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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

    Programa de Ps-Graduao em Microbiologia Ambiental e Industrial

    OCORRNCIA DE SURTOS ALIMENTARES EM ESCOLAS

    DE EDUCAO BSICA

    Cssia Elisa Farias Firmo

    Belo Horizonte

    2010

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    Cssia Elisa Farias Firmo

    OCORRNCIA DE SURTOS ALIMENTARES EM ESCOLAS

    DE EDUCAO BSICA

    Monografia apresentada ao Programa

    de Ps-Graduao em Microbiologia

    da Universidade Federal de MinasGerais, como requisito parcial para

    obteno do ttulo de Especialista em

    Microbiologia Ambiental e Industrial.

    Orientador: Ary Corra Junior

    Belo Horizonte

    2010

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    RESUMO

    O Programa de Alimentao Escolar responsvel por garantir a quantidade e

    qualidade dos alimentos fornecidos aos alunos da rede pblica, favorecendo a formao de

    hbitos alimentares que a base de construo de uma vida saudvel. Diversos so os fatores

    que interferem na qualidade microbiolgica das refeies oferecidas nas escolas, sendo que,

    em alguns casos, estes fatores podem levar a um surto alimentar. O surto pode ocorrer devido

    uma falha na escolha dos produtos, na tcnica de conservao, tcnica de preparo ou nas

    normas de higiene, consistem em falhas como, por exemplo, utenslios no sanitizados, gua

    contaminada, higiene local inadequada, presena de roedores, moscas, baratas, dentre outros.

    Os manipuladores de alimentos so responsveis direta ou indiretamente por at 26% dos

    surtos de enfermidades bacterianas. Esta monografia teve por objetivo verificar e discutir ascondies higinico-sanitrias no preparo de refeies em escolas, atravs da anlise de

    artigos. Por intermdio dos dados apresentados nesta monografia possvel inferir que muitos

    funcionrios das Unidades de Alimentao e Nutrio Escolar no possuem treinamento

    adequado para trabalharem com esta responsabilidade. Atualmente, h um escasso nmero de

    estudos sobre esse assunto, dificultando assim a pesquisa, alm disso, a notificao no ocorre

    conforme o previsto pela legislao.

    Palvras-chave: Alimentao escolar. Surtos alimentares.

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    SUMRIO

    1 INTRODUO ....................................................................................................... 6

    2 METODOLOGIA .................................................................................................... 13

    3 REVISO DE LITERATURA ................................................................................ 14

    4 CONCLUSO ......................................................................................................... 24

    REFERNCIAS ............................................................................................................... 25

    ANEXO A ........................................................................................................................ 33

    ANEXO B ........................................................................................................................ 34

    ANEXO C ........................................................................................................................ 35

    ANEXO D ........................................................................................................................ 36

    ANEXO E ........................................................................................................................ 38ANEXO F ........................................................................................................................ 39

    ANEXO G ........................................................................................................................ 40

    ANEXO H ........................................................................................................................ 41

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    1 INTRODUO

    De acordo com Mazzili (1987), no Brasil, na dcada de 1950, a alimentao

    escolar foi iniciada pelas prprias comunidades, era preparada nas residncias e em seguida

    era levada at as escolas para serem servidas.

    A Resoluo n38/09 do Ministrio da Educao define a alimentao escolar

    como um direito dos alunos da educao bsica pblica e dever do Estado, entende-se por

    alimentao escolar alimentos oferecidos no ambiente escolar, independente de sua origem,

    durante o perodo letivo, assim como as aes desenvolvidas tendo como objeto central a

    alimentao e nutrio na escola.

    Segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao (FNDE) (2009),

    para garantir o cumprimento deste direito, em 1955 foi implantado o Programa Nacional deAlimentao Escolar (PNAE), gerenciado pelo FNDE e assegura a alimentao escolar dos

    alunos da educao bsica (educao infantil, ensino fundamental, ensino mdio e educao

    de jovens e adultos) matriculados em escolas pblicas e filantrpicas, atravs da transferncia

    de recursos financeiros. O PNAE tem por objetivo atender as necessidades nutricionais dos

    alunos durante a permanncia em sala de aula, contribuindo assim para o crescimento,

    desenvolvimento, aprendizagem, e rendimento escolar dos estudantes, bem como promover a

    formao de hbitos alimentares saudveis.

    A qualidade e a quantidade dos gneros alimentcios consumidos nas escolas tmum importante papel na sade e no bem estar dos jovens, a oferta desses gneros podem

    proporcionar a formao de hbitos alimentares, uma vez que estes indivduos passam um

    elevado nmero de horas nas escolas (BAPTISTA, 2006; DANELON; DANELON; SILVA,

    2006).

    Ao se tratar de qualidade na alimentao so abordados dois fatores: nutricional e

    microbiolgico, sendo que o ltimo tambm representa um importante elemento, uma vez que

    a diarria constitui uma das principais causas de morbimortalidade em crianas menores de

    cinco anos de idade, sendo considerado um grave problema de sade pblica (CAMPOS et

    al., 1995).

    O Brasil um dos pases mais atingidos por doenas diarricas, afetando

    diretamente as taxas de mortalidade infantil. Anualmente, falecem 50 mil crianas menores de

    um ano em consequncia da diarria. Fatores como desmame precoce, contaminao dos

    alimentos e gua potvel e a desnutrio so favorveis ao aparecimento da diarria aguda

    (CAMPOS et al., 1995).

