Apostila - Período Colonial

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1 ANOTAÇÕES DE AULA DISCIPLINA: ARQUITETURA NO BRASIL PROFA. DRA. ANA PAULA FARAH A OCUPAÇÃO E EVOLUÇÃO URBANA NO BRASIL Bibliografia utilizada: LEMOS, Carlos A.C. Arquitetura Brasileira. São Paulo: Melhoramentos, 1979; MENDES, Francisco Roberval, Veríssimo, Francisco e Bittar, William. Arquitetura no Brasil: de Cabral a Dom João VI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2007. REIS FILHO, Nestor Goulart. Quadro da Arquitetura no Brasil. São Paulo, Perspectiva, 1997. REIS FILHO, Nestor Goulart. Contribuição ao estudo da Evolução Urbana no Brasil – 1500/1720. São Paulo: Pini, 2000. pp. 61-77. REIS FILHO, Nestor Goulart. Imagens de Vilas e Cidades do Brasil Colonial. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, FAPESP, 2000. TOLEDO, Benedito Lima de. Cap.3: Do século XVI ao início do século XIX: maneirismo, barroco e rococó, itens 3.7 a 3.9. In ZANINI, W. (org.). História Geral da Arte no Brasil. São Paulo, Instituto Moreira Salles, 1983. v. 1. Descobrimento do Brasil: território quase deserto, população de baixo nível econômico e técnico. Exploração grosseira de recursos naturais. França e Holanda: países rivais que vinham estabelecendo feitorias na costa brasileira= isso levou a Portugal tentar uma forma estável de ocupação. CAPITANIAS HEREDITÁRIAS, GOVERNO GERAL E URBANIZAÇÃO 1532 – ocupação regular do território (promover a colonização por meios de capitais privados sem envolvimento direto da Coroa). Divisão do território brasileiro em 14 lotes – capitanias; Colonização baseada na grande propriedade rural voltada à exportação; Cada capitania foi doada pela coroa portuguesa a um donatário; Os donatários possuíam certa riqueza ou ligados a corte;

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ANOTAÇÕES DE AULA

DISCIPLINA: ARQUITETURA NO BRASIL

PR PROFA. DRA. ANA PAULA FARAH A OCUPAÇÃO E EVOLUÇÃO URBANA NO BRASIL Bibliografia utilizada: � LEMOS, Carlos A.C. Arquitetura Brasileira. São Paulo: Melhoramentos, 1979; � MENDES, Francisco Roberval, Veríssimo, Francisco e Bittar, William. Arquitetura no Brasil: de Cabral a Dom João VI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2007. � REIS FILHO, Nestor Goulart. Quadro da Arquitetura no Brasil. São Paulo, Perspectiva, 1997. � REIS FILHO, Nestor Goulart. Contribuição ao estudo da Evolução Urbana no Brasil – 1500/1720. São Paulo: Pini, 2000. pp. 61-77. � REIS FILHO, Nestor Goulart. Imagens de Vilas e Cidades do Brasil Colonial. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, FAPESP, 2000. � TOLEDO, Benedito Lima de. Cap.3: Do século XVI ao início do século XIX: maneirismo, barroco e rococó, itens 3.7 a 3.9. In ZANINI, W. (org.). História Geral da Arte no Brasil. São Paulo, Instituto Moreira Salles, 1983. v. 1. Descobrimento do Brasil: território quase deserto, população de baixo nível econômico e técnico. Exploração grosseira de recursos naturais. França e Holanda: países rivais que vinham estabelecendo feitorias na costa brasileira= isso levou a Portugal tentar uma forma estável de ocupação. CAPITANIAS HEREDITÁRIAS, GOVERNO GERAL E URBANIZAÇÃO 1532 – ocupação regular do território (promover a colonização por meios de capitais privados sem envolvimento direto da Coroa). Divisão do território brasileiro em 14 lotes – capitanias; Colonização baseada na grande propriedade rural voltada à exportação; Cada capitania foi doada pela coroa portuguesa a um donatário; Os donatários possuíam certa riqueza ou ligados a corte;

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Os colonos proviam de ambientes mais modestos; Os deveres dos donatários eram fundar vilas e serem seus administradores, com responsabilidades militares, jurídicas e fazendárias. A Coroa tinha dever somente com a fiscalização; Esse sistema de administração era indireto e descentralizado – local e regional; Até 1548 foram fundadas no litoral, 16 vilas e povoados – exportando mercadorias. GOVERNO GERAL – 1549 (Salvador) O esquema administrativo anterior foi modificado em 1549, com a instalação do Governo Geral (sede administrativa) e fundação da cidade de Salvador – “a cidade real”. Ocorreu essa mudança para dar um novo impulso a colonização no restante do país e para centralizar e controlar as capitanias; O Governo Geral tinha como função principal a coordenação militar e administrativa das capitanias e povoações. Vilas: povoações feitas pelos donatários das capitanias. Algumas vilas viraram cidades, mas não podiam ser fundadas como cidades. A única diferença entre elas era de cunho político. Cidades: fundadas pela metrópole, como Salvador, Rio de Janeiro e João Pessoa. Só a metrópole tinha o poder de fundar cidades. ESCOLHA DOS SÍTIOS E O TRAÇADO Praticamente todas as vilas e cidades fundadas antes de 1580 tiveram sua implantação determinada pelos seguintes aspectos: � Pela existência de canais, baías; � Pela presença de acidentes geográficos elevados, com altas colinas; FORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS NÚCLEOS URBANOS 1. Traçado; 2. Crescimento dos Núcleos urbanos; 3. Elementos do traçado urbano: 3.1. Ruas e praças 3.2. Quadras e lotes 3.3. Cuidados com as ruas: calçamento, limpeza e alinhamento.

