Apostila Sistemas I
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INTRODUÇÃO Histórico • Nos tempos pré-históricos, os primeiros abrigos
construídos pelo homem se caracterizavam pelas necessidades básicas de equilíbrio e estabilidade frente as intempéries e de proteção contra animais.
• Desde Vitrúvio, a responsabilidade pela concepção e construção das obras arquitetônicas ficava a cargo de um mesmo profissional, o arquiteto.
• Esta concepção se manteve até o Renascimento, inclusive. Um exemplo desta polivalência na época é Leonardo da Vinci, arquiteto, engenheiro, inventor, pintor, escultor.
• A partir de fins do século XVII, inicia-se um período histórico marcado pelo racionalismo. Ocorre uma segmentação do conhecimento.
• A arte que até então estava atrelada à tecnologia, se vê expulsa do âmbito da ciência pura. Estava instaurada a dicotomia entre arte e construção, belo e funcional, arquitetura e engenharia.
• Entre os séculos XVIII e XIX são feitos grandes progressos na área de ciência estrutural.
• Na segunda metade do século XIX, o mundo contempla o surgimento de novas tipologias arquitetônicas.
• Pontes, estações de trens e grandes pavilhões de exposição exibem vãos e alturas nunca vistos.
• Os novos conhecimentos, oriundos das escolas politécnicas, tornaram o engenheiro o senhor da concepção destas novas estruturas.
• Enquanto os arquitetos se preocupavam com a camuflagem e decoração dos edifícios, os engenheiros concebiam os grandes monumentos do século: Palácio de Cristal, Torre Eiffel e toda a cidade de Chicago.
• A dissociação entre arte e técnica na arquitetura continua ainda durante o “Art Nouveau”, com a arte predominantemente aplicada.
• Só no início do século XX ocorre o reingresso definitivo da tecnologia estrutural na concepção da linguagem formal arquitetônica.
• A partir dos anos 40 o concreto assume sua plena potencialidade e a arquitetura ganha formas mais plurais.
• A partir dos anos 70, toma força a arquitetura metálica “high tech”. O Centro Cultural George Pompidou surge como obra emblemática dessa arquitetura.
• Mostra-se, então, a estreita vinculação entre a tecnologia estrutural – construtiva e a linguagem formal arquitetônica ao longo da história.
• Atualmente, vê-se a arquitetura fortemente influenciada por uma corrente neo - modernista resgatando valores de uma arquitetura em parte desgastada nas últimas décadas.
• Simplificada e empobrecida, a arquitetura moderna ficou a mercê dos interesses da sociedade capitalista.
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• Nestes momentos, o próprio arquiteto perdeu espaço enquanto projetista, concorrendo com engenheiros, desenhistas e profissionais com diploma de arquitetura.
• Um sistema arquitetônico formal e estrutural – basicamente ortogonal, segundo Eládio Dieste, ocorre não apenas por questões estéticas, ou por simplicidade construtiva, mas também pela influência do cálculo estrutural, em especial o ensinado nas escolas.
A Questão do Ensino • Os arquitetos, antigamente, se formavam nas escolas de
Belas Artes, que ministravam pouquíssimos conhecimentos tecnológicos.
• No Brasil, somente a partir de 1930, quando ocorreu a reforma curricular, que foi introduzido nos cursos de arquitetura, disciplinas da engenharia civil.
• Esta iniciativa foi fundamental para direcionar o arquiteto para questões tecnológicas, no entanto as disciplinas foram introduzidas tal como eram dadas nos cursos de engenharia civil, pouco se atentando para as diferenças fundamentais entre os dois cursos.
• Na engenharia os conhecimentos de estrutura são um fim – calcular as estruturas -, na arquitetura eles são um meio, tem por objetivo fornecer subsídios para a concepção do objeto arquitetônico.
• Por isto, em um curso de arquitetura, as disciplinas referentes às estruturas devem estar voltadas à capacitação do aluno no sentido de projetar.
• Para projetar estruturas, o aluno precisa ter uma crítica apurada sobre o papel e a adequação da solução estrutural à arquitetura que se propõe.
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Capítulo 1 Morfologia das Estruturas 1.1. Estruturas
• Genérico : Maneira especial por que estão dispostas, em relação uma as outras, as diferentes partes de um corpo.