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    Por isto a ingesto de uma alimentao saudvel indispensvel desde a infncia,

    pois um perodo que caracterizado como a base da formao do ser humano, onde a

    influncia dos colegas e adultos significantes, tais como professores, aumentada (MAHAN;

    ESCOTT-STUMP, 2005; MASCARENHAS; SANTOS, 2006).

    A incidncia de doenas transmitidas pelos alimentos (DTAs) difcil de ser

    mensurada, devido a autolimitao e a no notificao, porm a relevncia conhecida, e

    ntido que a maioria dos incidentes ocorrem em estabelecimentos de servios alimentares e

    nas residncias. Os processos patolgicos veiculados por alimentos so decorrentes de

    contaminao na matria prima ou mesmo depois do alimento processado e pronto para

    consumo, isto significa a presena de qualquer elemento vivo ou no, estranho a sua natureza

    que pode provocar danos sade quando consumidor (PIRAGINE, 2005; BASTOS, 208).

    As DTAs so doenas de natureza infecciosa ou txica causada pelo consumo dealimentos ou de gua contaminada, levando a um elevado nmero de morbidade e

    mortalidade na populao em geral (Organizao Mundial de Sade).

    Esta contaminao pode ocorrer devido uma falha na escolha dos produtos, na

    tcnica de conservao, tcnica de preparo ou nas normas de higiene que consistem em falhas

    como, por exemplo, utenslios no sanitizados, gua contaminada, higiene local inadequada,

    presena de roedores, moscas, baratas, dentre outros. Os manipuladores de alimentos so

    responsveis direta ou indiretamente por at 26% dos surtos de enfermidades bacterianas

    (AMSON; HARACEMIV; MASSON, 2006; SILVA, 2001).Mais de 200 doenas transmitidas por alimentos so conhecidas e provocadas por

    bactrias, vrus, protozorios, fungos, parasitas, toxinas, metais e prons (BASTOS, 2008).

    Os microrganismos que contaminam os alimentos so geralmente os considerados

    como no patognicos, ou seja, causam apenas deteriorao do gnero alimentcio. J os

    microrganismos patognicos podem contaminar e no causar alteraes organolpticas no

    alimento, provocando graves problemas para a sade humana, como doenas, intoxicaes,

    mal estar e at a morte (AMSON et al, 2001).

    Os processos patolgicos veiculados pelos alimentos podem ser classificados emintoxicaes, infeces ou toxinfeces. A ingesto de toxinas externas secretadas por clulas

    microbianas durante o processo de multiplicao em um alimento pode resultar em

    intoxicao, sendo que as toxinas alcanam um alvo particular, por exemplo, o intestino,

    orgo atingido pelas enterotoxinas, ou sistema nervoso, atingido pelas neurotoxinas. A

    infeco implica na ingesto das clulas patognicas microbianas presentes no alimento que

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    se multiplicam no intestino. As toxinfeces esto relacionadas ingesto de clulas vivas

    capazes de colonizar o trato gastrintestinal e produzir toxinas (GERMANO et al 2001).

    Os alimentos com total ausncia de microrganismos capazes de ocasionar

    toxinfeces alimentares so denominados de alimentos seguros (FRANCO; LANDGRAF,

    2002).

    De acordo com Maluf, et al (1996), as doenas decorrentes de alimentos

    contaminados com microrganismos patognicos alcanam de forma mais drstica os setores

    sociais excludos e de baixa renda. Esta situao se agravou, pois atualmente a populao

    necessita cada vez mais realizar as refeies fora do domiclio.

    Conforme o Ministrio da Sade (2004), diversos fatores contribuem para a

    emergncia dessas doenas, como: crescente aumento da populao, a existncia de grupos

    populacionais vulnerveis ou mais expostos, processo de urbanizao desordenado, anecessidade de produo de alimentos em grande escala e o deficiente controle dos orgos

    pblicos e privados em relao a qualidade dos alimentos ofertados a populao. Existem

    outros fatores que tambm colaboram para o aumento da incidncia, tais como maior

    exposio da populao fast-foods, o consumo de alimentos em vias pblicas, aumento no

    uso de aditivos, mudana de hbitos alimentares, mudanas ambientais, globalizao e a

    facilidade de deslocamento da populao.

    Segundo o Ministrio da Sade (2007), as DTAs podem originar surtos, que so

    caracterizados por episdio em que duas ou mais pessoas apresentam doena semelhante,aps ingerirem alimentos e/ou gua da mesma origem, porm doenas raras, como botulismo

    e clera, apenas a ocorrncia isolada de um caso j considerado surto.

    Conforme o CDC os surtos alimentares podem ser causados por bactrias, vrus,

    parasitas, toxinas qumicas e outros contaminantes.

    Na descrio destes episdios de surtos so considerados alguns fatores como:

    situao, nmero de pessoas afetadas, ndice de ataque por idade, sexo, raa, nmero de

    pessoas que no foram afetadas, o agente, perodo de incubao do agente, natureza clnica da

    doena, veculo alimentar e o modo de transmisso para os alimentos e para as vtimas(HOBBS et al, 1999).

    Um elevado nmero de casos das doenas transmitidas por alimentos no so

    notificados, pois os sintomas so geralmente inespecficos, semelhantes aos de gripes ou

    discretas diarrias e vmitos; os mais comuns so dor de estmago, nusea, vmitos, diarria

    e febre por perodo prolongado (FORSYTHE, 2000).

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    Segundo a Portaria 1461/99 do Ministrio da Sade (1999), a ocorrncia de surto

    de DTAs de notificao compulsria, ou seja, obrigatria por mdicos e outros

    profissionais da rea de sade, no exerccio da profisso, assim como pelos responsveis por

    organizaes e estabelecimentos pblicos e particulares de sade.

