Apostila L&a Soldagem - Eletrodo Revestido

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Para a boa garantia nos processos de solda aqui fica um material de grande ajuda.

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    APOSTILA L&A SOLDAGEM

    PROCESSO DE SOLDAGEM POR

    ELETRODO REVESTIDO

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    APOSTILA L&A SOLDAGEM

    PROCESSO DE SOLDAGEM POR

    ELETRODO REVESTIDO

    SALVADOR

    2012

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    Copyright 2012 por L&A SOLDAGEM. Todos os direitos reservados

    rea Tecnolgica L&A Soldagem

    Elaborao: Victor quila

    Reviso Tcnica: Leandro Henrique Costa Soares / Otavio de Oliveira PiresJunior

    Catalogao na fonte__________________________________________________

    Escola de Soldagem L&ACentro de Formao de Soldadores.Soldagem por eletrodo revestido. Salvador, 2012.45p.

    I. Soldagem.

    ________________________________________________________

    ESCOLA DE SOLDAGEM L&A

    TV. Luiz Viana Filho, N 900 Itapu

    SalvadorBahiaBrasil

    CEP 41630-355

    Tel.: (71) 3375-1780

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    APRESENTAO

    Com o objetivo de apoiar e proporcionar a melhoria contnua do padro

    de qualidade e produtividade da indstria, a L&A Soldagem disponibiliza cursosde formao de soldadores dos processos MIG/MAG, arame tubular, TIG e

    eletrodo revestido. Estes cursos abordam contedos tericos e prticos que

    so direcionados para indstrias nos diversos segmentos, atravs de formao

    de profissionais aptos e qualificados, alm de propiciar conhecimentos

    vivenciados na indstria, a L&A soldagem entra com o papel de melhor garantir

    a entrada de soldadores no mercado de trabalho.

    Este material didtico foi preparado para funcionar como instrumento deconsulta e estudo. Possui informaes que so aplicveis de forma prtica no

    dia a dia do estudante, e apresenta uma linguagem simples e de fcil

    aprendizagem. Este mdulo entra com o papel de facilitar a assimilao do

    profissional de acordo com que visto no campo prtico.

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    SUMRIO

    1 INTRODUO A SOLDAGEM .................................................7

    1.1 Histrico da soldagem ........................................................71.2 O processo de soldagem.....................................................................7

    1.3 Mtodo de Unio de Metais.................................................................8

    1.4 Soldagem a Arco Eltrico.....................................................................9

    1.4.1 Corrente na soldagem..................................................................10

    1.4.2 Tenso na soldagem....................................................................11

    1.4.3 Corrente contnua.........................................................................11

    1.4.4 Corrente Alternada.......................................................................121.4.5 Polaridade.....................................................................................12

    1.5 Mecanismos de soldagem..................................................................12

    2 DESCONTINUIDADES...........................................................................14

    2.1 Descontinuidades comuns.................................................................14

    2.2 Falta de penetrao.............................................................................14

    2.3 Falta de Fuso......................................................................................15

    2.4 Mordedura............................................................................................15

    2.5 Porosidade...........................................................................................16

    2.6 Trincas longitudinais...........................................................................17

    3 TERMINOLOGIA DA SOLDAGEM........................................................19

    3.1 Terminologia Geral..............................................................................19

    3.2 Terminologia de soldagem.................................................................20

    4 SEGURANA NA SOLDAGEM.............................................................22

    4.1 Prticas de segurana na soldagem..................................................22

    4.2 Equipamentos de proteo individual...............................................22

    4.2.1 Roupas de proteo.....................................................................22

    4.2.2 Radiao de arco eltrico.............................................................24

    4.3 Inspeo e manuteno do equipamento e do trabalho..................26

    4.3.1 Para o soldador............................................................................26

    4.3.2 Para o trabalho em geral..............................................................26

    5 EQUIPAMENTOS...................................................................................27

    5.1 Equipamentos bsicos...............................................................27

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    5.2 Fonte de energia.........................................................................28

    5.2.1 Tipos de fonte de soldagem.........................................................28

    5.2.2 Seleo de fontes de energia.......................................................29

    5.3 Porta eletrodo........................................................................................30

    5.4 Cabos flexveis.......................................................................................30

    5.5 Acessrios.............................................................................................31

    6 SOLDAGEM ELETRODO REVESTIDO.................................................33

    6.1 Introduo..............................................................................................33

    6.2 Aplicaes do processo.......................................................................33

    6.3 Revestimentos.......................................................................................34

    6.4 Classificao dos eletrodos revestidos..............................................38

    6.5 Armazenamento e manuseio de eletrodos.........................................39

    7 POSIES DE SOLDAGEM.......................................................................40

    7.1 Junta de topo.........................................................................................40

    7.2 Juntas de filete......................................................................................41

    7.3 Soldas em tubulaes..........................................................................42

    7.4 Soldas em chapas com juntas de ngulo...........................................43

    7.5 Soldas em chapas com chanfro..........................................................43

    7.6 Soldas em tubos com chanfro.............................................................44

    8 REFERNCIAS.......................................................................................45

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    Introduo a Soldagem 1

    1.1 Histrico da soldagem

    A soldagem por eletrodo revestido teve origem na soldagem comeletrodo de carvo. Em 1885 Nicolai N. Bernardos desenvolve a soldagem poreletrodo de carvo, estabelecendo os princpios da soldagem por arco eltrico.

    Em 1905, tivemos os primeiros "eletrodos com revestimento"desenvolvidos por Oscar Kjeellberg, durante a queima do revestimento, estes

    liberam gases que evitam a contaminao da solda.

