Apostila - Micologia - Parte Geral-penha Florido

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Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008

MICOLOGIA MDICA

1. Parte geral 2. Parte especfica 3. Parte prtica

Florido, Penha Sueli Silva.UNESA; UNIPLI. 2008

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Florido, Penha Sueli Silva. UNESA; UNIPLI. 2008 BIBLIOGRAFIA BSICA PARA MICOLOGIA

SIDRIN, J. J. C.; ROCHA, M.F.G. Micologia Mdica Luz de Autores Contemporneos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. ZAITS, CLARISSE., ET AL. Atlas de Micologia Mdica - Diagnstico Laboratorial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004 LACAZ, C. S. ET AL. Tratado de Micologia Mdica Lacaz. So Paulo: Sarvier, 2002. SPICER, W. JOHN. ET AL. Bacteriologia, Micologia e Parasitologia Clnica - Um texto Ilustrado em cores. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. NEUFELD, P.M. Manual de Micologia Mdica. Tcnicas Bsicas de Diagnstico. Rio de Janeiro: Programa Nacional de Controle de Qualidade, 1999. OLIVEIRA, J. C. Micologia Mdica. Rio de Janeiro: J. Carvalhaes de Oliveira; 1999. SIDRIN, J. J. C.; MOREIRA, J.L.B. Fundamentos Clnicos e Laboratoriais de Micologia Mdica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. Kern, Martha,E.; Blevins,Kathleen,S. Micologia Mdica Texto e Atlas. So Paulo: Editorial Premier. 1999. MIDGLEY, G., et al. Diagnstico em cores, Micologia Mdica. So Paulo: Manole. 1998 LACAZ, C. S.; et al. Guia para identificao: fungos, actinomicetos e algas de interesse mdico. So Paulo: Sarvier, 1998. LACAZ, C. S.; et al. Micologia mdica. So Paulo: Sarvier, 1991. LACAZ, C. S.; et al. O grande mundo dos fungos. So Paulo: Poligono, 1971. Obs: Livros relacionados na Bibliografia de Bacteriologia (livros de Microbiologia Mdica), no so especficos mas h citaes de Micologia .

Caracterizao dos fungosCONCEITO:

o estudo dos m.o. denominados genericamente como: fungos, cogumelos, mofos, bolores e leveduras, com caractersticas prprias bem definidas a saber: 1. Eucariontes: Possuem ncleo verdadeiro, com membrana nuclear e no seu interior os cromossomos. 2. Aclorofilados: E assim, incapazes de sintetizar seu prprio alimento, isto se alimentam a partir de substncias elaboradas por outros seres, vegetais ou animais (saprbios, simbiontes ou parasitas), para conseguir seu alimento para seu desenvolvimento.

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3. Unicelulares ou filamentosos: Todo o corpo do fungo constitui a clula do fungo, mesmo quando septada (interrupes de tempo em tempo na hifa). atravs da hifa que os fungos absorvem seu alimento, crescem e se reproduzem, podendo tomar dimenses gigantescas. J as leveduras, tm aspectos arredondados, tendo as mesmas funes. 4. Parede celular: Alm da membrana plasmtica, possuem a parede celular como constituinte principal a quitina. A sua composio pode variar de fungo para fungo. A parede celular s estar ausente nos esporos aquticos (desprovidos de parede). 5. Reproduo: Sexuada e Assexuada. Os fungos so haplides (n), s so diplides (2n) na cariogamia da reproduo sexuada, logo em seguida so reduzidos haplides novamente. As duas reprodues podem acontecer concomitantes ou no. 6. Disseminao: Por esporos. Tendo a necessidade dos esporos para sua disperso na natureza, podendo ser dos mais diversos formatos e tamanho. Os esporos necessitam de calor e umidade para sua germinao. 7. Imveis: Necessitam do vento, insetos, pssaros ou qualquer outro mtodo para se deslocar.

8. Nutrio se d por Absoro: Os fungos eliminam enzimas extracelulares desdobram macromolculas e as absorvem ativa ou passivamente. Glicose, aminocidos so absorvidos diretamente sem desdobramento.

IMPORTNCIAOs fungos esto relacionados nos mais diversos campos do conhecimento humano, sempre em estreita relao com outros seres vivos como saprbios, parasitas ou em simbiose. Os fungos podem causar na espcie humana, benefcios ou malefcios.

BENEFICIOS:1. Na natureza: Cerca de 1/3 da matria orgnica produzida pelas plantas a celulose, sua degradao indispensvel manuteno do ciclo de carbono na natureza. Os fungos esto intimamente envolvidos nessa degradao. Essa operao envolve 85 bilhes de toneladas de Carbono sob a forma de CO2 para a atmosfera. Se a degradao cessar e a fotossntese continuar, em 20 anos a vida sobre a terra se estagnar. Fungos Micorrizicos, fazendo associao com vegetais superiores, melhorando o desenvolvimento do vegetal. 2. Prod. de enzimas: 4Amilase: utilizada na indstria de alimentos para clarificao de vinho, cerveja, suco de frutas, produzido por espcies do gnero Rhizopus e Mucor. 4 Invertase: usada na produo de mel artificial, produzida pelo Saccharomyces cerevisiae. 3. Prod de cidos: 4c. Ctrico: utilizado na indstria alimentcia como flavorizante de doces e bebidas no alcolicas, no pescado para ajustar o pH das conservas, na carne de caranguejo para evitar sua descolorao. Produzida pelo Aspergillus niger. 4c. Lctico: utilizado na produo de gelatinas, sorvetes, bebidas no alcolicas, salmoura, como tambm adicionado ao leite para melhorar a digestibilidade das crianas, produzido pelo Rhizopus arizae. 4. Vitaminas: Os fungos podem absorv-las a partir do substrato ou sintetiza-las a partir de precursores j existente, partindo de compostos mais simples como pr-vitaminas. So as vitaminas do complexo B. Produzidas pelas leveduras.

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5. Antibiticos: Como marco tem a penicilina, produzida pelo Penicillium notatum e a griseofulvina pelo Penicillium griseofulvum. 6. Fungos utilizados como alimentos 4Macroscpicos: Agaricus e Boletus. 4Microscpicos: As leveduras podem transformar resduo da indstria de petrleo em protena de alta digestibilidade. 4Po: A levedura utilizada para fabricar o po o Saccharomyces cerevisiae, que fermenta o acar produzindo CO2, tornando a textura da massa porosa, como tambm produz substncias flavorizantes, que confere aroma e sabor ao produto. 4Bebidas: Para tal, so empregados vrios gneros de fungos, que so selecionados para transferir ao produto o bouquet e qualidade as bebidas como o vinho, cerveja, saque, rum e usque. 4Queijos: Na produo dos queijos, inoculada na massa certa linhagem de fungo do gnero Penicillium, antes de irem para a forma, produzindo queijos duros como Roquefort, Azul e Gorgonzola e o queijo mole Camembert.

