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    APOSTILA - TEOLOGIA REFORMADAAula n 1

    Introduo Esta disciplina se prope a ser uma introduo tradio reformada, e no uma histria

    das igrejas reformadas nem uma declarao abrangente da f e prtica reformada. Procuraremos compreender o desenolimento desta teologia e sua contribuio para apr!is pastoral da igreja.

    Origem do termo Re!orma " tradio reformada no pode ser definida com preciso. Ela entendida, de modogeral, como o padro do cristianismo protestante #ue tem suas ra$%es na reforma do sculo&'(. " palara )reformado) tem origem na *nfase #ue os reformadores su$os deram reforma da (greja segundo a Palara de +eus. +urante o sculo &'(, o termo foi aplicado atodas as igrejas protestantes, como ocorreu com a palara )eanglico). desejo de reformar a ida toda, segundo a Palara de +eus, foi um compromissoabrangente e o fundamento bsico para a#ueles #ue continuaram a desenoler a tradioteolgica reformada.

    Ecclesia reformata reformanda est -" igreja, tendo sido reformada, ainda precisa serreformada/.

    Filme" Lutero

    Aula n #

    O Surgimento Da$ Igre%a$ Re!ormada$ s reformadores protestantes nunca aceitaram a idia de #ue estaam enolidos emum noo empreendimento, isto , para eles a histria da (greja comeou com "do. Eles seentendiam como participantes de uma reforma do poo de +eus, segundo a Palara de +eus.0enhum protestante dataria a origem da (greja a partir do sculo &'(. " reforma protestante erauma reforma e no um comeo.

    " palara protestante parece negatia aos ouidos modernos, mas seu uso original foipositio. " reforma foi acima de tudo uma proclamao positia do eangelho cristo. Ela nuncadependeu negatiamente de fa%er uma oposio, pois foi, em primeiro lugar, uma declaraosolene pela erdade da Palara.

    A Re!orma na Aleman&a ' Martin&o Lutero " reforma luterana tee sua origem nos conflitos pessoais de 1artinho 2utero, #ue iiaatormentado pela pergunta3 como pode um ser humano pecador permanecer na presena deum +eus justo4 "s 0oenta e 5inco 6eses, de 78 de outubro de 898:, abordaram uma ampla ariaode prticas corruptas da igreja, mas seu centro foi a proclamao do amor perdoador de +eus.

    " descoberta da graa de +eus no foi e!clusia nem e!c*ntrica. "o contrrio, iluminoumultides oprimidas pela predominante religio das boas;obras, #ue pregaa a necessidade de

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    con#uistar o faor diino. Por causa das 0oenta e 5inco 6eses, debates, te!tos e pregaesde 2utero houe um grande despertamento da f crist, #ue se transformou na reformaluterana. +esta reforma nasceu a (greja 2uterana.

    A Re!orma na Su(a ' )u(nglio e *al+ino " reforma na u$nglio

    >u$nglio reconhecido com justia como o primeiro reformador su$o. ?oi suapersonalidade poderosa, sua habilidade como membro da igreja e pregador #ue precipitaram a@eforma, mas foi Aoo 5alino #ue deu sustentabilidade a reforma por meio de sua teologia. " *nfase radical da reforma su$a em seguir a Palara de +eus deu origem adesignao )reformada). >u$nglio acreditaa #ue a (greja seria purificada e reformada pelo

    estudo e pregao das Escrituras. Para ele a B$blia era a autoridade m!ima na ida da (greja. "s controrsias luteranas e reformadas no final do sculo &'(, especialmente sobre ossacramentos e o culto, deram *nfase ao carter mais radical da reforma su$a e contribu$ram,proaelmente, para a sua diferenciao.,a idade de Gene/ra - *al+ino Em Cenebra, a reforma comeou sob a liderana de um inflamado franc*s chamadoCuilherme ?arel -8DF;89G9/. Entretanto, o grande trabalho de reforma de Cenebra seriacondu%ido por outro franc*s Aoo 5alino -89HF;89GD/." autoridade da B$blia tee especial importIncia na sua conerso ao protestantismo e eleprocurou purificar a igreja fa%endo;a retornar sua fonte na reelao. Publicou a mais

    influente declarao da f crist, a (nstituio da @eligio 5rist, conhecida como )"s(nstitutas). @eformou o culto, dando inicio e apoiando o desenolimento do

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    Belga. 5om algumas modificaes, foi declarada como 5onfisso da (greja Jolandesa,juntamente com o 5atecismo de Jeidelberg e os 5Inones de +ort.

    " igreja da Jolanda desenoleu um trabalho teolgico diligente e hbil, tornando;seum centro muito influente do pensamento reformado no final do sculo &'( e no sculo &'((.6ambm foi o cenrio do mais conhecido debate teolgico do in$cio da histria

    reformada. Arm(nio -89GH;8GHF/, #ue tinha ra$%es tanto na tradio holandesa #uanto nateologia reformada de Cenebra, procurou modificar a doutrina da predestinao de 5alino,especialmente em sua forma e!agerada defendida por Comaro, um homem holand*s, e6eodoro Be%a, o sucessor de 5alino em Cenebra.

    "rm$nio estaa muito preocupado em refutar a doutrina da graa irresist$el, emboraele mesmo sempre insistisse em di%er #ue ningum se olta para +eus a no ser pela suagraa.

    " amarga controrsia #ue se seguiu foi decidida pelo

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    Creio na Igreja Una... Creio na nica Igreja de Jesus Cristo...

    (sso implica di%er duas coisas3 Primeiro #ue a (greja indiis$el e em segundo #uee!iste somente uma (greja erdadeira. 6al confisso feita por crerem #ue todos os fiis sounidos a 5risto pelo mesmo Esp$rito, pela mesma f.

    +iante disso eles tinham #ue responder a uma pergunta crucial para seus dias3 5omo

    poderia a (greja indiis$el estar se diidindo4 Por #ue eles passaram a apoiar o cisma emrelao igreja @omana4

    s reformadores acreditaam na e!ist*ncia de duas igrejas3 a is$el e a inis$el.Visvel formado por todos os membros das igrejas locais e #ue so tambm

    membros da (greja inis$el se realmente conertidos -se erdadeiramente nasceram de noo/." (greja is$el era formada por cristos nominais e professantes.

    Invisvel formada por todos os santos -crentes/ de todas as pocas e lugares aerdadeira (greja de 5risto e a Nnica (greja de 5risto.

    " (greja inis$el e!clusia dos eleitos #ue conhecido unicamente por +eus.

    Entretanto bom nos lembrarmos #ue os reformadores sempre se posicionaram contraa e!ist*ncia de cismas nas igrejas. Estes s eram aceitos #uando uma igreja no possu$a ascaracter$sticas da erdadeira (greja.

    Calvino Pois o

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    Para os reformadores a sucesso apostlica sucesso na doutrina apostlica. '(ito n$o fa) o monge nem os bispos fa%em a (greja.

    Outra$ a!irma:e$ da !6 re!ormada .ue identi!ia+a a +erdadeira Igre%a"14; A Igre%a no 6 &ieru$nglio afirmaa #ue a (greja de 5risto era destacada por ser o poo cristo e no poruma hierar#uia institucionali%ada ; s pont$fices no so os senhores ou ju$%es da (greja, masso seus ministrosL.

    14= A Igre%a >ela ela ?di$ilina@s reformadores tinham grande %elo pela disciplina. Para 5alino, a disciplina era

    como os mNsculos ou ligamentos #ue unem os membros do corpo.5alino compreendia #ue a disciplina era necessria e em casos mais graes como o

    adultrio, o furto, o roubo, a sedio e o perjNrio, os transgressores deeriam sere!comungados. Em primeiro lugar para eitar a profanao do sagrado ministrio da 5eia do

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    #4 A i$o Pol(tia e Soial +esde os primrdios do cristianismo tem e!istido diferentes atitudes com respeito aogoerno e pol$tica na ida da igreja, algumas delas opostas entre si.

    Tertuliano declarou #ue Aerusalm e "tenas -o ensino cristo e a cultura grega/ no possuem

    nada em comum, e #ue os cristos, portanto, deeriam participar da ida cultural o menosposs$el.

    Ago$tin&o, cerca de dois sculos depois, #ue tambm e!erceu grande influ*ncia sobre outros

    c$rculos da igreja crist. "gostinho norteou a ida da igreja por rios sculos atras da suaobraA Cidade de *eus."li ele argumentou #ue o estado e a igreja so duas espadasLdebai!o do goerno de +eus, ambas serindo aos propsitos diinos, mas independentes entresi.

