Apostila_04 - Avaliação Da Composição Corporal

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHOCENTRO DE CINCIAS DA SADE

    CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAO FSICA

    LEONARDO DE ARRUDA DELGADO

    AVALIAO DA COMPOSIO CORPORAL

    So Luis2004

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    AVALIAO DA APTIDO FSICA P rojeto de elaborao de sistema de informaes

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ............................................................................................ 6 2 APLICAES DA AVALIAO DA COMPOSIO CORPORAL ............. 9

    3 CONCEITOS RELACIONADOS COM A COMPOSIO CORPORAL.... 10 3.1 Massa gorda total (MGT) ................................................................... 10 3.2 Gordura essencial.............................................................................. 10 3.3 Gordura no-essencial....................................................................... 10 3.4 Gordura corporal relativa (%GC)........................................................ 11 3.5 Massa do tecido adiposo ................................................................... 11 3.6 Massa livre de gordura (MLG) ........................................................... 12 3.7 Massa corporal magra (MCM) ........................................................... 12 3.8 Densidade corporal total (Dc) ............................................................ 12 3.9 Sobrepeso.......................................................................................... 12 3.10 Obesidade.......................................................................................... 13 3.11 Modelo de dois compartimentos ........................................................ 13 3.12 Modelo de multicomponentes ............................................................ 13 3.13 Equao de predio ......................................................................... 14

    4 MODELOS DE ANALISE DE COMPOSIO CORPORAL...................... 15 5 MTODOS DE MEDIDAS DA COMPOSIO CORPORAL.................... 18

    5.1 Mtodo direto..................................................................................... 18 5.2 Mtodos indiretos............................................................................... 19 5.3 Mtodos duplamente indiretos ........................................................... 20

    6 TCNICAS DE MEDIDA DA COMPOSIO CORPORAL....................... 21 6.1 Tcnicas diretas de medidas para analise da composio corporal .. 21 6.2 Tcnicas indiretas de medidas para analise da composio corporal 21

    6.2.1 Pesagem hidrosttica ................................................................. 22 6.2.2 Plestismografia de deslocamento de ar ...................................... 26 6.2.3 Absoro radiolgica de dupla energia (DEXA).......................... 29

    6.3 Tcnicas duplamente indiretas .......................................................... 32 7 ANTROPOMTRIA................................................................................... 33

    7.1 Tcnicas que utilizam dobras cutneas ............................................. 34 7.1.1 Pressupostos da tcnica de dobras cutneas............................. 35 7.1.2 Princpios da tcnica de dobras cutneas .................................. 37 7.1.3 Fontes de erro de medida........................................................... 38

    7.1.3.1 Habilidade do avaliador ....................................................... 38

    7.1.3.2

    Tipo de adipmetros ............................................................ 40

    7.1.3.3 Fatores individuais............................................................... 42 7.1.3.4 Equaes de predio de dobras cutneas......................... 42

    7.1.4 Equaes de regresso.............................................................. 46 7.1.4.1 Equaes de PARIZKOVA (1961)....................................... 50 7.1.4.2 Equao de FAULKNER (1968) .......................................... 52 7.1.4.3 Equaes de DURNIN & RAHMAN (1967).......................... 55 7.1.4.4 Equaes de DURNIN & WOMERSLEY (1974).................. 55 7.1.4.5 Equaes de JACKSON & POLLOCK (1975-1978-1980) ... 57 7.1.4.6 Equaes de LOHMAN (1981-1986) ................................... 66 7.1.4.7 Equaes de KATCH & McARDLE (1983) .......................... 67

    7.1.4.8 Equaes de MUKHERJEE & ROCHE (1984) .................... 68 7.1.4.9 Equaes de THORLAND (1984)........................................ 69

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    7.1.4.10 Equaes de BOILEAU (1985) ............................................ 70 7.1.4.11 Equaes de GUEDES (1985) ............................................ 71 7.1.4.12 Equaes de SLAUGHTER (1988)...................................... 72 7.1.4.13 Equaes de PETROSKI (1995) ......................................... 74

    7.2

    Tcnicas que utilizam as medidas de circunferncias ....................... 79

    7.2.1 Pressupostos .............................................................................. 79 7.2.2 Equaes de predio de circunferncias .................................. 80

    7.2.2.1 Equaes de KATCH & McARDLE (1983) .......................... 81 7.2.2.2 Equaes WELTMAN et al (1987-1988).............................. 82 7.2.2.3 Equaes de DOTSON e DAVIS (1991) ............................. 84

    8 FRACIONAMENTO DA MASSA CORPORAL TOTAL.............................. 85 8.1 Fracionamento da composio corporal em dois componentes ........ 89

    8.1.1 Massa gorda (MG)...................................................................... 89 8.1.2 Massa livre de gordura (MLG) .................................................... 89

    8.2 Fracionamento da composio corporal em quatro componentes..... 90

    8.2.1 Massa ssea (MO)...................................................................... 90 8.2.2 Massa residual (MR)................................................................... 91 8.2.3 Massa muscular (MM) ................................................................ 91

    8.3 Massa ideal (MI)................................................................................. 91 8.3.1 Relaes entre peso e estatura .................................................. 92

    8.3.1.1 Estatura/Peso ...................................................................... 92 8.3.1.2 Estatura e circunferncia do punho ..................................... 93 8.3.1.3 Estatura x IMC Mdio ......................................................... 93

    8.3.2 Relao entre MLG e %GC desejvel ........................................ 94 REFERNCIAS................................................................................................ 97

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 Classificao dos nveis de obesidade.............................................. 13 Tabela 2 Relao entre temperatura da gua e densidade ............................. 25 Tabela 3 Padres de avaliao de erros de prognstico (EPE). ...................... 44 Tabela 4 Equaes DURNIN & RAHMAN........................................................ 55 Tabela 5 Equaes de DURNIN & WOMERSLEY........................................... 56 Tabela 6 Equaes de converso de Dc para %GC........................................ 57 Tabela 7 Frmulas para converter Dc em %GC para populao negra........... 59 Tabela 8 Estimativa do percentual de gordura de POLLOCK para homens a

    partir da idade e do somatrio das dobras cutneas do trax, abdome ecoxa........................................................................................................... 64

    Tabela 9 Estimativa do percentual de gordura de POLLOCK, para mulheres apartir da idade e do somatrio das dobras cutneas do trax, suprailaca ecoxa........................................................................................................... 65

    Tabela 10 Equaes de conveno de Dc para percentual de gordura deacordo com a idade................................................................................... 66

    Tabela 11 Constate de ajuste por idade de acordo com o sexo....................... 67 Tabela 12 Tabela de constantes por idade, sexo e raa................................. 67 Tabela 13 Equaes de MUKHERJEE & ROCHE ........................................... 69 Tabela 14 Equaes de THORLAND............................................................... 69 Tabela 15 Equaes de BOILEAU................................................................... 70 Tabela 16 Equaes de Slaughter ................................................................... 73

    Tabela 17 Equaes de PETROSKI ................................................................ 74 Tabela 18 Frmulas para converso de Dc em %GC ...................................... 76 Tabela 19 Estimativa do Percentual de Gordura para Homens de acordo com

    PETROSKI, a partir do Somatrio das Dobras Subescapular, Triceps,Suprailaca, Panturrilha Medial* ................................................................ 77

    Tabela 20 Estimativa do Percentual de Gordura para Mulheres a Partir daIdade e do Somatrio das Dobras Cutneas: axilar medial, Suprailaca,Coxa e Panturrilha Medial ......................................................................... 78

    Tabela 21 Gordura desejvel para adultos sedentrios. .................................. 96 Tabela 22 Valores Mdios de Percentuais de Gordura para Algumas

    Modalidades Desportivas .......................................................................... 96

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2 Pesagem hidrosttica......................................................................... 23 Figura 3 Pletismografia. ................................................................................... 27

    Figura 4 DEXA. ................................................................................................ 30 Figura 5 Modelos de adipmetros mais utilizados............................................ 41

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    AVALIAO DA COMPOSIO CORPORAL

    1 INTRODUO

    A composio corporal a proporo entre os diferentes

    componentes corporais e a massa corporal total, sendo normalmente expressa

    pelas porcentagens de gordura e de massa magra (HEYWARD, 1998a; KISS,

    BHME & REGAZZINI, 1999; NIEMAN, 1999, apud COSTA, 2001, p.21).

    A obteno dos valores de tais porcentagens constitui informao de

    grande importncia para os profissionais de Educao Fsica, visto que as

    quantidades dos diferentes componentes corporais, principalmente gordura e

    massa muscular, apresentam estreita relao com a aptido fsica, tanto

    relacionada sade quanto ao desempenho esportivo.

    De acordo com DE ROSE et alii (1984) apud COSTA (1999 s/p) a

    composio corporal constitui um aspecto dinmico dos componentes

    estruturais do corpo humano, sofrendo alteraes durante toda a vida dos

    indivduos em decorrncia de inmeros fatores como: crescimento e

    desenvolvimento, status nutricional e nvel de atividade fsica.

    A avaliao da composio corporal torna-se extremamente

    necessria, haja visto que para o desenvolvimento de uma avaliao mais

    criteriosa sobre os efeitos da atividade fsica no organismo humano existe a

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    necessidade de fracionamento corporal em seus diferentes componentes

    (GUEDES, 1989, apud GOMES & FILHO, 1995, p.34)

    Atravs da avaliao da composio corporal pode-se, alm de

    determinar os componentes do corpo humano de forma quantitativa, utilizar-se

    os dados dessa anlise para detectar o grau de desenvolvimento e crescimento

    de crianas e jovens, o status dos componentes corporais de adultos e idosos,

    bem como, prescrever exerccios.

    Existe um consenso entre autores, no sentido de colocar a

    composio corporal como um dos componentes da aptido fsica, devido s

    relaes existentes entre a quantidade e distribuio da gordura com

    alteraes do nvel de aptido fsica, e o estado de sade das pessoas.

    Reduzir a quantidade de gordura e/ou aumentar a quantidade de

    massa muscular esto entre os anseios de grande parte dos praticantes de

    exerccios fsicos, esta preocupao deve ser considerada no somente do

    ponto de vista da esttica, mas tambm de qualidade de vida dos indivduos, j

    que a obesidade, est associada a um grande nmero de doenas crnico-

    degenerativas.

