Apostila planejamento financeiro

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Breve Currículo:

Sou graduado em Administração de Comércio Exterior pela Universidade Norte do

Paraná (1999). Pós-graduado em Comércio Exterior pela Faculdade de Ciências

Contábeis e Administrativas de Rolândia - FACCAR (2004-2006). Pós-graduado em

Gestão de Pessoas pela Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas de Rolândia

– FACCAR (2013-2014). Atualmente sou funcionário efetivo do Banco do Brasil S/A e

sócio da LLF Consultoria e Treinamento.

A Empresa

• A LLF Consultoria é uma empresa que tem por objetivo fazer do profissional

liberal um empreendedor dentro da sua atividade.

– Gestão Estratégica

– Mercado & Vendas

– Administração Financeira

1 – INTRODUÇÃO

O tema Educação Financeira tornou-se presente no nosso dia-a-dia e relevância

diante do contexto atual no Brasil e no mundo. O aumento da oferta de crédito e a

expansão do consumo contribuíram para melhorar a nossa qualidade de vida e, ao

mesmo tempo, avaliar a gestão eficaz do dinheiro e o uso consciente do crédito.

Mas, como você lida com o dinheiro?

Você chega no final do mês e não sabe onde gastou?

Ou até tem uma ideia, mas não faz nenhum controle formal disso?

Você se planeja para saber quanto pode gastar?

A maioria das pessoas imagina que controla bem os seus gastos, e que as

finanças dificilmente saem do controle. Porém, não é isso que acontece.

O que é Educação Financeira?

A Educação Financeira é o processo mediante o qual os indivíduos e as

sociedades melhoram sua compreensão dos conceitos e produtos

financeiros. Com informação, formação e orientação claras, as pessoas

adquirem os valores e as competências necessários para se tornarem

conscientes das oportunidades e dos riscos a elas associados e, então,

tornam-se capazes de fazer escolhas bem embasadas, saber onde procurar

ajuda e adotar outras ações que melhorem o seu bem-estar. Assim, a

Educação Financeira é um processo que contribui, de modo consistente,

para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos

com o futuro. (OCDE, 2005)

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2 – CONTEXTO HISTÓRICO E IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA

As políticas econômicas e públicas implementadas no país nos últimos anos

contribuíram para uma perspectiva de continuidade do processo de desenvolvimento

brasileiro, de forma sustentada, com inclusão social e financeira.

O deslocamento da renda da população, aliado à redução da pobreza, provocou

uma grande transformação social no país: 19 milhões de pessoas migraram das classes

D e E para a classe C. Com isso, segundo dados de 2010, a classe C passou a ser a

maior do Brasil, com 101 milhões de pessoas. Este número representava 53% da

população. Enquanto isso, as classes D e E correspondiam por 25% e as classes A e B

a 21%.

Além da migração de riqueza entre os brasileiros, aconteceram mudanças

significativas na esfera demográfica. O aumento da expectativa de vida da população e

a queda na taxa de fecundidade insere o país num contexto vivenciado por países

desenvolvidos: o envelhecimento da população.

A expectativa de vida cresceu de 51 anos em 1950, para 74 em 2011. Caso se

mantenha esse ritmo de incremento da natalidade, a expectativa de vida do brasileiro

poderá chegar a 81 anos em pouco tempo.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílos – PNAD (2007) mostraram

que a população com 40 anos ou mais cresceu expressivamente (4,2%) em relação a

2006, e a mais jovem, de 0 a 14 anos, reduziu 0,7% no período. Os padrões atuais de

consumo, poupança e investimento serão afetados no futuro em decorrência das

alterações na composição e distribuição de renda.

Em 2008, foi realizada uma pesquisa que teve apoio da BM&F BOVESPA, com

objetivo de avaliar o grau de educação financeira da população brasileira. Apurados os

resultados das entrevistas, constatou-se que a população possui um baixo grau de

conhecimento financeiro. Alguns dados chamam a atenção:

¼ dos entrevistados estavam com restrições na praça;

Três em cada dez pagam apenas o valor mínimo da fatura do cartão quando

a situação aperta;

52% autodenominaram-se poupadores;

69% fazem algum tipo de controle para acompanhar os gastos;

66% guardam os comprovantes de compras por um determinado período.

