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    Programa de FormaoTcnica Continuada

    Proteo contra descargasAtmosfricas

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    ndice1. Origem e formao das

    descargas atmosfricas..............2

    2. Os parmetros dos Raios...........4

    3. Classificao das instalaes.....4

    4. Tcnicas de aterramento............6

    5. Blindagem das instalaes.........8

    6. Proteo do circuitos de fora etelefonia......................................8

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    PROTEO CONTRA DESCARGASATMOSFRICAS

    1. Origem e formao das Descargas Atmosfricas

    O termo descarga atmosfrica designa genericamenteas descargas que ocorrem dentro das nuvens (asintra-nuvens) entre duas nuvens prximas (as inter-nuvens), e as entre nuvens e terra. J se tentou nadcada de 50, normalizar uma nomenclaturabrasileira, chamando de relmpago as descargasdentro ou entre nuvens e de raios as descargas paraterra. Como isto no foi conseguido o uso daexpresso "descarga atmosfrica" parece ser umasoluo razovel. Na literatura encontram-se as trsdesignaes como equivalentes. O termo "faisca"parece ter sido reservado a pequenas descargassimultneas com os raios e relmpagos ou partedeles. interessante observar que os aparelhos ou

    dispositivos usados para proteo contra os efeitosdas descargas atmosfricas so designados por pra-raios sugerindo que deveramos usar o termo "raios"para as descargas entre nuvem e terra que soaquelas para as quais so construdos essesaparelhos e dispositivos.

    H vrias representaes e teorias para representar eexplicar a formao das cargas e o modelo dasnuvens.

    A representao mais comum entre os eletricistas a

    representao bi-polar: a nuvem seria representadapor um enorme bipolo com as cargas positivas naparte superior e as negativas na inferior.Esse bipolo teria uma altura de 10 a 15 km e extensode alguns km2.

    Por esse modelo a diferena de temperatura entre abase e o teto da nuvem (65 a 70 graus Celsius)provoca a formao de correntes ascendentes nocentro da nuvem e descendentes nas bordas. Essascorrentes de ar deslocando as partculas provocaria oatrito e conseqente carregamento, formando assim obipolo. A diferena de velocidade entre os ventostransversais na base e no teto da nuvem pode causaruma deformao da nuvem que assume o aspecto de"bigorna ".

    A existncia de uma base carregada negativamenteinduz a separao das cargas na terra, formando-seuma rea com cargas positivas sob a nuvem e comcargas negativas em regies afastadas.

    Quando h uma descarga terra - nuvem queneutraliza a base da nuvem, as cargas positivas dotopo da nuvem vo neutralizar as cargas negativas daterra fechando o circuito eltrico. Enquanto adescarga ascendente tem uma seco muito pequenae alta densidade ( alguns kA/cm2) a corrente

    descendente ocupa uma seco muito grande e adensidade muito baixa ( frao de A/m2).

    A descarga terra nuvem no modelo usado peloseletricistas a descarga de retorno : inicialmente tem-se uma descarga dentro da nuvem e em seguida a elauma descarga descendente nuvem - terra (denominada lder) de intensidade baixa.

    Quando essa descarga se aproxima da terra, ascargas desta vo se agrupando, aumentando o campoeltrico e dando origem a pequenas descargas

    ascendentes (lideres ascendentes). O encontro de umou mais desses lideres ascendentes com o lderdescendente (que tem alguns ramos ou braos) formaum caminho ionizado entre a nuvem e a terra pelo

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    qual escoar uma corrente de alta intensidadedenominada corrente de retorno.

    Essa descarga de retorno, sendo de grandedensidade causa aquecimento do ar e a suaexpanso produzindo um rudo (trovo) ouvido a 20ou mais km de distncia. A temperatura no centro docanal do raio atinge dezenas de milhares de graus

    Celsius e a intensidade da corrente atinge dezenas oumesmo centenas de kilo-amperes.