    Considerando a relao existente entre a obesidade e doenas

    crnico-degenerativas, fica evidentes a importncia da realizao de estudos

    com o objetivo de verificar os nveis de adiposidade da populao, bem como a

    realizao de avaliaes de aspectos da composio corporal a fim de oferecer

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    subsdios para a prescrio e o acompanhamento de programas de exerccios

    fsicos e/ou dietas, que podem ser teis no combate a estes problemas.

    COITINHO et alii apud COSTA (op.cit) realizou um estudo

    epidemiolgico sobre as condies nutricionais da populao brasileira e

    idosos, que indicou que cerca de 27 milhes de brasileiros apresentavam

    sobrepeso, sendo que destes estimava-se poca do estudo que 6,8 milhes

    eram indivduos obesos. Para os autores, estes resultados indicaram que o

    excesso de peso corporal da populao constitui um grande problema de

    sade coletiva no Brasil, j que nos 15 anos que antecederam o referido estudo

    a populao de obesos quase dobrou.

    De acordo com GUEDES & GUEDES (1985), to importante quanto

    o excesso de peso corporal custa de um maior acmulo de gordura, o seu

    dficit .

    A reduo excessiva do peso corporal pode induzir o organismo auma srie de complicaes, notadamente no que se refere produo e transformao de energia para a manuteno dascondies vitais e para a realizao das tarefas do cotidiano.

    A importncia da avaliao da composio corporal deve-se ao fatode o peso corporal isoladamente no poder ser considerado um bom parmetro

    para a identificao do excesso ou dficit dos componentes corporais (massa

    gorda, massa muscular, massa ssea e massa residual) ou as alteraes nas

    quantidades proporcionais dos mesmos em decorrncia de um programa de

    exerccios fsicos e/ou dieta alimentar.

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    2 APLICAES DA AVALIAO DA COMPOSIO

    CORPORAL

    Alm de avaliar a quantidade total e regional de gordura corporalpara identificar os riscos de sade, h outras medidas importantes que podem

    ser utilizadas por mdicos e outros profissionais da sade e do

    condicionamento fsico. HEYWARD (2000, p.6) diz que estas medidas podem

    servir para:

    - Identificar riscos sade associados aos nveis excessivamente

    altos ou baixos de gordura corporal total.

    - Identificar riscos sade associada ao acmulo excessivo de

    gordura intra-abdominal.

    - Proporciona entendimento sobre o risco sade associado

    falta ou ao excesso de gordura corporal.

    - Monitorar mudanas na composio corporal associada a certas

    doenas.

    - Avaliar a eficincia de intervenes nutricionais e de exerccios

    fsicos na alterao da composio corporal.

    - Estimar o peso corporal de atletas e no atletas.- Formular recomendaes dietticas e prescrio de exerccios

    fsicos.

    - Para monitora mudana na composio corporal associada ao

    crescimento, desenvolvimento, maturao e idade.

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    3 CONCEITOS RELACIONADOS COM A COMPOSIO

    CORPORAL

    3.1 Massa gorda total (MGT)

    A MGT inclui todos os lipdios que podem ser extrados do tecido

    adiposo e outros tecidos. formada pelas gorduras essencial mais a no-

    essencial.

    3.2 Gordura essencial

    a gordura acumulada na medula dos ossos e no corao, nos

    pulmes, fgado, bao, rins, intestino, msculos e tecidos ricos em lipdeos

    espalhados por todo o sistema nervoso central. So compostos de

    fosfolipdeos, necessrios para formao da membrana celular e

    funcionamento fisiolgico normal (~10% MGT). Na mulher, a gordura essencial

    tambm inclui a gordura especfica ou caracterstica do sexo.

    3.3 Gordura no-essencial

    Consiste na gordura acumulada no tecido adiposo. So formadas

    por triglicerdeos encontrados principalmente no tecido adiposo (~90% da

    MGT). Essa reserva nutricional inclui os tecidos que protegem dos

    traumatismos os vrios rgos internos, assim como o volume ainda maior de

    gordura subcutnea localizada por debaixo da superfcie cutnea.

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    As quotas proporcionais de gordura de armazenamento em homens

    e mulheres so semelhantes (12% nos homens, 15% nas mulheres), porm aquantidade total de gordura essencial nas mulheres, que inclui a gordura

    especfica do sexo, quatro vezes maior que nos homens. mais que

    provvel que a gordura essencial adicional seja biologicamente importante para

    a procriao e outras funes relacionadas aos hormnios.

    De acordo com o modelo terico de distribuio da gordura corporal

    para mulheres de BEHNKE, observa-se que, como parte dos 5 a 9% de

    gordura de armazenamento de reserva especfica do sexo, as mamas contribui

    com aproximadamente 4,4% da massa total de gordura corporal, ou no mximo

    12,5% da quantidade de gordura especfica do sexo, e o restante deve

    localizar-se nas regies plvicas, das ndegas e coxas, que contribuem

    quantitativamente para as reservas adiposas das mulheres.

    3.4 Gordura corporal relativa (%GC)

    a massa gorda total (MGT) expressa como porcentagem da massacorporal total.

    3.5 Massa do tecido adiposo

    a massa corporal composta de + ou 83% de gordura mais as

    suas estruturas de suporte (~2% de protenas e ~15% de gua).

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    3.6 Massa livre de gordura (MLG)

    A MLG consiste em todos os tecidos e substncias residuais livresde lipdeos, incluindo gua, msculos, ossos, tecidos conjuntivos e rgos

    internos.

    3.7 Massa corporal magra (MCM)

    a massa livre do gordura (MLG) mais os lipdeos essenciais que

    so: 2 a 3% em homens e 5 a 8% em mulheres (LOHMAN, 1992).

    3.8 Densidade corporal total (Dc)

    Total da massa corporal expressa em relao ao total do volume

    corporal.

    3.9 Sobrepeso

    o peso corporal que excede o peso normal ou padro de uma

    determinada pessoa, baseando-se na sua altura e constituio fsica. Os

    padres comearam a serem estabelecidos em 1959 com a proposio de

    tabelas de peso e estatura, que ainda hoje so amplamente utilizadas.

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    3.10 Obesidade

    a quantidade excessiva de gordura corporal total para um dadopeso corporal, que esto fortemente associados ao aumento de fatores de risco

    para a sade, bem como dos ndices de morbidade e mortalidade.

    Veja a classificao de obesidade de acordo com NIDDK (1993),

    apud COSTA (2001,p.28)

    Tabela 1 Classificao dos nveis de obesidade Classificao Masculino Feminino

    Leve 15-20% 25-30%Moderada 20-25% 30-35%Elevada 25-30% 35-40%Mrbida >30% >40%

    3.11 Modelo de dois compartimentos

    Refere-se a modelos de avaliao de composio corporal que

    dividem o corpo em 2 partes com compartimento de gordura e sem gordura.

    3.12 Modelo de multicomponentes

    Modelo de composio corporal que leva em conta a variao

    interindividual em contedo de gua, mineral e protena da massa livre de

    gordura.

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    3.13 Equao de predio

    Frmulas matemticas derivadas da anlise de regresso mltipla eutilizadas para estimar medidas da composio corporal (por exemplo, %GC,

    Dc, e MLG).

    As equaes podem ser especficas populaes, quando so

    equaes de predio utilizadas para estimar a composio corporal de

    indivduos de um grupo homogneo especfico (por exemplo; crianas, atletas,

    obesos e etc) e equaes generalizadas, quando so equaes de predio

    utilizadas para estimar a composio corporal de grupos heterogneos que

    variam bastante em idade, sexo, etnia, nvel de gordura corporal e nvel de

    atividade fsica.

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    4 MODELOS DE ANALISE DE COMPOSIO CORPORAL

    Modelos tericos so usados para obter medidas referenciais decomposio corporal para desenvolvimento de mtodos e equaes

    antropomtricas, de dobras cutneas, anlise de impedncia bioeltrica e

    interactncia de infravermelho. WANG, PIERSON & HEYMSFIELD (1992),

    apud COSTA (2001,p.21-22) propuseram um modelo que divide o

    fracionamento da massa corporal em cinco diferentes nveis:

    - Nvel I (atmico) compreende cerca de 50 elementos, sendo

    que mais de 98 % da massa corporal total determinada pela

    combinao de oxignio, carbono, hidrognio, nitrognio, clcio e

    fsforo, com os 44 elementos restantes representando menos de

    2 % da massa corporal total.

    - Nvel II (molecular) divide os compostos qumicos corporais,

    que compreendem mais de 100.000 molculas diferentes, em

    cinco grupos: lipdios, gua, protenas, carboidratos e minerais.

    - Nvel III (celular) divide o corpo em trs componentes: massa

    celular total, fludos extracelulares (incluindo plasma intra eextracelular) e slidos extracelulares.

    - Nvel IV (tecidos, rgos e sistemas) so quatro as categorias

    de tecidos apresentadas nesse nvel: tecido conectivo, tecido

    epitelial, tecido muscular e tecido nervoso. importante ressaltar

    que os tecidos adiposo e sseo so formas de tecido conectivo.

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    - Nvel V (corpo todo) neste nvel o corpo analisado segundo

    suas caractersticas morfolgicas, com medidas relacionadas ao

    tamanho, forma e propores do corpo humano.

    Os cinco nveis de organizao do corpo fornecem uma estrutura

    conceitual dentro da quais as diversas pesquisas em composio corporal

    podem ser realizadas. evidente que deve haver inter-relaes dos diferentes

    nveis que, se constantes, podem fornecer associaes quantitativas facilitando

    estimativas de compartimentos previamente desconhecidos. A compreenso

    das inter-relaes dos diferentes nveis de complexidade evita a interpretao

    errnea de dados determinados em nveis diferentes (HAWES, 1996).

    Observando a complexidade exigida em cada nvel possvel

    perceber que a avaliao do corpo como um todo aquela que est mais

    prxima da realidade dos profissionais que atuam na rea clnica ou em testes

    de campo, pois as caractersticas fsicas a que se refere podem ser analisadas

    a partir de medidas de estatura, massa corporal, permetros, dimetros e

    espessura de dobras cutneas, por exemplo, que no exigem equipamentos

    sofisticados ou procedimentos laboratoriais.