    At ento os processos mais utilizados para unio de metais, eram"soldagem por resistncia, oxicombustivel e rebites aquecidos", mas j nosmeados de 1920, o eletrodo revestido comeou a ser utilizado em larga escalapela industria naval inglesa, impulsionada pela Primeira Guerra Mundial.

    Atualmente o processo eletrodo bastante utilizado pela sua grande

    versatilidade, ao baixo custo de operao, simplicidade dos equipamentos

    necessrios e possibilidade de uso em locais de difcil acesso ou sujeitos aventos.

    1.2 O processo de soldagem

    Existem diversas maneiras de unir materiais, tendo uma mesma unio

    diversos processos envolvidos. O melhor mtodo aplicado ser definido pela

    sua garantia de uma boa produo, qualidade e menor custo empregado.

    Agregando tais valores, a soldagem entra como principal processo no que diz

    respeito fabricao, montagem e manuteno no ramo industrial.

    Soldagem consiste basicamente na juno de uma ou mais peas, que

    tende a garantir a continuidade das propriedades fsicas e qumicas de

    materiais metlicos. Este processo pode ou no ser realizado com material de

    adio (utilizao de um eletrodo ou vareta), ou at mesmo sem presena de

    uma fase lquida. Esse material de adio definido pelo acrscimo de material

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    depositado em uma determinada pea ou preenchimento de uma determinada

    cavidade.

    Existem diversas variaes da aplicao da soldagem podendo servir

    como juno de duas peas de reparo, superfcies desgastadas, ou at mesmo

    como revestimento para proteo.

    1.3 Mtodo de Unio de Metais

    Os processos de soldagem podem ser classificados de acordo como

    realizado a unio dos materiais. A seguir so mostradas tais classificaes:

    Soldagem por Fuso: A soldagem realizada pela juno de duas ou mais

    superficies, com ou sem metal de adiao. A figura 1 abaixo mostra um

    processo a arco eletrico com metal de adio.

    Soldagem por Resistncia: As bordas das peas so unidas por fundio,

    geralmente por presso, sem metal de adio.

    Soldagem por Presso: As bordas so unidas pela fora aplicada nas

    superfcies.

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    Brasagem:O material de adio aquecido e depositado no metal de base,

    ocorrendo apenas fuso do metal de adio.

    1.4 Soldagem a Arco Eltrico

    O arco eltrico uma descarga eltrica em um meio gasoso

    parcialmente ionizado, que geram uma fonte de calor capaz de fundir metais.

    Na soldagem por eletrodo revestido o arco eltrico se localiza entre a ponta do

    eletrodo e o metal de base.Em geral, o eletrodo fundido pelo arco e fornece

    metal de adio para a solda (soldagem com eletrodos consumveis), existindo

    processos em que o eletrodo (em geral, de tungstnio ou grafite) no se funde

    de forma que seja principal para o processo (soldagem com eletrodos no

    consumveis).

    Nos processos de soldagem arco, a quantidade de calor fornecida

    junta influencia nas dimenses e o formato do cordo de solda, dependendo da

    corrente e tenso eltricas fornecidas ao arco. Estes influem tambm na

    grande maioria dos processos na velocidade de soldagem, isto , a velocidade

    com que o arco deslocado ao longo da junta.

    A corrente na soldagem uma das variveis de fundamental importncia

    que determina penetrao do cordo de solda e a velocidade de fuso do

    eletrodo, consequentemente a taxa de deposio. A tenso na soldagem, em

    geral, controla o comprimento do arco, ou seja, a distncia entre a ponta do

    eletrodo e o metal base ou entre os eletrodos que mantm o arco e a largura

    do cordo de solda.

    Quanto maior for a velocidade de soldagem, menor ser a quantidade

    de energia recebida por unidade de comprimento da junta e, em geral, menoressero as dimenses do cordo. Finalmente, deve se deixar claro que, para se

    garantir uma estabilidade e controle adequados do processo e se obter um

    cordo de solda com um formato adequado, no se pode selecionar valores de

    corrente, tenso e velocidade de soldagem de forma aleatria.

    No que diz respeito ao arco eltrico, a soldagem apresenta uma srie de

    particularidades, iniciando pelo fato de que, por razes de segurana, a maioria

    da tenso de trabalho comum utilizadas nos processos mais usuais de at

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    100 V, enquanto que para iniciar uma descarga eltrica no ar so necessrios

    cerca de 5000 V.

    importante estudar o comportamento do arco eltrico na soldagem,

    porque atravs dele que o processo de soldagem ocorre. Uma soldagem

    com boa qualidade dada atravs do perfeito entendimento e controle do arco

    eltrico. O calor fornecido pelo arco gera a poa de fuso, e consequentemente

    atravs de reaes qumicas, a homogeneizao das partculas dos materiais a

    serem soldadas. As foras geradas no arco so responsveis pela

    transferncia do metal de adio do eletrodo at a pea. Em grande parte, o

    projeto da fonte de soldagem determinado pela necessidade de estabilizar o

    arco eltrico.

    1.4.1 Corrente na soldagem

    Considerando todas as variveis do processo constantes, aumentando

    apenas a corrente, ou seja, obtm-se uma maior penetrao do cordo de

    solda, com maiores profundidades. De acordo com a tabela abaixo se observa

    as variaes do cordo de solda e de suas propriedades de acordo com a

    variao da corrente.

    Tabela 1Variveis e perfil do cordo.