    Tom

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    Esse esp$rito da filosofia de 5alino atraessou o 5anal da 1ancha e entrou na Escciade Aohn Sno!, #ue foi um dos inspiradores do puritanismo na (nglaterra. Sno!, ao contrrio de2utero, no escudou;se na Escritura para ficar silencioso diante das injustias da sua rainha.Ele desafiou;a publicamente com todo o igor da sua f calinista. Ele cria #ue os goernoseram uma instituio diina, mas tambm cria #ue haia um senso de justia #ue tinha #ue ser

    implantado no seu pa$s. E a justia deeria comear com a rainha da Esccia. Por essa ra%o,na luta pela implantao dos princ$pios do reino de +eus, os disc$pulos de Sno!, dentro doParlamento, aproaam a e!ecuo da soberana -a rainha/ em nome do

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    o Essa crena, assim como o amilenismo, faorece o pluralismo de idias e a liberdade religiosa.

    o Coerno 5iil ; s pr;milenistas so totalmente faoreis a um regime democrtico #ue lhes

    permita a proclamao do Eangelho.o Ttica ciil ; 0o lutam para #ue os goernos tenham leis crists, mas #ue apenas haja liberdade

    para pregarem o Eangelho e #ue as mesmas sejam justas para todos os cidados. -Podemos

    afirmar #ue buscam leis #ue sejam sustentadas pela reelao natural e no pela reelaoespecial/.

    o" (greja age com tolerIncia as muitas idias -deemos respeitar a liberdade religiosa e de

    idias/.o s anabatistas os #ue defendiam a separao dos cristos nos problemas da sociedade.

    cristo tinha #ue se importar era com a salao -almaUesp$rito/ do pecador.o"creditam na descontinuidade do @eino de +eus temporal e no @eino de +eus #ue ir.

    P8$-mileni$ta$ ' Em eles #uerem uma transformao da sociedade atras da pol$tica.

    Estado dee seguir as regras diinas, estabelecidas em linhas gerais na Escritura -so osherdeiros mais pr!imos dos puritanos/.

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    1 ' Errando o Al+o " igreja crist tem sido acusada de ser o Nnico e!rcito #ue atira nos seus feridos. grau de erdade dessa acusao , muitas e%es, deido a mal;entendidos com relao disciplina eclesistica. 6ais mal;entendidos esto presentes em pelo menos dois grupos3 8/ os

    #ue aplicam a disciplinaM Q/ os #ue sofrem a aplicao da mesma. 5omo cada caso dee seranalisado indiidualmente, s nos cabe a#ui listar os mal;entendidos mais comuns em relao disciplina eclesistica.

    A4 Di$ilina e De$oti$mo 5om a subida ao poder do Partido 0acional na Vfrica do

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    6estamento eram conhecidos publicamente e e!ternamente eidentes, e muitos deles haiamcontinuado por um per$odo de tempoL. 5om relao autoridade, importante lembrar #ue a autoridade na disciplina nuncaem da#uele #ue a aplica, mas da#uele #ue a ordenou, sou seja, o 5abea e

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    reao do mesmo. Aesus, todaia, dirige nossa ateno para a alegre possibilidade de #ue talirmo nos oua.

    2 Admoesta,$o pri"ada

    0o caso de o ofensor no atender confrontao indiidual, Aesus ordena #ue haja

    admoestao priada -.8G/. 0esse caso, um nNmero maior de pessoas enolido. "principio, pode parecer #ue o objetio desse passo intimidar o ofensor. =ma ateno maior,porm, lea;nos a entender #ue o propsito do mesmo pode ser o de conscienti%ar o ofensor#uanto aos preju$%os de sua atitude para com a comunidade do corpo de 5risto. Em outraspalaras, nosso pecado tra% conse#X*ncias pessoais e coletias. "lm do mais, Aesus afirma#ue as outras pessoas enolidas nesse processo sero testemunhas. (sto uma refer*ncia prtica etero;testamentria de no se condenar algum com base em uma opinio pessoal-0m 79.7H, +t 8:.G/. 5om isso, a objetiidade do caso preserada, o #ue diminui as chancesde injustia, e o ofensor beneficiado.

    3 4ronunciamento p(lico -.8:/

    6al proceder nunca iolao de segredos, pois o ofensor deliberadamente recusou oscaminhos prios do arrependimento. +iante de tal pronunciamento cada membro do corpo de5risto dee orar pelo pecador, eitar comentrios desnecessrios -Q 6s 7.8D;89/ e igiar a siprprio -8 5o 8H.8Q/. 6al oficiali%ao pNblica da disciplina tra% implicaes temporrias emrelao aos sacramentos -8 5o 88.Q:/.

    5 E+clus$o p(lica

    Nltimo recurso da disciplina o da e!comunho -do latim e+, foraL, ecommunicare,comunicarL/, na #ual o ofensor priado de todos os benef$cios da comunho. 0esse caso, oofensor tido como gentio -a #uem no era permitido entrar nos trios sagrados do

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    #uais so as marcas da erdadeira igreja crist4 Para o reformador Aoo 5alino, tais marcasconsistem da proclamao da Palara, da administrao dos sacramentos e do e!erc$cio dadisciplina eclesistica.

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    das Escrituras no absoluta, mas depende do conte!to. 0em mesmo a lei moral de +eus absolutaM ela depende da situao. Essa proposta surgiu e se desenoleu dentro docristianismo tradicional, alcanando seguidores de todas as bandeiras denominacionais,praticamente sem restries. " lei no tem mais #ual#uer papel determinante na tica cristM o#ue determina a tica crist o principio do amorL, conclui o moimento. " conse#X*ncia

    dessa concluso #ue a graa suplanta a lei. "s decises ticas deem ser tomadas leando em considerao o principio do amor.6ome;se por e!emplo a #uesto do aborto no caso do estupro. "pro;lo nessas circunstIncias um ato de amor, baseado no principio do amor me #ue foi estrupada. u mesmo a#uesto da pena de morte. Ela no se encai!a no principio do amor ao pr!imo, e, portanto,no pode ser uma prtica crist. "t mesmo situaes como o dircio passam a ser aceiteispelo principio do amor. " separao de casais passa a ser aceitel pelo mesmo principio. mesmo acontece com o homosse!ualismo. "ceitar o homosse!ualismo passa a ser um ato deamor, e portanto, essa prtica no pode ser considerada como pecado, ou, se assimconsiderada, um pecado aceitel. 1as seria essa a erdadeira concluso do cristianismo e o erdadeiro ensino das

    Escrituras sobre a lei4 T isso #ue o estudo das Escrituras e o cristianismo histrico nosensinam4 0as pginas a seguir aaliaremos o pensamento de 5alino a respeito dessa#uesto e a aplicao calinista refletida na Confiss$o de

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    obediente e assim cumprir o seu papel. " obedi*ncia estaa associada manuteno dab*no pactual. " no obedi*ncia estaa associada a retirada da b*no e aplicao damaldio. " lei, portanto, tinha uma funo orientadora. ser humano, desde o principio,conheceu os propsitos de +eus atras da lei. 6endo #uebrado a leiM ele tornou;se ru damesma e recebeu a clara condenao proclamada pelo 5riador3 a morte.

    #ue acontece com essa lei depois da #ueda e da desobedi*ncia4 Ela tem o mesmopapel4 Ela possui diferentes categorias4 Por #ue +eus continuou a reelar a sua lei ao serhumano ca$do4

    5 ' De ue Lei E$tamo$ Falando " reelao da lei de +eus, como e!presso objetia da sua ontade, encontra;seregistrada nas Escrituras. Esse registro, #ue comeou nos tempos de 1oiss, fala;nos da lei#ue +eus deu a "do e tambm aos seus descendentes. Essa lei foi reelada ao longo dotempo. +ependendo das circunstIncias e da ocasio em #ue foi dada, possui diferentesaspectos, #ualidades ou reas sobre as #uais legisla. "ssim, importante obserar o conte!toem #ue cada lei dada, a #uem dada e #ual o seu objetio manifesto.

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    considerarmos #ue os tr*s aspectos da lei de +eus apresentados acima so distinesb$blicas, podemos afirmar3 ,o e$tamo$ $o/ a Lei *i+il de I$rael, mas sob o per$odo da graa de +eus, em #ueo eangelho atinge todos os poos, raas, tribos e naes. ,o e$tamo$ $o/ a Lei Religio$a de I$rael, #ue apontaa para o 1essias. Esta foi

    cumprida em 5risto, e no nos prende sob nenhuma de suas ordenanas cerimoniais, uma e%#ue estamos sob a graa do eangelho de 5risto, com acesso direto ao trono, pelo seu

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    dada para a ida, torna;se em ocasio de morte. =ma e% #ue todos so comproadamentetransgressores da lei, ela cumpre a funo de reelar a nossa ini#Xidade.