Alguns contrastes ficaram evidentes quando se tratava de cidadãos das classes

C e D, com menos escolaridade. Essa faixa de renda relatou a preferência pelo consumo

imediato, assumindo muitas prestações. 43% dos entrevistados com até 3 anos de estudo

preferiam compras a prazo com parcelas menores, mesmo se as taxas de juros fossem

mais altas. Dos entrevistados com quinze anos ou mais de estudo, apenas 21% faziam

empréstimos observando as taxas de juros.

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3 – CONCEITOS BÁSICOS DE GESTÃO FINANCEIRA

Ainda segundo dados da pesquisa realizada em 2008, relacionado à

planejamento financeiro, é apresentado o seguinte panorama:

81% fazem lista de supermercado;

69% fazem algum tipo de controle para acompanhar os gastos;

66% guardam os comprovantes de compras por um determinado período;

77% fazem declaração de imposto de renda.

Sendo assim, devemos fazer algumas reflexões:

– Qual é o seu objetivo? O que você faz para alcançá-lo?

– Você sabe planejar e cuidar do seu orçamento?

Vamos conhecer as etapas para se elaborar um planejamento financeiro e,

assim, cuidar do orçamento.

É importante ressaltar que para planejar é preciso conhecer a rotina financeira,

trazer as despesas e receitas “na ponta do lápis”. Não existe nada complicado. Trata-se

de um princípio matemático. Se gastar mais do que ganha, vai ficar no vermelho. Se

gastar menos do que ganha, é possível planejar, fazer reservas e realizar sonhos.

Planejamento, segundo a definição do dicionário Aurélio, é um processo

que leva ao conhecimento de um conjunto coordenado de ações visando a

consecução de determinados objetivos. O planejamento financeiro auxilia no

gerenciamento das finanças e no uso do dinheiro para alcançar objetivos e realizar

sonhos. Deve considerar atitudes tomadas e suas consequências e pode

contemplar decisões individuais ou em grupo (família, associação, etc.). Planejar,

tem, necessariamente, uma dimensão atemporal. Exige tempo para conhecermos

os resultados que estas decisões terão no futuro, requer pensamento estratégico,

questionamentos e reflexões sobre objetivos e metas.

Planejamento financeiro requer estabelecimento de objetivos, prioridades e foco.

A vida produtiva tem várias fases e cada uma com desafios diferentes. Pelo

planejamento é possível identificar as oportunidades e dificuldades de cada uma e definir,

antecipadamente, as estratégias para enfrentar diferentes situações.

Planejamento financeiro permite a programação do orçamento, a racionalização

de gastos e a otimização de recursos financeiros. É um processo racional de administrar

renda, investimentos, despesas, patrimônio, dívidas, com objetivo de tornar realidade os

sonhos, desejos e objetivos.

O sucesso do planejamento financeiro depende da gestão do orçamento. As

principais vantagens dessa gestão são:

Acompanhar a situação financeira;

Permitir visualizar ganhos e gastos;

Evitar gastos por impulso;

Auxiliar nas decisões de quanto se pode gastar;

Saber como gastar;

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Planejar quanto pode poupar;

Prever situações não planejadas e se proteger de consequências

indesejáveis.

Da mesma forma que um computador ajuda a executar as tarefas do dia-a-dia e

uma dieta ajuda a ter uma saúde melhor, a gestão do orçamento ajuda a adotar uma vida

financeira mais responsável

Mas como fazer um bom planejamento? Vejamos quais suas etapas:

1. Traçar objetivos: você tem planos para o futuro? Casa própria, fazer um

curso/faculdade, poupar para a educação dos filhos, fazer a viagem dos

sonhos, investir, ser bem-sucedido na carreira profissional, ter seu próprio

negócio, aposentar-se confortavelmente, trocar de carro...

2. Definir estratégia: o que precisa ser feito para alcançar seus objetivos e/ou

sonhos?

3. Cuidar do orçamento: elaborar planilha e anotar todos os rendimentos

como salário, benefícios concedidos pela empresa (por exemplo: vale-

alimentação, vale-transporte), aposentadoria ou pensão, vendas de

produtos e artesanato, prestação de serviços, comissões, etc. Colocar

também as despesas. Primeiramente, anotar as despesas fixas (aquelas

que o valor não varia). Ex.: aluguel, impostos, prestação da casa,

mensalidades da escola, cursos. Depois colocar as despesas que tem

uma pequena variação (água, luz, telefone, combustível, transporte), e por

último, as despesas eventuais (roupas, calçados, presentes, viagens,

lazer). Nesta etapa os recibos de compras, boletos bancários, carnês,

extratos de conta podem auxiliar no preenchimento e definição das

despesas e onde elas se enquadram. Fique atento aos gastos invisíveis,

que são pequenas despesas do dia-a-dia que levam o dinheiro embora

sem que ninguém perceba: o lanche do filho na escola, o cafezinho depois

do almoço, a gorjeta, entre outras.

