Apostila_educadores_gincana - Protagonismo Juvenil
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8/4/2019 Apostila_educadores_gincana - Protagonismo Juvenil
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PROTAGONISMO JUVENIL
Realizador
Parceiros:
Parceiro
Local:
InstitutoPo de Acar deDesenvolvimentoHumano
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Pa lavra In ic ia l
Tivemos nos dias 18 e 19 de Outubro uma boa oportunidade de trocar impresses a
respeito dos resultados que a Gincana vem alcanando e, sobretudo, de discutir e estudar de
maneira mais aprofundada o Protagonismo Juvenil.
Este material1 traz, resumidamente, o contedo abordado no curso. Contudo, pela
complexidade do contedo, ativemo-nos a uma abordagem geral do que foi discutido, a fim
de ter um material base para a construo de um banco de idias.
Vale lembrar que o convite discusso e formao desse Banco de Idias no se
reduz aos educadores presentes no curso, mas estende-se a toda a comunidade escolar. Por
isso, convide seus colegas - educadores, diretores e coordenadores pedaggicos - se for a
sua vontade. Como foi comentado, a presena de um maior nmero de educadores e
pessoas que ocupam funes variadas na estrutura escolar fundamental para que os
resultados da discusso possam efetivamente melhorar a nossa prtica. Enfim, mais que um
Banco de Idias, produziremos caminhos de atuao que s podero ser avaliados quando
colocados em prtica.
Esperamos que este resumo do curso seja til para todos, e que o Banco de Idias, cuja
discusso ser baseada neste material, traga frutos concretos para a formao dos jovens de
cada escola.
O desafio de todos ns!
Equipe da Gincana da Cidadania
1Este material pode ser copiado, repassado e utilizado livremente por todos aqueles que com
ele tiverem contato. Mais do que permitido, isso almejado pela equipe da Gincana.
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CONTEXTO TERICO DO PROTAGONISMO JUVENIL
- R e s i l i n c i a
Observamos trs definies diferentes para o termo Resilincia, sendo a terceira (mais
completa), adotada como conceito neste material:
Definies de Resilincia
1. capacidade e no se desintegrar em situao de presso (da fsica)
2. capacidade de crescer na adversidade
3. conjunto de qualidades (veja tabela abaixo) no excepcionais que, quando bem
articuladas e suficientemente desenvolvidas resultam na capacidade da pessoa
crescer nas adversidades.
Caractersticas da pessoa resiliente
Esquema temporal Tira lies de situaes ruins do passado, de uma perspectiva positiva Possui objetivos para o futuro
Sentido de Incluso Os resilientes fazem parte (e sentem-se parte) de grupos como grmios, grupos de
bairro, etc.
Viso equilibrada
V pontos positivos e negativos em suas vivncias
Capacidade de curtir pequenas alegrias
Senso de Humor capaz de rir de si mesmo, de situaes difceis, etc.
F
Projeto de Vida Possui planos de realizao
Capacidade de Admirar O resiliente possui dolos
Disposio para aprender
Opera no modelo do desafio2
Segundo Antnio Carlos Gomes da Costa, a maneira ideal de trabalhar e desenvolver a
resilincia dos jovens por meio de vivncias. pelo curso dos acontecimentos, em lugar
de discursos com palavras, que se desenvolve a resilincia dos alunos.
2O modelo do desafio contrape-se ao modelo do dano. Neste, a pessoa tende a enxergar
tudo negativamente, e as dificuldades so vistas como obstculos intransponveis. Mesmo
quando passam, deixam marcas profundas na auto-estima e na viso de mundo. J no modelodo desafio, as dificuldades so vistas como desafios a serem superados, nos quais muito seaprende.
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CONTEXTO TERICO DO PROTAGONISMO JUVENIL
II - As pedras angu la res da Educao
A educao , neste captulo, discutida sob trs pontos de vista diferentes: o
antropolgico, o sociolgico e o epistemolgico. Em cada um deles uma questo foi colocada,
da qual a resposta ajuda-nos a pensar sobre qualquer metodologia educativa. Ativemo-nos
ao estudo do Protagonismo juvenil. Vejamos ento os ideais.