    Neste sentido podemos dizer que, os cientistas utilizam modelos

    tericos de composio corporal, que subdividem a massa corporal total, em

    dois ou mais componente, usando-se modelos qumicos, anatmicos ou fluido-

    metablicos. Geralmente, os modelos qumicos e corpo total tm sido

    amplamente utilizados na pesquisa de composio corporal.

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    Modelo de 4C

    Anatmico

    Modelo de

    FludosMetablicos

    Modelo de 4C

    QumicoModelo de 2C

    Minerais

    Msculosesquelticos

    Tecidosmoles emsculo

    lisos

    TecidoAdiposo

    ECS

    ICS

    ICF

    ECF

    Gordura

    Minerais

    Protenas

    gua

    Gordura

    MLG

    Gordura

    Figura 1: Modelos de predio de dobras cutneas de dois componentes (2C) e multicomponentes.ECF=fluido extracelular; ICF=fluido intracelular; ICS= slidos intracelulares; ECS= slidosextracelulares.

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    rgos por medidas corporais externas, produzindo dados que podem ser

    usados para a validao de vrios mtodos de estimativa da composio

    corporal humana "in vivo" , e para o desenvolvimento de novos mtodosantropomtricos (DRINKWATER et alii, 1984). importante ressaltar que a

    utilizao das equaes propostas por este estudo deve ser cuidadosa no que

    se refere a populaes jovens, crianas e atletas, pois a amostra era composta

    s por indivduos idosos e isso pode proporcionar um erro significativo nos

    resultados.

    5.2 Mtodos indiretos

    So aqueles onde no h a manipulao dos componentes

    separadamente, mas a partir de princpios qumicos e fsicos visam a

    extrapolao das quantidades de gordura e de massa magra; estes mtodos

    so validados a partir do mtodo direto.

    Entre os mtodos indiretos podemos citar como mtodos qumicos a

    contagem de potssio radioativo (K40 e K42), diluio de xido de deutrio,

    excreo de creatinina urinria e etc., com relao aos mtodos fsicos os mais

    conhecidos so o ultra-som, o raio-x, o raio-x de dupla energia, a ressonncia

    nuclear magntica e a densimetria. Entre estes, a pesagem hidroesttica tem

    sido considerada como referencia para a validao de mtodos duplamente

    indiretos. Ela baseada no princpio de Arquimedes, onde um corpo quando

    mergulhado em gua desloca um volume de gua igual ao seu prprio volume.

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    Devido necessidade de tcnicos altamente treinados e

    equipamentos laboratoriais caros, a determinao da composio corporal por pesagem hidrosttica raramente utilizada em situaes de campo. A

    alternativa mais comum o uso de algumas formas de mtodos

    antropomtricos. Estes incluem propores peso-estatura, circunferncias

    corporais e medidas de dobras cutneas (BAUMGARTNER & JACKSON,

    1995).

    5.3 Mtodos duplamente indiretos

    So aqueles validados a partir de um mtodo indireto, mais

    comumente a densimetria. Temos como mais utilizados a tcnica

    antropomtrica e a impedncia bioeltrica.

    Medidas antropomtricas so aplicveis para grandes amostras e

    podem proporcionar estimativas nacionais e dados para a anlise de mudanas

    seculares, este mtodo pode incluir medidas de peso, estatura, permetros

    corporais, dimetros sseos e espessura de dobras cutneas, sendo estaltima a mais utilizada quando o objetivo predizer a quantidade de gordura

    corporal.

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    6 TCNICAS DE MEDIDA DA COMPOSIO CORPORAL

    Para analise da composio corporal podem-se empregar tcnicascom procedimentos de determinao direta, indireta e duplamente indireta. Nos

    ltimos anos, os recursos indiretos de maior destaque envolvem a tcnica da

    densiometria, espectrometria e da absortometria radiolgica de dupla energia.

    Contudo, no se pode ignorar a existncia de outros mtodos igualmente

    importantes, como a ultrasonografia, a tomografia axial computadorizada, a

    ressonncia magntica ativa.

    6.1 Tcnicas diretas de medidas para analise da composiocorporal

    As tcnicas diretas de analise da composio corporal so aquelas

    em que o avaliador obtm informaes in loco dos diferentes tecidos do

    corpo, mediante dissecao macroscpica ou extrao lipdica. Apesar da

    relevncia e preciso, esse procedimento implica incises no corpo, o que

    limita sua utilizao a laboratrios e cadveres humanos.

    6.2 Tcnicas indiretas de medidas para analise dacomposio corporal

    As principais tcnicas indiretas utilizadas na analise da composio

    corporal so a pesagem hidrosttica, Plestismografia de Deslocamento de Ar e

    a Absoro Radiolgica de Dupla Energia (DEXA).

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    6.2.1 Pesagem hidrosttica

    A pesagem hidrosttica, tambm conhecida como densiometria, um dos meios mais comuns para estimar a composio corporal em locais de

    pesquisa e freqentemente utilizada como mtodo de critrio para avaliar o

    percentual de gordura corporal. Um mtodo de critrio fornece o padro com os

    quais outras metodologias so comparadas, baseia-se no princpio de

    Arquimedes, onde:

    Todo corpo mergulhado num fludo (liquido ou gs) sofre, por parte dofluido, uma fora vertical para cima, cuja intensidade igual ao peso dofluido deslocado pelo corpo.

    Assim, quando um corpo pesado dentro da gua possvel obter

    seu volume e atravs da relao entre massa e volume, calcula-se sua

    densidade. Ao realizar esse procedimento, uma pessoa entra em um taque de

    gua norma, submerge abaixo da superfcie da gua e ento expira

    completamente, enquanto tcnicos registram seu peso. Como esse

    procedimento envolve adaptao ao meio lquido, so realizadas de 8 a 12

    pesagens submersas, sendo que utilizada na frmula a mdia das trs

    maiores mdias.

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    Figura 2 Pesagem hidrosttica.Fonte: CD-ROM Avaliao da Composio Corporal. Prof Roberto Fernandes da Costa

    A determinao do volume se d pela diferena entre o peso

    corporal do indivduo fora da gua e completamente submerso na gua.

    Considerando que corpos mais densos que a gua tendem a afundar e menos

    densos tendem a flutuar, quanto mais pesado for um corpo dentro da gua em

    relao a um mesmo volume, maior a sua densidade.

    A seguir h orientaes que ajudaro a garantir uma avaliao mais

    precisa da composio corporal utilizando tcnica de pesagem hidrosttica:

    - No coma dentro de 4h antes do teste;

    - Urine e defeque antes do teste;

    - Vista menos roupa possvel. Remova qualquer bolha de ar

    presas na roupa antes da pesagem;

    - Expire completamente enquanto estiver submerso.(isso exigir

    prtica da parte da maioria dos indivduos!);

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    Na determinao da densidade corporal, caso se empregue uma

    estimativa do VR, recomenda-se a utilizao das seguintes equaes:

    Homens:

    VR = 0,0115(idade em anos) + 0,019(estatura) - 2,24(BOREN et alii, 1966)

    Mulheres:

    VR = 0,021(idade) + 0,023(estatura) - 2,978

    Deve-se tambm levar em conta a densidade da gua na equao

    para determinar a densidade corporal. A densidade da gua varia com a

    temperatura e requer um fator de converso padronizado. Para o maior

    conforto do indivduo, recomenda-se realizar a pesagem hidrosttica a

    temperatura entre 32 e 35C.

    Tabela 2 Relao entre temperatura da gua e densidade Temperatura C Densidade (g/ml)

    27 0,996528 0,996329 0,996030 0,995731 0,995432 0,995133 0,994734 0,994435 0,994136 0,993737 0,993438 0,9930

    Apesar de a densidade da gua representar um elemento importante

    a ser determinada, sua variao muito discreta dentro desta faixa de

    temperatura usada para a pesagem hidrosttica torna este efeito desprezvel,

    como erro no clculo da densidade corporal.

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    O grau de preciso considerado aceitvel, na determinao do VR,

    depende do equipamento e da tcnica utilizada e do objetivo do teste

    (screening ou pesquisa). Uma vez calculada a densidade corporal, podemosconverter este valor em porcentagem de gordura, que, em ltima anlise, o

    resultado que mais nos interessa quando realizamos avaliaes da composio

    corporal. Esta converso pode utilizar o modelo de dois componentes, equao

    SIRI(1961) ou BROZEK (1963), para estimativa da composio corporal de

    jovens e adultos de raa branca, para outras populaes devem-se utilizar o

    modelo de multicomponentes com equaes especficas, para sexo, idade,

    quantidade de gordura e etc.

    Embora esta tcnica apresente valores de densidade corporal muito

    precisos, somente indivduos com razovel adaptao ao meio aqutico podem

    ser submetido aos seus procedimentos, o que limita enormemente sua

    utilizao em analises rotineiras da composio corporal.

    6.2.2 Plestismografia de deslocamento de ar

    Este um mtodo relativamente recente para avaliao da

    composio corporal, com a vantagem de ser simples, seguro e requerer uma

    cooperao mnima do sujeito avaliado. Porm, exigindo equipamento

    complexo, sofisticado e de alto custo. A principal vantagem desse mtodo em

    comparao pesagem hidroesttica que essa tcnica mais rpida e

    produz menos ansiedade para muitos indivduos. A principal desvantagem o

    custo dos equipamentos tcnicos necessrios para realizar as medies.

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    A avaliao atravs da pletismografia consiste de uma cmara cujo

    modelo mais utilizado na atualidade o BOD POD-Body Composition System

    (LIFE MEASUREMENT INSTRUMENTES, 1997).

    Figura 3 Pletismografia.Fonte: CD-ROM avaliao da composio corporal. Prof Roberto Fernandes da Costa

    Este modelo constitudo em fibra de vidro, contendo janela de

    acrlico, com assento em seu interior para o avaliado se acomodar, e porta com

    dispositivos eletromagnticos para o seu fechamento. No interior da cmara o

    volume aproximado de 450 litros, constituindo um ambiente confortvel para

    o sujeito testado. Atravs de um software especfico, instalado em um

    microcomputador conectado cmara, so determinadas variaes de

    volumes de ar e de presso em seu interior, com a cmara desocupada e com

    o avaliado, alm de variveis pulmonares necessrias s estimativas do

    volume corporal (GUEDES & GUEDES, 1998).