MALEFCIOS:Os fungos destruio em: podem utilizar o substrato que encontrar para sua nutrio e desenvolvimento, ocasionando sua Lentes de instrumentos pticos Couro Madeira Papel Materiais eltricos estocados Tanque de combustvel de avio Alimentos: cereais estocados, embutidos, defumados etc.

METABLITOS TXICOS: So substncias que normalmente no so degradados pelo calor, e so caracterizados pelo seu alto poder carcinognico e teratognico como a Aflatoxina e Ocratoxina entre outras, produzida por vrios fungos entre eles alguns Aspergillus e Penicillium. PARASITAS: Causando micose no homem, animais e vegetais, levando prejuzos incalculveis, tanto na economia dos pases, como na estabilidade orgnica dos seres humanos.

ImportnciaEspalhados por toda parte, os fungos formam um reino especial na natureza. teis medicina e industria, venenosos ou comestveis, como o Agaricus, so um verdadeiro desafio cincia. Eles pertencem a um reino prprio Fungi, nem animal nem vegetal. Espalhados por toda parte, so os responsveis pela existncia do po e do vinho, da cerveja e at mesmo os antibiticos, as substncias que mudaram o curso da medicina moderna. So os fungos, que compreendem um grande nmero de seres, conhecidos vulgarmente como mofos e bolores, cogumelos, orelhas-depau, chapus-de-sapo e outros. Enquanto as plantas verdes so capazes compor seu alimento pela fixao de energia solar em compostos orgnicos (no processo chamado fotossntese), os fungos absorvem do homem, dos animais, das plantas, da terra e da4 /20

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gua os nutrientes de que necessitam. E fazem isso atravs das hifas, pequenos filamentos que compem o talo, cujo conjunto conhecido por miclio. No caso dos vegetais, alguns fungos chegam mesmo a parasit-los, podendo causar grandes prejuzos a extensas monoculturas. O Phytophora infestans, chamado vulgarmente de requeima-da-batata, serve de exemplo, e como o prprio nome indica, hospeda-se naquele tubrculo, j tendo causado perdas devastadoras na Irlanda entre os anos de 1845 e 1851, ocasionando a morte pela fome de milhes de pessoas e a migrao de outras tantas principalmente para a Amrica do Norte. Em 1943, um fungo que ataca o arroz condenou fome milhes de pessoas, na ndia. Membros de um reino com cerca de 50 mil espcies diferentes, os fungos tm um modo muito peculiar de se dispersar na natureza. No produzem semente, mas esporos, que so estruturas de tamanho microscpico. Os esporos so, em geral, produzidos em quantidades enormes, durante meses ou anos seguidos. No caso dos terrestres, o principal meio de disperso pelo vento. Nas espcies aquticas, que no podem ser vistas a olho nu, os esporos so espalhados pela gua, que tambm se encarrega da disperso de alguns exemplares terrestres como a Cyathus poeppigii, parecida a um ninho com ovos. Quando uma gota de chuva cai no ninho, um ovo na verdade uma embalagem cheia de esporos projetada com fora para fora. E na Geastrum saccatum a gota que cai na membrana flexvel da parte globosa no centro da estrela faz escapar uma nuvem de esporos. Outras espcies so difundidas pelo homem, por insetos e por animais. Um bom exemplo so as trufas, procuradas em especial por veados, porcos e roedores. As trufas so fungos que vivem debaixo da terra, mas que so facilmente encontradas pelo cheiro forte que exalam, e constituem iguarias apreciadas na boa mesa. Sendo o calor e a umidade excelentes para a proliferao de fungos. Dos comestveis, podem ser citadas as dos gneros Agaricus e Pleurotus, encontrados em todas as florestas e at em pastagens e pequenos jardins. Espcies txicas europias foram introduzidas aqui como o Pinus, durante muito tempo usado em projetos de reflorestamento, sobretudo na Regio Sul do pas. Exemplo delas so Inocybe curvipes e Amanita muscaria, o belo cogumelo-de-chapu-vermelho, com pontinhos brancos que nas histrias infantis serve de moradia aos duendes e nos pases de origem foi usado pelas mulheres para matar moscas. O mtodo consistia em aproveitar a pele vermelha onde se concentravam as toxinas e espalhar acar sobre ela. Colocada no parapeito da janela, a isca atrai os insetos, que morrem intoxicados. J os pastores da Sibria a utilizavam como alucingeno durante suas festas, enquanto os ndios mexicanos consomem, h milnios, durante suas cerimnias religiosas, o Psilocybe cubensis, um fungo coprfilo que vive em excrementos de animais , que provoca vises e alucinaes fortes. A txica Amanita muscaria vive em simbiose com o Pinus. Ajuda o crescimento da rvore e vice-versa. Este tipo de simbiose chamado micorriza e est presente ainda na plantao de eucalipto, onde predomina a espcie Ramaria toxica, que s nociva quando ingerida crua. As maiorias dos fungos esto entre os saprfitos vegetais que se nutrem de animais e plantas em decomposio. Grande parte deles, inclusive, especializada na decomposio de matrias resistentes como a celulose e a lignina (a substncia que d rigidez madeira). Os saprfitos, alis, so praticamente os nicos organismos capazes de decompor a lignina, que constitui cerca de 30% do peso seco da biomassa da floresta. (Antigamente os dormentes das estradas de ferro tinham de ser trocados a cada cinco ou seis anos, destrudos pela ao destes fungos. Hoje, com o tratamento qumico da madeira, eles duram em mdia 30 anos.) Os fungos parasitas atacam as plantas, animais e at pessoas. Nas florestas tropicais midas relativamente fcil encontrar insetos vitimados pelo ataque dessas espcies. Cordyceps dipterigena uma delas, e s parasita moscas. Outras espcies habitam alvos diversos. Em vrias partes do mundo cientistas esto estudando a possibilidade de utiliz-las no combate a certas pragas, e no Brasil j vm sendo usadas, com sucesso, contra a cigarrinha da cana-de-acar. Com uma aparncia que lembra a do algodo, h ainda os microfungos, divididos em leveduras e bolores, que aparecem nas frutas e verduras em processo de deteriorao, em roupas, sapatos e at paredes onde a umidade grande. Leveduras e fermentos, utilizados no preparo de alimentos, tambm so fungos, como o Saccharomyces cerevisiae, que entra na produo de cerveja, ou Penicillium roqueforti e o Penicillium camembertii, que do sabor aos queijos roquefort e camembert. Mas existem tambm os chamados fungos oportunistas, que, como o Cryptococcus neoformans ou a Candida albicans, provocam doenas. A ainda os que esto espalhados por toda parte, especialmente dos Aspergillus, cujos esporos penetram nas mucosas do homem e produzem doenas to comuns atualmente como a bronquite e a rinite alrgicas. Alucingenos, txicos, teis, o fato que durante algum tempo o universo dos fungos vem sendo estudado, e atualmente algumas espcies j podem ser empregadas com eficincia pela indstria farmacutica, acelerando a dissoluo de produtos efervescentes como as cpsulas de vitamina C; na produo de cosmticos, tornando mais cidos as loes, cremes e pomadas adstringentes; e sua utilizao nos produtos de limpeza, como no caso dos detergentes lquidos. Na produo de medicamentos para o colesterol, como eliminador de placas gordurosas de artrias e arteriosclerose (Aspergillus fumigatus). Utilizado para a produo de Adoante artificial (Xilitol), etc.