    94# - O $egundo u$o da Lei" 7$u$ *i+ili$ T a funo da lei #ue restringe o pecado humano, ameaando com punio as faltas

    contra ela mesma. T certo #ue essa funo da lei no opera nenhuma mudana interior nocorao humano, fa%endo;o justo ou reto ao obedec*;la. " lei opera assim como um freio,refreando as mos de uma ao e!tremaL. Portanto, pela lei somente o homem no se tornasubmisso, mas coagido pela fora da lei #ue se fa% presente na sociedade comum. Te!atamente isto #ue permite aos seres humanos uma coni*ncia social. 'iemos emsociedade, e a lei sere para nos proteger uns dos outros. 5om o tempo, o homem podeaprender a ier com tran#Xilidade por causa da lei de +eus #ue nos restringe do mal.

    ...tendo em "ista 6ue n$o se promulga lei para 6uem justo mas para transgressores ere(eldes irre"erentes e pecadores :mpios e profanos parricidas e matricidas #omicidas

    impuros sodomitas raptores de #omens mentirosos perjuros e para tudo 6uanto se op>e ? s$

    doutrina...

    "ssim, a lei e!erce o papel de coero para esses transgressores e eita #ue esse tipode mal se alastre ainda mais amplamente no seio da sociedade humana. Essa ao inibidorada lei cumpre ainda um outro papel importante no caso dos eleitos no regenerados. Ela serecomo um aio, um condutor a 5risto, como di% Paulo em Clatas 7.QD \ ...de maneira 6ue a leinos ser"iu de aio para nos condu)ir a Cristo a fim de 6ue f7ssemos justificados por f. +essaforma ela seriu a sociedade judia e sere sociedade humana como um todo ainda hoje.

    945 - O tereiro u$o da Lei Esse uso da lei lido para os cristos ensina;os, a cada dia, #ual a ontade de

    +eus.

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    Precisamos entender #ue 5risto satisfe% e cumpriu a lei de forma plena e completa. Eleno eio reogar a lei. ?aamos uma bree anlise de 1ateus 9.8:;8F.

    @$o penseis 6ue "im re"ogar a ei ou os 4rofetas; n$o "im para re"ogar "im paracumprir. 4or6ue em "erdade "os digoB at 6ue o cu e a terra passem nem um i ou til jamais

    passar' da ei at que tudo se cumpra. A6uele pois 6ue "iolar um destes mandamentosposto 6ue dos menores e assim ensinar aos #omens ser' considerado m:nimo no reino dos

    cus; a6uele porm 6ue os o(ser"ar e ensinar esse ser' considerado grande no reino dos

    cus.

    "lguns pontos interessantes so demonstrados por Aesus nessa passagem3 Ele eio cumprir a lei e no reog;la. " lei seria cumprida totalmente, em todas as suas e!ig*ncias e em todas as suas modalidades

    -moral, cerimonial e ciil/ en#uanto houesse sentido em fa%*;lo. "#uele #ue iola a lei pode chegar ao @eino dos 5us] -a#uele #ue iolar... ser considerado

    m$nimo no reino dos cus/. sermo do monte um sermo para crentes e o te!to pode ser

    entendido dessa forma. "#uele #ue cumpre a lei ser considerado grande no @eino dos 5us.

    5omo entender essas concluses de Aesus com respeito a si mesmo e a 2ei4 Ele eio cumprir a lei e de fato a cumpriu em todas as suas dimenses3 cerimonial, ciil e

    moral. 0o houe #ual#uer aspecto da lei para #ual 5risto no pudesse atentar e cumprir.5risto cumpriu a lei de forma perfeita, sendo obediente at a prpria morte. Ele tomou sobre sia maldio da lei. Ele se torna o fundamento da justificao para o eleito.

    o cumprimento total da lei por 5risto, pois fim a 2ei 5erimonial -sacrif$cios de sangue, o guardar

    dias especiais, absteno alimentos, etc./. Ele no s cumpriu a lei perfeitamente, mas tambm interpretou a lei de forma perfeita,

    permitindo aos #ue comprou na cru%, entend*;la de forma mais completa, mais abrangente. s #ue nele cr*em agora tambm podem cumprir os aspectos necessrios da lei para uma

    ida santa. 0o entanto, esses #ue por ele so salos no so mais dependentes da lei parasua salao. Por isso h uma diferena clara entre os #ue chegam ao @eino dos 5us3 algunssero considerados maiores do #ue outros.

    5risto ao cumprir a lei, ab;roga a maldio da lei, mas no a sua magisterialidade. " lei

    continua com o seu papel de ensinar ao ser humano a ontade de +eus. " ab;rogao damaldio da lei a#uilo a #ue Paulo se refere em te!tos como @m G.8D e Cl Q.8G estamosdebai!o da graa] " lei continua no seu papel de nos ensinar, pela obra do Esp$rito

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    misso da igreja diinamente estabelecida como autoridade de ensino e agente sacramental,tornando dispon$eis ao laicato os meios de graa atras dos sacramentos. " distino entre o laicato e o clero na tradio catlica romana era correspondente distino entre igreja e o mundo. " igreja era concebida como societas perfecta -sociedadeperfeita/, porm ine6ualis -desigual/, com os statusclericalis elaicalis tendo cada grupo seus

    respectios direitos e responsabilidades. clero, com o direito e a responsabilidade de administrar os sacramentos, eraordenado para uma ocao sagrada. laicato, #ue precisaa receber os sacramentos e oensino, deia procurar o seu trabalho no mundo, o ambiente profano. Ele$ia$tiamente2 aigre%a2 o am/iente $agrado2 tin&a rioridade $o/re o ro!ano4 (mpl$cita nessa distinoestaa a alori%ao do of$cio do clrigo. s monsticos, #ue renunciaam participaoeclesistica no mundo -isto , o profano/ por assumirem os otos de celibato, pobre%a eobedi*ncia, eram designados para a atiidade religiosa.

    =ma abordagem significatiamente diferente da condio e papel do laicato ficoueidente na @eforma Protestante do sculo &'(. T geralmente aceito #ue a histria moderna

    iniciou;se no per$odo da @eforma liderada por 1artinho 2utero, Aoo 5alino, =lrico >u$nglio eoutros l$deres. " @enascena estaa proporcionando educao a um nNmero cada e% maiorde pessoas no pertencentes ao clero. 6udo isto leou os leigos a desempenharem um papelmais positio na igreja e na sociedade. ?oi o moimento da @eforma, juntamente com o@enascimento, #ue encaminhou os leigos em direo a uma noa liberdade e noaresponsabilidade. 1artinho 2utero -8D7;89DG/, em sua obraApelo ? @o(re)a Crist$ da @a,$o8ermDnica rejeitou a estrutura hierr#uica da (greja 5atlica @omana, bem como a distinoentre clero e laicato. princ$pio do sacerdcio uniersal de todos os crentes, isto como umensino essencial da Palara de +eus, forneceu uma base para a insist*ncia na prima%ia dolaicato nas igrejas protestantes. " ocao do ministrio, isto como necessrio para a ida e

    prtica da igreja, era responsabilidade delegada a pessoas da comunidade dos crentes, #ueeram comissionadas pela congregao para ensinar, pregar e participar do culto e daadorao. "ssim, a#ueles #ue eram comissionados para serem ministros tornaram;seoficiantes para as ocasies ritual$sticas. Aoo 5alino -89HF;89GD/ enfati%ou a importIncia de todos os membros da igreja, #ueeram coletiamente o laicato, ierem de tal modo a realidade de sua condio de eleitos de+eus #ue ficasse eidente em sua atiidade no mundo a manifestao da glria de +eus e areali%ao diligente desse mandamento. Embora o princ$pio teolgico do sacerdcio uniersalde todos os crentes tenha sido fundamental ao protestantismo, na prtica o ministrio ordenadoera tido como prioridade na manuteno de seu ensino, pregao e responsabilidadeslitNrgicas, para o #ue eram necessrios treinamento e educao teolgica.

    1 ' A IGREA ,A TEOLOGIA DOS REFORMADORES " teologia da @eforma amplamente dominada por duas perguntas3 5omo posso terum +eus gracioso4 E nde posso encontrar a erdadeira igreja4 " unidade desse doisproblemas fundamentais a busca de um +eus gracioso e da erdadeira igreja pode serista com surpreendente clare%a nas teologias de 1artinho 2utero e Aoo 5alino. Para 2utero,por e!emplo, a resposta a ambas as indagaes era dada com radical simplicidade noeangelho do lire perdo, da justificao pela graa imerecida de +eus recebida somente pormeio da f.

