008) – 52; 18 (UFPE 2001) – A; 19 (UFPE 2001) – 08.