Apostila sistemas operacionais

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SOFTWARES APLICATIVOS E SISTEMAS OPERACIONAIS EDIÇÃO Nº 1 - 2007 PROF. MARCO ANDRÉ LOPES MENDES ___________________________________________________________________ Apoio Gestão e Execução Conteúdo e Tecnologia

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SOFTWARES APLICATIVOS

E SISTEMAS OPERACIONAIS EDIÇÃO Nº 1 - 2007

PROF. MARCO ANDRÉ LOPES MENDES

___________________________________________________________________

Apoio Gestão e Execução Conteúdo e Tecnologia

• •

Softwares Aplicativos e Sistemas Operacionais

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APRESENTAÇÃO

Parabéns, você está recebendo o livro-texto da disciplina de Softwares

Aplicativos e Sistemas Operacionais do Curso Técnico em Programação para

Internet da Tupy Virtual.

Este livro-texto foi construído especialmente para este curso, baseado no seu

perfil e nas necessidades da sua formação. Estamos constantemente atualizando e

melhorando este material, e você pode nos auxiliar, encaminhando sugestões e

apontando melhorias, através do seu monitor, tutor ou professor. Desde já

agradecemos a sua ajuda.

Este livro-texto proporcionará a você o estudo dos softwares, incluindo

aplicativos, sistemas operacionais e utilitários. Para sua melhor compreensão, o livro

está estruturado em duas partes. Na primeira, que inclui os capítulos de um a três, é

feito um estudo dos softwares aplicativos, e na segunda parte, que engloba os

capítulos de quatro a seis, você estudará os sistemas operacionais e utilitários.

Nossa recomendação é que você verifique as datas importantes dentro no

cronograma de estudos e elabore um plano de estudos pessoal. Assim você poderá

aproveitar o curso ao máximo, garantindo o retorno de todo o esforço investido.

Estude as aulas virtuais, faça os exercícios, leia o livro-texto, e faça todas as

atividades propostas. Sempre que possível, tire suas dúvidas com o monitor

também.

Lembre-se que a sua passagem por esta disciplina será também

acompanhada pelo Sistema de Ensino Tupy Virtual, seja por correio postal, fax,

telefone, e-mail ou Ambiente Virtual de Aprendizagem. Sempre entre em contato

conosco quando surgir alguma dúvida ou dificuldade. Participe dos bate-papos

(chats) marcados e envie suas dúvidas pelo Tira-Dúvidas.

Toda a equipe está à disposição para atendê-lo. Seu crescimento é o nosso

maior objetivo. Acredite no seu sucesso e tenha bons momentos de estudo!

Equipe Tupy Virtual.

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SUMÁRIO

AULA 1 - SOFTWARES APLICATIVOS ................................................................................7

AULA 2 - SOFTWARES ORIENTADOS PARA TAREFAS .......................................................24

AULA 3 - ÉTICA E SOFTWARE LIVRE ...............................................................................41

AULA 4 - SISTEMAS OPERACIONAIS................................................................................50

AULA 5 - CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS OPERACIONAIS .............................................76

AULA 6 - PROGRAMAS UTILITÁRIOS................................................................................86

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CARTA DO PROFESSOR

“Eu anseio por realizar uma grande e nobre tarefa, mas meu principal

dever é realizar pequenas tarefas como se fossem grandes e nobres.”

Helen Keller

Caro aluno,

Você já percebeu quantos softwares diferentes existem disponíveis

para o uso no seu computador? São editores de texto, planilhas eletrônicas, jogos,

navegadores, softwares educativos, sistemas de gestão empresarial e uma

infinidade de outras categorias. Quais desses softwares você precisará para

desenvolver suas tarefas? Como eu posso adquiri-los? Essas e outras perguntas

serão respondidas nesta disciplina que você está começando a estudar agora.

O aprendizado dos conceitos que serão explorados nesta disciplina é

fundamental ao futuro programador e servirão de suporte às demais disciplinas do

curso.

Queremos convidá-lo a se envolver a partir de agora no estudo dos softwares

aplicativos e sistemas operacionais.

Bom estudo!

Professor Marco André Lopes Mendes

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CRONOGRAMA DE ESTUDO

Acompanhe no cronograma abaixo os conteúdos das aulas, e atualize as

possíveis datas de realização de aprendizagem e avaliações.

Semana Carga horária Aula Data/ Avaliação

1 10 Softwares aplicativos _/_ a _/_

1 10 Softwares orientados para

tarefas

_/_ a _/_

2 10 Ética e software livre _/_ a _/_

2 10 Sistemas operacionais _/_ a _/_

3 10 Características dos

sistemas operacionais

_/_ a _/_

3 10 Programas utilitários _/_ a _/_

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PLANO DE ESTUDO

Bases Tecnológicas

Sistema operacional; Gerenciador de arquivos; Ferramentas de Criação e

Gerenciamento de Softwares; Camadas de Softwares; Princípios de Sistemas

Operacionais; Instalação e remoção - aplicações.

Objetivo Geral

• Compreender a função dos softwares aplicativos e dos sistemas operacionais.

Específicos

• Relacionar as diversas formas através das quais as pessoas e organizações

adquirem software;

• Relacionar várias categorias de softwares orientados para tarefa;

• Discutir questões éticas relacionadas aos softwares;

• Descrever as funções de um sistema operacional;

• Descrever as diversas características dos sistemas operacionais;

• Relacionar diversas funções normalmente executadas por programas

utilitários.

Carga Horária: 60 horas/aula.

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SOFTWARES APLICATIVOS

OBJETIVOS DA AULA

� Compreender que existem softwares específicos para

cada necessidade;

� Distinguir a função do hardware e do software no

computador;

� Descrever um software aplicativo;

� Identificar as razões que levam as pessoas a adquirirem

um computador;

� Relacionar as diversas formas através das quais as

pessoas e organizações adquirem software;

� Escolher a melhor forma de adquirir softwares para cada

situação.

CONTEÚDO DA AULA

Acompanhe o conteúdo desta aula. Se você preferir, assinale

os conteúdos na medida em que for estudando.

Nesta aula, veremos:

� Um aplicativo para cada necessidade

� Softwares aplicativos: realizando o trabalho

� O que é software aplicativo?

� Para que eu usaria um computador?

� Adquirindo um software

� Qual a melhor forma de comprar software comercial?

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1.1 Um aplicativo para cada necessidade

Olá! Seja bem-vindo à nossa primeira aula de Softwares Aplicativos e

Sistemas Operacionais. Agora que você já estudou o hardware, a parte física e

visível do computador, chegou a hora de estudar o software, a parte invisível, porém

fundamental para funcionamento deste fascinante equipamento. Nesta primeira aula

você vai compreender que existem softwares específicos para cada necessidade, vai

distinguir a função do hardware e do software no computador e entender melhor o

termo software aplicativo. Além disto, você vai Identificar as razões que levam as

pessoas a adquirirem um computador e vai relacionar as diversas formas através

das quais as pessoas e organizações adquirem software. Por fim, você vai aprender

a escolher a melhor forma de adquirir softwares para cada situação. Como você

pode ver, temos muito que aprender.

Boa aula!

Vamos começar esta aula com a história de Carla. Ela está no primeiro

ano da faculdade de Administração, e resolveu arrumar um emprego nas férias,

trabalhando como garçonete numa Pousada em Bombinhas, no litoral de Santa

Catarina. Seu objetivo é juntar algum dinheiro para ajudar a adquirir os livros para o

próximo semestre da faculdade. Além do seu salário, Carla recebia gorjetas dos

turistas, muitos deles estrangeiros. Carla preferia ter conseguido um emprego num

escritório, mas no momento, a sua maior preocupação era fazer uma boa poupança

para quando as aulas iniciassem.

As coisas, no entanto, acabaram ficando mais interessantes do que Carla

poderia ter imaginado. Os proprietários da Pousada descobriram que Carla havia

tido aulas de Informática e que tinha certa habilidade com computadores, além de

ter tido aulas básicas de contabilidade. Propuseram então que ela os auxiliasse

durante algumas manhãs no escritório da Pousada. Carla aceitou imediatamente,

percebendo ali uma oportunidade de adquirir um pouco mais de experiência

profissional, melhorando o seu currículo.

Sua primeira missão foi refazer os cartazes informativos espalhados pela

pousada. Ela estudou os softwares, lendo manuais e a ajuda on-line, e aprendeu a

acrescentar gráficos, ilustrações e diversos tipos de fontes e cores atraentes, dando

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um toque profissional e com muita classe aos cartazes. Agora era muito mais fácil

alterar os cartazes, conforme a necessidade, e reimprimi-los na impressora a jato de

tinta da pousada. Logo os hóspedes perceberam a mudança e comentaram com os

donos, o que os estimulou a passarem outras atividades a Carla.

Carla desenvolveu outras atividades ao longo da temporada em que esteve lá,

como crachás de identificação para os funcionários, menus para o restaurante, e

uma lista de telefones úteis para o pessoal da recepção. Um de seus trabalhos mais

gratificantes foi o desenvolvimento de uma planilha de custos a ser utilizada na

confecção do cardápio semanal da pousada. Utilizando um software de planilha

eletrônica, ela levantou o custo de cada item que poderia compor um almoço,

separando-os entre carnes, pratos quentes, saladas e sobremesas. Verificou

também quanto, em média, cada pessoa consumia num almoço. Desta forma ficou

muito mais simples montar o cardápio, de forma balanceada e sem estourar o

orçamento.

Sabendo quantos hóspedes havia num determinado período, era possível até

fazer a previsão de compra dos produtos, e calcular a margem de lucro. Gráficos

feitos com os dados fornecidos na planilha permitiram uma análise visual, e

alterações nos preços dos insumos, podiam agora ser inseridas imediatamente no

software, que refazia automaticamente os cálculos e os gráficos.

No estudo de caso acima, pudemos ver vários exemplos de uso de softwares

aplicativos auxiliando na realização de tarefas do cotidiano das pessoas. Vamos

entender um pouco melhor o que são estes aplicativos e como podemos classificá-

los.

1.2 Softwares aplicativos: Realizando o trabalho

Quando as pessoas pensam num computador, a primeira coisa que vem a

sua mente é a máquina, ou seja, o hardware. Monitores modernos mostrando cores

e muita ação, gabinetes com linhas elegantes, o som contínuo das teclas, as luzes

piscando. No entanto, é o software – o conjunto de instruções logicamente

ordenadas, necessárias para transformar dado em informação – que torna o plástico,

metal e silício do computador em algo útil.

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Podemos comparar o computador a um carro de corrida, que necessita

de um piloto a altura para que se veja o seu potencial. Da mesma forma, de nada

adianta ter um fogão moderno e um jogo completo de panelas se não houver uma

cozinheira habilidosa para utilizá-los na preparação de uma gostosa refeição. São

duas analogias para tentar comparar a importância do software em relação ao

hardware quando se trata de computadores.

Agora vamos adiante, por que este papo de comida acaba deixando a gente

com fome.

1.3 O que é software aplicativo?

Segundo Capron e Johnson (2004), os softwares aplicativos podem ser

personalizados ou oferecidos em pacotes. Algumas organizações preferem

contratar programadores de software – pessoas que projetam, desenvolvem,

testam e implementam software. Estes programadores desenvolvem um software

personalizado, feito sob medida às necessidades específicas de uma organização.

Softwares deste tipo podem levar anos para serem desenvolvidos e implantados,

devido à sua complexidade e às particularidades de cada organização.

Podemos comparar o desenvolvimento de um software personalizado a

uma roupa desenhada, cortada e costurada por um alfaiate. Ela é feita com as

medidas exatas da pessoa, portanto se ajusta perfeitamente ao seu corpo.

A maioria dos usuários comuns utiliza softwares genéricos conhecidos como

softwares comerciais ou pacotes de software. Estes softwares, muitas vezes

comercializados em caixas coloridas, contêm as mídias, como CD ou DVD e um

conjunto de manuais de instrução impressos. Eles podem ser encontrados em lojas

especializadas, livrarias, hipermercados e lojas de departamento. Devido a este fato

eles são muitas vezes chamados informalmente de software de prateleira.

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Os manuais são muitas vezes chamados de documentação, e podem vir

impressos, ou em meio eletrônico. É cada vez mais comum também a

documentação estar disponível on-line, na Internet (Figura 1).

Você pode ver um exemplo de documentação on-line acessando a Ajuda

do Microsoft Office, disponível em: http://office.microsoft.com/pt-br/help/default.aspx.

Figura 1 - Site de ajuda on-line do Microsoft Office

Podemos comparar um pacote de software a uma roupa que é vendida

numa grande loja de departamentos. Ela procura atender ao gosto da maioria das

pessoas. Você procura uma dentro do seu estilo e tamanho e a prova. A vantagem

é que se gostar, o usuário pode levar na hora e usá-la imediatamente.

Da mesma forma que organizações menores e você em seu computador, as

grandes organizações também compram e usam uma série de softwares

comerciais. Muitos dos softwares que elas utilizam são os mesmos que você utiliza

em seu computador. A diferença talvez seja que estas grandes organizações

compram seus softwares de um distribuidor ou mesmo diretamente do próprio

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fabricante. É muito provável que elas também comprem softwares para auxiliar na

gestão do seu negócio, como gestão da produção e de recursos humanos. Estes

softwares são comprados diretamente dos fabricantes ou de empresas de

consultoria por dezenas, ou até centenas de milhares de reais.

Para cada software existe uma forma específica de uso, embora a maioria

deles acabe seguindo certos padrões que os torna muito semelhantes na forma de

utilização. De qualquer forma, a primeira coisa que deve ser feita após a aquisição

de um software é a sua instalação. Na maioria das vezes, basta colocar o CD ou

DVD na unidade e aguardar alguns segundos, ou executar o programa baixado da

Internet, através de um duplo clique no mesmo.

Os programas de instalação permitem que sejam feitas várias configurações

durante o processo de instalação dos softwares. Estas configurações são

especialmente úteis para usuários avançados. Para os iniciantes, no entanto,

normalmente são fornecidas opções padrão de instalação, livrando-os de ter que

conhecer uma série de detalhes técnicos. Este processo de instalação é muitas

vezes chamado ironicamente de “Next-Next-Finish” ou “Próximo-Próximo-

Concluído”, devido às telas que são mostradas durante o processo de instalação.

Alguns softwares são completamente instalados no disco rígido do

computador durante o processo de instalação, enquanto outros exigem que a mídia

original esteja na unidade sempre que o programa for executado. Depois de

instalados, os softwares criam ícones (imagens que representam os programas), na

área de trabalho ou opções em menus de programas. Para executar o programa,

basta clicar no seu ícone ou opção de menu correspondente. Em alguns casos,

também é possível executar os softwares digitando o nome do aplicativo numa linha

de comando.

Podemos afirmar que, atualmente, existem softwares para quase tudo o que

um usuário doméstico ou profissional tenha necessidade. Desde a edição de textos,

preparação de orçamentos, manipulação de fotos, imagens e vídeos até jogos e

comunicação remota, tudo pode ser feito com um computador e o software certo. É

por isso que podemos afirmar que os softwares tornam os computadores tão úteis.