    A4 O *entro *ri$tol8gio em Lutero e *al+ino

    0a *nfase de 2utero, o impulso eclesiolgico inicial da @eforma eanglico ecristolgico. (sto #uer di%er #ue a nature%a e ess*ncia da igreja compreendida pelo

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    reformador lu% de seu profundo embasamento nos eangelhos e na realidade da pessoa eobra de Aesus 5risto. s primeiros reformadores, particularmente 2utero, no estaam preocupados emdefinir a circunfer*ncia da igreja, mas com a proclamao de seu centro cristolgico. Para 2utero e todos os demais reformadores, e eangelho constitu$a o centro

    cristolgico da @eforma. Esse foi o impulso inicial da eclesiologia da @eforma. " igreja foi criadapela presena ia de 5risto atras de sua Palara, o eangelho. nde o eangelho encontrado, 5risto est presente. 5omo 2utero citou em seu grande catecismo3 nde 5ristono pregado, no h Esp$rito

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    A *on!i$$o de F6 E$oe$a Q1;=N foi principalmente obra de Aohn Sno!, tendo sidoratificada pelo Parlamento Escoc*s em 89G:. Esta afirma #ue a igreja erdadeira caracteri%ada pela aut*ntica pregao, pela administrao dos sacramentos e por suauniersalidade, reunindo os crentes de todas as naes e l$nguas. A *on!i$$o de F6 0el+6tia Q1;==N foi adotada por todas as igrejas reformadas

    su$as e permaneceu em igor at meados do sculo &(&. Esta tambm enfati%a #ue a igreja uma assemblia dos fiis chamados ou reunidos do mundoM uma comunho de todos ossantos, #ue pela f participam dos benef$cios oferecidos por meio de 5risto. -.../ Estabelece#ue o of$cio do ministro uma prerrogatia e uma proid*ncia do prprio +eus para oestabelecimento, goerno e preserao da igreja. 0o 0oo 6estamento, os ministros foramchamados de apstolos, profetas, eangelistas, bispos -superisores/, ancios, pastores emestres -Ef D.88/. " 5onfisso fala de bispos -definidos como superisores e igias da igreja, #ueadministram o alimento e as necessidades da ida da igreja/, ancios, pastores e mestres,como sendo suficientes para a#ueles dias. + *nfase aos ministros da igreja como seros. A *on!i$$o de F6 de Ue$tmin$ter Q1=9N tambm aborda o assunto. +urante a

    Cuerra 5iil na (nglaterra, o Parlamento instalou a "ssemblia de Oestminster para fa%errecomendaes para a reforma da igreja na (nglaterra. Embora a assemblia inclu$sse algunsepiscopais e independentes, a maioria de seus membros era composta de calinistas, o #uepermitiu uma forma presbiteriana de goerno.

    *onlu$o" conceito dos reformadores acerca da igreja, bem como o conceito dasconfisses de f reformadas dos sculos &'( e &'((, salientam a igreja de Aesus 5ristocomposta de todos os crentes espalhados pelo mundo, os #uais professam a f crist comseus filhos. "s metforas de esposa, corpo e fam$lia so usadas para a igreja, o poo de +eus.Portanto, o entendimento cristo da igreja adogado pelos reformadores e pelas confisses def mencionadas acima no faorece a distino entre o clero e o laicato nem identifica a igreja

    com a estrutura hierr#uica reconhecida na (greja 5atlica @omana.

    5 ' A DO7TRI,A DO SA*ERDJ*IO DE TODOS OS *RE,TES +e todas as *nfases da @eforma Protestante na rea eclesiolgica, tale% nenhumatenha conse#X*ncias to amplas para a ida e misso da igreja como a *nfase no sacerdciode todos os crentes. s reformadores insistiram no sacerdcio uniersal dos crentes emoposio ao clericalismo da#uela poca. Eles afirmaram o princ$pio b$blico de #ue todo cristo ministro de +eus, de #ue cada pessoa um sacerdote. significado mais pleno dae!presso #ue todos os cristos so sacerdotes uns dos outros, pois o sacerdcio refere;seao ministrio mNtuo de todos os crentes. -.../.

    A ' O Saerd8io de *ri$to e a Igre%a

    6odos os crentes,ordenados e no ordenados, deriam o seu sacerdcio da#uele Nnico,santo e eterno sacerdcio de 5risto. " boa;noa do 0oo 6estamento #ue no mais e!istem o sacerdcio da classe clericaldo 'elho 6estamento e o laicato no sacerdotal.

    ' O En$ino do$ Re!ormadore$ So/re o Saerd8io de Todo$ o$ *rente$ +esde a @eforma Protestante, o of$cio dos crentes tem sido comumente caracteri%adocomo o sacerdcio de todos os crentes, e os rios direitos e deeres do laicato muitas e%est*m sido baseados no fato desse sacerdcio.

    -.../

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    8 1artinho 2utero " doutrina do sacerdcio uniersal de todo os crentes estaa no corao da reforma de2utero.

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    termo hebraico para pooL -am/ em muitos casos tradu%ido na

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    &'(/, descrentes eram as pessoas comuns do rebanho catlico ou a#ueles #ue se liraram dadominao romana, mas no aderiram @eforma -ao eangelho pregado pela reforma/.

    *onlu$:e$" laicato ocupou lugar preponderante na ida e e!panso da igreja primitia.

    laicato recebeu notel reconhecimento na teologia e ensino dos reformadores.

    Imlia:e$" 5ada crente tem um ministrio a desempenhar +e acordo com a compreenso

    b$blica da igreja, todo cristo criado imagem de +eus, e este concede a cada um dons paraministrios de significao eterna.

    5ada membro do 5orpo de 5risto tem o direito e o deer de reali%ar a obra missionria da

    igreja.

    Aula n B

    A VTI*A DO TRAAL0O E A AHO SO*IALQFundamento$ da Teologia Re!ormada ' 0ermi$ten MaiaN

    De!inio de Tra/al&oT o esforo f$sico ou intelectual, com istas a um determinado fim. erbo trabalharL

    prom do latim ulgar tripaliar -torturar com o tripalliuminstrumento de tortura de tr*s paus,#ue tambm seria para ferrar os animais rebeldesL/. termo eoluiu, tomando o sentido de

    esforar;seL, laborarL, obrarL.

    Alguma$ Per$eti+a$ 0i$t8ria$ e Filo$8!ia$" tradio greco;romana desprestigiaa o trabalhoM a crist, o alori%aa. " (dade 1dia

    presenciou o retorno idia grega, considerando o trabalho manual degradante ao ser humanoe inferior ao cio, ao repouso, ida contemplatia, bem como atiidade militar. 0a iso de6oms de "#uino -8QQ9;8Q:D/ o trabalho era, no m!imo, eticamente neutroL.

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    " @eforma resgatou o conceito cristo de trabalho3

    Cal"ino fundamentando1se nas Escrituras um dos raros te!logos a p7r em

    e"idGncia com tanta clare)a a participa,$o do tra(al#o do #omem na o(ra de *eus. *essarte

    conferiu ele ao la(or #umano dignidade e "alor espirituais 6ue jamais te"e na Escol'stica nem

    por mais forte ra)$o na antiguidade. Este fato ir' ter grandes repercuss>es nodesen"ol"imento econ7mico das sociedades cal"inistas

    2utero e 5alino concordaam #uanto responsabilidade do homem de cumprir suaocao por meio do trabalho. 0o h lugar para ociosidade. trabalho b*no de +eusL."lm disso, ele est relacionado ao progresso da raa humana. 2utero fortaleceu a idia de#ue se trata de uma ocao diina. 5alino afirmou3

    %e seguirmos fielmente nosso c#amamento di"ino rece(eremos o consolo de sa(er

    6ue n$o #' tra(al#o insignificante ou nojento 6ue n$o seja "erdadeiramente respeitado e

    importante ante os ol#os de *eus.

    amor ao pr!imo fa% com #ue o honesto trabalho no se limite a satisfa%er nossasnecessidades, mas tambm a ajudar nossos irmos3 amor nos lea a fa%er muito mais.0ingum pode ier e!clusiamente para si mesmo e negligenciar o pr!imo. 6odos ns temosde deotar;nos ao de suprir as necessidades do pr!imoL.

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    reformador genebr*s tambm aderte #uanto ao perigo de transformar o trabalho emobjeto de aare%a justamente pela falta de f na proiso do a e na o/re>a

    (nterpretando Jebreus 87.8G, 5alino afirma #ue os benef$cios prestados aos homensso parcialmente em culto a +eus, sendo isto uma grande honra #ue +eus nos concede. 0oamar o pr!imo ofensa a +eus e s pessoas. Em contrapartida, o au!$lio rec$proco reela aunidade do Esp$rito em ns.