Ideal Antropolgico
Este ideal pretende definir que tipo de jovem queremos formar(pergunta orientadora),
da seguinte forma:
O ideal que se formem jovens
Autnomos
Solidrios
Competentes
Vale ressaltar que competente, significa com competncias. Vejamos agora as
diferentes competncias que devemos observar no processo de formao de jovens, para
no nos atermos apenas a uma delas no processo educativo.
Tipos de Competncia
Competncia pessoal (aprender a ser)A auto-estima, o auto-conceito, a auto-confiana e o auto-cuidado so alguns indicadoresque nos permitem ver em que medida o educando est desenvolvendo sua competnciapessoal
Competncia Social (aprender a conviver)Os indicadores que permitem avaliar a medida em que o educando est desenvolvendoesta competncia esto ligados a seu relacionamento com outros jovens, com a famlia,com os educadores, com a natureza, com o mundo...
Competncia Produtiva (aprender a fazer)a habilidade de realizar tarefas (tais como as desenvolvidas em cursos profissionalizantese outras necessrias realizao das atividades escolares) o grande indicador destacompetncia.
Competncia Cognitiva (aprender a aprender)essa competncia nos permite aprender constantemente e em situaes diversas, sendoassim um alavancador das outros competncias. Ela nos mantm em constante evoluo.
Ideal Sociolgico
Este ideal pretende definir que tipo de sociedade para cuja construo queremos
influenciarcom o processo educativo.
A resposta baseia-se nos princpios do paradigma do desenvolvimento humano. Assim,
o processo educativo deve ser balizado pelos princpios abaixo, a fim de que se influencie na
construo de uma sociedade capaz de observar e garantir todos os princpios listados.
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CONTEXTO TERICO DO PROTAGONISMO JUVENIL
Princpios do paradigma do desenvolvimento humano
A vida o mais bsico e universal dos direitos
Nenhuma vida vale mais que outra
As pessoas nascem com potenciais e tm direito de desenvolve-los
Para desenvolver seus potenciais, as pessoas dependem de oportunidades
Tudo que somos fruto das oportunidades que tivemos e das escolhas que fizemos
preciso preparar as pessoas para fazerem escolhas acertadas
Para haver desenvolvimento humano, preciso respeitar plenamente seus direitos
preciso haver empoderamento de pessoas, grupos e comunidades
Cada gerao deve deixar um ambiente igual ou melhor ao deixado pelas geraes
anterioresCidadania deve ser entendida como direito de ter direitos e dever de ter deveres
Ideal Epistemolgico
Quais so os contedos da educao?
A resposta a esse pergunta aponta claramente o potencial do Protagonismo Juvenil e
sua rea de atuao, mostrando onde essa metodologia atua diretamente e onde outros
caminhos do conta de suprir a necessidade do educando. Veremos que o contedo da
educao foi divido em quatro diferentes itens, a saber:
Conhecimento (rea da academia)
Habilidades (rea dos cursos profissionalizantes)
Valores (rea do Protagonismo juvenil)
Atitudes3 (tambm suprida pelo protagonismo)
Para finalizar, discutimos sobre as possibilidades de relao entre escola e famlia e a
respeito das trs instncias de educadores.
Comeando pelas relaes possveis, temos
a relao Burocrtico-formal,
que limita-se a contatos de cunho burocrtico, tais como pagamento de
mensalidades, recados espordicos, etc;
a relao Tutelar;
3Veremos mais adiante que a educao para valores pretende formar jovens com uma atitude
bsica positiva diante da vida.
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CONTEXTO TERICO DO PROTAGONISMO JUVENIL
a relao Pragmtico-utilitria,
em que h uma maior interao entre famlia e escola, como visto em mutires,
participao no planejamento e viabilizao de festas, etc.
e, por fim, a relao tida como ideal: a Participativa Democrtica.Nesta relao temos a gesto democrtica, em que a famlia participa ativa e
efetivamente do dia-a-dia da escola.
Terminada apresentao dos tipos de participao, temos as instncias de educadores,
formadas pelos educadores familiares, escolares e comunitrios. Mais importante do que
olhar cada uma das instncias, observar que a maneira como elas atuam normalmente,
distantes umas das outras, minimiza os resultados de um processo educativo que, se fosse
beneficiado pela unio de todas elas, certamente seriam substancialmente mais
significativos.