    Velocidade de

    AlimentaoBaixa Mdia Alta

    Corrente Baixa Mdia Alta

    Taxa Deposio Pequena Mdia Grande

    Penetrao Baixa Mdia Alta

    Perfil do Cordo

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    1.4.2 Tenso na soldagem

    Em relao tenso temos diferentes caractersticas, mas com a sua

    variao podemos adquirir propriedades significativas no arco como o principaldele que o aumento do aporte trmico. Alm disso, pode-se causar um

    alargamento e achatamento do cordo, crescimento da largura da poa de

    fuso. Entretanto essa variao muito alta pode causar problemas como

    aumento da ZTA (Zona Termicamente Afetada), porosidade, respingos e

    mordeduras. Outro fator, com a diminuio da tenso, seria aumentar a altura

    do cordo e seu estreitamento. A tabela abaixo mostra as diferenas no cordo

    quando se varia a tenso.

    Tabela 2 Perfil do cordo de solda com as variaes da tenso e do arco

    Tenso Alta Mdia Baixa

    Arco Longo Mdio Curto

    Perfil do Cordo

    1.4.3 Corrente contnua (CC)

    Corrente continua pode ser definida como a que se obtm a partir do

    estabelecimento de uma diferena de potencial entre dois terminais (plos)

    cujas polaridades so invariveis no tempo. A corrente que sai das fontes de

    soldagem apesar de sofrerem uma pequena variao, afins didticos

    considerada corrente contnua constante.

    Quando a intensidade de uma corrente contnua varia periodicamente no

    tempo denominada de corrente continua pulsada. Este tipo de corrente pode

    ser utilizado na soldagem TIG e MIG/MAG quando se deseja obter efeitos

    diferenciados.

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    1.4.4 Corrente Alternada (CA)

    Corrente alternada pode ser definida como a que se obtm a partir do

    estabelecimento de uma diferena de potencial eltrico entre dois terminais,

    cuja polaridade alternadamente positiva e negativa.

    1.4.5 Polaridade

    Propriedade que determina o sentido da passagem de corrente eltrica

    por um trecho de um circuito eltrico, ou seja, o potencial de um extremo a

    outro. A polaridade na soldagem pode ser classificada como direta e inversa.

    Independente da polaridade (direta ou inversa) a corrente eltrica

    sempre passada do plo negativo para o positivo.

    Na polaridade direta considerado como referncia sempre o eletrodo

    (plo negativo) e a pea como plo positivo.

    Na polaridade inversa considerado como referncia sempre o eletrodo

    (plo positivo) e a pea plo negativo.

    1.5 Mecanismos de soldagem

    Dos mecanismos usados nos processos de soldagem, existem 4 tipos

    que esto classificados abaixo:

    Soldagem Manual: considera soldagem manual quando o soldador

    realiza 4 operaes:

    - Manuseia a tocha/eletrodo no cordo de solda (descendente);- Manuseia a tocha/eletrodo na linha da soldagem

    (deslocamento);

    - Anlise do cordo de solda;

    - Anlise de qualidade e acabamento.

    Soldagem semi-automtica:Soldador realiza as operaes:

    - Manuseia a tocha/eletrodo na linha da soldagem(deslocamento);

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    -Anlise do cordo de solda;

    - Anlise de qualidade e acabamento.

    Soldagem Mecanizada: Operador realiza:

    -Anlise de qualidade e acabamento;

    -Avaliao e procura da linha a ser soldada.

    Soldagem Automtica: Quando o soldador no realiza nenhuma

    funo ou:

    -Anlise do cordo, acabamento e qualidade.

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    Descontinuidades 2

    2.1 Descontinuidades comuns

    O processo de soldagem por eletrodo revestido, o emprego correto de

    suas variveis tais como a tenso e corrente de soldagem, a utilizao correta

    dos eletrodos no menos importante, a tcnica de manipulao (que envolve a

    experincia do soldador e/ou a automatizao do processo) favorecem a uma

    boa qualidade na soldagem. Porm, defeitos de solda podem ocorrer por

    prticas inadequadas na soldagem.

    Geralmente os defeitos encontrados so porosidade, trincas, falta de

    fuso, mordedura.

    2.2 Falta de penetrao

    Falta de penetrao a ausncia de profundidade da solda na pea.

    Geralmente ocorre devido a uma baixa corrente de soldagem, podendo ser

    corrigida simplesmente aumento dessa corrente. Outras causas podem ser

    angulao incorreta da tocha e baixa velocidade de soldagem. A figura abaixo

    mostra exemplos de falta de fuso.

    Figura 2 -Exemplos de falta de penetrao

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    2.3 Falta de Fuso

    Falta de fuso a ausncia de fuso entre o metal de solda e pea a ser

    soldada. A causa mais comum para este defeito uma baixa velocidade de

    soldagem, conseqncia de uma tcnica de soldagem deficiente. Outro

    inconveniente o uso de uma junta de solda muito larga, o metal de solda

    fundir sem fundir as paredes da pea. Mesmo sendo possvel soldar sobre

    xido de ferro (ferrugem), o excesso do mesmo pode causa falta de fuso na

    soldagem. A figura abaixo mostra um exemplo de falta de fuso em uma junta

    de topo.

    Figura 3 - Exemplo de falta de fuso

    2.4 Mordedura

    Mordedura um baixo relevo das bordas do cordo de solda (entalhe do

    metal de base ao longo das bordas do cordo). muito comum em juntas

    sobrepostas, ocorrendo, porm em juntas de topo e em ngulo. Esse defeito

    causado principalmente por: alta velocidade da soldagem (a solidificao ser

    extremamente alta e as foras de tenso superficial arrastaro o metal fundido

    para o centro do cordo), tenso do arco em nveis excessivos (que

    influenciar no comprimento do arco, que deve ser mantido curto para evitar

    mordeduras, aumentar a penetrao e, consequentemente, garantir a

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    integridade da solda) e correntes de soldagem excessivas. A figura abaixo

    mostra exemplos de mordeduras em juntas de topo e sobrepostas.