    No Brasil, no perodo de 1999 a 2007, 5.699 surtos foram notificados, englobando

    114.302 indivduos doentes e 61 bitos. Em 50% dos surtos no h relatos de informaes

    sobre o agente etiolgico, em 32% o veculo ou o alimento desconhecido e em 23% no so

    identificados o local de ocorrncia. Um dos pontos crticos deste controle a no

    identificao do agente etiolgico e a falta de critrios clnicos laboratoriais e/ou

    bromatolgicos. Estas falhas so conseqncia de notificao tardia dos surtos, coleta de

    amostras em tempo intempestivo, uso de antibiticos pelos enfermos, no realizao de

    pesquisa de toxina nos testes de rotina dos laboratrios e o no encaminhamento da cepaisolada para laboratrios de referncia nacional (MINISTRIO DA SADE, 2007).

    Segundo Silva (2001), para entender as DTAs necessrio conhecer os

    mecanismos causadores da enfermidade. A patogenicidade a capacidade que um

    microrganismo possui de provocar doena e a virulncia o grau de patogenicidade ou da sua

    magnitude. Estes fatores dependem do microrganismo, da dose infectante, da produo de

    toxinas e suscetibilidade do indivduo.

    De acordo com o Ministrio da Sade (2004), mais de 250 tipos diferentes de

    DTAs tm sido descrito e as doenas mais comuns so: clera, botulismo, febre tifide,salmonelose e intoxicao estafiloccica.

    A primeira notificao de infeco por Clostridium perfringensocorreu em 1943,

    na Inglaterra. Este microrganismo foi responsvel por um surto de toxinfeco alimentar,

    ocorrido devido ao consumo de carne de frango pr-cozido servido em uma escola pblica, o

    que provocou um quadro clnico de gastroenterite severa (BARRETO, 2000).

    Fato semelhante ocorreu no primeiro relato de surto causado por Salmonella

    enteritidisocorrido no Brasil, na regio Noroeste do Estado de So Paulo, foi notificado em

    julho de 1993. Foram afetados alunos de uma escola em Pontalinda, onde 772 pessoas foramexpostas e 211 adoeceram (PERESI et al.1998).

    Em casos de surtos realizada a investigao, utilizando a ficha de investigao

    que objetiva identificao da etiologia, das fontes e modos de transmisso e identificao de

    grupos expostos de maior risco (VIGILNCIA EM SADE PBLICA, 2006).

    Segundo o Centro de Vigilncia Epidemiolgica (2008), a vigilncia de doenas

    transmitidas por gua e alimentos requer algumas condies: notificao imediata,

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    investigao epidemiolgica e de surtos, investigao sanitria para determinao de erros e

    falhas ocorridos, avaliao dos dados obtidos em vigilncia epidemiolgica visando o

    desenvolvimento de uma abordagem racional para preveno e controle dessas doenas, bem

    como para a divulgao dos dados e conhecimentos obtidos em investigao.

    Um conjunto de aes capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos sade e

    de intervir nos problemas sanitrios decorrentes do meio ambiente, da produo e da

    circulao de bens e da prestao de servios de interesse da sade denominado de

    Vigilncia Sanitria (ANVISA, 2002).

    Segundo o Centro de Vigilncia Epidemiolgica (2008), para a eliminao,

    reduo ou preveno dos riscos necessrio conhecer a epidemiologia das doenas

    transmitidas por alimentos, esta epidemiologia tem sofrido mudanas nas ltimas dcadas,

    devido aos patgenos emergentes, aos novos hbitos alimentares e a elevao das pessoassusceptveis s DTAs. So denominadas doenas emergentes aquelas que tiveram a incidncia

    aumentada nas ltimas dcadas ou tendem a aumentar no futuro, por isto, doenas que

    reaparecem ou o surgimento de novos microrganismos so chamados de emergentes.

    Os microrganismos em alimentos so geralmente controlados por mtodos de

    remoo, inibio da multiplicao ou destruio. Os processos utilizados atualmente so

    dependentes da sensibilidade dos microrganismos a serem controlados e da natureza do

    produto. Os problemas com microrganismos podem ser decorrentes de erros nas tcnicas de

    manipulao ou processamento. A deteco destes erros, a correo e preveno so osmaiores objetivos de qualquer sistema de controle microbiolgico (ICMSF, 2003).

    Segundo Piragine (2005), controlar os perigos de microrganismos patognicos

    responsabilidade dos indivduos envolvidos na etapa da cadeia alimentar, seja na fazenda ou

    nas mos do consumidor final. A segurana alimentar implica no controle dos perigos

    microbiolgicos dos alimentos, evitando deficincias relativas proposta de inspeo e no

    dependendo exclusivamente da espera da anlise microbiolgica. Como resultado provvel

    tem-se a relao custo/benefcio que favorecida, assegurando assim a qualidade da

    alimentao escolar.A execuo de sistemas de auto-controle, como o Anlise de Perigos e Pontos

    Crticos de Controle (APPCC) que um conjunto sistemtico de atividades utilizadas para o

    controle da produo de alimentos que garante a segurana e a qualidade dos alimentos, ao

    longo de toda a cadeia considerada uma estratgia importante para a preveno

    (CARNEIRO, 2008).

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    Visto que alimentao est agregada a valores emocionais e tambm est

    diretamente relacionada ao bem estar e a sade, importante considerar o fato de que alguns

    jovens e crianas apresentam sinais e sintomas de intoxicao, infeco ou toxinfeco

    alimentar no perodo escolar, podendo estes serem ocasionados pelo consumo de alimentos

    contaminados, devido a falhas na manipulao e no processo. Por isto detectar, corrigir e

    prevenir estes erros so de extrema importncia para promoo e manuteno da sade das

    crianas e dos jovens.