III - Educao para va lo res
Antes de comearmos a discutir a respeito da Educao para Valores, vale a pena
passarmos pelo entendimento dos dois termos, educao e valores, sob o ponto de vista que
os estaremos tratando neste captulo.
Educao: processo que transforma potenciais das pessoas em habilidades,competncias e capacidades.
Valores:segundo Antnio Carlos Gomes da Costa, valor tudo que pesa na hora de
tomar uma deciso.
Vistos os termos separadamente, podemos passar ento definio do objetivo da
Educao para Valores: dotar o adolescente de bons critrios para avaliar situaes e tomar
decises.
Como incorporamos e vivemos nossos valores?
Essa pergunta pertinente na medida em que a educao para valores aposta
justamente nos valores, aquilo que pesa quando tomamos nossas decises, para a formao
de jovens protagonistas de suas histrias e com uma atitude bsica positiva diante dos
acontecimentos de sua vida.
Vale ressaltar aqui uma diferena crucial entre a forma e incorporar valores percebida
entre adultos e jovens. O adulto, num primeiro momento, identifica um valor, depois o
incorpora e, s ento o vivencia. um processo de dentro para fora. J o jovem segue uma
ordem diferente na incorporao de seus valores: num primeiro momento ele o vivencia,
depois identifica, e s ento o incorpora.
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CONTEXTO TERICO DO PROTAGONISMO JUVENIL
Adulto: identifica > incorpora > vivencia
jovem: vivencia > identifica > incorpora
Essa diferena um dos determinantes a que temos que atentar quando pensamos a
metodologia utilizada quando queremos educar para valores, ou seja, quando queremos
formar jovens com critrios slidos, individualizados e construtivos para fazer suas escolhas.
Trs eixos da Estruturao da Comunidade Educativa (Dom Bosco)
Dom Bosco identifica trs eixos da comunidade educativa, a saber:
1. Docncia
caracterizada pelo discurso. O conhecimento captado pelo educando por
meio de discursos (falas e textos).
2. Prticas e Vivncias
o curso dos acontecimentos oferece ao educando experincias pelas quais ele
vivencia valores, que depois podero, num processo educativo planejado, ser
identificados para que sejam incorporados pelo educando sua maneira.
3. Presena educativa4
a qualidade da relao educador-educando fundamental para que o processo
educativo seja vivenciado por ambos em toda a sua profundidade.
Presena Educativa: uma prtica a ser desenvolvida
Ao contrrio do que muita gente pensa, a capacidade de construir uma relao de
cumplicidade construtiva com o educando no um dom de algumas pessoas naturalmente
melhor preparadas. sim uma qualidade necessria a qualquer educador que pode, estando
disposto a isso, desenvolv-la em sua prtica diria.
Algumas qualidades so caractersticas da presena educativa, e podem nortear a
atuao do educador:
tempo (a ateno ao educando no reduzida sala de aula, mas uma demanda
que deve ser respondida sempre que aparecer),
4Este tema assunto do livro Pedagogia da Presena, de Antnio Carlos Gomes da
Costa. Teremos aqui uma viso geral do assunto, mas vale a leitura do livro e, paraquem quiser se aprofundar ainda mais, nos textos indicados pelo autor: Carkhuff,Robert R. O Relacionamento de Ajuda para pais, professores, psiclogos,CEDEPE Editora, 1 ed. Belo Horizonte, 1979; Lofredi, Las E. Paradigma deOrientao Educacional, Ed. Francisco Alves, 3 ed.; Rio de Janeiro; Miranda, Clara F.
de & Miranda, Mrcio L. de. Construindo a relao de ajuda. Ed. Crescer, 5 ed. BeloHorizonte, 1983; Viorin, Pierre, A Educao de Jovens difceis, Ed. Famlia 2000, 1ed. Lisboa, 1972.
