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OS SERES VIVOS Reconhecendo um ser vivo Os seres vivos so formados de clulas Tanto o ser humano e tanto uma rvore possuem clulas. Estas clulas (animais e vegetais) so um pouco diferentes uma da outra e nem todas as clulas que compem o corpo de um ser vivo so iguais, concluindo assim que todos os seres vivos so constitudos de clulas. A descoberta das clulas Quase todas as clulas so microscpicas, isto , so to pequenas que no podem ser vistas sem um aparelho de aumento. Por isso, para observar as clulas utiliza-se o microscpio. Com a inveno e o aperfeioamento do microscpio, muitas descobertas importantes foram feitas; vrios cientistas comearam a examinar cortes de animais e vegetais ao microscpio e, pouco a pouco, foram desvendando a estrutura das clulas. (Corte a apresentao da parte interior de um corpo ou

objeto).A idia de que os seres vivos eram formados por clulas s se estabeleceu definitivamente no sculo XIX. Dois bilogos alemes, Theodor Schwann e Mathias Schleiden, trabalhavam separadamente nessa poca: Schleiden com clulas vegetais e Schwann com clulas animais. Reunindo o resultado de suas observaes e de outros pesquisadores, eles chegaram concluso de que todos os seres vivos possuem clulas e que elas so a menor poro de matria viva capaz de realizar as diversas funes que mantm a vida em um organismo. Os vrus so os nicos seres vivos, que no so formados de clulas, um grupo muito especial que atualmente, considerado como integrante do mundo vivo. A clula possui basicamente trs componentes: membrana, citoplasma e ncleo: Membrana: envolve externamente a clula e controla as trocas de substncias diversas entre ela e o meio que se encontra. Citoplasma: regio que contm uma soluo gelatinosa em que esto imersos diferentes tipos de orgnulos que executam atividades diversas, como respirao, excreo, armazenamento de substncias nutritivas, etc. Ncleo: a estrutura que comanda as atividades celulares e que regula o mecanismo de reproduo. Ele Possui em seu interior molculas especiais chamadas cidos nuclicos. So essas molculas que

basicamente organizam o material gentico, que comanda as diversas atividades celulares e regula o mecanismo de reproduo. Seres com uma s clula e seres com milhes de clulas: Alguns seres vivos so formados por uma nica clula; so os unicelulares, como o caso de uma bactria ou de um protozorio. Outros, como uma rvore ou um homem, tm milhes de clulas ; so seres pluricelulares. Assim todos os seres vivos so formados de clulas, com exceo dos vrus. As clulas se agrupam e formam os tecidos: As clulas que compem o corpo de um ser vivo no so todas iguais; apresentam-se com diferentes formas e funes.

As clulas semelhantes se agrupam e desempenham um determinada funo. Os diferentes grupos de clulas, cada qual com uma determinada funo no organismo so chamados tecidos. No nosso corpo existem vrios tipos de tecidos, tais como: Tecido epitelial: As clulas desse tecido, presentes, por exemplo, na pele, so muito prximas umas das outras e revestem nosso corpo. Tecido sanguneo: O sangue um tecido. Algumas clulas so responsveis pelo transporte e distribuio de gs oxignio pelo corpo, enquanto outras participam da defesa do organismo. Tecido sseo: Esse tecido formado por clulas que organizam, em espaos entre elas, um material slido e duro, denominado matriz ssea; um dos tecidos que formam os ossos. Tecido nervoso: As clulas do tecido nervoso so responsveis pela recepo de estmulos e condues que permitem a elas executar tais funes.

O formato das clulas est relacionado com a funo que elas desempenham. A forma polidrica das clulas epiteliais, lembrando um paraleleppedo, bem como a grande proximidade que se verifica entre elas, permite que possam revestir o organismo com muita eficcia. A forma alongada e a estrutura das clulas musculares contribuem com a capacidade de contrao que essas clulas apresentam. A forma achatada dos glbulos vermelhos do sangue, lembrando um disco bicncavo, facilita a sada do gs oxignio do interior dessas clulas para os diversos tecidos do organismo. E as vrias ramificaes das clulas nervosas permitem recepo de estmulos e a transmisso de impulsos nervosos, muitas vezes com grande velocidade.

Alm da forma e da funo, outras caractersticas que diferenciam os tecidos so a distancia entre uma clula e outra e o tipo de material que preenche o espao existente entre elas (material intercelular). As epiteliais, por exemplo, esto muito prximas umas das outras e praticamente no h material intercelular no tecido. Com as clulas sanguneas acontece o contrrio: entre elas, existe uma grande quantidade de material lquido, chamado de plasma sanguneo. J no tecido sseo, o material intercelular, tambm chamado de matriz ssea, slido e responsvel pela dureza que os ossos apresentam.

Animais e vegetais: clulas diferentes em seres diferentes As vrias clulas de um mesmo ser vivo podem no ser exatamente iguais. A sua forma e seu tamanho, bem com o tipo de proporo do material intercelular, variam de acordo com cada tecido. Sendo assim, as clulas vegetais no poderiam ser tambm exatamente iguais s animais.

Uma clula animal e uma clula vegetal possuem a mesma estrutura bsica: membrana plasmtica, citoplasm e ncleo. Entretanto, num exame detalhado ao microscpio, evidenciam-se certas diferenas nessas estruturas. Alm da membrana plasmtica, as clulas vegetais possuem um outro envoltrio, mais externo: a parede

celular, com funo protetora e de sustentao, e composta principalmente de uma substncia denominada celulose. A celulose forma uma rede de fibras que confere pouca elasticidade ao contorno da clula vegetal,contribuindo com a manuteno de sua forma, geralmente polidrica. No citoplasma de certas clulas vegetais da folha encontramos vesculas minsculos saquinhos que

contm uma substncia denominada clorofila. So os cloroplastos. Graas a eles, os vegetais so capazes de fazer a fotossntese, produzindo acares (glicose) e outras substncias. Ocupando quase todo o citoplasma da maioria das clulas vegetais e deslocando o ncleo para a periferia celular, encontramos o vacolo. Nessa grande estrutura so armazenadas vrias outras substncias produzidas pelas clulas vegetais. Entre essas substncias esto pigmentos de vrias cores (antocianinas, carotenos, zantofilas) Os cloroplastos so estruturas observadas normalmente apenas em certas clulas vegetais das folhas. Esses

orgnulos no aparecem, por exemplo, nas clulas que organizam as razes. Esses rgos geralmente desenvolvemse sob o solo, no recebem luz e, portanto, no fazem fotossntese; logo, suas clulas no possuem cloroplasto. Mesmo algumas clulas que recebem energia luminosa no so dotadas de cloroplasto. ocaso das clulas que revestem o caule das plantas arbreas adultas; essas clulas constituem um tecido morto, chamado sber ou cortia.

Matria viva e matria bruta Uma pedra formada por muitas pores invisveis aos nossos olhos, chamadas molculas. Cada molcula formada por partculas chamadas tomos. A pedra no tem vida: considera-se, ento, que ela constituda de matria bruta. Os seres vivos so constitudos por diversos tipos de molculas, que se organizam formando clulas. Essas molculas integram entre si, harmoniosamente. Tal interao regulada pelo material gentico existente nas clulas. Disso resulta a matria viva, que constitui o organismo dos seres vivos. Portanto, na matria bruta no existe organizao celular, ao contrrio do que ocorre nos seres vivos (com exceo dos vrus). Na maioria dos organismos pluricelulares, as clulas com a mesma funes agrupadas em tecidos. Os tecidos constituem os rgos, que formam os sistemas e, finalmente, um organismo. tomos => molculas => clulas => tecidos => rgos => sistemas => organismos

Caractersticas dos seres vivos Alm da caracterstica de que os seres vivos so formados de clulas, existem outros aspectos que devem ser considerados, uma vez que se verificam somente entre eles. Os seres vivos, por exemplo, necessitam de alimento, passam por um ciclo de vida e so capazes de se reproduzir. Os seres vivos necessitam de alimento. Uma pedra no precisa de nutrientes para se manter, ao contrrio do que ocorre entre os seres vivos. por meio dos alimentos que os seres vivos adquirem a matria-prima para o crescimento, a renovao de clulas e a reproduo. So os alimentos tambm que fornecem a energia necessria para s realizao de todas as atividades executadas pelo organismo. As plantas produzem seu prprio alimento. Existem seres que so capazes de produzir seus prprios alimentos. Por isso so chamados de seres autotrficos. o caso das plantas.

Toda planta faz fotossntese, um processo de produo de alimentos que ocorre na natureza em presena da energia solar. Para realizar a fotossntese necessrio que a planta tenha clorofila, um pigmento verde que absorve a energia solar; a planta necessita tambm de gua e de sais minerais, que normalmente as razes retiram do solo, e ainda de gs carbnico (CO2) do ar atmosfrico, que penetra na planta atravs das folhas. A glicose um dos produtos da fotossntese. Outro produto o gs oxignio, que a planta libera para o ambiente. Com a glicose a planta fabrica outras substncias, como o amido e a sacarose. O amido encontrado, por exemplo, na massinha branca da batata e do feijo. A sacarose o acar que costumamos usar para adoar, por exemplo, o caf e os sucos; ela encontrada naturalmente da canade-acar. A planta, dessa forma, se alimenta dos nutrientes que ela prpria fabrica, a partir de energia luminosa, da gua e do gs carbnico, obtido do ambiente em que vive. Os sais minerais so indispensveis para a ocorrncia de inmeros fenmenos que acontecem nos seres vivos. Os sais de magnsio, por exemplo, so necessrios para a produo das clorofilas, uma vez que participam da constituio desses pigmentos. E, sem clorofila, a planta fica incapacitada para a realizao da fotossntese. Os animais no produzem seus alimentos Os animais, ao contrrio das plantas, no produzem os seus alimentos. Por isso so chamados de seres heterotrficos. Alguns s comem plantas (folhas, sementes, etc); so chamados os animais herbvoros. Outros s comem carne; so os carnvoros. Outros ainda nutrem-se de plantas e de outros animais; so os onvoros. Os seres vivos nascem... e morrem Os seres vivos nascem, desenvolvem-se, reproduzem-se, envelhecem e morrem. Essas diferentes fases da vida de um ser constituem o seu ciclo de vida. Esse ciclo tem durao varivel, de um tipo de ser vivo para outro.Veja alguns exemplos que indicam a durao mdia aproximada de vida de alguns animais.