Para saber a quantidade de softwares que você pode baixar e instalar

em seu computador, acesse o site Superdownloads (Figura 2), disponível em

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http://superdownloads.uol.com.br/windows/index.html. Navegue por suas

categorias e se surpreenda com a diversidade de áreas diferentes em que você

pode encontrar softwares. Você vai ficar maravilhado!

Figura 2 – Site superdownloads.com

O objetivo da maioria dos desenvolvedores de software é que seus produtos

sejam amigáveis e simples de utilizar. O termo amigável ao usuário (user-friendly)

acabou se popularizando e hoje é utilizado de forma geral. O que se espera de um

software deste tipo é que ele seja fácil e simples de operar, mesmo para um usuário

iniciante e que seja intuitivo, necessitando de um mínimo de treinamento,

documentação e suporte.

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1.4 Para que eu usaria um computador?

É comum vermos alguém interessado em comprar um computador verificando

diferentes configurações e opcionais até decidir o que comprar. A surpresa, muitas

vezes, surge quando esta pessoa descobre que não basta ligar o computador para

poder fazer tudo o que deseja. Os computadores são vendidos normalmente com

um conjunto básico de softwares, composto de um sistema operacional e mais

alguns aplicativos. Para utilizá-lo no máximo do seu potencial, é necessário que se

tenham os softwares certos para cada atividade. Cada pessoa ou perfil profissional

terá provavelmente um conjunto de softwares necessário para as suas atividades.

As dúvidas surgem na hora de escolher, adquirir e instalar estes softwares. Vamos

ver alguns casos que exemplificam esta situação.

Lucia Ramos é uma advogada que possui um pequeno escritório em

sua casa e utiliza um computador para dirigir seu negócio. Junto com seu

computador ela recebeu um pacote de automação de escritório cujo principal

software que ela utiliza é um processador de textos. Ela adquiriu também um

conjunto de CD-ROMs contendo a legislação brasileira e um outro CD-ROM com

um aplicativo para auxiliá-la a controlar os exercícios físicos que ela faz

semanalmente. Para acessar à Internet, ela contratou os serviços de Internet Banda

Larga de um Provedor de Serviços de Internet. Feito isto, baixou diretamente do site

da Receita Federal o programa para fazer a declaração do seu Imposto de Renda.

Depois disto, comprou um software diretamente pela Internet para auxiliar os

estudos de matemática do seu filho de 8 anos. Algum tempo depois, ela comprou

um conjunto de softwares didáticos para sua filha de 6 anos e baixou da Internet um

software que permite ver imagens de satélite do mundo todo. Para auxiliá-la no seu

trabalho, comprou um Dicionário Eletrônico e está agora estudando a aquisição de

um sistema de gerenciamento de escritórios de advocacia.

Veja agora outro exemplo:

Outro exemplo é o de Josué Moreira, que trabalha como representante

comercial, visitando seus clientes e anotando os seus pedidos. Mesmo sem ter

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grandes necessidades de computador no início do seu trabalho, ele comprou um,

assim que recebeu as primeiras comissões de vendas. Ele começou comprando

softwares para o seu lazer: um simulador de vôo e um jogo de corridas de carros.

Depois assinou um serviço gratuito de Internet pela linha telefônica discada, que

tem lhe atendido bem até o momento. Baixou e instalou um programa simples para

fazer pequenos retoques e visualizar as fotos tiradas com sua câmera digital. No

momento, está aprendendo com outros colegas a utilizar um software de planilha

eletrônica que faz parte do pacote de automação de escritórios que veio junto com o

computador. Ele também está verificando a possibilidade de passar seus relatórios

por através de correio eletrônico, em vez de passar fax, como é feito hoje. Seu

próximo objetivo é catalogar todos os seus clientes e agendar as visitas num

software de gerenciamento pessoal.

Figura 3 - Site da Brasoftware

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O que você pode perceber através destes exemplos é que existem softwares

diferentes para cada tipo de aplicação. Observando as prateleiras de uma revenda

de softwares ou visitando um site especializado como o da Brasoftware (Figura 3),

você poderá perceber a quantidade de softwares diferentes disponíveis para a

venda. Quer seja para aprender digitação, fazer partituras de música, guardar

receitas de comida, organizar fotos (Figura 4) ou qualquer outra tarefa, por mais

estranho ou incomum que você possa considerar, existe um software que pode lhe

auxiliar.

Figura 4 - Picasa, um aplicativo de gerenciamento de fotos

1.5 Adquirindo um software

Uma vez que você já sabe que os softwares são necessários para a

realização das tarefas, é importante saber as diversas formas pelas quais os

softwares são fornecidos.

Em alguns casos, os softwares são conhecidos como freewares. Nestes

casos, o autor do software optou por distribuí-lo de forma gratuita, porém mantendo

os direitos autorais. Isto significa que o autor pode impor restrições ao uso do

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software. Normalmente estes softwares são liberados sem o código-fonte, que

permitiria serem feitas alterações no software. O “software freeware pode ser

utilizado por período indeterminado (não deixa de funcionar nem perde parcialmente

sua funcionalidade após transcorrido certo período).” (Wikipédia:2007) Um exemplo

bastante conhecido de software freeware é o Acrobat Reader da Adobe, utilizado

para a leitura de documentos no formato PDF (Figura 5).

Figura 5 - Leitor de PDFs Adobe Acrobat Reader

Existem também softwares que não são protegidos por direito autoral, uma

vez que o autor relega a propriedade do software e este se torna bem comum. Eles

são conhecidos como softwares de domínio público. (WIKIPEDIA:2007) Capron e

Johnson (2004) ainda explica que, nestes casos, o software pode ser usado,

alterado e incorporado a outros softwares sem restrição alguma.

Software aberto (open-source software) é uma variação do software

freeware. Normalmente um software freeware é distribuído em um formato legível

apenas pelo computador, chamado de código de máquina ou código executável.

Para que ele pudesse ser modificado e novamente utilizado, seria necessário que o

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código-fonte dele, isto é, as instruções escritas em uma linguagem de programação

e compreensíveis por um programador, estivessem também disponíveis. Não tendo

acesso ao código-fonte, um desenvolvedor não consegue alterar um programa,

mesmo que ele encontre um erro e saiba como consertá-lo. Um software aberto é

aquele que os desenvolvedores optam por disponibilizar o código-fonte juntamente

com o código de máquina, permitindo que qualquer desenvolvedor possa ler,

compreender, copiar, modificar e redistribuir este software. Quando diversos

desenvolvedores de software podem ter acesso ao mesmo código-fonte, erros

(conhecidos como bugs) podem ser mais rapidamente encontrados e corrigidos e o

programa pode ser aperfeiçoado. Softwares abertos de nível profissional são cada

vez mais comuns, como o Open Office, o Firefox e o Linux. O software aberto é

muitas vezes chamado de software livre. Devido ao crescimento deste tipo de

software e às freqüentes dúvidas que surgem na discussão deste termo, vamos

explorar melhor o tema em um capítulo específico mais à frente.

Shareware é uma categoria de software muitas vezes confundida com o

software freeware. Como o software freeware, ele também é distribuído

gratuitamente, porém apenas por um período de tempo, suficiente para ser instalado

e testado. Após este período, entende-se que existe um compromisso moral do

usuário em pagar uma taxa para continuar utilizando-o. Normalmente o custo de um

software shareware é inferior ao de outros softwares proprietários. Segundo a

WIKIPEDIA, “passado o tempo de avaliação, o software pode parar de funcionar,

perder algumas funções ou ficar emitindo mensagens incômodas de aviso de prazo

de avaliação expirado.” Conforme Capron e Johnson (2004), “muitos autores

oferecem incentivos, como documentação gratuita, suporte e atualizações para as

pessoas que optem por registrá-lo.” Existem muitos exemplos famosos de software

shareware, como WinZip, WinRar, e GetRight.

Para conhecer a quantidade e variedade de softwares shareware

disponíveis, bem como os preços e tipos de restrições impostas após o período de

expiração, acesse um site de downloads de software, como o Superdownloads.

Pesquise por softwares do tipo shareware e ordene a pesquisa pela quantidade de

downloads. Você ficará surpreso com a quantidade de softwares e a variedade de

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áreas que eles cobrem. Um exemplo de link para consulta é este:

http://superdownloads.uol.com.br/search.cfm?licenca=2&ordem=3.

Por fim, software comercial é aquele que o desenvolvedor ou organização

espera lucrar com a sua utilização. O Portal Software Livre (2006) alerta que

software comercial e software proprietário não são o mesmo. Normalmente o

software comercial é software proprietário, ou seja, o autor não libera os fontes e

nem permite qualquer tipo de cópia ou alteração do seu software. No entanto,

existem softwares proprietários não-comerciais, bem como software abertos

comerciais. Exemplos de softwares comerciais, são o pacote de automação de

escritório Microsoft Office, o editor de imagens vetoriais Corel Draw e a ferramenta

de engenharia AutoCAD. Os jogos que dominam os computadores das LAN Houses,

como o Age of Empires, Counter Strike e o Need For Speed também são softwares

comerciais proprietários. O software comercial é protegido por direito autoral e custa

geralmente mais que o software shareware. Muitas vezes ele vem em belas e

coloridas caixas, contendo as mídias de instalação (CDs ou DVDS normalmente),

manuais e uma cópia da licença de uso. Você não deve copiar um software

comercial sem a autorização do fabricante. As empresas de software chamam a

cópia ilegal de software comercial de pirataria. Este é um ato ilegal, sujeito a penas

duras ao responsável pela infração e multas à organização que comete o crime.

A ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software) possui na

sua página uma seção chamada “Denuncie a pirataria, acessível em

http://www.abes.org.br/templ2.aspx?id=224&sub=224. Nela é possível fazer

denúncias anônimas por meio eletrônico ou telefone de pessoas ou empresas que

estejam utilizando de forma ilegal software comercial.

1.6 Qual a melhor forma de comprar software comercial?

Pequenas lojas especializadas em software praticamente não existem mais,

devido às pequenas margens de lucro oferecidas. Desta forma, o mais comum é

encontrá-los em lojas que misturam a venda de softwares, computadores e

acessórios ou em grandes lojas de departamento e em livrarias. A venda pela

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Internet, feita por grandes portais de comércio eletrônico, com milhares de títulos,

também é uma forma bastante comum.

Um exemplo de portal especializado em software é o da Brasoftware, em

http://www.brasoftware.com.br/. Sites de comércio eletrônico também possuem

seções de software, como o caso do Amercianas.com em

http://www.americanas.com.br/cat/19026/Catalogo?i=1 (Figura 6).

Figura 6 - Seção de softwares de Americanas.com

Para que os estudantes se familiarizem com seus softwares, muitos

fabricantes oferecem seus produtos a preços mais populares a instituições de ensino

e seus alunos e professores. Desta forma alunos e professores podem utilizar estes

softwares no campus e até mesmo em seus computadores pessoais em alguns

casos. Agindo assim, estas empresas criam uma massa de pessoas que conhecem

e eventualmente indicam os seus softwares a outras organizações, aumentando sua

colocação no mercado.

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Exemplos deste tipo de promoção feita pelos fabricantes são o MSDN

Academic Alliance (MSDN AA) da Microsoft, disponível

http://msdn.microsoft.com/academic/ e a IBM Academic Initiative, da IBM, disponível

em http://www.ibm.com/br/university/.

Uma organização também precisa adquirir softwares para todos os seus

computadores. Seja um pequeno escritório, um órgão público, uma multinacional ou

uma organização sem fins lucrativos, todos precisam de softwares e podem ter a

necessidade de utilizar softwares comerciais. A aquisição de softwares destas

organizações varia um pouco em relação à utilizada pelo usuário doméstico, e é

muitas vezes feita diretamente com o fabricante ou através de distribuidores

autorizados. É comum os fabricantes oferecem preços diferenciados para a

aquisição de grandes quantidades de licenças, ou mesmo a possibilidade de

pagamento de uma única taxa para uso irrestrito de um software em todos os

computadores da organização. Alguns permitem até mesmo que os funcionários da

organização utilizem este mesmo software em seu computador doméstico ou móvel.

Com a disseminação das redes de computadores locais (LANs) é cada vez

mais comum a aquisição de versões para rede dos softwares, que permitem o seu

uso simultâneo por diversos usuários na rede, até o limite estabelecido na aquisição

do software. Para permitir que mais usuários utilizem o software ao mesmo tempo,

basta instalar, adquirir mais licenças e instalá-las no servidor de licenças.

Vendo a quantidade de downloads feitos em portais especializados em

distribuição de softwares, muitos fabricantes têm optado pela distribuição eletrônica

de software. O interessado pode baixar o software gratuitamente do site do

fabricante e utilizá-lo por um período experimental. Passado este período, o usuário

é convidado a registrá-lo, normalmente através do pagamento por cartão de crédito,

transferência direta ou boleto bancário. Os softwares não registrados no período

estipulado podem deixar de funcionar, ter seus recursos reduzidos ou mostrar

mensagens pedindo o seu registro.

Os provedores de aplicativos (Application Service Provider – ASP) são

outra forma de distribuição de software através da Internet. O provedor de aplicativos

é uma empresa que configura e mantém os softwares aplicativos em seus próprios

sistemas de computação, ou ainda terceiriza em grandes centros de dados

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(datacenters) e os torna disponíveis através da Internet ou de uma rede privada. Ao

utilizar um ASP para aplicações complexas, uma empresa pode evitar os custos de

instalação e manutenção desses aplicativos em seu próprio sistema de computação.

Ela também não precisa adquirir os servidores, nem se preocupar com questões

como cópia de segurança ou disponibilidade do sistema. Simplificando, podemos

dizer que a empresa para um aluguel pelo uso do sistema, e que o serviço é

garantido pelo provedor de aplicação.

Grandes produtores de software de gestão empresarial, como a Datasul

têm oferecido o serviço de provedor de aplicação. Acesse

http://www3.datasul.com.br/html/servicos.asp e saiba mais a respeito.

Uma tendência que tem se firmado cada vez mais é o uso de aplicações

web, softwares que são executados diretamente da Internet, sem a necessidade da

sua instalação no computador do usuário. Tudo o que o usuário precisa é de um

navegador e de uma conexão com a Internet.

Você provavelmente já ouviu falar de algumas destas aplicações: Gmail,

Google Calendar, Google Chat, del.icio.us, Google Docs and Spreadsheets e tantos

outros.

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) Cite pelo menos três tipos de softwares que você tem interesse em utilizar.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2) Com relação à forma de licenciamento, quais as categorias de softwares que

estudamos?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

SÍNTESE

Nesta aula vimos que existem softwares específicos para cada necessidade

e que o hardware adianta muito pouco pra nós se não tivermos o software certo.

Compreendemos a função do hardware e do software no computador e entendemos

melhor o termo software aplicativo. Depois verificamos que existem diversas razões

que levam as pessoas a adquirirem um computador e relacionamos diversas formas

através das quais as pessoas e organizações adquirem software, seja pagando ou

simplesmente baixando de sites especializados. Pra finalizar a aula aprendemos

que podemos escolher entre diversas formas de se adquirir softwares em cada

situação. Na próxima aula vamos conhecer melhor os softwares orientados a

tarefas.