    Figura 4- Exemplos de mordedura

    2.5 Porosidade

    Porosidade o aprisionamento de gases dentro do cordo aps a

    solidificao. A porosidade pode estar espalhada aleatoriamente pelo cordo

    ou concentrada no centro do mesmo. Acontece devido contaminao por ar

    atmosfrico (contaminao proveniente do excesso ou escassez de gs de

    proteo, ou correntes de ar excessivas, que arrastaro o gs da regio da

    poa), excesso de oxidao na pea utilizada (fonte de oxignio e umidade),

    presena de sujeira. Outros inconvenientes so taxa de solidificao muito alta,

    velocidade de soldagem alta e valores de corrente muito baixos. A figura

    abaixo mostra exemplos de porosidade em soldas de ngulo e topo.

    Figura 5 - Exemplos de porosidade

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    2.6 Trincas longitudinais

    Trincas longitudinais so fissuras que ocorrem em sentido longitudinal

    da pea, no sentido do cordo, e podem ocorrer a quente ou a frio. Trincas a

    quente, que ocorrem em temperaturas elevadas onde o cordo de solda ainda

    est se solidificando totalmente, so resultantes da escolha de arames de

    solda incorretos e/ou circunstncia que deixem o cordo de solda com

    superfcie excessivamente cncava, e trincas a frio, onde o cordo j se

    encontra totalmente solidificado, ocorrem quando a seo transversal muito

    pequena para suportar as tenses atuantes ou devido presena de

    hidrognio fusvel. A figura abaixo mostra exemplos de trinca longitudinais.

    Figura 6 exemplos de trincas longitudinais

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    A figura abaixo mostra a descrio das descontinuidades mais comuns.

    Figura 7 Descontinuidades mais comuns nos processos de soldagem

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    Terminologia da Soldagem 3

    3.1 Terminologia Geral

    A terminologia da soldagem so palavras ou expresses tcnicas que

    so usadas para melhor caracterizar e propiciar um melhor entendimento na

    soldagem.

    Esta terminologia empregada nacionalmente, e determinada pela

    norma AWS A 3.0, conforme a tabela 3 abaixo.

    Tabela 3 Designao abreviada dos processos de soldagem

    Designao AWS Processos de

    Soldagem

    EGW- electrogas welding soldagem eletro-gs

    ESW- electroslag welding soldagem por eletro-

    escria

    FCAWflux cored arc

    welding

    soldagem com arame

    tubular

    GMAW- gas metal arc

    welding

    soldagem MIG / MAG

    GTAW- gas tungsten arc

    welding

    soldagem TIG

    OAW- oxyacetylene

    welding

    soldagem oxi-

    acetilnica

    OFW- oxyfuel gas welding soldagem a gs

    PAW- plasma arc welding soldagem a plasma

    RW- resistance welding soldagem por

    resistncia eltricaSAW- submerged arc

    welding

    soldagem a arco

    submerso

    SMAW- shielded metal are

    welding

    soldagem com eletrodo

    revestido

    Sw- stud welding solda de pino

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    3.2 Terminologia de soldagem

    Abertura da raiz- mnima distncia que separa as superfcies a serem unidas

    por soldagem ou processos afins. (ver figura 8 (a) e (b)).

    ngulo do bisel- ngulo formado entre a borda chanfrada da superfcie e um

    plano perpendicular superfcie (mais ou menos a metade do ngulo do

    chanfro). (ver figura 8 (a) e (b)).

    ngulo do chanfro - ngulo integral entre as bordas chanfradas das

    superfcies. (ver figura 8 (a) e (b)).

    Bisel- borda da superfcie a ser soldada preparada na forma de ngulo (ver fig. 8 (a) e

    (b)).

    Figura 8 -(a) Junta preparada de topo, (b) junta preparada de ngulo (AWS,2003).

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    Cobre-junta - material (metal de base, solda, material granulado, cobre oucarvo), colocado na raiz da junta a ser soldada, com a finalidade de suportar ometal fundido durante a execuo da soldagem.

    Goivagem - operao de fabricao de um bisel ou chanfro pela remoo de

    material.

    Martelamento- trabalho mecnico, aplicado zona fundida da solda por meiode impactos, destinado a controlar deformaes da junta soldada.

    Junta dissimilar - junta soldada, cuja composio qumica do metal de basedos componentes difere entre si significativamente.

    Perna de solda- distncia da raiz da junta margem da solda em ngulo.

    Passe de revenimento - passe ou camada depositado em condies quepermitam a modificao estrutural do passe ou camada anterior e de suaszonas afetadas termicamente.

    Solda autgena - solda de fuso sem participao de metal de adio.

    Solda de aresta- solda executada numa junta de aresta.

    Ps-aquecimento- aplicao de calor na junta soldada, imediatamente aps adeposio da solda, com a finalidade principal de remover hidrognio difusvel.

    Pr-aquecimento- Aplicao de calor no metal de base imediatamente antesda soldagem, brasagem ou corte.

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    Segurana na Soldagem 4

    4.1 Prticas de segurana na soldagem

    Assim como todo processo industrial, no diferentemente a soldagem,

    se necessrio alguns cuidados com relao segurana tanto do soldador

    como do ambiente ao seu redor. Caso essas medidas no sejam impostas ou

    sejam ignoradas, os soldadores podem ficar expostos a choques eltricos,

    expostos a radiao, inalao excessiva de gases e at mesmo possveis

    exploses e acidentes fatais.