Arara: 60 anos Cabra: 17 anos

Crocodilo: 80 anos Elefante: 100 anos

Chimpanz: 20 anos Coelho: 7 anos Coruja: 27 anos

Leo: 20 anos Porco: 10 anos Rato: 4 anos

O ciclo de vida pode durar minutos ou centenas de anos, conforme o ser vivo considerado. Algumas bactrias podem completar seu ciclo de vida em cerca de 30 minutos. Outros seres, como as sequias e alguns tipos de pinheiro, podem viver 4 mil anos ou mais. Os seres vivos produzem seus descendentes Todos os seres vivos tm capacidade de produzir descendentes, atravs da reproduo. O mecanismo de reproduo nos seres vivos muito variado. Basicamente, tanto os seres unicelulares quanto os pluricelulares podem produzir-se de duas maneiras: assexuada e sexuadamente. Na reproduo assexuada um nico indivduo origina outros, sem que haja troca de material gentico atravs de clulas especiais para a reproduo. Existem muitos tipos de reproduo assexuada, entre eles a cissiparidade ou bipartio, que so mais freqentes entre os organismos unicelulares. Este tipo de reproduo consiste a clula simplesmente se dividir em duas partes, que passaro a representar dois novos seres. Entre os seres pluricelulares, existem tambm aqueles que se reproduzem de forma assexuada: reproduo por esporos e reproduo por brotamento. Reproduo por esporos Nesse tipo de reproduo assexuada, o indivduo produz esporos, clulas que conseguem germinar originando novos indivduos, sem que haja fecundao. A reproduo atravs de esporos pode ocorrer em organismos unicelulares, e em organismos pluricelulares. Considerando os organismos pluricelulares, tomaremos como exemplo uma alga verde filamentosa do gnero Ulothrix, que vive fixa a um substrato. Essas algas, que vivem em gua doce, produzem esporos que so liberados e nadam livremente at se fixarem em um meio adequado; cada esporo, ento, pode

germinar e formar um novo indivduo. Reproduo por brotamento Este tipo de reproduo assexuada tambm ocorre em organismos unicelulares e organismos pluricelulares. Tomamos como exemplo a hidra, um animal invertebrado que vive em gua doce. Em uma hidra adulta nasce naturalmente um broto, que pode se destacar e dar origem a outra hidra.

A propagao vegetativa um tipo de reproduo assexuada muito comum em plantas diversas, como a batata comum, a canade-acar e a mandioca. Nesse caso utilizam-se normalmente pedaos de caule, que atuam como mudas. Os caules possuem gemas ou brotos, formados por clulas capazes de originar uma nova planta, em condies adequadas.

Reproduo sexuada A reproduo sexuada ocorre quando h troca de material gentico normalmente entre duas clulas sexuais chamadas gametas. (Alguns organismos unicelulares, como as bactrias, podem se reproduzir sexuadamente sem que haja formao de gametas. Nesse caso dois indivduos podem se emparelhar temporariamente e trocar parte de seu material gentico). Na reproduo sexuada com participao de gametas, podemos reconhecer dois tipos de clulas: um gameta masculino e outro gameta feminino. Nos animais, os gametas masculinos so os espermatozides, e o vulo gameta feminino. Existem dois tipos bsicos de fecundao: a fecundao externa e a fecundao interna.

Fecundao externa A maioria dos ourios-do-mar vive fixa nas rochas do mar. Em determinadas pocas do ano, os machos lanam seus espermatozides na gua. Ao mesmo tempo, as fmeas lanam os seus vulos. O encontro desses gametas ocorre na gua e, portanto, fora dos organismos produtores de gametas.

Fecundao interna

Em outros animais, como os pssaros, o macho lana os espermatozide dentro do corpo da fmea. O encontro dos gametas ocorre no interior do corpo de um organismo produtor de gametas. Existem os animais hermafroditas. Eles so, ao mesmo tempo, macho e fmea. Um mesmo organismo produz tanto espermatozides quanto vulos, como acontece na minhoca. Mas uma minhoca no fecunda ela mesma; alis, os animais hermafroditas geralmente no se auto fecundam. Para haver reproduo, necessrio que duas minhocas se aproximem e se acasalem. Durante o acasalamento, as duas minhocas trocam espermatozides e uma fecunda a outra. Os vulos fecundados so liberados no solo no interior de um casulo; cada vulo fecundado dar origem a uma nova minhoca. A origem da vida O planeta Terra formou-se h cerca de 4,6 bilhes de anos. Sua aparncia inicial era completamente diferente da aparncia que tem hoje. No havia nele qualquer tipo de ser vivo. Supe-se hoje, atravs do estudo de fsseis, que os primeiros seres vivos surgiram provavelmente h cerca de 3,5 bilhes de anos. Ao longo dos tempos, vrias hipteses foram elaboradas na tentativa de responder como os planetas apareceram - como a hiptese da gerao espontnea, a hiptese extraterrestre entre outras.

A hiptese da gerao espontnea At o sculo XIX, imaginava-se que os seres vivos poderiam surgir no s a partir da reproduo de seres preexistentes, mas tambm a partir de matria sem vida, de uma forma espontnea. Essa idia, proposta h mais de 2.000 anos por Aristteles, filsofo grego, conhecida como gerao espontnea. Segundo aqueles que acreditavam na gerao espontnea, determinados objetos poderiam conter um princpio ativo, isto , uma espcie de fora capaz de transform-los em seres vivos. Atravs da gerao espontnea, explicava-se, por exemplo, o aparecimento de vermes no intestino humano, como a lombriga, ou o surgimento de vermes no lixo ou na carne em putrefao. Logicamente, quem assim pensava desconhecia o ciclo de vida de uma lombriga ou uma de mosca. Hoje, sabe-se que as lombrigas surgem no intestino humano a partir da ingesto de gua e de alimentos contaminados por ovos fecundados de lombrigas preexistentes. Sabe-se tambm que os vermes que podem aparecer no lixo e na carne em decomposio so, na verdade, larvas de moscas que se desenvolvem a partir de ovos depositados nesses materiais por moscas fecundadas.

A hiptese extraterrestre Svante Arrhenius (1859-1927), um fsico e qumico sueco, supunha que, em pocas passadas, poeiras espaciais e meteoritos caram em nosso planeta trazendo certos tipos de microrganismos, provavelmente semelhantes a bactrias. Esses microrganismos, ento, foram se reproduzindo, dando origem vida na Terra.

A hiptese de Oparin At chegar forma que tem hoje, com seu relevo, rios, oceanos, campos, desertos e seres vivos, a Terra passou por diversas transformaes. Quando se formou admite-se, o planeta era to quente que era impossvel a vida desenvolver nele. O surgimento da vida s se tornou possvel com algumas mudanas ocorridas, por exemplo, no clima e na composio dos gases atmosfricos. Atmosfera primitiva Hidrognio (H2) Metano (CH4) Amnia (NH3) Vapores de gua Atmosfera atual Nitrognio (N2) Oxignio (02) Gs carbnico (CO2) Vapores de gua Gases nobres Os vapores de gua foram um dos componentes mais importantes da atmosfera primitiva. Admite-se que eles resultaram da grande atividade dos vulces. Esses vapores de gua foram se acumulando na atmosfera durante sculos.

Nas altas camadas da atmosfera, os vapores de gua, na forma de densas nuvens, resfriavam-se e, condensando-se, comearam a cair como chuva. Era o incio do ciclo da gua, que ocorre at hoje (evaporao => condensao => chuva). Como a superfcie da Terra era quentssima, a gua evaporava-se quase imediatamente, voltando a formar nuvens. Por milhes de anos, imagina-se, houve essa seqncia de chuvas e evaporao antes que os oceanos fossem formados. Somente quando a superfcie da Terra se resfriou muito, comeou a haver acumulo de gua lquida em regies mais baixas, formando lagos, mares e oceanos. Foi nos oceanos primitivos que a vida deve ter se originado. Pelo menos o que at agora os cientistas tm aceito como hiptese mais provvel. Um deles, o bioqumico russo de nome Aleksandr Ivanovitch Oparin (1894-1980), procurou explicar a formao do primeiro ser vivo a partir de molculas orgnicas complexas.

Das molculas orgnicas aos coacervados Oparin acreditava que as molculas orgnicas foram produzidas a partir de reaes ocorridas entre os gases existentes na atmosfera primitiva. Essas reaes teriam sido provocadas pela energia do raios ultravioletas do Sol e pelas descargas eltricas dos raios durantes as tempestades, ento muito freqentes. Entre as diversas molculas orgnicas supostamente produzidas a partir de gases primitivos, destacam-se os aminocidos. Os aminocidos formados devem ter combinado entre si dando origem a outras substncias mais complexas, chamados protenas. Ao longo de milhes de anos, as protenas foram se acumulando nos mares primitivos e se juntando em minsculos aglomerados, que Oparin chamou de coacervados. Dos coacervados s clulas A cincia atual admite que muitas substncias presentes nos mares primitivos foram lentamente se juntando aos coacervados, tornando-os cada vez mais complexos. Admite tambm que no interior dos coacervados ocorreram muitas reaes entre substncias inexistentes, at que, depois de milhes de anos, surgiram os cidos nuclicos. Os cidos nuclicos organizam o material gentico de uma clula e comanda suas atividades diversas, inclusive a reproduo. Assim, com o surgimento dessas molculas muito especiais, os coacervados puderam se transformar em seres unicelulares.

Os primeiros seres vivos da Terra, eram unicelulares, heterotrficos e alimentavam-se de substncias existentes nos oceanos. Com o passar do tempo, o nmero desses seres primitivos aumentou muito. Os alimentos existentes no oceanos foram lentamente se tornando insuficiente para todos. Mas milhes de anos depois, aps muitas modificaes acorridas no material gentico, alguns desses seres tornaram-se capazes de produzir clorofila e fazer fotossntese. Surgiram, ento os primeiros seres autotrficos, que produziam o alimento necessrio para manter a vida na Terra. Foi a partir desses dois tipos de seres que se desenvolveu a vida na Terra. Eles foram se diferenciando cada vez mais e lentamente originando todos os seres vivos que conhecemos hoje, inclusive o homem.

OS SERES VIVOS As Eras ERA PR-CAMBRIANA 570 milhes Os cientistas criaram uma escala de tempo que divide a histria da Terra em eras. Estas eras, por sua vez, so divididas em perodos, os quais se dividem em pocas. A mais longa dessas divises temporais foi a era Pr-Cambriana. Ela se estendeu desde o incio da Terra, cerca de 4,6 bilhes de anos, at aproximadamente 570 milhes de anos atrs. Durante esse tempo, a vida no mar se desenvolveu desde as minsculas e gelatinosas bolhas flutuantes at os primeiros vermes.

ERA PALEOZICA: Cambriano 500 milhes de anos Animais providos de conchas ou de outros revestimentos duros aparecem nos mares. Ordoviciano 430 milhes de anos Corais constroem recifes pedregosos em mares quentes e pouco profundos. Ourios-do-mar se desenvolvem e aparecem os primeiros peixes sem barbatanas e mandbulas. Siluriano 395 milhes de anos Peixes de diferentes grupos, com barbatanas, aparecem no mar e j podem nadar. Na terra, as primeiras plantinhas comeam a crescer.

Devoniano 345 milhes de anos Tambm chamada "idade dos peixes", com tubares e muitos outros tipos de peixes se multiplicando nos mares. Insetos e anfbios aparecem rastejando sobre a terra. Carbonfero 280 milhes de anos Samambaias gigantes crescem em pntanos cobertos de vapor, enquanto anfbios gigantes caam enormes liblulas. O carvo, que usamos como combustvel, comea a se formar neste perodo. Permiano 225 milhes de anos Rpteis se desenvolvem em vrios grupos e comeam a tomar conta da terra. Os trilobitas, formados no perodo Cambriano, foram aos poucos desaparecendo do mar.

ERA MESOZICA Trissico 193 milhes de anos O apogeu da Idade dos Rpteis. Muitas espcies se desenvolvem na Terra. A mais importante delas a dos dinossauros. Outros rpteis se adaptam vida no mar. Jurssico 136 milhes de anos Os dinossauros, os maiores animais terrestres de todos os tempos, reinam nesse perodo. Surgem as primeiras aves. Cretceo 64 milhes de anos Dinossauros continuam ocupando a Terra. Ocorre a evoluo das plantas, que passam a ter flores. No fim deste perodo, porm, todos os dinossauros e muitas outras espcies foram extintos.