• Especial : Composição, construção, organização e disposição arquitetônica de um edifício.
• Particular : As partes que suportam as cargas de uma construção e as transmitem a fundação. Isto é a estrutura resistente ou simplesmente “ Estrutura” .
• Visão Total: Conhecimento de todas as formas estruturais, quanto à suas concepções lógicas, a origem e a evolução das formas em função das culturas e do progresso tecnológico, a sua finalidade e estética.
1.2. Definição
• Morfologia das estruturas é o estudo das estruturas sob o ponto de vista da forma considerando as suas origens e evolução .
1.3. Fatores Morfogênicos
• Razões determinantes da forma estrutural, do sistema como um todo e de cada uma de suas partes constitutivas.
1.3.1.Fatores Funcionais
• Habitação
• Tráfego
• Condução
• Contenção
1.3.2. Fatores Técnicos
• Técnica da Construção
• Estágio dos processos de cálculo
• Economia
1.3.3. Fatores Estéticos
• A estrutura, resolvida com lógica e simplicidade, é a componente arquitetônica de maior força estética.
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1.4. Sistemas Estruturais Fundamentais
• Sistemas estruturais de Forma Ativa.
Ex.: cabos, arcos funiculares, tendas, etc.
• Sistemas estruturais de Vetor Ativo
Ex.: treliças planas e espaciais.
• Sistemas estruturais de Superfície Ativa.
Ex.: placas dobradas, cascas
• Sistemas estruturais de Seção Ativa
Ex.: vigas, pórticos, grelhas, placas.
• Sistemas estruturais de Altura Ativa.
Ex.: edifícios altos, postes, torres
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Capítulo 2 A Estrutura e a Arquitetura
2.1. Arquiteto : Mestre em Estruturas
2.2. Estrutura na Construção : Situação Nova
• Sem estrutura material não há organismo animado ou inanimado .
• A análise do que é a estrutura técnica e de que papel desempenha na criação da Arquitetura dará uma base sólida para o que o arquiteto deve saber sobre estruturas e sobre quanto ele deve conhecê-la.
2.3. Estrutura Técnica : Meios de Humanização .
• Função da Arquitetura: criação do espaço humanizado.
• Função da Estrutura: instrumental para o espaço arquitetônico.
2.4. Necessidade da Estrutura
• Arquitetura não é escultura. Sem estrutura não existe Arquitetura.
• Conflitos de natureza direcional são solucionados através do engenheiro especialista em projeto estrutural.
2.5. Conhecimento Estrutural
• Nenhuma fase na formação de uma idéia estrutural requer o uso de fórmulas matemáticas.
2.6. Evolução Histórica
• Antigamente o vocabulário do projeto estrutural era limitado a poucas formas e vãos.
• Atualmente quase todas as formas podem ser executadas e podemos trabalhar com grandes vãos.
2.7. A Arquitetura e a Estrutura O Arquiteto e o Engenheiro
• Profissionais essenciais para a construção de uma obra importante: Arquiteto e Engenheiro Civil.
• Engenheiro Matemática, Física, Química, etc.
• Arquiteto Estética, Engenharia, Sociologia, Economia, Planejamento, etc.
• Diálogo praticamente impossível ?
• Arquiteto é o líder da equipe, o engenheiro é apenas um integrante.
• É possível para o Arquiteto uma compreensão dos problemas estruturais ?
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• A reposta é afirmativa se separarmos a compreensão dos conceitos estruturais do conhecimento cabal da análise estrutural.
2.8. Estrutura e Intuição
• Obras do passado atestam a eficácia da intuição.
• Atualmente desenvolve-se teorias matemáticas para solucionar praticamente qualquer forma.
• Mesmo quando se pode confiar o cálculo estrutural a um especialista, primeiro deve-se ser capaz de inventá-la e dar lhe proporções corretas. Só então terá nascido uma estrutura sã, vital e, se possível , esbelta.
• Arquiteto deve dominar os pontos mais sutis da teoria das estruturas, permitindo-lhe aplicar com inteligência uma grande quantidade de novas idéias e métodos.
• O nosso curso tem a intenção de introduzir o estudante no campo das estruturas, sem recorrer ao conhecimento formal da matemática e física.
• O maior conhecimento do comportamento das estruturas conduzirá o aluno interessado a uma melhor compreensão dos pontos mais delicados do projeto estrutural .