    4.2 Equipamentos de proteo individual

    4.2.1 Roupas de proteo

    Dentre os processos de soldagem, mais comum a arco eltrico, estes

    propiciam uma gerao de calor muito intensa, geram uma quantidade de

    luminosidade elevada, e freqentemente respingos de metal lquido. Para

    melhor garantir tais cuidados de extrema importncia utilizao de

    equipamentos que protejam o corpo, cabea e principalmente os olhos, sem

    que o soldador seja limitado em movimentos e manuseios operacionais.

    Devido sua maior durabilidade e resistncia ao fogo, roupas de couro

    so mais apropriadas para serem usadas. Tecidos sintticos ou algodo no

    devem ser usados a no ser que tenham sido devidamente tratadas para

    resistirem ao fogo. Se possvel, mantenha as roupas limpas de graxa ou leo,

    pois essas substncias podem pegar fogo e queimar incontrolavelmente na

    presena de oxignio.

    Evite fazer dobra em suas luvas ou calas, pois fascas ou metal quente

    pode cair nestas dobras. Ainda, mantenham as pernas das calas sobrepondo

    suas botas (no dentro das botas) para evitar que as partculas quentes caiam

    dentro das botas. Sugere-se o uso de botas de couro, com pescoo longo ebiqueira de ao.

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    Processo eletrodo revestido

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    Outras roupas de proteo que podem ser utilizadas so: avental,

    perneira, ombreira, toucas. Alm de melhor garantir proteo fsica, tais roupas

    protegem contra choque eltrico.

    Medidas que podem prevenir acidentes com choque eltrico diminuir

    ao mximo a umidade. Sempre que o soldador estiver transpirando muito,

    tomar cuidado com o contato em partes que sejam sucessveis a passagem de

    corrente eltrica. As fotos abaixo mostram alguns dos equipamentos de

    segurana que devem ser utilizados pelo soldador ao se realizar servios

    relacionados a soldagem.

    Figura 9 EPIs para o corpo

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    Figura 10 Luva e mscara facial

    4.2.2 Radiao de arco eltrico

    essencial que seus olhos estejam protegidos da radiao do arco.

    Uma pequena exposio aos raios ultra violeta (UV) pode causar srios danos

    a viso. Algo conhecido e mais comum de acontecer na maioria dos soldadores

    o fenmeno chamado flash do soldador. Embora essa condio seja sentida

    vrias horas aps a exposio, estas causam um grande desconforto, e poderesultar em inchao dos olhos, secreo de fluidos e cegueira temporria.

    Normalmente, o flash do soldador temporrio, mas a repetio ou

    exposio prolongada pode levar a uma leso permanente dos olhos. Outra

    recomendao importante a no utilizao de lentes de contato em pessoas

    que estejam em contato com a radiao do arco eltrico. Este pode causar a

    colagem da lente, agregando srios riscos viso.

    Capacetes e mascaras de proteo previnem danos causados pelaradiao do arco. O filtro encaixa-se numa janela na parte frontal da mascara e

    pode ser removido e recolocado facilmente. As mascaras so feitas de fibra de

    vidro, para tambm proteger sua cabea, face, ouvido e pescoo de choques

    eltricos, calor, fascas, e chamas. Abaixo segue a tabela que mostra o filtro

    mais indicado para cada tipo de processo com suas respectivas caractersticas.

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    Tabela 4Tipos de filtros utilizados na soldagem

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    4.3 Inspeo e manuteno do equipamento e do trabalho

    importante antes de comear qualquer processo de soldagem, utilizar

    entre 5 10 minutos verificando os equipamentos, aparelhos e acessrios que

    sero utilizados para melhor garantir uma soldagem com maior qualidade.

    4.3.1 Para o soldador

    verificar se todas as conexes esto bem apertadas, incluindo o cabo

    terra do equipamento;

    verificar se o porta eletrodo e os cabos de soldagem encontram se em

    boas condies;

    verificar se os ajustes esto corretos para o trabalho que voc est para

    comear.

    4.3.2 Para o trabalho em geral

    verificar as condies da rea de trabalho: deve-se seguir as

    precaues de segurana normais ou deve-se usar equipamentos e

    protees especiais;

    verificar se os cabos de soldagem so de bitola adequada para o seu

    trabalho;

    verificar se os cabos esto distribudos a evitar superaquecimento. No

    se deve deixar os cabos enrolados durante a soldagem para evitar o

    efeito bobina;

    verificar se os cilindro de gases esto distribudos adequadamente;

    verificar se os cilindros esto em segurana;

    verificar se a pea de trabalho est estvel e fcil de alcanar de onde

    voc est posicionado;

    verificar se cabo terra est conectado seguramente;

    verificar se o isolamento entre seu corpo e a pea de trabalho

    suficiente;

    verificar se h ventilao suficiente na sua rea de trabalho.

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    Equipamentos 5

    5.1 Equipamentos bsicos

    Os equipamentos utilizados na soldagem por eletrodo revestido so bem

    simples, e de fcil manuseio e execuo, estes so:

    Fonte de energia.

    Alicate para a fixao dos eletrodos.

    Cabos de interligao.

    Pina para ligao a pea.

    Equipamento para limpeza da solda.

    A figura 11 mostra os equipamentos e acessrios bsicos utilizados na soldagem por

    eletrodo revestido.

    Figura 11 Equipamentos e acessrios da solda por eletrodo revestido

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    5.2 Fonte de energia

    Ponto de alimentao da energia eltrica e uma diferena de potencial

    (DDP) ao processo, seguindo os seguintes requisitos abaixo:

    a) Produzir sadas de corrente e tenso em nveis e com caractersticas

    adequadas para o processo de soldagem (baixa tenso e alta corrente);

    b) Permitir a regularem adequada dos valores de corrente e/ou tenso

    para as aplicaes a que se destinam;

    c) Controlar a variao da intensidade e forma dos sinais de corrente

    e/ou tenso, de acordo com os requerimentos do processo de soldagem e

    aplicao.