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SOFTWARES ORIENTADOS PARA

TAREFAS

OBJETIVOS DA AULA

� Relacionar várias categorias de softwares orientados

para tarefa;

� Descrever brevemente várias categorias de softwares

orientados para tarefa;

� Identificar os diversos tipos de softwares que estão

disponíveis tanto para pequenos quanto para grandes

negócios.

CONTEÚDO DA AULA

Acompanhe o conteúdo desta aula. Se você preferir,

assinale os conteúdos na medida em que for estudando.

Nesta aula, veremos:

� De que softwares eu preciso?

� Processador de texto

� Planilha eletrônica

� Gerenciador de banco de dados

� Software de apresentação

� Suítes de programas de escritório

� Gerenciadores de informações pessoais

� Softwares de comunicação

� Softwares de negócios

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25

Olá! Seja bem-vindo à nossa segunda aula de Softwares Aplicativos e

Sistemas Operacionais. Nesta aula você vai aprender a relacionar várias categorias

de softwares orientados para tarefa, bem como descrever brevemente várias

categorias de softwares orientados para tarefa. Vai ainda conhecer os diversos tipos

de softwares que estão disponíveis tanto para pequenos quanto para grandes

negócios.

Boa aula!

2.1 De que softwares eu preciso?

Como você aprendeu na aula anterior, cada perfil profissional ou pessoal

necessita de um conjunto diferente de softwares para realizar suas atividades.

Existem, no entanto um conjunto de softwares que são utilizados pela grande

maioria dos usuários de computador para realizar tarefas específicas. Eles são

conhecidos como softwares orientados a tarefas, ou ainda de softwares de

produtividade. Podemos incluir nesta categoria os processadores de texto e

editoração eletrônica, as planilhas eletrônicas, os gerenciadores de bancos de

dados, softwares de apresentação e gráficos e softwares de comunicação. Alguns

pacotes de automação de escritório oferecem um bom número destes softwares

na forma de um pacote integrado. Alguns sistemas operacionais também têm

oferecido alguns destes softwares de forma integrada. A seguir você vai entender o

que são estas categorias e que softwares podemos incluir em cada uma.

2.2 Processador de texto

O processador de textos é um dos softwares mais populares e úteis para

um usuário de computador pessoal. Nas organizações, ele é utilizado para redigir

comunicações internas, relatórios, procedimentos, atas de reunião e qualquer outro

documento que necessite ser digitado. Pode-se também criar formulários, que

podem ser preenchidos no computador ou impressos para serem preenchidos à

mão. Você pode utilizá-lo em casa para escrever uma resenha, uma carta, um

trabalho escolar, um livro de receitas e muito mais. Você pode ainda criar cartazes,

boletins, e manuais, misturando texto, gráficos, ilustrações e fotos. Um processador

de texto permite criar, editar, formatar, armazenar e imprimir documentos. O

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26

documento feito fica armazenado em disco no computador, podendo ser

novamente editado, alterado e reimpresso quantas vezes forem necessárias. As

partes já digitadas não precisam ser escritas novamente, você pode fazer alterações

e imprimir como se fosse um documento novo.

Figura 7 - Processador de textos Microsoft Word

O Openoffice Writer e o Microsoft Word (Figura 7) são dois exemplos de

processadores de textos bastante utilizados atualmente.

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27

Você pode também utilizar o Google Docs & Spreadsheets,se precisa

de um editor com poucos recursos. Ele fica disponível na web, podendo ser

acessado de qualquer computador que possua um navegador e acesso à Internet.

O endereço é http://docs.google.com/.

2.3 Planilha eletrônica

As planilhas são tabelas compostas de linhas e colunas e utilizadas

principalmente como uma ferramenta de negócios há muito tempo. Numa planilha

manual, a cada alteração dos dados, diversos cálculos precisam ser refeitos. As

planilhas eletrônicas surgiram como uma solução, recalculando os resultados

automaticamente a cada alteração dos valores. Basta para isto que as fórmulas

sejam informadas. Além de recalcular os valores, as planilhas eletrônicas podem

ainda gerar gráficos, facilitando a interpretação dos resultados.

É possível criar uma planilha para calcular quanto será gasto de

combustível para se realizar uma viagem, informando a quantidade de quilômetros a

serem percorridos, o valor do litro do combustível e quantos quilômetros com um

litro o carro faz. De posse destes valores, pode-se fazer simulações, verificando

quanto seria gasto caso o combustível fosse mais barato, o carro fosse mais

econômico, a viagem fosse mais longa e assim por diante. Todas as alterações nos

valores geram alterações imediatas nos resultados, sem necessidade de gastar

dinheiro ou sair de casa antes de tomar a melhor decisão.

Você deve estar se perguntando: e um usuário doméstico, como pode obter

benefícios com uma planilha eletrônica? O controle do orçamento doméstico, pra

verificar onde está se gastando em excesso, uma simulação de gastos pra saber se

será possível pagar aquele financiamento de uma moto, ou quanto vai sobrar no

final do ano para as férias, são alguns dos exemplos tarefas que podem ser

realizadas com uma planilha eletrônica por qualquer pessoa.

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28

Figura 8 - Planilha Eletrônica Microsoft Excel

O Openoffice Calc e o Microsoft Excel (Figura 8) são dois exemplos de

planilhas eletrônicas bastante utilizados atualmente. Os principais recursos

utilizados por um usuário comum estão presentes nas duas ferramentas.

Você pode também utilizar o Google Docs & Spreadsheets, se precisar

de uma planilha eletrônica e não tiver uma instalada no seu computador. Ele fica

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29

disponível na web, podendo ser acessado de qualquer computador que possua um

navegador e acesso à Internet. O endereço é http://docs.google.com/.

2.4 Gerenciador de banco de dados

Um banco de dados é um conjunto de dados relacionados e armazenado de

forma estruturada. Um gerenciador de banco de dados é um software que permite

armazenar dados, atualizá-los, manipulá-los, recuperá-los, gerar relatórios e imprimi-

los numa grande variedade de formatos. Uma coleção de CDs, um conjunto de

receitas de comidas, um cadastro de clientes ou um conjunto de informações de

criminosos são exemplos de bancos de dados que podem ser criados e mantidos

por este tipo de software. Perguntas como quais são os clientes com maior número

de pedidos em aberto e que estejam localizados fora da cidade, podem ser

rapidamente respondidas e relatórios podem ser gerados.

O sistema de Imposto de Renda para pessoas físicas da Receita

Federal é um exemplo de software que possui um gerenciador de banco de dados.

Ele é responsável por armazenar todos os dados financeiros de uma pessoa e

depois alimenta um sistema maior, contendo as declarações de toda a população

brasileira. De posse destes dados, os técnicos da receita podem analisar as

declarações individuais e cruzar informações dentre pessoas e organizações à

procura de inconsistências. É a conhecida “malha fina”.

2.5 Software de apresentação

Os softwares de apresentação permitem que o projeto de apresentações

seja em texto ou gráficos. Com eles é possível criar slides, transparências ou ricas

apresentações multimídia. Este tipo de software possui um vasto conjunto de

ferramentas, como a inserção de som, imagens, efeitos automáticos e formatação de

vários elementos. Um vendedor pode utilizá-lo para criar a apresentação de um novo

produto, contendo gráficos comparativos, planilhas de custos e listas dos benefícios

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30

que este novo produto traz em relação à concorrência. Um usuário doméstico pode

juntar fotos, som e textos para apresentar um poema ou texto comemorativo em um

evento da família.

Figura 9 - Software de Apresentação Microsoft Powerpoint

O Openoffice Impress e o Microsoft Powerpoint (Figura 9) são dois

exemplos de softwares de apresentação bastante utilizados no mercado. O

Powerpoint se destaca pela grande quantidade de modelos de apresentações já

prontas, que facilitam a criação aos usuários menos experientes. Já o Impress

possui um recurso de exportação das apresentações no formato Macromedia Flash

(SWF), permitindo que seja visualizada em qualquer computador com o Flash

Player instalado.

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31

2.6 Suítes de programas de escritório

Como este conjunto de software que foi apresentado neste capítulo é

necessário à grande maioria dos usuários de computadores, muitos optam por uma

suíte – um conjunto de softwares que funciona de forma integrada. Estes softwares

trabalham em conjunto, permitindo que dados possam ser facilmente transferidos de

um para outro software do pacote.

Muitas vezes você nem percebe quando passa de um software para outro,

editando uma planilha eletrônica de dentro de um software de apresentações, por

exemplo. Normalmente os softwares de uma suíte possuem aparência e forma de

funcionamento semelhantes, facilitando o aprendizado de outros softwares do

pacote uma vez que você já conheça um deles.

O Openoffice.org e o Microsoft Office e o são dois exemplos de suítes

de escritório. O Microsoft Office é utilizado na grande maioria dos computadores

pessoais. O Openoffice.org tem se apresentado como um competidor que pode

incomodar esta supremacia, uma vez que possui os principais recursos e uma

interface semelhante ao software da Microsoft, além de ser gratuito. Já o MS Office

possui um custo alto de licenciamento.

2.7 Gerenciadores de informações pessoais

Os gerenciadores de informações pessoais (Personal Information

Managers – PIMs) são softwares feitos para auxiliar no controle das atividades de

pessoas atarefadas. Eles normalmente incluem uma agenda de compromissos, um

gerenciador de pessoas de contato, um gerenciador de listas de tarefas e um bloco

de notas para anotações diversas. Podem ainda incluir uma calculadora, um

gerenciador de fotos e outros softwares relacionados. Normalmente eles permitem

várias formas de visualização dos compromissos agendados e tarefas a serem

concluídas, com visões diárias, semanais, mensais e anuais, e a possibilidade de

filtrar as informações por categorias, ou ordená-las por data de conclusão. Muitos

destes softwares também permitem configurar um alarme, para avisar o usuário do

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32

compromisso. A maioria dos computadores de mão, como pdas, handhelds e

smart-phones possuem as funções dos PIMs e ainda permitem a sincronização

com o software do computador pessoal para que ambos contenham as mesmas

informações.

Figura 10 - Gerenciador de informações pessoais Palm Desktop

O Palm Desktop (Figura 10) é um gerenciador de informações pessoais

que permite a sincronização das informações nele armazenadas com palmtops.

Mesmo que você não tenha um palmtop, vale a pena utilizar um software deste para

organizar as sua atividades.

O Palm Desktop para Windows pode ser baixado gratuitamente de

http://www.palm.com/us/support/downloads/windesk414_legal.html.

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33

2.8 Softwares de comunicação

Uma das maiores motivações para a aquisição de um computador nos dias de

hoje é a possibilidade de acessar a Internet, buscar os mais diversos sites, serviços

disponíveis na web, trocar mensagens através de correio eletrônico, bater papo

através de softwares de mensagem instantânea e baixar softwares e jogos. Para que

um usuário doméstico tenha acesso à Internet, ele necessita de uma conexão

através da linha discada ou de um serviço de Internet conhecido com banda larga,

normalmente através da linha telefônica ou por rádio. Além da ligação física, é

necessário que o usuário assine um serviço de autenticação e que possua um

conjunto de softwares que possibilite desfrutar de todos os recursos da Internet.

O software mais importante para o acesso à Internet é o navegador web

(browser) (Figura 11), utilizado para acessar os sites web e outros serviços. O

navegador pode ser um software independente ou vir junto com outros softwares.

O navegador mais utilizado atualmente é o Microsoft Internet Explorer,

que vem junto com todas as versões do Windows, desde o Windows 95. Um outro

navegador que vem crescendo em uso nos últimos anos é o Firefox, software livre

mantido pela Fundação Mozilla. O Firefox é pequeno para ser baixado, utiliza

poucos recursos do computador e permite a instalação de extensões, aumentando

os recursos disponíveis.

As últimas versões do Microsoft Internet Explorer podem ser baixadas

diretamente do site da Microsoft em

http://www.microsoft.com/brasil/windows/ie/default.mspx. A última versão do Firefox

está disponível em http://br.mozdev.org/firefox/download.html.

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Figura 11 - Navegador web Firefox

Além de navegar pela Internet, é bem provável que você queira criar uma

conta de correio eletrônico (se já não possuir uma) para trocar mensagens com as

pessoas com quem você tem contato. Você ainda pode querer conversar em tempo

real com colegas que estejam conectados à Internet, utilizando sistemas de

mensagens instantâneas. Embora você possa instalar programas específicos para

realizar estas atividades, é também possível realizá-las através do navegador,

utilizando aplicações na web.

O estudo de todas as aplicações disponíveis na web e dos softwares

necessários ao seu uso foge dos objetivos deste curso. Como exemplos de

aplicações deste tipo, podemos citar o Gmail (http://mail.google.com/) que é um

serviço de correio eletrônico gratuito e possui embutido um cliente de mensagens

instantâneas, chamado Google Talk, e ainda um site de relacionamentos, chamado

Orkut (http://orkut.com/).

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35

2.9 Softwares de negócios

Algumas organizações necessitam contratar programadores particulares para

o desenvolvimento de softwares personalizados. Veja o caso de uma montadora

de veículos como a GM, que precisa de um software para controlar os diversos

processadores instalados em um automóvel. Ela não encontrará um software deste

tipo pronto para usar. Por outro lado, nem todos os seus softwares precisam ser

desenvolvidos internamente. Muitas empresas utilizam softwares de gestão de

terceiros, enquanto desenvolvem internamente aplicações específicas ao negócio.

Outras organizações se especializam no desenvolvimento de softwares específicos,

para atender a clientes semelhantes, como ferramentarias ou clínicas médicas.

Entre as categorias de softwares de negócios mais conhecidos podemos citar

os softwares de ERP, CRM, e CMS.

2.10 ERP - Planejamento de Recursos Empresariais

Um tipo de software de negócios bastante utilizado, sobretudo em médias e

grandes organizações é o ERP (Enterprise Resource Planning, Planejamento de

Recursos Empresariais). Segundo a wikipédia, o ERP é um sistema de informações

cuja função é armazenar, processar e organizar as informações geradas nos

processos organizacionais agregando e estabelecendo relações de informação entre

todas as áreas de uma companhia. Os ERPs (Figura 12), em termos gerais, são

uma plataforma de software desenvolvida para integrar os diversos departamentos

de uma empresa, possibilitando a automação e o armazenamento de todas as

informações de negócios.

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Figura 12 - Exemplos de telas de um ERP

Alguns ERPs conhecidos são: Corpore RM da RM Sistemas, o R/3 da

SAP, o Protheus da Microsiga, o EMS da Datasul e o Logix da Logocenter, entre

outros.

2.11 CRM - Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente

Segundo a Wikipédia (2007), CRM (Customer Relationship Management),

pode ser traduzido para o português como Gerenciamento de Relacionamento com

o Cliente. O termo CRM foi criado para definir toda uma classe de ferramentas que

automatizam as funções de contato com o cliente. Essas ferramentas (Figura 13)

compreendem sistemas informatizados e fundamentalmente uma mudança de

atitude corporativa, que objetiva ajudar as companhias a criarem e manterem um

bom relacionamento com seus clientes, armazenando e inter-relacionando

informações de forma inteligente sobre suas atividades e interações com a empresa.