    Os procedimentos da plestimografia tm como base a aplicao da

    lei de deslocamento de ar de Boyle (GARROW et alii, 1979). Normalmente,

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    durante uma transformao gasosa, a presso, o volume e a temperatura

    variam. Mas, sob determinadas condies, onde se variando a presso e o

    volume a temperatura do gs permanece constante. Assim, ROBERT BOYLE(1627-1691), fsico e qumico irlands, estabeleceu a seguinte relao:sob

    temperaturas constante, a presso de um gs [ inversamente proporcional ao

    seu volume. Isto equivale a dizer que um ambiente fechado de temperatura

    constante, se dobrarmos o volume do gs sua presso se reduzir metade;

    ou se reduzir seu volume a um tero, sua presso triplicara, o que pode ser

    representado pela expresso: P1.V1=P2.V2

    Por esse raciocnio, ao introduzir o avaliado em cmara fechada e

    isolada do meio exterior em condies isotrmicas, com presso (P1) e volume

    (v1) de ar em seu interior previamente conhecido, a quantidade de ar

    comprimida em razo do espao ocupada por sua massa corporal dever

    diminuir o volume de ar existente na cmara em proporo idntica ao aumento

    da presso interna. Ao se determinar a nova presso interna (P2) com o

    avaliado dentro da cmara, torna-se possvel estimar o volume (V2) do ar em

    seu interior mediante utilizao da relao P1.V1=P2.V2. Por subtrao de

    ambos os volumes de ar no interior da cmara (V1 e V2), corrigido pelo ar dos

    pulmes computado automaticamente por sistema de anlise respiratria

    acoplada ao avaliado, determina-se o volume corporal.

    Uma vez determinada o volume corporal, possvel obter-se a

    densidade corporal atravs da relao entre a massa corporal e seu volume.

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    Dc(kg/l)=Massa Corporal(kg)/Volume corporal (l)

    6.2.3 Absoro radiolgica de dupla energia (DEXA)

    A densiometria com emisso de raios-X de dupla energia (DEXA)

    considerada uma tcnica avanada para medir a densidade do osso e avaliar a

    composio corporal. Utilizada como rotina no diagnstico da osteoporose,

    analisa o contedo mineral sseo de coluna lombar e fmur proximal, dois

    principais stios de fraturas. Alm disso, um procedimento que vem sendo

    utilizado para quantificar massa magra e massa gorda em segmentos isolados

    e corpo total (BLAKE, 1997).

    O princpio bsico do DEXA a utilizao de uma fonte de raio-X

    com um filtro que converte um feixe de raio-X em picos fotoeltricos de baixa

    energia que atravessam o corpo do paciente. A obteno da composio

    corporal feita atravs da medida de atenuao dos picos fotoeltricos no

    corpo. Os maiores fabricantes dos equipamentos DEXA so Norland, Lunar e

    Hologic (BONNICK, 1998).

    O rastreamento para corpo total requer aproximadamente 5 minutos

    e a exposio radiao de 0,05 a 1,5 mrem, dependendo do instrumento.

    Em termos comparativos, a radiao recebida em raio-X de trax de

    aproximadamente 25 a 270 mrem. A medida feita com o indivduo em

    decbito dorsal, atravs de uma srie de varreduras transversais a partir da

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    cabea at o p, para se obter o rastreamento. No preciso nenhum preparo

    ou requisitos especiais para a execuo do exame.

    Figura 4 DEXA.Fonte: CD-rom avaliao da composio corporal. Prof Roberto Fernandes da Costa

    A nomenclatura aplicada tcnica inclui; contedo mineral sseo

    (BMCT), densidade mineral ssea total (BMDT), massa magra sem tecidosseo (LEAN), massa gorda (FAT), partes moles (LEAN+FAT) e partes moles

    sem gordura (LEAN+BMC)(LOHMAN, 1996).

    A Padronizao da nomenclatura em portugus ainda deficitria. O

    calculo de massa mineral ssea (g), do contedo mineral sseo (g/cm) e da

    densidade ssea (g/cm) pode ser obtido atravs do DEXA. Nestes clculos, as

    medidas expressas em relao a cm e cm so ajustadas para a larguras e

    reas, respectivamente, das partes do esqueleto que so rastreadas.

    A estimativa do contedo de gordura em massa magra sem tecido

    sseo derivada a partir de uma constante de atenuao de gordura pura (Rf)

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    excede 20 a 25 cm, tanto massa gorda quanto massa magra apresentam

    valores superestimados, observando-se erro e impreciso aumentados quando

    comparados a indivduos com espessura corporal menor que 20 cm (LOHMAN,1996).

    Atualmente, a informao sobre composio corporal de grande

    interesse para estudos de consumo de energia, estoque de energia, massa

    protica, posio mineral do esqueleto, definir hidratao relativa, e em estudos

    de crescimento e desenvolvimento (FOEMICA et alli, 1993).

    Quando comparada a outros mtodos para avaliar composio

    corporal (medida de dobras cutneas, impedncia bio-eltrica, espectrometria e

    pesagem hidrosttica), o DEXA considerado um procedimento um

    procedimento no evasivo, no traumtico, altamente preciso e reprodutivo

    (GUTIN, 1996), que permite a medida compartimental e proporcionam uma

    avaliao longitudinal de um indivduo com maior segurana, rapidez e baixo

    custo. J vem sendo empregada em pesquisas mdicas, experimentais e

    clinicas, inclusive no Brasil. A sua utilizao efetiva na prtica clinica vir dos

    estudos comparativos de diferentes mtodos.

    6.3 Tcnicas duplamente indiretas

    As tcnicas duplamente indiretas utilizadas na avaliao da composio

    corporal utiliza-se de equaes de predio baseadas nas medidas antropomtricas,

    impedncia bioeltrica e a interactncia de infravermelho.

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    7 ANTROPOMTRIA

    A antropometria o mtodo mais utilizado para avaliao da

    composio corporal pela sua aplicabilidade tanto no laboratrio como no

    campo, na rea clnica e em estudos populacionais. Sendo que sua relativa

    simplicidade e o baixo custo dos equipamentos contribuem para sua

    popularidade.

    Atravs de medidas antropomtricas possvel fazer acompanhamento de crescimento morfolgico, bem como de alteraes de

    medidas corporais decorrentes da prtica de exerccios fsicos e dietas,

    proporcionando dados de grande valia para os profissionais que atuam nestas

    reas.

    Este acompanhamento pode ser realizado simplesmente pela

    observao da alterao das medidas em valores absolutos ou atravs da

    utilizao das mesmas em modelos matemticos que tm a finalidade de

    estimar as quantidades dos diferentes componentes corporais: massa

    muscular, ssea, gorda e residual.

    No mtodo antropomtrico destacam-se vrias tcnicas (protocolos),

    que podem ser dividas em: ndices antropomtricos, tcnicas que utilizam a

    espessura de dobras cutneas, tcnicas que utilizam medidas de

    circunferncia e tcnicas mistas que combinam dobras, cutneas com medidas

    de circunferncia e dimetros sseos.

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    7.1 Tcnicas que utilizam dobras cutneas

    Ao longo dos anos, o mtodo de medidas de dobras cutneas (DOC)

    tem sido largamente utilizado para estimar a gordura corporal total em

    situaes de campo e clinicas.

    Como forma de definio podemos dizer que dobra ou prega

    cutnea, uma medida que visa avaliar, indiretamente, a quantidade de

    gordura contida no tecido celular subcutneo e, a partir da, podermos estimar a proporo de gordura em relao ao peso corporal do indivduo.

    De acordo com FERNANDES (2003, p.48):

    A mensurao das pregas cutneas, por ser uma tcnica simples,pouco onerosa e de fcil manuseio e, sobretudo, por apresentar altafidedignidade, correlaciona-se otimamente com tcnicas maissofisticadas, tem sido o mtodo preferido dos pesquisadores narea do exerccio fsico e nos esportes.

    A base lgica para as mensuraes das pregas cutneas com a

    finalidade de estimar a gordura corporal total reside no fato de existir uma

    relao entre a gordura localizada nos depsitos adiposos existentesdiretamente debaixo da pele e essa est diretamente relacionada com a

    gordura total.

    As medidas das espessuras de dobras cutneas em determinados

    locais do corpo podem ser um bom subsidio para a predio da quantidade de

    gordura corporal. McARDLE, KATCH & KATCH (1992, p.48)

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    Essa metodologia passvel de ser utilizada em pesquisas

    epidemiolgicas de grande escala e na avaliao nutricional. Alm disso,

    medidas de DOC podem ser usadas para estabelecer perfis antropomtricos.

    As mensuraes das dobras cutneas podero proporcionar

    informao bastante constante e significativa acerca da gordura corporal e de

    sua distribuio. A medida da espessura de dobras cutneas pode ser utilizada

    basicamente de duas maneiras.

    A primeira consiste em somar os escores como uma indicao do

    grau relativo de adiposidade entre os indivduos. A segunda maneira em

    combinao com equaes matemticas destinadas a predizer a densidade

    corporal ou o percentual de gordura corporal.

    7.1.1 Pressupostos da tcnica de dobras cutneas

    De acordo com HEYWARD & STOLARCZYK (2000,p.14), os

    pressupostos da tcnica de dobra cutnea so:

    - A DOC uma boa medida da gordura subcutnea: a DOC

    uma medida da espessura de duas camadas de pele e a gordura

    subcutnea adjacente. Pesquisas demonstraram que a gordura

    subcutnea, avaliada pelo mtodo de DOC em doze locais,

    similar ao valor obtido nas imagens de ressonncia magntica

    (MRI). Entretanto, em alguns locais especficos, medidas de DOC

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    acusaram quantidades de gordura significativamente menores

    comparadas s medidas obtidas diretamente da MRI.

    - A distribuio da gordura subcutnea e interna similar paratodos os indivduos do mesmo sexo: a validade deste

    pressuposto questionvel. Sujeitos mais velhos de um mesmo

    sexo e densidade corporal tem proporcionalmente menos gordura

    subcutnea que seus pares mais jovens. Alm disso, o nvel de

    gordura corporal afeta a quantidade relativa de gordura localizada

    internamente e sob a pele. Indivduos magros tm uma proporo

    mais alta de gordura interna e a proporo de gordura localizada

    internamente diminui medida que a gordura corporal total

    aumenta.