4. Acompanhar: nesta fase, é importante analisar se o planejamento está

sendo cumprido, se a gestão do orçamento está eficaz para atingir o

objetivo.

4 – REALIZANDO SONHOS E ALCANÇANDO METAS COM POUPANÇA E

INVESTIMENTO

Segundo a pesquisa que falamos nos tópicos anteriores, a maior parte dos

brasileiros não poupa e tampouco faz reserva para garantir a aposentadoria. Ainda é

baixa a percepção da importância de investir para gerar mais dinheiro (84% declararam

que não poupam porque não têm dinheiro disponível).

Existem ainda aqueles que confundem os conceitos de investir e comprar e

preferem o consumo imediato financiado pelo crédito, sem preocupação com as taxas de

juros cobradas. Este comportamento fica mais evidente para consumidores das classes

C, D e E.

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Tão importante quanto elaborar um bom planejamento e gerenciar o orçamento,

é adequar as finanças para poder poupar um pouco do que se ganha. Serão essas

reservas financeiras que permitirão a realização de sonhos e também evitarão surpresas

e imprevistos que podem pesar no bolso.

Você já pensou se economizasse R$1,00 por dia? Ao final de um ano você

teria guardado R$365,00, mais os rendimentos proporcionados por uma aplicação

financeira.

Em geral, nós brasileiros não valorizamos pequenas quantias. Não fomos

educados para obter grandes resultados a partir de uma unidade.

Percebeu que o planejamento e o cuidado com o orçamento são essenciais para

manter as finanças em ordem? Mais adiante, vamos falar sobre produtos e serviços

adequados para um bom investimento.

5 – ORIENTANDO PARA O CONSUMO CONSCIENTE

Você já comprou algo que não precisava só porque estava em promoção? Na

verdade, é difícil resistir aos apelos e seduções do consumo, mas para manter as finanças

em ordem, é importante não ceder aos impulsos consumistas.

Para muitas pessoas, consumo significa inclusão (sentimento de pertencimento),

status (bens são símbolos de posição social) e melhora da autoestima (comprar faz bem).

Sentem-se tentados diante de promoções (sensação de oportunidade única) e facilidades

de pagamento.

Além de provocar o descontrole do orçamento com compras desnecessárias, o

consumismo agrava a desigualdade social, afeta a sociedade, o meio ambiente e

compromete a sustentabilidade do planeta.

A educação financeira pode conscientizar os indivíduos para a importância do

planejamento financeiro, a fim de desenvolverem uma relação equilibrada com o dinheiro

e adotarem decisões sobre finanças e consumo de boa qualidade. Ela pode, também,

estimular a população fazer reservas financeiras.

As pessoas que têm um grau elevado de educação financeira estão menos

propensas a sustentar padrões de consumo incompatíveis com a renda. Mas

presenciamos outra realidade: muitas pessoas não planejam gastos, não pensam no

longo prazo, retardam a preparação para a aposentadoria, têm dificuldades para tomar

empréstimos, investir e estão suscetíveis a fraudes e golpes.

6 – CRÉDITO E SAÚDE FINANCEIRA

Atualmente, o crédito faz parte do dia-a-dia das pessoas. Entretanto, é

fundamental saber usá-lo com cautela.

A pesquisa que abordamos anteriormente, apresenta dados preocupantes

quando o assunto é crédito, cadastro negativo, nome sujo e empréstimo de nome.

A seguir, enumeramos alguns aspectos importantes para ajudar a manter o

nome limpo:

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a) Honrar compromissos financeiros e observar sempre o orçamento;

b) Nunca emprestar o nome para terceiros. Exemplos: emprestar cheque,

cartão de crédito, fazer empréstimo para outras pessoas;

c) Sempre emitir cheque certo da existência de fundos para pagá-lo;

d) Não assinar contratos como fiador/avalista se não tiver conhecimento e

confiança absoluta no contratante principal e se não tiver nenhuma

relação com o negócio a ser celebrado. Na dúvida, diga não;

e) Usar cartão de débito e crédito de forma cuidadosa e responsável. Não

emprestar, não aceitar ajuda de estranhos para pagar as contas e para

sacar dinheiro, não informar a senha para terceiros, pagar a fatura do

cartão em dia e de preferência o valor total. O pagamento parcial da

fatura do cartão implica em cobrança de juros sobre o valor restante não

pago.

f) Caso tenha alguma dificuldade para honrar o compromisso no

vencimento, negocie com o credor outra forma de pagamento para a

dívida vencida.