    As descargas que, como as descritas acima, seoriginam da parte da nuvem com cargas negativasso chamadas raios negativos, acreditando-se que90% das descargas terra so desse tipo.Quando as nuvens so mais baixas podem ocorrerdescargas originadas na parte superior que contem ascargas positivas das nuvens. Estas descargas so,regra geral, de maior intensidade que as anteriores eso denominados raios positivos.

    Nas montanhas e nas estruturas altas (como torres detelecomunicaes) o lder que d origem descargapode ser ascendente e a descarga de retorno serento da nuvem terra, podendo ser negativa oupositiva.

    Os raios negativos terra - nuvem, pela sua maiorfreqncia, so os mais estudados e os modelosexistentes para proteo de estruturas ou linhas detransmisso consideram somente essas descargas.

    Para se dimensionar os componentes dos sistemas

    de proteo contra descargas atmosfricas (SPDA)das estruturas, no entanto, so considerados ambosos tipos de descarga (positiva e negativa) de modoque se a distribuio no for a considerada acima (90e 10%) no ser necessrio alterar as normas quantoao dimensionamento dos componentes.

    possvel que se consiga, algum dia, modelartambm as descargas positivas e nesse caso poderiasim, ser necessrio aumentar o nmero de captores

    (proteo pelo Modelo Eletro-Geomtrico ou pelomtodo de Franklin) ou diminuir o espaamento entreos condutores (mtodo das malhas ou gaiolas). Como

    as estatsticas de falhas admitidas para os SPDA tmconcordado com a teoria em que foram baseadas,no h, num futuro previsvel necessidade dealterao dos dimensionamentos das protees.Quanto intensidade e durao das correntes dosraios so considerados dois tipos bsicos: altaintensidade (dezenas de kA) e curta durao (dezenasde ns) e baixa intensidade (dezenas de A) e longadurao (dezenas ou centenas de ms).

    As descargas ascendentes no conseguem, namaioria dos casos, neutralizar toda a carga da nuveme podem ocorrer no mesmo canal (ou canais

    derivados dele) outras descargas formando o que seconvencionou chamar de raio mltiplo que pode terat 30 ou 40 descargas, mas tm uma mdia de 3 ou4 descargas. Em lngua inglesa uma descarga terra denominada "stroke" e um conjunto de strokes damesma descarga denominado "flash". Entre osstrokes e aps o ltimo stroke tem-se uma correntede baixa intensidade e de longa durao.

    interessante observar que a primeira descarga deretorno (stroke) tem maior intensidade que a segunda,mas esta tem uma taxa di/dtmaior que aquela.

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    2. Os parmetros dos raios

    Para o dimensionamento dos componentes dos SPDAassim como das alturas e afastamentos de captoresverticais e horizontais devem ser consideradas aindaa carga total em coulombs ( de um flash) que o SPDAdeve receber e conduzir para terra.

    Baseando-se em levantamentos feitos em vrioslaboratrios espalhados pelo hemisfrio norte e um nohemisfrio sul (na frica do Sul) foram construdosgrficos e tabelas atravs dos quais possvelexprimir cada parmetro dos raios em funo dagrandeza e da respectiva probabilidade.

    No projeto 81 (Secretariat) 57.1993 da IEC que deverser discutido pela comisso 81.1 da ABNT foramadotados os seguintes valores para os parmetros doprimeiro stroke E:a)Corrente (valor de crista)Para o Nvel I: 200 kAPara o Nvel II: 150 kAPara os Nveis III e IV: 100 kA

    b)Tempos de frente t1 e de cauda t2 vlidos paratodos os nveis t1 = 10 ms t2 = 350 msc)Carga em Coulombs de um "stroke " de curtadurao Para o nvel I = 100 C Para o nvel II = 75 C Para os nveis III e IV = 50 Cd)Para a energia especifica W/R total (do flash) dadaem MJ/ Para o nvel I = 10 MJ/ Para o nvel II = 5,6 MJ/