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    1.2 Objetivo

    Mediante a importncia da alimentao escolar, este trabalho tem por finalidade

    verificar e discutir as condies higinico-sanitrias no preparo de refeies em escolas de

    educao bsica, atravs da anlise de artigos.

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    2 METODOLOGIA

    O levantamento das referncias utilizadas neste trabalho de reviso de literatura foi

    realizado atravs de internet e livros.

    Para a pesquisa efetuada na internet foram utilizados alguns sites, como: Scielo,

    Bireme (Lilacs e Medline) e Google. Alguns artigos e teses de mestrado utilizados foram

    encontrados no Google. Esta busca na internet propiciou o encontro de 53 artigos, duas

    portarias, duas resolues e cinco dissertaes de mestrado, porm desses documentos, vrios

    foram eliminados, uma vez que o critrio de excluso baseou-se em fontes no confiveis,

    pois o Google tambm foi utilizado, documentos que tinham objetivo muito diferente deste

    trabalho e no utilizavam referncias diversas. Foram utilizados documentos que tratavam de

    programas de alimentao escolar, surtos alimentares, doenas transmitidas por alimentos econdies higinico-sanitria das refeies.

    Para a utilizao de livros, foram pesquisados os mais utilizados na rea de

    alimentos, contudo, alguns desses livros abordam o assunto de forma sucinta. Os livros foram

    empregados como paliativo, uma vez que os documentos encontrados na internet deixam a

    desejar quanto a conceitos, fatores causais e justificativas sobre o tema abordado.

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    3 REVISO DE LITERATURA

    As doenas transmitidas por alimentos so causadas por diversos fatores, tais

    como: resfriamento inadequado, grande intervalo entre o preparo e o consumo, manipuladores

    infectados (sintomticos ou assintomticos), processamento trmico inadequado, falhas no

    reaquecimento, contaminao cruzada, higienizao deficiente de equipamentos e utenslios e

    obteno de alimentos de fontes no seguras (BUZBY, 2002). Por consequncia, melhorar o

    mtodo de preparao dos alimentos e a educao dos responsveis pelo fornecimento dos

    alimentos, principalmente em relao oferta de grandes quantidades de alimentos, reduziria

    a ocorrncia de toxinfeces alimentares (HOBBS et al, 1999).

    Diversas doenas transmitidas por alimentos so conhecidas e conforme o

    Ministrio da Sade (2007), no Brasil, de 2834 surtos elucidados sobre os agentes etiolgicos

    a maior parte foi causado por bactrias (83%), seguida pelo vrus (14,1%) e parasitas (1,1%).De acordo com Germano e Germano (2008), nas escolas, os manipuladores de

    alimentos so responsveis por etapas importantes, passveis de constiturem perigo para os

    alunos: recebimento de matrias-primas, reconstituio de alimentos secos, preparao das

    refeies ou elaborao dos pratos, controle do binmio tempo-temperatura de

    descongelamento, coco e/ou reaquecimento, armazenamento de sobras, distribuio das

    refeies aos escolares nos horrios de rotina do estabelecimento. Compete ainda a esses

    funcionrios a higienizao das dependncias, dos equipamentos e dos utenslios, organizao

    dos ambientes utilizados para armazenamento de alimentos e produtos utilizados para ahigiene e desinfeco.

    No Brasil os microrganismos mais comumente envolvidos em surtos so:

    Salmonella spp., Staphylococcus sp., Bacillus cereus, Clostridium perfringens, Salmonella

    enteritidis e Shigellasp. (GRAF. 2).

    42%

    20%

    7%

    5%

    4%

    3%

    19%

    Salmonella spp.

    Staphylococcus sp.Bacillus cereus

    Clostridium perfringens

    Salmonella enteretidis

    Shiggela sp.

    Outros

    Grfico 2: Bactrias mais comumente envolvidas em surtos 2007

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    Fonte: Ministrio da Sade

    As infeces provocadas pelas bactrias do gnero Salmonella, so consideradas

    de extrema importncia quando se trata de doenas transmitidas por alimentos. Estas bactrias

    apresentam diferenas em relao s caractersticas e gravidade da doena provocada, porm

    a maioria patognica para o homem, podem causar de gastroenterite at septicemia-tifide

    (GERMANO et al, 2001).

    De acordo com FDA (2009), o mecanismo de ao da Salmonellaspp. consiste em

    adeso das clulas bacterianas no tecido epitelial do intestino delgado levando a uma

    inflamao local, com ou sem produo de toxinas, em alguns casos, esta bactria pode

    invadir a corrente sangunea levando a quadros graves de infeco generalizada.

    Esta bactria tem capacidade de se multiplicar entre 7 e 49,5C, sendo que a

    temperatura tima de crescimento de 37C, consegue sobreviver em baixa atividade gua,

    cresce em amplas faixas de pH. Em quatro horas o alimento contaminado j considerado um

    alimento infectante (GERMANO et al, 2001).

    Geralmente, o perodo de incubao da infeco gerada pelo gnero Salmonella

    implica em 12 a 48 horas aps a ingesto do alimento contaminado com dose superior a 105

    Unidade Formadoras de Colnia (UFC)/g (MINISTRIO DA SADE, 2007).

    Segundo dados epidemiolgicos, houve um aumento na ocorrncia de

    salmonelose, toda via a real ocorrncia no conhecida, pois o maior nmero de casos de

    gastroenterite ocorre sem a necessidade de hospitalizao e sem isolamento do agente causaldo alimento incriminado (SANTOS et al, 2002).