• Do ponto de vista eminentemente técnico, o arquiteto deverá dominar bem os seguintes aspectos:
1. Ter conhecimentos dos diversos sistemas estruturais.
2. Compreender o funcionamento destes sistemas.
3. Saber interagir a estrutura com a arquitetura.
4. Ter noção de pré-dimensionamento de elementos estruturais.
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Capítulo 3
Ligações Estruturais
3.1. Equações de Equilíbrio da Mecânica Racional
Equilíbrio no espaço:
R = 0 Σ Fx = 0 , Σ Fy = 0 , Σ Fz = 0
M = 0 ΣMx = 0, Σ My = 0 , Σ Mz = 0
Equilíbrio no plano:
R = 0 ΣFx = 0, ΣFy = 0
M = 0 ΣMz = 0
3.2. Estrutura e Classificação dos Elementos Estruturais
• Elementos lineares
• Elementos de superfície
• Elementos de volume
3.3. Apoios Estruturais e Classes de Apoio
• Vínculos de primeira ordem.
• Vínculos de segunda ordem.
• Vínculos de terceira ordem.
Fig. 1 – Corpos submetidos à ação de um sistema de “n” forças
Fig. 2 – Vínculos
Fig. 3 – Vínculo de primeira ordem
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3.4. Grau de Estaticidade das Estruturas
• Estruturas Hipostáticas.
• Estruturas Isostáticas
• Estruturas Hiperestáticas
Fig. 4 – Vínculo de segunda ordem
Fig. 5– Vínculo de terceira ordem
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Capítulo 4 Cargas que atuam nas Estruturas
4.1. Finalidade das Estruturas
• Finalidade principal é suportar cargas de elementos que delimitam espaços.
• Finalidades diferentes servidas por espaços diferentes, exigem estruturas diferentes.
• Cargas : “mal necessário” e inevitável .
4.2. Cargas
• A natureza das cargas varia com o projeto, com os materiais e com a função da estrutura.
• As cargas mais importantes são as “ estáticas”.
• As normas definem as cargas equivalentes.
• Classificam-se em : permanentes, acidentais, térmicas, estáticas, dinâmicas, variáveis, etc.
4.2.1 Cargas Permanentes
• Peso próprio da estrutura e todas as cargas aplicadas constantemente constituem a carga permanente.
• Peso próprio depende da dimensão da peça e a dimensão depende do peso próprio.
• Arquiteto e o calculista fazem um pré-dimensionamento.
• Em geral o peso próprio é a carga mais importante na estrutura.
• Pesos específicos de alguns materiais..
Materiais Peso Específico ( kN/m3)
Rochas 26,00 a 30,00
• Tijolos furados 13,00
• Tijolos maciços 18,00 Alvenarias
• Blocos de concreto 22,00
• Cimento e areia 21,00
• Concreto simples 24,00 Massas
• Concreto armado 25,00
• Aço 78,50 Metais
• Alumínio 28,00
Madeiras 5,00 a 10,00
• Água 10,00 Outros
• Vidro 26,00
Obs.: 1kN/m3 = 100Kgf/m3
Tabela 4.1
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4.2.2 Cargas Acidentais
• Pessoas, máquinas, móveis, materiais diversos, veículos, etc.
4.2.3. Cargas Variáveis
• Todas as cargas acidentais deveriam ser classificadas como variáveis.
• As ações variáveis são as que variam freqüentemente, e de maneira mais sensível, com o tempo
4.2.3.1. Vento e Neve
4.2.4 . Outras Cargas
4.2.4.1. Cargas Térmicas
• Cargas invisíveis.
• Previsão de juntas de dilatação .
4.2.4.2. Cargas de Assentamento
• Recalques uniformes.
• Recalques diferenciais.