    Entre as fontes de soldagem aplicadas no processo com eletrodo

    revestido, o transformador para corrente alternada geralmente o mais

    empregado devido ao baixo custo e fcil manuteno. A soldagem pelo

    processo de eletrodo revestido pode ser realizada em corrente contnua ou

    alternada, a depender do revestimento utilizado no processo. Na corrente

    contnua, podem ser utilizadas: unidades geradoras ou transformador-

    retificador. As fontes geradoras so utilizadas em locais onde no h

    disponibilizao de energia suficiente, em caso contrrio, os retificadores

    tendem a ser preferidos em virtude de sua operao silenciosa, baixo custo de

    operao e reduzida manuteno devido ao nmero mnimo de partes mveis.

    5.2.1 Tipos de fonte de soldagem

    As fontes de soldagem utilizadas nos processos variam a depender da

    necessidade de cada empresa, servio a ser realizado, processo utilizado ou

    at mesmo a disponibilidade de uso do equipamento. As mais comuns

    utilizadas no mercado so as do tipo: transformador, tranformador - retificador,

    geradores e inversoras.

    O transformador um dispositivo que transfere energia eltrica de um

    circuito de corrente alternada para outro atravs de um campo magntico sem

    modificar a freqncia.

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    O transformador-retificador transforma a corrente alternada da rede em

    corrente contnua disponvel para a soldagem, mas tambm pode trabalhar

    com corrente alternada, caso tenha um sistema para desligar a parte do

    retificador. O transformador, que pode ser monofsico e trifsico, responsvel

    pela diminuio da tenso da rede para tenso de soldagem e aumento da

    intensidade de corrente da rede para intensidade de corrente de soldagem, j o

    retificador, transforma a corrente alternada monofsica ou trifsica em corrente

    continua.

    O gerador de soldagem um dos tipos mais antigos de fonte de energia

    para soldagem a arco, que gera corrente contnua ou alternada. usada mais

    extensivamente para trabalhos em canteiros, particularmente onde um

    suprimento eltrico adequado no disponvel.

    5.2.2 Seleo de fontes de energia

    A escolha correta de uma fonte de soldagem depende diretamente do

    tipo de servio que se deseja realizar, e um dos fatores que influenciam

    bastante na qualidade da soldagem. O emprego de uma fonte CA, CC ou

    CC/CA pelo processo Eletrodo Revertido depende do tipo de soldagem a ser

    realizada e dos eletrodos utilizados. Antes de se escolher a fonte ideal para o

    processo, deve antecipadamente verificar alguns itens:

    Seleo do eletrodo A corrente CC (Corrente Contnua) emprega

    uma faixa maior de eletrodos em comparao a CA (Corrente Alternada).

    Espessura do metal de base Chapas finas so mais facilmente de

    serem soldadas com corrente CC, por usar correntes baixas e de se manter o

    arco.

    Distncia pea Caso a distncia da pea a fonte for grande,

    recomendado que se utilize CA devido menor queda de tenso.

    Posio de soldagem Na CC usam-se correntes baixas, mais

    adequada para a soldagem nas posies sobre-cabea e vertical que a

    soldagem com CA. Esse tipo de corrente pode ser empregado para a soldagem

    fora de posio, se forem selecionados eletrodos adequados.

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    5.3 Porta eletrodo

    O porta eletrodo serve para a fixao e energizao do eletrodo.. As

    garras devem estar sempre em bom estado de conservao, para previnir seu

    superaquecimento e fixado adequadamente. Para ser utilizado em valores de

    corrente mais elevada, um porta-eletrodo deve ser mais robusto, o que far

    com que seu peso aumente. Como o peso um fator determinante na fadiga

    do Soldador, deve-se sempre procurar especificar o menor porta-eletrodo

    possvel para a faixa de corrente na qual se pretende trabalhar.

    Figura 12porta eletrodo para fixao do eletrodo revestido

    5.4 Cabos Flexveis

    Existem dois tipos de cabos flexveis, o que transfere energia eltrica da

    fonte para o porta eletrodo (de soldagem) e o que transfere energia eltrica da

    pea para fonte (retorno). Tais cabos devem ser bastante flexveis, devido a

    necessidade de mobilidade em locais de difcil acesso. Outra observao a

    necessidade de uma cobertura de material isolante, para que se evite

    acidentes por choque eltrico.

    A bitola dos cabos devem estar relacionados a corrente de soldagem, o

    comprimento total dos cabos, ciclo de trabalho do equipamento e fadiga do

    operador.

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    5.5 Acessrios

    Alm dos equipamentos bsicos utilizados para realizao da soldagem,

    tais acessrios so de fundamental importncia na soldagem por eletrodo

    revestido;

    Picador:utilizado para remoo de escria do cordo de solda.

    Figura 13picador utilizado para retirada de escria do cordo

    Esmerilhadeira: Mquina utilizada para desbastar ou cortar

    determinada superfcie.

    Figura 14 Esmerilhadeira para desbaste ou corte

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    Escova manual: Escova de ao utilizada para limpeza, principalmente entre

    passes.

    Figura 15Escova de ao usado na limpeza

    Escova rotativa: Escova em forma de disco utilizada na esmerilhadeira

    porttil.

    Figura 16Disco rotativo para esmerilhadeira

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    Soldagem eletrodo revestido 6

    6.1 Introduo

    A soldagem por eletrodo revestido uma soldagem a arco eltrico, onde

    se tem como finalidade a unio de materiais, devido ao calor provocado entre

    eletrodo e pea, eletrodo este que consumvel no processo de soldagem.

