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Apostila de Teoria Geral de Sistemas Prof. Slvio Tonetto - 2007

Histria................................................................................................................................................................................ 2 Teoria Geral de Sistemas Contedo................................................................................................................................... 2 1. O Aparecimento do Pensamento Holstico ........................................................................................................................ 2 1.1 - O paradigma escolstico........................................................................................................................................... 3 1.2 - O paradigma do Renascimento ................................................................................................................................. 4 1.3 - O mundo do mecanicismo e do determinismo ........................................................................................................... 6 1.4 - A hegemonia de determinismo ................................................................................................................................. 6 1.5 - A Idade da Relatividade e do Mecanismo Quntico................................................................................................. 10 1.6 - A Idade dos Sistemas ............................................................................................................................................. 14 2. Conceito, definio e constituintes de sistemas ............................................................................................................... 19 3. Classificao de sistemas ............................................................................................................................................... 19 4. Propriedades dos sistemas .............................................................................................................................................. 20 4.1 Fronteira e condio do arqutipo ............................................................................................................................. 20 4.2 Organizao ............................................................................................................................................................. 20 4.3 Relaes................................................................................................................................................................... 20 4.4 Estrutura, processo e informao .............................................................................................................................. 21 4.5 Controle................................................................................................................................................................... 21 4.6 Interface................................................................................................................................................................... 22 4.7 Modelo e estado ....................................................................................................................................................... 22 5. Conceito de abordagem sistmica................................................................................................................................... 22 6 - Idias bsicas de Teoria Geral de Sistemas. ................................................................................................................... 23 6.1 - Teoria Geral de Sistemas e conceitos que definem propriedades de sistemas ........................................................... 26 6.2 - Ciberntica e conceitos que definem processos de sistemas..................................................................................... 33 6.3 - Conceitos gerais, cientficos e sistmicos. ............................................................................................................... 43 6.4-Leis extensamente-conhecidas, princpios, teoremas e hipteses................................................................................ 45 6.5 - Alguns fatos genricos de comportamento de sistemas............................................................................................ 47 7 - A Seleo das Teorias de Sistemas. ............................................................................................................................... 49 7.1 - Boulding e a Hierarquia dos Sistemas Complexos................................................................................................... 50 7.2 - Miller e a Teoria Geral de Sistemas Vivos. ............................................................................................................. 54 7.3 - Beer e o Modelo de Sistema Vivel. ....................................................................................................................... 61 7.4 - Lovelock e a Hiptese de Gaia ............................................................................................................................... 65 7.5 - Teilhard de Chardin e a Noosfera ........................................................................................................................... 70 7.6 - O Taylor e o Modelo de Sistemas Geopoltico ........................................................................................................ 72 7.7 - Klir e a Resoluo de Problemas Gerais de Sistemas............................................................................................... 75 7.8 - Laszlo e os Sistemas Naturais................................................................................................................................. 76 7.9 - Cook e o Sistema Quantal ...................................................................................................................................... 78 7.10 - Checkland e a Tipologia de Sistemas .................................................................................................................... 79 7.11 - Jordan e os Sistemas A Teoria da Classificao Orgnica...................................................................................... 80 7.12 - Salk e as Categorias da Natureza .......................................................................................................................... 82 7.13 - Power e a Teoria de Controle................................................................................................................................ 87 7.14 - Namilov e o organsmico a viso da cincia. ...................................................................................................... 90 8. Definio de Sistemas. ................................................................................................................................................... 91 8.1. Conceitos Bsicos: .................................................................................................................................................. 92 8.1.1. Dados: .............................................................................................................................................................. 92 8.1.2. Informao ....................................................................................................................................................... 92 8.1.3. Sistemas ........................................................................................................................................................... 92 8.1.4.Anlise .............................................................................................................................................................. 94 9. Tipos de Sistemas .......................................................................................................................................................... 94 9.1 Sistemas Naturais..................................................................................................................................................... 95 9.2 Sistemas organizados pelo Homem ........................................................................................................................... 95 9.3 Sistemas Automatizados........................................................................................................................................... 95 9.3.1 Sistemas de Informao ..................................................................................................................................... 95 9.4 - CONCEITOS E DEFINIES .............................................................................................................................. 97 10.Sistemas de Informao Administrativos ....................................................................................................................... 97 10.1 - Engenharia da informao aplicada empresa ...................................................................................................... 98 11. Planejamento Estratgico de Sistemas de Informao.................................................................................................. 100

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12- Planejamento De Informtica (P.D.I.)......................................................................................................................... 101 12.1. Planejamento empresarial. ................................................................................................................................... 101 12.2. - PLANEJAMENTO ESTRATGICO EMPRESARIAL ..................................................................................... 102 12.3. Planejamento estratgico de informtica............................................................................................................... 102 13. Terminologia ............................................................................................................................................................. 104 14 - Sistemas: Principais componentes ou constituintes .................................................................................................... 105 14.1. Processo de operao mecnico ........................................................................................................................... 105 14.2. Processo de operao orgnico............................................................................................................................. 105 14.3. Processo de operao ciberntico ou scio-cultural............................................................................................... 106 14.4. Processo de operao hbrido e o lugar da "aberrao" ......................................................................................... 106 15 - Anexos ..................................................................................................................................................................... 107 15.1 -Teoria de sistemas e a atividade profissional ........................................................................................................ 107 15.2 - Teoria de sistemas aplicada preservao ambiental: Paradoxo da sustentabilidade46......................................... 108 15.3 -Teoria de sistemas e o risco ambiental: Trabalho e cultura 48............................................................................... 109 15.4 - O problema como um sistema: Inovaes tecnolgicas e cultura ......................................................................... 110 15.5 -Teoria de sistema e melhoria das condies de trabalho ....................................................................................... 110 15.6 -Teoria de sistemas e educao ambiental ............................................................................................................. 111 16 - Leituras recomendadas.............................................................................................................................................. 112 17 - Bibliografia .............................................................................................................................................................. 112 18 - Bibliografia Bsica: .................................................................................................................................................. 113

TEORIA DE SISTEMAS Histria A histria da teoria de sistemas remonta aos Sumrios na Mesopotmia, anterior a 2500 aC., e vai at aos dias atuais nas diferentes propostas para elaborao e aperfeioamento de software. Em todo esse percurso de quase 5.000 anos possvel identificar-se o mesmo propsito perseguido, resumindo os objetivos da teoria de sistemas: O esforo humano para prever o futuro. Para os Sumrios o primeiro passo para a previso do futuro foi dominar o tempo, criando um calendrio. Isto foi possvel quando eles destacaram uma regularidade na apresentao dos astros. O futuro podia ento ser previsto com exatido porque havia uma relao entre as regularidades observadas nos astros e nas cheias dos rios. Com esse ponto de partida foi criada tanto a astrologia como os sistemas de numerao decimal e hexadecimal. Criouse tanto os nmeros com significados simblicos como os dias sagrados (1,7,15,21,28) em que o trabalho era proibido (domingos). Os Sumrios criaram o ano de 12 meses, conforme as fases da lua, trazendo s coisas do mundo uma correspondncia de ordem, lgica e previsvel, ou seja, um sistema.2 A noo de sistema foi sempre usada intuitivamente. Mesmo o homem selvagem depende da noo de sistema quando cria referenciais de ordenamento para compor seus mitos ou para estabelecer a ocupao de seus espaos. O pensamento moderno e contemporneo fez uso continuado desse conceito, como mostrou na medicina Claude Bernard (1813-1878), ao distinguir o ambiente externo e interno do corpo. Mas a formalizao rigorosa de uma teoria de sistemas deu-se a partir dos anos 40, com a participao dos EUA na guerra mundial. Para viabilizar tamanho esforo de guerra em dois oceanos houve a necessidade de se formalizar previamente os procedimentos, ordenados conforme conceitos, funes, estruturas e processos. Para tanto, a previso do futuro passou a advir, como no poderia deixar de ser, de um procedimento matemtico. Mas ao contrrio dos antigos, os procedimentos passaram a contar com o tratamento probabilstico. Nessa condio universal, um sistema, tal como uma equao matemtica, poderia descrever tanto o funcionamento de uma fbrica, como da bolsa de valores ou de um organismo vivo. Esse esforo teve continuidade principalmente nos anos 60, com o surgimento da guerra fria, de forma que a partir dos anos 70 qualquer abordagem moderna se dizia sistmica. Teoria Geral de Sistemas Contedo 1. O Aparecimento do Pensamento Holstico