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DETERMINANTES DA ARQUITETURA BRASILEIRA: meio físico, clima, recursos naturais e materiais tradicionais. Bibliografia utilizada: ALBERNAZ, Maria Paula e LIMA, Cecília Modesto. Dicionário Ilustrado de Arquitetura. São Paulo: ProEditores, 1997-1998. CORONA, Eduardo e LEMOS, Carlos A. C. Dicionário da Arquitetura Brasileira. São Paulo: EDART, 1972. COSTA, Lúcio. Arquitetura. Rio de Janeiro: José Olympio, 2002. KATINSKY, Julio Roberto. História da Técnica no Brasil Colônia. São Paulo: FAU/USP, LEMOS, C. Arquitetura Brasileira. São Paulo: Editora Melhoramentos e Editora da Universidade de São Paulo, 1979. LEMOS, C. Alvenaria Burguesa. São Paulo, Nobel, 1985. LEMOS, Carlos A. C. História da Casa Brasileira. São Paulo: Contexto, 1989. pp. 09 a 20. MENDES, Francisco Roberval, Veríssimo, Francisco e Bittar, William. Arquitetura no Brasil: de Cabral a Dom João VI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2007. TOLEDO, Benedito Lima de - "A civilização de granito e a civilização da terra “ pp. 109 a 113 e "Antecedentes Portugueses“. pp. 103 a 119 In: ZANINI, Walter. História Geral da Arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walter Moreira Salles, 1983.Volume 01. VASCONCELLOS, S. Arquitetura no Brasil: sistemas construtivos. Belo Horizonte, UFMG, 1979. VASCONCELLOS, Sylvio. Contribuição para o estudo da Arquitetura Civil em Minas Gerais. Revista de Arquitetura e Urbanismo – TOPOS, vol. 1, n.o 01 – julho/ dezembro, 1999. DETERMINANTES DA ARQUITETURA BRASILEIRA: Arquitetura é toda e qualquer intervenção no meio ambiente criando novos espaços, quase sempre com determinada intenção plástica, para atender a necessidades imediatas, ou a expectativas programadas e caracterizadas por aquilo que chamamos de partido. Partido é uma conseqüência formal derivada de uma série de condicionantes ou de determinantes; seria o resultado físico da intervenção sugerida. Os principais condicionantes ou determinantes da arquitetura brasileira são: condições físicas e topográficas, clima, técnica construtiva, programa de necessidades, condições financeiras e as legislações regulamentadora. � O MEIO FÍSICO; � O CLIMA;

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RECURSOS NATURAIS E MATERIAIS TRADICIONAIS: � Pedra: � Madeira: � Terra: � Adobes: (tijolos de barro, feitos de terra crua e secos na sombra e depois no sol); � Taipa de Pilão: paredes de terra socada; � Taipa de Mão: � Tijolos de barro: cozidos ao forno SISTEMAS E TÉCNICAS CONSTRUTIVAS: 1. ALVENARIA E ENTALHES DE PEDRA: 2. O “saber talhar a pedra” – cantaria. 3. Pau-a-pique / taipa de sopapo taipa de mão / taipa de sebe: sistema de estrutura em forma de gaiola quadriculada (reticulado de madeira) e fechamento de barro. 4. Taipa de Pilão: Em síntese a parede de taipa de pilão é conseguida pela compressão de terra dentro de fôrmas de madeira através de um pilão. 5. Adobe: paralelepípedo de barro de grandes dimensões, que difere do tijolo por não ser cozido ao forno Construções Mineiras: Técnicas construtivas mistas - embasamento de pedras e paredes de adobe ou pau a pique. Construções Fluminenses: Técnica - embasamento de pedra, formando porões altos e nas paredes uma mistura de taipa de pilão, adobes e até tijolos. A CAL: inicialmente foi importada, mas posteriormente ela foi retirada dos sambaquis ou “ostreiras”. (LEMOS, 1979:15). Dois tipos de cal:

� A cal das ostras; � Cal retirada de rochas calcárias.

Tijolo: cozidos ao forno Areia:

• Tirada dos fundos dos rios. • Muito utilizada nas construções.

Madeira: Utilizada nas estruturas: madeiras mais resistente à umidade e flexão e de difícil entalhe; Construção naval; Pisos; Janelas; Portas; Estrutura de coberturas.