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CITOLOGIA FNGICAPAREDE CELULAR: formada por duas ou trs camadas de microfibrilas, que em uma mesma camada, esto dispostas paralelamente. Na superposio das camadas, ocorre uma ligeira variao na direo das fibras, formando, no conjunto, uma rede resistente e elstica. Quimicamente, a parede composta, na maioria dos fungos, basicamente por quitina associada a celulose ou outros polmeros como glucana, manana, galactose etc. H, no entanto, um grupo da classe dos Oomycetes ( Reino Chromista) em que a parede composta basicamente de celulose. A parede mais fina nas extremidades do que nas partes mais velhas. Durante o crescimento dos fungos, observa-se que a extremidade pontuda da parede parece ser rgida e protetora na medida em que a hifa avana. A extenso ocorre na parte lateral, que permanece macia e elstica, iniciando outras ramificaes. Por ser a estrutura mais externa, desempenha importante papel na interao parasito-hospedeiro, pois geralmente, os anticorpos so formados contra os polissacardeos da parede celular. A nica exceo com relao presena de parede celular fica por conta dos fungos que apresentam clulas mveis, as quais no apresentam parede celular. LOMASSOMA: Os lomassomas so agregados de membrana localizados entre a parede celular e a membrana plasmtica. Admitem-se duas hipteses: uma, que sejam formados como uma resposta a tenses, e a outra que so derivados da membrana plasmtica e envolvidos em algumas funes, que so: secreo; formao de parede; absoro; microfagocitose; sntese de glicognio; proliferao de citomembranas; manuteno do tugor hiftico; relacionado s atividades do Aparelho de Golgi. MEMBRANA PLASMTICA: A membrana calcular no difere estruturalmente daquelas observadas em outras clulas eucariontes, apresentando as mesmas funes. LIPOPROTEICA. O ergosterol o principal estrol encontrado em fungos, enquanto em animais, o colesterol. Essa composio um dado muito importante, pois vrias medicaes antifngicas atuando na sntese do ergosterol propiciam bons efeitos, com reduzida toxicidade para o hospedeiro. VACOLOS Os fungos apresentam dois tipos de vacolos, os digestivos e os de reserva. Os vacolos digestivos apresentam, no seu interior, enzimas especficas para a digesto dos nutrientes. Os vacolos de reserva so de tamanho reduzido e acumulam glicognio e lipdeos. RETCULO ENDOPLASMTICO: O retculo endoplasmtico constitudo de vesculas achatadas e tbulos, com luz estreita e provido de membrana simples. do tipo liso ou agranular e est disperso pelo citoplasma. Em Oomycetes (Reino Chromista), observam-se retculo endoplasmtico granular. APARELHO DE GOLGI: No tem forma tpica dos encontrados na outras clulas eucariontes e acreditam que seja rudimentar. Sua funo bsica encadear glcideos e adicion-los s protenas para formar glicoprotenas e tambm adicionar sulfatos aos glicdeos s glicoprotenas MITOCONDRIAS So idnticas as encontradas em outras clulas eucariontes. So sede de reaes enzimticas e sntese de ATP (sntese de ACETILCOA, ciclo de Krebs, transporte de eltrons). As formas e tamanho so variveis de acordo com o grupo estudado. NCLEO: O ncleo geralmente haplide (n), exceto aps fuso sexual, quando se torna diplide (2n). Uma caracterstica do ncleo a presena de fuso intranuclear (meitico ou mittico), durante o processo de diviso, sem desorganizao da membrana nuclear.

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RIBOSSOMOS As clulas fngicas apresentam ribossomos distribudos no citoplasma e no aderidos ao retculo endoplasmtico.

SEPTOS A clula fngica, representada pela hifa, pode apresentar estruturas que vo interromper total ou parcialmente esta hifa, que so os septos. Esses septos so como pregas da parede celular que se dirigem para o centro da hifa, e podem interromper totalmente a circulao do citoplasma (septo verdadeiro) ou apresentar um orifcio central que permite a circulao (septo falso). Este ltimo pode ou no permitir a passagem de ncleos. No Filo Basidiomycota, o septo apresenta estruturas modificadoras que no permitem a passagem de ncleos, recebendo a denominao especfica de septo doliporo. FLAGELO Em clulas mveis, encontramos o flagelo, que formado por microtbulos cuja organizao, geralmente, de duas unidades centrais e nove pares perifricos. Podemos encontrar dois tipos de flagelo nos fungos: Whiplash = tipo chicote, onde parte que se prende clula a mais larga do que a parte livre. Tinsel = ornamentado, onde alm do eixo central (9+2), apresenta fibrilas laterais. As clulas mveis podem ter flagelo de um tipo ou ter os dois tipos em uma mesma clula, a qual no ter parede celular.

FISIOLOGIA DOS FUNGOS1. DEFINIO: o estudo de suas funes e atividades, como ele afeta o meio ambiente e como o meio ambiente os afeta. Isto feito mediante avaliao do crescimento dos fungos. FUNGO AVALIAO MEIO AMBIENTE CRESCIMENTO

O crescimento se d pelo aumento do nmero de clulas, aumento do volume da clula, ou as duas coisas, aumentando, assim, a massa total. 2. AVALIAO DO CRESCIMENTO: INSPEO VISUAL a tcnica mais simples, pois no necessrio nenhum equipamento. Somente os tubos de ensaio e as placas de Petri com as culturas so satisfatrios, j que se usam a inspeo e comparao para contatar o crescimento de um fungo. o mtodo de escolha para experimentos preliminares, e tambm se pode comparar o crescimento sob condies variveis, usando uma cultura padro. CRESCIMENTO LINEAR o mtodo que consiste em medir o crescimento do fungo em cultura feita em placa de Petri, medindo o dimetro ou a rea de crescimento. um mtodo til e simples se as culturas estiverem sob as mesmas condies de temperatura, luminosidades, meio de cultura etc., pois se essas condies diferirem pode haver alteraes nas medidas. PESO SECO DO MICLIO um mtodo preciso e de escolha para trabalhos de pesquisa. A tcnica relativamente simples: Cultiva-se o fungo em meio de cultivo lquido; aps o crescimento, mata-se o fungo, lava-se com gua destilada, coloca-se em placa de porcelana e leve-se estufa a 37C at sec-la e desidrat-lo, pesando em balana analtica At peso constante.