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Realidade no s mais estranha a ns que a concebemos, mas estranho que ns a podemos conceber.(J.B. Haldane). Enquanto o homem e a situao dele forem o foco central de todas as cincias sociais e humansticas, cada cincia foca seus estudos num certo ponto de vista. Exemplos: Cincia poltica se concentra na organizao poltica e administrativa da sociedade. Economias empresariais esto relacionadas organizao comercial, geografia com a estrutura fsica e, filosofia com o padro de pensamento, vises de vida e ideologias. A cincia de sistemas tem seu ponto de vista especfico tambm: entender o homem e o ambiente dele como parte de sistemas interagindo. O foco estudar esta interao de perspectivas mltiplas, holisticamente. Inerente a esta aproximao uma perspectiva histrica, contempornea, futurstica e inclusiva. A Cincia de sistemas, sua Teoria Bsica de Sistemas tem como ambio, prover um idioma geral que integra vrias reas interdisciplinares em comunicao. Como tal se esfora para, unir numa cincia universal o que muitas disciplinas tentaram com uma ' lei das leis, aplicvel a tudo, e integrando todo o conhecimento cientfico. A Cincia de sistemas pode promover a unio de culturas: entre cincia, filosofia e religio, j que esto separadas uma da outra. Para esta fuso, a cincia de sistemas deve ser ento altamente cientfica. O estudante entrar em contato com as disciplinas acadmicas diferentes: filosofia, sociologia, fsica, biologia, etc. A possibilidade conseqente de educao global algo particularmente necessria em nossa sociedade superespecializada. Nas pginas seguintes sero apresentadas algumas perspectivas sistmicas tericas ocidentais e teorias com conceitos centrais (o mundo oriental tem sua prpria tradio embora a cincia como um todo uma descendncia de civilizao ocidental). Alguns aspectos filosficos tambm recebero ateno. O espectro amplo de conhecimento ser introduzido de acordo com o mtodo de afunilamento: muito ser afludo, mas a produo ser um fluxo definido de conhecimento de sistemas. O ponto de partida natural esta na idade dourada da Grcia, o bero da cincia humana ocidental moderna. Comeando na Idade Mdia necessrio entender a origem de sistemas que pensam e, o desenvolvimento subseqente. Contribuies relativas educao global incluem pensamentos avanados por vrias pensadores de projeo. Franois Voltaire: ' Educao a nica qualidade que permanece depois que esquecermos tudo o que ns aprendemos'. Oscar Wilde em seus jograis: ' Educao uma coisa boa, mas nunca esquecer que nenhum conhecimento tem valor se no puder ser ensinado. Lars Skittner: ' Educao no algo que pode ser aprendido; algo que voc adquire . 1.1 - O paradigma escolstico Idade Mdia - Aristteles - So Tomas de Aquino - Igreja Catlica Primeiro ns temos que perceber que, convices e conhecimento em qualquer era so influenciados atravs de paradigmas do tempo - dependentes e concomitantes. Se a viso medieval pudesse ser descrita com a ajuda do paradigma escolstico satisfaria as necessidades contemporneas. Embora este paradigma pode ser caracterizado como pr-cientfico, foi uma filosofia completa que teceu a moralidade e os sistemas divinos junto com os sistemas fsicos e mundanos. Enquanto estava criando a entidade, a concretizao estava baseada nas proposies seguinte: Natureza viva, mortal, vulnervel e finita. O universo e a natureza (tempo) so possveis de entender. A salvao da alma era o desafio mais importante. As Cincias Naturais eram subordinadas a teologia. A meta da cincia era mostrar a correlao entre a verdade mundial e espiritual. O conhecimento era de natureza enciclopdica, classificado e etiquetado A estrutura da sociedade medieval foi influenciada pelo Cu e refletia uma ordem divina, alm de funcional, era cruciforme (um smbolo religioso) O desenvolvimento cientfico s foi reconhecido quando apoiou a religio. O

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mtodo existente para explicar as complexidades de fenmenos era perspiccia ou revelao; a curiosidade como tal era um pecado. Observao, experimentao, registro e concluses objetivas no eram encorajados. A natureza era vista como um organismo criado por Deus; destruir a Natureza era cometer um pecado. As foras naturais estavam alm do controle humano, qualquer proteo deles vinha de Deus ou de feitiaria. Fenmenos naturais no entendidos eram determinados com uma explicao sobrenatural. A meta da teologia (o estudo de Deus como centro das coisas) foi unir a origem do homem com a terra e a natureza, e o esforo concentrava-se em encaixa-lo nesta natureza, porque a terra a origem dele. Durante o segundo sculo (DC) o astrnomo Ptolomeu afirmou que o Universo era de natureza Esttica. Nenhuma diferena era feita entre realidade e sonho, entre fato e julgamento. Alquimia no era distinta de qumica. Nem razo, astrologia, astronomia eram consideradas freqentemente, como algo irrelevante ou ofensivo na existncia de um mistrio. A conexo com realidade no era formulada, era imprecisa implcita e indeterminada. Por exemplo: Os cinco elementos bsicos da fsica (mais tarde; uma sexta): - Terra, Ar, Fogo, gua, Quinta-essncia, (ter includo), - Magnetismo. A psicologia como uma cincia formal era de qualidades mentais desconhecidas, como satnico, endiabrados, humanos, angelicais, divinos, no obstante, foi reconhecida com as seguintes manifestaes. Pecados mortais: Virtudes Cardeais: Orgulho Justia Cobia Prudncia Luxuria Fortaleza Inveja Temperana - Virtudes Divinas: Gula F Indolncia Esperana Raiva Amor (Nota que as virtudes equilibram os pecados.). O mdico grego Galenos (131-201) produziu uma classificao de seres humanos. De acordo com ele, cada indivduo pertence a uma de quatro classes definidas pelo tipo de fludo de corpo predominante. Uma certa conexo entre fluido de corpo e tipo de personalidade foi considerada altamente significante. Fluido dominante: Tipo de personalidade: Sangue Sanguneo Fel amarelo Colrico Fel preto Melanclico Lodo Fleumtico Uma descompensao no equilbrio entre os fludos era considerado responsvel pelas doenas. Apesar do misticismo prevalecLer, seria um engano considerar a mentalidade da Idade Mdia como primitiva. Atrs deste despreparo para o mundo fsico e o mundo dos homens, a existncia humana como tal tentava mudar para uma nova imagem. A vida era considerada uma viagem ao cu. A existncia aparentemente austera era compensada por uma abundante vida mental e uma rica imaginao espiritual de longo alcance. 1.2 - O paradigma do Renascimento Sculo 16 e 17 Renovao Cientfica, literria e artstica, inspirada na Grcia antiga. Com a vinda do sculo 16, a organizao pr-cientfica teve sucesso antes da cincia ser reconhecida como capaz de descrever fenmenos e como o caminho para o para conhecimento. A Cincia se torna uma fonte para o desenvolvimento de tecnologias novas. Um respeito crescente para fatos testados em experincias vlidas e uma proficincia na comunicao de conhecimento e opinies emerge. Observao de explicaes Teolgicas com regularidades no ambiente humano (a idia que sistemas fsicos so com guia para uma meta final), antes vista como uma norma para vrios fenmenos, gradualmente abandonada. Em lugar dessas, leis da Natureza vm a

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ser formuladas em uma base mecnica. Isto significa que somente fatores diretos influenciaram o curso dos eventos aqui considerados. Uma possibilidade nova para entender a existncia humana introduzida com o aparecimento da ampliao do conhecimento em astronomia. Com as descobertas de Nicolau Coprnico (1473-1543) a viso mundial geocntrica (terra) lentamente abandonada em favor de uma nova teoria heliocntrica (sol), para os movimentos de corpos celestiais. Influenciado por preferncias estticas precoces, ele continua considerando todos os movimentos planetrios perfeitamente circulares. Pensamentos sobre um universo infinito e a multiplicidade de mundo atribuda ao filsofo Giordano Bruno (15481600) so considerados to provocantes pela igreja que ele condenado morte e queimado na estaca. Tycho Brache (1546-1601) desenvolve uma tcnica recentemente elaborada para observao de movimentos planetrios que assim melhoram a teoria. A realizao dele implementada por Johanes Kepler (157 1-1630) e prova a natureza elptica da rbita dos planetas. (As trs leis de Kepler). Pela inveno do telescpio por Galileu Galilei (1564-1642) possvel ter uma perspectiva mais realstica na Terra como planeta. A Terra j no pode ser vista como o centro de todos os fenmenos quando a viso era de que vrios planetas que se movimentam em torno do sol. A descoberta de nmeros enormes de estrelas prova que o universo maior e mais diverso que o declarado pela Igreja e telogos. A explicao teolgica de movimento o est descartada e movimento visto agora como uma fora que age em corpos em lugar dos corpos agirem sobre a fora. Nos pensamentos de Galileu ns vemos o comeo da mecanstica viso mundial e a separao entre religio e cincia. ' O mundo da natureza o campo de cincia. ' Graas aproximao experimental e matemtica, Galileu considerado o primeiro cientista moderno. Como um pesquisador ele diferenciou entre propriedades quantitativas e qualitativas. A cor, posteriormente, o gosto, e o cheiro eram descries para coisas que s existem em nossa conscincia, imprprio para o uso pela cincia (que teve que ser procurado por dados universais que originam dos objetos). Outro pesquisador Ren Descartes (1596-1650), contribui com a integrao, da filosofia do caos para o cosmo. Ele estende o dualismo, a separao entre religio e cincia para entre corpo e mente. Descartes difere entre o corpo que pertence ao mundo objetivo de realidade fsica, e da mente, que pertence ao mundo subjetivo com seus pensamentos e sentimentos. Daqui a diante a tradio religiosa Ocidental que segurava os seres humanos como algo sem igual neste mundo e talvez no universo, comea sua retirada implacvel. A Conscincia humana j no reflete uma origem divina. A maioria dos fenmenos naturais que circunvizinha o homem parece, porm ainda ser inexplicvel, sem causa aparente. Explicaes que lhe eram oferecidas de natureza puramente supersticiosa. No acredita nisto geralmente como um princpio que possvel uma compreenso completa do mundo. Quando o cientista do Renascimento olha sobre si, v seu prprio mundo como uma ilha relativamente pequena cercada de por um mar da incerteza e de mistrio. A Viso agora do nascimento de uma cincia moderna em relao ao poder da igreja. A influencia da teocracia papal e a viso mundial religiosa influenciou o curso de desenvolvimento. Era muito pequena a diferena entre os padres e homens instrudos. Tentativas de Giordano Bruno e Galileu Galilei mostraram que aquela cincia estava em perigo se isto interferisse com perguntas sociais, quer dizer, o domnio e a autoridade do Papa. A cincia se declarou independente e neutra, e conceitos como imparcialidade e objetividade logo, se tornaram suas marcas oficiais, influenciando muito mais fortemente a civilizao moderna do que a religio. A imperativa supremacia religiosa sobre o homem, foi sucessivamente substituda pelo imperativo cientfico do direito humano, a supremacia acima da natureza. Ao trmino do sculo 2O, a clssica mentalidade cientfica, perdeu seu significado. O conceito de objetividade , porm ainda pertinente - se ns reconhecermos suas limitaes.