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ARQUITETURA CIVIL: URBANA e RURAL (CASA BANDEIRISTA ENGENHOS) Bibliografia utilizada: LEMOS, C. Arquitetura Brasileira. São Paulo: Editora Melhoramentos e Editora da Universidade de São Paulo, 1979. LEMOS, Carlos A. C. História da Casa Brasileira. São Paulo: Contexto, 1989 LEMOS, Carlos A.C. Casa Paulista: história das moradias anteriores ao ecletismo trazido pelo café. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo,1999. MENDES, Francisco Roberval, Veríssimo, Francisco e Bittar, William. Arquitetura no Brasil: de Cabral a Dom João VI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2007. REIS FILHO, Nestor Goulart. Quadro da arquitetura no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2002. SAIA, Luís. Morada Paulista. São Paulo: Perspectiva, 1995. SILVA, Geraldo Gomes da. Engenhos e Arquitetura. Recife: Fundação Gilberto Freire, 1998. O PARTIDO DA CASA COLONIAL: simples - padronizado – uniforme � As casas eram estreitas, deixando a cidade amontoada, mesmo com todo espaço que existia; � As casas eram construídas de forma uniforme e, em certos casos, tal padronização era fixada nas Cartas Régias ou em Posturas Municipais - altura, dimensões, alinhamento e números de aberturas eram correntes no século XVIII; � Esse caráter formal tinha como finalidade, na maioria dos casos, “garantir para as vilas e cidades brasileiras uma aparência portuguesa”(REIS FILHO, 2002, p. 24); � A tipologia da casa colonial sempre se manteve simples e uniforme, sem refinamento e ornamentação. A sua característica mais forte foi à padronização; � As casas definiam as ruas - sem recuos laterais e frontal; � Encostavam-se umas às outras para proporcionar mais sustentação, devido o baixo domínio das técnicas construtivas e proteção das empenas (paredes laterais onde se apóia o telhado) contra as chuvas. � Poucas aberturas - pouca ventilação e iluminação - doenças e epidemias - predominância de cheios sobre vazios. Arquitetura Urbana: (residência) 1.a Fase: a divisão passa a ter melhor acabamento, traduzido pelo revestimento das paredes com argamassas de barro ou ainda de cal e areia - as pinturas são caiadas. � Esquadrias com enquadramento pesados, folhas de tábuas; � Forros de esteiras de taquara ou tabuado grosso; � Pé-direito = 2.50m; � Janelas quadradas = distancias dos frechais e baldrame; � Plantas quadradas; � Cômodos quadrados; � As janelas postas à meia altura exata das paredes; � Guarnições dos Vãos em madeira; � Vergas Retas; � Construção de barro - taipa de mão : pelo clima, relevo e pela má qualidade da terra; � Cobertura se faz com telhas semicilíndricas de grandes dimensões, onde avançavam externamente os beirais salientes apoiados em cachorros de madeira ou série de telhas sobrepostas - o balanço é pequeno.

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2.a Fase: as casas se multiplicaram em várias peças. � As plantas se fazem e U ou L; � Embasamentos mais altos; � Alonga-se transversalmente em retângulos proporcionais, decorrentes do quadrado; � Pé direito = 3.00 a 3.50m; � As janelas se alteram, aproximando dos beirais; � A casa posta ao comprido, prefere a horizontal, acentuado pelas largas beiradas e pela sucessão de vãos que se equivalem aos cheios das paredes. 3.a Fase: aparece o corredor de entrada ou o saguão. � Quartos de hóspedes, a grande sala de receber; � Cozinhas em puxados; � Forros em madeiras, lisos ou emoldurados com suas abas ou cimalhas valorizadas por pinturas decorativas; � Portas e janelas em almofadas; � Escada entala-se, transversalmente, entre a sala da frente e as alcovas; � Os lotes começam a diminuir, cada vez com a frente menor; � Corredor lateral de entrada, que perfura por inteiro a moradia servindo de entrada nobre, de distribuidor e de saída - eixo da construção ladeado pelos cômodos; � Partidos longitudinais com exíguas fachadas; � Surge a união do trabalho à moradia; � Térreo - salões / trabalho; � Pé direito = 4m; � A pedra começa a aparecer nas construções em alvenarias, cunhais e escadas; � Cômodos = 8m2 a não ser a sala da frente; � Frente = sala; � Meio = alcovas sem possibilidades de abertura ao exterior; � Atrás = serviços; � Estrutura parcial ou integral de alvenaria de pedra; � Sacadas isoladas ou corridas, com parapeitos de ferro; � Beirais em cimalhas. CASA-GRANDE E ENGENHO Estabelecimento agrícola de estrutura autônoma e fechada, quase uma cidade. � Localização: proximidade de água corrente; proximidade de mata; distancia dos índios. Algumas construções perto da costa Litorânea. � Edifícios: casa grande, senzala, capela e fábrica. � Sistema Construtivo: dependia da situação financeira do proprietário; madeira de boa qualidade; escassez de mão de obra especializada; Taipa de pilão e Taipa de mão; Tijolos maciços – tijolo de frisia ou semi-circulares; Alvenaria de pedras; Telha cerâmica capa canal. � Casa de 2 pavimentos; � Varanda define o ritmos de seus apoios verticais repetidos;

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� Ao lado um cômodo - capela ou quarto de hóspedes; � Os cômodos são distribuídos em torno da sala central; � Preferência a meia costa, proximidades de rios voltada para o Norte; � A frente fica o espaço onde prendia-se o gado, circundando construções secundárias, casa de agregados; � Espaço quadricular - lembra as praças centrais das missões.