ERA CENOZICA Paleoceno 54 milhes de anos Pequenos mamferos se desenvolvem rapidamente e se espalham pelos diversos ambientes terrestres. Eoceno 33 milhes de anos Os mamferos se tornam maiores e mais numerosos. No mar, enormes baleias aparecem. Na terra, grandes pssaros caadores e at morcegos se desenvolvem. Oligoceno 26 milhes de anos A maioria dos mamferos que existem at hoje se estabeleceu nesta poca. Por outro lado, pssaros gigantes, incapazes de voar, foram extintos. Mioceno 7 milhes de anos O clima se torna seco. As florestas ficam mais escassas e as pradarias se expandem. Cavalos, cervos, rinocerontes e elefantes se alimentam nas plancies. Surgem os primeiros homindeos (fsseis datam 3,5 milhes de anos). Plioceno 2 milhes de anos

A maioria dos animais terrestres insetos, rpteis, pssaros e mamferos so semelhantes aos de nossa poca. No mar, os peixes com ossos se tornam o grupo marinho mais importante. Pleistoceno 10 mil anos Alguns mamferos conseguem sobreviver ao frio desta poca graas ao seu casaco de pele. Plantas e animais tropicais se deslocam para o norte. Holoceno at hoje Com o derretimento das maiores e ltimas camadas de gelo, as primeiras aldeias se desenvolvem no Oriente Mdio.

A evoluo dos seres vivos Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829), cientista francs, acreditava que os seres vivos tinham de se transformar para melhor se adaptarem ao ambiente. Assim, ele explicava que as girafas, no passado, tinham pescoo curto e, medida que escasseava o alimento mais rasteiro, eram foradas a esticar o pescoo para comer as folhas do alto das rvores. Com isso, o pescoo foi se desenvolvendo pelo uso freqente e a caracterstica adquirida (pescoo cada vez mas longo) foi se transmitindo aos descendentes, de gerao em gerao. Depois de sculos, as girafas tinham, ento, o longo pescoo que observamos nas girafas atuais.

Essa hiptese, para explicar como se desenvolveu o longo pescoo das girafas, no aceita pela cincia. Voc ver a seguir por que ela considerada incorreta. Os ltimos dinossauros desapareceram h cerca de 65 milhes de anos e os primeiros seres da nossa espcie s surgiram no planeta h aproximadamente 200 mil anos. Nenhum ser humano, portanto, jamais conviveu com os dinossauros. Os dinossauros dominaram a Terra Os dinossauros dominaram a Terra durante aproximadamente 140 milhes de anos. Tinham formas e tamanhos diferentes. Alguns viviam em manadas. Uns eram herbvoros, outros carnvoros.

O Tyrannosaurus rex, era um temido predador. Com seus quinze metros de comprimento e dentes serreados de at dezoito centmetros, pertencia ao grupo dos terpodes. Os terpodes eram carnvoros e andavam sobre as duas patas posteriores. Suas patas anteriores (braos) eram curtas e a cabea grande suportava longas mandbulas. Com a cabea ocupando um tero do corpo, o Triceratops pesava at cinco toneladas e tinha nove metros de comprimentos. Era o maior dinossauro do grupo dos ceratopsdeos, dinossauros com chifres e um folho no pescoo. Os ceratopsdeos eram herbvoros e andavam em manadas. Com 26 metros de comprimento e quinze toneladas de peso, o Diplodocus pertencia ao grupo dos saurpodes, os maiores animais que j habitaram a Terra. Eles eram herbvoros. Os estegossauros pertenciam ao grupo de dinssauros que possuam fileiras de placas nas costas e enormes espinhos na causa. Tinham cabea e crebro muito pequenos em relao ao corpo e tambm eram herbvoros. Outros animais e plantas do passado Alm dos dinossauros, temos conhecimento da existncia de outros animais e plantas do passado, como, por exemplo, o Arquepterix, as samambaias gigantes e os ictiossauros. Os cientistas ainda tem dvidas se o Arquepterix foi um rptil do passado, um dinossauro com asas ou uma ave primitiva. A primeira hiptese a que parece ser a mais provvel. O que um fssil?

Hoje podemos conhecer paisagens e seres vivos da Terra primitiva reconstitudos em histrias fantsticas de filmes e revistas. Mas, cientificamente, como podemos saber se esses seres existiram mesmo? Quais eram as suas formas e os seus tamanhos? A descoberta de ossos, dentes ou esqueletos inteiros de animais extintos, enterrados no solo ou incrustados em rochas, que tornou possvel esse conhecimento. A esse tipo de restos ou simples vestgios (exemplo: pegadas) de seres vivos chamamos fssil. Estudando os fsseis, podemos descobrir como eram esses seres e como viviam. Raramente so encontrados fsseis de animais ou plantas inteiros. Em geral, s partes duras, como ossos, conchas e carapaas, ficam incrustadas na rocha. Algumas vezes, os poros dos ossos so

preenchidos por minerais como a calcita, por exemplo, mantendo-se assim a forma original. Em outros casos, ocorre a substituio completa do material original por minerais como a slica. H tambm outro tipo de fossilizao muito importante, que a preservao dos prprios animais e de plantas em mbar. Esses organismos foram englobados pela resina de um certo tipo de planta h milhes de anos. Claro que s animais menores foram fossilizados dessa forma, pois no conseguiram escapar das gotas de resina. Mesmo pequenos vertebrados, no entanto, j foram encontrados dentro das pedras amarelas e translcidas de mbar. A importncia dos fsseis Estudando os fsseis e comparando-os com os seres atuais, os cientistas descobriram que os animais e os vegetais foram se modificando atravs dos tempos. Enquanto alguns tipos se extinguiram, outros sofreram transformaes, dando origem aos que conhecemos atualmente. O estudo dos fsseis auxilia a compreenso das modificaes sofridas pelas espcies de seres vivos atravs dos sculos. Seres vivos e adaptao O rato-canguru um pequeno roedor que vive no deserto. Durante o dia, esconde-se em tocas profundas e relativamente frias, saindo apenas noite em busca do alimento. As fezes desse rato so relativamente secas e seus rins produzem uma urina muito concentrada, com pouca gua. No possuem glndulas sudorparas e, portanto, no suam.

Nos desertos, o dia costuma ser muito quente e a disponibilidade de gua pequena. Escondendo-se de dia em tocas frias e perdendo pouca gua atravs de fezes secas e de urina concentrada, alm de no suar, o rato-canguru consegue viver e se reproduzir no deserto. Diz-se, ento, que ele est adaptado s condies desrticas, isto , possui uma srie de caractersticas que contribuem para a sua sobrevivncia e reproduo naquele ambiente. Da mesma maneira, as raposas do rtico esto adaptadas para viver naquele ambiente, onde o frio muito intenso. Entre outras caractersticas, esses animais possuem muitos plos longos e lanosos e uma grossa camada de gordura sob a pele. Esses plos e a camada gordurosa dificultam muito as perdas de calor para o meio, contribuindo para a manuteno de temperatura do corpo.

Mas ratos-cangurus provavelmente no sobreviveriam no rtico, nem raposas-rticas no deserto. Na natureza, s seres vivos esto adaptados ao ambiente em que vivem. Num outro ambiente ou quando o ambiente em que vivem muda, as mesmas caractersticas que lhe eram favorveis podem se mostrar inteis e at mesmo prejudiciais. Por isso quando vemos informaes atravs dos meios de comunicao que uma regio vai ser inundada, por exemplo, para a construo de uma usina hidreltrica e que o meio-ambiente sofrer conseqncias, estamos falando que os animais adaptados quela regio provavelmente iro morrer em razo da mudana de habitat e condies climticas. O conceito de seleo natural Em uma cidade inglesa chamada Manchester, em meados do sculo XIX, antes da industrializao da cidade, viviam mariposas de uma certa espcie: algumas claras e outras escuras. Mas o nmero de mariposas claras era muito maior. Depois que a cidade se industrializou, verificou-se o contrrio: o nmero de mariposas escuras passou a ser muito maior. O que teria acontecido? Antes da industrializao da cidade, o ar no era poludo. No havia fuligem escura das fbricas; os troncos das rvores eram recobertos por liquens claros. Nesse ambiente de "fundo claro", as mariposas claras passavam mais despercebidas do que as escuras, quando posavam, por exemplo, numa rvore. Assim, pssaros insetvoros visualizavam melhor e devoravam mais as mariposas escuras. Dai, o grande nmeros de mariposas claras em relao s escuras. A colorao clara era, portanto, uma caracterstica favorvel para as mariposas que viviam naquele ambiente.

Mas veio a industrializao. E o ambiente mudou. A poluio praticamente eliminou os claros liquens que recobriam o tronco das rvores. A fuligem contribuiu para dotar o ambiente de um "fundo escuro". Nessa nova situao, eram as mariposas escuras que passavam mais despercebidas; as claras, facilmente identificadas pelos pssaros, eram mas devoradas. O nmero de mariposas escuras, ento, se tornou maior e a sua colorao passou a representar a caracterstica favorvel. Pelo exposto acima, podemos concluir que as mariposas apresentavam uma variabilidade de cores: algumas eram claras e outras eram escuras. O ambiente atuou selecionando essa variabilidade: antes da industrializao da cidade, as mariposas claras eram as mais bem adaptadas ao meio; tinham maiores chances de sobreviver e de gerar um maior nmero de descendentes. Depois da industrializao

da cidade, o ambiente mudou e o critrio de seleo tambm mudou: as mariposas escuras que passaram a ser as mais bem adaptadas ao meio. Chama-se seleo natural esse mecanismo de o ambiente selecionar os organismos que nele vivem; os indivduos portadores de caractersticas favorveis tem maior chance de sobreviver e deixar descendentes frteis, enquanto os portadores de caractersticas desfavorveis tendem a ser eliminados, pois tero menos chances. O conceito de seleo natural foi idealizado pelo cientista ingls Charles Darwin. A teoria da evoluo tornou-se realmente aceitvel para o mundo cientfico somente depois do trabalho desse cientista. O que evoluo? O processo de transformao pelo qual passam os seres vivos, incluindo a origem de novas espcies e a extino de outras atravs dos tempos, chama-se evoluo. Esse processo vem acontecendo desde que a vida surgiu na Terra. Como vimos no captulo anterior, acredita-se que os primeiros seres vivos surgiram no mar h mais ou menos 3,5 bilhes de anos. Eram seres relativamente simples, unicelulares e heterotrficos. Milhes de anos depois surgiram os seres unicelulares que j fabricavam seus prprios alimentos, usando a luz como fonte de energia. Muito tempo depois que apareceram os seres pluricelulares, como as plantas e os animais. Mas como surgem as diferentes caractersticas existentes entre uma espcie e outra de seres vivos? Mesmo entre seres de uma mesma espcie, por que, por exemplo, algumas mariposas so claras e outras escuras? As vrias caractersticas de um ser vivo so determinadas pelo material gentico existente em suas clulas. Esse material gentico compreende o conjunto dos genes que esse ser vivo possui. Os genes so formados pro substncias chamadas de cidos nuclicos. Simplificando, podemos dizer que temos, por exemplo, genes que determinam a cor dos nossos olhos, genes responsveis pela cor de nossa pele, etc. Acontece que os vrios genes de um indivduo podem ter sua estrutura alterada de maneira espontnea ou pela ao, por exemplo, de certas substncias. Essas alteraes que o material gentico pode sofrer so chamadas de mutaes.