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1.3 - O mundo do mecanicismo e do determinismo Mecanicismo: doutrina que procura explicar os fenmenos vitais, pelas leis da mecnica dos corpos inorgnicos. No princpio do sculo 18, a viso que ns hoje chamamos a viso mundial cientfica firmemente estabelecida na sociedade europia, embora respeitando as caractersticas de seu prprio tempo. Tradio e especulao so substitudas por racionalismo e empirismo com a suposio que fenmenos naturais podem e devem ser investigados e explicados. O inexplicvel agora s uma questo de ' cincia do desconhecido. A concepo determinada e formulada pela realidade exata e explcita, de que possvel controlar as foras naturais. A imagem das mudanas mundiais, que a mquina e a ambio da cincia pretendem dominar e conquistar Natureza. Um mundo tal, completamente materializado poderia ser tratado como se estivesse morto, deixando o homem ser o possuidor e mestre do ambiente, inclusive todas as plantas e animais, at mesmo, permitindo a expanso de escravido. Este mundo tambm est separado do mundo moral com que tinha sido o do ser humano durante a era medieval. A ordem espiritual e fsica que foi sintetizada dentro da Lei Natural (agora visto como matemtica / entidade fsica) ainda est influenciando o universo inteiro. Podem ser explicados agora no final das contas todos os mistrios de natureza em condies do mecanicismo. A entrada da astronomia na rea simbolizava uma filosofia mundial materialista: um universo mecanicista, de corpos mortos que obedecem ordem de foras cegas passivamente. At mesmo a perspectiva geral de mudanas do homem principalmente mecanicista. Para muitos, o mecanicismo veio ser o oposto lgico da superstio. Determinismo o princpio que constitue uma das bases do conhecimento cientfico e, segundo o qual se afirma a existncia de relaes constantes e necessrias entre os fenmenos; doutrina filosfica que nega o livre arbtrio ou a influencia pessoal na determinao do ato e atribui esta fora de causas internas ou externas. Os homens e animais so agora em princpio nada alm de seres mecnicos. O corao humano se torna uma bomba que obedece a puros princpios de termodinmica dentro de um sistema hidrulico/mecnico. Esta era de mecanicismo chamada freqentemente a Idade da Mquina, um termo arraigado na viso mundial que apresenta aqui no papel central ditado por mquinas na revoluo industrial. O nome mais importante em matemtica/fsica desta era o de Isaac Newton (1643-1727). No ano de 1687, Newton apresenta o principio relativo gravitao, um universo de funcionamento mecanicista, independente de ordem espiritual. Em termo mecnico Newtoniano, denota a condio inicial e o estado material do mundo no comeo de tempo. So especificadas mudanas de estado das leis fsicas. Posies conhecidas e velocidades para planetas em nossos sistemas solares em um momento especfico so o bastante, para determinar a posio e velocidades deles, durante todo o futuro. As leis de Newton construram automaticamente o determinismo. Pierre Simon de Laplace (1749-1827), um seguidor de Newton, famoso pelo conceito 'demon' de Laplace. Este demon sabe a posio e a velocidade de toda partcula no universo em qualquer momento. Usando as leis de Newton, calcula o futuro do universo inteiro. As formas mundiais fsicas, numa mquina em que toda subfuno pode ser calculada e, eventos em uma parte do universo tm conseqncias para todas as outras partes. Neste determinismo clssico: a todo efeito, h uma causa, e a toda ao h uma reao. Causa e efeitos iniciam uma cadeia de eventos relacionados. A aniquilao desta quantidade contnua e eterna de matria/energia impossvel. A idia do universo assim estabelecida, como um mecanismo do relgio. Nisto fundamentada a doutrina de determinismo, enquanto insinua o fluxo, na ordem de causa e efeito em um universo esttico, um universo de estar sem se tornar. Levado a seu final extremo, o superdeterminismo abraado por muitos dos cientistas da poca. De acordo com esta viso mundial, nem mesmo a condio inicial do universo poderia ter sido diferente de era; assim determinado exatamente, por um determinismo que se autodeterminou. 1.4 - A hegemonia de determinismo Uma viso mundial uniforme est emergindo, expressa em condies mecansticas. possvel, compreender o universo, pelo menos fundamentalmente. Este universo de mecanismo de relgio tem se expandido pelo Criador, trabalha de acordo com a estrutura interna e as leis causais da natureza. O propsito significa, que a mesma existncia posta fora do prprio universo. A distino de um mecanismo de relgio h pouco que seu

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significado externado ao maquinismo e s existe na mente de seu criador. Como um relojoeiro est para um relgio, assim Deus est para a Natureza. O mecanismo do relgio apresentado como uma caracterstica central do princpio geral da casualidade: que todo efeito precedido, no seguido, por uma causa. Da mesma maneira que uma roda dentada dirige e influencia a outra roda de um modo racional, uma causa mensurvel produz um efeito mensurvel em qualquer sistema racional. Tambm, causas idnticas impostas em sistemas racionais idnticos, sempre produzem efeitos idnticos. Assim uma relao de causa e efeito explica a existncia de onde a primeira causa era Deus. Dado estas circunstncias, o problema do livre arbtrio volta a tona: o livre arbtrio reconhecido como uma iluso. Significando liberdade de escolha perde o seu propsito em um universo de determinismo; eles no so necessrios para explicar fenmenos naturais e comportamento humano. A Causa explica os efeitos complementares. A base desta viso mundial mental, o reducionismo se torna a doutrina predominante. O reducionismo discute teorias cientficas, de fenmenos que explicam, em um nvel inferior, e podem ser deduzidos em explanaes para um nvel mais alto. Podem ser reduzidas as realidades e, a nossa experincia a vrios elementos bsicos indivisveis. Tambm propriedades qualitativas so possveis de se reduzir a quantitativo. Se a cor pode ser reduzida a uma pergunta de comprimento de onda, dio e amor a uma pergunta da composio de secreo interna, etc. Assim, o reducionismo inerente a todos os campos principais de cincia, como ilustrado abaixo:na fsica: o tomo com duas qualidades, massa e energia na biologia: a clula, o bloco de edifcio vivo, na psicologia: os instintos de arqutipo (modelo do ser criado, padro exemplar, similaridade, tal qual). na lingstica: os elementos bsicos de som, os fonemas. reducionismo prev uma funo de troca do sinttico para o mtodo analtico com suas trs fases. Dissecar conceitualmente / fisicamente. Ensinar propriedades/comportamento das partes separadas. Da propriedade das partes, deduzir as propriedades/comportamento do todo. Observaes e experincias so as bases da metodologia reducionista analtica. Outro pr-requisito deste mtodo a liberdade de ambiente, considerando que o ambiente irrelevante. O conceito de laboratrio cientfico unifica, e assim exclui, o ambiente. Neste ambiente o efeito de variveis diferentes: esse ser observado pelo cientista - pode ser estudado em prpria ordem sem influncia do ambiente. Aqui so testadas vrias hipteses ordenadas sobre natureza para se chegar a respostas aproximadas. Aqui a atividade cientfica exercitada, ate a ltima instncia: descrever, controlar, predizer e explicar os vrios fenmenos. Nesta atividade o cientista pressuposto para estar fora da experincia. O observador no envolvido, pelo menos, idealmente. O ideal do cientista se torna: no-interveno, neutralidade e objetividade. A presuno metafsica bsica, atrs do conceito do laboratrio, aquela que a natureza imprevisvel no reservada e que computacionalmente reversvel. Previsivelmente insinua que as mesmas leis da natureza so vlidas em todas as partes do universo. Tambm sugere que os estados fsicos so influenciados atravs de leis, mas no viceversa. No secreto o significado que todos os aspectos da natureza, so em princpio, possveis de se revelar, embora que isto, s vezes levar um tempo extremamente longo. A mesma experincia executada por observadores diferentes em partes diferentes do universo e em tempos diferentes sempre deveria dar os mesmos resultados, a intersubjetividade e o repeticionismo so atribudos aos resultados. Resultados dissimulados so atribudos como uma deficincia humana, ou a decepo pode ser corrigida atravs da melhor preciso e do desgnio experimental. Reversibilidade Computacional implica em: todo conhecimento necessrio dado, possvel para calcular o que aconteceu em um exemplo prvio, quer dizer que nada muda com tempo. Atravs da cincia analtica, o Mtodo Cientfico estabelecido com seu prprio procedimento de aproximao na ordem a seguir: Reduo da complexidade atravs da anlise. Desenvolvimento de hipteses. Projeo e replicncia de experincias.7

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Deduo de resultados e rejeio de hipteses. Esta metodologia, embora ainda com suas suposies metafsicas bsicas, agora se torna a base de cincia emprica. Requer um processo racional, emprico de investigao de observao para a formulao de hipteses e mais adiante de experincias para teoria. Sua fora sua considerao exclusiva de fato pertinente pelo que est em foco. Um exame de peso assim exclui a cor do objeto investigado completamente. Assim a rota do mtodo provocar um caminho fixo com argumento apropriado para todos os tipos de problemas. A pessoa que usa isto pode se assegurar que no foi induzido a acreditar em algo que ele no sabe de fato por natureza. Porm, nota que uma realizao cientfica s acreditada quando irrestritamente e oficialmente comunicado a outros. Graas a este quinto passo imperativo da metodologia, comentrios e correes dos resultados podem ser alimentados pelo pesquisadora. Isto iniciar idias novas e experincias que em troca asseguram que a acumulao de conhecimento nunca pra. A Cincia emprica clssica pode no s produzir teorias que explicam fenmenos existentes, mas tambm teorias que explicam fenmenos esclarecedores e, no descobertos. Pode usar mtodos que criam teorias inexplicadas at mesmo procura de fenmenos. Teorias elegantes abstratas que esperam por uma aplicao prtica so parte da histria da cincia. Este mtodo cientfico pe ao cho a mentalidade homognea da viso mundial, baseada nos conceitos de empirismo, determinismo e monismo. Enquanto empirismo a doutrina que o universo mais bem compreendido pela evidncia que confronta nossos sensos, determinismo a convico no fluxo em ordem de causa e efeito. Monismo insinua a inseparabilidade inerente de corpo e mente, uma condio prvia em todo o pensamento europeu. Os conceitos anteriores so freqentemente chamados de Paradigma Cientfico. No estudo de eletricidade, magnetismo, luz e calor o Paradigma Cientfico tem grande sucesso. Dentro de pouco tempo leis matemticas gerais sero reformuladas pelo interrelacionamento entre as reas diferentes. Otimismo humano cresce rapidamente: espera-se que a cincia d as ltimas respostas a perguntas dentro de todas as reas. Positivismo cientfico com sua demanda para fatos difceis adquiridos por experincia trazido tona por Auguste Comte (1798-1857). Conceitos como causa, significado e meta so exportadas para fora das cincias naturais. S uma realidade possvel de observar com nossos sensos, e, possvel tratar de logicamente, pode ser aceita como uma base para o conhecimento seguro. O papel do cientista deveria ser o do observador objetivo, explicando e predizendo. A coleo de fatos absolutos e a quantificao destes a ocupao principal do cientista. Esta mentalidade do positivismo passa a usar os conceitos seguintes: Monismo Filosfico: corpo e mente so inseparveis. Realidade Objetiva: uma realidade possvel de se experimentar com nossos sentidos. Nominalismo: todo o conhecimento relacionado a objetos concretos. Numa real existncia, faltam abstraes reais. Empirismo: todo o conhecimento fundado em experincia. Anti-normativismo: declaraes normativas no pertencem cincia, assim como negam ao verdadeiro ou falso. Monismo metodolgico: que s existe um mtodo de pesquisa cientfica, isso nos dado pelo paradigma cientfico. Explicaes Causais: Metas, intenes e propsito so irrelevantes. Ao trmino desta era de determinismo clssico, a interpretao mecanicista da termodinmica aponta para novas perspiccias. So formuladas as duas leis principais de termodinmica por Rudolph Clausius (1822-1888), William Kelvin (1824-1907), Ludwig Boltzmann (1844-1906) e James Maxwell (183i-1879), a origem do demon de Maxwell. Este um ser termodinmico metafsico que aparentemente negligencia a segunda lei diminuindo a entropia em um sistema isolado. O conceito de entropia introduzido como uma resumida quantidade matemtica, a realidade fsica de qual retm uma mortalha de mistrio. A primeira lei de termodinmica diz:

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A energia total no universo constante e assim no pode ser aniquilada nem por quem a criou. S se pode transformar energia em outras formas. (O princpio de conservao de energia com respeito quantidade.). De certo modo, esta lei j tinha sido formulada 500 anos a.C. pelo matemtico grego Pitgoras que disse ' tudo muda, nada perdido'. A segunda lei de termodinmica: Toda a energia no universo degrada irreversivelmente. Assim, diferenas entre formas de energia tendem a diminuir com o passar do tempo. (O princpio de degradao de energia com respeito qualidade=Entropia.). Transitando para a rea de sistemas, a lei nos fala que a entropia de um sistema isolado, sempre aumenta. Outra conseqncia que quando so unidos dois sistemas, a entropia do sistema unido maior que a soma das entropias dos sistemas individuais. Energia potencial energia organizada, Calor energia desorganizada, Entropia resulta ento em dissoluo e desordem. A soma de todas as quantidades de calor perdida no curso de todas as atividades que aconteceram no universo iguala a acumulao total de entropia. Uma analogia popular de entropia que no possvel esquentar a si mesmo em algo que est mais frio que a si mesmo. O processo de envelhecimento e morte humana pode servir como um exemplo pedaggico de entropia. Outra experincia comum que a desordem tender a aumentar, se as coisas so deixadas soltas, ou por conta prpria. (a administrao domstica do solteiro!). J que h uma relao matemtica entre probabilidade e desordem (desordem um estado mais provvel que ordem), possvel falar de uma evoluo para entropia. Abaixo de algumas expresses famosas que ilustram este processo. Probabilidade Improbabilidade - Desordem Ordem - Energia desorganizada (calor) Energia Organizada - Calor (energia de baixo-grau) Eletricidade (energia de alta qualidade) - Entropia Sintropia O processo anterior deriva da segunda lei de termodinmica e teve um tremendo impacto em nossa viso do universo. Uma conseqncia experimentar o mundo como indeterminstico ou como catico. A ltima realidade que os movimentos cegos de tomos, pelo meio de criao de vida, como um produto de chance, e evoluo, o resultado de mutaes fortuitas. Outro que a mquina mundial do Newtoniamismo tem uma tendncia persistente para descer; o Criador tem que arejar de vez em quando o mecanismo do relgio celestial. Qualquer evento que no proibido pelas leis fsicas deveria acontecer ento inmeras vezes. Hoje ns podemos ver atravs destas perspectivas, como as imagens da morte inevitvel do universo influenciaram a filosofia, as artes, a tica, e nossa viso mundial total significativamente. Esta imagem infligiu na cultura Ocidental alguma forma de paralisia. Para as geraes de investigadores criadas pela mentalidade deste perodo, uma eternidade fsica sem propsito parecia ser a base para toda a realidade. Para estas pessoas o Universo poderia ser descrito como ' grande e velho - escuro e frio', citando o gelogo contemporneo, George Barrow. O mdico francs Lon Brillouin (1889-1969) resume tudo na pergunta dele ' Como possvel entender a vida quando o mundo inteiro organizado de acordo como a segunda lei de termodinmica que aponta para a deterioo e aniquilao? A era do determinismo coincide com a era das mquinas na revoluo industrial e a cultura vitoriana conservadora. Habilidades humanas crescentemente so assumidas atravs de mquinas; as tarefas manuais so desdobradas em uma srie de manipulaes simples e montonas. Esta desumanidade de esforo produtivo e a alienao subseqente do trabalhador do origem a fenmenos mentais como Marxismo-leninismo. A era de determinismo tambm pode ser chamada de idade da cincia, com referncia uma realidade para a convico que s os conceitos que podem ser expressos no idioma das cincias naturais exatas podem ser provados atravs de quantificao. Assumem a existncia de uma realidade objetiva, inclusive dicotmicas: o homem, a mente, a natureza, contrastando, o da matria, os fatos e valores. Sua preocupao primria descobrir a verdade, perguntas relativas a valores e necessidades fora do reino da investigao cientfica. Cientismo tambm

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sinnimo do ' modo objetivo' de apresentao de resultados, usado por muitos investigadores desta era. Aquela coragem, desespero e alegria so condies prvias importantes para um resultado prspero negligenciado - por razes completamente subjetivas. Na interpretao do determinismo da segunda lei de termodinmica: possvel achar as razes do pessimismo que prevalece volta do sculo. O sol est esvaziando seus recursos e energia, a vida na terra est chegando a um perodo glacial novo e a sociedade no reconhece. A disciplina do exrcito decadente, a taxa de natalidade cadente e a proliferao de tuberculose so o efeito geral visvel e inferior da entropia aumentada. Emocionalmente, valores csmicos e fsicos nunca esto separados de um sistema humano de avaliao. A melancolia apresentada, excelentemente em literatura europia a resultante no fim do sculo. Enquanto a atitude atrai para a realidade novas perspectivas, o determinismo d impulso a dissoluo de 300 anos de hegemonia.

1.5 - A Idade da Relatividade e do Mecanismo Quntico Quntica: Mecnica que trata os processos elementares como sendo descontnuos e tendo em vista a estrutura descontnua da matria. Relatividade: teoria fsica segundo a qual o tempo e o espao so grandezas interrelativas, no podendo ser consideradas interdependentes uma da outra, e cuja idia fundamental estabelecer leis que sejam invariantes em relao ao sistema de referencia, isto , assumam o mesmo aspecto em relao a qualquer referencial. O primeiro sopro fatal para o determinismo com sua viso esttica do universo vem de Albert Einstein (18791955) em 1905, na teoria da relatividade. Um evento est definido com quatro nmeros: trs para a posio em espao e um para o tempo. Estes componentes no possuem nenhuma individualidade; no possvel imaginar tempo sem espao, ou vice-versa. Quando uma estrela observada a uma distncia de cem anos-luz, a estrela no est s longe no espao, mas tambm vista, como era, cem anos atrs. O espao quatri-dimensional com sua quantidade contnua de Espao Temporal introduzido. A contradio entre esta teoria e a teoria de Newton de gravitao gera um problema. Einstein resolve isto em 1915 introduzindo a teoria de relatividade geral, onde gravitao uma conseqncia do espao - temporal encurvado causada pelo contedo de massa e energia. A massa do sol encurva o espao temporal at mesmo em uma rbita circular no mundo tridimensional, se for uma linha direta no mundo quatridimensional. A sntese de Einstein das quantidades fundamentais de tempo, espao, massa, e energia so confirmadas no inicio de 1930 por observaes astronmicas. Para o pblico geral, vivendo na primeira parte do sculo 20, a viso mundial cientfica representada pelas teorias de Einstein s vezes era mais que incompreensvel (a linguagem cientfica, na maioria das vezes desconhecida do grande pblico). Pode ser uma viso contempornea da teoria geral da relatividade, explanada no verso seguinte: Havia uma jovem senhora chamada Bright (Luminosa), Cuja velocidade era mais rpida que a da luz, Ela viajou um dia, Por um caminho relativo, E voltou na noite prevista. (R. BULLER). Outro sopro de morte para o determinismo foi a teoria quntica. J tinha sido enunciado 1901 pelo fsico alemo Max Planck (1858-1947). Com esta teoria o conceito clssico de mecnica comeou sua reformulao. Em 1927 Werner Heisenberg (1901-76) que molda o princpio de incerteza: fundamentalmente impossvel definir posio e velocidade simultaneamente de uma partcula. O princpio de Heisenberg deve ser considerado um caso especial do princpio de complementaridade, tambm articulado, em 1927, por Niels Bohr (1885-1962). Este declara aquele, um experimento em um aspecto de um sistema (de dimenses atmicas) que destri a possibilidade de aprender sobre um aspecto de complementaridade do mesmo sistema. Junto estes princpios tm conseqncias chocantes para a compreenso de entropia e determinismo. As mecnicas novas, mecnicas qunticas, incluem indeterminismo assim como um princpio fundamental para focalizar no tomo e suas partculas. Neste sistema de balana pequeno, as circunstncias predominantes e especiais so explicadas com a ajuda da teoria quntica. Esta teoria fala de probabilidades em lugar de certezas. Embora lidasse somente com partculas extremamente pequenas, a teoria revela algumas circunstncias extraordinrias na fsica. Ela de longe uma ao fantasmagrica, como Einstein chamou o efeito espectral.