    Em 1993 aconteceu um surto alimentar em uma escola, cujo agente causador foi a

    Salmonella enteritidis, os fatores causais esto relacionados com falhas no processamento dos

    alimentos, uma vez que foi indicada contaminao endgena dos ovos e contaminao

    cruzada. As cantineiras foram submetidas a exames de coprocultura, mas estes no apontaram

    as mesmas como portadoras assintomticas da bactria (KAKU et al., 1995).

    Em 1999, ocorreu um surto alimentar causado por Salmonella spp. na Escola

    Municipal Sobral Pinto, Belo Horizonte, onde foi servido o prato Baio-de-Trs, a preparaocontm frango, arroz e feijo, segundo o diretor da escola o frango que foi utilizado foi

    preparado no dia anterior ao dia da distribuio, sendo que o gnero ficou em temperatura

    ambiente, indicando, portanto, um erro de manipulao. Os funcionrios e alunos que

    consumiram a refeio comearam a sentir os sinais e sintomas um dia aps o consumo do

    Baio-de-Trs, as queixas foram: fortes dores abdominais e diarria. Apenas um aluno

    apresentou reao alrgica (ANEXO A).

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    As bactrias do gnero Staphylococcus tambm so de extrema importncia em

    surtos. So Gram-positivos, sem capacidade de mobilidade, no produzem esporos e so

    anaerbios facultativos. A temperatura tima de crescimento est entre 30 e 37C. Podem

    constituir a microbiota, so encontradas na pele e nas mucosas, algumas linhagens so

    patgenos oportunistas, podendo produzir toxinas extracelulares (GOMES, 2007).

    Atualmente o S. aureus o principal patgeno dentre as 40 espcies diferentes,

    algumas estirpes produzem uma enterotoxina, termoestvel, a dose txica desta enterotoxina

    capaz de gerar manifestaes clnicas da intoxicao estafiloccica inferior a 1,0 g. Esta

    dosagem atingida quando o nmero de clulas bacterianas, em um alimento contaminado,

    superior a 104UFC/g ou ml do alimento (GERMANO; GERMANO, 2001; JORGENSEN et

    al., 2005).

    A produo de enterotoxinas no se restringe as espcies coagulase positiva deStaphylococcus, algumas pesquisas evidenciaram que espcies coagulases negativas so

    capazes de produzir toxinas (PEREIRA; et al, 2001).

    A colonizao de S. aureus maior nas mucosas que nas mos, portanto, as mos

    de manipuladores de alimentos representam uma potencial fonte de contaminao (SANTOS;

    DARINI, 2002).

    Segundo Kumari e colaboradores (1997), o homem considerado portador de S.

    aureus na nasofaringe em 37,2% da populao.

    Conforme ASAE (2006), os alimentos geralmente associados s intoxicaescausadas por estas bactrias so aqueles que foram manipulados aps o processamento

    trmico e armazenados em temperaturas entre 10 e 45C. Os alimentos com recheio

    constituem alvo principal, como carne, saladas preparadas com ovos ou mariscos, bolos com

    recheio e queijos.

    O perodo de incubao da intoxicao estafiloccica curto, variando de 15

    minutos a seis horas aps o consumo do alimento contaminado, os sintomas so nuseas,

    vmitos, diarrias, sudorese e dores abdominais. A intoxicao geralmente no letal, sendo

    que a durao dos sintomas de um a dois dias (LAMAITA et al., 2005; BASTOS, 2008).A preveno das intoxicaes alimentares por S. aureusconsiste em: manuteno

    de elevado padro de higiene, reduo do manuseio do alimento preparado e controle da

    temperatura de distribuio (ASAE, 2006).

    No dia cinco de novembro de 2009, ocorreu um surto alimentar em uma escola

    municipal de Belo Horizonte, segundo o Inqurito de Surto Alimentar (ANEXO B), 25

    crianas apresentaram sinais e sintomas e duas foram internadas, estes foram: clica, vmito,

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    mal estar e diarria, e iniciaram trs horas aps o consumo de uma torta de sardinha preparada

    e servida na escola.

    O Servio de Fiscalizao e Vigilncia Sanitria foi at a escola para coletar

    amostra do alimento suspeito e solicitou que a torta de sardinha fosse armazenada sobre

    temperatura de congelamento at que o resultado da anlise do produto ficasse pronto, uma

    vez que serviria como contra-prova (ANEXO C).

    No dia 18 de novembro de 2009, foi apresentado o resultado da anlise (ANEXO

    D) ao vice-diretor da escola, o resultado apontou que o produto estava imprprio para

    consumo, uma vez que apresentava Staphylococcusspp. coagulase positiva superior a 2,1x107

    UFC/g e Coliformes a 45C superior a 1,1x103NMP (nmero mais provvel)/g, o produto foi

    classificado como imprprio para consumo segundo a Resoluo n12/01 da ANVISA.

    Para preveno do aparecimento de novos casos de contaminao a VigilnciaSanitria intimou a escola a afastar as cantineiras que apresentavam cortes, queimaduras e

    eroses (ANEXO E).