7 – O SISTEMA FINANCEIRO E OS BANCOS

Os serviços financeiros mais demandados pelos consumidores – depósitos à

vista, emissão de cheques, oferta de créditos e financiamentos, pagamentos,

recebimentos e transferências financeiras – são prestados pelos bancos e cooperativas

de crédito que constituem o Sistema Financeiro Nacional (SFN).

Os bancos e cooperativas de crédito têm um papel importante para a sociedade,

oferecendo produtos e serviços aos clientes/consumidores/cooperados e sendo

remunerados pelo uso/consumo destes clientes.

Os produtos bancários são oferecidos com objetivo de satisfazer as

necessidades dos clientes/consumidores. Podemos citar como exemplo as contas

correntes, os seguros, os planos de previdência e os títulos de capitalização, além dos

empréstimos e financiamentos.

Vamos a partir de aqui ver algumas características de alguns produtos e

serviços bancários.

CONTA-CORRENTE E CONTA-CORRENTE ESPECIAL

Para que serve uma conta-corrente? Fazer e receber depósitos em dinheiro ou

cheques, sacar dinheiro, pagar contas, impostos, boletos, fazer transferências, entre

outros.

A conta-corrente é um instrumento que auxilia no alcance da independência

financeira, com conveniência, controle e economia, permitindo controlar gastos e poupar.

Além disso, a conta-corrente permite concentrar as movimentações financeiras

e auxiliar no planejamento financeiro, pois pode-se realizar movimentações apenas

quando necessário.

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No caso da conta-corrente especial, o banco oferece ao cliente um limite. O

limite de cheque especial é um empréstimo, que em caso de utilização tem cobrança de

juros e impostos pelo período utilizado.

CHEQUE

O cheque é uma ordem de pagamento à vista e o valor é debitado na conta

corrente no ato da apresentação no banco.

Alguns cuidados são necessários a se emitir cheques:

Ao emitir cheques sem o devido saldo para sua liquidação, o seu nome

pode ser incluído no CCF – Cadastro de Cheques sem Fundos, e isso

pode acarretar impedimentos para retirar novos cheques e fazer

empréstimos;

Nunca use canetas de pessoas desconhecidas para preencher os

cheques;

Ao preencher o cheque, preste atenção para que o valor escrito seja

igual ao valor em números. Além disso, devem constar o nome da

pessoa ou empresa a quem o cheque está sendo pago, local e data do

preenchimento do cheque e assinatura do emitente igual à registrada no

banco;

Quando resgatar um cheque devolvido deve-se guardá-lo, pois ele

servirá também como comprovante da regularização da conta bancária;

Nunca assine cheque em branco, sem preenchimento do valor numérico

e por extenso;

Sempre procure emitir cheques nominais e cruzados.

CARTÃO DE DÉBITO E CARTÃO DE CRÉDITO

Os cartões são meios de pagamento de processamento fácil e rápido, que

proporcionam conveniência e segurança.

Dentre as inúmeras vantagens, com o cartão você não precisa levar talão de

cheques e nem dinheiro, pois basta digitar a senha no caixa eletrônico ou na máquina do

estabelecimento.

Existem diferenças entre o cartão de débito e o cartão de crédito. As compras

efetuadas no cartão de débito são descontadas imediatamente da conta-corrente ou da

conta poupança, enquanto as compras efetuadas no cartão de crédito são lançadas numa

fatura para pagamento em data futura, escolhida pelo cliente.

Para realizar transações no cartão de débito é necessário que exista saldo em

conta. Porém, alguns cuidados são necessários:

o Guarde os comprovantes e confira as movimentações através do seu

extrato bancário;

o Inclua todas as transações na planilha de orçamento;

o Não aceite ajuda de estranhos quando estiver efetuando saques nos

caixas eletrônicos ou fazendo pagamentos em locais conveniados;

o Não forneça sua senha para terceiros;

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o Não anote a senha nem a guarde junto com o cartão.

Definido como perigoso e até mesmo como uma armadilha, o cartão de crédito

pode se tornar um parceiro fiel se soubermos utilizá-lo e tivermos “um bom

relacionamento com o dinheiro de plástico”.