4.2.4.3. Empuxos da Terra
• Muros de arrimo
Locais Carga (kN/m2)
• Quarto, sala, copa, cozinha, I.S. 1,50 Edifícios residenciais • Despensa, área de serviço 2,00
Escritórios 2,00
Restaurantes 3,00
Lojas 4,00
• Sala de leitura 2,50 Bibliotecas
• Sala com estantes 6,00
• Platéia c/ assentos fixos 3,00
• Platéia c/ assentos móveis 4,00 Cinemas / Teatros
• Palco 5,00
Arquibancadas 4,00
Garagens 3,00
Forros Sem acesso 0,50
Obs.: 1kN/m2 = 100kgf/m2
Tabela 4.2
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4.2.4.4. Empuxos Líquidos
• Barragens
• Reservatórios
4.2.4.5. Cargas Dinâmicas
• As cargas dinâmicas atuam na estrutura de diversas formas: impacto, ressonância, terremoto, etc.
• Vento .
4.3. Combinações de Ações
• A estrutura deverá ser estudada sob efeito de diferentes combinações de ações.
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Capítulo 5
Materiais Estruturais
5.1. Características Importantes dos Materiais
O progresso da Engenharia está intimamente ligado ao desenvolvimento de melhores materiais.
• O aperfeiçoamento dos materiais está especificamente dirigido ao aumento da resistência ou a diminuição do peso .
Alumínio.
Aços especiais.
Concreto – CAD.
Alvenaria
Madeira
Concreto protendido
Plásticos reforçados com fibras de vidro.
5.2. Propriedades Essenciais dos Materiais usados em Estruturas
• A deformação da estrutura não deve aumentar indefinidamente e deve desaparecer quando cessa o esforço.
Materiais elásticos
Fig. 6 - Comportamento elástico
Fig. 7 – Comportamento elástico linear
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• Alguns materiais apresentam deformações permanentes.
Materiais plásticos.
• Alguns materiais se rompem sem avisar.
Materiais frágeis.
• Um material cuja resistência não depende da direção das cargas chama-se isotrópico.
• Os materiais estruturais podem resistir aos esforços de tração, compressão e cisalhamento.
5.3. Constantes Elásticas dos Materiais
• Diferentes materiais sofrem deformações distintas quando submetidos a mesma carga.
• Diz-se então que um material é mais rígido do que o outro.
• A medida desta rigidez é chamada de módulo de deformação longitudinal ou simplesmente módulo de elasticidade: E.
Concreto : 25.000 MPa
Aço : 210.000 MPa
Alumínio: 70.000 MPa
Madeira : 7.000 MPa paralela as fibras
5.200 MPa perpendicular as fibras
Módulo de Deformação Transversal : G.
Coeficiente de Poisson : Y
Fig. 8 - Comportamento plástico
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5.4. Coeficientes de Segurança dos Materiais
• Não se projeta uma estrutura exigindo que o material seja submetido ao seu limite máximo de capacidade resistente.
• Materiais heterogêneos.
Má execução da obra.
Alteração da utilização da edificação.
Incerteza das Cargas.
Modelo matemático inadequado.
• Devido a isto devemos introduzir um coeficiente de segurança, que nem sempre é fácil quantifica-lo.
• NBR - 6118 estabelece coeficientes de segurança para duas situações:
Estado limite último (ruptura).
Estado limite de utilização (deformações excessivas, fissuração) .
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5.5. Materiais Artificiais Modernos
• O ferro, a pedra e a madeira são usados como materiais estruturais há mais de mil anos.
• Nos últimos 400 anos o avanço na Metalurgia, Química e Física tem melhorado sensivelmente as propriedades dos materiais.
• Concreto Armado.
Concreto Protendido.
Estruturas Metálicas.
Estruturas em Alumínio.
Estruturas em Madeira Serrada.
Estruturas em Madeira Laminada.
Argamassa Armada.
Alvenaria Estrutural.
Estruturas em Plásticos com Fibra de Vidro.
Fig. 9 – Estrutura em concreto sob tração
Fig. 10 – Estrutura em concreto protendido sob tração
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Capítulo 6 Exigências Estruturais
6.1. Exigências Básicas • A existência de novos materiais, novas técnicas
construtivas e modelos de análise, não eximem as estruturas modernas da obrigação de satisfazer determinados requisitos:
6.1.1. Equilíbrio
• Uma edificação não deverá se mover.
• Como é impossível impedir todos os deslocamentos, eles deverão ser tão pequenos que a edificação parecerá estar imóvel.
• Condição de equilíbrio no plano:
Σ Fx = 0 , Σ Fy = 0, Σ Mz = 0
6.1.2. Estabilidade
• Uma edificação pode girar em função de um furacão se não estiver adequadamente engastado no solo.