    Para os nveis III e IV = 2,5 MJ/

    Para o stroke subsequente foram adotados:a)Valor de crista da corrente Para o nvel I : 50 kA Para o nvel II : 37,5 kA Para o nveis III e IV : 25 kAb)Tempos de frente e de cauda t1 = 0,25 ms e t2 = 100 ms para todos os nveisc)inclinao mdia (entre 30% e 90%) Para o nvel I : 200 kA/ms Para o nvel II : 150 kA/ms

    Para os nveis III e IV : 100 kA/ms

    Nota-se que por esses levantamentos a correntemdia de 35kA e que nos levantamentos feitos pelaCEMIG de 45kA, aproximadamente, mas os valoresmais altos coincidem em todas as pesquisas. Srecentemente tm sido registrados casos muito rarosde correntes acima de 300kA que so denominadossuper-raios. preciso ainda verificar se as correnteso mesmo to elevadas ou se so erros de medio.

    Para as descargas de longa durao foram adotados:a)Carga Q1 Para o nvel I : 200 C Para o nvel II : 150 C Para os nveis III e IV : 100 Cb)Durao (tempo durante o qual a corrente ficaacima de 10% do valor de crista) Para todos os nveis: 0,5s.

    3. Classificao das Instalaes.

    3.1 Segundo a norma ANSI C62.41-1991

    Inicialmente a referida norma divide os ambientes das

    instalaes em que podem estar os equipamentos emCategorias de Localizao: A, B e C com solicitaescrescentes de A para C. Basicamente o ambiente A dos ramais, o B dos quadros de distribuio e C das entradas.

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    Alm de localizao considerada tambm aexposio aos surtos: baixa, mdia e alta e ascategorias passam a ser denominadas com um ndiceadicional. Exemplo: A1, A2, A3. A exposio considerada alta quando o ndice cerunico da regio elevado, a estrutura est em situao isolada e aslinhas so expostas (no correm entre prdios deconcreto mais altos ou se subterrneas esto em

    dutos no metlicos). considerada baixa se o ndice cerunico baixo, aestrutura est entre outras mais altas e as linhasesto blindadas pelas estruturas vizinhas. Umexemplo de alta exposio o de um edifcio isoladoem zona rural situado no alto de um morro em zonade ndice cerunico maior que 80.

    Para cada situao, com base em levantamentosestatsticos, so dadas estimativas das tenses ecorrentes com formas de onda padronizadas.

    As duas ondas padronizadas so:

    1. Onda amortecida (ring wave) 0,5 ms - 100 kHz:uma onda senoidal exponencialmente amortecida queatinge o valor de crista em 0,5ms e depois oscila coma freqncia de 100 kHz.

    2. Onda combinada (combo wave): 1,2/50 ms - 8/20ms: a onda produzida por um gerador de impulsoque em vazio fornece um impulso de tenso com aforma 1,2/50 e em curto circuito fornece uma onda decorrente da forma 8/20. Nos USA denominado

    gerador Combo e na Europa conhecido comogerador hbrido.

    A onda amortecida 0,5 us - 100 kHz representa odeslocamento ao longo da fiao de um impulsounidirecional de tenso aplicado na entrada dainstalao.

    Por esse motivo ela no especificada para acategoria C. Por outro lado, o impulso unidirecionalno especificado para a categoria A porque aopassar pela fiao sofre modificao pelasindutncias e capacitncias da fiao, tonando-seuma ring wave.

    A onda amortecida tem os seguintes valores definidos

    para tenso, corrente e impedncia efetiva (tabela 1).A onda combinada tem os seguintes valoresespecificados:(tabela 2)Os valores de tenso e corrente (de crista) so osesperados em cada uma das localizaes.