    @epartir com os outrosL tem uma refer*ncia mais ampla do #ue fa)er o (em. (ncluitodos os deeres pelos #uais os homens se au!iliam reciprocamenteM e um genu$no distintiodo amor #ue os #ue se encontram unidos pelo Esp$rito de +eus comunicam entre si.

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    reformador insiste tambm no ponto de #ue a#ueles #ue no aprenderem a ier na pobre%a,#uando ricos, reelaro sua arrogIncia e orgulho. Ele de igual modo acredita #ue na pobre%a#ue tendemos a nos tornar mais humildes e fraternos. +eemos aprender a repartir e tambma ser assistidos pelos nossos irmos. -.../.

    D. a e$t< em !a>er o /em '

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    Esp:rito e em KerdadeB Um Estudo Estimulante dos 4rinc:pios e 4r'ticas do Culto L:(lico. 0oliro o autor nega, entre outras coisas, #ue a pregao seja funo restrita dos ministros daPalara, ou mesmo dos presb$teros em geral, considera a dramati%ao e o dilogo mtodosleg$timos de ensino no culto publico, e no * ra%o pela #ual um culto pNblico no possa serinteiramente musical. -.../

    1uitas so as ra%es para o decl$nio contemporIneo da pregao. surgimento denoos meios de comunicao e de noas m$dias interatias, a aerso do homem ps;modernopela erdade objetia ou absoluta, a seculari%ao da sociedade, o afastamento do cristianismodas Escrituras, e a prpria corrupo da pregao, em muitos pNlpitos degenerada emelo#X*ncias de palaras, demonstrao de sabedoria humana, elucubraes metaf$sicas, meiode entretenimento, ou em(roma,$opastoral dominical, certamente so algumas delas. =madas principais ra%es, entretanto, di% respeito concepo moderna da pregao, muitas e%esencarada como atiidade meramente humana e pouco releante, cuja eficcia dependefundamentalmente das habilidades naturais ou capacidade do pregador.

    6odas estas tend*ncias, influ*ncias e concepes produ%iram resultados deastadoressobre a pregao nos meios eanglicos. Ela tornou;se como #ue um ap*ndice no culto

    pNblico, e as conse#X*ncias, sem dNida, se t*m feito sentir na ida da igreja. 0a perspectiareformada, o decl$nio do lugar da pregao no eangelicalismo moderno uma constataoser$ssima.

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    a +eus, por#ue Ele no fala por noas reelaes do cu, mas pela o% de seus ministros, a#uem confiou a pregao da

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    D4 A mara e$$enial da +erdadeira Igre%aPor#uanto na pregao 5risto fala e se fa% presente, goernando e ensinando a igreja,

    a f reformada unInime em considerar #ue a pregao da Palara uma das marcas daerdadeira igreja. +iersos s$mbolos de f reformados, dentre os #uais a Confiss$oLelga -artigo QF/,A Confiss$o Escocesade 89GH -artigo 8/, a Confiss$o de

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    correto #ue fi%er da Palara, o #ual, por sua e%, depender da sua fidelidade no preparo.+epende, ainda, da responsabilidade dos ouintes em receberem com ateno, reer*ncia, fe obedi*ncia a palara pregada -@m 8.9M 89.QG/.

    s ministros da Palara so descritos nas Escrituras como presb$teros #ue seafadigam na Palara e no ensinoL -8 6m 9.8:/, so e!ortados a manejar bem a Palara da

    erdade -Q 6m Q.89/ e no se tornarem negligentes na preparao para a tarefa -Q 6m D.8D/.+a perseerana deles nestes deeres depender tambm a eficcia da pregao para asalao dos ouintes -.8G/.

    Wuanto aos ouintes, so instados nas Escrituras a considerarem atentamente aPalara e a no serem negligentes, mas operosos praticantes -6g 8.Q9/M a acolherem commansido a palara em s implantada, a #ual poderosa para salar as ossas almasL -6g8.Q8b/M a tornarem;se praticantes da Palara e no somente ouintes, enganando;os a smesmosL -6g 8.QQ/.

    549 ' *onlu$oEstas consideraes sobre a obra do Esp$rito

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    humana. E isto eles buscaam, no por meio de manipulao retrica da audi*ncia, masatras da pregao fiel da Palara de +eus.

    94#4# ' Mediar enontro$ om Deu$5omo o corao alcanado e conertido4 Wuando pecadores t*m um encontro

    erdadeiro com +eus mediado pela pregao do eangelho. propsito da pregao dar a

    homens e mulheres a oportunidade de ienciarem a presena de +eus.94#45 ' Re$taurar a imagem de Deu$ no &omem

    " conerso, entretanto, apenas o comeo. 0a concepo reformada, o eangelho deeser pregado com o objetio de restaurar nos ouintes a imagem de +eus corrompida na #ueda.

    " restaurao da imago *eino corao humano obra do Esp$rito

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    Aula n 1

    *O,STR7I,DO ,OSSA PER*EPHO E LEIT7RA 0ISTJRI*A SORE A AMVRI*ALATI,A E SE7S PROLEMAS

    Antonio o$6 do ,a$imento Fil&o ' Pa$tor da Igre%a Pre$/iteriana e oordenador do Deartamento de

    Teologia Pa$toral do *entro de P8$-Graduao AndreX umer4 Me$tre em Teologia QT&4MN e doutor em

    Mi$$iologia QD4 Mi$$N elo Re!ormed T&eologial SeminarY2 aZ$on2 Mi$$i$$ii2 E$tado$ 7nido$4

    Re$umo0este artigo estamos apresentando diersas perspectias teolgicas diferentes, a

    respeito da relao entre ao social e eangelismo, com a finalidade de enri#uecer a nossaiso de mundo cristo. Eidentemente certas perspectias teolgicas, fomentadas por

    determinados telogos, dificilmente passariam pelo crio da Palara de +eus.Entretanto, procuramos neste artigo lanar para uma melhor compreenso teolgica e

    missiolgica do papel do engajamento social, alm de discutir as implicaes mais amplasdesta #uesto para a igreja contemporInea.

    Pala+ra$-*&a+e1issiologia, misso, engajamento social, preocupao social, 5alino.

    Introduo" "mrica 2atina um dinImico tapete, um io mosaico, um caleidoscpio. 0enhuma

    analogia far justia a este continente #ue, de to dierso, entrou em crise. turista s

    consegue reconhecer a estreita realidade #ue lhe apresentada e assim raramente ter umapercepo justa, correta e abali%ada da realidade latino;americana. s reprteresinternacionais, por sua e%, focali%am simplesmente a#ueles assuntos #ue seriro para a suaag*ncia internacional3 crime, iol*ncia, insegurana e instabilidade econRmica. 1ui raramenteter o turista, ou o jornalista internacional, condies de entender a comple!idade histrica eespiritual desta asta rea e o seu legado hispano;lusitano.

    #ue pode fa%er o pes#uisador cristo, estudioso da "mrica 2atina diante desse#uadro4 Eidentemente, de se esperar #ue o cristo lance mo de todos os recursosdispon$eis para entend*;la e ao nosso poo.

    problema #ue trabalhamos j munidos de uma srie de pressuposies ou pr;entendimentos, #ue nos indu%em a fa%er uma aferio e um julgamento de fato e de alorL

    sobre o nosso continente. 0s, cristos, temos falhado em fa%er uma leitura histrica neutrasobre a cristiani%ao do continente sobre o papel da (greja. E #uais as ra%es por trs disso4

    telogo Oilliam 6aKlor, professor da =niersidade de +allas, em sua obra Crisis inatin Amrica -8FF, p.Q8/, elucida o assunto, sugerindo #uatro ra%es bsicas3

    (sso acontece por#ue, muitas e%es, a nossa percepo histrica dos fatos j est

    preestabelecida. Por#ue a nossa percepo histrica est arraigada nos alores da classe mdia ou dominante,

    ou de um certo conte!to socioeconRmico. Por#ue a nossa percepo histrica autoprotecionista, isando salaguardar o status 6uo da

    (greja. Por#ue a nossa percepo histrica e!acerbadamente institucional e denominacionalista.

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    +e uma perspectia sociolgica, a (greja uma instituio incorporada em umambiente sociopol$tico. 5omo tal, ela e!erce um impacto na ida de muitas pessoas. " grande#uesto #ue gostar$amos de abordar neste artigo 3 como a (greja pode funcionar melhor, comoagente efica% da eangeli%ao, neste conte!to sociopol$tico da "mrica 2atina4

    Entre as mudanas #ue *m ocorrendo nos Nltimos tempos, a preponderante a

    demogrfica, #ue transformou o perfil do globo. E a mudana mais eidente a incr$ele!ploso generali%ada de habitantes. 0este sentido, os missilogos +aKton e ?ra%ercomentam3

    4ara compreender o 6ue isto significa imaginemos um c:rculo representando o mundo

    de 9 (il#>es de pessoas -popula,$o mundial em /NNN. 4odemos di"idir os 9 (il#>es em trGs

    partes apro+imadamente 2 (il#>es cada. Um ter,o dessa popula,$o professa a cren,a em

    Jesus como %en#or -*aMton O

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    -Celan reunida no Rio de Janeiro considera"a1o uma das principais for,as #ostis o 6ue

    tornou necess'rio recorrer ? ajuda de mission'rios da Europa e da Amrica do @orte -4adilla

    /NPS p.PP.