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37

Figura 13 – Software de CRM

O CRM abrange, de forma geral, três grandes áreas:

� Automatização da gestão de marketing;

� Automatização da gestão comercial, dos canais e da força de vendas;

� Gestão dos serviços ao cliente.

Os processos e sistemas de gestão de relacionamento com o cliente

permitem que se tenha controle e conhecimento das informações sobre os clientes

de maneira integrada, principalmente através do acompanhamento e registro de

todas as interações com o cliente. Estas interações podem ser consultadas e

comunicadas a diversas partes da empresa que necessitem dessa informação para

guiar as tomadas de decisões.

Uma das atividades do Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente

implica em registrar os contatos realizados pelos clientes, de forma centralizada. Os

registros não dependem do canal de comunicação que o cliente utilizou (voz, fax,

email, chat, SMS, etc.), e servem para que se tenham informações úteis e

catalogáveis sobre os clientes. Qualquer informação relevante para as tomadas de

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38

decisões podem ser registradas, analisadas periodicamente, de forma a produzir

relatórios gerenciais dos mais diversos interesses.

2.12 CMS - Sistema de Gerenciamento de Conteúdo

O CMS (Content Management Systems - Sistema de Gerenciamento de

Conteúdo) é um gerenciador para websites, portais e intranets. Seu grande

diferencial é permitir que o conteúdo de seu website possa ser modificado de forma

rápida e segura de qualquer computador conectado à Internet. A Wikipédia (2007)

afirma que um sistema de gerenciamento de conteúdo web (Figura 14) reduz custos

e ajuda a suplantar barreiras potenciais à comunicação web reduzindo o custo da

criação, contribuição e manutenção de conteúdo.

Tem-se observado que ferramentas como Gerenciadores de Conteúdo podem

se tornar excelentes ambientes para o processo de ensino e aprendizado e para a

organização da informação produzida em ambientes com fins educacionais. Sejam

eles em ambientes acadêmicos, sejam em ambientes empresariais.

A própria Wikipédia pode ser considerada um "gerenciador de conteúdo",

assim fomentando a busca, localização e criação de conhecimento em um ambiente

distribuído e colaborativo.

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39

Figura 14 – Plone, um exemplo de CMS

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40

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) Analise as categorias de softwares orientados a tarefas estudados nessa aula e

cite as três categorias que você considera mais importantes para o seu dia-a-dia.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2) Que outros exemplos de softwares de comunicação você poderia citar além dos

listados nessa aula?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

SÍNTESE

Nesta aula vimos que existem várias categorias de softwares orientados

para as mais diversas tarefas e pudemos estudar as principais categorias,

conhecendo alguns exemplos desses softwares. Pudemos também identificar os

diversos tipos de softwares que estão disponíveis tanto para pequenos quanto para

grandes negócios e a forma que cada um deles é desenvolvido e comercializado. Na

próxima aula, a última sobre softwares aplicativos, vamos estudar a ética que deve

envolver o uso de softwares e compreender o que é software livre ou software de

código aberto.

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41

ÉTICA E SOFTWARE LIVRE

OBJETIVOS DA AULA

� Discutir questões éticas relacionadas aos softwares;

� Compreender o que é software livre;

� Distinguir entre software livre e código aberto;

� Relacionar exemplos de softwares livres.

CONTEÚDO DA AULA

Acompanhe o conteúdo desta aula. Se você preferir,

assinale os conteúdos na medida em que for estudando.

Nesta aula, veremos:

� Ética e softwares

� O que é software livre

� Software livre X código aberto

� Exemplos de softwares livres

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42

Olá! Seja bem-vindo a nossa terceira aula de Softwares Aplicativos e

Sistemas Operacionais. Esta é a última aula de softwares aplicativos, antes de

estudarmos os sistemas operacionais. Nesta aula vamos discutir as questões éticas

relacionadas aos softwares, e compreender o que é software livre. Vamos também

distinguir entre software livre e código aberto e relacionar softwares livres que

merecem destaque.

Permaneça firme e tenha uma boa aula!

3.1 Ética e softwares

Um dos problemas éticos mais visíveis quando se pensa em software,

atualmente, é a questão da aquisição e uso de cópias ilegais, conhecida como

pirataria de software (Figura 15). Você provavelmente já deve ter feito uma cópia

de um CD de músicas ou de um livro. Estas duas ações são ilegais, porém não

causam tanto impacto quanto a cópia ilegal de software. Um dos motivos é que é

muito trabalhoso fazer uma grande quantidade de cópias de livros de forma

amadora. Além disto, estas cópias ficarão claramente com uma qualidade inferior

aos originais. Quando tratamos com material digital, como um software, o custo da

cópia torna-se muito pequeno, e cada cópia é tão perfeita quanto o original. Junte a

isto o fato de que muitos softwares custam muitas vezes o valor de uma mídia de CD

ou DVD, e você começa a entender por que se criou um mercado tão grande em

torno da pirataria de software.

Os fabricantes de software não perdem muito tempo tentando processar

usuários domésticos, pois um processo judicial custaria muito dinheiro e gastaria

muito tempo, além do mais este tipo de usuário dificilmente compraria estes

softwares de qualquer maneira. O que tem preocupado os fabricantes é o uso cada

vez mais comum de softwares piratas por empresas de pequeno é médio porte.

Muitas destas organizações acabam fazendo isto por desconhecimento das leis, ou

devido ao custo alto dos softwares, que impossibilita a aquisição de forma legal.

Temos visto no Brasil uma série de campanhas patrocinadas pela ABES e por

grandes fabricantes de software, como a Microsoft, tentando explicar as questões

relacionadas à pirataria de software, com o objetivo de diminuir esta prática em

nosso país.

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43

Figura 15 - Pirataria de software

Vejamos um exemplo comum do que acontece. Gilberto fez um curso

técnico em mecânica na Escola Técnica Tupy, em Joinville, Santa Catarina. Nessa

instituição ele aprendeu a utilizar um importante software na área de projetos

mecânicos. Na conclusão do curso, tornou-se estagiário em uma pequena

ferramentaria, justamente na área de projetos. Quando percebeu que grande parte

dos projetos era desenvolvida à mão ou em softwares inferiores, não teve dúvida,

fez uma cópia dos CDs do software que havia aprendido durante o curso e passou a

usá-lo na nova empresa. Quando o professor França, orientador de estágios, foi

visitá-lo na empresa, ele mostrou, orgulhoso, as inovações no setor de projeto que

haviam sido feitas por conta do uso do novo software. Sabendo do alto custo do

software, o professor lhe perguntou se eles haviam adquirido uma cópia de forma

legal. “Claro que não, o custo é muito alto e não teríamos como pagar!”, ele

respondeu. O professor então explicou para ele as questões relacionadas à pirataria

de software e as penas que a empresa poderia sofrer se fossem pega em uma

fiscalização. Gilberto ficou surpreso, pois nunca tinha sido alertado sobre estas

questões, e se comprometeu a encontrar uma solução rapidamente. O professor

França relatou o fato à coordenação, que decidiu incluir o tema nas aulas de todas

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44

as turmas de curso técnico da instituição, para evitar problemas semelhantes no

futuro.

A questão da pirataria de software vai muito além da questão ética: é uma

questão legal. A lei Nº 9.609, de 19 de Fevereiro de 1998 dispõe sobre a proteção

da propriedade intelectual de programa de computador e sua comercialização no

País. Isto significa que não é apenas uma escolha pessoal escolher entre um

software ou outro, mas sim uma opção com conseqüências legais, podendo levar

uma organização a ser processada e multada e pessoas a serem presas.

A lei Nº 9.609 pode ser lida integralmente a partir do site do Governo

Federal, em http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/L9609.htm.

3.2 O que é software livre

Devido ao alto custo dos softwares proprietários e a impossibilidade de

modificar, corrigir ou adaptar estes softwares, muitas organizações têm optado pelo

uso do software livre, também conhecido como software aberto. Você já deve ter

ouvido estes termos é talvez até mesmo utilize softwares deste tipo sem nem

mesmo saber. Vamos nos aprofundar um pouco neste assunto agora.

Software Livre, ou Free Software, conforme a definição criada pela Free

Software Foundation, é o software que pode ser usado, copiado, estudado,

modificado e redistribuído sem restrição. A forma usual de um software ser

distribuído livremente é sendo acompanhado por uma licença de software livre

(como a GPL ou a BSD), e com a disponibilização do seu código-fonte.

Como já vimos anteriormente, software livre é diferente de software em

domínio público. O primeiro, quando utilizado em combinação com licenças típicas

(como as licenças GPL e BSD), garante os direitos autorais do programador ou da

organização. O segundo caso acontece quando o autor do software renuncia à

propriedade do programa (e todos os direitos associados) e este se torna bem

comum.

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45

Figura 16 - Stallman fundador da Free Software Foundation

O Software Livre, como movimento organizado teve início em 1983, quando

Richard Stallman (Figura 16) deu início ao Projeto GNU e, posteriormente, à Free

Software Foundation.

Software Livre se refere à existência simultânea de quatro tipos de

liberdades para os usuários do software, definidas pela Free Software Foundation.

Veja abaixo uma explicação sobre as 4 liberdades, baseada no texto em português

da Definição de Software Livre publicada pela FSF:

As 4 liberdades básicas associadas ao software livre são:

0. A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito (liberdade nº 0)

1. A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas

necessidades (liberdade nº 1). Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para

esta liberdade.

2. A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao seu

próximo (liberdade nº 2).

3. A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos, de

modo que toda a comunidade se beneficie (liberdade nº 3). Acesso ao código-

fonte é um pré-requisito para esta liberdade.

Um programa é software livre se os usuários têm todas essas liberdades.

Portanto, você deve ser livre para redistribuir cópias, seja com ou sem modificações,

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46

seja de graça ou cobrando uma taxa pela distribuição, para qualquer um em

qualquer lugar. Ser livre para fazer essas coisas significa (entre outras coisas) que

você não tem que pedir ou pagar pela permissão, uma vez que esteja de posse do

programa. Você deve também ter a liberdade de fazer modificações e usá-las

privativamente no seu trabalho ou lazer, sem nem mesmo mencionar que elas

existem. Se você publicar as modificações, você não deve ser obrigado a avisar a

ninguém em particular, ou de nenhum modo em especial.

A liberdade de utilizar um programa significa a liberdade para qualquer tipo de

pessoa física ou jurídica utilizar o software em qualquer tipo de sistema

computacional, para qualquer tipo de trabalho ou atividade, sem que seja necessário

comunicar ao desenvolvedor ou a qualquer outra entidade em especial.

A liberdade de redistribuir cópias deve incluir formas binárias ou executáveis

do programa, assim como o código-fonte, tanto para as versões originais quanto

para as modificadas. De modo que a liberdade de fazer modificações, e de publicar

versões aperfeiçoadas, tenha algum significado, deve-se ter acesso ao código-fonte

do programa. Portanto, acesso ao código-fonte é uma condição necessária ao

software livre.

Para que essas liberdades sejam reais, elas têm que ser irrevogáveis desde

que você não faça nada errado; caso o desenvolvedor do software tenha o poder de

revogar a licença, mesmo que você não tenha dado motivo, o software não é livre.

3.3 Software livre X Código aberto

Em 1998, um grupo de personalidades da comunidade e do mercado que

gravita em torno do software livre, insatisfeitos com a postura filosófica do

movimento existente e acreditando que a condenação do uso de software

proprietário é um instrumento que retarda, ao invés de acelerar, a adoção e o apoio

ao software livre no ambiente corporativo, criou a Open Source Initiative, que adota o

termo Open Source (Código Aberto) para se referir aos softwares livres, e tem uma

postura voltada ao pragmatismo visando à adoção do software de código aberto

como uma solução viável, com menos viés ideológico que a Free Software

Foundation.

De modo geral, as licenças que atendem à já mencionada Definição de

Software Livre (da Free Software Foundation) também atendem à Definição de

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47

Código Aberto (da Open Source Initiative), e assim pode-se dizer (na ampla maioria

dos casos, ao menos) que, se um determinado software é livre, ele também é de

código aberto, e vice-versa. A diferença prática entre as duas entidades está em

seus objetivos, filosofia e modo de agir, e não nos softwares ou licenças.

3.4 Exemplos de softwares livres

Alguns softwares livres notáveis são o Linux (Figura 17), o ambiente gráfico

KDE, o compilador GCC, o servidor web Apache, o OpenOffice.org e o navegador

web Firefox, entre muitos outros.

Figura 17 - Linux e outros softwares livres

3.5 Softwares livres notáveis

A Wikipédia (2007) traz uma lista bastante completa de softwares livres

notáveis. Abaixo segue um resumo:

� Automação de escritório: OpenOffice.org.

� Navegadores Web: Firefox e Konqueror.

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48

� Mensagens instantâneas: gaim, amsn, kopete.

� Cliente de correio eletrônico: thunderbird, evolution, kmail.

� Editor de imagens: Gimp.

� Linguagens de programação e compiladores: C, C++, Java, Perl, PHP, Python,

Ruby e Tcl.

� Ambientes de desenvolvimento: eclipse, cygwin, devcpp, codeblocks.

� Bancos de dados relacionais: MySQL e PostgreSQL.

� Programas de interface gráfica: GNOME, KDE e X Window System.

� Sistemas operacionais: BSD, Darwin (Mac OS) e GNU/Linux.

� CAD: QCad, Varicad

� Editores de texto avançados: vi, emacs.

� Desenho vetorial: Inkscape, Sodipodi

� Editoração eletrônica: Scribus

� EaD, Educação à distância: Moodle

� Servidores de rede: bind(DNS), sendmail, qmail, postfix, apache, samba

� Modelagem Tridimensional Blender3d

� Renderização (imagem estática): Yafray, POV-Ray

� Sistema matemático : Scilab.

� Sistemas de editoração: TeX e LaTeX.

� Sistema wiki: sistema wiki da Wikipédia: MediaWiki.

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EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) Como a cópia ilegal de softwares pode afetar os usuários e as organizações?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2) Liste os softwares abertos que você já teve a oportunidade de utilizar.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

SÍNTESE

Nesta aula discutimos as questões éticas relacionadas aos softwares e como

a cópia ilegal traz problemas a usuários, organizações e fabricantes de software.

Compreender o que é software livre e a distinção entre esse e o software de código

aberto. Por fim, relacionamos vários exemplos de softwares livres notáveis que

utilizamos no nosso cotidiano. Esta aula encerra a primeira parte deste módulo, onde

estudamos os softwares aplicativos. Na próxima aula vamos conhecer os sistemas

operacionais.

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SISTEMAS OPERACIONAIS

OBJETIVOS DA AULA

� Descrever as funções de um sistema operacional;

� Estabelecer a diferença entre os principais sistemas

operacionais de uso em computadores pessoais;

� Explicar as diferenças entre Linux, GNU/Linux e núcleo

do Linux;

� Explicar a necessidade dos sistemas operacionais de

redes.

CONTEÚDO DA AULA

Acompanhe o conteúdo desta aula. Se você preferir,

assinale os conteúdos na medida em que for estudando.