    3.2 Segundo as Normas IEC

    A IEC 664-1 divide as instalaes em quatrocategorias I, II, III e IV, desde a entrada (I), quadro dedistribuio (II) e ramais (III). A categoria IV dosequipamentos que sero ligados aps a categoria III

    e que devero ter uma proteo adicional, comreduo da tenso por um dispositivo de proteocontra surtos. A IEC 664-1 fornece tabelas com osvalores das tenses mais comumente utilizadas e astenses que devero ser suportadas pelosequipamentos nas diversas categorias.

    A tendncia dentro do Comit 81 da IEC introduzir oconceito de zonas de proteo da compatibilidadeeletromagntica ou tambm chamada proteotopolgica Em cada interface entre as zonas deveroser instalados dispositivos de proteo contra surtos

    (SPD, conservando a abreviao em ingls) a seremdimensionados de acordo com a tenso e correnteque podem chegar a essa interface. Para isso, osfabricantes de SPD's devero fornecer no s atenso residual (ou de grampeamento) mas tambm acorrente que poder passar para o SPD seguinte oupara o equipamento protegido.

    Nas entradas das instalaes devero, por essafilosofia, ser instalados pra-raios de grandecapacidade de escoar correntes de impulso e quesero denominados pra-raios de corrente; os demaissero denominados pra-raios de tenso ousupressores de surtos. Uma das dificuldades adeterminao da capacidade desses pra-raios decorrente: se compararmos as correntes dos raios parao nvel III (100 kA) com a capacidade atual pedidapara os pra-raios de baixa tenso (5kA), vemos que muito grande a diferena entre esses dois valores.Quando cai um raio em uma edificao considera-seque 50% da corrente vai para o sistema deaterramento e que o restante sai pelas tubulaesmetlicas e fiaes que penetram na estrutura. Se aproteo for de acordo com o nvel I ( as correntes deprojeto so de 200 kA) as tubulaes forem de

    plstico e o circuito for monofsico, sairo peloscondutores correntes da ordem de 100kA; este umcaso extremo que alguns consideram exagerado eimpossvel de acontecer enquanto outros consideramque o pior caso que deve ser considerado.

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    Os equipamentos, por sua vez devero serespecificados pelas tenses e correntes suportveis eno s pelas tenses como atualmente. Os protetoressero considerados quadripolos caixas pretas, querecebendo uma tenso e uma corrente, deixaropassar uma tenso e uma corrente menores.Estes valores sero comparados com ascaractersticas dos SPD seguintes ou com as

    caractersticas suportveis dos equipamentos.Essa filosofia ainda demorar algum tempo para serimplantada pois depender do de acordo de vriascomisses de diferentes comits como os de proteo(81), coordenao de isolamento (28) instalaes (64)e para raios (37). Foi formado um grupo de estudocom representantes dos vrios comits que deverelaborar um documento a ser aprovadoindependentemente por cada um deles. Estima-se em2 a 3 anos o tempo necessrio para se chegar a umconsenso e elaborar um documento geral a sersubmetido aprovao dos diferentes pases o que

    no dever acontecer antes do ano 2.000.A ABNT tem adotado como procedimento bsicoseguir as normas da IEC mas neste caso, enquantono for publicado o documento final da IEC poderiaser elaborado um documento baseado na normaANSI acima referida sob a forma de um guia para noficarmos no vazio. Baseando-nos nesta normaapresentamos a seguir as recomendaes paraproteo dos circuitos de fora e de telefonia.

    4. Tcnicas de Aterramento

    4.1: A finalidade

    A finalidade do aterramento nas instalaes desistemas de proteo contra descargas atmosfricas(SPDA) dissipar no solo as correntes dos raiosrecebidas pelos captores e conduzidas pelas

    descidas. Quando da dissipao devem ser satisfeitasas seguintes condies: No devem surgir diferenas de potencial

    entre equipamentos ou partes de um mesmoequipamento;

    No devem surgir no solo diferenas depotencial que causem tenses de passo perigosas spessoas;

    No devem surgir entre as partes metlicase o solo diferenas de potencial que causem tensesde toque ou descargas laterais s pessoas.