As mutaes permitem, ento, o surgimento de caractersticas novas, que podem ser favorveis ou no para a adaptao de um organismo no ambiente em que vive. Por meio da seleo natural, o ambiente modela uma determinada espcie, preservando os organismos que possuem caractersticas favorveis para viver nele e permitindo que essas caractersticas sejam transmitidas a seus descendentes. Reproduo sexuada e variabilidade gentica No s as mutaes proporcionam variabilidade gentica. A reproduo sexual tambm propicia uma grande mistura gentica. Um indivduo (macho ou fmea) tem capacidade de produzir muitos tipos diferentes de gametas. Cada gameta ir unir-se - misturar seu material gentico - a outro, que ter outra cominao gentica, e assim por diante. Pense numa cadela, por exemplo, que tenha vrias ninhadas, cada uma de um pai, um macho, diferente. Resultado: podero nascer filhotes muito diferentes uns dos outros, quanto ao tamanho, cor, tipo de plos, etc. Concluso:

Os seres vivos se transformam ao longo dos sculos. As mutaes e a reproduo sexuada, por

exemplo, podem alterar as suas caractersticas; estas podem ser transmitidas de gerao a gerao.

O ambiente seleciona os seres que nele vivem. Indivduos de uma determinada espcie, que

possuam caractersticas favorveis, tendem a sobreviver e deixar descendentes frteis,

tendem a ser eliminados, pois tero menores chances. enquanto outros que no tem essas

caractersticas Charles Darwin Charles Robert Darwin (1809-1882) foi um naturalista ingls, criador do conceito da seleo natural, que a base para explicar a origem e a diversidade dos seres vivos. Em 1831, Darwin embarcou num navio - o Beagle - para uma viagem de estudos ao redor do mundo. Ele era o responsvel pelo levantamento biolgico e geolgico das regies visitadas. O Beagle passou por muitos lugares da Amrica do Sul (inclusive o Brasil), Nova Zelndia, Austrlia e frica. Durante a viagem, enquanto permanecia em terra firme, Darwin ia recolhendo fsseis e observando animais e plantas nativos.

Depois de cinco anos de viagem, ele voltou Inglaterra. Vinte anos mais tarde, aps um intenso e cuidadoso trabalho, publicou suas idias no livro "Sobre a origem das espcies e por meio da seleo natural". O livro, cuja primeira edio se esgotou rapidamente, lanou uma enorme controvrsia, especialmente de base religiosa. Era difcil para a maioria acreditar que o homem no fosse imutvel, mas sim um animal aparentado com os macacos. A domesticao de animais A fabricao de ferramentas de pedra, o domnio do fogo e a aquisio da linguagem foram conquistas que levaram milhes de anos. Graas a elas, o homem passou a defender-se dos outros animais ou ca-los, cozinhar seus alimentos ou aquecer-se ao fogo e transmitir o conhecimento acumulado de gerao para gerao. Os primeiros representantes da nossa espcie, h mais ou menos 200 mil anos, viviam deslocando-se constantemente de um lugar para o outro, onde houvesse frutos e sementes para a coleta de animais para caar. Mas, de cerca de 10.000 anos para c, sua vida iria mudar num ritmo muito intenso, comparada com o longo perodo anterior. Nessa poca, o homem aprendia a cultivar os vegetais e a domesticar animais. Ele deixava de ser coletor e caador para ser agricultor e pastor

O desenvolvimento de suas novas atividades aumentava seu controle sobre a natureza e ele j se fixava em determinados lugares, construindo sua habitao, formando as vilas e, mais tarde, as cidades. Peixes cegos Peixes que vivem em cavernas escuras de gua doce so geralmente cegos. Mas no foi a falta de luz que os tornou cegos. Nesse ambiente, sem luz, a viso no tem valor adaptativo, isto , no contribui para a sobrevivncia de um animal. Esses peixes podem ser cegos e sobreviver na caverna escura, desde que tenham outras caractersticas que contribuam para a sua sobrevivncia, como, por exemplo, um olfato apurado. Em um ambiente iluminado, porm, onde a viso tem valor adaptativo, esses peixes dificilmente conseguiriam sobreviver. No ambiente escuro, a viso no lhes ser til em nada.

Animais domesticados pelo homem Apresentamos a seguir, para fins de comparao, alguns animais que foram domesticados pelo homem, a data provvel em que isto aconteceu e o primeiro local onde ocorreu este fato. Animal Boi, vaca Burro, mula Cabra, bode Camelo Co Carneiro, ovelha Cavalo, gua Falco Galinha d'Angola Galo, galinha Data provvel (a.C.) 5.500 4.000 7.000 3.000 10.000 10.000 3.000 2.000 3.500 3.200 Lugar provvel Mesopotmia e Rssia meridional Assria, Nbia (antiga regio ao norte do Sudo e sul do Egito) e Egito desconhecido Bctria (antigo pas ao norte do Afeganisto), Assria e Arbia desconhecido Iraque estepes da Eursia (Rssia meridional) sia frica ocidental ndia e Elam (antiga regio ao sudoeste do Ir)

Ganso Gato

3.500 4.500

Egito e China Egito e Nbia

Lhama Pato Peru Pombo Porco Rena Zebu

2.500 3.500 5.000 3.000 6.500 3.000 3.000

Andes (Amrica do Sul) China Mxico Egito e ndia Iraque e China Eursia setentrional Beluquisto (regio dividida entre o Ir e o Paquisto) e ndia

A biodiversidade da Terra Para estudar os seres vivos existentes na Terra, desde a Antiguidade procura-se reuni-los em grupos, formados de acordo com algum critrio. O lugar onde eles vivem j foi um critrio de agrupamento. Assim, os seres vivos eram classificados em areos, aquticos e terrestres. Outra forma

de classific-los foi considerar a sua utilidade ao homem. E ento eles foram divididos em teis, nocivos e indiferentes. Hoje, entretanto, os seres vivos podem ser classificados com base em caractersticas tanto externas quando interna, que revelam o grau de parentesco entre eles. Mesmo tcnicas de biologia molecular vem sendo utilizadas para identificar esse grau de parentesco. Os cientistas desenvolveram um sistema de classificao - universalmente aceito - e detalhado a seguir. Com certeza, o homem no conhece todos os seres vivos que habitam a Terra, pois eles constituem uma variedade muito grande. essa grande variedade de seres vivos existentes no nosso planeta que chamamos de biodiversidade. Sobre a biodiversidade da Terra, podemos destacar o seguinte:

Alguns deles so domesticados, outros esto prximos - no zoolgico -, rvores e plantas esto

em todo lugar: avenidas, jardins, parques, vasos, etc;

H seres vivos que voc conhece somente pro meio de filmes ou de revistas; Existem outros seres vivos na Terra que nem os cientistas e pesquisadores ainda conhecem. Alguns especialistas estimam que existam entre cinco e trinta milhes de espcies de seres

vivos na Terra, mas apenas cerca de um milho e quatrocentas mil so conhecidas neste incio de sculo XXI.

Classificao dos seres vivos muito difcil estudar isoladamente todos os seres vivos conhecidos na Terra. Saber como eles so, onde se abrigam, como se reproduzem, por exemplo, no uma tarefa fcil. Na tentativa de entender melhor a evoluo dos grupos de seres vivos e suas relaes de parentesco, os cientistas fazem a sua classificao. Classificar agrupar, formar grupos, obedecendo a determinados critrios. Exemplos: Grupo dos macacos (macaco-aranha, sagi, bugio, etc.); Grupo dos pssaros (curi, canrio, pardal, beija-flor, etc.); Grupo dos ces (pequins, yorkshire terrier, perdigueiro, pastor alemo, etc). Espcie e gnero Espcie o conjunto de indivduos semelhantes que podem cruzar-se entre si, gerando descendentes frteis.

Para entender bem esta definio, veja o exemplo do cavalo e da gua. Eles podem cruzar-se e do origem a um descendente frtil, isto , que tambm pode originar descendentes. Por isso, eles so da mesma espcie. Do cruzamento de um jumento com uma gua nascer um burro (macho) ou uma mula (fmea). Estes animais sero estreis, isto , no podem dar origem a descendentes. Portanto o cavalo (e a gua) e o jumento so de espcies diferentes. Espcies mais aparentadas entre si do que com quaisquer outras formam um gnero. Os ces e os lobos so parentes prximos e tambm muito semelhantes. Assim, todos esses animais foram classificados no gnero Canis. Com as noes de gnero e espcie, o cientista sueco Carlos Lineu (1707 - 1778) classificou todos os seres vivos at ento conhecidos. Para isso, empregou sempre duas palavras para dar nome a eles. Nome cientfico As duas palavras do nome cientfico so escritas no idioma latim. Essa lngua, usava pelos antigos romanos, foi escolhida por ser um idioma morto, ou seja, ningum mais o utiliza no dia a dia. Os idiomas em uso geralmente sofrem alteraes, trazendo mais de um significado para uma determinada palavra. Outra vantagem de utilizar um idioma universal cientfico seria o fato de os seres vivos descritos em trabalhos cientficos serem identificados por um pesquisador em qualquer parte do planeta, seja ele chins, alemo, portugus, brasileiro ou finlands. O nome cientfico deve estar destacado do texto de alguma maneira para facilitar a sua identificao. Isso pode ser feito com letras em negrito, em itlico ou sublinhadas. Lineu chamou o co, por exemplo, de Canis familiaris e o lobo de Canis lupus. Observe que a primeira palavra escrita sempre em maiscula e a segunda em minscula. A expresso formada da primeira palavra (Canis) mais a segunda (familiaris ou lupus) representa a espcie a que pertence o animal. Assim, Canis, o nome do gnero ao qual pertencem, que o mesmo para o co e para o lobo. Ou seja, co e lobo so do mesmo gnero, mas de espcies diferentes. O homem pertence espcie Homo sapiens. Gneros podem ser agrupados e formar uma famlia

O conjunto de gneros mais aparentados entre si do que com quaisquer outros forma a famlia. Assim, o co (Canis familiaris) e animais aparentados a ele, como, por exemplo, o lobo (Canis lupus) e a raposa (Vulpes vulpes) fazem parte da famlia dos candeos (Canidae). Famlias podem ser agrupadas e formar uma ordem O conjunto de famlias mais aparentadas entre si forma uma ordem. Assim o co, o lobo e a raposa (da famlia dos candeos) e o tigre (da famlia dos feldeos - Felidae) fazem parte da ordem dos carnvoros (Carnivora). Esses animais tem vrias semelhanas e normalmente se nutrem apenas de carne - da o nome da ordem. Mas os ursos fazem parte da ordem carnvora e tambm se alimentam de mel e de frutas e o co domstico, come tambm outros tipos de alimento, alm de carne. Ordens podem ser agrupadas e formar uma classe Um conjunto de ordens mais aparentadas entre si forma uma classe. Assim a raposa (da ordem dos carnvoros), o rato (da ordem dos roedores - Rodentia), o macaco e os seres humanos (da ordem dos primatas - Primates) e o coelho (da ordem dos lagomorfos - Lagomorpha) fazem parte da classe dos mamferos - Mammalia). A caracterstica mais marcante dessa classe a presena de glndulas mamrias, que nas fmeas so desenvolvidas e produzem o leite que alimenta os filhotes. Classes podem ser agrupadas e formar um filo O conjunto de classes mais aparentadas entre si forma um filo. Assim, o boi (da classe dos mamferos), a galinha (da classe das Aves - Aves), a tainha (da classe dos peixes - Osteichthyes), o sapo (da classe dos anfbios - Amphibia) e a cobra (da classe dos rpteis - Reptilia) fazem parte do filo dos cordados (Chordata). Esses animais so semelhantes porque possuem, na fase de embrio, uma estrutura chamada notocorda, com funo de sustentao. A notocorda pode desaparecer ou no. Nos animais que possuem vrtebras (vertebrados), como os seres humanos, a notocorda desaparece durante o desenvolvimento embrionrio. Em seu lugar forma-se a coluna vertebral. Filos podem ser agrupados e formar um reino O conjunto de filos mais aparentados entre si forma um reino. Assim, o filo dos cordados e todos os outros filos de animais formam o reino dos animais (Animalia).