    - Devido existncia de uma relao entre gordura

    subcutnea e gordura corporal total , a soma de vrias dobras

    cutneas pode ser utilizada para estimar a gordura corporal

    total: pesquisas estabelecem que as espessuras das dobras

    cutneas em diversos locais medem um fator comum de gordura

    corporal. Estabelece-se que aproximadamente um tero da

    gordura da gordura corporal total est localizada sob a pele nos

    homens e nas mulheres. Entretanto, existe uma variao

    biolgica considervel nos depsitos de gordura subcutneo,

    intramuscular e dentro dos rgos internos, assim como nos

    lipdeos essenciais na medula ssea e no sistema nervoso

    central. A variao biolgica na distribuio da gordura afetada

    por idade, sexo e grau de obesidade. Portanto, esses fatores

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    precisam ser considerados ao se desenvolver equaes de

    predio para estimar a gordura corporal relativa.

    7.1.2 Princpios da tcnica de dobras cutneas

    - H uma relao entre a somatria das DOC e a densidade

    corporal (Dc): essa relao linear em amostras homogneas

    (equaes de DOC para grupos populacionais especficos) e no-

    linear em uma grande variao de Dc (equaes generalizadas

    de DOC) tanto para homens como para mulheres. Uma reta de

    regresso linear, representando a relao entre o somatrio de

    DOC e Dc, ir dispor bem os dados apenas dentro de uma

    estreita faixa de valores de gordura corporal. Assim, usar uma

    equao especfica a um grupo populacional para estimar a Dc de

    clientes no-representativos dos grupos utilizados originalmente

    para desenvolver a equao pode levar a uma estimativa inexata

    da Dc desses clientes.

    - A idade uma varivel de predio independente da Dc tanto

    para homens como para mulheres: usar a idade e a expresso

    quadrada da soma das dobras cutneas resulta em uma maior

    variao na Dc de uma populao heterognea em relao ao

    uso da somatria de Doc sozinha.

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    7.1.3 Fontes de erro de medida

    A validade e fidedignidade das medidas de DOC e do mtodo deDOC so afetadas por: Habilidade do avaliador, tipo de adipmetro, fatores do

    sujeito e equao de predio utilizada para estimar a gordura corporal.

    A exatido terica das equaes de DOC para predizer a DC

    0,0075g/cm ou 3,3%GC devido variabilidade biolgica em estimar a gordura

    subcutnea atravs da espessura de DOC e diferenas interindividuais na

    relao entre a gordura subcutnea e a gordura corporal total. Portanto, erros

    de predio 3,5% GC ou 0,008 g/cm para as equaes atravs da

    espessura de DOC so aceitveis, porque uma parte desse erro atribuda ao

    mtodo de referncia.

    Entre os principais fatores de erros temos:

    Habilidade do avaliador;

    Tipo de adipmetro;

    Fatores individuais;

    Equaes de predio

    7.1.3.1 Habilidade do avaliador

    Uma grande fonte de erro em medidas de DOC a variabilidade

    existente entre os avaliadores. Aproximadamente de 3 a 9% da variabilidade

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    em medidas de DOC podem ser atribudas a erro de medida devido a

    diferenas entre avaliadores.

    O tamanho do erro entre avaliadores depende do ponto que est

    sendo medido, com erros maiores reportados para as dobras cutneas

    abdominal (5,7%) e da coxa (7,1%) comparados aos locais de DOC trceps

    (~3,0%), subescapular (~3,0 a 5,0%) e supra-liaca (~4,0%).

    A objetividade, ou fidedignidade entre avaliadores, aumentada

    quando estes seguem procedimentos de testes padronizados, praticam

    tomadas de DOC juntos e marcam o local da DOC.

    Para aumentar a habilidade do avaliador de dobras cutneas

    recomendamos os seguintes procedimentos, elaborados por peritos na rea

    como POLLOCK & LOHMAN:

    - Ser meticuloso ao localizar os pontos anatmicos usados para

    identificar o local da DOC, ao medir distncia e ao marcar o local

    com uma caneta marcadora cirrgica;

    - Ler o mostrador do adipmetro em seu 0,1mm mais prximo;

    - Tomar um mnimo de duas medidas para cada local. Se os

    valores diferirem em mais de 10%, tomar medidas adicionais;

    - Tomar medidas de DOC em uma ordem rotativa (circuitos), em

    vez de leituras consecutivas em cada local;

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    - Tomar medidas de DOC, quando a pele do cliente estiver seca e

    sem loes;

    - No medir DOC imediatamente aps o exerccio, porque amudana dos fluidos corporais para a pele tende a aumentar o

    tamanho da DOC;

    - Praticar as medidas de DOC de 50 a 100 clientes;

    - Procurar treinamento adicional em workshops realizados em

    conferncias estaduais, regionais e nacionais.

    Como se pode calcular so necessrias muita prtica e pacincia

    para se formar um avaliador de DOC habilidoso. Em certos casos, mesmo

    avaliadores altamente habilidosos no esto aptos a medir a espessura da

    DOC em indivduos extremamente obesos ou altamente musculosos. Nesses

    casos, mtodos alternativos, como o BIA, podem ser utilizados para avaliar a

    gordura corporal.

    7.1.3.2 Tipo de adipmetros

    Tanto os adipmetros de metal de alta qualidade como os plsticos

    podem ser utilizados para medir a espessura das DOC. O custo dos

    adipmetros varia, dependendo dos materiais utilizados em sua confeco

    (mental e plstico) e a preciso e exatido de sua escala de medida.

    Os modelos mais conhecidos so os da SANNY, CESCORF,

    "LANGE" e "HARPENDER". Esses aparelhos possuem caractersticas

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    especiais, sendo a mais importante a que faz com que esses apresentem uma

    presso constante de preenso, independente da abertura do aparelho. Essa

    presso de aproximadamente 10 g/mm. Sua preciso de medida de 0,1mm no caso do Harpender, Cescorf e o Sanny e 0,5 mm no Lange.

    Figura 5 Modelos de adipmetros mais utilizados

    COSTA, STEFANONI & BHME (2001) que realizaram um estudo

    comparativo de diferentes compassos de dobras cutneas utilizando as

    equaes de PETROSKI (1995) PE95 , JACKSON, POLLOCK & WARD

    (1980) JPW80 , DURNIN & WOMERSLEY (1974) DW74 e concluram que,

    no houve diferena estatisticamente significativa entre os compassos para

    nenhuma das dobras avaliadas, bem como para nenhuma das equaes

    utilizadas. Com isso concluram que os quatro compassos podem ser

    utilizados, independentes do protocolo utilizado para avaliao.

    Dado que o tipo de adipmetro pode ser uma fonte potencial de erro

    de medida, ns recomendamos que:

    - Se use o mesmo adipmetro ao monitora mudanas na

    espessura das DOC.

    - Checagem peridica da exatido do adipmetro.

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    7.1.3.3 Fatores individuais

    A variabilidade em medidas de DOC entre indivduos pode ser atribuda no apenas diferena na quantidade de gordura subcutnea no

    local, mas diferena na espessura da pele, compressibilidade do tecido

    adiposo, manuseio e nvel de hidratao.

    A variabilidade interindividual na espessura da pele (0,5 a 2mm)

    pequena e no contribui substancialmente para o erro total da medida de

    espessura da DOC. Entretanto, variao na compressibilidade da DOC pode

    ser um importante fator limitante do mtodo de DOC.

    7.1.3.4 Equaes de predio de dobras cutneas

    Para evitar erros acentuados muito importante, quando da escolha

    de uma equao, verificar com base em que populao ela foi elaborada:

    homens, mulheres, crianas, jovens, idosos, indivduos ativos, atletas, etc. Com

    relao a atletas, cabe ressaltar que existem equaes para diversas

    modalidades esportivas. necessrio levar-se em considerao que estas

    equaes normalmente vm de outros pases, o que tambm pode causar

    equvocos com relao aos resultados (COSTA, 1996).

    Tendo em vista a necessidade de minimizar os erros de predio

    das equaes existentes, so encontrados numerosos estudos para testar a

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    validade destas equaes propostas para grupos especficos ou grupos

    populacionais em diferentes localidades.

    Para selecionar a equao mais apropriada importante avaliar a

    validade relativa dos mtodos de campo e equaes de predio da

    composio corporal. As seguintes perguntas devem ser analisadas:

    - Qual foi o mtodo de pesquisa utilizado para desenvolver a

    equao? A medida de referncia estimada por equaes de

    predio varia dependendo do mtodo de campo utilizado.

    - Qual o tamanho da amostra utilizada para desenvolver as

    equaes de predio? Qual a proporo entre o tamanho da

    amostra e o nmero de variveis preditivas na equao?

    Geralmente, amostras grandes (N = 100 a 400) e aleatrias so

    necessrias para assegurar que os dados so representativos

    para aquela populao para a qual a equao foi desenvolvida.

    - Qual foi o valor Rmc e o erro padro da estimativa (EPE) para

    essa equao? Quanto maior o Rmc (at o valor mximo de

    1,00), maior a correlao. HEYWARD & STOLARCZYK (2000,

    18) apresenta a seguinte tabela dos valores de avaliao de erros

    de prognstico (EPE)

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    Tabela 3 Padres de avaliao de erros de prognstico (EPE).Fonte: LOHMAN (1992, 3-4)

    EPE MLG (kg)EPE %GC masc.e fem

    EPE Dc (g/cm)masc. e fem. Masc. Fem.

    Escala Subjetiva

    2,02,53,03,54,04,55,0

    0,00450,00550,00700,00800,00900,01000,0110

    2,0-2,52,53,03,54,04,5

    >4,5

    1,5-1,81,82,32,82,83,6

    >4,0

    IdealExcelenteMuito bom

    Bom+/- Bom

    RazovelRuim

    - Para quem essa equao de predio aplicvel? Para

    responder a essa questo, necessrio prestar ateno s

    caractersticas fsicas da amostra usada para derivar a equao.

    Fatores como idade, sexo, raa nvel de gordura e nvel de

    atividade fsica devem ser examinados cuidadosamente.

    Equaes de predio podem ser generalizadas ou especficas a

    grupos populacionais. Equaes especficas devem ser usadas

    apenas para estimar a varivel de indivduos de um grupohomogneo especfico.