    Outra bactria de importncia mdica a Escherichia coli, da famlia

    Enterobacteriaceae. Esta bactria constitui a microbiota indgena do intestino humano e so

    Gram-negativos. Esta importncia atribuda devido ao fato de ser uma bactria que compe

    a microbiota, contudo algumas linhagens so de patgenos oportunistas, podendo causar

    diarria, estas linhagens so denominadas enterotoxignicas, enteroinvasivas,

    enteropatognicas e enterohemorrgicas (MADIGAN; MARTINKO; PARKER, 2008).Algumas linhagens de E. coli podem crescer em temperaturas de 7 a 46C,

    diferentemente da E. coliO157:H7 que no capaz de fermentar o sorbitol rapidamente e

    no sintetiza -glucuronidas, portanto, no crescem bem em temperaturas superiores a 41C,

    logo, no possvel identific-la por procedimentos padres para coliformes a 45C, em

    alimentos e gua. O uso de provas de DNA para detectar esta linhagem o mtodo mais

    sensvel (CENTRO DE VIGILNCIA EPIDEMIOLGICA, 2008).

    Para o controle e a preveno dessa bactria preciso zelar pela higiene nos locais

    de manipulao de alimentos, pelo armazenamento dos alimentos sobre refrigerao,pasteurizao de produtos lcteos e sucos, higiene de utenslios e equipamentos, pelo

    tratamento trmico dos alimentos crneos e pelo resfriamento rpido (GERMANO;

    GERMANO, 2001).

    Em 16 de junho de 2009, s 11 horas e 11 minutos foi coletada amostra de um

    tomate cru em uma escola municipal de educao infantil, coleta realizada pela ANVISA, em

    seguida a direo da escola foi procurada pela ANVISA que apresentou o resultado da anlise

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    (ANEXO F), que indicou presena de Coliformes fecaisacima do tolervel segundo a portaria

    do Ministrio da Sade, portanto, o alimento estava imprprio para consumo, as funcionrias

    da cantina relataram que a diluio gua: gua sanitria era feita na proporo de 35 litros de

    gua e 40 ml de gua sanitria, sendo que a desinfeco deveria ser realizada em 35 litros de

    gua e 700 ml de gua sanitria.

    No dia 24 de novembro de 2009, s 11 horas e nove minutos foi coletada, pela

    ANVISA, a amostra de uma couve que seria servida como salada crua no almoo de uma

    escola municipal integrada de Belo Horizonte, e no mesmo dia foi coletada amostra da gua

    do bebedouro da mesma escola, o resultado da anlise da couve (ANEXO G) indicou que o

    alimento estava imprprio para consumo, uma vez que apresentava Coliformes fecaisacima

    do limite de tolerncia, entretanto a amostra analisada do bebedouro (ANEXO H) encontrava-

    se dentro dos padres bacteriolgicos previstos na portaria do Ministrio da Sade, noapresentando se quer Coliformes totaisouE. coli. Em situao como esta nota-se que o perigo

    envolve o gnero alimentcio fornecido, esta contaminao poderia ter provocado um surto, e

    tambm possvel notar que o risco em consumir a refeio era superior quando comparada

    ao risco que o consumo da gua do bebedouro poderia apresentar.

    As cantineiras relataram terem deixado a couve imersa na soluo gua:gua

    sanitria por menos de 10 minutos, fato esse que pode ter favorecido este resultado, isto indica

    higienizao e desinfeco inadequada deste folhoso.

    O Bacillus cereus encontra-se em terceiro lugar no ranking das bactrias maiscomumente envolvidas em surtos (MINISTRIO DA SADE, 2007), uma bactria aerbia

    facultativa, formadora de esporos, capaz de sintetizar toxinas, encontrada em solos,

    vegetais e diversos alimentos crus e processados (VIDAL-MARTINS et al., 2006).

    A ingesto de alimentos que contenham concentrao desta bactria superior a 106

    UFC/g pode causar uma intoxicao alimentar (GOMES et al., 2004).

    Segundo o Lousiana Office of Public Health (2004), a bactria B. cereus causa

    vmitos, devido a presena da toxina pr-formada e diarria devido a produo in vivo de

    enterotoxinas.So descritas duas formas caractersticas de intoxicao alimentar porB. cereus, a

    primeira chamada de forma clssica ou forma diarrica, ocorre quando o alimento est

    contaminado com esporos de B. cereus, possui perodo de incubao de seis a 24 horas, os

    principais sintomas so: nuseas, dores abdominais intermitentes e defecao aquosa,

    normalmente no ocorrem febre ou vmito, os sintomas perduram por 20 a 36 horas. A

    segunda forma a emtica, ocorre quando a toxina pr-formada ingerida, possui curto

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    perodo de incubao de uma a seis horas, os sintomas so: nuseas, vmitos agudos e diarria

    leve, os sintomas duram de oito a dez horas (BARROS; PANETTA; MIGUEL, 2001;

    LOUSIANA OFFICE OF PUBLIC HEALTH, 2004).

    Como esta bactria comum em gros e pode ser encontrada, tambm, em outros

    gneros importante zelar pelas boas prticas de manipulao, uma bactria capaz de

    produzir esporos, ento o binmio tempo-temperatura fundamental para a produo de um

    alimento seguro (LOUSIANA OFFICE OF PUBLIC HEALTH, 2004).

    Entre os alimentos mais comumente envolvidos na forma clssica esto o amido

    de milho, pur de batatas, verduras, carne picada, salsichas de fgado, arroz e sopas, e os mais

    envolvidos na emtica encontram-se o arroz fervido ou frito, massa para pastel e leite em p

    desnatado (BARROS; PANETTA; MIGUEL, 2001).

    A bactria Clostridium perfringens encontra-se em quarto lugar no raking dasbactrias causadoras de surtos, e o gneroClostridiumengloba um grupo de microrganismos

    anaerbios, Gram-positivo, formador de esporos, encontrado em solo, gua doce e salgada,

    alimentos de origem animal e vegetal, um gnero que compe a microbiota residente do

    trato intestinal do homem e de animais (SOUZA et al.,2002).