ENGENHO – dois partidos: Partido variado, conforme a época e a o meio ao qual foi inserido. PARTIDO UNITÁRIO - a moradia era ajustada ao engenho, geralmente em uma única habitação – pequeno empresário – comum nas cidades do Estado de São Paulo. PARTIDO ABERTO - engenho de maior vulto, onde a casa-grande é isolada do restante das construções. Quadrilátero formado pela moradia da família (casa-grande), capela (cemitério), residências para escravos - senzala e engenho. SÃO PAULO DE PIRATININGA - “a porta de entrada para o sertão” Vilas e cidades do litoral – sobrevivência garantida pela produção do açúcar; São Paulo - fracasso na produção do açúcar, solo ruim – foi desassistida por parte de Portugal por sua função econômica nula; A sociedade paulista se constrói liberta e autônoma – tivera que criar o seu próprio impulso de crescimento e sobrevivência; “Sem ouro, sem pau-brasil, fracassada a experiência de produção volumosa de açúcar, a sociedade paulista se vê abandonada à própria sorte e disposta a construir seu próprio destino” (SAIA, 2005, p. 27). A CASA BANDEIRISTA Características: � TAIPA DE PILÃO; � TELHADO (capa e canal) DE QUATRO ÁGUAS; � GRANDES BEIRAIS; � COZINHA e BANHEIRO EXTERNOS; � PAREDES CAIADAS; � PEQUENAS JANELAS (cheios sobre vazios). PLANTA - simples, compacta e limpa; Sala central - ladeada por quatro compartimentos laterais; Fundos - depósito e serviço; Frente - quarto de hóspedes, alpendre e capela.

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ARQUITETURA OFICIAL E MILITAR: Casa de Câmara e Cadeia, Fortes e Fortificações Bibliografia utilizada: BARRETO, Paulo Tedim. Casas de Câmara e Cadeia. In. REVISTA DO PATRIMÔNIO, n. 26, 1997. CORONA, Eduardo e LEMOS, Carlos A. C. Dicionário da Arquitetura Brasileira. São Paulo: EDART, 1972. FORTALEZAS MULTIMÍDIA. Anhatomirim e mais centenas de fortificações no Brasil e no mundo. Florianópolis: UFSC,1999. MORI, Victor Hugo. Arquitetura Militar: um panorama histórico a partir do Porto de Santos. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado: Fundação Cultural do Exército Brasileiro, 2003.

ARQUITETURA OFICIAL Edifícios representativos do poder (político-administrativo, militar e jurídico) nas cidades. Por sua importância possuíam maior apuro arquitetônico e qualidade no sistema e material construtivo, em relação aos edifícios particulares. Os principais edifícios públicos foram: o Palácio dos Governadores e a Casa de Câmara e Cadeia. Após a instalação do Governo Geral (1549) a Metrópole começa fornecer mestres construtores e engenheiros-militares, para as obras de grande importância. A arquitetura oficial refletia as etapas do desenvolvimento da vida colonial. Nos grandes centros, os edifícios oficiais, por razões econômicas e políticas eram de maior vulto. A partir de 1650 a Coroa portuguesa dá demonstração de sua grandeza através de construções monumentais em Salvador, como o Palácio dos Governadores e ao lado a Casa de Câmara e Cadeia. Com o aumento da população urbana, tornaram-se importantes os serviços de abastecimento de água, com seus chafarizes, como o Aqueduto da Carioca no Rio de Janeiro, de 1723 e os chafarizes de Ouro Preto. CASA DE CÂMARA E CADEIA Principal edificação do município - Sede administrativa, jurídica e cadeia pública durante o período colonial - representava o poder público; Quando a FREGUESIA transformassem em VILA, tinham a preocupação de se locar:

� Casa de Câmara e Cadeia: enobrecia as vilas e cidades, e se localizavam em um dos lados da praça central junto ao pelourinho (símbolo do poder real municipal) ou ao lado do Mercado;

Algumas casas municipais possuíam: � Pórticos: destinados à feira e mercado; � Precedidas de escadarias ou; � Possuíam varandas para os pregões.

Edifício Centralizado: a torre onde instalavam o sinos que comandavam a vida da cidade.

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Análise Espacial (Planta): Câmara:

� edifício para legislar; � piso superior: com várias salas (vereança) (acesso por uma escada externa) - onde "os homens bons" exerciam

o poder; � uma sala nobre onde os oficiais se reuniam; � Capitães, Generais e Governadores tomavam posses de seus cargos; � Casa de Audiência: sala nobre para audiências dos Ouvidores, Juízes e mais julgados; � Casa da Secretaria: serviços da Câmara.

Cadeia:

� térreo: problema de segurança, e de estrutura; � com as enxovias. O acesso ocorria no piso superior, através de uma abertura fechada por grades utilizando uma

escada de mão; � destinado aos delinqüentes: dividido por raça, sexo e categoria social;

Características arquitetônicas:

� No geral, possuía tipologia rudimentar - sem grandes preocupações com a estética; � A fachada sempre simétrica (característica da arquitetura do século XVIII), com janelas de mesmo número em

cada lado. Portal central e escada externa; � Algumas foram executadas com grande requinte, como a de Ouro Preto e Mariana; � Técnicas: taipa de pilão, adobe e pedra; � Em alguns casos era instalado no edifício uma torre sineira e relógio - marco de controle e do poder da cidade.