Os animais so semelhantes porque so pluricelulares, heterotrficos e tem tecidos especializados. Os cinco grandes reinos Durante muitos sculos os seres vivos foram classificados em apenas dois reinos: animal e vegetal. Para fazer esta classificao os cientistas levaram em considerao dois critrios:

Todos os seres vivos que se locomovem e so heterotrficos seriam animais; Todos os seres que no se locomovem e que apresentam clorofila seriam vegetais. Em muitos casos, essas caractersticas podem ser facilmente observadas. As girafas so

animais porque se movimentam - anda, corre, mexe a cabea para procurar alimento e a rvore e o capim so vegetais porque so fixos e tem clorofila (so verdes). Em outros seres vivos, porm, as diferenas no so to claras.

Os cogumelos no tem clorofila e no se locomovem. Portanto, no so animais nem vegetais; Com o desenvolvimento do microscpio, descobriam-se microorganismos que no tinham

caractersticas de vegetal nem de animal ou tinham caractersticas dos dois grupos, dificultando a sua classificao. Um bom exemplo disso a euglena. Ela possui clorofila e se locomove. Trata-se de um vegetal ou animal? A partir de 1969, ento, os cientistas estabeleceram um novo sistema de classificao, agrupando os seres vivos em cinco reinos. So eles:

Reino da moneras (ou reino Monera) - Engloba todos os seres unicelulares e procariontes, isto ,

que no possuem ncleo individualizado por uma membrana em suas clulas; o material gentico desses seres encontra-se disperso no citoplasma. So as bactrias e as cianofceas (tambm chamadas de cianobactrias e de algas azuis);

Reino dos protistas (ou reino Protista) - formado somente por seres unicelulares e

eucariontes, isto , que possuem ncleo individualizado pro uma membrana. So os protozorios e as algas unicelulares eucariontes;

Reino dos fungos (ou reino Fungi) - Engloba seres vivos eucariontes, unicelulares ou pluricelulares

e heterotrficos; suas clulas possuem parede celular;

Reino das plantas ou dos vegetais (ou reino Plantae ou Metaphyta) - Engloba todas as plantas.

Esses seres so pluricelulares, autotrficos e possuem tecidos especializados;

Reino dos animais (ou reino Animalia ou Metazoa) - Engloba todos os seres vivos pluricelulares,

heterotrficos e com tecidos especializados. Suas clulas so possuem parede celular.

Curiosidade => O lobo-da-tasmnia, animal que parece um lobo ou um co, encontrado na Austrlia e desempenha atividades e funes em seu ambiente semelhantes s dos lobos e ces de outras regies do planeta. No passado, os taxonomistas - cientistas que estudam a evoluo e a classificao dos seres vivos -, considerando as caractersticas externas desse animal, pensavam que ele fosse parente prximo dos lobos e ces. Estudando o desenvolvimento embrionrio e outras caractersticas do lobo-da-tasmnia, os taxonomistas modernos perceberam que o animal possui uma bolsa especial que abriga os filhotes ainda na forma de feto e que lhes d proteo e os alimenta. Constataram, ento, que o lobo-da-tasmnia mais aparentado com gambs e cangurus. Ele um marsupial. OS SERES VIVOS Vrus Os vrus so seres to pequenos - algumas dezenas de vezes menores que as minsculas bactrias - que no so visveis ao microscpio comum, mas apenas ao microscpio eletrnico. So seres muito especiais, pois no so formados por clulas. S conseguem se reproduzir dentro de clulas de um organismo vivo, seja ele animal, vegetal ou bactria. Ao se reproduzirem, utilizam-se de vrias substncias que encontram no interior da clula hospedeira. So todos parasitas. Fora de uma clula viva, os vrus no tem nenhuma atividade. So inertes e podem at cristalizar-se, como os minerais. Eles no tem organizao celular. Eles se reproduzem no interior de uma clula viva e sofrem mutaes. J houve muita discusso a respeito - os vrus so seres vivos ou no? Embora a maioria dos cientistas considerem os vrus como seres vivos, estes no so enquadrados em nenhum dos cinco grandes reinos. O organismo de um vrus constitudo basicamente de uma cpsula de protenas, que contm em seu interior o material gentico ou reprodutor. O vrus bacterifago infecta bactrias. Para se reproduzir, o bacterifago fixa-se na superfcie da bactria hospedeira atravs da cauda, perfura a membrana celular e injeta todo o material gentico. Em outros casos, como o que ocorre com o vrus da gripe, ele penetram inteiros no interior da clula hospedeira, onde se reproduzem. Em poucas horas, a clula hospedeira comea a liberar novos vrus, j formados. Neste caso, os vrus no arrebentam as clulas hospedeiras, mas muitas dessas clulas podem morrer devido infeco. Doenas provocadas por vrus

Como parasitas, os vrus provocam muitas doenas nos seres vivos. Ao invadirem as clulas de um indivduo, eles prejudicam o funcionamento normal dessas clulas e, conseqentemente, provocam doenas. Entre as doenas provocadas por vrus nos seres humanos, podemos mencionar a gripe, a poliomielite, a catapora, a febre amarela, a caxumba, o sarampo, a rubola, a hidrofobia, a hepatite, o herpes, a dengue e a aids. A defesa do organismo, o combate e as vacinas Quando as clulas so atacadas por vrus, o sistema de defesa do organismo parasitado passa a produzir substncias especificas que combatem o vrus invasor. Essas substncias so chamadas anticorpos. Isso ocorre porque os vrus so formados por protenas diferentes das do organismo parasitado. Essas protenas no so reconhecidas e o organismo combate-as, passando a produzir anticorpos. No existem medicamentos para combater os vrus depois que eles passam a parasitar um organismo. Nesse caso, a pessoa deve se alimentar bem, repousar bastante e esperar que o organismo reaja e produza os anticorpos especficos para destru-los. o caso, por exemplo, da gripe. No existem remdios para essa doena. O que h so medicamentos para aliviar os sintomas desconfortveis que ela provoca, como dores de cabea e no corpo, febre, etc. Tambm no h vacina contra a gripe. O vrus que a causa sofre mutaes rapidamente. H muitos tipos mutantes de vrus da gripe e ainda no se conseguiu produzir uma vacina que possa combater todos esses tipos. Contra algumas doenas provocadas por vrus e tambm por bactrias, existem as vacinas. As vacinas induzem o organismo a produzir anticorpos especficos para um determinado microrganismo. Assim, caso o microrganismo parasita invada o nosso corpo, reagimos rapidamente e a doena no se instala. As vacinas, portanto, so usadas para a preveno de doenas. importante notar que uma vacina no cura um organismo j parasitado por um vrus ou uma bactria. As vacinas so produzidas a partir de microrganismos mortos ou atenuados, ou ainda por toxinas inativadas que eles produzem. Uma vez introduzidos num indivduo, esses agentes no tem condies de provocar a doena, mas so capazes de estimular o organismo a produzir anticorpos. O indivduo, ento, fica imunizado contra a doena. A vacina Sabin, por exemplo, usada para prevenir a poliomielite ou paralisia infantil, feita com vrus causador dessa enfermidade. S que, ao contrrio do vrus normal da doena, o vrus utilizado na

vacina atenuado e no tem condies de atacar o sistema nervoso da pessoa. Porm, como o organismo no diferencia um vrus do outro, ele passa a produzir os anticorpos necessrios, imunizando o indivduo vacinado contra todos os tipos de vrus da poliomielite. AIDS - sndrome causada por vrus A AIDS uma sndrome, ou seja, um conjunto de sinais e de sintomas produzidos por mais de uma causa. A Aids transmitida atravs de relao sexual e de sangue contaminado. O causador da AIDS o vrus HIV (sigla em ingls que significa vrus da imunodeficincia humana adquirida). No nosso organismo, esse vrus pode reproduzir rapidamente e atacar o sistema de defesa do corpo. No nosso corpo existem os linfcitos, um dos tipos de clulas do sangue, que tem a funo de defender o organismo contra invasores (vrus e bactrias), destruindo-os. O vrus da Aids ataca os linfcitos, onde se reproduz. Destrudos os linfcitos em que se originam, os novos vrus so liberados na corrente sangnea e podem parasitar novos linfcitos. Com isso, o sistema imunolgico torna-se deficiente e o portador do vrus fica exposto a doenas infeccionas diversas. Geralmente o doente morre em conseqncia dessas infeces, embora hoje em dia h diversos paliativos que retardam e at controlam o avano dessa grave doena. No se pega Aids convivendo socialmente com um aidtico. Apertar a mo, abraar ou compartilhar o uso de utenslios domsticos no traz nenhum risco de contgio. Fora do organismo, o HIV pode sobreviver por algumas horas ,mas no consegue perfurar a pele de uma pessoa. A transmisso do vrus ocorre geralmente por meio de sangue, esperma e secrees vaginais contaminados. Por isso, alguma medidas de preveno contra a Aids consistem em:

certificar-se de que o sangue a receber numa transfuso no esteja contaminado (nem com vrus

HIV, nem da hepatite, dentre outros);

utilizar apenas agulhas e seringas descartveis, que devem ser usadas uma nica vez. Se no for

possvel utilizar as descartveis, esterilizar as no descartveis;

utilizar preservativos (camisinha) nas reaes sexuais. As pesquisas sobre Aids costumam receber muitas verbas. Apesar disso, sua cura ainda no foi

descoberta, nem foi desenvolvida uma vacina. O que existe atualmente so vrios remdios (alguns chamados de coquetis) que aumentam a sobrevida dos portadores do vrus. Muitas pessoas que no apresentam sintomas podem viver muito tempo sem saber que so portadoras. Outras que manifestam

sintomas, quando tratadas adequadamente, podem levar uma vida praticamente normal. Existem pessoas que so portadoras do vrus HIV h mais de dez anos levando uma vida completamente normal. Alguns tipos de perigosos vrus conhecidos O Ebola um vrus que, provavelmente, tenha se originado no Zaire e no Sudo em 1976. Mata suas vtimas em poucos dias. Na primeira fase da doena, os sintomas lembram os da malria, mas por volta do quarto dia o quadro j considerado crtico: febre alta, hemorragia generalizada espontnea, fezes sanguinolentas e vmitos com jatos de sangue. Surgem vrias feridas que se espalham pelo corpo rapidamente. A vtima morre por volta do nono dia. No Zaire, o ndice de mortalidade chega a 90% das pessoas infectadas. Entre os vrus, cuja existncia anterior era desconhecida e aqueles que conhecemos h mais tempo, esto o vrus Sabi e o vrus da febre amarela.