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TURBIDIMETRIA utilizada para medir o crescimento de leveduras. Utiliza-se para isso, o fotocolormetro, que ir medir a turvao dada pelo crescimento em meio de cultivo lquido. 3. FATORES QUE AFETAM O CRESCIMENTO DOS FUNGOS: INTRNSECOS (inerente ao fungo)

CARGA GENTICA

Com relao carga gentica dos fungos, sabe-se que uma difere da outra e um isolamento de uma espcie pode diferir geneticamente do outro isolamento da mesma espcie. Assim, algumas espcies de fungos crescero lentamente e outras que crescero mais rpido, da mesma forma que os isolamentos de uma mesma espcie podero reagir diferentemente a fatores externos. IDADE DA CULTURA Verifica-se que as culturas mais novas e vigorosas crescem mais rapidamente ao se fazer um repique do que uma cultura mais velha. Isso explicado pelo fato de que, com o envelhecimento, a cultura perde certas funes, e a primeira parece ser o poder de diviso. Essas clulas so consideradas "mortas", apesar de manterem outras funes como a respirao. Devido a isso, no laboratrio, certos fungos devem ser repicados freqentemente, pois no se mantm muito tempo em cultura. No entanto, no deve ser esquecido que alguns fungos podem desenvolver quadro de "pleomorfismo", que uma mutao estril, aps repiques sucessivos. Nesse caso, h necessidade de se manter uma ou mais amostra preservadas, em coleo de culturas, para garantir amostras viveis durante todo o trabalho de pesquisa, ou para futuras comparaes para indentificao.

EXTRNSECOS (inerente ao meio ambiente)

TEMPERATURA = IDEAL 20C a 30C

Os fungos suportam uma variao grande em termo de temperatura. Podem ser encontrar fungos crescendo temperatura de - 9C (Cladosporium herbarum) e a temperatura de 45C a 50C (Aspergillus fumigatus). Essa variao observada de espcie para espcie, e tambm de acordo com a linhagem dentro de uma mesma espcie. O timo de temperatura est nas faixas de 20C a 30C, e os fungos so mais sensveis s altas do que s baixas. Esta maior ou menor sensibilidade estar na razo direta do tipo de estrutura fngica considerada. Assim um esporo de fungo ser muito mais resistente do que as hifas e dos fungos filamentosos sero mais resistente do que os leveduriformes s temperaturas elevadas.

UMIDADE = IDEAL 70%

O grau de umidade necessrio para o crescimento do fungo varivel, mas, com raras excees, o nvel de 70%. Encontram-se, no entanto, fungos vivendo em substrato com pouqussima umidade, como o solo e madeira, esta oferecendo, algumas vezes, somente 24,5% (Ceratostomella pilifera). No se verifica crescimento de fungo em umidade igual ou inferior a 13,5%. A importncia da gua para todos os organismos vivos to grande que parece impossvel conceber a vida sem gua. Dentro de clula, encontra-se gua sob forma livre e a forma combinada. A gua livre mvel e serve como um solvente e para a translocao de vrios produtos do metabolismo. A gua combinada est firmemente adsorvida pelos colides do protoplasma e, nesta forma, a gua no congela, propriedade esta que til para as clulas resistirem s baixas temperaturas.

LUMINOSIDADE

A luz afeta os fungos de maneira diversa. Alguns fungos s esporulam em presena de luz e outros tem ser crescimento retardado por ela. Outros fungos tm necessidade de fases de luminosidade e fases de escurido para o seu pleno desenvolvimento par o seu pleno desenvolvimento. A intensidade de luz tem importncia. Luz de pouca intensidade no tem grandes efeitos nocivos, mas luz de alta intensidade, comparvel luz direta do sol, principalmente quando preponderam raios ultravioletas e os raios azuis, pode retardar ou inibir o crescimento, ou mesmo ter efeito letal.

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pH = IDEAL 6,0 a 7,0

O pH outro que varia de fungo para fungo. Podemos encontrar, por exemplo, o Aconitum velatum crescendo a pH 0,5 e o Penicillium variabile crescendo a pH 11,1. O pH considerado timo dentro da faixa 6,0 a 7, 0; mas no laboratrio utilizam-se meios de cultura com pH 5,0 a 5,5, aproveitando a resistncia acidez para diminuir a contaminao bacteriana.

NUTRIENTES

Em relao a nutrientes, verifica-se que os fungos necessitam de vrios elementos para viverem e estes so retirados do substrato, geralmente por absoro das hifas. Se os nutrientes forem molculas simples como os aucares simples e aminocidos, eles sero absorvidos diretamente pelas hifas. No entanto, isto no ocorre sempre, e substncias como a celulose, o amido e protenas necessitam sofrer um processo de digesto para serem aproveitadas, pois estas no so absorvidas. Essa digesto o fungo realiza liberando, no substrato, enzimas extracelulares, que podem ser especficas como maltase ou amilase, ou podem ser utilizadas umas sries de enzimas que atuaro gradativamente sobre grandes molculas. As molculas simples, primariamente ou secundariamente obtidas, sero absorvidas, atravessando a membrana celular por transporte ativo ou passivo. Uma vez dentro da clula, elas sofrero ao de enzimas intracelulares que as transformaro em parte integrante do fungo, sendo aproveitadas como fonte de energia, para a biossntese etc. Alguns nutrientes so essenciais e no haver crescimento na falta de um deles, no importando a abundncia de outros. Esses elementos essenciais so divididos em macro e microelementos, de acordo com a maior ou menor quantidade requerida.

y MACROELEMENTOS

C, H, O, N, P, S, K, Mg.