O cartão de crédito é um eficiente meio de pagamento, porém as linhas de crédito

vinculadas ao cartão, tais como crédito rotativo, pagamento parcelado de contas,

parcelamentos de faturas e compras parceladas com juros podem desiquilibrar o

orçamento financeiro.

O cartão é um importante aliado para controle de despesas, organizar fluxo de

caixa, aproveitar promoções e que o segredo é gastar se tiver o dinheiro para pagar à

vista.

Exemplo: a compra de uma máquina fotográfica no valor de R$300,00 para

pagamento na próxima fatura ou compra em 3 parcelas de R$100,00. Neste caso, as

parcelas vão constar nas próximas faturas, com parcelamento oferecido pela loja que não

inclui cobrança de juros.

Sempre que possível pague o valor total da fatura, pois o valor inferior ao total

incorrerá em juros e encargos sobre o valor remanescente na próxima fatura.

INVESTIMENTOS

Em relação ao conhecimento sobre investimentos, a pesquisa realizada revelou

que o brasileiro entende investimento de diferentes formas, nem sempre aliadas aos

conceitos econômicos. As percepções são variadas e podem ser equivocadas. Há quem

acredite que títulos de capitalização rendem mais que a conta de poupança. Esta, por

sua vez, nem sempre é considerada como forma de investimento. Produtos com siglas

mais complexas, como CDB ou VGBL, são pouco conhecidos.

Cada pessoa tem um perfil para consumir produtos de investimento: conservador,

moderado ou arrojado. Além do perfil, é importante saber o tempo que você pretende

deixar o dinheiro aplicado e qual o objetivo que ele tem para o investimento. A partir

destas informações, é possível orientá-lo com produtos mais adequados ao seu objetivo.

A educação financeira deve promover a conscientização dos investidores,

oferecendo um conjunto amplo de informações sobre os tipos de investimento disponíveis

no mercado sob a ótica do investidor, de maneira clara, completa e esclarecedora. Além

das características técnicas de cada investimento financeiro que contemplam custos e

riscos, você deve saber seus direitos como investidor conforme produto ou serviço

financeiro envolvido.

Conta-poupança

Mais conhecida como “poupança”, é a conta de depósitos remunerados pela TR

– Taxa Referencial, mais:

a) 0,5% ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for superior a 8,5%; ou

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b) 70% da meta da taxa Selic ao ano mensalizada, vigente na data de início do

período de rendimento, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for igual ou

inferior a 8,5%

Não há cobrança de imposto de renda para clientes pessoa física. Aceita depósito

de qualquer valor, em qualquer data e aqueles feitos nos dias 29, 30 e 31 só têm

rendimentos mensais a partir do 1º dia útil do mês seguinte.

Existe ainda o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para o valor de até R$250 mil.

CDB – Certificado de Depósito Bancário

É um investimento de baixo risco que o cliente pode saber o rendimento no

momento da aplicação (CDB pré-fixado), no momento do resgate ou vencimento (CDB

pós-fixado).

Resgates deste tipo de aplicação, antes da data de vencimento, em alguns casos,

tem custos envolvidos. Além disso, existe incidência de Imposto de Renda em função do

tempo de aplicação e do resgate.

O CDB também possui o FGC para valores até R$70 mil.

Fundos de Investimento

Muitas pessoas, por desconhecimento, têm receio de investir em Fundos de

Investimentos.

Fundos de investimento são condomínios que reúnem investidores com objetivos

e necessidades semelhantes, permitindo condições mais vantajosas no mercado

financeiro do que se o investidor aplicasse individualmente.

A principal vantagem de se investir em um fundo é não precisar ser “mestre” em

investimentos e nem ter muito dinheiro para se beneficiar das oportunidades disponíveis

no mercado financeiro.

Para isso, faça a análise de perfil do investidor para saber qual o melhor fundo

de investimento para você, pois existem várias modalidades para cada perfil:

conservador, moderado e arriscado.

Antes de investir, leia o prospecto e regulamento do fundo, assine o termo de

adesão e verifique os valores de movimentação e taxa de administração. Confira também

se o fundo tem ou não resgate automático para conta-corrente e qual o prazo para crédito

do resgate (varia de 0 a 4 dias).

Importante: esse produto financeiro tem incidência de IOF (sobre os

investimentos) nos resgates efetuados até o 29º dia de aplicação nos fundos com liquidez

diária. Após o 30º dia de aplicação, os fundos são isentos de IOF.

Além disso, há incidência de Imposto de Renda semestralmente, no último dia

útil dos meses de Maio e Novembro de cada ano. Para fundos de curto prazo alíquota é

de 20%, para os fundos de longo prazo 15%.