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Um par de partculas corre em estruturas que, estiveram uma vez conectadas, continuam se influenciando imediatamente at mesmo, uma a outra, depois que elas se movimentassem para se separar em partes no universo. Outra circunstncia que eltrons no saltaro de um nvel de energia a outro enquanto elas estiverem assistidas pelo efeito zeno. Isto ilustra um fenmeno bsico dentro da fsica quntica; o intrprete e os interpretados no existem independentemente. Assim, interpretao existncia e, existncia interpretao. Enquanto a teoria quntica no a resposta decisiva em fsica, definitivamente abriu um modo completamente novo de pensamento; seu impacto na percepo da realidade e nossa viso mundial no deveriam ser subestimados. Hoje, a maioria dos cientistas concorda em uma viso mundial na qual o determinismo global aponta a uma direo principal; eles concordam que o desenvolvimento do ser determinado pelo seu prprio caminho no previsto, aberto a influncias causais que vm de baixos e altos nveis. A viso cosmolgica predominante que se chamou o modelo Standard, nos fala que o universo est se expandindo h 15 bilhes anos desde o seu ponto de partida: o Big Bang (O maior efeito de tudo sem causa!). O universo desenvolveu ento de um sistema inacreditavelmente firmemente-acumulado, uma singularidade onde as leis naturais que sabemos, no existiram. Esta condio no pode ser descrita com a ajuda de uma teoria de relatividade ou a teoria quntica. Esta pode ser vista no mximo como componente de uma teoria, no como teoria final existente. Ns estamos no inicio do sculo 21 agora. O que Galileu iniciou, continuou com Newton e terminou com Einstein e, inspirou com o passar do tempo at mesmo os poetas: Natureza e as leis de natureza se deitam protegidas pela noite Deixe o Newton ser Deus dizendo que tudo eram luzes'. (Alexander Pope) Entretanto o diabo chorou quando Einstein teve que fazer O trabalho dele e restabelecer o Status Quo. (John Collings). Estes poemas pequenos implicitamente perguntam se ns podemos entender o mundo que nos cerca e as teorias sobre isto. Teorias como a teoria quntica, no podem ser de fato provadas. Se elas so matematicamente consistentes e observaes coincidem com predies, a probabilidade alta que elas descrevem razoavelmente bem realidade. Hoje, as regras de teoria quntica no foram por muito tempo e nem devem ser consideradas prejudiciais ou incompletas. Mas a cincia moderna, baseada em teoria quntica percebe que impossvel descrever conclusivamente o entendimento do mundo natural. Para isto pode ser somado que at mesmo se a cincia moderna pudesse explicar como o Universo estruturado, no pode dizer por que. Cientistas hoje tendem a concordar que, quando ns formularmos as teorias do mundo atmico, ns no estamos fazendo isto vista da realidade, mas basta nosso conhecimento relativo da realidade. Por exemplo, os fsicos no reivindicam nada sobre algo existir de fato, mas basta reivindicarem a existncia, que o nosso conhecimento reconhece. Os modelos de fsica j no explicam, eles s descrevem. De certo modo, a fsica fundamental hoje uma questo de filosofia, enquanto a cosmologia, um tipo de poesia cientfica. Uma conseqncia desta atitude que possvel reivindicar que o mundo s existe na mente do espectador, aquela observao dependente no observador. Immanuel Kant (1724-1804) filsofo reivindica a quebra da realidade com ecos de que os conceitos de espao e tempo so formas necessrias de experincia humana, em lugar de caractersticas do universo. Kant considerava que no s a conscincia que adapta as coisas, mas coisas tambm adaptam a conscincia. A viso que s existe uma verdade sobre realidade e que as vrias disciplinas cientficas descrevem partes diferentes no tem sustentao por muito tempo. O que existe s subjetivo e freqentemente concepes contraditrias de realidade. O declnio das iluses das cincias naturais da era pr Einstein, mostra que nem mesmo resultados cientficos espetaculares so absolutos. A seu devido tempo eles so substitudos por teorias e modelos que tm um valor descritivo e estendido de previso. Conhecimento atual s a melhor descrio de realidade que ns temos no momento. Werner Heisenberg disse: Um mundo quntico no existe. A nica coisa que existe nossa descrio abstrata da realidade fsica. Niels Bohr (1885-1962) tambm disse: ' Fsica s sobre o que ns podemos dizer, relativo natureza.No h pergunta de nenhum ponto como da matria que poderia ser constitudo de nossas observaes, como estes, so a nica evidncia que ns sempre podemos ter. De acordo com esta viso, a teoria quntica

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no deveria ser entendida como uma descrio do mundo, mas como um instrumento que permite mente humana fazer predies e clculos. Albert Einstein levou uma viso ligeiramente diferente quando ele disse: as leis firmes de lgica sempre so vlidas, e as leis de natureza so indiferentes a nossa atitude. Assim Einstein disse que o mundo existe, independente dos seres humanos e que, s em parte compreensvel. A perseguio de Einstein velha tradio racionalista da cincia ocidental que a realidade tem uma existncia objetiva, independente do observador, hoje questionada, por muitos investigadores. As perspectivas mltiplas, enquanto emitindo da cincia relativstica moderna, tem atualizado o clssico problema de corpo-mente: o dualismo entre substncia e conscincia. Nossa definio convencional de autoconscincia inclui a totalidade e consistncia de tempo e espao. Tal autoconscincia s pode ser concluda por uma inteligncia humana criativa. Reivindicaes de fsica quntica que pode ser vista por ser como a existncia mental da partcula em forma de onda definida conscincia por cooperao, e sobrepondo a interferncia. Existe em todos os lugares e tem conhecimento do que acontece em outros lugares. A existncia fsica da partcula da matria, como seu estado, como massa se posiciona no espao. Nesta base ns podemos identificar o oposto externo seguido de seu respectivo interno: conscincia - corpo da matria - objeto individual - ambiente cultura - natureza Vrias propostas levadas da rea de teoria da relatividade e fsica quntica so apresentadas abaixo. Muitas destas so paradoxais. Existe um nmero infinito de mundos e ns existimos no paralelo deles. O tempo vai para trs e para frente, simultaneamente. Matria e conscincia so a mesma coisa. Uma partcula existe ao mesmo tempo em vrios lugares quando se manifesta como uma forma de onda. Embora s podem ser observadas, uma de cada vez, existem simultaneamente em vrios espaos. Fsica Quntica trabalha com probabilidades. Funes de onda quntica expressam todas as probabilidades simultaneamente. Quando algum observa, a probabilidade se torna uma realidade com propriedades fixas. Outras possibilidades desaparecem. No mundo de fsica quntica tudo interconectado. Tudo existe em todos lugares simultaneamente, mas s pode ser observado como um objeto de cada vez em um universo. A onda quntica uma conexo por todo o tempo em ambos os tempos: futuro e passado. O que ns nos lembramos do passado, foi determinado por algo no futuro. Ambos: passado e futuro existiram antes, o futuro em um universo paralelo. Quando ns escolhemos algo para observarmos, ns criamos e influenciamos isto. Observaes criam conscincia e conscincia cria o universo material. A existncia da matria e conscincia a mesma coisa. A base existencial o significando para toda a matria. A msica transmitida via rdio limitada pela forma existente da onda de rdio como potencial; s ouvido quando o receptor est sintonizado. Campos qunticos de informao potencial esto em todos lugares onipresentes. O significado deles a existncia. Mudar o significado muda a existncia. O mental e o mundo fsico so os dois lados da mesma moeda. Eles s esto separados por conscincia, no por realidade. Significado e pretenso so partes inerentes de realidade, no uma qualidade abstrata na mente humana. A teoria quntica arruinou seriamente a f da cincia em uma realidade externa, material e provocou repdio ao positivismo rigoroso como cincia emprica. O potencial do da matria morto produz o da matria vivo e a conscincia significa um reconhecimento de propsito, da criao e organizao do ego. A funo de da matria vivo aparentemente ampliar a organizao do universo. Aqui diminui a entropia localmente como resultado da ordem biolgica da vida existente que est invalidando os efeitos da segunda lei da termodinmica, embora s custas de entropia aumentada no sistema inteiro.

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O determinismo rgido no vai mais longe; decidido o desenvolvimento do nosso universo por casualidade e necessidade, atravs de acaso e determinismo, causa funcionamento junto com entropia, evoluo, continuidade e mudana. Estes princpios universais - s vezes chamado sintropia (Fuller 1992) - contrariando decadncia e destruio (a segunda lei de termodinmica), criaro uma viso mundial nova e mais flexvel. Outro desafio para a cincia positivista a idia que o prprio universo um fenmeno vivo, independente de seus habitantes orgnicos. A criao de estrelas novas, o crescimento delas, a reproduo e a morte, junto com o metabolismo delas, justifica o uso do termo vivendo aos olhos de muitos cientistas. O conceito de valor no inerente a cincia; a cincia clssica nunca pergunta por que ou para que. Nem a especulao sobre a causa, o significado e a ltima meta um atributo de seu mtodo. A segunda lei de termodinmica, enquanto expressando a difuso e deteriorao do da matria existncia, representou a mentalidade da cincia clssica e muito tempo influenciou a construo de mtodos e instrumentos. Hoje, com uma conscincia crescente do universo que sofre uma criativa resoluo do problema evolues, valores podem acrescentar dimenses novas e frutferas cincia clssica. Em base ao esboo anterior este desenvolvimento cientfico o lugar de conseqncias para a viso mundial atual, e podem ser enfatizadas algumas observaes. Uma satisfazendo, e surpreendendo, fato que as leis naturais clssicas formuladas por Newton, por exemplo, ainda esto fortes. Enquanto pedao a pedao foi acrescentado ao edifcio terico, as novas geraes de cientistas, no tem, contudo, achado necessrio demolir sua estrutura principal e comear do nada novamente. A teoria gravitacional Newtoniana influenciou a teoria da relatividade de Einstein. Pelas teorias de Einstein as equaes de Newton ficaram mais complexas; A teoria original de Newton , no entanto ainda vlida e nos d na maioria dos casos aproximaes muito boas. As mecnicas de Newton se tornaram agora um ' case' especial dentro da teoria de relatividade de Einstein. Os paradoxos subatmicos contador-intuitivos de fsica quntica no interferem com o bom senso de vida cotidiana, embora elas so muito extensas em, por exemplo, microeletrnica. A relao entre teoria de relatividade e teoria quntica, o posterior sugere que espao e tempo so conceitos aproximados que podem ter que ser abandonado quando o infinitamente pequeno contemplado. Assim foram foradas a co-existir, amplas mecnicas e mecnicas qunticas, porque nenhum suficientemente bom para explicar o outro. Outra observao que a diviso clssica das disciplinas foi condicionada em grande parte pela ordem de natureza, mente e sociedade de seu tempo (quer dizer, a sociedade vitoriana bem-organizada). Isto expresso pela hierarquia do Comit de desenvolvimento em cincia com suas trs fases. A fase teolgica (correspondendo ao Escolasticismo) A fase metafsica (correspondente ao Renascimento) A fase positiva (correspondendo era Mecanicista) Ao mesmo tempo possvel ver uma hierarquia reducionista nas vrias disciplinas cientficas quando organizadas em ordem de acordo com o tamanho. Astronomia Sociologia Psicologia Biologia Qumica Fsica Vrias disciplinas da cincia tm apresentado um desenvolvimento semelhante que mostra um paralelismo no desenvolvimento de mtodos. Todo campo de conhecimento humano atravessa fases distintas. Intuio Procura-fato Anlise Sntese A sntese uma condio prvia para os sistemas que pensam em nosso prprio tempo, da mesma maneira que a anlise era durante a era mecanicista. Um sistema que j um todo perder suas propriedades cinegticas se for decomposto; no pode ser entendido por anlise.