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ARQUITETURA RELIGIOSA: nos séculos XVI ao XVIII Bibliografia utilizada: BURY, J. A. A arquitetura e arte no período colonial. São Paulo, Nobel, 1990. COSTA, Lúcio. Arquitetura dos Jesuítas no Brasil. In. Arquitetura Religiosa. São Paulo: FAU-USP, MEC-IPHAN, 1975. pp. 11-98. LEMOS, C. Arquitetura Brasileira. São Paulo: Editora Melhoramentos e Editora da Universidade de São Paulo, 1979. MENDES, Francisco Roberval, Veríssimo, Francisco e Bittar, William. Arquitetura no Brasil: de Cabral a Dom João VI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2007. TOLEDO, Benedito Lima de. Cap.3: Do século XVI ao início do século XIX: maneirismo, barroco e rococó, itens 3.7 a 3.9. In ZANINI, W. (org.). História Geral da Arte no Brasil. São Paulo, Instituto Moreira Salles, 1983. v. 1. pp. 118 -163.

Considerado como MANEIRISMO, expressão essa que corresponde um período de ajuste, de transição, no caso, entre o Renascimento e Barroco.

O Maneirismo português que chega ao Brasil caracteriza-se pela forma rústica, sóbria (despojado de ornatos) e simplificada, pois era resultante de um conhecimento ainda restrito do classicismo.

Renascimento � Visavam estabelecer uma correlação entre as � proporções familiares e satisfatório do corpo humano e as

edificações, � cujas as plantas e proporções espaciais eram baseadas

nas figuras geométricas regulares mais simples: quadrado, � circulo, cubo, cilindro e esfera. � baseado nos princípios Humanistas - simplicidade

clássica, harmonia matemática e proporções naturais. � Planta baixa circular – perfeição geométricas, símbolo de

DEUS. � Decoração interna – estruturas cristalinas para expressar

seus ideais religiosos abstratos. � racionais, simétricos, harmoniosos, estáticos,

limitados e serenos.

Maneirismo / Barroco � formavam proporções estranhas à geometria

e a natureza. � foram transformados dando a complexa ambigüidade

- contenção ascéticas, efeitos gélidos e desequilíbrio. � Planta baixa circular - espaço pagão. � Retomada da riqueza interior. � emocionais, dramáticos, turbulentos,

hipnóticos, ilusão do ilimitado.

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Havia uma tentativa de usar a linguagem clássica, influenciado pelo Renascimento Italiano, mas havia uma “maneira” correta de se proceder, a qual partia-se de forma geométricas básicas, com a proporção das fachadas próxima ao quadrado, frontão triangular e forte contraste entre as linhas marcadas pelo uso da pedra e o paramento branco, além da planta retangular de uma nave e apenas uma torre sineira. Os arquitetos maneiristas perpetuavam o uso paradoxal de formas pagãs em igrejas cristãs, no qual, estavam determinados a corrigir dessas formas o espírito legado em suas origens. “...era necessário quebrar as amarras e correntes que prendiam os artistas à uma trilha rígida, delimitando por ordens e regras estabelecidas por Vitrúvio e pelos antigos.” Arquitetura do Maneirismo, chamada também de Arquitetura da Contra-Reforma - sua ornamentação interna deverá ser mais nobre do que a externa, assim como : “o espírito e divindade que constituem a parte interior de Jesus Cristo são mais nobres do que sua parte exterior, ou seja, seu corpo.” As construções religiosas surgiram com as povoações, desde o início da colonização. Além de sua função religiosa, a Igreja tinha outras funções para com a administração pública das vilas e cidades. Por isso, a igreja era unida ao Estado (administração pública) exercendo os trabalhos de registro de nascimentos, batizados, casamentos e óbitos, o que lhe conferia uma importância e poder nas vilas e cidades. Havia um vínculo permanente entre a população do meio rural com as igrejas urbanas, devido a esses registros e outras funções religiosas como as festas comemorativas religiosas, que ocorriam geralmente nos largos e praças defronte as igrejas. Já no interior das igrejas, nas sacristias (casa anexa ou dependência onde são guardados objetos do culto e vestiário dos padres) eram pontos de reunião da política local. Mais imponentes que as igrejas paroquiais eram os conventos com suas igrejas, como dos missionários jesuítas e das outras ordens religiosas como os Jesuítas, Franciscanos, Carmelitas e Beneditinos. Os colégios e conventos tinham um importante papel na sociedade. Com recursos financeiros possuíam programas ambiciosos, desenvolvendo o ensino elementar as crianças, atividades culturais e artísticas para adultos, além do ensino religioso (Teologia). JESUÍTAS a) Programa: Culto: ensinar e catequizar os índios. Prestava serviço espiritual e religioso aos colonos do aldeamento ou vila - Igreja; Ensino: salas de aula e oficinas; Residência: com todos os equipamentos de subsistência - enfermarias, hortas, pomares e serviços; b) Técnicas:

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No inicio construções toscas para instalação provisória, depois de pau-a-pique e seguindo as exigências da ordem de Roma, construções mais duradouras, de taipa de pilão e pedra, dependendo do local e cobertura inicial de palha e posteriormente de telha cerâmica tipo capa e canal; c) Partido: Quadra: quatro lanços de construções formando um pátio central integrado pelo arquitetônico da Igreja, residências, serviços e oficina; Fachada ocorria em plano único; Exemplo de Missões: no sul do país, na região dos rios Paraguai e Paraná. O traçado dessas organizações para implantação das missões – � terreno deveria ser num lugar elevado com recursos de rios e florestas nas suas proximidades; � traçado seria : uma praça central de 4 lados. Um dos lados ficariam a igreja, a casa do pároco, a escola, as oficinas e outros edifícios de interesse social, como o hospital, casa das viúvas e dos órfãos e o cemitério; � Os outros 3 lados eram ocupados por residências, formando quadras ordenadas num traçado xadrez; As habitações são divididas em três fases:

� Adobe e cobertura de palha: � Pedra revestida com argamassa de barro e cobertura de telha cerâmica casa geminadas com paredes divisórias, as vezes, móveis que delimitavam o espaço de cada grupo familiar, modificando o costume indígena; no interior havia um fogão sem chaminé. À frente, existiam alpendres cobertos; � Paredes de pedras auto - sustentáveis, executadas com o uso da argamassa de cal, permitindo assim a execução de arcadas, abóbadas e cúpulas. A tinta era produzida com caracóis queimados e moídos, diluídos em água. � Tipologias: habitações indígenas, residências e os colégios (oficinas e templos religiosos).

Igreja da Companhia de Jesus – Salvador

� planta simples; � nave única retangular; � cobertura por abóbada de berço; � capelas de ambos lados, não há cúpula, naves laterais ou transeptos; � 13 altares ricamente decorados.

Igreja Santo Alexandre - Belém / Pará

� planta: � nave única; � falsa abóbada semicilíndrica em madeira; � Capelas - 4 de cada lado; � grande sacristia.

Arquitetura Franciscana: Organização espacial adequada ao clima, respeita a topografia e à paisagem. a) Partido: à frente dos edifícios (conventos): amplo espaço livre e ao centro erguiam um cruzeiro; a igreja é precedida

por um ADRO (espaço de transição entre o meio urbano e o templo. Vem da palavra ATRIUM). Através do ADRO

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denominam-se os conceitos entre o sagrado e o profano; Presença de GALILÉ (espaço aberto incorporado ao volume do edifício e que antecede a NAVE). Não davam grande ênfase as torres: havia uma única e recuada.

b) Técnicas Construtivas: Taipa de pilão, Pau a Pique e na maioria das vezes em pedra (arenito e calcário) Arquitetura Beneditina: a) Partido: O edifício conta com uma GALILÉ com três arcos, sendo uma a base da torre; Influência da planta da Igreja

de Gesú em Roma (não há torre e sim uma sineira). Barroco Por volta de 1530 o Renascimento dava sinais de esgotamento na Europa. Nesse período até 1580 situa-se o que podemos chamar de maneirismo (transição). O barroco então sucede e se opõem ao período Renascentista no século XVII. Após a contra-reforma (protestantismo) a Igreja recomenda inicialmente uma sobriedade nas artes, para eliminar a arte como apelo sensorial denunciado pelos protestantes como algo supérfluo. Porém, o catolicismo percebeu que “a arte pode seduzir a alma, perturbá-la e encantá-la (...) que isso se faça em benefício da fé!”. O Barroco chega ao Brasil através das mãos dos colonizadores, sobretudo portugueses civis, leigos e religiosos, a partir de meados do século XVII, mas seu desenvolvimento pleno ocorrerá no século XVIII. É possível caracterizar o Barroco brasileiro em duas linhas diferentes: o barroco pobre e o barroco rico, quer dizer, nas regiões enriquecidas pelo comércio de açúcar e pela mineração e mesmo culturalmente, como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco desenvolveu-se um barroco imponente, rico nos trabalhos em talha, recobertos com o mais fino ouro brasileiro. As primeiras manifestações do espírito barroco ocorrem em meados do século XVII, com ornamentação barroca nas fachadas e frontões e principalmente na decoração interna de algumas igrejas. Tal exuberância nas fachadas representa uma exceção no barroco brasileiro, pois é marcado por um contraste de uma simplicidade nos seus exteriores e ricas ornamentações nos interiores. A partir do século XVIII ocorre um novo desenvolvimento no barroco, com a criação de um dinamismo espacial na arquitetura das igrejas, apresentando plantas e naves poligonais ou curvas.

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BARROCO MINEIRO 1.a Fase - primeira década do século XVIII:

� Formação das povoações; � Ausência de classes sociais; � Capelas precárias; � Invocação de Santos; pelas irmandades, São Francisco e do Carmo (para os ricos), Rosário e Mercês (os

negros); Frontispício simples, em linhas retangulares, com toda a ênfase ornamental concentrada no interior das igrejas;

� Construção geralmente em taipa ou adobe; � Um só altar.