Vrus Sabi - um tipo fatal de vrus, que foi isolado no bairro de Sabi, em Cotia (Grande So Paulo) onde causou uma morte em 1990. Ele causa a febre hemorrgica brasileira. O quadro clnico semelhante ao da gripo, com nuseas e vmitos, e progride para complicaes renais e morte. Foi identificado pelo Instituto Adolfo Lutz, em So Paulo. Acidentalmente, dois pesquisadores (um em Belm, no Par e outro nos Estados Unidos) foram infectados, mas conseguiram sobreviver. Vrus da febre amarela - um vrus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A febre amarela ocorre em ciclos naturais na Amrica do Sul, mas foi identificada tambm na frica. Na maioria das vezes, a infeco subclnica, mas pode se tornar grave e at fatal. A febre amarela clssica caracteriza-se pela ocorrncia de febre moderadamente elevada, nuseas, queda no ritmo cardaco, prostrao e vmito com sangue. Reino das moneras (bactrias) http://www.portalbrasil.net/educacao_seresvivos.htm

Reino das moneras: bactrias e cianofcias, seres unicelulares e procariontes Moneras so todos os seres vivos unicelulares e procariontes: a clula desses seres no apresenta ncleo organizado e o material gentico encontra-se disperso no seu interior. No reino das moneras esto as bactrias e as cianofceas (tambm chamadas de cianobactrias ou algas azuis).

As bactrias As bactrias so seres unicelulares microscpicos. Espalharam-se pelo mundo e podem ser encontradas no ar, na gua e no solo. Dependendo da forma que apresentam, as bactrias recebem nomes especiais: Cocos => Tm a forma de esferas. Podem viver isoladas ou em grupos, formando colnias. Quando os cocos vivem dois a dois, chamam-se diplococos. Se formarem uma cadeia, denominam-se estreptococos. No caso de estarem reunidos em forma de um cacho, temos os estafilococos. Bacilos => Tem a forma de bastonete. Espirilos => Tem a forma de espiral. Vibries => Tem a forma de vrgula. As bactrias podem se reproduzir muito rapidamente, dando origem a um nmero muito grande de descendentes em apenas algumas horas. A maioria deles tem reproduo assexuada, principalmente por cissiparidade ou diviso simples. Nesse caso, cada bactria divide-se em duas, iguais primeira. Elas se reproduzem principalmente dividindo-se em duas. Em boas condies ambientais e com fartura de alimento, elas podem duplicar-se a cada 20 minutos. Surgem trs geraes de bactrias a cada hora. Em 24 horas, repetidas divises produzem 5 sextilhes de novas bactrias. Algumas bactrias se reproduzem sexuadamente com conjugao. Assim, duas bactrias se unem e uma delas recebe o material gentico da outra. Em seguida, elas se separam e aquela que recebeu o material gentico se divide em duas. As bactrias podem ser heterotrficas ou autotrficas. As bactrias heterotrficas, alimentam-se principalmente da matria orgnica que conseguem decompondo organismos mortos. So chamadas de decompositores ou saprfitas. A atividade decompositora das bactrias (bem como a dos fungos) permite que a matria orgnica presente nos organismos mortos seja transformada em matria inorgnica, como os sais minerais, que so liberados no ambiente e podem ser absorvidos por uma planta. Assim, as bactrias decompositoras contribuem para a reciclagem da matria na natureza. Algumas bactrias heterotrficas vivem como parasitas, retirando de outros seres as substncias nutritivas de que necessitam e causando-lhes doenas.

Existem tambm bactrias heterotrficas que se associam com outros seres vivos, estabelecendo uma relao chamada mutualismo, em que ambos so beneficiados. Nas razes do feijo, por exemplo, existem bactrias que fixam o nitrognio do ar, transformando-o em nitratos. O feijoeiro, ento, absorve parte dos nitratos, que contribuem para o seu desenvolvimento. Por sua vez, a planta fornece s bactrias parte do alimento que fabrica atravs da fotossntese. As bactrias autotrficas fabricam o seu prprio alimento por meio da fotossntese ou da quimiossntese. Na fotossntese, a energia utilizada na produo do alimento vem da luz solar. Na quimiossntese, a energia vem de algum composto qumico a ser "queimado". No solo, vivem certas bactrias do gnero Nitrosomonas. Essas bactrias "queimando" uma substncia chamada de amnia, obtm energia. Com essa energia, fabricam o seu prprio alimento, a partir de gs carbnico e de gua. So, pois, autotrficas quimiossintetizantes. A respirao celular um fenmeno que consiste, basicamente, na extrao da energia qumica armazenada nos alimentos. Essa energia , ento, utilizada nas atividades celulares. Na respirao, o organismo pode, ou no, usar gs oxignio. Quando usam esse gs, so chamados de organismos aerbicos, quando no o usam. so chamados de organismos anaerbicos. Entre as bactrias, existem formas aerbicas e anaerbicas. Bactrias utilizadas em estaes de tratamento de esgoto para decompor matria orgnica, por exemplo, so aerbicas. J as bactrias causadoras do ttano so anaerbicas. Muitas bactrias so benficas para os seres humanos. Exemplos:

Bactrias fermentadoras => permitem a produo de coalhada, iogurte, queijos, vinhos, vinagres,

etc;

Bactrias mutualsticas => vivem, por exemplo, no intestino humano, formando a flora intestinal.

Em nosso intestino, essas bactrias decompem resduos vegetais que no foram bem digeridos e fornecem ao nosso corpo vitaminas do complexo B. Por sua vez, encontram no intestino humano um ambiente adequado para viver. Algumas bactrias, porm, provocam doenas no homem e tambm nas plantas e em outros animais. A tuberculose, o ttano, a lepra, a sfilis, a clera e a pneumonia so exemplos de doenas causadas por bactrias patognicas ns seres humanos. Existem duas maneiras bsicas de combater as bactrias patognicas:

a) Medidas curativas - Consistem na cura de uma pessoa doente, com uma infeco bacteriana. Essa cura deve ser feita com acompanhamento mdico, que podem receitas remdios como os antibiticos, eficientes no combate s bactrias causadoras de doenas; b) Medidas profilticas - So medidas preventivas para evitar as doenas causadas por bactrias. Exemplos:

Ferver o leite antes de us-lo; Ferver a gua, quando no se tem filtro ou aparelho de ozonizao; Lavar e desinfetar ferimentos, com gua oxigenada, por exemplo; Usar desinfetantes em banheiros, ptios, etc.; Conservar os alimentos. Pode-se fazer, por exemplo, o salgamento de carnes (boi, porco,

carneiro, etc);

Tomar vacinas. Sempre que houver uma campanha de vacinao no posto de sade, voc deve

tomar a sua dose de vacina;

Esterilizar instrumentos mdicos em geral. A esterilizao a maneira de combater as bactrias

patognicas por meio de altas temperaturas. Para uma esterilizao eficiente, os instrumentos (inclusive seringas e agulhas) devem ser fervidos durante algum tempo dentro de estojo metlico ou colocados em aparelhos especiais para esterilizao. A pasteurizao (comum no leite) um processo de esterilizao de alimentos por meio da variao acentuada da temperatura. Primeiramente, eleva-se a temperatura do alimento por volta de 78 C e, em seguida, abaixa-se rapidamente para 0 C. Essa mudana brusca ocasiona a morte das bactrias. Em condies adversas (temperaturas elevadas ou muito baixas, ao de agentes qumicos, etc.), algumas bactrias podem originar estruturas resistentes denominadas esporos. Na forma e esporos, essas bactrias podem ficar protegidas por muitos anos, at que as condies desfavorveis se revertam. S no conseguem resistir por mais de uma hora s condies de esterilizao da autoclave (usadas geralmente em hospitais e clnicas). Este aparelho utiliza presso em dobro da atmosfrica e vapor de gua em torno de 120 C. Bactrias e iogurtes - uma receita Os bacilos acidolcteos so bactrias que provocam a coagulao do leite, permitindo a produo de iogurte. Voc pode faz-lo da seguinte forma: Ingredientes - um litro de leite; um copo de iogurte natural (sem polpa de frutas nem corantes);

Material necessrio - uma colher de pau, quatro a seis copos de vidro e guardanapos de papel. Como fazer: 1) ferva o leite e deixe-o esfriar at 38 C; 2) acrescente meio copo de iogurte natural e misture-o bastante usando a colher de pau; 3) coloque a mistura nos copos de vidro; 4) enrole bastante papel em cada copo e guarde-os num armrio; e 5) depois de 24 horas coloque os copos na geladeira. Est pronto o seu iogurte. As cianofceas (cianobactrias ou algas azuis) As cianofceas so unicelulares, procariontes e possuem clorofila, o que significa que elas fazem fotossntese. So, portanto, seres autotrficos. Vivem em gua doce, gua salgada, no solo mido ou nas cascas das rvores. As cianofceas possuem tambm um pigmento azul, denominado ficocianina. Da a razo do nome cianofceas (= algas azuis). Alm da clorofila e da ficocianina, possuem pigmentos de outras cores: vermelhos, dourados, castanhos e roxos. Conforme a predominncia de um ou de outro tipo de pigmento, as cianofceas podem ser azuladas, avermelhadas, esverdeadas, etc. Na superfcie do Mar Vermelho, localizado entre a frica e a sia, existe grande quantidade de cianofceas avermelhadas - da a origem do nome do mar. Embora microscpicas individualmente, as cianofceas podem formar colnias filamentosas ou globosas. As cianofceas, a exemplo de algumas bactrias, tem a capacidade de assimilar o gs nitrognio da atmosfera. Assim, transformando esse gs em sais nitrogenados, como os nitratos, elas contribuem para a fixao desse elemento no solo, favorecendo os vegetais na produo de suas protenas. As cianofceas reproduzem-se somente de forma assexuada e principalmente por cissiparidade: uma clula se divide dando origem a duas novas clulas. O poder das algas azuis Barkadruso um minsculo povoado africano, com menos de 1.000 habitantes, na maioria mulheres. Naquela regio, antigamente prosperava a criao de gado. Mas a seca dizimou os animais, e a vida se tornou muito difcil. Os homens em condio de trabalhar foram para outras regies, deixando as mulheres, os velhos e as crianas.

Os habitantes desse povoado costumam dizer que esto vivos graas ao dih. O dih uma cianofcea que prolifera nos charcos de alguns rios. Riqussimas em protenas - 15 gramas de dih equivalem a 100 gramas de carne -, as cianofceas so consumidas na forma de pur ou de molho, constituindo a alimentao bsica dos habitantes daquele povoado africano. De fato, as crianas de Barkadruso no tem sinais de subnutrio. Cries => Todos ns temos muitos tipos de bactrias no corpo. A sua boca contm bactrias que digerem restos de comida. Se voc no escovar os dentes regularmente, essas bactrias se agrupam e formam o que se chama de placa bacteriana. Os cidos produzidos pelas bactrias dessa placa atacam o esmalte do dente, desgastando-o. Conforme o desgaste se aprofunda, ocorre a crie - que deve ser tratada.