    0os tempos atuais, o continente sul;americano encontra;se numa situao dinImica e

    reolucionria, caracteri%ada por crescimento demogrfico e!plosio, mobili%ao interna demassas humanas, formao de grupos sociais -trabalhadores, estudantes, camponeses/, #uepressionam em prol de reformas, incipiente porm acelerado processo de industriali%ao edesintegrao de grupos tradicionais. carter reolucionrio da situao emerge da oposioradical entre as foras em conflito e da n$tida piora das condies de misria, fome, doena,ignorIncia e ansiedade em #ue ie a grande maioria da populao, bem como da aus*ncia decanais normais de mobilidade social, #ue dariam alguma esperana por um futuro melhor.

    1esmo entre os eanglicos, a situao econRmica no diferente. Wual#uer pessoafamiliari%ada com o protestantismo na "mrica do

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    da sociedade contemporInea. " sociedade secular usualmente a considera uma ordemanti#uada, sem a #ual o grupo social e os indi$duos poderiam funcionar de forma mais efetia."lguns telogos e missilogos, ao contrrio, reconhecem #ue a (greja cumpre com o seupropsito diino na medida em #ue ela se enole com a sociedade, renunciando preserao de uma identidade peculiar. utros, por sua e%, colocam a (greja no corao do

    propsito diino para a presente era e *em o crescimento como uma de suasresponsabilidades supremas.

    " (greja de 0osso

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    " misso um instrumento da ao diina na histria, para a consumao de seuspropsitos entre as criaturas humanas. Por essa ra%o, o missilogo +aid Bosch lembra #ueeste of$cio tem3 origem no corao de +eus. Ele uma fonte da #ual emana amor. Esta amais profunda origem da misso. T imposs$el penetrar ainda mais fundoM h misso, por#ue+eus ama as pessoasL -Bosch, 8FFQ, p.7FQ/.

    Em seu sentido mais amplo, missoL tudo o #ue a (greja fa% a serio do @eino de+eus. Em sentido mais restrito, contudo, refere;se atiidade missionria, pregao doeangelho entre poos e culturas #ue ainda no ouiram falar +ele. 0os meios teolgicos, estadiscusso tem sido associadas intimamente e"angeli)a,$o. termo eangeli%aoL, por suae%, deria da palara grega e"anggelion -boas;noas/, mensagem anunciada, implantada edesenolida para salar os seres humanos, todos pecadores. erbo do 0oo6estamento euaggeli)est#ai -da palara gregaeuaggeli)es6ai/, indica o meio para transmitir oeangelho, as boas;noas de Aesus 5risto.

    +e acordo com Jesselgrae, ^..._ a misso primria da (greja, e, por conseguinte, dasigrejas, proclamar o eangelho de 5risto e reunir os crentes em igrejas locais, onde possamser edificados e preparados no serio, a fim de plantarem noas congregaes por todo o

    mundoL -8FH, p.QH/.Em sentido amplo, a eangeli%ao pode ser ista como a obra integral da (greja para

    proclamar o @eino de +eus -1arcos 8.89/. Ela compreende tr*s amplas categorias deministrio3

    Eangelismo proclamao do eangelho aos ainda no alcanados dentro de nossa prpria

    sociedade ou cultura. "tiidade missionria uma proclamao #ue interage com a cultura do pNblico;alo.

    "tiidade pastoral ato de proer e aprofundar o eangelho entre a#ueles #ue j o aceitaram.

    rlando 5ostas, conhecido telogo latino;americano, apresenta uma interessante

    definio3

    E"angeli)ar participar de uma a,$o transformadora isto as (oas1no"as da

    sal"a,$o. @este sentido a e"angeli)a,$o n$o um conceito mas sim uma tarefa dinDmica

    encarnada primeiro na "ida e a,$o sal":fica de Jesus Cristo. 4ortanto ela n$o pode ser

    redu)ida a uma f!rmula "er(al. E"angeli)ar reprodu)ir pelo poder do Esp:rito %anto a

    sal"a,$o 6ue foi re"elada em Jesus Cristo -Costas /NQN p./33.

    s cristos reformados, semelhantemente, professam a seguinte confisso sobre aess*ncia da misso crist3

    &

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    & mundo tem mudado grandemente desde o Congresso Internacional de

    E"angeli)a,$o Hundial reali)ado em ausanne %u:,a em /NP5. Ur(ani)a,$o acelerada e

    conse60ente seculari)a,$o assustadora e+plos$o populacional associada ? desintegra,$o da

    fam:lia uso de drogas terrorismo e "iolGncia infla,$o e crescente empo(recimento somados a

    um padr$o uni"ersal 6uase epidGmico de corrup,$o pol:tica todas estas realidades tGm

    conspirado para pro"ocar uma sensa,$o uni"ersal de mal1estar com pouca perspecti"a deremediar nos dias ? frente -8lasser p.5.

    =m dos sintomas deste mal;estar entre os eanglicos a tenso #ue algumas e%espodemos obserar entre eangelismo e preocupao social. 0em sempre fcil harmoni%arpalaras e aes, pregao e prtica, ou proclamao e demonstrao, conjuntamente em umapostura b$blica construtia. "mbos os lados, muitas e%es, parecem at ficar orgulhosos pelofato de estarem dando pouco ou nenhuma ateno s foras #ue defendem oposio oposta." nosso er, contudo, nada impede os cristos de apreciar a alidade b$blica de ambos, emseus mNtuos argumentos, e chegar a um consenso #ue reflita uma posio b$blica maiscompleta. Poderiam, ento, apresentar ao mundo uma posio crist mais forte e mais

    e#uilibrada do #ue poderiam fa%er isoladamente.5risto chama os cristos para erem as coisas pela tica da outra pessoa.

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    ;45 ' Ao $oial omo um meio ara o e+angeli$mos sinRnimos para a palara meioso, neste conte!to,ponte e prepara,$o. ual.uer

    !orma de atuao $oial2 .uer $e%a a de alimentar o !aminto2 dar rem6dio ara o doente2eduar o anal!a/eto2 rea/ilitar re!ugiado$2 6 +i$ta omo um meio ara um !im2 ou $e%a2 o

    e+angeli$mo e a on+er$o4'isto deste Ingulo, considere;se, por e!emplo, o princ$pio de passar do conhecido para

    o desconhecido, da necessidade sentida para a real, do material para o espiritual. ensino do

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    Podemos citar alguns e!poentes neste campo, como, por e!emplo, @onald

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    5om respeito responsabilidade social, 2utero ensinou duas importantes erdades. "primeira #ue, embora reconhea a releIncia das boas obras, rejeita a idia de #ue estastra%em perdo pelos pecados. Em suas F9 6eses -898:/, ele declara3

    &s crist$os de"em ser ensinados 6ue a6uele 6ue d' ao po(re ou empresta ao

    necessitado pratica uma o(ra mel#or do 6ue comprar perd>es -53.

    &s crist$os de"em ser ensinados 6ue a6uele 6ue "G um #omem em necessidade

    passa por ele e d' seu din#eiro por perd>es n$o compra as indulgGncias do papa mas a

    indigna,$o de *eus -5S.

    T preciso considerar, neste sentido, #ue 2utero se opunha iso anabatista deseparao entre (greja e Estado, por#ue acreditaa #ue +eus pode usar o goerno secularpara estabelecer a justia social, tanto #ue, em 89QH, ele escreeu uma carta aberta nobre%acrist e instou o Estado a fa%er reformas econRmicas e sociais para melhorar a ida do pobre.

    =4# ' Preouao Soial de oo *al+ino Q1;-1;=9N5alino est acima dos demais l$deres da @eforma francesa e su$a. +e Cenebra, ele

    causou profundo impacto sobre a Europa e o restante do mundo. (ronicamente, por poderosa#ue fosse a sua influ*ncia ali, ele foi sempre uma espcie de hspede em terra estranha. Emcerto sentido, era apenas um dos muitos refugiados #ue iiam na#uela cidade com seus olhosem sua terra natal, esperando #ue algum dia toda a ?rana fosse eangeli%ada e #ue a religioreformada pudesse prosperar liremente -1ac[innon, 8FGQM Par[er, 8F:9/.