2.a Fase - 1710-1760:

� povoações estabilizadas; � Início da formação de classes; � Frontispício ainda em linhas retangulares, mas já com presença de elementos ornamentais em cantaria; � Estrutura da construção em alvenaria de pedra; � Ornamentação interior menos intensa, com prevalência do elemento escultórico; � Multiplicidade de altares;

3.a Fase - 1760 a 1780

� maturidade das povoações, classes fortemente diferenciados; � Rivalidades de classes; � Frontispício e corpo da nave em partido curvilíneo; � Torres recuadas e redondas com ricas portadas em escultura Rococó; � Construções em pedra de alvenaria e cantaria, com a presença ornamental de Pedra Sabão; � Decoração interior sóbria e elegante em linhas Rococó; � Algumas igrejas ora enfatizam o partido curvilíneo, ora conjugam os antigos partidos retangulares com o

programa ornamental rococó do frontispício; 4.a Fase - final do século XVIII:

� decadência econômica – esgotamento do ouro; � Dissolução da diferenciação social – enfraquecimento das irmandades; � Paralisação de novas construções ou acabamento das mesmas; � Igrejas: volta ao partido retangular dos frontispícios e as linhas mais pesadas ao gosto neoclássico.

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AS FORTIFICAÇÕES NO BRASIL COLONIAL E A ARQUITETURA MILITAR Fortificação: construção militar defensiva erguida com o objetivo de fortalecer uma posição; denominação genérica de obra de defesa militar. Ex: as muralhas. Fortaleza: nome genérico que se dá a toda praça fortificada pela natureza ou pela “arte”. Assim uma fortaleza é uma fortificação qualquer, uma praça de guerra, um forte, um castelo, etc; praça fortificada; fortificação contendo duas ou mais baterias de artilharia, instalado em obras independentes. Fortes: Construção levantada em local estratégico destinada a abrigar peças de artilharia e soldados, que tem como função defender dos ataques inimigos uma praça, uma cidade, um ponto, uma região. Construção fechada destinada à defesa militar. Desde o primeiro século da colonização foram erguidos fortes, principalmente no litoral. No interior erguia-se às margens dos rios. Situava-se em locais estratégicos na entrada dos mais importantes sítios ocupados. Fortificação constituída de uma ou mais baterias, instaladas na mesma obra. Bateria: obra de fortificação no interior de um forte ou fortaleza ou ainda isolada, onde são instaladas as peças de artilharia (canhões). Projeto funcionalista para atender somente suas funções de defesa. Seguia a arquitetura medieval pela inserção de muralha - castelos - fortalezas. Também uma arquitetura austera (despojado de ornatos) sem grandes preocupações de ordem estética No Brasil muitos fortes construídos foram baseados no sistema de defesa VAUBAN- criado pelo engenheiro-militar francês Sébastien Le Prestre, marquês de Vauban. Seu sistema de defesa tinha como princípio o emprego de baluartes em forma de pontas de estrela, quer dizer, um polígono de vários lados. Era um complexo sistema de ângulos e medidas referentes aos baluartes. Sistemas Defensivos: cortina vertical: quanto maior os muros (cortinas), mais seguro e inacessíveis eram os edifícios militares, freqüentemente construídos nos penhascos para ampliar a verticalidade. cortina horizontal: exigia uma nova arquitetura: alongada e de pouca altura. Planta poligonal com baluartes pentagonais nas vértices. Sistema Vauban: sistema de defesa territorial. Praça fortificada, instrumento tático elementar, componente de uma estratégia global de defesa. cortina invisível: fortalezas subterrâneas ou protegidas por cortinas blindadas e camufladas na paisagem.

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cortina virtual: atual e moderno sistema de proteção; lançadores móveis de foguetes. SISTEMA VAUBAN Abandonou-se então as antigas torres e os altos muros, que eram mais sensíveis ao impacto das balas e tiros, por um sistema de construção mais baixo e longo, onde as quinas dos fortes (baluartes) eram menos atingidas pelas balas, por causa do seu ângulo agudo. O mais comum no Brasil foi o formato de estrela de 4 pontas (polígono quadrangular), tendo em cada ponta um baluarte e muralhas bem largas de pedra (para permitir uma defesa no interior do forte). EXTERIOR – fosso - guaritas de cantaria, portão (com ornamentos pintados ou esculpidos de armas, brasão ou brasões) INTERIOR – a casa (armazém) de pólvora - residências (quartéis) - cisterna - prisões – capela