Nesta aula, veremos:

� Sistemas operacionais: software oculto

� O que é a plataforma de um sistema?

� Sistemas Operacionais:

o MS-DOS, Microsoft Windows XP e CE, Apple

Mac OS, Unix e Linux

� O que é Linux

� Linux ou GNU/Linux?

� O núcleo Linux

� Download ou aquisição do Linux

� Linux ou Windows?

� Sistema operacional para redes

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51

Olá! Seja bem-vindo a nossa quarta aula de Softwares Aplicativos e

Sistemas Operacionais. Nesta aula conheceremos os sistemas operacionais.

Vamos aprender a descrever as funções de um sistema operacional e a estabelecer

a diferença entre os principais sistemas operacionais de uso em computadores

pessoais. Você vai saber a diferença entre Linux, GNU/Linux e núcleo do Linux e

também descobrirá a razão da necessidade dos sistemas operacionais de redes.

E então, o que estamos esperando? Boa aula!

Juliana teve seu primeiro contato com um sistema operacional na

faculdade, nas aulas de metodologia. Foi ali que ela descobriu que o sistema

operacional é um software que fica em segundo plano e é essencial para o

funcionamento do computador, ainda que você não pense muito a respeito dele. Ao

sistema, o Microsoft Windows XP, ela tinha que informar um nome de usuário e uma

senha e depois disto tinha acesso a uma série de aplicativos, disponíveis através de

ícones na área de trabalho do computador e também de menus onde ela podia

navegar. A partir dali ela conseguia abrir o processador de textos Microsoft Word, e

o software de apresentações Microsoft Powerpoint, para desenvolver as atividades

da aula. Foi uma experiência bastante recompensadora para alguém que tinha um

certo receio de utilizar o computador antes de entrar na faculdade.

No seu primeiro emprego, como facilitadora da qualidade numa pequena

indústria de transformação de polímeros, Juliana utilizava diariamente planilhas

eletrônicas, trocava mensagens de correio eletrônico com clientes e fornecedores e

redigia procedimentos no processador de textos. Além das tarefas que ela já havia

aprendido na faculdade, Juliana aprendeu a compactar arquivos antes de enviá-los

como anexos de mensagens de correio eletrônico, a fazer cópias de segurança em

CD-ROM e a organizar todos os documentos em pastas por assunto na sua pasta

no servidor de arquivos da rede.

Passados alguns meses, Juliana foi informada pelo Gerente de TI da empresa

que haveria uma migração de todos os computadores para o sistema operacional

Linux, e a suíte de escritórios utilizada passaria a ser o Openoffice.org. Juliana ficou

um pouco assustada no início, pois pensou que poderia não se adaptar ao novo

sistema, uma vez que não o havia visto na faculdade. “Bem agora que estava tão

acostumada com o novo sistema”, ela pensou. No entanto, não comentou nada, e

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52

procurou pensar que o mundo da informática é assim mesmo, está em constante

evolução. Quando o sistema foi demonstrado e ela teve a oportunidade de utilizá-

lo, manipulando seus documentos, viu que todo o temor era infundado. Os

princípios de funcionamento e as funções eram muito semelhantes e, salvo uma ou

outra dúvida que a equipe de suporte ajudou a resolver, toda a migração ocorreu

sem traumas.

Passados alguns anos, Juliana recebeu uma proposta para ir trabalhar numa

grande multinacional. Um grande ponto a favor da sua contratação foi a sua

resposta ao fato da empresa utilizar um sistema operacional ainda pouco utilizado

aqui no Brasil. “Todos os sistemas operacionais seguem um mesmo princípio, e

depois de um tempo nos adaptamos ao seu funcionamento. Já passei por este tipo

de migração antes e não terei problemas desta vez também.” Juliana foi contratada

e descobriu que estava certa. O novo sistema foi aprendido rapidamente e ela

auxiliou os colegas com mais resistências a se adaptar ao novo sistema.

4.1 Sistemas operacionais: software oculto

Um computador recém-saído da sua linha de montagem é mais inútil que um

abajur quebrado. Para cumprir seu propósito, este hardware precisa de software que

o faça funcionar. Os softwares aplicativos, como processadores de textos e planilhas

eletrônicas, utilizados para realizar tarefas específicas, são uma parte importante

deste conjunto de softwares necessários. No entanto, falta-lhes uma característica

importante: a capacidade de interagir diretamente com o hardware. É neste ponto

que entra o sistema operacional.

Segundo Capron e Johnson (2004), sistema operacional (Figura 18) é um

conjunto de programas que se encontra entre o software aplicativo e o hardware; é o

software fundamental que controla todos os recursos de hardware e software.

Para Tanenbaum (1999) e Silberschatz (2005), dois conceituados autores a

respeito do assunto, existem dois modos distintos de conceituar um sistema

operacional. O primeiro, pela perspectiva do usuário (visão "de-cima-a-baixo” ou top-

down"), é uma abstração do hardware, fazendo o papel de intermediário entre o

software aplicativo e os componentes físicos do computador (hardware). No segundo

modo, numa visão “de-baixo-a-cima” (“bottom-up”), é um gerenciador de recursos,

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53

isto é, controla quais aplicações (processos) podem ser executadas e quando, e

que recursos do computador (memória, disco, periféricos) podem ser utilizados.

Portanto, se não existissem os sistemas operacionais, todo programa desenvolvido

deveria saber como comunicar-se com os dispositivos do computador que

precisasse utilizar.

Figura 18 - Diagrama conceitual de um sistema operacional

Na época em que os computadores utilizavam o sistema operacional

MS-DOS, a maioria dos programas tinha que fazer grande parte das funções do

sistema operacional. Isto incluía conhecer todos os tipos de monitores de vídeos,

impressoras e dispositivos de entrada. A interface com o usuário também era

definida por cada aplicação, principalmente quando se desejava uma interface

“gráfica”, Isto tornava muito mais complexa a tarefa de desenvolver softwares

aplicativos, além de dificultar a comunicação entre aplicativos e a troca de dados.

Os sistemas se tornavam também muito mais instáveis e sujeitos a travamentos.

Você deve ter observado que dissemos que o sistema operacional é um

conjunto de programas. O núcleo (kernel) do sistema operacional é a parte mais

importante deste conjunto de programas. Sua função é gerenciar todos os recursos

do computador, controlando o sistema e carregando para a memória outros

programas do sistema operacional quando necessário.

Em todos os computadores pessoais, o núcleo do sistema operacional é

carregado para a memória quando o computador é ligado, tornando-o disponível.

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54

Este processo é chamado de inicialização (booting) do sistema. Quando o

computador é ligado, um pequeno programa localizado em um chip no computador

realiza alguns testes de componentes de hardware e depois carrega o núcleo do

disco rígido.

Podemos relacionar três funções principais que os sistemas operacionais

possuem:

1. gerenciar os recursos do computador, aí incluindo processador, memória,

unidades de disco, impressoras e outros;

2. estabelecer uma interface com o usuário, de forma que este possa utilizar os

recursos de hardware e os softwares aplicativos;

3. oferecer recursos e uma interface para que os softwares aplicativos se

comuniquem com o hardware e também entre si.

Mesmo sendo tão importante ao funcionamento do computador, o sistema

operacional não é muito notado pelo usuário; muitas tarefas essenciais são

executadas em segundo plano. Mesmo quando um usuário imprime ou salva um

arquivo através de um software aplicativo, é na verdade o sistema operacional quem

realiza estas funções.

Como um árbitro em um jogo de futebol, o sistema operacional deve

passar despercebido a maior parte do tempo. Ambos são importantes, mas devem

fazer seu trabalho discretamente. Quando eles são notados, normalmente significa

que alguma coisa não saiu conforme o esperado. E normalmente eles são xingados

por isto. Vida dura essa de sistema operacional...

Mesmo que um grande número de funções do sistema operacional fique

oculto ao usuário, este ainda precisa interagir com ele em algumas situações de

gerenciamento e na execução de softwares aplicativos. Esta interação ocorreu

através da interface com o usuário, que determina a forma como será feita a

comunicação. Uma interface com o usuário pode ser baseada em linha de comando

(Figura 19) ou ser gráfica (Figura 20). Na interface por linha de comandos o

usuário digita textos e necessita informar os comandos completos e seus parâmetros

para obter o resultado esperado.

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Figura 19 - Interface por linha comandos do Linux

O sistema operacional MS-DOS, o Unix e o Linux utilizam a interface por

linha de comando. Nas versões do Microsoft Windows existe um interface de

comandos chamada Prompt de Comandos, que permite a execução de algumas

operações neste tipo de interface.

As interfaces gráficas com o usuário (GUIs – Graphical User Interfaces)

usam imagens que representam os programas, arquivos e outros recursos do

computador, denominadas ícones e também menus para que o usuário informe as

tarefas que deseja executar. O usuário pode clicar em um ícone de um programa

para executá-lo ou arrastar o ícone representando um arquivo para o ícone que

representa uma lixeira, apagando-o do disco rígido. Esta forma de interação é mais

intuitiva e torna o aprendizado mais fácil. O Microsoft Windows e o Apple Mac OS

(Figura 20) são exemplos de sistemas operacionais que utilizam interface gráfica.

Muitas instalações de Unix e Linux também são configuradas para oferecer uma

interface gráfica com o usuário.

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56

Figura 20 - Interface gráfica do Mac OS X

4.2 O que é a plataforma de um sistema?

Os softwares aplicativos são normalmente classificados segundo a sua

plataforma, que se refere à combinação de sistema operacional e hardware do

computador. A plataforma mais comum para computadores pessoais é composta de

computadores com processadores Intel e o sistema operacional Windows da

Microsoft, chamada muitas vezes de Wintel. Geralmente os softwares aplicativos

como processadores de texto e jogos só podem ser executados numa plataforma

específica. Os softwares que podem ser executados em diversas plataformas são

conhecidos como multiplataforma.

Da mesma forma que não é possível colocar um motor de um carro da

Ford num caminhão da Scania, não é possível executar um programa do Windows

no Linux, ou do Mac OS no Palm OS, a menos que ele tenha uma versão específica

para aquela plataforma.

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57

A maioria dos usuários recebe o computador com o sistema operacional pré-

instalado, seja pelo fabricante do computador, pela revenda ou pela equipe de TI

nas organizações. Existirão situações, no entanto que exigirão de você a escolha da

plataforma operacional onde será desenvolvido e executado um sistema. Para isto,

vamos conhecer um pouco os principais sistemas operacionais disponíveis para

nosso uso.

4.3 MS-DOS

O MS-DOS (Figura 21) começou a ser utilizado em 1980 e muitos acreditam

que foi ele que decidiu o destino da então minúscula Microsoft. Este sistema

operacional utiliza uma interface de linha de comando e apresenta ao ser iniciado,

uma tela vazia, contendo apenas os caracteres C:\> no canto superior esquerdo. O

C:\ refere-se à unidade de disco; o > é o prompt, um símbolo que indica que o

sistema está à espera de uma instrução. Neste ponto é necessário que você

informe um comando ao sistema operacional, para que ele possa interpretá-lo e

executar a ação correspondente. Se você tentar utilizar o MS-DOS, verá que sua

interface não é nada amigável, e os comandos (Tabela 1) não são fáceis de lembrar.

É por isto que este tipo de interface foi amplamente substituído pelas interfaces

gráficas de usuário.

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Figura 21 - Microsoft DOS

C:\>DIR A: /W - Exibe o conteúdo do disquete, em 4 colunas na tela

C:\>FORMAT A: - Prepara um disquete colocado na unidade A: para ser utilizado. Apaga

todo o seu conteúdo,se houver.

C:\>COPY RELAT01.DOC A: - Copia o arquivo RELAT01.DOC contido na unidade C:

para o disquete da unidade A:.

C:\> RENAME RELAT01.DOC RELAT02.DOC – Renomeia o arquivo RELAT01.DOC

contido na unidade C: para RELAT02.DOC

C:\> DEL C:\REL99.DOC – Exclui o arquivo RELAT99.DOC da unidade C:

Tabela 1 - Exemplos de comandos do MS-DOS

4.4 Microsoft Windows

Existe uma maneira muito mais intuitiva de interagir com um computador do

que digitar comandos e receber informações numa tela com texto. O grande sucesso

do Windows se deu pela utilização desta interface, denominada interface gráfica com

o usuário ou GUI (lê-se “gu-i”), que utiliza ícones e menus em vez de comandos

digitados. Mesmo não tendo sido o primeiro sistema operacional com interface

gráfica, podemos afirmar que foi o Windows quem popularizou esse tipo de interface.

O Windows (Figura 22) começou como uma interface gráfica para o MS-DOS,

fornecendo uma interface gráfica sobre um sistema operacional com interface em

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modo texto. Foi a partir do Windows 95 que o Windows passou a ser um sistema

operacional independente, que não precisava mais do DOS pré-instalado. Vários

comandos do MS-DOS ainda continuam disponíveis para uso nas diversas versões

do Windows.

Figura 22 - Microsoft Windows XP

Embora existam várias versões do Windows, muitas características são

semelhantes a todos. Em qualquer um deles você clica em ícones e em itens de

menu para ativar comandos ou funções. Os menus são chamados de menus

deslizantes, pois deslizam como uma persiana ao serem selecionados. Outros

menus são chamados de pop-up, pois aparecem na tela quando se utiliza o botão

direito do mouse. O Windows apresenta também um botão Iniciar no canto inferior

esquerdo. A partir desse botão pode-se acessar os programas e outros recursos do

computador, como a opção de localizar arquivos. Também é possível executar um

programa dando um clique duplo em um ícone correspondente a ele na área de

trabalho, a tela de abertura do Windows. A barra inferior do Windows, onde está

localizado o botão iniciar, possui ainda um botão correspondente a cada programa

em execução no momento. Para alternar entre estes programas, basta clicar no

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60

botão correspondente. O Windows aceita nomes de arquivos longos, com até 255

caracteres; o MS-DOS aceitava apenas 8 caracteres e mais 3 para a extensão do

arquivo, identificando o seu tipo.

Outra característica muito útil do Windows é a sua capacidade de auto-

configuração, quando um novo dispositivo de hardware é instalado. Chama-se a

este recurso de plug-and-play, e para que ele possa ser utilizado, o periférico precisa

ter sido fabricado de acordo com este padrão. Por sorte, a grande maioria dos

fabricantes tem adotado este padrão, facilitando em muito a vida dos usuários.

O Windows é uma família de sistemas operacionais, com pelo menos três

ramificações históricas, cada uma desenvolvida para um tipo de usuário. Uma

destas ramificações praticamente já deixou de existir, e era designada ao público

doméstico. Aqui se encontram o Windows 95, o Windows 98 e o Windows Millenium

Edition. Atualmente o Windows XP atende a este mercado. Para o mercado

corporativo, a Microsoft desenvolveu o Windows NT, que depois foi sucedido pelo

Windows 2000 e mais recentemente pelo Windows XP. O Windows XP atende tanto

ao mercado doméstico quanto ao corporativo. Para o mercado de dispositivos

móveis, como palmtops, handhelds e smartphones foi criado o Windows CE.