    Esse eletrodo constitudo por uma alma metlica que revestida por uma

    mistura de materiais, que durante a solidificao do material protegem o cordo

    de solda formando uma cobertura chamada de escria. Este revestimento tem

    um papel muito importante na poa de fuso e no arco eltrico, por esse motivo

    importante o conhecimento sobre os tipos de revestimento.

    Figura 17Soldagem por eletrodo revestido

    6.2 Aplicaes do processo

    O processo por eletrodo revestido utilizado em larga escala no

    segmento industrial, devido a sua alta versatilidade do processo em termos de

    ligas soldveis e faixa de espessura aplicveis entre 1,5 mm a 30 mm e em

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    qualquer posio de soldagem. Possui uma boa variabilidade de aos como

    ao-carbono, aos de baixa, mdia e alta liga, aos inoxidveis, ferros

    fundidos, alumnio, cobre, nquel.

    Em contrapartida este tipo a qualidade da soldagem depende muito da

    qualidade e experincia do soldador. necessrio habilidade e concentrao,

    mesmo possuindo equipamentos e acessrios adequados, para que se

    obtenha uma solda com qualidade.

    6.3 Revestimentos

    O revestimento pode ser constitudo por misturas de compostos

    orgnicos ou minerais, que tem finalidade especfica na poa de fuso e no

    arco eltrico, como por exemplo, na formao de escria com agentes

    desoxidantes, na adio de componentes e ligas metlicas, na formao de

    gases de proteo da poa de fuso, alm de proporcionar a estabilidade do

    arco eltrico. Os elementos que formam os gases da proteo da poa so

    aqueles que formam gases como (CO, CO2 e H2), j os elementos

    estabilizadores do revestimento so os que se dissociam no arco eltrico

    formando gases de baixo potencial de ionizao. O revestimento possui

    tambm elementos que aumentam a taxa de deposio, alm de ter um carter

    ativo na poa.

    A formao da escria ocorre pela formao de um filme lquido que se

    forma na parte superior do banho de solda, mas sem ter interao com o

    banho, isso devida a elementos escorificantes, outro benefcio dos elementos

    encontrados no revestimento o de agente fluxante que fornecem proteo

    contra oxidao e retira o oxignio encontrado no banho de solda. Os

    elementos que constituem esse revestimento so:

    actinolitaajuda na formao de escria;

    acarpromove a aglomerao;

    aluminaajuda na formao de escria;

    argilas ajuda na formao de escria, melhora na

    extrudabilidade;

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    asbestosajuda na formao de escria;

    calagente fluxante;

    calcita aumenta a estabilidade do arco, ajuda na formao de

    gases; carbonato de clcio aumenta a estabilidade do arco, ajuda na

    formao de gases;

    carbonato de ltio, brio e zircnio aumenta a estabilidade do

    arco;

    carboxi-metil-celulosepromove a aglomerao;

    celuloseajuda na gerao de gases;

    dextrinamelhora aglomerao; dixido de mangansajuda na formao de escria;

    dolomitaajuda na formao de gases;

    feldspato- ajuda na formao de escria;

    p de ferro, ferro-ligas e outras ligas ajusta a composio

    qumica, desoxidao, formao de escria, aumento da taxa de

    deposio;

    fluoritadesoxidao, ajuda na formao de escria; glicerinamelhora na extrudabilidade;

    goma arbicapromove a aglomerao;

    grafitaajusta composio qumica;

    ilmenitaajuda na formao de escria;

    micamelhora na extrudabilidade;

    mischmetaleliminao de impurezas;

    oxalato de potssioaumenta a estabilidade do arco; xidos de ferroajuda na formao de escria;

    slicaajuda na formao de escria, promove a aglomerao;

    silicato de potssio aumenta estabilidade do arco, ajuda na

    formao de escria, promove a aglomerao;

    silicato de sdioajuda na formao de escria;

    talcomelhora na extrudabilidade;

    titanato de potssio, rutilo, dixido de titnio aumenta aestabilidade do arco, ajuda na formao de escria;

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    wolastonitaajuda na formao de escria;

    zirconita aumenta a estabilidade do arco. (MACHADO, 1996;

    WAINER, 1992)

    Existem quatro tipos principais de revestimento como: bsico, rutlico,celulsico e cido.

    Eletrodo Celulsico:o revestimento desse tipo de eletrodo possui mais

    de 20% de material celulsico que se decompem no arco formando

    quantidades expressivas CO e CO2 e hidrognio. Esses gases so

    responsveis pela proteo gasosa da poa.

    A reao que resulta na liberao dos gases provoca um elevado jato de

    plasma, conseqentemente uma alta penetrao que por sinal uma das

    grandes caractersticas desse eletrodo, ele tambm tem como caracterstica a

    baixa estabilidade do arco, provocando assim grande quantidade de respingo,

    alm do formato irregular das escamas do cordo de solda, mas possui

    deposito satisfatrio em relao a resistncia mecnica. Esse tipo de eletrodo

    pode ser utilizado para soldar fora de posio (sobre cabea), incluindo

    tambm na posio vertical descendente, pois sua escoria fina e se solidifica

    rapidamente. O revestimento tem um papel muito importante na soldagem, um

    exemplo dessa importncia no eletrodo revestido, o caso do elevado nvel de

    hidrognio dissolvido na poa, que conseqentemente tender a sofrer trinca a

    frio.

    Eletrodo rutlico: Seu revestimento possui mais de 20% de xido de

    titnio, constitudo pela adio de areia de rutilo ou ilmenita, que confere uma

    alta estabilidade do arco, com tenses baixas comparado aos outros eletrodos,

    contudo a quantidade de respingo baixa e o cordo de solda de aspecto

    bom.