    Para serem satisfeitas essas condies procura-se,

    equalizar os referenciais de potencial das diferentesentradas (fora e telefone, por exemplo) de modo queno surjam diferenas de potencial perigosas aosequipamentos. preciso que as massas dosequipamentos sejam tambm mantidas ao mesmopotencial das alimentaes e dos prdios para queno surjam diferenas de potencial perigosas spessoas que estiverem em contato com osequipamentos.

    Lo ca l Ex po si o Te n s o (kV ) Co rre n te (kA) Im pe d n cia (oh m s)

    A 1 B a i x a 2 0 ,07 30

    A 2 M d i a 4 0 ,13 30

    A 3 A lta 6 0 ,2 30

    B 1 B a i x a 2 0 ,17 12

    B 2 M d i a 4 0 ,33 12

    B 3 A lta 6 0 ,5 12

    Tabela 1- Valores usuais para onda amortecida.

    L o ca l Ex p o si o T e n s o (kV ) Co rre n te (kA) Im p e d nc ia (oh m s)

    B 1 B a i x a 2 1 2

    B 2 M d i a 4 2 2

    B 3 A lt a 6 3 2

    C 1 B a i x a 6 3 2

    C 2 M d i a 1 0 5 2

    C 3 A L T A 2 0 10 2

    Tabela 2- Valores usuais para onda combinada.

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    Fazer o aterramento em anel ou emanel comhastes verticais para que a distribuio do potencialno terreno seja mais "suave".

    Um revestimento do terreno com umacamada de concreto ou asfalto de pelo menos 5cmreduz as correntes que podem passar pelo corpo daspessoas que estejam em rea aberta durante as

    trovoadas.Afastar as pessoas das descidas, aumentar o

    nmero de descidas, diminuir a indutncia dasdescidas e revestir o solo como indicado acima.

    Com isto os riscos a que as pessoas esto sujeitasso reduzidos ao mnimo.

    4.2 O valor da resistncia

    A norma NBR-5419.1993 fixa em 10o valor mximode referncia. Este o valor que se deve procurar

    atingir. Reconhece-se que em terrenos de altaresistividade difcil conseguir valores dessa ordem.Para baixar a resistncia, deve-se:

    Fazer um tratamento das hastes verticais,instalando-as dentro de furos de 30cm de dimetro,com a profundidade da haste, preenchidos combentonita.

    Aumentar o nmero de hastes em paralelo, o que,muitas vezes no prtico . Com o tratamentoconsegue-se reduzir a resistncia de 30,40 ou 50%do valor original sendo melhores os resultados paraos valores mais altos.

    4.3 A medio da resistncia de terra

    Quando se mede a resistncia de terra de um sistemade aterramento, instalando-se sonda auxiliar decorrente a uma distncia grande (maior que de 10 a20 vezes a dimenso mxima da malha) e variando aposio da sonda de tenso obtm-se uma curva cujoaspecto tpico o seguinte:

    No tem significado, pois, na medio a distnciaspequenas, estaremos no trecho inicial da curva enunca saberemos o valor real da resistncia de terra.Este o caso da medio da resistncia de terra dosanis em torno dos prdios.

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    5. A blindagem das instalaes

    Para reduzir os campos eletromagnticos geradospelos raios e que podem causar sobretenses nasfiaes ou diretamente nos aparelhos e equipamentos, deve-se instalar os condutores dentro de canaletasou leitos de cabos metlicos contnuos e aterrados; seessas canaletas ou leitos forem fechadas a blindagem

    ser maior; o mesmo resultado se obtm instalandoas fiaes dentro de eletrodutos metlicos contnuos eaterrados.A ferragem das telhas de concreto protendido ou daslajes de concreto armado tambm oferecem umacerta blindagem, diminuindo as tenses induzidas nasfiaes.

    No caso da alimentaes dos EES (equipamentoseletrnicos sensveis) ou de linhas de dados recomendvel usar uma boa blindagem comorecomendado acima. recomendvel, pois, aterrartodas as canaletas, calhas, dutos e eletrodutos

    metlicos, e fechar aquelas com linhas de dados,telefonia ou de alimentao de EES.