SERES VIVOS Clera Originria da sia, mais precisamente da ndia e de Bangladesh, a clera se espalhou para outros continentes a partir de 1817. Chegou ao Brasil no ano de 1885, invadindo os estados do Amazonas, Bahia, Par e Rio de Janeiro. Em 1893 a doena chegou a So Paulo, alastrando-se tanto na capital quanto no interior do estado. No entanto, no final do sculo XIX, o governo brasileiro declarava a doena erradicava de todo o pas. Cerca de um sculo depois, em abril de 1991, a clera chegou novamente ao Brasil. Vindo o Peru, fez sua primeira vtima na cidade de Tabatinga, Amazonas. A clera uma doena infecciosa que ataca o intestino dos seres humanos. A bactria que a provoca foi descoberta por Robert Koch em 1884 e, posteriormente, recebeu o nome de Vibrio cholerae. Ao infectar o intestino humano, essa bactria faz com que o organismo elimine uma grande quantidade de gua e sais minerais, acarretando sria desidratao. A bactria da clera pode fica incubada de um a quatro dias. Quando a doena se manifesta, apresenta os seguintes sintomas:

nuseas e vmitos; clicas abdominais; diarria abundante, esbranquiada como gua de arroz, determinando a perda de at um litro de

gua por hora;

cibras. A clera transmitida principalmente pela gua e por alimentos contaminados. Quanto o vibrio ingerido, instala-se no intestino do homem. Esta bactria libera uma

substncia txica, que altera o funcionamento normal das clulas intestinais. Surgem, ento, a diarria e o vmito. Os casos de clera podem ser fatais, se o diagnstico no for rpido e o doente no receber tratamento correto. O tratamento deve ser feito com acompanhamento mdico, usando-se antibiticos para combater a infeco e medicamentos para combater a diarria e prevenir a desidratao. A preveno da clera pode ser feita atravs de vacina e principalmente atravs de medidas de higiene e saneamento bsico. A vacinao de responsabilidade do governo. No caso da clera, no h garantia de que todas as pessoas vacinadas fiquem imunes doena. Estima-se que a vacina existente tenha um grau de eficcia inferior a 50%. As medidas de saneamento bsico tambm dependem do governo, mas cada um de ns deve fazer a sua parte. Cabe ao governo desenvolver campanhas alertando e conscientizando a populao de que, com cuidados especiais e boa vontade, pode-se evitar uma epidemia da clera. As principais precaues so:

Beber somente gua filtrada ou fervida; lavar as mos com sabo antes das refeies e ao deixar o sanitrio; lavar muito bem em gua corrente as frutas, os legumes e as verduras antes de com-los; evitar comer alimentos crus, principalmente verduras e peixes; e no deixar moscas e outros insetos pousar nos alimentos.

OS SERES VIVOS Reino dos protistas Protozorios e algas unicelulares eucariontes Os protistas so seres vivos unicelulares cuja clula possui ncleo organizado, ou seja, est separado do citoplasma pela membrana nuclear. So, portanto, organismos eucariontes. Na antiga classificao, os protozorios eram animais unicelulares e as algas unicelulares eucariontes pertenciam ao grupo dos vegetais.

Os protistas so representados pelos protozorios e pelas algas unicelulares eucariontes. Os protozorios Os protozorios so seres vivos unicelulares, eucariontes e desprovidos de clorofila. Podem viver como parasitas ou ter vida livre, habitando os mais variados tipos de ambiente. Como parasitas do homem e de outros seres vivos, podem causar muitas doenas. A maioria dos protozorios apresenta reproduo assexuada. Algumas espcies podem se reproduzir sexuadamente. Primeiramente, o ncleo duplica-se. A seguir, a clula estreita-se na parte central e, finalmente, divide-se em duas, dando origem a duas novas amebas. Os protozorios foram classificados segundo o tipo e a presena ou no de elementos especiais de locomoo. Dessa forma, s protozorios so divididos em flagelados, rizpodes, ciliados e esporozorios. Os flagelados apresentam um ou mais de um flagelo. Os flagelos so longos filamentos que este tipo de protozorio utiliza para se locomover, vibrando-os num lquido. Muitos flagelados tem vida livre, outros so parasitas e ocasionam doenas no homem. O tripanossomo, a Leishmania e a girdia so exemplos de flagelados parasitas. Protozorios flagelados do gnero Trichonympha vivem no intestino de cupins, participando da digesto da celulose da madeira. Se o cupim no contasse com a "ajuda" do protozorio, ele no conseguiria aproveitar a celulose como alimento e morreria. J o protozorio encontra alimento farto e fcil no intestino do cupim. Essa relao entre duas espcies diferentes, em que h benefcio para ambas as partes chamada mutualismo. Os rizpodes se locomovem e obtm alimentos atravs de prolongamentos do citoplasma chamados pseudpodes (falsos ps). As amebas so os principais representantes dos rizpodes. Algumas so parasitas e outras tem vida livre. Um grupo especial de rizpodes so os foraminferos. Esses protozorios vivem na gua salgada e so protegidos por carapaas muito bonitas, ricas em clcio e silcio. H milhes de anos existia grande quantidade desses seres no fundo dos mares. Seus restos foram sofrendo transformaes durante milhes de anos e contriburam para a formao de petrleo. Atualmente, a descoberta de suas carapaas muito importante, pois indica que pode haver petrleo no local. H tcnicos em geologia - pessoas que estudam a origem e as transformaes do globo

terrestre -, que procuram descobrir, na terra ou no mar, os locais onde se encontram carapaas fsseis desses protozorios. Os ciliados apresentam pequenos filamentos em volta do corpo chamados clios, com os quais se movimentam e capturam alimentos. Um exemplo desse grupo o balantdeo, um parasita que vive habitualmente no organismo do porco. Outro exemplo de ciliado o paramcio, que vive na gua doce. Os esporozorios so parasitas e no se locomovem. Um dos mais conhecidos o plasmdio, protozorio que provoca nos seres humanos a doena conhecida como malria ou maleita. Doenas causadas por protozorios Muitos protozorios causam doenas nos seres humanos. Entre elas, esto a amebase ou disenteria amebiana, a doena de Chagas, a lcera de Bauru, a giardase e a malria.

O homem adquire a amebase ou disenteria amebiana ao ingerir gua ou alimentos contaminados

por uma ameba, a Entamoeba histolytica. Esta ameba parasita principalmente o intestino grosso dos seres humanos, onde provoca ulceraes e se alimenta de glbulos vermelhos do sangue. No intestino, essa ameba se reproduz assexuadamente por cissiparidade e, algumas delas, formam cistos, estruturas que possuem uma membrana resistente e que contm alguns ncleos celulares. Eliminados com as fezes, os cistos podem contaminar a gua e alimentos diversos, como as verduras. Se forem ingeridos, esses cistos se rompem no tubo digestivo, libertando novas amebas, que recomeam um novo ciclo. As pessoas com amebase eliminam fezes lquidas, s vezes com sangue e quase sempre acompanhadas de fortes dores abdominais. Para evitar essa doena necessrio ferver a gua que se vai beber e lavar muito bem as verduras e frutas, alm de cuidados higinicos, como a lavagem de mos, principalmente antes das refeies.

A doena de Chagas causada pelo tripanossomo (Trypanosoma cruzi), protozorio que vive no

intestino de um percevejo sugador de sangue, conhecido popularmente como barbeiro. Esse percevejo vive em frestas de paredes, chiqueiros e paiis. noite, saem de seus esconderijos e vo sugar o sangue das pessoas que dormem. Quando algum picado pelo percevejo pode contrair a doena da seguinte forma: durante a picada, o barbeiro infestado elimina fezes contendo o tripanossomo. Coando o local da picada, a pessoa espalha as fezes do barbeiro e introduz o parasita em seu organismo, atravs do pequeno orifcio feito pela picada. Uma vez na corrente sangnea, o tripanossomo atinge o corao. Ali ele se fixa, podendo causar a morte da vtima. As principais medidas para evitar a doena de Chagas consistem em:

- Substituir moradias de barro e de madeira por outras de tijolos, que no tenham frestas onde o barbeiro possa se esconder; e - exigir, em transfuses de sangue, a garantia de que o sangue doado no esteja contaminado com tripanossomos.

Doena que ataca a pele e as mucosas dos lbios e do nariz produzindo muitas feridas, a lcera

de Bauru provocada pela Leishmania brasiliensis, um protozorio parecido com o tripanossomo. Transmitida pela picada do mosquito flebtomo, a doena conhecida com esse nome, porque foi muito comum na cidade de Bauru, em anos passados.

Provocada pela girdia (Giardia lamblia), flagelado que parasita o intestino humano, a doena

geralmente causa fortes diarrias, podendo levar o doente desidratao. transmitida atravs de gua e alimentos contaminados pelo protozorio. Evita-se essa doena com as mesmas medias utilizadas contra a amebase.

A malria provocada por protozorios do gnero Plasmodium e transmitida ao homem por

meio da picada do mosquito, anfele, ao sugar-lhe o sangue para se alimentar. Durante a picada, o mosquito libera saliva, que contm o protozorio plasmdio. Ento o parasita entra no sangue da pessoa e se instala em rgos diversos, como o fgado e o bao, onde se multiplica. Aps um certo perodo, os parasitas retornam ao sangue e penetram nos glbulos vermelhos, onde voltam a se multiplicar. Os glbulos parasitados se rompem liberando novos protozorios que passam a infectar outros glbulos vermelhos. A malria provoca febre muito alta, que coincide com os perodos em que os parasitas arrebentam os glbulos vermelhos, liberando toxinas na corrente sangnea. Se no for combatida pode causar a morte do doente. A pulverizao de crregos, lagoas e poas de gua parada, com inseticida, uma das maneiras de combater os mosquitos transmissores da malria. na gua que os mosquitos pem seus ovos para se reproduzirem. Toxiplasmose A toxoplasmose uma doena causada pelo protozorio Toxoplasma gondii. A transmisso se d por contato com animais domsticos - principalmente gatos - ou por suas fezes. As fezes dos gatos podem conter cistos (formas resistentes) do parasita, que so disseminados por animais, como moscas e baratas. O homem adquire a doena quando ingere diretamente o cisto ou carne mal cozida que o contenha.

Os sintomas da doena so, na maioria das vezes, muito semelhantes aos de vrias outras doenas: mal-estar, febre, dores de cabea e musculares, prostrao e febre que pode durar semanas ou meses. Aps alguns dias h tambm aumento dos gnglios linfticos em todo o corpo. Normalmente, a doena evolui de forma benigna e desaparece sem deixar seqelas no organismo. s vezes, porm, pode causar leses oculares, com perda parcial ou quase total da viso. Da sua gravidade. Em mulheres grvidas, o protozorio pode atingir o feto, provocando-lhe cegueira, deficincia mental e at mesmo a morte. As algas unicelulares eucariontes As algas so importantes para o equilbrio ecolgico dos ecossistemas do alimento que nutre direta ou indiretamente os demais seres vivos aquticos. Alm disso, as algas so os grandes fornecedores do gs oxignio que abastece a vida aerbica no planeta. Na atmosfera ou dissolvido na gua, esse gs se origina principalmente da atividade fotossintetizante das algas, especialmente as marinhas. Entre as algas unicelulares eucariontes, destacaremos o grupo das euglenas, o das crisfitas e o das pirrfitas. As euglenas so algas unicelulares e clorofiladas que se locomovem atravs de um flagelo e vivem principalmente na gua doce, mas tambm na gua salgada. As crisfitas, tambm conhecidas por algas douradas so unicelulares, clorofiladas e vivem na gua doce ou salgada. Em sua maioria, so representadas pelas diatomceas, algas que tem o corpo protegido por uma carapaa formada de slica. As pirrfitas so algas unicelulares e geralmente marinhas. Algumas tem capacidade de emitir luz. Em noites escuras, voc poder ver pontinhos luminosos nas ondas do mar. So pirrfitas do gnero

Noctiluca apresentando o fenmeno conhecido como bioluminescncia.Certas algas, principalmente as pirrfitas, provocam um fenmeno conhecido como marvermelha. Em certas ocasies, as pirrfitas reproduzem-se exageradamente. Contendo uma grande quantidade delas, a gua do mar adquire um colorao avermelhada. Com esse excesso de populao, a quantidade de substncia txica desprendida pelas pirrfitas se torna muito grande e mata milhares de peixes e animais aquticos.