1. Carbono: Comparado com os outros elementos, este o mais requerido em maios quantidade, pois 50% do peso das clulas fngicas so constitudos de carbono. Entre outras coisas, so utilizados para a sntese de protenas, cidos nuclicos, parede celular e reserva de alimento. Como so heterotrficos, os fungos utilizam somente carbono de origem orgnica e a principal fonte so os carboidratos (glicose, sacarose, frutose, etc.). O catabolismo feito por trs vias diferentes, de acordo com a necessidade: Embden-Meyerhof, hexosemonofosfato e Entner-Doudroff. Essas vias formam cido pirvico junto com outros compostos e o cido pirvico entra no ciclo do cido ctrico ou na fermentao. 2. Hidrognio: O hidrognio entra na composio do citoplasma, ncleo e outros componentes celulares. O fungo utiliza hidrognio quimicamente combinado e como fonte temos, por exemplo, glicose e a gua. 3. Oxignio: O oxignio necessrio para a respirao do fungo, ou seja, todas as oxidaes celulares que produzem energia para a clula. Os fungos podem ser aerbios ou anaerbios facultativos. Aerbios requerem oxignio livre e a fonte o ar atmosfrico; os anaerbios facultativos, em adio ao oxignio livre, utilizam oxignio combinado com a gua, por exemplo. 4. Nitrognio: importante para a formao de protenas, aminocidos, cidos nucleicos e algumas vitaminas. Os fungos utilizam Nitrognio de origem orgnica ou inorgnica, mas nem todas as fontes so aproveitadas por todos os fungos, eles tm suas preferncias e alguns so bem especficos. H fungos, por exemplo, que utilizam o nitrato e outros que reduzem o nitrito. Outros, quando so oferecidos, no mesmo substrato, a amnia e o nitrito, primeiro utilizam amnia e depois o nitrito. Como fontes orgnicas, existem as protenas ou os produtos de sua hidrlise; e como fonte inorgnica, amnia, nitrato e nitrito. 5. Fsforo: Tem papel importante nas funes de transformao qumica e transferncia de energia. A sua falta afeta a utilizao do nitrognio e diminui a sntese de vitaminas. Aparentemente utilizado somente sob forma de fosfatos.

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6. Enxofre: Entram na composio de aminocidos, protenas, vitaminas e antibiticos. Como fonte tem-se: sulfatos, tiamina, cistena etc. 7. Potssio: Tem ao no metabolismo de carboidratos. Fontes: cloretos, nitrito e fosfato de potssio. 8. Magnsio: importante na ativao do sistema enzimtico como na gliclise. Fonte: sulfato de magnsio. y MICROELEMENTOS Mn, Cu, Zn, Fe, Mo

Os microelementos essenciais so aqueles necessrios em pequenas quantidades, usualmente traos. So eles: 1. Mangans: (0,001 ppm) essencial para a produo de esporos, sendo ativador de vrias enzimas da gliclise e do ciclo do cido ctrico. Fonte: sulfato de mangans. 2. Cobre: (0,001 ppm) J foi demonstrado que a colorao dos condios de Aspergillus niger dependente do contedo de cobre no meio. importante, tambm, por ser constituinte de certas enzimas como a tirosinase. Sua concentrao, no entanto, deve ser cuidadosamente medida, pois o cobre tambm um antifngico. Fonte: sulfato de cobre. 3. Zinco: (0,001 ppm) Seus ons ativam e inibem vrias enzimas. Afeta a converso dos carboidratos a citrato. Para atuar necessrio que o ferro esteja presente. Um ou outro sozinho no tem ao. Fonte: sulfato de zinco. 4. Ferro: (0,001 ppm) Age junto com o zinco. necessrio para a sntese de vitaminas e enzimas e encontrado no citocromo da cadeia respiratria. Fonte: sulfato ferroso. 5. Molibdnio: (0,1 a 10 ppb) A utilizao do nitrato pelo fungo dependente deste elemento. Presume-se que na reduo enzimtica do nitrato, a enzima requer este elemento como ativador. Fonte: cloreto de molibdnio. y VITAMINAS As vitaminas so substancia orgnicas que funcionam como coenzimas ou constituem parte de coenzimas que catalisam reaes especficas. So ativas em pequenas quantidades e no fazem parte da manufatura de partes estruturais da clula. A maioria dos fungos, se supridos com carbono, nitrognio e minerais, so capazes de sintetizar todas as vitaminas. Podem mesmo produzi-las em tal quantidade que so excretadas no meio. As vitaminas A, D e E, no so necessrias, pois no foram detectadas ainda em fungos. A carncia maior dos fungos de Tiamina e em seguida aBiotina.

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Morfologia dos fungos

Os fungos so ubquos, encontrando-se no solo, na gua, nos vegetais, em animais, no homem e em detritos, em geral. O vento age como importante veiculo de disperso de seus propgos (esporos) e fragmentos de hifa.

Colnia de Aspergillus e Penicillium, fungos filamento. Os fungos podem se desenvolver em meios de cultivo tipo Sabouraud Dextrose Agar (SDA) formando colnias de dois tipos: Leveduriformes Filamentosas

As colnias de fungos leveduriformes so pastosas ou cremosas, opacas ou brilhosas, formadas por microrganismos unicelulares que cumprem as funes vegetativas e reprodutivas clulas leveduriformes.

As colnias de fungos filamentosas podem ser algodonosa, aveludadas ou pulverulentas; so constitudas fundamentalmente por elementos multicelulares em forma de tubo hifas.

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HIFA: As hifas podem ser contnuas ou cenocticas, tabicadas ou septadas e ainda, hialinas quando claras ou demceas de colorao escuras por conter melanina em suas paredes. Possuem hifas septadas os fungos do Filo Ascomycota, Filo Basidiomycota e fungos Mitospricos (antiga Classe Deuteromycetes) e, hifas cenocticas, os do Filo Zygomycota, todos de interesse mdico. MICLIO: Ao conjunto de hifas, d-se o nome de miclio. O miclio que se desenvolve em ntimo contato com o substrato, funcionando tambm como elemento de sustentao e de absoro de nutrientes, chamado de miclio vegetativo. O miclio que se projeta na superfcie e cresce acima do meio de cultivo o miclio areo. Quando o miclio areo se diferencia para sustentar os corpos de frutificao ou propgos, constitui o miclio reprodutivo. Os propgos (esporos) ou rgos de disseminao dos fungos so classificados, segundo sua origem, em externos e internos e quanto formao em sexuados e assexuados. A fase sexuada dos fungos denominada de teleomrfica e a fase assexuada de anamrfica. REPRODUO ASSEXUADA DOS FUNGOS Os fungos se reproduzem em ciclos assexuados, sexuados e parassexuados. Segundo Alexopoulos, a reproduo assexuada abrange cinco modalidades: 1. Fragmentao: artrocondios; 2. Fisso de clulas somticas; 3. Brotamento ou gemulao do blastocondios; 4. Produo de condios; 5. Produo de esporangiosporos. Embora o miclio vegetativo no tenha especificamente funes de reproduo, alguns fragmentos de hifa possa se desprender do miclio vegetativo e cumprir funes de propagao, uma vez que as clulas fngicas so autnomas. Estes elementos so denominados de talosporos ou talocondios e compreendem os: artrocondios blastocondios, clamidosporos. 1- Artrocondios. Os artrocondios so formados por fragmentao das hifas em segmentos retangulares, diretamente da hifa vegetativa sem nenhuma modificao. So normalmente encontrados nos fungos do gnero Geotrichum, Trichosporon, em Coccidioides immitis como nos dermatfitos quando em parasitamento.