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experincia (a experincia do educador serve como referncia tanto ao educando
como ao prprio educador na construo do processo educativo),
conhecimento (tambm serve como matria prima ao educador, que pode ampliar o
horizonte do educando e perceber seus problemas sob um ponto de vista mais complexo e
amplo),
exemplo (o educando tem no educador uma referncia importante e confivel, sobre
a qual deposita grande peso na formao de seus prprios valores. Assim, o exemplo do
educador ser sempre observado pelo educando, como um caminho seguro de
desenvolvimento)
abertura (se o educador no estiver verdadeiramente aberto ao educando, este logo
perceber e no sentir confiana para construir uma relao com a profundidade
necessria)
Reciprocidade (a presena se caracteriza pela reciprocidade na relao educador-
educando. No haver espao e condies verdadeiramente favorveis e construtivas se no
houver reciprocidade entre ambos. Essa reciprocidade construda por meio de um singelo
comrcio de pequenos nadas. um vai com Deus, um boa noite, um bom dia, um olhar, um
sorriso, um toque, uma pergunta a respeito de algo da vida pessoal previamente
compartilhado e com outros pequenos nadas que se estabelece uma relao de
reciprocidade e confiana)
Compromisso
O compromisso entre educador e educando pode ser considerado um dos alicerces da
educao para valores. Sua ausncia compromete substancialmente a qualidade do
processo, na medida em que, sem ele, no h reciprocidade, abertura, etc.
Relao de Ajuda
O maior objetivo da presena educativa estabelecer com o educando uma relao de
ajuda, pela qual ele poder, com o apoio do educador, desenvolver seu potencial individual.
Mas, para a construo dessa relao, necessrios termos em vista o caminho do
desenvolvimento pessoas e social, para que observemos em que estgio o jovem se
encontra e, a partir desse dado, desenhar o processo de ajuda que permita a ele desenvolver
seus potenciais. Vale lembrar que o esquema apresentado uma diviso didtica e que a
realidade no segmentada dessa forma.
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CONTEXTO TERICO DO PROTAGONISMO JUVENIL
Caminho do desenvolvimento pessoal e social
1. Definio da Identidade
o educando se percebe, se compreende e se aceita
2. Auto-Estima
O educando desenvolve um sentimento positivo consigo mesmo
3. Auto-conceito
o educando desenvolve uma auto-imagem positiva
4. Auto-confiana
o educando passa a confiar em seu potencial de transformao e conduo da prpria vida.
Agora ele j se apia nas prprias foras.
5. Viso destemida do Futuro
o futuro visto como um desafio, como algo positivo, sem temor.6. Querer Ser
surgem sonhos mais concretos. O educando passa a querer ser, a sonhar com seu futuro
pessoal, social e profissional.
7. Projeto de Vida
Os sonhos passam a apresentar-se com metas, passos, etapas preliminares determinadas
para que se alcancem os objetivos finais.
8. Sentido de Vida
a vida tem um sentido claro a ser seguido. De onde est, para onde quer chegar.
9. Autodeterminaoo educando no abre mo de viabilizar suas propostas
10. Resilincia
j explicada com maiores detalhes no primeiro captulo
11. Auto-realizao
toda conquista realizada ao longo de nossas vidas so pequenas auto-realizaes que, em
processo, contribuem para nos sentirmos realizados
12. Plenitude Humana
o querer ser encontra o ser. Pode ser observada nas dimenses afetiva, profissional e cidad
(social)A presena educativa, por meio da relao de ajuda, a base sobre a qual o
processo educativo se apia para dar condies ao educando de progredir em seu
desenvolvimento pessoal e social
O educador, ciente desse caminho do desenvolvimento pessoal e social, e podendo,
por meio de sua presena, perceber onde o educando se encontra nesse processo, tem o
conhecimento situacional necessrio para desenvolver o planejamento educativo, sabendo
bem onde quer chegar e, sobretudo, como chegar l. A presena novamente se faz
necessria. Alm de diagnosticar a situao, ela permite que se acompanhe e facilite odesenvolvimento do educando.
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CONTEXTO TERICO DO PROTAGONISMO JUVENIL
Entendida a importncia da relao de ajuda no processo da Educao para Valores,
podemos ver um esquema geral dessa relao, que facilita, pelo seu entendimento, a
construo de uma relao efetivamente de ajuda com os educandos.
Esquema geral da Relao de Ajuda5
Educador Educando
Acolhe
mostra interesse e disponibilidade
para o educando
Envolve-se
entrega-se relao de ajuda, como
resposta ao acolhimento recebido
Responde
comunica compreenso incondicional
para o educando, sem julgamento
pr-concebido.