    Esperando esse dia, ele e seus amigos acolhiam a cont$nua corrente de protestantesrefugiados das reas dominadas pelo catolicismo romano, oferecendo;lhes comida e abrigo.=m grande diferencial caracter$stico da reforma calinista foi a institucionali%ao destahospitalidade, pela criao de um fundo de assist*ncia social, #ue ficou conhecido como Lolsa

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    *onlu$oEste artigo procurou contribuir para uma compreenso melhor do papel da atiidade

    social crist da (greja na "mrica 2atina hoje, tendo como propsito fornecer (grejacontemporInea ponderaes #ue a ajudem a cumprir mais efetiamente sua misso no

    conte!to latino;americano.T mister #ue os seguintes fatores b$blicos, teolgicos e histricos sejam reconhecidos e

    istos como determinantes para o cumprimento da misso da (greja3

    Wue o poo de +eus est inestido de uma responsabilidade tica especial em faor dos

    pobres. 0o "ntigo 6estamento, a lembrana do poo de +eus como escrao no Egito era ra%opara moti;lo a mostrar misericrdia ao oprimido -+euteronRmio QD.8D;QQM 2e$tico 8F.89M"ms Q.G;:M >acarias :.F;8H/. 6odos esses ensinos a respeito do pobre fa%em parte da Palarade +eus. "ntigo 6estamento enfati%a #ue o

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    TEOLOGIA REFORMADA ' Aula n 11

    OS CINCO PONTOS DO CALVINISMO

    (Traduo livre e adaptada do livro The Five Points of Calvinism - Defined, Defended, Documented, de David N. Steele e CurtisC. Thomas, Partes I e II, [Presbyterian !e"ormed Publishin# Co, Phillipsbur#, N$, %S&.', "eita por $oo &lves dos Santos

    I. A ORIGEM DOS CINCO PONTOS

    A. O PROTESTO DO PARTIDO ARMINIANO, NA HOLANDA)s Cin*o Pontos do Calvinismo tiveram sua ori#em a partir de um protesto +ue

    os se#uidores de $ames &rminius (um pro"essor de seminrio holand-s apresentaram ao/stado da 0olanda1 em 2324, um ano ap5s a morte de seu l6der. ) protesto *onsistia de*in*o arti#os de "71, baseados nos ensinos de &rm6nio, e "i*ou *onhe*ido na hist5ria*omo a !emonstran*e1 (!epresentao, ou se8a, ) Protesto1. ) partido arminiano

    insistia +ue os s6mbolos o"i*iais de doutrina das I#re8as da 0olanda (Confisso Belga eCatecismo de Heidelberg "ossem mudados para se *on"ormar *om os pontos de vistadoutrinrios *ontidos no Protesto. &s doutrinas 9s +uais os arminianos "i:eram ob8eoeram as rela*ionadas *om a soberania divina, a inabilidade humana, a eleioin*ondi*ional ou predestinao, a redeno parti*ular (ou e;piao limitada, a #raairresist6vel (*hamada e"i*a: e a perseverana dos santos. /ssas so doutrinas ensinadasnesses s6mbolos da I#re8a 0olandesa, e os arminianos +ueriam +ue elas "ossem revistas.

    B. OS CINCO PONTOS DO ARMINIANISMO)s *in*o arti#os de "7 *ontidos na !emonstran*e1 (!epresentao podem ser

    resumidos no se#uintee $. I. Pa*?er (O ntigo! "vangelho, pp. @, 3 a teolo#ia *ontida

    nessa !emonstran*e1 ori#inouAse de dois prin*6pios "ilos5"i*os< pr!"r#, +ue asoberania de Deus 7 in*ompat6vel *om a liberdade humana, e, portanto, tamb7m *om aresponsabilidade humanaB em $"%&'(#lu#ar, +ue habilidade 7 al#o +ue limita a

    obri#ao...

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    Com bases nesses prin*6pios, os arminianos e;tra6ram duas dedu>es< pr!"r),visto +ue a 6blia *onsidera a "7 *omo um ato humano livre e responsvel, ela no podeser *ausada por Deus, mas 7 e;er*ida independentemente d/leB $"%&'(), visto +ue a6blia *onsidera a "7 *omo obri#at5ria da parte de todos +uantos ouvem o /van#elho, a*apa*idade de *rer deve ser universal. Portanto, eles a"irmam, as /s*rituras devem ser

    interpretadas *omo ensinando as se#uintes posi>eses para tratar desses arti#os.

    &p5s um e;ame minu*ioso e detalhado de *ada ponto, "eito pelos maioreste5lo#os da 7po*a, representando a maioria das I#re8as !e"ormadas da /uropa, o S6nodo*on*luiu +ue, 9 lu: do ensino *laro das /s*rituras, esses arti#os tinham +ue serre8eitados *omo no b6bli*os. Isso "oi "eito por unanimidade. No somente isso, mas oCon*6lio impJs *ensura e*lesisti*a aos remonstrantes1, A depondoAos de seus *ar#os, ea autoridade *ivil (#overno os baniu do pa6s por *er*a de seis anos. &l7m de re8eitar os*in*o arti#os de "7 dos arminianos, o S6nodo "ormulou o ensino b6bli*o a respeito desse

    assunto na "orma de *in*o *ap6tulos +ue t-m sido, desde ento, *onhe*idos *omo os*in*o pontos do Calvinismo1, pelo "ato de Calvino ter sido #rande de"ensor e e;positordesse assunto.

    /mbora *ause estranhe:a a muitos essa posio, devido 9 mudana teol5#i*a +ueas i#re8as t-m so"rido desde vrios s7*ulos, os re"ormadores eram unKnimes em*ondenar o arminianismo *omo uma heresia ou +uase isso. & salvao era vista *omouma obra da #raa de Deus, do *omeo ao "im, sem +ual+uer *ontribuio do homem./ssa posio pode ser resumida na se#uinte proposio< Deus salva pe*adores.

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    II. OS CINCO PONTOS DO ARMINIANISMO CONTRASTADOS COMOS CINCO PONTOS DO CALVINISMO

    1. LIVRE/ARB-TRIO O DEPRAVA+O TOTAL

    L0r"/Arr# #& H)()(" H&!)') / Ar!')'$!#/mbora a nature:ahumana tenha sido seriamente a"etada pela +ueda, o homem no "i*ou redu:ido a umestado de in*apa*idade total. Deus, #ra*iosamente, *apa*ita todo e +ual+uer pe*ador aarrependerAse e *rer, mas o "a: sem inter"erir na liberdade do homem. Todo pe*ador

    possui uma vontade livre (livre arb6trio, e seu destino eterno depende do modo *omoele usa esse livre arb6trio. & liberdade do homem *onsiste em sua habilidade de es*olherentre o bem e o mal, em assuntos espirituais. Sua vontade no est es*ravi:ada pela suanature:a pe*aminosa.. ) pe*ador tem o poder de *ooperar *om o /sp6rito de Deus e serre#enerado ou resistir 9 #raa de Deus e pere*er. ) pe*ador perdido pre*isa daassist-n*ia do /sp6rito, mas no pre*isa ser re#enerado pelo /sp6rito antes de poder *rer,

    pois a "7 7 um ato deliberado do homem e pre*ede o novo nas*imento. & "7 7 o dom do

    pe*ador a Deus, 7 a *ontribuio do homem para a salvao.D"pr)0)67# T#) #& I'8)p)8()(" T#) / C)0'$!# Devido 9 +ueda, o

    homem 7 in*apa: de, por si mesmo, *rer de modo salvador no /van#elho. ) pe*adorest morto, *e#o e surdo para as *oisas de Deus. Seu *orao 7 en#anoso edesesperadamente *orrupto. Sua vontade no 7 livre, pois est es*ravi:ada 9 suanature:a mB por isso ele no ir A e no poder 8amais A es*olher o bem e no o mal emassuntos espirituais. Por *onse#uinte, 7 pre*iso mais do +ue simples assist-n*ia do/sp6rito para se tra:er um pe*ador a Cristo. L pre*iso a re#enerao, pela +ual o /sp6ritovivi"i*a o pe*ador e lhe d uma nova nature:a. & "7 no 7 al#o +ue o homem d(*ontribui para a salvao, mas 7 ela pr5pria parte do dom divino da salvao. L o domde Deus para o pe*ador e no o dom do pe*ador para Deus.