    Clostridium perfringens responsvel por quadros clnicos como diarrias,

    enterotoxemia e gangrena gasosa. Os sintomas duram aproximadamente 24 horas. A

    patogenicidade est relacionada com as toxinas produzidas, estas podem causar um

    enterotoxemia fatal e grave, a taxa de mortalidade pode alcanar 100%, sendo que o surtodessa doena de grande importncia econmica (SOUZA et al., 2002).

    Os alimentos envolvidos em surtos causados por C. perfringensso aqueles com

    elevado teor de umidade e alta porcentagem de protena, como produtos crneos vermelhos,

    aves, conservas de peixe, embutidos, pats, queijos fermentados e ostras (GERMANO;

    GERMANO, 2001).

    Esta bactria foi descrita por Welch em 1892, relacionado a casos de gangrena

    gasosa em feridas infectadas, pois foi responsvel por mortes e mutilaes na Primeira Guerra

    Mundial (BARRETO, 2000).Segundo o Centro de Vigilncia Epidemiolgica (2002), os surtos causados por C.

    perfringens so freqentes em escolas, uma vez que um local de larga produo de

    alimentos, sendo que desses alimentos vrios so produzidos com antecedncia em relao ao

    horrio de distribuio.

    Os alunos de uma escola pblica na Inglaterra, em 1943, sofreram um surto de

    toxinfeco alimentar, atravs da ingesto de um frango pr-cozido contaminado, o que

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    causou uma gastroenterite severa. Somente aps este episdio ele passou a ser considerado

    um microrganismo transmitido por alimentos (BARRETO, 2000).

    As bactrias do gnero Shigella tambm esto envolvidas em surtos alimentares

    com freqncia, so responsveis por causar sintomas como diarria, febre, nuseas, vmitos,

    clicas e dificuldade para evacuar, em alguns casos podem ocorrer desinteria e convulses,

    estes sintomas podem levar at uma semana para surgirem e podem permanecer por semanas

    (MASSACHUSETTS DEPARTMENT OF PUBLIC HEALTH, 2004).

    A intoxicao alimentar causada por Shigella mais comum em alimentos como

    saladas de vegetais crus, leites e aves domsticas, porm pode ocorrer em qualquer alimento

    contaminado com material fecal humano, uma infeco mais comum na estao de vero

    quando comparada ao inverno (BARRETO; SILVA, 2003).

    As infeces causadas por Shigella provocam cerca de 600.000 mortesanualmente. Sendo que a dose infectante capaz de causar a doena baixa, 10 a 100 clulas

    bacterianas (WOODWARD et al., 2005).

    Segundo Germano e Germano (2008), entre 1999 e 2002 foram registrados 33

    surtos em escolas, totalizando em 1371 enfermos, sendo 984 casos de origem bacteriana e

    dentre os acometidos, e que tiveram o agente etiolgico identificado, foi constatado 201

    (20,4%) causado por S. aureus, sendo 173 (17,6%) atravs de salpico contaminado e 28 (2,8)

    por frango, indicando assim contaminao cruzada por prticas de fabricao inadequadas,

    sobretudo falhas de manipulao, do mesmo modo da contaminao ocorrida com chocolate,servido a 11 (1,1%) dos acometidos e responsvel por surto de colibacilose. Maionese, bolo e

    prato misto deram origem a 209 casos (21,2%) de salmonelose, apontando a falta de respeito

    as Boas Prticas de Fabricao (BPF) e que as condies higinico-sanitrias dos

    manipuladores eram precrias. Um surto ocorrido em um municpio do Rio Grande do Sul

    causou 594 casos (60,4%) de shigelose, sendo que o sanduche distribudo na alimentao

    escolar foi considerado como o responsvel pela DTA, neste caso um nico manipulador pode

    ter sido suficiente para provocar um surto, devido falta de higiene.

    Na anlise dos tipos de refeies escolares servidas, ocorreram 165 casos (16,8%)em que o agente causador do surto no foi identificado, entretanto as preparaes base de

    frango fizeram parte do cardpio em 98 acometidos, 59,4% dos afetados, o que indica

    fortemente que o patgeno causal mais provvel tenha sido a Salmonellaspp., no excluindo

    a hiptese de Bacillus cereus, pois uma das preparaes continha arroz e frango, ou, at

    mesmoCampylobacterspp. Levando em considerao que a carne bovina servida foi capaz

    de causar doena em 37 pessoas, apontando assim uma contaminao por Clostridium

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    perfringens ou Listeria spp. Bolos e biscoitos estiveram envolvidos em 21 ocorrncias

    (12,7%) que podem ter sido contaminados durante a distribuio por contaminao cruzada,

    originada das mos dos manipuladores, dos utenslios ou das superfcies no higienizadas. As

    frutas, envolvidas em um surto com 9 acomentidos (5,4%), provavelmente no foram

    higienizadas de forma adequada ou foram fatiadas e servidas sem higiene (GERMANO;

    GERMANO, 2008).

    De acordo com o Ministrio da Sade (2007), entre 1999 e 2006 foram notificados

    185 surtos provenientes de DTAs em Minas Gerais, sendo que destes, 161 casos notificados

    entre 2004 a 2006, esta elevao de casos ocorreu devido implantao da vigilncia

    epidemiolgica das DTAs a partir de 2004. Dentre os principais locais de ocorrncia de surtos

    de DTAs esto as creches e as escolas que ocupam o terceiro lugar no ranking nacional

    (8,3%), correspondendo a 473 surtos no perodo de 1999 a 2007. Em primeiro lugar noranking encontram-se as residncias (34,7%) e em segundo restaurantes (14,9%).