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Entendendo que tem que progredir ento do inteiro para suas partes - uma sntese. Sntese d os passos de cincia analtica em ordem inversa. Identificar o sistema do qual a unidade em foco uma parte. Explicar as propriedades ou comportamento do sistema. Finalmente, explicar as propriedades ou comportamento da unidade em foco como uma parte ou funo do sistema. A sntese no cria o conhecimento detalhado da estrutura de um sistema. Ao contrrio, cria o conhecimento de sua funo (em contraste com a anlise). Ento, a sntese deve ser considerada como a explicao, enquanto o mtodo cientfico deve ser considerado como a descrio. Os sistemas pensantes ampliam o foco do observador, considerando que o pensamento analtico reduz isto. Em outras palavras, anlise olha para dentro das coisas, a sntese olha fora delas. Esta atitude de sistemas pensantes chamada freqentemente de expansionismo, esta a alternativa de um reducionismo clssico. Considerando que o pensamento analtico concentra em esttica e propriedades estruturais, os sistemas pensantes se concentram na funo e comportamento de sistemas inteiros. A anlise d descrio e conhecimento; os sistemas pensantes entendem e explicam. Com sua nfase em variao e multiplicidade, em lugar de estatisticamente assegurar regularidades, os sistemas pensantes pertencem tradio de idias holsticas. Os sistemas pensantes so respostas ao fracasso do mecanicismo que pensa no existir explicaes para fenmenos sociais e biolgicos. Como uma tentativa para resolver a crise, a cincia clssica formulou aproximaes novas em investigao cientfica. Principalmente, antes dos anos vinte quando propriedades emergentes em organismos vivos eram generalidade reconhecida. Nascido em biologia era fcil entender que o movimento de sistemas adquiriu a parte principal de sua terminologia daquela rea ao considerar condies como autonomia, sobrevivncia, etc. Agora possvel notar como as ferramentas especficas nas vrias reas enfatizaram as fases diferentes. As ferramentas para a anlise eram por excelncia o microscpio e o telescpio, ferramentas que devem ser consideradas providas do reducionismo. So projetadas as ferramentas da idade de sistemas emergindo para aumentar freqentemente a sntese e tem assumido a funo do laboratrio clssico. O computador se tornou um substrato vivel para experimentao. Pesquisa em muitos campos como o nuclear, a aerodinmica, biologia, qumica, etc., esto sendo agora de fato executado como simulador. O acelerador de partcula combina propriedades analticas e sintticas em um pequeno microscpio super capaz de resoluo de objetos menor que o dimetro do ncleo atmico. Satlites em rbita, da terra permitem possibilidades excelentes para a compreenso de fenmenos globais e pela primeira vez na histria a humanidade tem a oportunidade para olhar para si mesmo do exterior, agora chamadas freqentemente de ferramentas com as propriedades microscopias. 1.6 - A Idade dos Sistemas Sistema um conjunto de partes coordenadas entre si. Conjunto de leis ou princpios que regulam certa ordem de fenmenos. Conjunto de programas aplicativos destinados a uma rea. Nos anos 50, com a introduo de computadores, bombardeio do hidrognio e corrida espacial, os problemas comearam a penetrar na sociedade Ocidental de maneira ampla. Os desarranjos do sistema: trfico, desastres ambientais e a ameaa nuclear eram realidades imediatas no programa de trabalho. A sociedade foi surpreendida com desarrumaes, interagindo com problemas que variam do tcnico e organizacional para social e poltico. Foi percebido de repente que muitas solues eram inadequadas quando os problemas eram aplicados e j no existiram na forma original. Mudanas aceleradas eram a preocupao principal. Duzentos anos de sucesso para a cincia clssica e tecnologia tinham criado uma forma de desenvolvimento cujos efeitos aparentemente estavam devastando a humanidade a longo prazo. Gerald Weinberg declara em um dos seus livros que cincia e criao tem sido incapazes de se manter a passo com os segundos efeitos de ordem produzidos pelas primeiras vitrias de ordem. Os exemplos seguintes mostram alguns dos problemas: destruio ambiental e mudanas climatolgicas desmatamento e desertificao acumulao de lixo, radiao nuclear, gua, terra, e poluio de ar.14

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acidificao, gua de subsolo decrescente e camada de oznio encolhendo; biodiversidade decrescente e extino de espcies exploso de populao e criminalidade urbanizao, desemprego, e proletariado. perda de energia e deflao de recursos motorizao e poluio sonora poluio de dados, falta de informao e conhecimento, comercializao e empobrecimento cultural corrupo mental, abuso de droga e AIDS. degradao ambiental com quantias crescentes de concreto e asfalto burocratizao, passividade e entorpecimento do intelecto humano. A cincia clssica, com a superespecializao e a departamentalizao, j provou sua inabilidade de controlar problemas de tal complexidade. Sua tentativa para reduzir as complexidades dos componentes ou de construo que entendem por inteiro o conhecimento de suas partes de efeito de longo prazo. No entendendo que o todo mais que a soma das partes, os cientistas tinham agrupado o conhecimento em ilhas, enquanto os desconectamos em um arquiplago extenso de dados. No faz tempo que a fsica considerou genuno o arqutipo da cincia. Uma cadeia de reducionismo foi enfrentada onde a psicologia foi reduzida para neurofisiologia e, neurofisiologia para bioqumica e bioqumica em troca para mecnica quntica. Hoje, a biologia moderna mostrou que este tipo de reducionismo est fora da questo. Fsica, qumica e biologia se uniram em biologia molecular - um sistema de descrio de suprapesquisa de novo separou as reas de fsica e qumica. Muitos cientistas perceberam agora que o modo que eles tinham abraado, o que eles observaram e encontraram no mundo no estava longe de entender e explicar. Como Gary Zuchov (1979) diz no seu livro: The Dancing Wu-Li Masters: ' os narizes delas tinham sido profundamente enterrados no tronco de uma rvore especial da floresta, para poderem discutir de um modo significante. ' Isto foi aceito da mesma forma que sistemas no podem ser analisados de forma incompleta e no compreendida j que as propriedades primrias deles derivam das interaes das partes. Alm disso, a interao entre variveis sistmicas integrada e no podem ser separadas por causa e efeito - uma nica varivel poderia ser assim causa e efeito. Assim cresceu a conscincia que tudo no universo - incluindo o que parece existir independentemente, era na realidade parte de um padro orgnico inter-relacionado. Nenhuma nica parte deste padro de realidade ser separada da outra. possvel dar uma olhada rpida, universal, de ordem sistmica e comportamental que caracterizaram ambos, vivendo em sistemas sem vida. Aqueles humanos tiveram acesso agora a alguns dos princpios de desgnio do universo, o que pode significar que eles tambm foram includos nos desenhos para alguns ltimos propsitos. Cedo, a alternativa para interveno sistmica era sofrer as conseqncias de suportar os acontecimentos; os cientistas esperaram muito freqentemente para ver o que eles poderiam revelar sobre o mecanismo de fracassos dos sistemas. Hoje, funcionalidade, no anatomia, o ponto principal. A tarefa importante para resolver problemas na vida real. Para descrever e entender o que no vale para eles, o propsito era aumentar a capacidade de predio de sistema e o controle em larga escala. Os tcnicos se esforaram para ter coisas trabalhando bem, o cientista social para ter coisas se comportando bem. A cincia ficou mais tica, menos filosfica. Para fazer coisas, considerado mais importante o que pensam neles. Nestas circunstncias emerge o novo interdisciplinrio e a aproximao da holstica. Aqui o holismo estava tentando reunir achados fragmentrios de pesquisa em uma viso interna de homem, natureza, e sociedade. Na prtica era uma procura da perspectiva de uma viso melhor, uma arte de entender melhor e um meio de agir melhor. Sem hesitao isto esteve arraigado nos esforos de tempo de guerra e a mentalidade especial de pesquisa operacional. Esta ' disciplina emergencial ' controlou as decises estratgicas militares, distribuies de recursos, tima programao e anlise de risco, etc., de um modo verdadeiramente pragmtico, tudo para ganhar a guerra. Suas diretrizes principais eram as seguintes: Que no necessrio entender tudo, bastando ter isto sob controle. Pergunte o que acontece em vez do por que.