    5.1 Influncia da ferragem do concreto armado nablindagem das instalaes.

    Quando a ferragem do concreto armado amarrada,conectada ou soldada de modo a se ter uma malha(gaiola) metlica envolvendo o edifcio tem-se umablindagem natural que vai reduzir os camposmagnticos e portanto as tenses induzidas noscondutores. Se essa gaiola for usada como parte do

    sistema de proteo contra descargas atmosfricas(SPDA) como a tendncia atual , as correntes dosraios passaro ao longo de seus condutores.

    Embora ainda no haja um procedimento de clculoda atenuao obtida com essa Gaiola possvel fazeruma estimativa.

    O projeto 81/1312-2 da IEC d uma indicao paraessa estimativa, comparando a blindagem de umaestrutura de concreto armado com a obtida por umaproteo pelo nvel I, na qual os condutores dedescida de 8mm de dimetro esto afastados de umadistncia de 10m.

    Assim, obtm-se uma melhoria de 55,8dB ou umablindagem 615 vezes melhor, se as paredes tiverembarras de 12mm de dimetro distanciadas de 10 cm.Se a distncia for aumentada para 20 cm e as barraspara 18mm de dimetro o ganho ser de 47,5dB ou237 vezes. Se a distncia entre as barras foraumentada para 1m usando-se barras de 50mm dedimetro a melhoria ser de 24,2 dB ou 16,2 vezes. interessante observar que as normas de telefoniapedem que a proteo dos edifcios prontos que

    devam receber novas centrais telefnicas seja feito nonvel I incrementado (com distncia entre as descidasde 2,5m ou menos ao invs dos 10m, como pedem aIEC 1024 e a NBR 5419.1993 para o nvel I).

    Em um prdio que v abrigar EquipamentosEletrnicos Sensveis (EES) possvel em casosespeciais instalar telas de fios soldados (TELCON)interligadas ferragem das vigas, colunas e lajes ecom isso obter redues maiores que as indicadasacima.

    Em um prdio pronto deve-se aumentar o nmero de

    descidas.5.2 Influncia da topologia

    Quando se tem em uma instalao dois ou mais EESalimentados por linhas de fora e linhas de dados (oude sinal) possvel, por uma melhoria da topologiareduzir a rea envolvida e portanto as tensesinduzidas.

    Assim, por exemplo, as fiaes de dados e de forade um computador devero correr prximas uma daoutra para reduzir a rea entre elas; a proximidade

    no pode ser muito grande pois poder haverperturbao nos sinais pelo campo magntico geradopela corrente do condutor de fora. As letras nosmonitores ficariam " tremendo" e dificultando oumesmo impossibilitando a leitura. Um afastamento de30 cm considerado satisfatrio. O mesmo se podedizer para uma instalao de um televisor em que ocabo da antena desce muito afastado da linha defora.

    Nota:

    Chamamos a ateno para o fato de que aproteo pelo mtodo da gaiola no assegura queo campo ser nulo em todo o interior da estruturacomo em geral se admite. De fato, quando a gaiola atingida por um raio, o campo s ser nulo se acorrente se distribuir uniformemente por todos oscondutores da gaiola e assim mesmo s no centroda gaiola. Devemos nos preocupar com asvizinhanas dos condutores da gaiola porque emtorno deles haver um campo magntico quepoder induzir tenses em condutores paralelos aeles. Assim, as fiaes que correrem paralelas aoscondutores de descida ou aos condutores de umamalha instalada na cobertura devem serinstalados dentro de tubulaes ou calhasmetlicas aterradas como indicamos acima. Dequalquer maneira, o risco s pessoas desprezvel.

    6. Proteo dos circuitos de fora e de telefonia

    6.1.Circuitos em mdia tenso.