Explora-se
avalia objetivamente a situao em
que est no ambiente que
problematiza na relao de ajuda.
Fase
responsiva
Personaliza
amplia o campo conceptual do
educando, facilitando que ele pereba
sua parcela de responsabilidade no
problema que vive
Compreende
estabelece relaes de causa e efeito
na sua vida e na situao
problematizada. Percebe um
horizonte, um onde chegar.
Orienta
avalia, com o educando, as aes
possveis para resolver seu problema
e facilita sua tomada de deciso
Age
entendendo onde est e onde quer
chegar, estabelece como chegar l,
e movimenta-se nesse sentido.
Fase
iniciativa
Cada ao do educador corresponde a uma resposta do educando:
Educador: acolhe responde personaliza orienta
Educando: envolve-se explora-se compreende age
IV - De que capac idades p rec isamos?
Falamos at agora de resilincia, de ideais educativos, de valores, de eixos da
educao, de presena, de desenvolvimento pessoal e social e de relao de ajuda.
No captulo II As pedras angulares de Educao, discutimos um pouco a respeito de
que tipo de jovem queremos formar, para a construo de que sociedade queremos
influenciar e que mbitos o contedo de um processo educativo completo deve ter. Neste
5O modelo proposto aplicado a toda e qualquer relao interpessoal. Aqui, por pertinncia ao
objetivo da apostila, tratamos como relao educador-educando, por simples adequao.
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CONTEXTO TERICO DO PROTAGONISMO JUVENIL
captulo vamos ver, segundo esquema de Bernardo Toro6, que capacidades so exigidas de
um cidado na realidade atual.
7 cdigos da Modernidade
Bernardo Toro afirma que a modernidade exige de um indivduo o desenvolvimento de
7 capacidades bsicas:
1. Domnio da leitura e da escrita
no se trata de desenhar o nome ou ser capaz de reproduzir oralmente palavras
que esto grafadas em um papel. Mais que isso, domnio da leitura e da escrita
significa compreender o contedo dos textos lidos e capacidade de transformar em
texto escrito clara e objetivamente idias prprias.
2. Capacidade de fazer clculos e resolver problemas
Alm do domnio da aritmtica, trata-se de um raciocnio lgico capaz de dividir
um problema em suas partes e propor um caminho para sua soluo.
3. Capacidade de analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situaes
um cidado deve ser capaz de, ao olhar fatos, dados e situaes, perceber suas
relaes, suas essncias, seus significados num contexto maior, causas, efeitos,
etc.
4. Capacidade de localizar, acessar e melhor usar a informao acumulada
estamos na era da informao? Ora, isso exige ento, naturalmente, que um
cidado saiba lidar com elas, tarefa nada fcil diante da enxurrada de dados a que
nos submetemos dia a dia.
5. Capacidade de compreender e operar seu entorno social?
trata-se de ser capaz de ler o mundo a sua volta criticamente, estabelecendo
ligaes entre dados, fatos e situaes, entender que capaz de muda-lo e
conhecer caminhos para faze-lo.
6. Capacidade de receber criticamente os meios de comunicao
capacidade de entender que por trs de um veculo de comunicao, h interesses,
ideologias, presses, opinies e olhares individuais, etc.
7. Capacidade de trabalhar em grupo
saber operar diariamente em grupo, dialogando, trocando informaes e sonhos e
construindo com eficincia suas relaes produtivas.
6Bernardo Toro um importante estudioso colombiano do processo de mobilizao social.
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CONTEXTO TERICO DO PROTAGONISMO JUVENIL
V - P ro tagon ismo Juven i l
G r e g o
P r o t o n : p r i n c i p a l
A g o n : l u t a
O Protagonismo Juvenil busca dar conta de dois mbitos do contedo educativo,
discutidos no ideal educativo epistemolgico: a formao de valores e o desenvolvimento de
atitude diante da vida.
Para tanto, preciso olhar alguns conceitos preliminares que devem estar
estabelecidos e internalizados para que se possa iniciar a discusso acerca de oportunidades
de implementao da metodologia no dia-a-dia da escola e de como o Protagonismo pode, e
deve, fazer parte de toda a proposta pedaggica da instituio.