Um caso de mar-vermelha muito comentado no Brasil ocorreu em 1978, na costa dos estados do sul. Anlises da gua colhida do mar revelaram a presena de cerca de 60 mil algas em cada litro.

Reino dos fungos Voc j ouviu falar em mofos ou bolores? Em certas condies eles ocorrem em paredes, na roupa, nos sapatos, no po, nas frutas, etc. E em micoses? So causados por fungos. Frieiras, monilase ("sapinho") so exemplos de micoses. Ao reino dos fungos pertencem todos os seres conhecidos por mofos, bolores, cogumelos e leveduras. So seres vivos sem clorofila e podem ser unicelulares ou pluricelulares. No possuem um tecido verdadeiro e suas clulas apresentam parede celular de quitina. A rea da cincia que estuda os fungos a micologia. Os fungos pluricelulares geralmente apresentam filamentos microscpicos chamados hifas. Elas se entrelaam formando uma espcie de massa, que recebe o nome de miclio. No cogumelo-de-chapu, o miclio apresenta "abas" onde se encontram inmeras hifas frteis, produtoras de esporos. Os fungos podem viver de temperaturas que variam de 60 C a -10 C. Como heterotrficos, necessitam de alimento preexistente para a sa sobrevivncia. Desenvolvem-se bem em lugares midos, com pouca luz e com matria orgnica que usam para se alimentar. A maioria deles, assim como as bactrias, obtm alimento decompondo a matria orgnica do corpo de organismos mortos. Alguns obtm alimento de outros seres vivos, com os quais se associam. Assim, os fungos podem ser decompositores, parasitas ou mutualsticos. Os decompositores (ou saprfitas) so fungos que se nutrem da matria orgnica do corpo de organismos mortos (ou de partes que podem se destacar de um organismo, como pele, folhas e frutas que caem no solo), provocando a sua decomposio. Certos fungos, por exemplo, causam o apodrecimento de frutas ou de restos de vegetais e animais. Os parasitas so aqueles que vivem custa de outro ser vivo, prejudicando-o e podendo at mat-lo. Muitas doenas dos vegetais so provocadas por fungos parasitas, como aqueles que atacam as folhas do caf, causando a "ferrugem do caf". Nos seres humanos, podemos citar o fungo Candida

albicans, que pode se instalar na boca, faringe e outros rgos, provocando o "sapinho".Os mutualsticos so aqueles que se associam a outros seres e ambos se beneficiam com essa associao. O lquen, por exemplo, uma associao entre um fungo e uma alga. A alga, que tem

clorofila, faz fotossntese, produzindo alimento para ela e para o fungo. Este, por sua vez, absorve do solo gua e sais minerais, que so, em parte, cedidos para a alga. Os fungos apresentam reproduo assexuada e sexuada. O mecanismo de reproduo dos fungos pode ser muito variado e relativamente complexo. Tomaremos como exemplo os cogumelos-de-chapu e descreveremos sua reproduo de maneira simplificada. Nos cogumelos-de-chapu, os esporos so produzidos no "chapu", que contm estruturas chamadas de esporngios, formadas por hifas frteis. Uma vez produzidos pelos esporngios, os esporos so eliminados, podendo se espalhar pela ao do vento, por exemplo. Encontrando condies favorveis, num certo local, os esporos germinam e originam hifas que formaro um novo fungo. A idia mais comum que temos a respeito dos fungos a de que eles crescem e se desenvolvem em lugares midos ou sobre alimentos estragados. Por isso, nunca pensamos neles como seres vivos muito importantes para a nossa vida e mesmo para o meio ambiente. Para demonstrar tal importncia, vamos estudar agora alguns tipos de fungos. Os fiomicetos podem ser aquticos ou terrestres e unicelulares ou pluricelulares. Como exemplo de fiomicetos, podemos citar os do gnero Rhizopus, conhecidos como bolor preto do po. A maioria dos fiomicetos, assim como dos demais grupos de fungos, vive como decompositores. Assim, contribuem para a reciclagem da matria na natureza. Entre os ascomicetos, podemos citar as leveduras, que so muito importantes para a produo de bebidas, como a cerveja, o vinho e o saqu, e para a fabricao de pes e bolos. No grupo dos ascomicentos, inclui-se o fungo Penicillium notatum, que produz um antibitico poderoso e muito famoso, a penicilina. Tambm chamados cogumelos, alguns fungos deste grupo so comestveis, outros no. H fungos txicos que podem at matar se ingeridos em quantidade. Apenas o conhecimento e a prtica podem ajudar na identificao de um fungo txico ou no txico. Cogumelos comestveis - cultivo O cultivo de champignon - um cogumelo comestvel - no Brasil vem crescendo a cada ano e j feito em grande escala nos estados de So Paulo e do Paran. A tcnica de cultivo consiste, inicialmente, em germinar esporos em um meio de cultura, composto de gar, gua de batata e algas marinhas. Vo se formar hifas e, mais tarde, miclios. Os

miclios, ento, so transferidos para outro meio de cultura, onde so sucessivamente repicados, originando novos miclios. Esta etapa dura em torno de um ms. Num segundo momento, os miclios so transferidos para um novo composto, formado de palha, bagao de cana e outros componentes orgnicos misturados terra. Neste composto, aps vinte dias, os miclios originaro os primeiros cogumelos, que so colhidos a cada sete dias, durante um ms. Todas as etapas de cultivo so realizadas em galpes de construo simples, mas inteiramente vedados luz, com controle de umidade e temperatura. A produo brasileira atual chega a 7 kg/m, ainda baixa, se comparada com a de pases europeus - onde o controle de cultivo totalmente computadorizado -, que de 25 kg/m. Os cogumelos comestveis contm de 2 a 10% de protenas e so ricos em vitaminas do complexo B e sais minerais (potssio, clcio, fsforo e magnsio). REINO DOS ANIMAIS Os Invertebrados Os seres desse reino podem ser aquticos ou terrestres. So muito diversificados quanto forma, ao tamanho, aos hbitos alimentares, etc. Entretanto, todos eles tem algumas caractersticas comuns, que justificam a sua incluso no reino animal: so pluricelulares, possuem tecidos especializados e vivem como organismos heterotrficos. Os invertebrados so animais que no tem coluna vertebral. Eles foram agrupados em diversos filos. Os principais so: porferos, celenterados, platelmintos, nematelmintos, aneldeos, moluscos, artrpodes e equinodermos. Porferos e celenterados - Animais "primitivos" ==> CLIQUE AQUI Platelmintos, nematelmintos e aneldeos: vermes ==> CLIQUE AQUI Moluscos: animais de corpo mole e protegido por concha ==> CLIQUE AQUI Artrpodes - parte I: insetos e crustceos ==> CLIQUE AQUI Artrpodes - parte II: aracndeos, quilpodes e diplpodes ==> CLIQUE AQUI Equinodermos: animais marinhos de corpo espinhoso = OS SERES VIVOS INVERTEBRADOS Porferos e Celenterados Os porferos so chamados tambm de esponjas e os celenterados, de cnidrios:

Os porferos, ou esponjas, surgiram h cerca de 1 bilho de anos e, provavelmente, se originaram de seres unicelulares e heterotrficos que se agruparam em colnias. Possuem tecidos, mas no apresentam rgos nem sistemas; so animais exclusivamente aquticos. Os celenterados surgiram provavelmente entre 1 bilho e 800 milhes de anos atrs, depois dos porferos, portanto. Ao contrrio dos porferos, os celenterados apresentam cavidade digestiva. So tambm animais exclusivamente aquticos. O corpo de uma esponja tem grande nmero de clulas que apresentam uma certa diviso de funes. Algumas dessas clulas so organizadas de tal maneira, que formam pequenos orifcios, denominados poros, em todo o corpo do animal. por isso que esses seres recebem o nome de porferos. O corpo do porfero geralmente tem a forma de uma bolsa. A cavidade interna chama-se trio. Na parte superior do trio existe uma abertura, o sculo, que serve para eliminar a gua com as substncias desnecessrias nutrio do animal e com os detritos resultantes da atividade celular. Esses animais no possuem rgos especializados para digesto, excreo ou reproduo. Todas essas funes so realizadas por diferentes clulas. O esqueleto das esponjas formado por diversos tipos de substncias. Entre elas, destacam-se as espculas de calcrio ou de slica, com formas variadas, e uma rede de protena chamada espongina. Em certas esponjas, o esqueleto no possui espculas, mas tem a rede de espongina bastante desenvolvida. As esponjas desse tipo foram muito utilizadas para banho e limpeza. Como a indstria passou a produzir esponjas sintticas, o uso das esponjas naturais para essa finalidade foi substitudo consideravelmente.

A maioria dos porferos vive no mar. Podem ser encontrados desde a linha da mar at seis mil metros de profundidade. Alguns so de gua doce. Vivem presos nas rochas, nas conchas, ou associados areia do fundo do mar ou de um lago, etc.

As esponjas so animais filtradores: a gua penetra em seu corpo atravs dos poros e cai no trio; ento certas clulas retiram gs oxignio e capturam partculas alimentares presentes na gua, ao mesmo tempo que elimina resduos no aproveitveis e gs carbnico. Essa gua sai do corpo da esponja atravs do sculo. Em sua alimentao, as esponjas retiram da gua detritos diversos e microorganismos, como protozorios e certas algas. O alimento assim obtido digerido no interior de certas clulas - por isso se diz que os porferos tem digesto sempre intracelular. As esponjas podem filtrar em uma hora um volume de gua centenas de vezes maior que o volume de seu corpo. A reproduo dos porferos pode ser assexuada ou sexuada. A assexuada ocorre, por exemplo, por brotamento. Neste caso, formam-se brotos, que podem se separar do corpo do animal e dar origem a novas esponjas. A sexuada menos freqente que a reproduo assexuada, mas ocorre em alguns tipos de esponjas. Quando os espermatozides (gametas masculinos) esto maduros, eles saem pelo sculo, junto com a corrente de gua, e penetram em outra esponja, onde um deles fecunda um vulo (gameta feminino). Aps a fecundao, que interna, forma-se um ovo ou zigoto, que se transforma em uma larva. Esta larva sai do corpo da esponja, nada e se fixa, por exemplo, em uma rocha, onde se desenvolve at se transformar em uma esponja adulta. Os celenterados so tambm chamados cnidrios. A gua-viva, a caravela, a hidra e os corais so alguns exemplos de celenterados. Eles so aquticos e vivem principalmente no mar. A gua-viva e a caravela tm vida livre e so levados pelas ondas. Os corais, a hidra e a actnia (anmona-do-mar) vivem presos a um suporte, por exemplo, no fundo do mar ou sobre rochas. Todos os celenterados tm o corpo formado por duas camadas de clulas, interligadas por uma substancia chamada mesoglia, que d ao animal uma aparncia gelatinosa. Os celenterados podem apresentar-se sob duas formas: os plipos ou medusas. Plipos: Os plipos tm forma cilndrica e vivem geralmente fixos, por exemplo, em uma rocha. Na sua extremidade livre, apresenta tentculos em volta da boca.

Medusas: As medusas so geralmente semi-esfricas, como um guarda-chuva. Seus tentculos contornam a margem do corpo, no centro do qual fica a boca. So carregadas pelas correntes, pois sua c