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No colecionar mais informao do que necessrio para o trabalho. Concentre-se nas conseqncias principais da tarefa, os detalhes pequenos podem descansar em paz. Resolva os problemas de hoje e fique atento que condies prvias e solues ficam obsoletas logo. A pesquisa operacional deu origem primeira metodologia prspera onde a complexidade do problema no foi desmontada em partes disciplinar e poderia ser tratado como uma entidade por investigadores diferentes. Em 1954 a Sociedade Internacional para Teoria de Sistemas Geral, ISGST, foi fundada. Esta sociedade depois se torna a Sociedade Internacional para Cincia de Sistemas, ISSS. Dois dos fundadores mais proeminentes eram Ludwig von Bertalanffy e Kenneth Boulding. Embora Bertalanffy j tinha formulado as idias dele nos anos trinta, ele no tinha sido reconhecido at agora. Documentos clssicos em teoria de sistemas apareceram no dirio da Cincia americana em 1950. Ento, a idia que sistemas tiveram caractersticas gerais independente da rea cientfica que eles pertenceram, era novo e revolucionrio. Boulding publicou sua famosa hierarquia de sistema em 1956. O time fundando por cientistas interdisciplinares, teve um interesse compartilhado por toda a cincia universal. Eles quiseram unir muitos fragmentos de disciplinas com uma Lei das leis aplicvel a tudo, as normas seguintes foram declaradas: para integrar semelhanas e relaes dentro de cincia; para promover comunicao por limites de disciplinas; para estabelecer uma base terica para educao cientfica geral. integrao deveria ser promovida pela descoberta de analogias e isomorfismo e a cincia nova deveria ser uma ferramenta com que controlam sistemas complexos. Analogias so explicaes feitas no relacionando algo, contudo compreendido e entendidas. Isomorfismo existe quando caractersticas comuns, estruturas, frmulas e forma de organizao estiverem em acordo em sistemas diferentes. Quer dizer, quando leis formalmente idnticas que governam o funcionamento de fenmenos materialmente diferentes existem. Um acordo parcial geralmente chamado homomorfismo. O uso de Isomorfismo tornou possvel o estudo indireto de sistemas em termos de outros sistemas (simulao) e o uso de mtodos contedo independente dentro de reas cientficas diferentes. Passo por passo uma teoria era estabelecida: a Teoria Geral de Sistema ou TGS. Como uma cincia bsica se trata em um nvel abstrato de propriedades gerais de sistemas, embora forma fsica ou domnio de aplicao, apoiadas por suas prprias metafsicas em Filosofia de Sistemas. Teoria de Sistemas geral foi fundada na suposio que todos os tipos de sistemas (concreto, conceitual, abstrato, natural ou artificial) tem caractersticas em comum resguardadas a natureza interna delas. Estes sistemas poderiam servir para descrever a natureza de nossa existncia. Expresso em condies mais precisas, a meta da Teoria Geral de Sistemas pode ser especificada como segue: Para formular teorias de sistemas generalizadas inclusive teorias de dinmica de sistemas, comportamento, meta-orientao, desenvolvimento histrico, estrutura hierrquica, e controle de processos. Para trabalhar fora de um modo metodolgico de descrever o funcionamento e comportamento de objetos de sistemas. Para elaborar modelos generalizados de sistemas. Como uma cincia aplicada, TGS se tornou Cincia de Sistemas, uma meta disciplina com um contedo capaz de ser transferido de disciplina para disciplina. Seu equivalente ao laboratrio clssico se tornou o computador. Em vez de experincias artificiosas com materiais reais, o prprio computador se tornou um substrato vivel para a experimentao. O uso de computadores como instrumentos para clculos, simulaes e a criao de uma realidade no existente, provocam um fenmeno novo que atual, imaginrio, um fenmeno, ou modo chamado virtual, o computador uma reflexo virtual de uma mquina somando mecnica no-existente. preciso, uma entidade abstrata ou processo que tm expresso fsica. Em si mesmo, uma simulao, uma simulao que necessariamente no uma simulao de qualquer coisa atual. 'Virtual' assim um modo de existncia simulada, enquanto sendo o resultado de computao.

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A meta da cincia de sistemas era, porm, no substituir, mas complementar cincia tradicional. A perspectiva maior de sistemas significa naturalmente a aquisio com a complexidade crescente de todos os sistemas, incluindo e envolvendo o homem. Gerald Weinberg (1975) diz que a cincia de sistemas, no contexto da evoluo, tem a tarefa de ajudar os cientistas desvendar a complexidade, os tecnlogos ao domnio disto, e os outros a aprender a viver com isto. Sistemas gerais que pensam baseado na teoria de sistemas se tornaro seu carimbo oficial com a meta de nutrir generalistas qualificados para permitir aos especialistas administrar melhor os problemas de hoje. Foram desenvolvidos mtodos individuais especficos muitos dos quais incluem a modelao, simulao e jogos. Um destes mtodos os sistemas se aproximam na aplicao de uma realidade da Teoria de Sistemas, opera com um vigamento integrado de conhecimento, organizacional, moderno e da cincia de administrao. A aproximao de Sistemas est baseada no princpio fundamental que deveriam ser tratados todos os aspectos de um problema humano junto de uma maneira racional. uma tentativa para combinar teoria, empirismo e pragmatismo e ver um sistema de cima para baixo em vez de debaixo para cima. Outro mtodo, Anlise de Sistemas, enquanto adotando uma perspectiva estritamente sistmica em organizaes complexas, entrou na cena cientfica para assegurar que nenhum fator importante foi excludo na estrutura. Problemas com identificao, reconstruo, aperfeioamento, e controle de uma organizao, enquanto levam em conta, objetivos mltiplos, constrangimentos e recursos so trabalhados. Possveis cursos de ao, junto com os riscos, que so apresentados custos e benefcios. A anlise de sistemas pode ser considerada um vigamento interdisciplinar da viso do problema comum. Uma extenso deste mtodo, chamada Anasntese, foi introduzida com a suposio implcita de que a pessoa que mais v pode aplicar isto, ou melhor, um problema pode ser entendido. Ao usar este mtodo modelagem simulao, jogo, anlise e sntese so todos aplicados ao desenvolvimento de um sistema. O mtodo interativamente usado ao macro e micro nvel de amplos sistemas. Normalmente, o resultado mais organizado, estruturado e responsivo a exigncias da vida real que so resultados de outros mtodos. Ento h Engenharia de sistema, um mtodo pelo qual a evoluo em ordem de sistemas artificiais pode ser alcanada. Por este meio quarteto: dinheiro, mquinas, materiais e Homem, so usados para fazer sistemas complexos na totalidade. Um mtodo muito discutido de um tipo mais terico o de dinmica de sistema. Desenvolvido por Jay Forrester (1969) usa computador dinmico que modela e muda em uma rede de variveis anexadas. Foi empregado para prognosticar o crescimento da cidade moderna (dinmica Urbana), o desenvolvimento de indstria Ocidental (dinmica Industrial), e a deflao de recurso global (dinmica Mundial). O prximo mtodo totalmente conectado com os anteriores, a convico que o homem mais criador de realidade que o seu descobridor. O futuro se tornou muito complexo prevendo que seja planejado; tendo que ser criado. Abraando uma viso pragmtica prontamente em desgnio o redesenho se torna o conceito fundamental dos sistemas perceptivo quando estiver a ponto de mudar o mundo para o melhor, construindo o novo ou melhorado os sistemas. O desgnio est preocupado em as como coisas devem ser, como combinar recursos e atingir metas. Isto envolve processos necessrios para entender o problema, gerar solues e testar solues para viabilidade. Aqui o desgnio um processo criativo, enquanto questionando as suposies nas quais foram construdas as estruturas e exigindo uma perspectiva completamente nova. O desgnio de sistemas um procedimento formal onde recursos humanos, artefatos, tcnicas, informaes e procedimentos de trabalho so integrados em um sistema para facilitar seu desempenho. O desgnio de sistemas o oposto de melhoria de sistemas, a poltica de recuperar sistemas velhos (J. Van Gigch 1978). Uma mais recente perspectiva quando investigando sistemas de teleologia, a doutrina de comportamento e estrutura, determinada pelo propsito que eles cumprem. Indica que sistemas no s so guia com foras mecnicas, mas tambm se orientam a certas metas de autorealizao. Aqui organizaes e organismos tm os prprios propsitos, enquanto artefatos, por exemplo, mquinas, servem para o propsito de outros, mas para nenhum propsito prprio. Podem ser estudados sistemas complexos assim de muitos pontos de vista que so vistos como complementares em lugar de competitivo. A escolha de aproximao terica depende principalmente que lhe digite a perspiccia que buscada. Uma qualidade comum de nomear mtodos a gerao de conhecimento necessrio para que se