• Assentamento da edificação em terreno com resistência não uniforme.
• Sondagens responsabilidade do Arquiteto e do Engenheiro.
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Fig. 11 – Equilíbrio à translação
Fig.1 2 - Equilíbrio de rotação ( gangorra)
Fig. 13 – Efeito de tombamento
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6.1.3. Resistência
• Integridade total da estrutura e de cada uma das partes que a compõem .
• Escolhido o sistema estrutural e estimadas as cargas, determina-se as tensões em cada ponto significativo da estrutura e compara com a tensão que o material pode resistir.
• Verifica-se a resistência em diversas situações de carga, a fim de se obter a pior situação para as tensões.
• Cuidados com a economia.
6.1.4. Funcionalidade
• Excessiva flexibilidade de uma estrutura pode prejudicar sua funcionalidade.
6.1.5. Economia
• A economia nem sempre é uma exigência da Arquitetura.
• Engenheiro de estruturas faz estudos comparativos de custo e escolhe a estrutura mais econômica.
• Outros custos: ar condicionado, instalações elétricas, instalações hidráulicas, etc.
• Custo da estrutura: 20% a 30%.
• Custo dos projetos: 1% a 2%.
• Fatores mais importantes no custo:
Materiais.
Mão de obra
• Outros fatores.
Exigências de normas.
Conservação da estrutura.
Rapidez na construção .
6.1.6. Estética
• Ao impor os seus postulados estéticos o Arquiteto fixa limitações essenciais ao sistema estrutural.
• ideal é que haja consulta a um engenheiro no início do projeto para que este consiga fazer da estrutura uma parte integral da expressão arquitetônica.
• Em projetos de edifícios pequenos a importância da estrutura é limitada, já nos grandes edifícios o sistema estrutural é a razão da expressão da sua Arquitetura.
6.2. Estruturas Ótimas
• Para o proprietário, a de menor custo.
• Para o empreiteiro, a que gaste mais homens / hora.
• Para o calculista, a mais fácil de analisar ou a que lhe der fama.
• Poderíamos dizer que a estrutura ótima é a mais estável, a mais resistente, a mais funcional, a mais econômica e a mais harmoniosa.
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Capítulo 7
Estados Básicos de Tensão
7.1. Estados Básicos de Tensão
• As estruturas se deformam quando carregadas .
• Às deformações correspondem às tensões.
• As tensões podem ser normais ou tangenciais.
• Os estados básicos de tensão são : tração, compressão e corte ( cisalhamento) .
7.2. Solicitações Simples
7.2.1. Tração Simples
• Tração é o estado de tensão em que as partículas do material tendem a se separar.
• A deformação de uma peça submetida à tração vai depender dos seguintes fatores:
• Magnitude da carga aplicada:
Quanto maior a carga, maior a deformação.
• Comprimento da peça:
A deformação é diretamente proporcional ao comprimento da peça. Assim, se o cabo de um elevador alonga, 0,5cm em um andar, vai alongar 5cm em 10 andares.
Fig. 14 Tração simples
Fig. 15 - Tensão de tração
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• Área de sua seção transversal:
A deformação é inversamente proporcional à área da seção transversal da peça.
É fácil espichar um fio de cabelo, mas não uma trança com o mesmo comprimentos.
• Módulo de Elasticidade Longitudinal do material:
A relação entre a tensão e deformação por tração é uma característica do material, determinada por seu Módulo de Elasticidade à Tração; quanto maior seu valor, mais rígido, mais resistente será à deformação.
7.2.2. Compressão Simples • Compressão é o estado de tensão em que as
partículas do material tendem a se aproximar.
• Deformações provocadas por compressão são de sentido contrário às produzidas por tração.
• Materiais incapazes de resistir a tração, em geral são resistentes à compressão.
• Peças esbeltas flambagem
Carga Crítica de Euler :
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l
EIcN π=
Fig. 15 – Compressão simples
Fig. 16 – Flambagem
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A carga de flambagem vai depender das seguintes variáveis:
• Material :
Quanto mais resistente ao encurtamento for o material (maior Módulo de Elasticidade), mais ele resistirá à flambagem. Uma borracha pode resistir mais à compressão que um pedaço de giz, mas flamba antes dele. Da mesma maneira, uma peça de aço resiste mais à flambagem que uma de alumínio.