Conceitos Preliminares
1. O jovem deve ser visto como parceiro e interlocutor na ao educativa,
comprometido com a soluo de problemas reais.
o educando deve ser desafiado, nos acontecimentos do percurso educativo, a
solucionar problemas reais. Isso quer dizer que, em vez de inventar problemas
e imaginar quais seriam os caminhos para solucion-los, situaes reais
devem ser expostas para que os educandos proponham caminhos, e que estes
sejam de fato implementados. S ento, depois de implantadas as idias dos
jovens, que haver exemplos e vivncias concretas, base sobre a qual sedar o desenvolvimento dos educandos.
2. O jovem visto como parte da soluo (no como problema)
a crena no potencial do educando de resolver problemas e tomar suas
prprias decises deve extrapolar os limites de pginas de cartilhas para
tornar-se fato cotidiano e concreto na ao dos educadores.
3. Jovem visto como fonte de iniciativa, liberdade e compromisso
H que ter a conscincia de que o jovem realmente capaz de estabelecerrelao de compromisso, com a qual sente-se responsvel; totalmente capaz
de tomar sua iniciativas e ainda, que deve ter liberdade para desenvolver seus
potenciais.
Quando internalizamos esses conceitos, percebemos que fazer de conta que levamos
os jovens a srio, fazer de conta que so capazes de escolher seus caminhos, fazer de conta
que tm liberdade, e fazer de conta outros conceitos discutidos aqui, pode significar que
fazemos de conta que estamos operando num processo educativo visando a formao de
valores.
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CONTEXTO TERICO DO PROTAGONISMO JUVENIL
Princpio, meio e fim
Depois de visto que fundamental levar o jovem a srio e entende-lo como ser
realmente capaz e rico em potenciais, temos o entendimento necessrio para discutir o
Protagonismo Juvenil.
Antes, contudo, de iniciarmos a apresentao de situaes e exemplos prticos da
metodologia, vale ressaltar a base, o meio e o fim do protagonismo, a saber:
Participao (veja a escala adiante)
Essa a base da metodologia. pela participao qualitativa dos jovens que se criam
momentos de desenvolvimento pessoal e social, alm de exemplos prticos e vivenciados
para uma discusso em classe (lembrando que os jovens primeiro vivenciam, s ento
identificam e incorporam valores)
Colaborao: o meio
por meio da colaborao entre educador e educando e, principalmente, do educando
no processo educativo, que se alcanam os resultados na formao dos jovens.
Autonomia
O fim do protagonismo. Um processo educativo baseado no protagonismo juvenil visa
formar jovens verdadeiramente autnomos.
Escala da Participao
1. Manipulada
2. Decorativa
3. Simblica
Nodesejadas
4. na execuo
5. no planejamento e na execuo
6. Na deciso, no planejamento e na execuo
7. Na deciso, no planejamento e na execuo e na avaliao
8. Na deciso, no planejamento e na execuo, na avaliao e na
apropriao dos resultados9. Todas as etapas sozinhos
10. Todas as etapas sozinhos tendo a colaborao de adultos numa
ao coordenada pelos jovens.
Desejadas, em
escala crescente
1. Manipuladao educando manipulado pelo educador em sua participao.
2. Decorativaa presena apenas decorativa. O jovem pode, por exemplo, numa festividade da
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CONTEXTO TERICO DO PROTAGONISMO JUVENIL
escola, estar no palco, junto com os professores e a diretoria, mas sem ter espao
para falar.
3. Simblica
a participao no interfere no processo. Numa reunio para decidir sobre as
atividades que sero realizadas com os alunos, algum jovem pode ser convidado a
estar presente como representante, sem, contudo, ter direito a opinar sobre o
tema.
4. Na execuo
o educando participa efetivamente da execuo. Numa festividade da escola, por
exemplo, ele ajuda cuidando de uma barraca, ou fazendo o correio elegante, etc.
5. No planejamento e na execuo
a participao no reduzida execuo. O jovem participa no processo de
planejamento. Na mesma festa, por exemplo, ele pode planejar como ser a
barraca, em que local ficar, como ser feita a comunicao, etc.