    0 5 10 15 20 25 30 35

    %

    Residncias

    Restaurantes

    Instituies de Ensino

    Refeitrios

    Festas

    Unidades de Sade

    Ambulantes

    Grfico 1: Locais de ocorrncia de surto 2007

    Fonte: Ministrio da Sade

    De acordo com o Ministrio da Sade (2007), no Brasil entre os alimentos mais

    frequentemente envolvidos em doenas transmitidas por alimentos encontram-se as

    preparaes com ovos crus/mal cozidos, alimentos mistos, carne vermelha, sobremesas e

    gua.

    TABELA 1Alimentos Mais Comumente Envolvidos em Surtos Alimentares

    Alimentos N Surtos %

    Ovos crus e malcozidos

    874 22,6

    Mistos 666 17,2Carnes vermelhas 450 11,6

    Sobremesas 422 10,9gua 333 8,6

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    Leites e derivados 276 7,1Outros 849 21,9Total 3870 100,0

    Fonte: MINISTRIO DA SADE, 2010.

    Muitas DTAs podem ser evitadas se o manipulador adotar princpios fundamentais

    de higiene, lavagem correta das mos: ao chegar ao trabalho, ao iniciar uma tarefa na cozinha,

    a cada troca de tarefa, sempre que manusear dinheiro, tossir, espirrar, fumar, levar as mo

    boca ou outra parte do corpo, sempre que utilizar o sanitrio, mexer no lixo e sempre que se

    fizer preciso. Os manipuladores devem ser conscientizados da forma correta de lavar as mo e

    os estabelecimentos devem dispor de produtos adequados para a lavgem (GERMANO;

    GERMANO, 2008).

    Alm dos fatores de riscos que esto diretamente relacionados aos manipuladoresde alimentos h tambm outros fatores que podem comprometer a inocuidade do alimento,

    tais como: condies ambientais e estruturais do local onde os alimentos so preparados ou

    servidos, que podem propiciar a contaminao cruzada dos alimentos, a falta dos produtos

    adequados para realizar a tarefa de desinfeco de locais, equipamento e utenslios ou, ainda a

    utilizao de produtos no notificados pela ANVISA ou sem registro pelo Ministrio da

    Sade, o fato das cantineiras se envolverem em atividades que so consideradas como desvio

    de funo (lavar banheiros) e presena de animais domsticos e sinantrpicos no refeitrio ou

    na cozinha (GERMANO; GERMANO, 2008).Para a preveno de surtos alimentares tambm de extrema importncia adotar

    medidas de controle e a APPCC consiste em um conjunto sistemtico de atividades utilizadas

    para o controle de produo de alimentos, garantindo a segurana e a qualidade dos alimentos

    (SPEXOTO et al, 2005).

    Para a implementao do APPCC necessrio seguir sete princpios

    fundamentais: identificar os perigos potenciais, determinar os pontos crticos de controle,

    estabelecer os limites crticos, estabelecer uma rotina de monitoramento, estabelecer aes

    corretivas, estabelecer um efetivo sistema de anotaes e estabelecer um sistema deverificao para dar continuidade ao APPCC (SPEXOTO et al, 2005).

    As BPF so um pr-requisito para que a implementao do APPCC ocorra, e as

    BPF so um conjunto de normas que determinam formas ideais de fabricao, a partir de

    mudanas no mtodo de limpeza, comportamento dos manipuladores de alimentos,

    equipamentos e estrutura fsica, procurando eliminar as fontes de contaminao

    (FIGUEIREDO; NETO, 2001).

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    Seja para aplicao do APPCC ou BPF a etapa de treinamento essencial para

    fornecer fundamento necessrio aplicao dos conceitos na prtica, pois h uma grande

    exigncia de mudana de comportamento das pessoas envolvidas no processo. Os

    treinamentos devem ser ministrados de forma clara, elucidando os tipos de contaminao,

    bem como a preocupao com os problemas que a mesma pode causar aos consumidores

    (FIGUEIREDO; NETO, 2001).

    Mediante a esta realidade possvel perceber que diversos aspectos em relao a

    alimentao escolar devem ser trabalhados, no somente em relao ao valor nutricional, mas

    sobretudo, qualidade da gua disponvel para consumo ou utilizada para o preparo dos

    alimentos, aos cuidados higinico-sanitrios das instalaes, dos utenslios e dos

    equipamentos, alm da capacitao dos manipuladores de alimentos responsveis pelo

    preparo da alimentao (GERMANO; et al, 2008).

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    4 CONCLUSO

    Visto que as instituies de ensino so frequentemente prejudicadas por surtos

    alimentares, e que estes so causados por microrganismos diferenciados que indicam desde

    condies higinico-sanitrias insatisfatrias at o armazenamento inadequado dos alimentos

    prontos para consumo, possvel constatar que muitas escolas no Brasil no apresentam

    quadro de pessoal adequadamente treinado nas cantinas, provocando assim erros graves de

    manipulao.

    A Unidade de Alimentao e Nutrio Escolar responsvel por fornecer um

    grande nmero de refeies, portanto deve sempre prevenir garantindo a segurana dos

    alimentos oferecidos aos alunos, evitando assim o acontecimento dos surtos.

    Para um diagnstico real e detalhado da situao necessria a notificao dos

    casos e um estudo aprofundado sobre a ocorrncia de surtos alimentares sucedidos nas escolasbrasileiras.

  • 7/23/2019 APPCC,surto na merenda escolar.pdf

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