    Na decomposio do eletrodo o revestimento reage formando o CO,

    CO2, hidrognio e talvez o nitrognio. Sua escria por ser cida, pode ter sua

    viscosidade controlada de acordo a pequena quantidade de adio de

    minerais. Alem do xido de titnio, esse eletrodo tambm pode ter 15% de

    material celulsico que o confere uma melhor proteo gasosa. Sua resistncia

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    mecnica e a ductilidade so consideradas como boa, e taxa de deposio

    pode melhorada com a adio de p de ferro ao revestimento.

    Eletrodos cidos: O revestimento desse eletrodo constitudo por

    xido de ferro e de mangans e silicatos. Sua escria abundante e tem

    caracterstica cida, conseqentemente esse carter cido resultar em uma

    intensa reao com a poa e essa escria ser facilmente destacvel. Os

    componentes como xido de ferro e mangans possui tendncia oxidante. Os

    teores de carbono e mangans no depsito podem diminuir, dependendo do

    balao que constitui a composio do revestimento, conseqentemente ter um

    resultado na resistncia mecnica e na ductilidade, mas esse no o nico caso

    que os elementos do revestimento influenciaro na propriedade mecnica final,

    como o caso de alguns revestimentos, que dependendo da sua composio

    total pode acarretar no teor de incluses de xidos e outros materias no-

    metlicos, sendo significativo na ductilidade e tenacidade do material.

    Eletrodos bsicos: A constituio desse eletrodo baseada no

    carbonato de clcio, possui caractersticas de fornecer depsitos com baixos

    teores de hidrognio, quando tomado cuidado em sua utilizao e em seu

    armazenamento, pos possui carter higroscpico. Esse revestimento por

    possuir baixos teores de hidrognio e incluses de qualquer outro tipo, se torna

    utilizado em soldagem de responsabilidade e de materiais de difcil

    soldabilidade.

    A proteo gasosa desse revestimento baseada em CO/CO2, sem

    presena de hidrognio. A escria por ter caracterstica bsica possibilita a

    reduo do banho e a retirado de materiais no-metlicos encontrados na

    poa, com no caso dos sulfetos. As propriedades mecnicas e resistncia

    trinca a frio e a quente so melhores que os demais revestimentos, tornando

    assim o mais apropriado para soldagem de aos-ligas e ligas no-ferrosas.

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    6.4 Classificao dos eletrodos revestidos

    Os eletrodos podem ser classificados de diversas maneiras, mas a classificao

    mais utilizada para eletrodos de ao carbono e baixa liga a da American WeldingSociety (AWS), na seguinte forma, AWS E XX(X)YY, onde:

    Figura 18 Classificao de eletrodos revestido (AWS)

    Abaixo mostra algumas especificaes utilizadas para eletrodo revestido, de

    acordo com a AWS.

    Tabela 5 Especificao AWS para eletrodos revestimento (AWS,2003)

    Ref.AWS Eletrodos para:

    A 5.1 Ao carbono

    A 5.3 Alumnio e suas ligas

    A 5.4 Aos inoxidveis

    A 5.5 Aos de baixa liga

    A 5.6 Cobre e suas ligas

    A 5.11 Nquel e suas ligas

    A 5.13 Revestimento (alma

    slida)

    A 5.15 Ferros fundidos

    A 5.21 Revestimento (alma

    tubular com carbetos

    de tungstnio)

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    6.5 Armazenamento e manuseio de eletrodos

    O armazenamento dos eletrodos deve ser feito de uma maneiracuidadosa. Eles basicamente devem seguir uma regra geral tentando prevenir

    ao mximo o seu ressecamento e conseqentemente sua inutilizao. Paraevitar tal efeito o correto que eles sejam armazenados em lugares onde nohaja umidade e temperaturas muito baixas.

    Alm disso, os eletrodos devem possuir uma tcnica de empilhamento,mesmo estando nas caixas, para melhor garantir a integridade do mesmo.Recomenda-se seguir as instrues do fabricante, respeitando sempre onumero de caixas empilhadas.

    Em relao ao manuseio dos eletrodos, estando armazenados fora daembalagem de origem do fabricante, recomendado que passem por umprocesso de secagem, aquecendo antes de ser retirados para uso, devidoalguns deles absorverem uma grande quantidade de umidade, podendo virdanificar o eletrodo e consequentemente o processo em si. Evitar a dobra doeletrodo, pois a parte danificada retira o revestimento podendo a vir gerarinstabilidade do arco.

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    Posies de soldagem 7

    7.1 Junta de topo

    Plana:A soldagem feita no lado superior da junta.

    Figura 17Solda de topo na posio plana

    Horizontal: O eixo da solda aproximadamente inclinada.

    Figura 18Solda de topo na posio horizontal

    Sobre-cabea:

    Figura 19solda de topo na posio sobre-cabea

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    Vertical: o eixo da solda na posio vertical.

    Figura 20Solda de topo sentido vertical

    7.2 Juntas de filete

    Figura 21junta de filete na posio vertical

    Figura 22junta de filete na posio horizontal

    Figura 23Solda de filete na posio vertical

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    Figura 24- Solda de filete na posio sobre-cabea

    7.3 Soldas em tubulaes

    Figura 25Solda em uma tubulao na posio plana

    Figura 26Solda em uma tubulao na posio horizontal

    Figura 27Solda em uma tubulao na posio circunferencial

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    7.4 Soldas em chapas com juntas de ngulo

    7.5 Soldas em chapas com chanfro

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    7.6 Soldas em tubos com chanfro

  • 5/19/2018 Apostila L&a Soldagem - Eletrodo Revestido

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    Processo eletrodo revestido

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