    - Como as variveis foram medidas pelos pesquisadores que

    desenvolveram a equao de predio? No apenas

    importante saber quais variveis foram includas em uma

    equao de predio, mas tambm como cada uma dessas

    variveis foi medida pelos pesquisadores que desenvolveram a

    equao.

    - A validade da equao de predio foi investigada em uma

    amostra da populao (validao cruzada)? A fim de

    determinar a validade ou preciso de estimativa de uma equao

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    de composio corporal, necessrio que ela seja testada em

    outras amostras da populao.

    - Qual foi o valor da correlao (r y,y,) entre a medida referncia(y) e a prevista (y) (coeficiente de validade)? Qual foi o valor

    do EPE quando a equao foi aplicada na amostra de

    validao cruzada? Em geral, uma equao com boa preciso

    deve ter um coeficiente de validade moderadamente alto (r y,y,>80)

    e um EPE aceitvel.

    - O valor predito mdio foi similar ao valor de referncia mdio

    para a amostra de validao cruzada? A equao de predio

    deve gerar mdias de predio comparveis s medidas de

    referncia. Isso testado usando-se o teste-t pareado. As duas

    mdias no devem diferir significativamente. Uma grande

    diferena entre as mdias de predio e de referncia indica que

    h diferena sistemtica (subestimada ou superestimada) entre

    as amostras de validao e de validao cruzada, devido a erro

    tcnico ou variabilidade biolgica (LOHMAN, 1981)

    - Qual foi o erro total (E) da equao? E representa o desvio

    mdio dos valores individuais da reta de identificao. Quando

    uma equao prev com boa preciso os valores de identidade

    com um pequeno grau de desvio ao longo da reta.

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    No incio da dcada de 60, LOAN e col. & YOUNG e col., publicaram

    equaes semelhantes para mulheres de grupos etrios selecionados. Taisequaes foram desenvolvidas a partir de varias combinaes de medidas de

    dobras cutneas. De meados da dcada de 60 at a dcada de 70, numerosos

    pesquisadores publicaram outras equaes para homens e mulheres. Os

    objetivos destas pesquisas eram produzir equaes mais precisas. Alm das

    medidas de dobras cutneas e de diversas circunferncias corporais, bem

    como em algumas situaes, os dimetros sseos foram usados como

    variveis independentes.

    Essas pesquisas levaram ao desenvolvimento de equaes

    especficas, as quais mostraram que fatores como idade e sexo representam

    fontes importantes de variaes de densidade corporal. As diferenas na

    densidade corporal entre homens e mulheres podem ser amplamente

    reputadas variabilidade no tecido adiposo dito essencial. Alm disso, as

    equaes de populaes especficas para o sexo tornaram-se importantes, em

    decorrncia das diferenas na distribuio do tecido adiposo subcutneo para

    homens e mulheres.

    As equaes desenvolvidas a partir de indivduos mais jovens

    subestimavam a densidade corporal de indivduos mais velhos. O emprego de

    equaes especficas para um dos sexos em indivduos pertencentes ao outro

    sexo produz um erro sistemtico na avaliao de cerca de 0,025 g/ml (11% de

    gordura). Os achados das pesquisas com equaes para populaes

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    especficas mostraram que o sexo, a idade, o grau de gordura corporal e em si

    tratando de crianas do nvel de maturidade sexual, precisam ser considerados

    na avaliao antropomtrica da densidade corporal.

    A tendncia mais recente tem sido desenvolver equaes mais

    gerais, em vez de equaes especficas para determinadas populaes. Estas

    ltimas oferecem estimativas valiosas para os indivduos representativos das

    populaes por elas definidas.

    DURNIN & WORMERSLEY (1974) foram os primeiros a considerar a

    abordagem generalizada. Estes autores publicaram equaes representadas

    por uma nica curva comum, mas que podia ser ajustada para levar em conta a

    idade. JACKSON & POLLOCK (1978-1980) publicaram equaes

    generalizadas para homens e mulheres adultos. As pesquisas destes ltimos

    autores representam uma extenso do trabalho de DURNIN & WORMERLEY,

    tendo sido realizadas para superar algumas das limitaes associadas s

    equaes para populaes especficas, acrescentando o fator idade equao

    para a estimativa das alteraes potenciais na razo entre gordura externa e

    interna e densidade ssea.

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    7.1.4.1 Equaes de PARIZKOVA (1961)

    PARIZKOVA utilizou a tomada das dobras cutneas triciptal nobrao esquerdo e a subescapular no brao direito, dividindo a determinao do

    percentual de gordura em funo do sexo e da faixa etria, preconizando os

    intervalos de 9 a 12 anos e 13 a 16 anos. 1

    E desenvolve equaes de uma e de duas dobras, para predizer a

    densidade corporal deste grupo. Os trs grandes problemas com a tcnica de

    PARIZKOVA so:

    - A medida a dobra cutnea de trceps no brao esquerdo, que

    corresponde uma medida no padronizada;

    - No levar em conta o nvel de maturidade sexual; e a

    - Utilizao de um modelo de dois componentes, com a densidade

    da MLG igual a 1,10 g/cm.

    No entanto, o terceiro problema pode ser amenizado, utilizando-se

    equaes, baseadas em modelos de multicomponentes de converso de

    densidade corporal para %GC, encontradas em HEYWARD & STOLARCZYK

    (2000,14), j que segundo POLLOCK (1993, 324), as equaes possuem um

    fator de correlao aceitvel entre (0,81 a 0,92) de densidade corporal.

    1 CARNAVAL 1997,57

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    MENINAS DE 9 A 12 ANOS

    DC= 1,088 - 0,014 (log10 TR)-0,036 (log10 SE)Dc=1,079-0,043Log10(SE)

    %GC= [(5,35/Dc)-4,95]x1002

    Este estudo foi realizado em 56 meninas na faixa etria de 9 a 12

    anos, o erro padro estimado (EPE) da equao foi calculado em 0,012 g/ml e

    a correlao mltipla(R) foi de 0,81.

    MENINAS DE 13 A 16 ANOS

    DC=1,114 - 0,031 (log10 TR) - 0,041 (log10 SE)DC=1,102-0,058 Log10(SE)%GC= [(5,10/Dc)-4,66]x1003

    Amostragem de 62 meninas na faixa etria de 13 a 16 anos, o erro

    padro estimado (EPE) da equao foi calculado em 0,010 g/ml e a correlao

    mltipla(R) foi de 0,82.

    MENINOS 9 A 12 ANOS

    DC= 1,1088 - 0,027 (log10 TR)-0,0388 (log10 SE)DC=1,1094-0,054 Log10(SE)%GC=[(5,30/Dc)-4,89]x1004

    Esta equao envolveu 57 meninos de 9 a 12 anos, o erro padro

    estimado (EPE) de 0,011 g/ml e a correlao mltipla e de 0,92.

    MENINOS DE 13 A 16 ANOS

    DC=1,130 - 0,055 (log10 TR) - 0,026 (log10 SE)DC=1,131-0,083 Log10(SE)%GC=[(5,07/Dc)-4,64]x100

    2HEYWARD & STOLARCZYK, 2000,p.143 Id ibid.

    4 Id Ibid.

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    No encontramos os valores de erro padro estimado (EPE) e

    correlao mltipla para essa equao, em POLLOCK (1993,p.324-325).

    7.1.4.2 Equao de FAULKNER (1968)

    As investigaes sistemticas sobre composio corporal, no Brasil,

    iniciaram-se, praticamente, na dcada de 70, sendo que a maior parte das

    publicaes utilizava unicamente a equao de FAULKNER (1968), tambm

    conhecida de YUHASZ (1962), para caracterizar o percentual de gordura

    corporal (%GC).

    De acordo com CARNAVAL (1997, p.49) YAHASZ, no

    desenvolvimento de sua tcnica, preconizava a utilizao de 6 dobras (peito,

    trceps, supra-iliaca, subescapular, abdominal lado esquerdo- e coxa) e

    calculava o percentual de gordura usando a seguinte equao:

    %GC = 0,095 x (das 6 Dobras)+3,64

    Segundo CARNAVAL (op.cit) e FERNANDES (2003, p.64-65),

    FAULKNER, desenvolvendo pesquisa em nadadores americanos e observou

    que as medidas de peito e coxa constituam-se em fatores de erro, passando a

    usar apenas 4 dobras (trceps, subescapular, supra-liaca e abdominal- lado

    direito) e calcula o percentual de gordura usando a seguinte frmula:

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    %GC = (das 4 dobras)x0,153 + 5,783

    Os ndices 0,153 e 5,783 referem-se aos valores de amostragem da

    populao por ele estudada, nadadores, relacionando estatura, tipo de ossos e

    outras variveis tnicas e ambientais. Com os pesos da massa gorda (MG) e

    Massa Livre de Gordura sendo calculadas em kg pelas equaes:

    MG = %GC x Massa Corporal Total (MCT)/100

    MLG = MCT - MG

    De acordo com o autor chegou a equaes para determinao de

    peso ideal seria:

    Peso Ideal (PI) = MLG x constante

    Com as constantes fixadas pelo autor:

    Nadadores 1,09Futebolistas 1,12Demais esportes e mulheres 1,14

    De acordo com PETROSKI (1995, p.90), em seu estudo sobre o

    incio da pesquisa em composio corporal e sua evoluo no Brasil, foi

    observado que a equao, mais utilizada no Brasil e nos pases vizinhos, era a

    de FAULKNER e que a mesma era utilizada indiscriminadamente para ambos

    os sexos, em diferentes nveis de aptido fsica e sem considerar a

    especificidade da equao que foi desenvolvida para o sexo masculino. Assim,

    a magnitude dos erros na utilizao dessa equao em amostras nacionais

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    desconhecida. No entanto, durante esse perodo, no foi averiguada ou

    discutida a origem e a validade de sua utilizao na populao brasileira.

    A primeira preocupao neste sentido surgiu com GUEDES (1986)

    que realizou estudo de validao da equao proposta por FAULKNER (1968)

    em jovens pertencentes populao brasileira, atravs de pesagem

    hidrosttica, e encontrou erros bastante elevados, tanto para homens quanto

    para mulheres. Este estudo constatou que a referida equao poderia deturpar

    o resultado da quantidade de gordura corporal em torno de 37 % para o grupo

    feminino e 23 % para o grupo masculino.