    Estes circuitos esto normalmente protegidos porpra-raios de 12kV, 5kA os quais eram at pouco

    tempo atrs do tipo vlvula com centelhador masatualmente esto sendo trocados por outros do tiposem centelhador com varistor de ZnO.

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    Algumas concessionrias, em alguns circuitos, utilizampra-raios de 10kA que apresentam um melhor nvel deproteo e uma maior durabilidade, mas na maioria doscasos eles no apresentam muita vantagem emrelao queles de 5 kA. Os pra-raios de mediatenso deixam passar surtos de tenso da ordem de 40a 50kV os quais pela capacitncia parasita entre osenrolamentos do transformador passam para o

    secundrio com valores da ordem de 4 a 6kV. Comotenses desta ordem de grandeza no so suportadaspor aparelhos mais sensveis, torna-se necessrioinstalar protetores tambm na B.T. dostransformadores. H tambm o risco de sereminduzidos surtos de tenso diretamente nos circuitossecundrios, quando estes so longos e expostos aoscampos gerados pelos raios (quer sejam circuitosareos, quer sejam subterrneos e no estejam dentrode tubulaes metlicas aterradas).

    6.2.Circuitos em Baixa Tenso.

    A condies iniciais para uma adequada proteointerna so:

    As barras de Neutro (N) e proteo (PE ou T) devemestar interligadas e aterradas, na origem da instalao

    Deve haver um Terminal de Aterramento Principal(TAP ou LEP ou ainda BAP) no qual devem estarinterligados os N e PE assim como toda tubulaometlica que entre na edificao e os terminais terrados protetores. Do TAP deve sair uma s ligao aoaterramento geral da instalao que na maioria doscasos o anel de aterramento.

    A tenso entre o N e o PE nos quadros dedistribuio deve ser inferior a 1 (de preferncia) ou 2Volts se houverem EES ligados a esses quadros.Quando as tenses so altas porque est havendo

    um desequilbrio muito grande entre as cargas ouquando o condutor de Neutro no est devidamentedimensionado. A conseqncia o aparecimento derudos nos Computadores ou outros EES.

    Se as tenses forem muito mais altas porque halgum erro de instalao e se forem nulas porqueem algum ponto o N e o PE esto interligados.

    Na entrada da instalao de telefonia deve haverum TAT (terminal de aterramento detelecomunicaes) aonde deve estar ligados ablindagem do cabo telefnico, os terras dos protetores

    instalados no DG(Distribuidor Geral), e as estruturasdos quadros, painis, leitos e demais componentesmetlicos. Este TAT dever estar ligado ao TAP.

    6.3 A escolha dos protetores de fora

    Uma vez decidido que se deva fazer a proteo doscircuitos secundrios, a escolha das caractersticasnominais dos vrios dispositivos disposio deve serfeita de acordo com o grau de exposio dainstalao, com o nvel de trovoadas da regio (nvelcerunico), com a posio do componente no circuitoe com a suportabilidade do equipamento que se

    deseja proteger. Assim que os dispositivos queestejam mais perto das fonte sero de maiorcapacidade que os seguintes e os mais prximos dacarga devero apresentar o melhor nvel de proteo. a proteo escalonada. As normas americanas eeuropias coincidem neste ponto, divergindo no modode escalonar os dispositivos. A norma mais antiga aANSI C 47.62 enquanto a da IEC est em fase final deprojeto. Ser uma complementao da IEC 1024-Ique serviu de base para a NBR-5419.1993.

    Na sada dos transformadores so especificados

    pra-raios de 40 ou 50 kA (que pelo projeto da IECso designados pra-raios de corrente) nos quadrosde distribuio so usados protetores de 8 a 10kA ejunto s cargas mais sensveis so especificadossupressores de surto de 2 a 4 kA. preciso que entredois dispositivos de proteo existam pelo menos 15metros de condutor para que o instalado mais longeda fonte no atue antes e tenha que descarregarcorrentes acima de sua capacidade. Note-se que acorrente nominal dos protetores de baixa tenso acorrente que ele capaz de escoar uma nica vez.