4.5 Windows XP

O Windows XP é a versão mais recente de sistemas operacionais da empresa

fundada por Bill Gates (Figura 23), e foi projetado para ser utilizado tanto em

computadores domésticos quanto nos corporativos e notebooks. Ele incorpora as

facilidades de reconhecimento de hardware e compatibilidade das versões anteriores

destinadas ao mercado doméstico, como as versões 95, 8 e Me, e a estabilidade e

robustez herdadas das versões corporativas, como o Windows NT e o Windows

2000. Dentre os principais recursos que podemos encontrar no Windows XP,

destacam-se os seguintes:

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Figura 23 - Bill Gates – fundador da Microsoft

Interface aperfeiçoada: a interface ficou mais limpa, com número reduzido

de ícones na área de trabalho, substituídos por opções no menu Iniciar. Além disto,

um programa assistente de limpeza da área de trabalho verifica que ícones são

pouco usados e auxilia o usuário na remoção destes, colocando-os numa pasta

separada.

Suporte melhorado para multimídia: permite o uso de arquivos no formato

MP3, acesso a câmeras digitais e câmeras de vídeo de forma integrada ao sistema

operacional, sem a necessidade de softwares de terceiros.

Suporte para vários usuários: uma vez que vários usuários podem utilizar o

mesmo computador, o Windows XP permite que os usuários alternem entre suas

contas, mantendo os aplicativos de um usuário em execução, enquanto outro utiliza

o mesmo computador com a sua conta. No momento em que o outro usuário voltar a

utilizar o computador, seus aplicativos já estarão abertos, na mesma situação em

que ele deixou. Podem ser criadas contas também para crianças, com restrição ao

que elas podem utilizar.

Suporte a redes e à Internet: O Windows XP permite que vários

computadores sejam interligados em rede e compartilhem a mesma conexão com a

Internet, enquanto oferece um firewall, para melhorar a segurança desta conexão.

4.6 Windows CE

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O Windows CE (Consumer Electronics – eletrônicos de consumo) é um

sistema operacional baseado no Windows XP voltado para o mercado sistemas

embutidos (ou embarcados) e dispositivos de Internet. Para funcionar nestes

computadores, o sistema precisa ser reduzido, ocupando menos memória, disco

rígido menor ou inexistente e necessitando de processadores inferiores em relação a

um computador pessoal. As telas desses dispositivos também são menores, e a

forma de acessar os programas e entrar com a informação também muda, pois

normalmente eles possuem uma tela sensível ao toque e algumas teclas, ao invés

de um teclado completo.

Os sistemas embutidos são dispositivos de computação integrados a outros

produtos, como carros, trens, robôs, câmeras digitais e máquinas industriais. O

Windows CE (Figura 24) possui uma interface muito semelhante a do Windows XP o

que facilita o aprendizado pelo usuário. Além disto, sua versão mais nova,

denominada Windows CE .NET, suporta a plataforma .NET de desenvolvimento de

aplicações da Microsoft, tornando o desenvolvimento de softwares aplicativos mais

simples.

Figura 24 - Microsoft Windows CE

4.7 Mac OS

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O Macintosh Operating System (Mac OS) é a denominação do sistema

operacional padrão dos computadores Macintosh produzidos pela Apple. Sua

evolução ocorreu até a versão Mac OS X (X é o algarismo romano correspondente a

dez e deve ser lido assim) (Figura 25). A primeira versão foi lançada em 1984. Até

antes da versão 7.6, era chamado apenas de System (ex.: System 4, System 7), da

versão 7.6 em diante passou a ser chamado de Mac OS.

Foi o primeiro sistema gráfico amplamente usado em computadores a usar

ícones para representar os itens do computador, como programas, pastas e

documentos. Também foi pioneiro na disseminação do conceito de Desktop, com

uma Área de Trabalho com ícones de documentos, pastas e uma lixeira, em

analogia ao ambiente de escritório. Seu ambiente gráfico, que serviu como modelo

para a maioria das interfaces gráficas que surgiram depois disto se baseou nos

estudos feitos no centro de pesquisas PARC da Xerox, em Palo Alto, na Califórnia.

O lançamento do Mac OS X foi um marco para o sistema operacional. Em sua

décima versão, o sistema foi remodelado como um todo, inclusive o núcleo, que

passou a ser baseado no núcleo do Unix BSD.

Figura 25 - Mac OS X

4.8 Unix

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UNIX é um sistema operacional portável, multitarefa e multiusuário

originalmente criado por um grupo de programadores nos laboratórios Bell da AT&T

(empresa de telefonia americana), que incluem Ken Thompson, Dennis Ritchie

(Figura 26), Douglas McIlroye e Peter Weiner. O Unix foi criado em 1970,

originalmente para ser executado em computadores DEC.

Um marco importante foi estabelecido em 1973, quando Dennis Ritchie

reescreveu o Unix na linguagem de alto nível C (desenvolvida por ele), para um

computador PDP-11 e PDP-20. O Unix foi o primeiro sistema operacional escrito em

uma linguagem de alto nível e isto foi, possivelmente, a principal razão para a rápida

aceitação do Unix por usuários foram dos Laboratórios Bell. Além disso, tornou

possível portá-lo para várias plataformas. Finalmente, ao longo dos anos 70 e 80

desenvolveram-se as primeiras distribuições de grande dimensão como os sistemas

BSD (na Universidade de Berkeley na Califórnia) e os System III e System V (nos

Laboratórios Bell).

Figura 26 - Ken Thompson e Dennis Ritchie, criadores do Unix

Imagine o interesse de pesquisadores e alunos de computação na época:

eles recebiam um sistema operacional pequeno, escrito em uma linguagem de alto

nível e com código-fonte disponível. Era uma maravilha! Muitos usaram o sistema,

tiveram de estudar seus programas-fonte (pois não havia assistência da AT&T, em

caso de problemas) e eventualmente partiram das instituições de pesquisa e ensino

para o mercado de trabalho. As empresas que escolheram muitos ex-alunos

treinados no Unix logo começaram, por pressão dos seus recém-contratados, a

utilizar o Unix em computadores que compravam para automatizar suas atividades.

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Em 1977, a AT&T começou a fornecer o Unix para instituições comerciais.

Com a crescente oferta de microcomputadores, outras empresas portaram o Unix

para novas máquinas. Devido à disponibilidade das fontes do Unix e à sua

simplicidade, muitos fabricantes alteraram o sistema, gerando variantes

personalizadas a partir do Unix básico licenciado pela AT&T. De 1977 a 1981, a

AT&T integrou muitas variantes no primeiro sistema Unix comercial chamado de

System III. Em 1983, após acrescentar vários melhoramentos ao System III, a AT&T

apresentava o novo Unix comercial, agora chamado de System V. Hoje, o Unix

System V é o padrão internacional de fato no mercado Unix, constando das

licitações de compra de equipamentos de grandes clientes na América, Europa e

Ásia.

Atualmente, UNIX (ou *NIX) é o nome dado a uma grande família de Sistemas

Operacionais que partilham muitos dos conceitos dos Sistemas UNIX originais,

sendo todos eles desenvolvidos em torno de padrões como o POSIX (Portable

Operating System Interface – Interface de Sistemas Operacionais Portáveis) e

outros. Alguns dos Sistemas Operacionais UNIX atuais são: BSD (FreeBSD,

OpenBSD e NetBSD), Solaris (anteriormente conhecido por SunOS) (Figura 27),

AIX, HP-UX, Linux (nas suas centenas de distribuições), e até o Mac OS X (baseado

em um núcleo BSD chamado Darwin). Existem mais de quarenta sistemas

operacionais "padrão UNIX", rodando desde celulares a supercomputadores, de

relógios de pulso a sistemas de grande porte.

O Unix é um sistema com interface por linha de comando, embora possua

diversas GUIs disponíveis. A grande razão de estudá-los é que ele é muito utilizado

em servidores na Internet e em grandes organizações.

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Figura 27 - Unix Solaris da Sun Microsystems

4.9 Linux

O que é Linux

Linux é ao mesmo tempo um núcleo (ou kernel) e o sistema operacional que

roda sobre ele, dependendo do contexto em que você encontrar a referência. O

núcleo Linux foi criado em 1991, por Linus Torvalds (Figura 28), então um estudante

finlandês, e hoje é mantido por uma comunidade mundial de desenvolvedores (inclui

programadores individuais e empresas como a IBM, a HP e a Hitachi), coordenada

pelo mesmo Linus, agora um desenvolvedor reconhecido mundialmente.

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Figura 28 - Linus Torvalds, criador do Linux

O Linux adota a GPL, uma licença livre - o que significa, entre outras coisas,

que todos os interessados podem usá-lo e redistribuí-lo. Aliado a diversos outros

softwares livres, como o KDE, o GNOME, o Apache, o Firefox, os softwares do

sistema GNU e o OpenOffice.org, o Linux pode formar um ambiente moderno,

seguro e estável para desktops, servidores e sistemas embarcado.

Figura 29 - Linux com aplicativos para o usuário final

Na Figura 29 você vê uma tela de exemplo do sistema operacional Linux em

ambiente de usuário final em um computador pessoal, mas o sistema funciona em

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dezenas de outras plataformas, desde mainframes até relógios de pulso, passando

por várias arquiteturas: Intel, StrongARM, PowerPC, Alpha etc., com grande

penetração também em dispositivos embarcados, como handhelds, vídeogames e

centrais de entretenimento.

4.10 Linux ou GNU/Linux?

A Free Software Foundation defende que o sistema operacional formado pelo

núcleo Linux e o conjunto de utilitários e aplicativos que incluem aqueles

desenvolvidos pelo seu projeto GNU deve ser chamado de GNU/Linux, e não

simplesmente de Linux. A questão tem sido objeto de intensos debates há anos,

sem que um posicionamento geral e definitivo seja alcançado.

Naturalmente a posição da FSF não é a única existente. São conhecidas as

declarações de Linus Torvalds (que acharia interessante a existência de uma

distribuição chamada GNU Linux e mantida pelo projeto GNU), de Eric Raymond e

de John Dvorak, entre outros. Há ainda uma interessante citação da própria FSF

afirmando que um nome como GNU/X11/Apache/Linux/TeX/Perl/Python/FreeCiv

seria absurdo, portanto é necessário estabelecer um limite, mas diz ela, "Não pode

ser justo dar todo o crédito para uma contribuição secundária (Linux) enquanto se

omite a contribuição principal (GNU)." Outra citação digna de nota vem de um

editorial do veterano Linux Journal: "Talvez Richard Stallman esteja frustrado porque

Linus recebeu as glórias por ter feito aquilo que Stallman pretendia fazer."

4.11 O núcleo Linux

Inicialmente, o núcleo Linux foi desenvolvido como um hobby por Linus

Torvalds (então um estudante) com o objetivo de desenvolver seu próprio sistema

operacional "parecido com o Unix" que rodasse em processadores Intel 80386. Linus

chegou a estudar o Minix, um sistema similar de autoria do famoso acadêmico

Andrew Tanenbaum, mas não ficou satisfeito com a arquitetura (não era um software

livre, inclusive) e resolveu criar o seu próprio sistema. O projeto Linux foi

publicamente lançado em 1991 em uma famosa mensagem para a lista de

discussão Usenet.

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Figura 30 - Tux, o logo e mascote do Linux

Hoje o Linux, cujo mascote é um simpático pingüim conhecido com Tux

(Figura 30) é um núcleo de sistema operacional híbrido monolítico. Drivers de

dispositivo e extensões do núcleo tipicamente rodam com acesso total ao hardware,

embora alguns rodem em espaço de usuário. Ao contrário dos núcleos monolíticos

padrão, os drivers de dispositivo são facilmente configurados como módulos, e

carregados e descarregados enquanto o sistema está rodando. Também, ao

contrário de núcleos monolíticos padrão, drivers de dispositivo podem ser pré-

inseridos sob certas condições. Essa última característica foi adicionada para corrigir

o acesso a interrupções de hardware, e para melhorar o suporte a

multiprocessamento simétrico.

Embora Linus Torvalds não tenha tido como objetivo inicial tornar o Linux um

sistema portável, ele evoluiu nessa direção. O Linux é hoje, na verdade, um dos

núcleos de sistema operacional mais portados, rodando em sistemas desde o iPaq

(um computador portátil) até o IBM S/390 (um volumoso e altamente custoso

mainframe), passando por várias arquiteturas: Intel, StrongARM, PowerPC, Alpha

etc., com grande penetração também em dispositivos embarcados, como handhelds,

vídeogames e centrais de entretenimento, roteadores de rede e muitos outros.

De qualquer modo, é importante notar que os esforços de Linus foram

também dirigidos a um outro tipo de portabilidade. Portabilidade, de acordo com

Linus, era a habilidade de facilmente compilar aplicativos de uma variedade de

origens no seu sistema; portanto o Linux, originalmente, se tornou popular, em parte,

devido ao esforço para que fosse fácil fazer com que códigos de aplicativos

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70

disponíveis para outros sistemas (inclusive no Unix e no sistema GNU) rodassem

no Linux.

Hoje, Linus Torvalds continua a dirigir o desenvolvimento do núcleo, enquanto

outros subsistemas (como ferramentas de desenvolvimento, ambientes gráficos e

aplicativos) são desenvolvidos independentemente. A tarefa de integrar todos estes

componentes para formar um sistema completo é desempenhada pelas empresas e

organizações que mantêm distribuições de Linux.

4.12 O sistema operacional Linux (ou GNU/Linux)

Logo que Linus Torvalds passou a disponibilizar o Linux, ele apenas

disponibilizava o núcleo (kernel) de sua autoria juntamente com alguns utilitários

básicos. O próprio usuário deveria encontrar os outros programas, compilá-los e

configurá-los, talvez por isso o Linux tenha começado a ter a fama de sistema

operacional apenas para técnicos. Foi neste ambiente que surgiu a MCC

(Manchester Computer Centre), a primeira distribuição Linux, feita pela Universidade

de Manchester, na tentativa de poupar algum esforço na instalação do Linux.

Hoje em dia, um sistema operacional Linux completo (ou uma "distribuição de

Linux") é uma coleção de softwares (livres ou não) criados por indivíduos, grupos e

organizações ao redor do mundo, tendo o Linux como seu núcleo. Companhias

como a Red Hat, a Novell/SUSE, a Mandriva (união da Mandrake com a Conectiva),

bem como projetos de comunidades como o Debian, o Ubuntu (Figura 31), o Gentoo

e o Slackware, compilam o software e fornecem um sistema completo, pronto para

instalação e uso.

As distribuições de GNU/Linux começaram a ter maior popularidade a partir

da segunda metade da década de 1990, como uma alternativa livre para os sistemas

operacionais Microsoft Windows e Mac OS, principalmente por parte de pessoas

acostumadas com o Unix na escola e no trabalho. O sistema tornou-se popular no

mercado de servidores, principalmente para a Web e servidores de bancos de

dados, inclusive no ambiente corporativo - onde também começou a ser adotado em

estações de trabalho especializadas.

Com o decorrer do tempo várias distribuições surgiram e desapareceram

cada qual com sua característica. Algumas distribuições são maiores, outras,

menores, dependendo do número de aplicativos e sua finalidade. Algumas

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distribuições de tamanhos menores cabem em um disquete com 1,44 MB, outras

precisam de vários CDs, existem até algumas que têm versões em DVD. Cada uma

tem seu público e sua finalidade.