6. Na deciso, no planejamento e na execuo
alm de planejar e executar, o jovem participa da deciso de realizar ou no a
festa, quando ser o evento, qual o tema, etc.
7. Na deciso, no planejamento e na execuo e na avaliao
O educando participa antes, durante e depois do evento, avaliando seus
resultados.
8. Na deciso, no planejamento e na execuo, na avaliao e na apropriao dos
resultados
o jovem, alm de participar de todas as fases, apropria-se dos resultados
9. Todas as etapas sozinhos
todas as etapas do processo so realizadas pelo educando, sem interferncia
direta do educador (que s facilita o processo)
10.Todas as etapas sozinhos tendo a colaborao de adultos numa ao coordenada
pelos jovens.
Alm de realizar todas as etapas, o jovem delega funo e coordena a atuao de
adultos durante processo.
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CONTEXTO TERICO DO PROTAGONISMO JUVENIL
Alguns exemplos de oportunidades para a implantao de um processo protagnico
Quando entendemos o Protagonismo Juvenil como uma metodologia na qual o jovem
convidado a participar, vimos uma gama imensa de possibilidades de envolver o jovem como
parceiro no processo educativo.
Cada educador pode pensar caminhos para envolver o protagonismo em sua matria. Todo e
qualquer espao de participao contribui para a formao de valores, auto-estima e
identidade do educando. Listamos aqui algumas idias apenas para ilustrar situaes e aes
possveis. Mas cada educador poder realizar uma infinidade de aes no listadas aqui a
partir do momento em que adotar o olhar do protagonismo em sua atuao.
Cronograma de aulas
todo educador faz um plano de aulas para o ano levando em conta apenas o contedo que
precisa passar e o tempo que tem para isso. O jovem poderia ser convidado a compartilhar
desse plano, decidindo junto com o educador datas de avaliao, ritmo em que ser passada
a matria, etc. Esse exerccio aproximaria o jovem do educador e deixaria o educando
claramente como co-responsvel pela matria, criando um pacto de compromisso que, em
caso de atraso no cronograma, problemas com desateno ou desinteresse dos jovens,
poderia ser utilizados tambm como pauta num processo de formao de valores.
Festas Escolares
Os jovens podem ser convidados a participar, no todo ou em partes, no processo de
realizao das festas do calendrio escolar. Quanto maior a participao do jovem nesse
contexto, maiores os ganhos educativos.
Projetos
Sempre que possvel, o contedo das matrias podem ser passados dentro de um projeto
realizado pelos jovens. Assim, por exemplo, em vez de falar teoricamente sobre as leis da
fsica, o jovem pode realizar um projeto (construo de um moinho, por exemplo) para que,
durante o planejamento, o contedo seja abordado como matria-prima para sua execuo.
Voluntariado
o jovem pode ser desfiado a fazer um projeto de voluntariado, escolhendo o que fazer para
planejar e executar sua ao voluntria.
Normas da sala
Os jovens podem ser convidados a determinar as regras de participao e comportamento
na matria.
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CONTEXTO TERICO DO PROTAGONISMO JUVENIL
Ncleo de Responsabilidade Social
Um ncleo de responsabilidade social pode ser criado na escola para que os jovens realizem
projetos sociais.
Grmio
Os grmios escolares so excelentes espaos para atuao dos jovens. Mas no basta sua
existncia! A maneira como os educadores o tratam questo chave para o desenvolvimento
dos jovens.
Comisses
Os jovens podem formar comisses com diversos fins. Pode, por exemplo, haver uma
comisso de alunos que participam das decises de que tipo de investimento fazer. Decises
como a destinao de investimentos podem ser compartilhadas com os jovens. Por exemplo,
a deciso de comprar computadores novos para a sala de informtica ou aparelhos mais
modernos para o laboratrio de qumica pode ser discutida com os alunos.
Esses exemplos, bem como toda essa apostila, serve como apoio inicial para que cada
educador pense nas possibilidades de atuao em seu dia-a-dia. Esperamos que sirva no
como referncia, mas como incentivo para que todos ns atuemos objetivando a formao
de jovens protagonistas, de suas histrias e em suas comunidades, dotados de valores
slidos e de uma atitude positiva e construtiva diante da vida.