    Para outras corrente menores o fabricante forneceuma curva de durabilidade; costuma-se escolher acorrente que ele capaz de escoar um nmeroelevado de vezes em relao probabilidade deocorrncia dessa corrente.

    6.4 Proteo de telefonia e proteo de cabos dedados

    As centrais telefnicas eletrnicas tm umasuportabilidade aos surtos muito mais baixa que asantigas centrais eletromecnicas. Por esse motivo nose pode usar para proteg-las os tradicionais mdulos

    que contm somente centelhadores a gs ou estescom bobinas trmicas, os quais reduzem os surtos avalores da ordem de 700 a 800V. Para este tipo decentral so usados protetores hbridos com umcentelhador e um varistor ou centelhador e diodo de

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    surto (Transzorb ou TAZ ou ainda Tranzil). Maisrecentemente surgiram no mercado mdulosprotetores totalmente de estado slido,com um ou dois componentes (tiristores). Com oshbridos ou com os de estado slido as tenses soreduzidas a valores da ordem de 200 a 300V ou ainda

    menos, dependendo da tenso de operao.

    Os mdulos MPH 160 padro Telebrs satisfazem scondies de proteo das centrais eletrnicas. preciso sempre verificar os componentes dosmdulos encontrados nos representantes edistribuidores pois frequentemente encontram-semdulos de mesma cor mas com componentes muitodiferentes. melhor comprar sempre diretamente dofabricante, o qual responde pelo produto.

    Estes mdulos devem ser instalados no DG, nos

    troncos e nos ramais que saiam para fora do prdioda administrao. Quando as linhas de parestelefnicos vo para outros prdios deve-se instalarprotetores anlogos nas entradas dos prdios ou juntoaos aparelhos, com os terminais terra ligados ao TAPou ao condutor PE mais prximo, no prdio. Se nohouver um quadro com a base para os mdulos eforem poucas linhas, existem protetores com osmesmos componentes para 2 a 6 ou 8 linhas.

    Para as linhas de dados a filosofia a mesma: usam-se protetores hbridos mas aqui , com trscomponentes, a saber: um centelhadorparadescarregar a maior parte da energia do surto, umvaristorpara abaixar a tenso que o centelhadordeixou passar e um diodo de surtopara dar a

    proteo fina.

    Como os componentes de informtica trabalham comtenses baixas (5 a 25Volts) consegue-se um nvelmuito bom de proteo fina, cerca de 10 % acima datenso de operao. Esses protetores so fabricadospara cabos coaxiais ou pares de condutorestelefnicos em peas para dois ou quatro condutores (

    um ou dois pares).6.5 A proteo da cmeras de TV para vigilncia

    As cmeras de TV ficam em posio muito exposta sdescargas atmosfricas diretas e aos efeitos indiretosdas descargas que caem nas proximidades , num raiode 1 a 2 quilmetros.

    Normalmente so dois os pontos fracos quenecessitam da instalao de protetores :

    os cabos coaxiais de interligao entre ascmeras e entre estas e a central;

    a alimentao de fora dos motores demovimentao, normalmente em 110V ou 220V.

    Quando os cabos de informao so de fibra tica,fica dispensada a proteo, j que eles so imunes sradiaes eletromagnticas.

    Podero ser danificados os conversores sinal eltrico- sinal luminoso e vice versa na sua alimentao.

    A alimentao de fora das cmeras precisa ser

    protegida por varistores de capacidade elevada (15 kApara cima) ou conjuntos de varistores e centelhadorescom a mesma capacidade. Se forem usados estesltimos ser necessrio prover a alimentao defusveis que cortem a alimentao quando oscentelhadores ficarem em "curto" como normalmenteacontece, quando a tenso de alimentao superiora 20/30V.

    Para evitar a queda de raio diretamente sobre acmera so instalados normalmente hastes tipoFranklin.