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2- Blastocondeo e pseudo-hifas encontradas nas leveduras A maior parte das leveduras se reproduz assexuadamente por brotamento ou gemulao e por fisso binria. No processo de brotamento, a clula-me origina um broto, o blastocondio que cresce, recebe um ncleo aps a diviso mittica do ncleo da clula-me. Na fisso binria, a clula-me se divide em duas clulas de tamanhos iguais, de forma semelhante a que ocorre com as bactrias. Blastocondeo, a denominao dada aos esporos assexuados das leveduras, so formadas por brotamento da clula-me (clula leveduriforme). s vezes, os blastocondios permanecem ligados clulame, formando cadeias, as pseudo-hifas, cujo conjunto o pseudomiclio. Algumas leveduras, chamadas de falsas leveduras, quando colocadas em meios especiais podem produzir tambm tubo germinativo, que o incio da formao de hifa como ocorre nos fungos filamentosos a partir do esporo.

Tubo germinativo de levedura em soro a 37C. 3- Clamidsporos. Os clamidsporos tm funo de resistncia, semelhante a dos esporos bacterianos. So clulas, geralmente arredondadas, de volume aumentado, com paredes duplas e espessas, nas quais se concentra o citoplasma. Sua localizao no miclio pode ser apical ou intercalar. Forma-se em condies ambientais adversas, como

escassez de nutrientes, de gua e temperatura no favorveis ao desenvolvimento fngico. Em alguns fungos esse esporo ajuda em sua classificao, como no caso da Candida albicans em meio de milho.

Entre outras estruturas de resistncia devem ser mencionados os esclercios ou esclerotos, que so corpsculos duros e parenquimatosos, formados pelo conjunto de hifas e que permanecem em estado de dormncia, at o aparecimento de condies adequadas para sua germinao.

4- Condios: Os esporos denominados condios representam o modo mais comum de reproduo assexuada; so produzidos pelas transformaes das clulas vegetativas do prprio miclio. As clulas que do origem aos condios so denominadas clulas conidiognicas.13 /20

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Os condios podem ser hialinos - hialocondio - ou pigmentados, geralmente escuros chamados de demceos feocondios -; apresentam formas diferentes esfricos, fusiformes, cilndricos, piriformes etc.; ter parede lisa ou rugosa; serem formados de uma s clula ou terem septos em um ou dois planos; apresentar-se isolados ou agrupados. As hifas vegetativas podem produzir ramificaes, algumas em plano perpendicular ao miclio, originando os conidiforos, a partir dos quais se formaro os condios. Normalmente, os condios se originam no extremo do conidiforo, que pode ser ramificado ou no. Outras vezes, o que no muito freqente, nasce em qualquer parte do miclio vegetativo, e neste caso so chamados de condios ssseis ou com pequenos conidiforos denominados condios pedicelados, como no gnero Trichophyton. O conidiforo e a clula conidiognica podem formar estruturas bem diferenciadas, peculiares, o aparelho de frutificao, tambm denominado de conidiao que permite a identificao de alguns fungos patognicos. No aparelho de conidiao do gnero Aspergillus, os condios formam cadeias sobre filides, estruturas em forma de garrafa, em torno de uma vescula que uma dilatao na extremidade do conidiforo.

Condios de Aspergillus so agrupados em forma de cabea, ao redor de uma vescula. No gnero Penicillium falta vescula na extremidade dos conidiforos que se ramificam dando a aparncia de pincel.

Condios de Penicillium agrupados em forma de pincel No gnero Penicillium como no Aspergillus, os condios formam cadeias que se distribui sobre as filides, que tem funo de formar toda a cadeia de condios, sendo essa formao denominada basiptala, em outros gneros como exemplo o Cladosporium a formao da cadeia de condio de forma acroptala, a filide forma o primeiro condio, esse dar origem ao segundo, o segundo forma o terceiro e assim sucessivamente, podendo ter nessa formao ramificao na cadeia de condio, o que fica impossvel no primeiro caso. Quando um fungo filamentoso forma condios de tamanhos diferentes, o maior ser designado como macrocondio e o menor microcondio. Alguns fungos formam assexuadamente um corpo de frutificao piriforme denominado picndio, dentro do qual se desenvolvem os conidiforos, com seus condiosos picnidioconidios.

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Corte transversal de um picndio mostrando condios.

5- ESPORANGIOSPOROS

Os propgos assexuados internos se originam de esporngios globosos, por um processo de clivagem de seu citoplasma, e so conhecidos como esporoangiosporos. Pela ruptura do esporngio, os ESPORANGIOSPOROS so liberados, encontrados no Filo Zigomycota.

Rizoides: so hifas vegetativas modificadas para fixao e absoro, encontradas em alguns fungos desse Filo.

Reproduo sexuadaOs esporos sexuados se originam da fuso de estruturas diferenciadas com carter de sexualidade plasmogamia O ncleo haplide de uma clula doadora funde-se com o ncleo haplide de uma clula receptora, cariogamia , formando um zigoto. Posteriormente, por diviso meitica , originam-se quatro, oito ncleos haplides, sempre nmero par.

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Ascsporos

So esporos sexuados do Filo Ascomycota

Os esporos sexuados internos so chamados ascsporos e se formam no interior de estruturas em forma de saco, denominadas ascos. Os ascos podem ser simples, como em leveduras dos gneros Saccharomyces e Hansenula, onde toda a clula leveduriforme se transforma em um asco, ou ficam contidos em corpos de frutificao, o ascocarpo. Trs tipos de ascocarpo so bem conhecidos e recebem denominaes pelo seu formato externo: cleistotcio, peritcio e apotcio. O cleistotcio uma estrutura globosa; fechada; de parede formada por hifas muito unidas, com um nmero indeterminado de ascos no seu interior, contendo nmeros pares de ascsporos. O peritcio uma estrutura geralmente piriforme, dentro do quais os ascos nascem de uma camada himenial e se dispem em paliada, exemplo, Leptosphaeria senegalensis, Neotestudina rosatii. O apotcio um ascocarpo aberto, em forma de clice onde se localizam os ascos.

No seu ciclo evolutivo, algumas leveduras, como Saccharomyces cerevisiae, podem originar esporos sexuados, ascosporos, depois que duas clulas experimentam fuso celular e nuclear, seguida de meiose.