Figura 31 - Ubuntu Linux, a distribuição preferida para uso em desktops

4.13 Download ou aquisição do Linux

Embora provavelmente a forma mais fácil de obter o Linux seja através dos

CDs distribuídos como brinde em diversas revistas nacionais (escolha sempre uma

versão recente!), o jeito mais fácil de obter sua cópia sem desembolsar nada é

através do download de imagens ISO, que são arquivos (geralmente por volta de

650MB cada um) trazendo o conteúdo completo de um CD-ROM, prontos para

serem gravados em um CD, permitindo que você obtenha cópias idênticas de um

CD original. Verifique na ajuda do seu programa favorito de gravação de CDs como

fazer para gravar a partir de uma imagem ISO - quase todos os programas

populares dispõem deste recurso, e a operação em geral é simples.

Algumas distribuições (como o Knoppix e o brasileiro Kurumin) são

especialmente disponibilizadas na forma de Live CDs, capazes de rodar diretamente

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72

do CD e dispensando instalação no disco de seu computador - é uma boa forma de

ter seu primeiro contato.

Como o Linux é um software livre, a maior parte dos produtores disponibiliza

imagens ISO contendo exatamente o mesmo conteúdo dos CDs vendidos em lojas

ou na Internet, e você pode fazer o que quiser com elas - até mesmo gravar em CDs

para revendê-las (e se você quiser comprar CDs desse tipo, lojas virtuais brasileiras

como a Tempo Real e a LinuxMall estão à disposição). Quando se trata de Linux,

este tipo de cópia e revenda não é irregular nem antiético, pois é da essência do

software livre.

Nos sites da Livraria TempoReal em http://www.temporeal.com.br/ e no

loja virtual do Linux Mall em http://www.linuxmall.com.br/, você encontrará as

versões mais recentes das principais distribuições de Linux para a compra, além de

livros e outros materiais relacionados.

Você pode procurar suas imagens ISO no site de sua distribuição preferida -

às vezes será necessário fazer o download de mais do que uma imagem, e em

outros casos o download da primeira imagem é obrigatório, e o das outras é

opcional. Raras são as distribuições que não disponibilizam imagens ISO de

instalação.

Como se trata de um download grande (uma distribuição em 3 CDs

corresponde a quase 2GB de dados), certifique-se de ter espaço suficiente no seu

HD, e utilize um bom gerenciador de download.

4.14 Linux ou Windows?

A maioria dos computadores vem com o Windows pré-instalado, então, se

você quiser utilizar Linux, terá que instalá-lo. É importante ficar alerta e verificar se o

Windows instalado nesses computadores é uma cópia registrada do produto, para

evitar problemas no futuro. Atualmente já é comum encontrar computadores sendo

comercializados com a possibilidade de escolher entre o Windows ou o Linux

instalado de fábrica.

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73

A grande vantagem do Linux é que normalmente o sistema padrão já inclui

todos os softwares necessários, como suíte de escritório, navegador, suporte a rede

e diversos outros aplicativos úteis. No entanto, a quantidade de softwares para o

Windows continua sendo maior no momento, embora muitos já tenham sido

portados para ele.

É provável que você queira experimentar o Linux em seu computador, porém

mantendo o Windows durante algum tempo ainda em seu computador. Isto é

possível utilizando uma configuração de inicialização dupla (dual-boot), em que

você poderá escolher qual sistema irá carregar no momento em que ligar o

computador.

O Linux possui várias vantagens em relação ao Windows. Os travamentos e a

necessidade de reiniciar o sistema a cada alteração, comuns no Windows, são raros

no Linux; ele é um sistema extremamente estável. A origem no meio acadêmico e de

amantes da tecnologia fez com que o Linux criasse uma grande comunidade de

usuários em torno de si, que divulgam o sistema e auxiliam os usuários iniciantes a

darem os primeiros passos. Na medida em que mais usuários o utilizarem, a

tendência é que ele se torne cada vez mais simples de instalar e utilizar, e que mais

aplicativos sejam portados para serem executados nele.

4.15 Sistema Operacional para Redes

Um sistema operacional para redes permite que recursos sejam

compartilhados entre diversos computadores e usuários em uma rede de

computadores. Por recursos podemos entender espaço em disco, impressoras,

conexão com a Internet e outros. Estes sistemas possuem ainda recursos de

autenticação de usuários e segurança, determinando quem pode acessar os

recursos e em que nível (leitura, escrita, gravação e outros). Eles podem ainda

executar diagnóstico, inventário e solução de problemas das estações de trabalho

ligadas a ele.

Uma das principais características de um sistema operacional de redes é a

transparência de localidade, ou seja, fazer com que os recursos sejam percebidos

como se fossem locais à estação de trabalho do usuário. Quer seja a emissão de um

comando, a execução de um aplicativo, a gravação de um documento ou a

impressão de uma planilha, tudo deve parecer que está se realizando no

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74

computador local. Para que isto seja possível, algumas partes do sistema

operacional de redes são executadas nos servidores de rede, enquanto outras são

executadas nas estações clientes. Eles são tão integrados que muitas vezes é difícil

ao usuário perceber a diferença.

Na família de sistemas operacionais da Microsoft, os sistemas clientes são

projetados para interagirem com os sistemas servidores. A primeira geração de

sistemas operacionais de redes da Microsoft foi o Windows NT Server, depois

substituída pelo Windows 2000 Server. A geração atual é o Windows 2003 Server,

que é comercializado em quatro versões diferentes, dependendo do porte da

organização e de seus propósitos.

No que diz respeito ao suporte a redes, tanto o Unix quanto o Linux,

desenvolvidos desde a sua concepção como sistemas multiusuários com suporte a

redes, não necessitam de componentes adicionais, sendo sistemas operacionais de

rede por padrão.

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75

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) Quais o sistemas operacionais que você pode instalar no seu computador

pessoal? Quais você possui atualmente?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2) Como se chama a parte mais importante do sistema operacional?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

SÍNTESE

Nesta aula aprendemos as principais funções de um sistema operacional e

pudemos estabelecer a diferença entre os principais sistemas operacionais de uso

em computadores pessoais. Aprendemos também a explicar as diferenças entre

Linux, GNU/Linux e núcleo do Linux. Pra encerrar a aula, compreendemos a

necessidade dos sistemas operacionais de redes. Na próxima aula vamos continuar

estudando as características dos sistemas operacionais.

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76

CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS

OPERACIONAIS

OBJETIVOS DA AULA

� Descrever os métodos de alocação de recursos;

� Descrever as diferenças entre multiprocessamento e

multiprogramação;

� Explicar os princípios do gerenciamento de memória;

� Discorrer cobre o compartilhamento de armazenamento

e impressão.

CONTEÚDO DA AULA

Acompanhe o conteúdo desta aula. Se você preferir, assinale

os conteúdos na medida em que for estudando.

Nesta aula, veremos:

� Alocação de recursos

� Compartilhando a unidade central de processamento

� Compartilhando memória

� Armazenamento virtual

� Proteção de memória

� Compartilhando recursos de armazenamento

� Compartilhando recursos de impressão

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77

Olá! Seja bem-vindo a nossa quinta aula de Softwares Aplicativos e

Sistemas Operacionais. Nesta aula entraremos mais fundo nos sistemas

operacionais. Vamos aprender a descrever os métodos de alocação de recursos, e

entender claramente as diferenças entre multiprocessamento e multiprogramação.

Vamos também saber como explicar os princípios do gerenciamento de memória e

detalharemos o compartilhamento de armazenamento e impressão.

Boa aula!

5.1 Alocação de recursos

Normalmente, quando os usuários de computador percebem que estão

utilizando um sistema em rede junto com vários outros usuários, com vários

softwares aplicativos disponíveis e muitos programas sendo executados ao mesmo

tempo, começam a ter várias dúvidas. Que programa usa a CPU num determinado

momento? O que impede os programas que estão na memória de se misturarem?

Se dois programas precisam ler ou gravar os dados no disco ao mesmo tempo,

como o sistema operacional controla isto? Por que as folhas dos arquivos enviados à

impressora não se embaralham? O sistema operacional é o responsável por

controlar todos estes recursos e solucionar estes problemas, fornecendo ao usuário

uma experiência agradável, sem que ele tenha que se preocupar com estes

detalhes.

Você pode perceber que todas as dúvidas têm relação com o uso dos

recursos do computador por vários usuários ou programas ao mesmo tempo, ou

seja, são questões relacionadas ao compartilhamento dos recursos. Estes

recursos precisam ser alocados. Capron e Johnson (2004) explicam que a alocação

de recursos é o processo de atribuição de recursos do computador a determinados

programas para que sejam utilizados. Esses recursos são liberados no momento que

um programa que os utiliza é finalizado, e podem ser realocados posteriormente.

5.2 Compartilhando a unidade central de processamento

A maioria dos computadores pessoais possui uma única unidade central de

processamento, que é responsável pela execução de todos os programas de um

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78

computador. Você deve se perguntar como é possível um único processador

permitir a execução de diversos programas ao mesmo tempo (Figura 32).

Chamamos esta característica de multiprogramação e ela é de

responsabilidade do sistema operacional. A multiprogramação é diferente do

multiprocessamento, que só ocorre quando se possui um computador com mais de

uma CPU, permitindo a execução de programas simultaneamente, cada uma em um

processador distinto.

Com uma única unidade central de processamento é impossível que mais de

um programa utilize-o ao mesmo tempo. Multiprogramação significa que dois ou

mais programas são executados no mesmo intervalo de tempo, isto é,

concorrentemente. O que você precisa compreender aqui é a diferença entre

concorrentemente e simultaneamente. Concorrentemente significa que os

programas se alternam no uso do processador, um sendo executado por um

período, depois outro e assim sucessivamente, até que eles sejam finalizados. Os

programas não são executados ao mesmo tempo, mas não exatamente no mesmo

instante. Isto permite que um programa utilize um recurso do computador, o disco,

por exemplo, enquanto outro utiliza o processador, otimizando o uso dos recursos. A

multiprogramação é possível por que as CPUs são muito mais rápidas que as

operações de entrada e saída. Enquanto um dado é requisito de um disco local ou

de um servidor da rede, ou um documento é impresso, um número altíssimo de

instruções pode ser executado no processador.

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79

Figura 32 - Uso do processador por diversos programas no Windows XP

Uma analogia pode nos ajudar a fixar a diferença entre execução

concorrente e simultânea. Imagine um campeão de xadrez que aceita um desafio de

jogar durante um dia inteiro, 8 horas, 50 partidas contra 50 competidores diferentes,

lado a lado em uma grande sala. Ele faz o primeiro lance contra o primeiro

competidor, deixa-o pensando na jogada, faz o primeiro lance contra o segundo

competidor e assim vai até o último. Depois volte, joga contra o primeiro novamente

e repete este processo até que todas as partidas tenham se encerrado. Como ele é

um campeão, é provável que jogue muito mais rápido que a maioria e que encerre

algumas partidas logo nos primeiros lances. Ao final do dia, ele terá jogado

individualmente contra 50 adversários. Isto significa que ele jogou concorrentemente

´50 partidas em 8 horas. Para realizamos 50 jogos simultâneos seriam necessários

100 jogadores, 2 a 2 em cada tabuleiro.

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80

A multiprogramação é controlada por eventos. Isto significa que tarefas são

executadas e depois os programas liberam o uso do processador para que outros

programas possam executar suas tarefas. Se por algum motivo o sistema

operacional precisar, ele mesmo pode tomar o uso do processador, para si mesmo

ou para outro programa. O uso do processador depende da prioridade que é

atribuída a cada programa. Normalmente o núcleo do sistema operacional e outros

programas importantes ao funcionamento do computador possuem prioridade maior

do que programas normais.

Para controlar o uso do processador, o sistema operacional utiliza-se de

interrupções, sinais enviados aos programas que fazem com que os mesmos sejam

suspensos para a execução de outro programa.

Vamos ver um exemplo de como isto acontece. Suponha que existam

vários programas sendo executados em seu computador num determinado

momento: um navegador, um processador de textos e uma planilha eletrônica, por

exemplo. Enquanto você pede ao processador de textos que abra um documento

que se encontra no disco, ele pode ser interrompido para que o navegador receba

uma página web que precisa ser carregada na tela. Ao carregar alguns objetos da

página na tela, o navegador pode liberar o processador para que a planilha

eletrônica envie um documento para a impressora. Se neste momento o usuário

clicar na barra de menus, o sistema operacional pode suspender esta operação,

executando a tarefa requisitada pelo usuário. O que deve ficar claro aqui é: do

momento em que um programa é executado até o momento em que é finalizado, ele

é interrompido muitas vezes, embora pareça ao usuário que o programa está

sempre em execução.

Todo este gerenciamento tem um custo de uso do processador, pois o

sistema operacional acaba consumindo uma parte dos recursos da CPU para si

mesmo, Mesmo assim, as vantagens que são conseguidas com a multiprogramação

compensam este tempo gasto e tornam o uso da CPU mais eficiente.

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81

5.3 Compartilhando memória

Você já se perguntou o que ocorre quando precisa executar um programa

maior que a quantidade de memória disponível? E como é que o sistema

operacional controla para que vários programas utilizem o espaço de memória ao

mesmo tempo, sem se embaralharem? Estas questões estão relacionadas ao

gerenciamento de memória que é o processo de alocação de memória para os

programas e controle do seu uso de forma organizada.

5.4 Armazenamento Virtual

O armazenamento virtual (ou memória virtual) é uma das formas mais

comuns de se gerenciar a memória. Nesta tecnologia (Figura 33), partes de uma

memória secundária, normalmente discos rígidos são utilizados como se fossem

memória principal, possibilitando que trechos dos programas saiam da memória

principal quando não estiverem em uso. Esses trechos são enviados novamente à

memória principal, quando se tornam necessários para a execução do programa,

minimizando o uso da memória e permitindo que sejam executados programas numa

quantidade maior que seria possível somente com a utilização da memória real.

Figura 33 - Armazenamento Virtual

A memória secundária, em especial o disco rígido, possui um custo

muito baixo, cerca de 1 real por gigabyte. Já a memória RAM custa cerca de 250

reais por gigabyte. Esta é uma das razões para se utilizar partes do disco rígido

como memória principal.

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82

Uma das formas de gerenciar a memória é utilizando o método de

paginação. Nesse método, os programas são divididos em pequenos pedaços do

mesmo tamanho, chamados de páginas, que são armazenadas em espaços do

mesmo tamanho, denominados quadros de página (page frames). As páginas e os

quadros possuem tamanho fixo, normalmente 2 ou 4 KB. As páginas são

armazenadas em espaços não contíguos na memória, isto é, não necessariamente

uma página ao lado da outra.