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A AVALIAÇÃO SERÁ REALIZADA POR MEIO DE AVALIAÇÕES, TRABALHOS E DESENVOLVIMENTO DE RESENHAS INDIVIDUAIS: TRABALHO I: MATERIAIS, MÉTODOS E SISTEMAS CONSTRUTIVOS EM USO NO BRASIL COLÔNIA E IMPERIAL. Avaliação do 1.o bimestre: 4,0 AVALIAÇÃO INDIVIDUAL: 2,0 Avaliação será baseada nas aulas, na bibliografia do curso e na leitura especifica do texto: COSTA, Lúcio. Documentação Necessária. In. COSTA, Lúcio. Registro de uma vivência. São Paulo: Empresa das Artes, 1995. pp. 457-462. Ou COSTA, Lúcio. Documentação Necessária. In. REVISTA DO IPHAN Nº 01 ANO 1937. pp.31-39. TRABALHO EM GRUPO I: MAQUETE: 2,0 (bom = 2,0; regular = 1,0; ruim = 0,0)] Técnicas básicas: � Alvenaria de pedras. Pedra de cantaria; � Taipa de pilão (taipal); � Taipa de mão (ou de sopapo, pau-a-pique); � Alvenaria de adobes; � Alvenaria de tijolos; � Argamassas. Avaliação do 2.o semestre: 5,0 RESENHA INDIVUDUAL: 1,0 Texto: LEMOS, Carlos A. C. Uma nova proposta de abordagem da história da arquitetura brasileira. Arquitextos, São Paulo, 12.141, Vitruvius, fev 2012. Disponível em <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.141/4214>. TRABALHO II: PESQUISA DE CAMPO SOBRE UMA OBRA DO PERÍODO ESTUDADO DO 2º BIMESTRE. [PAINEL = 2,0 (excelente = 2,0; bom = 1,0; regular = 0,5; ruim = 0,0) E MAQUETE = 2,0 (excelente = 2,0; bom = 1,0; regular = 0,5; ruim = 0,0). METODOLOGIA DE PESQUISA 1. Visita ao edifício em estudo. Registro fotográfico, desenhos e observação do entorno; 2. Levantamento da bibliografia indicada e pesquisa em arquivos em busca de documentação primária: projetos, relatos, fotos de época, almanaques, Códigos de Posturas, mapeamento dos proprietários para estudo das alterações no edifício; Arquivo; Biblioteca da FAUUSP; Biblioteca Municipal; Cartórios; e órgãos de preservação e tombamento (ex. CONDEPHAAT, IPHAN); 3. Análise do edifício a partir dos seguintes tópicos: � implantação na malha urbana, no lote e no terreno (topografia); � histórico do edifício: proprietários, data, autoria do projeto; � programa funcional (original): estudo dos espaços e alterações (plantas, cortes, fachadas); � técnicas, materiais e sistemas construtivos; � estudo das características formais: estilo, elementos decorativos;- estudo da terminologia dos vários elementos da Arquitetura em dicionários específicos;

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4. Leitura da bibliografia específica: 5. Maquete: será desenvolvida em escala 1:50 ou 1:100 (a escolha será pautada pelas dimensões reais do edifício objeto de estudo); PAINEL: ENTREGAR EM A1 E deverá conter: � Croqui do edifício e de um detalhe importante do edifício; � Implantação; � Histórico; � Programa funcional; � Técnicas construtivas; � Características formais. AVALIAÇÃO FINAL: 10,0 AVALIAÇÃO INDIVUDUAL (2,0) + MAQUETE I (2,0) + RESENHA II (1,0) + PAINEL (2,0) + MAQUETE (2,0) + PARTICIPAÇÃO EM SALA DE AULA (1,0) = 10,0. Observação: A avaliação final será a somatória de todas as etapas mais a participação em sala de aula. METODOLOGIA DE TRABALHO PESQUISA HISTÓRICA:-

Como organizar e realizar uma pesquisa histórica:- 1. Escolha do tema e sua justificação: 1.1. Interesse pessoal. 1.2. Importância do tema. 1.3. originalidade. 1.4. documentação - disponibilidade das fontes. 1.5. recursos disponíveis - critério de seleção e limitação do projeto de pesquisa. 2. Levantamento das hipóteses de trabalho - metodologia e das técnicas. 3. Fase de documentação: coleta de dados Para começar, empregar todos os instrumentos de trabalho: - Listas bibliográficas. - Fichário de bibliotecas e arquivos. - Bibliografias de obras anteriores sobre o tema e os assuntos vinculados à pesquisa. - Catálogos de documento. 4. Tipos de Fontes: A) Fontes Primárias: - Documentos manuscritos de arquivo - Fontes impressas - redigidos no próprio período pesquisado ou posteriores ao mesmo. - Registros gráficos originais: plantas, cortes, elevações, detalhes, etc.

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B) Fontes Secundárias: - Documentações bibliográficas: livros ou artigos sobre o tema estudado, ou sobre assuntos de

algum modo relacionado com ele. 5. Fichas produzidas: Livro- - Nome do autor, - Título, - Assunto, - Edição, - Lugar em que foi editado, - Editora (Imprenta), - Ano de publicação, - Colação-número de páginas e se há ilustração. - Local pesquisado Artigo- - Autor, - Título do artigo, - Título da revista ou do jornal, - Ano, - Número, - Data, - Páginas. Livros: SOBRENOME, Nome. Titulo do Livro em itálico. Edição. Cidade: Editora, ano. Pg. Capítulos de livro: SOBRENOME, Nome. Titulo do Capitulo do Livro. IN: Titulo do Livro em itálico. Edição.

Cidade: Editora, ano. Pg.x-y Artigos em periódicos: SOBRENOME, Nome. Titulo do Artigo. Titulo do Periódico em itálico. Edição. Cidade,

vol., nº ano. Pg.x-y Site de internet: Disponível em <o site> dia do acesso. Partes do trabalho: 1. Sumário: corpo do texto, dividido em partes e capítulos; 2. Introdução: colocação do tema e seus limites, hipóteses, metodologia empregada e justificação e

uma pequena apresentação dos capítulos do trabalho; 3. Desenvolvimentos das partes e capítulos. Deverá ser comprovadas cada citação, seguindo as

Normas da ABNT; 4. Considerações finais: síntese final, avaliação do grau a que as hipóteses foram comprovadas; 5. Referências bibliográficas: listas das fontes empregadas, em ordem alfabética, seguindo as Normas

da ABNT; 6. Anexos: ilustrações, mapas, gráficos;