Basidisporos: So esporos sexuados do Filo BasidiomycotaOs esporos sexuados externos em nmero de quatro, se situam no pice de uma clula frtil claviforme, chamada basdio; os esporos so conhecidos como basidisporos. So exemplos a Amanita muscaria e fungos comestveis como Agaricus campestris. Os esporos so formados em estruturas denominadas lamelas que ficam na parte inferior do pleo, as lamelas so revestidas pelo himenio onde so encontradas as basdias que dar origem aos esporos basidisporos

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Os fungos que se reproduzem por ascsporos ou basidisporos so fungos perfeitos fase sexuada teleomrfica . As formas sexuadas so espordicas e contribuem, atravs da recombinao gentica, para o aperfeioamento da espcie. Em geral, estes fungos produzem tambm estruturas assexuadas, os condios quando filamentosos e blastocondeo quando leveduras, que asseguram sua disseminao. Muitos fungos, nos quais no foi reconhecida a forma sexuada de reproduo, so includos entre os fungos imperfeitos ou (atualmente) fungos Mitospricos. Quando descrita a forma perfeita de um fungo, essa recebe uma outra denominao. Por exemplo, o fungo leveduriforme que na fase assexuada recebe a denominao de Cryptococcus neoformans, em sua fase perfeita, sexuada, denominado Filobasidiella neoformans.

Zigsporos: So esporos sexuados do Filo Zigomycota So estruturas marrons ou negras, com parede grossa que freqentemente est coberta por espinhos, o resultado da fuso de dois gametngios.

Ciclo PARASSEXUADO O fenmeno de parassexualidade foi demonstrado no gnero Aspergillus. Consiste na fuso de hifas e formao de um heterocarion que contm ncleos haplides. s vezes, estes ncleos se fundem e originam ncleos diplides, heterozigticos, cujos cromossomos homlogos sofrem recombinao durante a mitose. Apesar de estes recombinantes serem raros, o ciclo parassexual importante na evoluo de alguns fungos, levando a uma variabilidade gentica.

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ECOLOGIA - DISTRIBUIO GEOGRFICA - HABITAT I. INTRODUO O importante em se conhecer a ecologia dos fungos, a sua distribuio geogrfica e seu habitat, que fica mais fcil para o homem compreenso dos aspectos epidemiolgicos e profilticos das doenas humanas, animais e vegetais, assim como esses dados podem melhorar e ampliar a utilizao dos fungos em nvel de indstria e controle biolgico de pragas, por exemplo. II. ECOLOGIA DOS FUNGOS Os fungos so amplamente distribudos na natureza podendo ser encontrados por todos os locais (ubiqitrios), quer sob a forma de esporos, quer se desenvolvendo. Os fungos so heterotrficos, no possuem clorofila e, portanto, so incapazes de utilizar o CO2 como fonte de carbono. Torna-se, assim, necessrio que o meio ambiente fornea o carbono orgnico e esse fato determina os tipos das relaes dos fungos com o meio ambiente e com os seres vivos. 1. RELAES COM O AMBIENTE Os fungos relacionar-se-o com o meio ambiente, como saprbios, crescendo sobre matria orgnica de origem animal ou vegetal, mortas. O solo um local do grande importncia para os fungos saprbios porque h uma grande quantidade de substncias inorgnicas e orgnicas, provenientes de animais e vegetais mortos, que so fonte de nutrientes para o fungo. No solo os fungos podem ser encontrados a uma profundidade de at 15 ou 20 cm, no hmus, participando, ativamente, da decomposio da celulose, hemi-celulose e substncias mais resistentes como lignina. Como saprbios do solo, os fungos atuam como autnticos limpadores da crosta terrestre, pois so os principais responsveis pela decomposio de toda matria orgnica depositada no solo, como folhas e frutos, madeira e excrementos de animais. No hmus tambm atuam bactrias que desempenham o seu papel na manuteno da fertilidade do solo, mas estas sozinhas no conseguem manter a fertilidade por muito tempo. De acordo com literatura sobre solo, verifica-se que solos que apresentam somente bactrias mostram hmus de curta durao, enquanto aqueles que contm fungos so de longa durao. Encarados sob este aspecto, os fungos saprbios so benficos, pois junto com outros microrganismos, um elo da cadeia biolgica, no acarretando nenhum prejuzo. Por outro lado, para o fungo um pedao de madeira depositado no solo da floresta igual madeira com que so feitas cercas, casas e mveis. Dessa forma, os fungos saprbios so tambm malficos, pois iro se desenvolver sobre os mais diversos tipos de materiais, como roupas e sapatos, papis, cola, tanque do combustvel de avio e, tambm, alimentos frescos e industrializados. O carter saprbio do fungo bem aproveitado pelo homem nas indstrias qumicas, farmacuticas e de alimentos. No entanto, da mesma forma que so utilizados na produo de alimentos, existem diversas espcies de fungos que so contaminantes de alimentos. Alm da grande perda econmica que eles determinam pelas profundas alteraes organolpticas, alguns fungos contaminantes produzem substncias txicas que so consideradas um problema de sade pblica, como as aflatoxinas que so carcinognicas. 2. RELAES COM OS SERES VIVOS: Com os seres vivos, os fungos podem manter relaes harmnicas e desarmnicas. 2.1. RELAES HARMNICAS: Os fungos mantm relaes harmnicas interespecficas que podem ser o Mutualismo e o Comensalismo. a) Mutualismo: o tipo de associao que traz vantagens para ambos o ser. A associao mutualstica mais conhecida entre um fungo e uma alga, formando o LQUEN, onde a alga fornece as substncias elaboradas que o fungo necessita e o fungo, por sua vez, protege, retm umidade para a alga e fornece sais minerais e dixido de carbono (CO2). Os liquens so amplamente distribudos na natureza, podendo ser encontrados mesmo em regies do crculo rtico onde servem de fonte de alimento para animais como as renas.18 /20