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resolva seu problema. As ferramentas caractersticas de domnio de redes de telecomunicao de computadores, bancos de dados, etc. esto disponvel em informtica. Um novo efeito de que a aproximao que subconjuntos de reas cientficas tradicionais fundiram-se, formando disciplinas novas. Um exemplo recente a cincia de complexidade onde organizao biolgica, matemtica de computador, fsica, rede computadores paralelos no linear, que foram reunidas dinmica de sistema, teoria de caos, redes neurais e conectividade. Isto estimulou a definio de qualidades sistmicas recprocas novas: complexidade / simplicidade e simulativo / no -simulativo. Uma quantificao nova de complexidade tambm foi introduzida: deveria ser definida a complexidade de algo como o comprimento da possvel descrio mais curta (algoritmo) disto. A teoria de complexidade tenta descrever como regras complicadas s vezes produzem comportamento simples e organizadas, por exemplo, habilidade de sistemas vivos para sempre se tornar mais organizado. Sua metodologia de funcionamento no-reducionista: um sistema visto como uma rede de partes interagindo, quase todos os detalhes bons do qual so ignorados. Regularidades e padres comuns vlidos por muitos sistemas diferentes so examinados cuidadosamente. De interesse especfico so essas condies que asseguram o aparecimento da evoluo comportamental, enquanto se auto-organiza autocomplicado. A teoria de complexidade opera em algum lugar na zona entre os dois extremos de ordem completa e caos completos. Tambm, disciplina relacionando a cincia de sistemas, como ciberntica, binica e C3I, mais diretamente apresentao de mrito. Elas tornam possvel uma perspectiva mais larga relativa aos princpios subjacentes bsicos de estrutura e comportamento em sistemas. A ciberntica estava definida em 1948 em um livro de Norbert Wiener: Ciberntica o Controle e Comunicao entre o Animal e a Mquina. Em ciberntica so estudados sistemas vivos por analogia com sistemas fsicos. A binica o estudo de sistemas vivos em ordem que identifique conceitos aplicveis para que lhe projete sistemas artificiais, e foi introduzido atravs de Especializao Steele em 1958. Amalgamao de biologia e tcnica reconhecvel na terra. Binica percebe sistemas fsicos por analogia com sistemas vivos. So ditos freqentemente que cibernticas e binicos estejam dos dois lados da mesma moeda. A sigla C31 representa comando, controle, comunicao e inteligncia. Durante os ltimos dez anos o interesse por operaes de cunho social, exrcito e organizaes empresariais cresceu. Sistemas administrativos modernos esto baseados em uma troca entre as pessoas, entidades organizacionais e apoio tcnico. A deciso faz uma complexidade inata que freqentemente em fase inicial no possvel definir que tipo de informao importante; o juiz normalmente exige mais informao que ser til. Na sigla estendida de C412 que C extra representa o computador e extra 1 para integrao, enfatizando interconexo dosada entre o homem e computador. Aqui ser impossvel separar social de fatores tcnicos e o ser humano que sempre uma parte do problema como tambm uma parte de soluo. O Homem Mquina adaptado um da matria fundamental no sistema que tem que ser projetado ao redor do homem, o potencial dele e as necessidades dele. Apesar do acesso ao apoio de deciso de alta tecnologia, um ponto principal deve ser que lhe treina a habilidade humana para controlar o inesperado. Realmente sempre tende a uma situao nunca encontrada antes. A cincia de sistemas aplicada como soluo de problemas em organizaes empresariais s vezes chamada de ciberntica de administrao. Como tal est freqentemente ocupada com o desgnio da estrutura organizacional apropriada, que inclui: Especificao das sub tarefas da organizao e partio de trabalho. Design de comunicao entre subsistemas. Definio das reas de deciso, execuo e autoridade. Design e desenvolvimento de sistemas de controle e coordenao de esforos para a meta organizacional. Devemos recapitular freqentemente o aparecimento do movimento de sistemas com algumas palavras de Kenneth Boulding de 1956: ' Teoria de Sistemas geral o esqueleto da cincia no sentido em que leva a prever uma estrutura de sistemas nos quais se agregam disciplinas e particularmente as matrias em um ordenamento coerente de corpo de conhecimento.

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A isso deve ser somado que a maioria das contribuies importantes de rea de sistemas que provem um nico vocabulrio e um jogo unificado de conceitos aplicvel praticamente a todas reas da cincia. 2. Conceito, definio e constituintes de sistemas Sistema , portanto, uma forma lgica de apreenso da realidade. Ao se formular sistemas, no se busca um reflexo do mundo real, mas sim a descrio ou destaque daqueles traos da realidade, cujo conjunto permite a percepo de uma condio de ordem e a proposio de uma forma operativa voltada para um dado objetivo. Nestes termos, pode-se definir sistema como uma "coleo de entidades"3 ou coisas, relacionadas ou conectadas de tal modo que "formam uma unidade ou um todo"4, ou que "propiciem a consecuo de algum fim lgico a partir dessas interaes conjuntas". Cada componente se relaciona pelo menos com alguns outros, direta ou indiretamente, de modo mais ou menos estvel, dentro de um determinado perodo de tempo, formando uma rede causal. As entidades podem ser tanto pessoas, mquinas, objetos, informaes ou mesmo outro sistema, no caso, subsistema. Essas mesmas podem ser inerentes (internas) ao sistema ou transientes (em movimento) a ele. O sistema estabelece uma fronteira (fig. 1) e tudo que externo a ele chamado de meio ambiente do sistema. O quadro 1 lista os principais constituintes de um sistema. Esses constituintes esto representados na fig. 1, na forma de um modelo de sistema. As entidades, ou subsistemas, ligam-se para formar uma estrutura. Essas ligaes estabelecem interfaces, cujo padro de conexo pode ser mais ou menos rgido, dependendo da natureza do acoplamento. Sistemas em que as entidades ou subsistemas estejam fortemente acoplados compartilham um espao comum de acoplamento (fig 2) e so muito frgeis, ao contrrio dos sistemas fracamente acoplados, que se mantm mesmo que uma parte da estrutura seja destruda.8 Sistemas se organizam de forma hierrquica , sem implicar em escala de importncia. A fig. 3 mostra um exemplo de hierarquia de sistemas na organizao do trabalho. Graas ao conceito de hierarquia possvel destacar da realidade complexa vrios conjuntos de relaes estruturais. 3. Classificao de sistemas Alm da condio decorrente da forma de acoplamento, os sistemas classificam-se tambm conforme gneros. Pode-se pressupor duas condies extremas, os sistemas naturais (relativos natureza) e os sistemas sintticos (relativos ao homem).10 Para os primeiros poder-se-ia perguntar se a natureza realmente constitui um sistema. Enquanto que para os segundos a dvida se existe realmente um sistema absolutamente sinttico, j que o homem natural e faz uso da natureza. A resposta a essas questes deve levar em conta que a teoria de sistemas no compreende objetivo mimtico na representao, como j colocado. Assume-se que o tratamento arbitrrio, como por exemplo, interpretar a natureza como um sistema. Pode-se presumir sistemas sintticos absolutos quando se considera a geometria, as equaes matemticas ou um software. Os sistemas sintticos so plenos de finalidade, ao contrrio dos sistemas naturais, pois, a rigor, no real na falta nada. A natureza o que . Mas quando o homem interage com a natureza, ele impe esta uma finalidade antes no presente. Coerente com uma condio de um ser de necessidades, faltas ou excessos vo sendo estabelecidos por ele em pertinncia ao um fim presumido. Mas como o homem tambm um ser de ao, ele se v coagido a lidar com a natureza nessa pertinncia, ou seja, o homem trabalha. Os sistemas, em relao sua interao com o meio ambiente, tm sido classificados como fechados ou abertos,embora na realidade nenhum deles se apresente sob essas formas extremas. A viabilizao do sistema em cada condio distinta de fronteira decorre das possibilidades dadas pelo processo. No sistemas fechados (ou estveis, ou mecnicos) h pouca ou quase nenhuma interao com o meio, ao contrrio dos sistemas abertos (ou adaptativos, ou orgnicos). Os sistemas compreendidos como "mecnicos" buscam minimizar a organizao (equilbrio), enquanto que os sistemas "orgnicos" buscam a preservao de uma estrutura geneticamente dada dentro de certos limites (homeostase). O sistema ciberntico um tipo particular de sistema aberto. Sua principal caracterstica a complexidade e a morfognese (recriao de estruturas). Ou seja, ao contrrio dos demais, os sistemas cibernticos tm caractersticas adaptativas, onde a criao, a elaborao e a modificao das estruturas so tidas como pr-requisito para permanecerem viveis como sistemas operantes.

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4. Propriedades dos sistemas A perspectiva geral de sistemas pressupe no o mero raciocnio por analogia, mas o discernimento de semelhanas fundamentais de estrutura. Assim, prtica comum que uma anlise de sistema busque identificar os componentes bsicos, mais ou menos comuns a todos os sistemas. Alm das entidades e do meio ambiente, j mencionados, os sistemas dispe de uma organizao prpria, compreendendo relaes em uma estrutura, alm de um processo subjacente a esta, propriedades que tm sido falsamente confundidas com sistema em si. O sistema admite uma representao, o modelo, reunindo essas propriedades identificadas, cujo contorno estabelece (por excluso) o meio ambiente e as entradassadas. O modelo refere-se sempre a um estado, ou condio assumida pelo sistema em dado instante, fruto de um controle. A figura 1 exemplifica a representao geral desses conceitos. O arranjo sistmico define algumas caractersticas aos seus constituintes e estes estabelecem propriedades particulares ao conjunto de relaes (o sistema), conforme apresentado esquematicamente no quadro 3 e detalhadas a seguir. 4.1 Fronteira e condio do arqutipo A formalizao de uma fronteira, destacando um meio interno (ordenado) de um meio externo (catico) sempre uma imposio sujeita s contingncias pois o critrio de incluso ou excluso sujeita-se s possibilidades de controle. Para CHURCHMAN, 1971 ambiente tudo aquilo que importa mas que no se tem controle. Sendo a fronteira algo conjuntural, resulta que, salvo os sistemas sintticos, um sistema no tem condies de ser representado, pois quando a representao fica concluda ele j no mais. Consequentemente, s possvel nesses casos a representao de estados do sistema. Como os sistemas encontram-se sempre em algum nvel de transio, a sua representao refere-se ao processo que o analista percebe estar envolvido no sistema, capaz de descrev-lo. O quadro 2 destaca as propriedades dos sistemas concebidas sob 3 arqutipos distintos de processo. A escolha do arqutipo para representar o sistema feita em funo de diferentes propsitos. O arqutipo mecnico ou fechado implica em formulaes matemticas relativamente simples, mas tem o pior prognstico a longo prazo e no explica o mundo vivo. O arqutipo orgnico ou semi-fechado explica melhor as relaes do mundo vivo mas tem uma formalizao matemtica mais elaborada. O arqutipo scio-cultural ou semi-aberto o que melhor poderia descrever a interao humana mas no encontra soluo de representao formal na lgica clssica. Embora proposto nos anos 70 numa obra relevante at os dias de hoje, a formalizao de sistemas semiabertos exigia a reviso de pressupostos metatericos, at ento no apresentada. A partir de dcada de 80 tomou corpo aquilo que veio a ser conhecido como concepo complexa, trazendo como resposta novas abordagens formais, tais como teoria do caos, fractais, e conjuntos difusos (fuzzy). Estas, entretanto, continuam mui