    GAGLIARDI (1996) apud COSTA (2001, p.28) testou a validade de

    30 equaes de predio de componentes corporais, utilizando a pesagem

    hidrosttica, em uma amostra composta por 45 atletas divididos em nadadores

    de provas de velocidade, triatletas e jogadores de plo aqutico; concluindo

    que apenas trs mostraram consistncia em seus resultados para todos os

    grupos: BROZEK (1963), BEHNKE & WILMORE (1966) e FAULKNER (1968).

    Logo conclumos que a equao FAULKNER, pode ser utilizada

    desde que os avaliados sejam nadadores, triatletas e ou jogadores de plo

    aqutico e com idade variando entre 18 a 25 anos.

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    7.1.4.3 Equaes de DURNIN & RAHMAN (1967)

    Este estudo deve como amostra 86 crianas, sendo 48 do sexomasculino e 38 do sexo feminino com faixas etrias variando entre 12 e 15

    anos a equao masculina deve densidade corporal mdia de 1,068 g/cm com

    desvio padro de 0,013 g/cm e a feminina de 1,045 g/cm e desvio padro de

    0,011 g/cm.

    O erro padro estimado (EPE) foi de 0,008 g/ml e a correlao

    mltipla e de 0,76, para os meninos e 0,008 g/ml de EPE e 0,78 de correlao

    mltipla para as meninas.

    Tabela 4 Equaes DURNIN & RAHMANSexo %GC

    Masculino %GC=1,1533 - 0,0643 log10 (BI+ TR+ SE+SI)Feminino %GC=1,1369 - 0,0598 log10 (BI+ TR+ SE+SI)

    7.1.4.4 Equaes de DURNIN & WOMERSLEY (1974)

    DURNIN & WOMERSLEY, foram os primeiros a considerar a

    abordagem generalizada. Estes autores publicaram equaes representadas

    por uma nica curva comum, mas que poderia ser ajustada para levar em

    conta a idade. Com base em estudo de 209 homens de 17 a 72 anos de idade

    e 272 mulheres de 16 a 68 anos de idade, prope 10 equaes por faixa etria

    e 2 generalizadas, para cada gnero.

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    Tabela 5 Equaes de DURNIN & WOMERSLEY

    Sexo Faixa Etria Equao17-19 anos Dc=1,1620-0,0630 Log10(TR+BC+SE+SI)20-29 anos Dc=1,1631-0,0632 Log10(TR+BC+SE+SI)30-39 anos Dc=1,1422-0,544 Log10(TR+BC+SE+SI)40-49 anos Dc=1,1620-0,0700 Log10(TR+BC+SE+SI)50 a 72 anos Dc=1,1715-0,0779 Log10(TR+BC+SE+SI)

    Homens

    17 a 72 anos Dc= 1,1765-0,0744 Log10(TR+BC+SE+SI)16 a 19 anos Dc=1,1549-0,0678 Log10(TR+BC+SE+SI)20 a 29 anos Dc=1,1599-0,0717 Log10(TR+BC+SE+SI)30 a 39 anos Dc=1,1423-0,0612 Log10(TR+BC+SE+SI)40 a 49 anos Dc=1,1333-0,0645 Log10(TR+BC+SE+SI)50 a 68 anos Dc=1,1339-0,0645 Log10(TR+BC+SE+SI)

    Mulheres

    16 a 68 anos D=1,1567-0,0717 Log10(TR+BC+SE+SI)

    BARRERA, SALAZAR, GAJARDO, GATTS & COWARD (1997)

    utilizaram a diluio isotpica de deutrio como mtodo referencial para testar

    a validade de trs tcnicas de determinao da composio corporal:

    absortometria radiolgica de dupla energia, bio-impedanciometria, e espessura

    de dobras cutneas, atravs da equao proposta por DURNIN &

    WOMERSLEY (1974).

    A amostra foi constituda de 31 homens saudveis, na qual todos os

    mtodos apresentaram resultados similares aos valores referenciais,

    conferindo validade aos mesmos para a avaliao da gordura corporal neste

    grupo.

    KURIYAN, PETRACCHI, FERRO-LUZZI, SHETTY & KURPAD

    (1998), utilizaram a pesagem hidrosttica para testar a validade da impedncia

    bioeltrica e da antropometria atravs da equao de DURNIN &

    WOMERSLEY (1974) em uma amostra composta por 99 homens e 89

    mulheres do sul da ndia. Para ambos os sexos foram encontrados resultados

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    vlidos tanto para a bio-impedncia quanto para a equao de espessura de

    dobras cutneas.

    Para converter Dc em %GC usa-se as seguintes frmulas:

    Tabela 6 Equaes de converso de Dc para %GCIdade Sexo %GC

    Masculino (4,99/Dc)-4,5517-19 Feminino (5,05/Dc)-4,62Masculino (4,95/Dc)-4,5020-80 Feminino (5,01/Dc)-4,57

    7.1.4.5 Equaes de JACKSON & POLLOCK (1975-1978-1980)

    POLLOCK (1975) realizou um estudo em 83 mulheres jovens com

    idade variando entre 18 a 29 anos e criou uma equao de 4 dobras para

    estimar a densidade corporal. Est equao tm uma correlao mltipla R =0,84 e erro padro estimado EPE de 0,008g/cm

    Dc = 1,096095-0,0006952(X1)+0,0000011(X1)-0,0000714(X2)Onde:Dc= Densidade CorporalX1=4DOC (trceps + supra-ilaca + abdome +coxa)X2 = Idade em anos

    SINNING & WILSON (1984) relataram que essa equao estimou

    com validade a gordura corporal mdia de mulheres atletas partindo de dez

    diferentes esportes universitrios (EPE=3,2%GC). Sendo ento recomendada

    para mulheres atletas jovens e adolescentes. E a equao de para converter

    Dc em %GC :

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    %GC=[(5,01/Dc)-4,57]x100

    Em 1978, JACKSON & POLLOCK, proporo duas equaes para a

    estimativa da densidade corporal de homens, com base em estudo de 308

    indivduos de 18 a 61 anos de idade, utilizando-se de soma de 7 e 3 dobras

    cutneas, alm da idade.

    Na equao de 7 dobras cutneas para homens de 18 a 61 anos, acorrelao mltipla da equao (R) de 0,9 e o erro padro de estimativa de

    densidade (EPE) de 0,008.

    Dc=1,112-0,00043499(X1)+0,00000055(X1)-0,00028826(X4)

    Onde:Dc= Densidade CorporalX1=7DOC (peitoral + axilar medial + trceps + subescapular + supra-ilaca + abdome +coxa).X2 = Idade em anos

    Segundo HEYWARD & STOLARCZYK (2000, p.164) a equao

    generalizada da soma de sete dobras de JACKSON & POLLOCK (1978) tem

    se mostrado vlida para estimar a gordura corporal mdia de homens

    fisicamente ativos (ISRAEL et al., 1989) e de homens participando de 12

    diferentes esportes universitrios de 18 a 29 anos (SINNING et.al.,1985).

    O erro de predio dessa equao variou de 2,2% a 2,9% de GC.

    Sendo ento recomendada utilizao da equao de DOC de JACKSON &

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    Leonardo de Arruda Delgado 59

    POLLOCK de sete dobras, para estimar a composio corporal de homens

    atletas e adultos fisicamente ativos.

    HEYWARD & STOLARCZYK (op. cit, p.131) recomenda a utilizao

    das equaes de 7 DOC (JACKSON & POLLOCK) para predizer a Dc para

    Indivduos negros. Entretanto, deve-se usar as frmulas de converso

    especfica raa para estimar a %GC a partir da Dc nessa populao.

    Tabela 7 Frmulas para converter Dc em %GC para populao negraSexo Raa Frmulas para converter Dc em %GC

    Branca %GC = [(4,95/Dc)-4,5]x100Masculino Negra %GC= [(4,37/Dc)-3,93] x100Branca %GC=[(5,01/Dc)-4,57] x100Feminino Negra %GC=[(4,85/Dc)-4,39] x100

    Equao de 3 dobras cutneas para homens de 18 a 61 anos. A

    correlao mltipla (R) de 0,91 e o erro padro estimado de densidade

    (EPE.Dc) de 0,008.

    Dc= 1,10938-0,0008267(X1)+0,0000016(X1)-0,0002574(X2)

    Onde:Dc= Densidade CorporalX1=3DOC (peitoral + abdome + coxa).X2 = Idade em anos

    De acordo HEYWARD & STOLARCZYK (2000, p.142-145) existem

    muitas equaes de DOC especficas idade para homens brancos, podendo-

    se utilizar tanto a equao de 3DOC quanto de 7DOC(1978) para estimar a

    Dc de homens brancos, no entanto, pesquisas tm demonstrado a

    aplicabilidade da equao de 3 DOC. A validao cruzada dessa equao

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    indica erros de predio variando entre 2,6% GC e 3,5% GC (McLean &

    Skinner, 1992).

    O Percentual de gorduras das duas equaes 3 e 7 dobras podem

    ser obtidos pela equao:

    %GC = [(4,95/Dc)-4,5]x100

    Em 1980, JACKSON et al proporo equaes para a estimativa da

    densidade corporal de mulheres, com base em estudos de 249 individuas de

    18 a 55 anos de idade, utilizando-se de soma de 7 e 3 dobras cutneas.

    Equao de 7 dobras para mulheres de 18 a 55 anos. A correlao

    mltipla (R) da equao de 0,85 e o erro padro estimado de densidade

    (EPE.Dc) de 0,008.

    Dc = 1,097-0,00046971(X1)+0,00000056(X1)-0,00012828(X2)

    Onde:Dc= Densidade CorporalX1=7DOC (peitoral + axilar medial + trceps + subescapular + supra-ilaca + abdome +coxa)X2 = Idade em anos

    A converso de Dc para %GC pode ser feita pela equao:

    %GC=[(5,01/Dc)-4,57]x100

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    Leonardo de Arruda Delgado 61

    As equaes de DOC generalizadas de JACKSON, POLLOCK &

    WARD (1980) mostraram boa validade de predio (EPE=2,9% GC 3,5% GC)

    e pequenas diferenas (0,3% GC a 1,3% GC), quando so utilizadas paraestimar a gordura corporal de mulheres brancas (EATON, ISRAEL, OBRIEN,

    HORTOBAGYI & McCAMMON, 1993).