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Outro exemplo a MICORRIZA, que so associaes entre razes de vegetais superiores e fungos. So exemplos dos pinheiros que no tm se desenvolvido em solos onde no ocorre tal associao, e outros cujo desenvolvimento extremamente retardado pela ausncia do fungo no solo. As micorrizas podem ser ectotrficas, quando o fungo vive na superfcie da raiz (externamente), ou podem ser endotrficas, quando as hifas penetram no interior da raiz. As micorrizas tm adquirido, a cada dia, maior importncia para a agricultura, pois podem favorecer o desenvolvimento de culturas vegeteis. Observa-se que determinados vegetais (principalmente leguminosas) que mostram suas razes micorrizadas naturalmente, tm melhor desenvolvimento do que aqueles que no possuem. Assim, criaram-se laboratrios para produo de fungos micorrzicos, a fim de fazer sua inoculao em novas plantaes. Outra associao mutualstica observada entre fungos e insetos. Aqui, as formigas fungvoras mantm um verdadeiro jardim em seu formigueiro, onde fungos so devidamente cultivados. Para o fungo, isso importante, pois serve para preservar a espcie e dissemin-la atravs de esporos carreados pelas prprias formigas que os utilizam como alimento. Ex. Tyridimyces formicarum (levedura). b) Comensalismo: o tipo de associao em que o benefcio ocorre somente para o fungo sem, no entanto, causar problemas ao hospedeiro. O comensalismo observado no estabelecimento de fungos na microbiota normal do organismo animal. O fungo utiliza os nutrientes necessrios retirados do organismo animal (geralmente secrees de pele e mucosas), mas no causam danos. 2.2. RELAES DESARMNICAS: O contato desarmnico dos fungos com outros seres vivos pode ser: pelo amensalismo, pelo parasitismo ou pelo predatismo. a) Amensalismo: Nesse tipo de relao, encontram-se os fungos que produzem substncias txicas para outros seres vivos, e a utilizam para inibir a competio em determinado nicho ecolgico. O fungo libera a substncia no substrato, impedindo o desenvolvimento de determinadas espcies de fungos ou de bactrias capazes de competir pelos nutrientes. O homem tem aproveitado esses fungos no s na produo de antibiticos (como a penicilina), mas tambm no controle de doenas de vegetais (inoculao de fungo produtor de antibiticos em solos onde est presente fungo patognico para a planta). b) Parasitismo: O parasitismo a relao de nutrio em que organismos vivos obtm nutrientes de outros organismos vivos, o fungo ir se beneficiar em prejuzo do hospedeiro. Assim, o fungo parasita estar intimamente ligado ao hospedeiro, absorvendo substncias elaboradas por invaso dos seus tecidos. Os fungos podem ser parasitos obrigatrios ou facultativos. Parasitos facultativos so aqueles fungos saprbios que devido a condies ambientais, passam a viver parasiticamente. Nesse grupo, h um grande nmero de fungos causadores de enfermidades em vegetais. Eles ficam no solo, restos de vegetais, na gua, se desenvolvendo. Porm, quando encontram vegetais hospedeiros susceptveis, ou vegetais normalmente resistentes e que se tornam susceptveis devido a condies ambientais desfavorveis, ou ainda, se as condies permitem que haja uma grande concentrao do fungo, esses abandonam sua condio de saprbios e invadem os vegetais vivos. Esses fungos so, geralmente, os responsveis pela morte de quase todos os tipos de vegetais cultivveis, pois atacam as razes e no apresentam seletividade para esta ou aquela planta, causando grandes perdas na agricultura. As pesquisas mostram que no h vegetal cultivvel que no esteja sujeito a um ataque maior ou menor por fungos. Os parasitos obrigatrios so aqueles que s podem viver sobre organismos vivos. O hospedeiro, que pode ser um animal ou um vegetal e, nesse caso so espcies-especficas. Alguns parasitos obrigatrios crescem como uma infeco que se estende por todo o organismo hospedeiro (o que uma desvantagem, pois mata o hospedeiro, e se ele no encontrar outro para se disseminar, acaba morrendo tambm), enquanto outros o fazem em uma rea restrita, permitindo que o hospedeiro continue vivo e alimentando o fungo. Como exemplo, tem-se a Plasmopara viticola que responsvel pelo "mldio da videira, e no afeta outras espcies vegetais; a Puccinia recondita causa a ferrugem das folhas do centeio e a Puccinia cucumeris a ferrugem" das folhas do chuchu. Entre os parasitos de animais, h o fungo Trichophyton schoenleinii, que parasito obrigatrio do homem e no foi isolado do solo ou de outros locais, causando doena somente no homem. Esse carter parasita tambm aproveitado pelo homem no controle a pragas como a "cigarrinha das pastagens" onde utilizado Metarhizium anisopliae.19 /20

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a) Predatismo: forma de relacionamento observada em alguns fungos que se alimentam de vermes do solo. So chamados fungos predadores. Encontram-se, nesse grupo, fungos que desenvolveram estruturas diferenciadas que so verdadeiras armadilhas. Algumas hifas desses fungos se diferenciam formando um anel e quando o nematide penetra no anel a hifa dilata, prendendo-o. Em seguida, o fungo lana suas hifas que penetram no corpo da vtima e absorvem seu contedo. Ex: Arthrobotrys dactyloides e A. oligospora. Ill. DISTRIBUIO GEOGRFICA: Por distribuio geogrfica entende-se a distribuio do fungo sobre o planeta entre os diversos continentes. Quanto distribuio geogrfica, os fungos podem ser cosmopolitas ou restritos. 1. Cosmopolita: Os fungos cosmopolitas so aqueles que j foram isolados em praticamente todos os continentes. Espcies como o Histoplasma capsulatum (agente etiolgico de micose profunda no homem e em outros animais - a histoplasmose), o Cryptococcus neoformans (agente etiolgico de micose profunda com tropismo pelo sistema nervoso central - a criptococose), a Candida albicans (agente da candidose, cuja manifestao clnica mais conhecida o sapinho), so alguns exemplos de fungos cosmopolitas. Essas micoses so comuns em todos os continentes. 2. Restritos: So de distribuio restrita, aqueles fungos que no foram isolados em todos os continentes. So restritos a alguns deles ou a determinado pas. Espcies como o Paracoccidioides brasiliensis (agente etiolgico da paracoccidioidomicose) fungo de distribuio restrita ao Brasil e outros pases da Amrica Latina; a Piedraia hortae (agente etiolgico de micose superficial denominada piedra negra) est restrita regio da Amaznia. Assim, viagens e passeios a determinadas regies do planeta devem ser sempre relatados durante anamnese, pois podem ser indicativas das denominadas doenas exticas, favorecendo um diagnstico correto. IV. HABITAT O habitat de um fungo o local onde ele se desenvolve na natureza, e geralmente, o contato com esse habitat que desencadear os processos infecciosos no homem e em outros animais. Assim observamos os fungos, na sua maioria, cujo habitat o solo. Como comentado anteriormente, o solo um local rico em matria orgnica, que permitir a manuteno das mais variadas espcies. O contato com o solo, ento, pode ser responsvel pela inoculao atravs de pequenos ferimentos na pele, de fungos agentes de micoses ditas superficiais e profundas; na sua introduo nos plos de fungos agentes de micoses superficiais; a inalao de poeira contaminada (solos secos) outro importante fator de contaminao por fungos causadores de micoses sistmicas. Tambm h aqueles que tm como habitat vegetal em decomposio, e ferimento causado por estes pode implantar no tecido subcutnea ou submucosa, clulas infectantes. Fungos comensais podem ser transmitidos por contato direto com pele ou mucosas, ou mesmo utilizao de utenslios contaminados como pente, roupa intima.

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