• Aplicação da carga:
Mesmo com a carga aplicada sobre o centro exato da peça, uma coluna pode flambar; qualquer excentricidade na aplicação de cargas compromete ainda mais a situação.
• Comprimento da coluna:
A carga de flambagem é inversamente proporcional ao quadrado do comprimento da coluna (a situação piora em progressão geométrica). Se o comprimento dobra, a resistência à flambagem cai para um quarto.
• Forma da seção transversal da peça:
Um tipo de seção com mais matéria afastada do centro de gravidade (maior momento de inércia) resiste mais à flambagem (podemos deduzir esse comportamento do fenômeno da flexão, onde a peça se deforma como na flambagem: quanto mais matéria tivermos afastada da linha neutra, melhor).
Assim, uma coluna metálica de perfil caixão é mais adequada que uma em perfil Ι .
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• Vinculação da peça:
Quanto mais rígida for a ligação, mais a peça resistirá à flambagem. Uma coluna com as duas extremidades livres (articuladas) flamba como duas colunas com metade de seu comprimento engastadas; por conseguinte a Carga de Flambagem de uma coluna engastada é a quarta parte da carga correspondente à mesma coluna com apoio simles.
7.2.3. Corte Simples ( Cisalhamento Convencional)
• Corte ou cisalhamento é o estado de tensão em que as partículas do material deslizam umas em relação às outras.
• Cisalhamento provocado pela força cortante introduz deformações capazes de modificar a forma de um elemento retangular.
• Uma característica fundamental do corte é produzir deslizamento em dois planos perpendiculares entre si.
• Corte é uma combinação de tração e compressão, normais entre si, em direções que fazem um ângulo de 45º com a direção do corte.
• Corte aparece também em peças submetidas à torção.
Fig. 17 – Cisalhamento
Fig. 18 – Deformação de corte em uma viga engastada
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7.2.4. Torção
• A torção é um tipo especial de corte. Uma peça submetida à torção apresenta esforços de corte tanto em sua superfície quanto ao longo de sua seção transversal, simultaneamente. Como no corte simples, o material para resistir à torção tem que resistir tanto à tração quanto à compressão.
• Ao torcemos um pano de chão molhado, a água é expulsa por compressão; se o pano de chão for fraco ou estiver muito velho, ele vai romper por tração. Ao partimos um chicletes ao meio, é comum o fazermos torcendo; assim combinamos os esforços de tração e compressão para rompê-lo.
• Em estruturas, ocorre torção em peças submetidas a cargas excêntricas. Uma viga engastada na lateral de outra a submete a um esforço de torção; o mesmo ocorre em uma marquise ou laje em balanço, que submete à torção a viga na qual está engastada.
• Como os esforços ocorrem não apenas na seção transversal, mas também ao longo da superfície externa da peça, quanto mais matéria ela tiver na superfície externa melhor ( maior Momento Polar de Inércia); por esta razão peças ocas, como vigas metálicas tipo caixão, são especialmente resistentes à torção.
• Para se aumentar a resistência de uma viga de concreto armado submetida à torção, é mais importante alargá-la que aumentar sua altura; isto é importante na hora de se prever a compatibilização de vigas sob o efeito de torção em paredes finas.
Fig. 19 - Torção
Fig. 20 – Flexão Pura
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7.3. Solicitações Combinadas
• Todos os estados de tensão são combinações dos três estados básicos: tração, compressão e corte.
• Estes estados combinados dão origem à solicitação de flexão que pode ser subdividida em flexão reta e flexão oblíqua.
• A flexão pode ser considerada um mecanismo estrutural capaz de canalizar cargas verticais na direção horizontal.
• Quanto a flexão , um bom material deve ter resistências praticamente iguais à tração e à compressão.
7.3.1. Flexão reta
• Flexão Pura : atua somente um momento fletor. O esforço normal e o cortante valem zero.
• Flexão Simples : atua um momento fletor e um esforço cortante. O esforço normal vale zero.
• Flexão Composta : atua um momento fletor e um esforço normal, podendo existir ou não o esforço cortante.
7.3.2. Flexão oblíqua
• Em geral as flexões oblíquas são transformadas em flexões retas.
Fig. 21 – Flexão simples
Fig. 22 – Flexão composta