Para que as páginas referentes a cada programa sejam encontradas na

memória, tanto na memória principal quanto na virtual, é utilizada uma tabela de

páginas, que relaciona todas as páginas que fazem parte de cada programa em

execução e o endereço inicial onde ela está localizada. Se uma página de um

arquivo que está na memória virtual é necessária à execução de um programa, ela

precisa ser enviada novamente à memória principal. Se não houver espaço para ela,

outras páginas pouco utilizadas devem ser primeiro enviadas ao arquivo de memória

virtual, liberando espaço. Só então essas páginas podem ser carregadas e suas

instruções executadas. A situação acaba consumindo tempo e recursos do

processador e se for freqüente, pode causar lentidão no computador. A solução é

executar um número menor de programas ou aumentar a quantidade de memória

física (RAM).

O tempo de acesso de um disco rígido gira em torno de 10 a 7

milisegundos. Já o tempo de acesso da memória RAM é em torno de 8 ns. Isto

significa que o acesso aos dados localizados em um disco rígido é cerca de mil

vezes mais lento do que se este mesmo dado estiver localizado na memória RAM.

Isto explica porque a paginação deve ser usada com cautela, ou deixará seu

computador lento.

5.5 Proteção de memória

A proteção de memória é um esquema utilizado pelo sistema operacional

para manter cada programa em execução confinado em uma área separada de

memória. Se não fosse feito desta forma, um programa poderia acidentalmente

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83

utilizar áreas da memória utilizadas por outro programa, destruindo seus dados e

causando muita confusão. Com a proteção de memória, programas mal

comportados são encerrados pelo sistema operacional, sem afetar a estabilidade do

sistema.

5.6 Compartilhando recursos de armazenamento

Quando um usuário necessita acessar um arquivo, o sistema operacional é o

encarregado de verificar onde ele se encontra e carregá-lo. O arquivo pode estar no

disco local ou numa pasta do servidor de rede. O sistema verifica também se o

usuário tem as permissões de acesso necessárias para realizar a tarefa desejada.

Se houver tentativas de acesso simultâneo, o sistema operacional é o responsável

por controlar a situação. Após resolver todas essas questões, o sistema operacional

devolve o controle ao programa.

5.7 Compartilhando recursos de impressão

É comum uma impressora receber mais do que uma requisição de

documentos a serem impressos ao mesmo tempo. Sem um controle adequado,

linhas de cada um dos documentos seriam enviadas de forma embaralhada para a

impressão, tornando o documento impresso algo ininteligível.

Para contornar o problema, o sistema operacional utiliza-se de um processo

chamado fila de impressão (spooling) (Figura 34), em que os arquivos

encaminhados à impressora são interceptados pelo sistema operacional e gravados

num arquivo em disco. No arquivo são enfileirados todos os arquivos destinados a

serem impressos, e quando a impressora é liberada, o próximo arquivo é enviado. A

fila de impressão também resolve o problema de velocidade de impressão, pois a

gravação em disco é mais rápida que a impressão, liberando o aplicativo que enviou

o documento a ser impresso. Enviado o documento, o aplicativo é liberado para o

uso e a impressão real pode ser feita mais tarde. É possível também definir que

alguns usuários possuam prioridade na impressão, e gerar contabilização das

impressões para fins de rateio e controle de custos.

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84

Figura 34 - Fila de impressão no Windows XP

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85

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) Qual a diferença entre multiprocessamento e multiprogramação?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2) Cite uma vantagem e uma desvantagem do armazenamento virtual.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

SÍNTESE

Nesta aula aprofundamos o estudo dos sistemas operacionais, descobrimos

como descrever os métodos de alocação de recursos, e entendemos um pouco

melhor as diferenças entre multiprocessamento e multiprogramação. Sabermos

também explicar os princípios do gerenciamento de memória e pudemos dar

detalhes do funcionamento do compartilhamento de armazenamento e impressão.

Estamos quase no fim: a próxima aula é a última desse módulo e nela estudaremos

os programas utilitários.

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86

PROGRAMAS UTILITÁRIOS

OBJETIVOS DA AULA

� Descrever o que são programas utilitários

� Relacionar diversas funções normalmente executadas

por programas utilitários.

CONTEÚDO DA AULA

Acompanhe o conteúdo desta aula. Se você preferir, assinale

os conteúdos na medida em que for estudando.

Nesta aula, veremos:

� O que são programas utilitários?

� Gerenciador de arquivos

� Cópia de segurança e restauração

� Compactação de arquivos

� Desfragmentador

� Drivers de dispositivos

� Antivírus

� Firewall

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87

Olá! Seja bem-vindo a nossa sexta e última aula de Softwares Aplicativos e

Sistemas Operacionais. Nesta aula vamos aprender a descrever o que são

programas utilitários e a relacionar diversas funções normalmente executadas por

programas utilitários.

Falta muito pouco! Boa aula!

6.1 O que são programas utilitários?

Todas as tarefas de alocação de recursos vistas anteriormente são realizadas

pelo sistema operacional sem que o usuário precise interferir. Outras tarefas podem

ser realizadas com a intervenção do usuário.

Figura 35 - Utilitários para download no superdownloads.com.br

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88

Para evitar que vários softwares aplicativos precisem realizar o mesmo tipo

de tarefas é que existem os programas utilitários (Figura 35). Os utilitários, como

são chamados, realizam importantes tarefas, como navegação entre pastas locais e

da rede, cópias de segurança e recuperação de arquivos, compactação de arquivos,

detecção de vírus e proteção das conexões de rede, entre outras. Alguns utilitários

são empacotados junto com o sistema operacional, outros podem ser baixados

gratuitamente da Internet ou comprados separadamente.

Vamos conhecer alguns destes utilitários a seguir:

6.2 Gerenciador de Arquivos

Um disco rígido pode conter uma quantidade enorme de arquivos. Você já

tentou achar um arquivo gravado no seu disco, mas agora você não sabe onde o

colocou? O gerenciador de arquivos (Figura 36) tem o objetivo de auxiliá-lo nessa

tarefa, criando uma estrutura hierárquica, composta de diretórios e subdiretórios

organizados de uma forma que faça sentido a você. Um diretório pode ser

comparado a uma pasta numa gaveta de arquivos, que pode conter arquivos e

outras pastas.

Você pode criar um diretório Curso Técnico, e dentro dele criar um

diretório para cada módulo do curso. Dentro do diretório de cada módulo, você

poderia criar pastas para material de apoio, exercícios e trabalhos. No Windows, os

diretórios são chamados de pastas, lembrando as pastas do mundo real.

Além de possibilitar a criação de uma estrutura de pastas, o gerenciador de

arquivos ainda permite que ela seja visualizada numa série de formas diferentes.

Operações como copiar, mover, renomear e excluir arquivos também podem ser

feitas, além da formatação e cópia de disquetes. Alguns programas instalados no

seu computador podem ainda acrescentar novas funções ao gerenciador de

arquivos, como verificação de vírus e compactação de arquivos. O gerenciador de

arquivos incorporado ao Windows é chamado de Windows Explorer.

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89

Figura 36 – Gerenciador de Arquivos Windows Explorer

6.3 Cópia de segurança e restauração

Fazer uma cópia de segurança (ou backup) de arquivos significa copiar uma

ou mais vezes um arquivo e armazená-la em um local seguro, para o caso de algum

problema ocorrer ao arquivo original. Através de utilitários de cópia de segurança

(Figura 37) é possível fazer cópias de arquivos específicos ou unidades de disco

inteiras.

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90

Figura 37 - Utilitário de cópia de segurança

As cópias de segurança podem ser feitas em disquetes ou mesmo em outro

disco rígido, mas normalmente são feitas em mídias removíveis de alta capacidade,

como fitas, CDs e DVDs. Alguns programas de cópia utilizam formatos de gravação

proprietários, exigindo que o mesmo programa seja utilizado na recuperação, outros

utilizam formatos abertos, permitindo que outros programas possam ser utilizados na

leitura e recuperação dos arquivos.

6.4 Compactação de Arquivos

O compactador de arquivos (Figura 38) é um utilitário que reduz a

quantidade de espaço necessária para armazenar um arquivo. A compactação de

arquivos (ou "zipar" arquivos, como muitas vezes se fala) é um recurso que

normalmente usamos para economizar espaço em disco com a gravação de

arquivos. É também usado para fazer backup (cópia de segurança) de vários

arquivos. Por exemplo, você já deve ter ouvido falar em "este arquivo só cabe no

disquete se estiver compactado" ou "vou compactar estes arquivos para poder

enviar mais rápido pela Internet".

No primeiro caso, significa que o tamanho do arquivo é maior do que a

capacidade de armazenamento do disquete, daí a necessidade de compactação,

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91

que pode ou não ser suficiente para gravar o arquivo em disco - vai depender do

tipo e tamanho do arquivo a ser compactado. No segundo caso, usamos este

artifício por dois motivos: um pela praticidade em colocar todos os arquivos em um

único arquivo para transmissão (é como se colocássemos em uma caixa vários

objetos a serem enviados pelo correio). O outro motivo é agilizar a transmissão pela

Internet, uma vez que, dependendo dos arquivos a serem compactados, o tamanho

do arquivo compactado será muito menor, agilizando o processo de transmissão

pela Internet.

Inúmeros arquivos disponíveis na Internet estão compactados e devem ser

descompactados para que possam ser utilizados. Desta forma, você vai precisar de

um utilitário de compactação de arquivos, como o Winzip, Winrar ou o software de

código aberto 7-Zip.

Figura 38 - Compactador de arquivos Winrar

6.5 Desfragmentador

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92

Quando o sistema operacional grava um arquivo no disco, muitas vezes não

encontra um espaço do mesmo tamanho do arquivo. Nessas situações ele acaba

gravando o arquivo em pedaços não-contíguos do disco. Quando um arquivo é

gravado desta forma, dizemos que eles está fragmentado. A vantagem desde modo

de gravação é o uso mais eficaz do disco. No entanto, a fragmentação reduz o

acesso ao disco, uma vez que, para que um arquivo seja lido, várias partes do disco

precisam ser acessadas. Se a quantidade de fragmentação for muito alta, o

desempenho do computador pode ser significativamente afetado. O

desfragmentador de disco (Figura 39) é um utilitário que reorganiza os fragmentos

dos arquivos em disco, fazendo com que os diversos pedaços de um arquivo

ocupem posições contíguas no disco, agilizando a sua leitura.

Figura 39 - Desfragmentador de disco do Windows XP

6.6 Drivers de Dispositivos

Cada dispositivo de hardware num computador possui características próprias

e comandos específicos ao seu funcionamento. Uma impressora laser de um

fabricante exige um conjunto de comandos diferente de uma impressora a jato de

tintas de outro fabricante. Um mouse ótico, um monitor de vídeo, uma placa de rede,

enfim, qualquer dispositivo possui comandos particulares, necessários ao seu

funcionamento. Um sistema operacional não conhece todos os comandos

necessários ao funcionamento de todos os dispositivos existentes, até mesmo por

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93

que surgem novos modelos de dispositivos todo dia, por isso são desenvolvidos os

drivers de dispositivos, pequenos utilitários que convertem comandos padrão do

sistema operacional para o formato específico de cada dispositivo. Cada fabricante

fornece junto com seus dispositivos, drivers para os sistemas operacionais com os

quais os dispositivos vão interagir (Figura 40). Uma vez instalados os drivers, o

dispositivo passa a funcionar com o sistema operacional. Muitos problemas de mau

funcionamento e de desempenho são resolvidos com a atualização dos drivers de

dispositivos, que são normalmente disponibilizados nos sites dos fabricantes. Basta

baixá-los e instalá-los no computador.

Figura 40 - Gerenciador de dispositivos do Windows XP

6.7 Antivírus

Os antivírus (Figura 41) são programas desenvolvidos por empresas de

segurança, com o objetivo de detectar e eliminar vírus encontrados no computador.

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94

Os antivírus possuem uma base de dados contendo as assinaturas dos vírus que

podem eliminar. Essa assinatura é um pedaço do código do vírus que o identifica.

Dessa forma, somente após a atualização de seu banco de dados, os vírus recém-

descobertos podem ser detectados.

Alguns antivírus dispõem da tecnologia heurística, que é uma forma de

detectar a ação de um vírus ainda desconhecido através de sua ação no sistema do

usuário. Hoje em dia, os programas antivírus podem ter "Proteção em Tempo Real"

que detecta os códigos maliciosos desde o momento que você inicia o computador

até que o desligue. Essa tecnologia permite maior proteção ao usuário.

Figura 41 - Anti-vírus AVG

6.8 Firewall

Os firewalls (Figura 42) são programas desenvolvidos por empresas de

software, com o objetivo de evitar códigos maliciosos que se espalham pela

Internet e que se instalam sem que o usuário do computador infectado saiba. Eles

também protegem de ataques de programas espiões. Com relação à proteção contra

vírus, o programa vigia as “portas” do computador. As portas são a forma que o

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95

computador tem para controlar a comunicação entre o computador local e outro

computador remoto. Dessa forma, é fundamental a instalação de um firewall em

qualquer computador conectado à Internet, mesmo que por uma linha discada, para

estar protegido contra ataques de muitos vírus. O firewall também protege de

ataques pessoas que pretendem invadir o seu sistema, porque, ao vigiar o tráfego

das portas dos protocolos, conseguem detectar intrusões no seu sistema através de

um computador remoto.

Figura 42 - Firewall Pessoal Sygate

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1) O que é um programa utilitário?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2) O que é a fragmentação de disco e que prejuízos ele provoca ao computador?

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96

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

SÍNTESE

Nesta aula aprendemos a descrever o que são programas utilitários e também

a relacionar as diversas funções normalmente executadas por programas utilitários.

Com esta aula encerramos o módulo de Softwares Aplicativos e Sistemas

Operacionais.

Meus parabéns!

Softwares Aplicativos e Sistemas Operacionais

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97

REFERÊNCIAS

ABES - Associação Brasileira das Empresas de Software.

http://www.abes.org.br. Acessado em 20 de fevereiro de 2007.

Americanas.com. http://www.americanas.com.br/. Acessado em 20 de fevereiro de

2007.

Brasoftware. http://www.brasoftware.com.br/. Acessado em 20 de fevereiro de

2007.

CAMPOS, Augusto. O que é software livre. BR-Linux. Florianópolis, março de

2006. Disponível em http://br-linux.org/linux/faq-softwarelivre. Acessado em 29 de

janeiro de 2007.

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SOBRE O AUTOR

O professor Marco André Lopes Mendes é Mestre em Ciência

da Computação pela UFSC, Especialista em Redes de Computadores pela UFSC e

Tecnólogo em Processamento de Dados pela UDESC. Seu primeiro contato com a

Informática se deu no Curso Técnico em Processamento de Dados iniciado na ETT

em 1989. Depois disto, já fez análise de sistemas e desenvolveu softwares,

administrou redes de computadores e trabalhou com suporte ao cliente, entre outras

coisas. É professor de disciplinas relacionadas a Redes de Computadores, Sistemas

Operacionais e Programação tanto no curso superior quanto no ensino técnico

desde 1995. Atua ainda em consultoria, treinamento e cursos de extensão desde

1992, tendo desenvolvido vários matérias didáticos e apostilas ao longo deste

período. Você pode contactá-lo pelo endereço de correio eletrônico

[email protected]. Para saber mais sobre o Prof. Marco André Lopes Mendes,

faça uma pesquisa pelo nome dele no google.