    2. ELEI+O CONDICIONAL O ELEI+O INCONDICIONALE"67# C#'(8#') / Ar!')'$!#& es*olha divina de *ertos indiv6duos

    para a salvao, antes da "undao do mundo, "oi baseada na Sua previso (pres*i-n*iade +ue eles responderiam 9 Sua *hamada ("7 prevista. Deus sele*ionou apenas a+ueles+ue /le sabia +ue iriam, livremente e por si mesmos, *rer no /van#elho. & eleio,

    portanto, "oi determinada ou *ondi*ionada pelo +ue o homem iria "a:er. & "7 +ue Deuspreviu e sobre a +ual /le baseou a Sua es*olha no "oi dada ao pe*ador por Deus (no"oi *riada pelo poder re#enerador do /sp6rito Santo, mas resultou to somente da

    vontade do homem. Moi dei;ado inteiramente ao arb6trio do homem o de*idir +uem*reria e, por *onse#uinte, +uem seria eleito para a salvao. Deus es*olheu a+ueles +ue/le sabia +ue iriam, de sua livre vontade, es*olher a Cristo. &ssim, a *ausa =ltima dasalvao no 7 a es*olha +ue Deus "a: do pe*ador, mas a es*olha +ue o pe*ador "a: deCristo.

    E"67# I'8#'(8#') / C)0'$!#& es*olha divina de *ertos indiv6duos paraa salvao, antes da "undao do mundo, repousou to somente na Sua soberanavontade. & es*olha de determinados pe*adores "eita por Deus no "oi baseada em+ual+uer resposta ou obedi-n*ia prevista da parte destes, tal *omo "7 ou arrependimento.Pelo *ontrrio, 7 Deus +uem d a "7 e o arrependimento a *ada pessoa a +uem /lees*olheu. /sses atos so o resultado e no a *ausa da es*olha divina. & eleio, portanto,

    no "oi determinada nem *ondi*ionada por +ual+uer +ualidade ou ato previsto nohomem. &+ueles a +uem Deus soberanamente ele#eu, /le os tra:, atrav7s do poder do

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    /sp6rito, a uma voluntria a*eitao de Cristo. Desta "orma, a *ausa =ltima da salvaono 7 a es*olha +ue o pe*ador "a: de Cristo, mas a es*olha +ue Deus "a: do pe*ador.

    3. E9PIA+O GERAL O E9PIA+O LIMITADA

    R"("'67# '0"r$) #& E:p)67# G"r) / Ar!')'$!#& obra redentora deCristo tornou poss6vel a salvao de todos, mas na verdade no asse#urou a salvao denin#u7m. /mbora Cristo tenha morrido por todos os homens, em #eral, e em "avor de*ada um, em parti*ular, somente a+ueles +ue *r-em n/le so salvos. & morte de Cristo*apa*itou a Deus a perdoar pe*adores na *ondio de +ue *reiam, mas na verdade noremoveu (e;piou o pe*ado de nin#u7m. & redeno de Cristo s5 se torna e"etiva se ohomem es*olhe a*eitAla.

    R"("'67# P)r8&)r #& E:p)67# L!)() / C)0'$!#& obra redentorade Cristo "oi inten*ionada para salvar somente os eleitos e, de "ato, asse#urou a salvaodestes. Sua morte "oi um so"rimento substitu*ionrio da penalidade do pe*ado no lu#arde *ertos pe*adores espe*6"i*os. &l7m de remover o pe*ado do Seu povo, a redeno de

    Cristo asse#urou tudo +ue 7 ne*essrio para a sua salvao, in*luindo a "7 +ue os une a/le. ) dom da "7 7 in"alivelmente apli*ado pelo /sp6rito a todos por +uem Cristomorreu, deste modo, #arantindo a sua salvao.

    4. POSSIBILIDADE DE SE RESISTIR ; OBRA DO ESPIRITO SANTOO GRA+A EFICA< =IRRESIST-VEL>

    O E$pr# S)'# P#(" S"r E?8)@!"'" R"$$(# / Ar!')'$!#)/sp6rito *hama internamente todos a+ueles +ue so e;ternamente *hamados pelo*onvite do /van#elho. /le "a: tudo +ue pode para tra:er *ada pe*ador 9 salvao. Sendoo homem livre, pode resistir de modo e"etivo a essa *hamada do /sp6rito. ) /sp6rito no

    pode re#enerar o pe*ador antes +ue ele *reia. & "7 (+ue 7 a *ontribuio do homem paraa salvao pre*ede e torna poss6vel o novo nas*imento. Desta "orma, o livre arb6triolimita o /sp6rito na apli*ao da obra salvadora de Cristo. ) /sp6rito Santo s5 podeatrair a Cristo a+ueles +ue ) permitem atuar neles. &t7 +ue o pe*ador responda, o/sp6rito no pode dar a vida. & #raa de Deus, portanto, no 7 inven*6velB ela pode ser, ede "ato 7, "re+entemente, resistida e impedida pelo homem.

    C)!)(# Irr"$$0" #& Gr)6) E?8)@ / C)0'$!#&l7m da *hamadae;terna 9 salvao, +ue 7 "eita de modo #eral a todos +ue ouvem o evan#elho, o /sp6ritoSanto estende aos eleitos uma *hamada espe*ial interna, a +ual inevitavelmente os tra: 9salvao. & *hamada e;terna (+ue 7 "eita indistintamente a todos pode ser, e,

    "re+entemente 7, re8eitadaB ao passo +ue a *hamada interna (+ue 7 "eita somente aoseleitos no pode ser re8eitada. /la sempre resulta na *onverso. Por meio desta*hamada espe*ial o /sp6rito atrai irresistivelmente pe*adores a Cristo. /le no 7limitado em Sua obra de apli*ao da salvao pela vontade do homem, nem depende,

    para o Seu su*esso, da *ooperao humana. ) /sp6rito #ra*iosamente leva o pe*adoreleito a *ooperar, a *rer, a arrependerAse, a vir livre e voluntariamente a Cristo. & #raade Deus, portanto, 7 inven*6vel. Nun*a dei;a de resultar na salvao da+ueles a +uemela 7 estendida.

    5. EDA DA GRA+A O PERSEVERAN+A DOS SANTOS

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    C)r D) Gr)6) / Ar!')'$!#&+ueles +ue *r-em e so verdadeiramentesalvos podem perder sua salvao por no #uardar (preservar a sua "7. Nem todos osarminianos *on*ordam *om este ponto. &l#uns sustentam +ue os *rentes estoeternamente se#uros em CristoB +ue o pe*ador, uma ve: re#enerado, nun*a pode perdera sua salvao.

    P"r$"0"r)'6) (#$ S)'#$ / C)0'$!#Todos a+ueles +ue so es*olhidos porDeus e a +uem o /sp6rito *on*edeu a "7, so eternamente salvos. /stes so mantidos na"7 pelo poder do Deus Todo Poderoso e nela perseveram at7 o "im.

    S&!r# ("$$)$ P#$6"$D" )8#r(# 8#! # Ar!')'$!#& salvao 7 reali:ada atrav7s da *ombinao

    de es"oros de Deus (+ue toma a ini*iativa e do homem (+ue deve responder a essaini*iativa. & resposta do homem 7 o "ator de*isivo (determinante. Deus tem

    providen*iado salvao para todos, mas Sua proviso s5 se torna e"etiva (e"i*a: paraa+ueles +ue, de sua pr5pria e livre vontade, es*olhem1 *ooperar *om /le e a*eitar Sua

    o"erta de #raa. No ponto *ru*ial, a vontade do homem desempenha um papel de*isivo.Desta "orma 7 o homem, e no Deus, +ue determina +uem ser o re*ipiente do dom dasalvao.

    /ste era o sistema de doutrina apresentado na !emonstran*e1 (!epresentao dos&rminianos e re8eitado pelo S6nodo de Dort em 232O, por no ser *onsiderado b6bli*o.

    D" )8#r(# 8#! # C)0'$!#& salvao 7 reali:ada pelo in"inito poder doDeus Tri=no. ) Pai es*olheu um povo, o Milho morreu por ele e o /sp6rito Santo torna amorte de Cristo e"i*a: para tra:er os eleitos 9 "7 e ao arrependimentoB desse modo,"a:endoAos obede*er voluntariamente ao evan#elho. Todo o pro*esso (eleio, redeno,re#enerao, et*. 7 obra de Deus e 7 operado to somente pela #raa. Desta "orma,Deus e no o homem, determina +uem sero os re*ipientes do dom da salvao.

    /ste sistema de teolo#ia "oi rea"irmado pelo S6nodo de Dort em 232O *omo sendo adoutrina da salvao *ontida nas /s*rituras Sa#radas. L o sistema apresentado naCon"isso de M7 de estminster e em todas as Con"iss>es !e"ormadas. Na 7po*a doS6nodo de Dort "oi "ormulado em *in*o pontos1 (em resposta aos *in*o pontossubmetidos pelos arminianos 9 I#re8a da 0olanda e t-m sido, desde ento, *onhe*idos*omo os *in*o pontos do Calvinismo1.