    Do mesmo modo como ocorrem com os homens, essas equaes

    geralmente funcionam melhor quando aplicadas a mulheres no-obesas.

    HEYWARD, COOK et al., (1992) observou em seus estudos que a equao de

    JACKSON de 3DOC subestimou significativamente a mdia da gordura

    corporal de mulheres obesas em 3,7% GC. Da mesma forma, PAIJMAS et al.

    (1992) relataram que a gordura corporal mdia de mulheres e homens brancos

    obesos era subestimada em 5,5% GC.

    Equao de 3 dobras para mulheres de 18 a 55 anos. A correlao

    mltipla (R) da equao de 0,84 e o erro padro estimado de densidade

    (EPE) de 0,009.

    Dc= 1,0994921-0,0009929(X1)+0,0000023(X1)-0,0001392(X4)Onde:X1=(TR+SI+CX)X2 = Idade Anos

    A equao de converso de densidade corporal em %GC a

    mesma da equao de 7 DOC para mulheres.

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    Leonardo de Arruda Delgado 62

    importante salientar que as equaes generalizadas de DOC de

    JACKSON & POLLOCK (1978-1980) so baseadas em um modelo quadrtico

    que usa a somatria de trs ou sete dobras e a idade para predizer a Dc. Estasequaes foram desenvolvidas para homens (18 a 61 anos) e mulheres (18 a

    55 anos), e, portanto, podem no ser aplicvel em indivduos que excedam tais

    limites de idade.

    HEYWARD & STOLARCZYK (op. cit, p.151) dizem que at o

    momento no h equaes antropomtricas, de dobras cutneas (DOC),

    impedncia bioeltrica (BIA) ou de interactncia de infravermelho (NIR)

    desenvolvidas especificamente para mulheres anorxicas, sugerindo ento,

    que para este pblico, deve-se usar a equao de 3DOC de JACKSON (1980)

    para predizer a Dc e usar a seguinte frmula para converter Dc em %GC:

    %GC = [(5,26/Dc)-4,83]x100

    CLASEY, KANALEY, WIDEMAN, HEYMSFIELD, TEATES,

    GUTGESSEL, THORNER, HARTMAN & WELTMAN (1999), apud COSTA

    (2001, p.30) examinaram a validade de diferentes mtodos de determinao da

    composio corporal, sendo que um deles foi o mtodo antropomtrico, por

    meio das equaes de JACKSON & POLLOCK (1978) para homens, e

    JACKSON, POLLOCK & WARD (1980) para mulheres, utilizando como mtodo

    de referncia o modelo de 4 componentes proposto por HEYMSFIELD,

    LICHTMAN, BAUMGARTNER, WANG, KAMEN, ALIPRANTIS & PIERSON Jr.

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    Leonardo de Arruda Delgado 63

    (1990). A utilizao dos mtodos de estimativa antropomtrica resultou em

    grandes diferenas entre as mdias e uma considervel variabilidade

    interindividual. PEA, VSQUEZ, BARBA & LUCO (1987) realizaram estudopara determinar o erro de predio das equaes de KATCH & McARDLE

    (1973); DURNIN & WOMERSLEY (1974), e JACKSON, POLLOCK & WARD

    (1980); em uma amostra de 23 mulheres de 19 a 33 anos, profissionais ou

    estudantes de medicina da Universidade do Chile.

    Os resultados obtidos pelas equaes foram comparados aos

    obtidos pela pesagem hidrosttica e o erro total foi calculado utilizando o

    conceito proposto por LOHMAN (1981). Os autores verificaram que para a

    amostra estudada todas as equaes superestimavam a quantidade de

    gordura corporal, apresentando elevado erro e diferena estatisticamente

    significativa em relao pesagem hidrosttica.

    Acreditamos que est variabilidade pode ter ocorrido pela no

    utilizao das equaes de converso de densidade corporal para percentual

    de gordura corporal especificas para o sexo e/ou grupo etnico, pois, durante

    todo o trabalho de levantamento bibliogrfico apenas HEYWARD &

    STOLARCZYK (2000, p.14) apresentam as frmulas populacionais especficas

    para converso de Dc em % GC, e todos os outros autores apresentaram

    apenas a equao de SIRI (1961) como a nica equao de converso de Dc

    para %CG.

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    Leonardo de Arruda Delgado 64

    Tabela 8 Estimativa do percentual de gordura de POLLOCK para homens a partir da idade edo somatrio das dobras cutneas do trax, abdome e coxa

    Idade (PT+AB+CX) 58

    8-10 1,3 1,8 2,3 2,9 3,4 3,9 4,5 5,0 5,5

    11-13 2,2 2,8 3,3 3,8 4,4 4,9 5,5 6,0 6,514-16 3,2 3,8 4,3 4,8 5,4 5,9 6,4 7,0 7,517-19 4,2 4,7 5,3 5,8 6,3 6,9 7,4 8,0 8,520-22 5,1 5,7 6,2 6,8 7,3 7,8 8,4 8,9 9,523-25 6,1 6,6 7,2 7,7 8,3 8,8 9,4 9,9 10,526-28 7,0 7,6 8,1 8,7 9,2 9,8 10,3 10,9 11,429-31 8,0 8,5 9,1 9,6 10,2 10,7 11,3 11,8 12,432-34 8,9 9,4 10,0 10,5 11,1 11,6 12,2 12,8 13,335-37 9,8 10,4 10,9 11,5 12,0 12,6 13,1 13,7 14,238-40 10,7 11,3 11,8 12,4 12,9 13,5 14,0 14,6 15,241-43 11,6 12,2 12,7 13,3 13,8 14,4 15,0 15,5 16,144-46 12,5 13,1 13,6 14,2 14,7 15,3 15,9 16,4 17,047-49 13,4 13,9 14,5 15,1 15,6 16,2 16,8 17,3 17,950-52 14,3 14,8 15,4 15,9 16,5 17,1 17,6 18,2 18,853-55 15,1 15,7 16,2 16,8 17,4 17,9 18,5 19,1 19,756-58 16,0 16,5 17,1 17,7 18,2 18,8 19,4 20,0 20,559-61 16,8 17,4 17,9 18,5 19,1 19,7 20,2 20,8 21,462-64 17,6 18,2 18,8 19,4 19,9 20,5 21,1 21,7 22,265-67 18,5 19,0 19,6 20,2 20,8 21,3 21,9 22,5 23,168-70 19,3 19,9 20,4 21,0 21,6 22,2 22,7 23,3 23,971-73 20,1 20,7 21,2 21,8 22,4 23,0 23,6 24,1 24,774-76 20,9 21,5 22,0 22,6 23,2 23,8 24,4 24,9 25,577-79 21,7 22,2 22,8 23,4 24,0 24,6 25,2 25,7 26,3

    80-82 22,4 23,0 23,6 24,2 24,8 25,4 25,9 26,5 27,183-85 23,2 23,8 24,4 24,9 25,5 26,1 26,7 27,3 27,986-88 23,9 24,5 25,1 25,7 26,3 26,9 27,5 28,1 28,789-91 24,7 25,3 25,9 26,5 27,0 27,6 28,2 28,8 29,492-94 25,4 26,0 26,6 27,2 27,8 28,4 29,0 29,6 30,295-97 26,1 26,7 27,3 27,9 28,5 29,1 29,7 30,3 30,998-100 26,8 27,4 28,0 28,6 29,2 29,8 30,4 31,0 31,6101-103 27,5 28,1 28,7 29,3 29,9 30,5 31,1 31,7 32,3104-106 28,2 28,8 29,4 30,0 30,6 31,2 31,8 32,4 33,0107-109 28,9 29,5 30,1 30,7 31,3 31,9 32,5 33,1 33,7110-112 29,6 30,2 30,8 31,4 32,0 32,6 33,2 33,8 34,4113-115 30,2 30,8 31,4 32,0 32,6 33,2 33,8 34,5 35,1116-118 30,9 31,5 32,1 32,7 33,3 33,9 34,5 35,1 35,7119-121 31,5 32,1 32,7 33,3 33,9 34,5 35,1 35,7 36,4122-124 32,1 32,7 33,3 33,9 34,5 35,1 35,8 36,4 37,0125-127 32,7 33,3 33,9 34,5 35,1 35,8 36,4 37,0 37,6

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    Tabela 9 Estimativa do percentual de gordura de POLLOCK, para mulheres a partir da idade edo somatrio das dobras cutneas do trax, suprailaca e coxa

    Idade (TC+SI+CX) 5823-25 9,4 9,7 10,0 10,3 10,6 10,9 11,2 11,5 11,826-28 10,5 10,8 11,1 11,4 11,8 12,1 12,4 12,7 13,029-31 11,7 12,0 12,3 12,6 12,9 13,2 13,5 13,8 14,132-34 12,8 13,1 13,4 13,7 14,0 14,3 14,6 14,9 15,235-37 13,9 14,2 14,5 14,8 15,1 15,4 15,7 16,1 16,438-40 15,0 15,3 15,6 15,9 16,2 16,5 16,8 17,2 17,541-43 16,1 16,4 16,7 17,0 17,3 17,6 17,9 18,2 18,644-46 17,1 17,4 17,7 18,1 18,4 18,7 19,0 19,3 19,647-49 18,2 18,5 18,8 19,1 19,4 19,7 20,1 20,4 20,750-52 19,2 19,5 19,8 20,2 20,5 20,8 21,1 21,4 21,753-55 20,2 20,6 20,9 21,2 21,5 21,8 22,1 22,5 22,856-58 21,2 21,6 21,9 22,2 22,5 22,8 23,2 23,5 23,859-61 22,2 22,6 22,9 23,2 23,5 23,8 24,2 24,5 24,862-64 23,2 23,5 23,9 24,2 24,5 24,8 25,1 25,5 25,865-67 24,2 24,5 24,8 25,1 25,5 25,8 26,1 26,4 26,868-70 25,1 25,4 25,8 26,1 26,4 26,7 27,1 27,4 27,771-73 26,1 26,4 26,7 27,0 27,4 27,7 28,0 28,3 28,774-76 27,0 27,3 27,6 28,0 28,3 28,6 28,9 29,3 29,677-79 27,9 28,2 28,5 28,9 29,2 29,5 29,8 30,2 30,580-82 28,8 29,1 29,4