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Previdência Privada

As pessoas estão vivendo cada vez mais, com mais saúde e a aposentadoria é

apenas uma nova fase da vida. Por isso, é fundamental incluir o planejamento da

aposentadoria no planejamento financeiro para garantir a manutenção do padrão de vida.

Os planos de previdência privada são indicados para quem deseja fazer reservas

de longo prazo, visando aposentadoria e/ou dedução de Imposto de Renda.

Existem dois tipos de planos:

- VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) não é possível a dedução dos aportes

efetuados na base de cálculo do Imposto de Renda. Porém, no momento do resgate (ou

recebimento dos benefícios) a tributação do IR será feita apenas sobre a parte

equivalente ao rendimento, seguindo a opção de tributação escolhida.

- PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) o valor total resgatado será tributado

de acordo com a legislação vigente e com a opção de tributação escolhida. Na data

escolhida para aposentadoria ou outro objetivo, o cliente poderá optar por resgatar todo

o recurso investido ou receber em parcelas mensais.

Consórcio

É indicado para pessoas que desejam comprar um bem ou serviço, a prazo, sem

fazer empréstimo.

O valor das prestações é a soma do valor atualizado do bem ou serviço, dividido

pelo número de pessoas do grupo, mais as despesas com fundo de reserva e taxa de

administração.

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BIBLIOGRAFIA

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 48ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

__________. Pedagogia da Autonomia. 39ª Ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

BAUMAN, Z. Vida para o consumo. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

GIANNETTI, E. O Valor do Amanhã. 8ª Ed. São Paulo: Companhia das Letras,

2005.

PEREIRA.G.M.G. A Energia do Dinheiro. 4ª Ed. São Paulo: Editora Gente,

2001.

CERBASI, G. Dinheiro: os segredos de quem tem. 13ª Ed. São Paulo: Editora

Gente, 2003.

SOUZA, A. e LAMOUNIER, B. A classe média brasileira. 1ª Ed. Brasília: CNI.

BIROCHI, R. Uma abordagem crítica para a educação a distância orientada

para as micro finanças. Tese de Doutorado. FGV-EAESP, São Paulo, 2011.

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ANEXOS

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PERFIL DE INVESTIDOR

De 1 a 3 Anos

De 4 a 8 Anos

De 9 a 16

Anos

De 17 a 24 Anos

+ 25 Anos

1) Quantos anos faltam para minha aposentadoria?

0 2 4 8 10

Concordo

Totalmente Concordo Neutro Discordo

Discordo Totalmente

2) Tenho uma situação financeira estável?

5 4 3 2 1

3) Aceito assumir riscos no curto prazo, pois acredito que no longo prazo o retorno será maior.

5 4 3 2 1

4) Ganhar o máximo que puder é importante para mim, mesmo que eu tenha que correr algum risco de perder parte do capital investido.

10 8 6 4 2

5) Prefiro ver os meus investimentos crescendo constantemente, sem altos e baixos, mesmo que a longo prazo eu tenha o retorno menor

2 4 6 8 10

6) Evitar perdas neste ano é mais importante do que o crescimento a longo prazo. Eu quero proteger minha poupança a curto prazo.

1 2 3 4 5

7) Tenho razoável experiência e conhecimento de fundos de investimento.

5 4 3 2 1

SOMA DAS COLUNAS

SOMA GERAL (Colunas “A” até “E”)

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SE EU PEGASSE R$1.000,00 EMPRESTADO QUANTO PAGARIA AO FIM DE 12

MESES?

TIPO DE CRÉDITO JUROS MÉDIOS

MENSAIS PRATICADOS

VALOR DA DÍVIDA

APÓS 12 MESES

FINANCEIRAS 12,99 % R$ 4.329,92

CARTÃO DE CRÉDITO 10,72% R$ 3.334,01

CHEQUE ESPECIAL 7,95% R$ 2.504,22

EMPRÉSTIMO PESSOAL 4,50% R$ 1.695,88

EMPRÉSTIMO COOPERATIVO 2,91% R$ 1.410,88

EMPRÉSTIMO TRABALHADOR 3,51% R$ 1.450,88

ANTECIPAÇÃO DE CRÉDITOS 2,64% R$ 1.367,10

FINANCIAMENTO DE AUTOS 2,16% R$ 1.292,32

FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO 1,62% R$ 1.212,69

EMPRÉSTIMO FAMILIAR 1,24% R$ 1.159,38