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Revista-laboratório do Curso de Jornalismo da UFSM • campus Frederico Westphalen número 5 Jovens criam nas ruas o espaço para a dança A praça é o palco

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Revista-laboratório do Curso de Jornalismo da UFSM • campus Frederico Westphalen número 5

Jovens criamnas ruas o espaço

para a dança

A praçaé o palco

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Estereótipos na academia

4Gay e católicos

6Paz e amor

7

Hip hop em Frederico Westphalen

21

Dance, dance, dance

20

A dança dos casais

18

Mulheres à beira das compras

16

Relações a três

14

Aceitação do corpo

12

Meditar é parar

10

Juventude católica na JMJ

8

Muay Thai, de luta à esporte

27Amor e tatoo

28Caronas

30Que tal acampar?

32

Copa 2014 em Fred West

42

Esportes marciais

40

Os planos do Itapagé

38

Lesões no futebol

36

Vida de intercambista

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Meio Mundo é a revista-laboratório do Curso deJornalismo do Centro de Educação SuperiorNorte-RS/Universidade Federal de SantaMaria, campus de Frederico Westphalen,RS, Brasil.

Ano 5 – Número 5 – Janeiro de 2013Publicação produzida pelos alunos do

6o semestre na disciplina de Laboratóriode Jornalismo Impresso II –2o semestre de 2012.

Professor responsável, edição:prof. José Antonio Meira da Rocha.

Textos, fotos, diagramação: Aline Martins, AlmirFelin, Andreia Sena Maidana, Andressa CostaPrates, Briana Kathi Klaus, Camila Pilla deAzevedo e Souza, Caroline Arossi, CarolineGovari Nunes, Debora Cerutti Viegas, DieisonMarconi Pereira, Francieli Cristina Fão, GabrieleRamos Arcy, Guilherme Fabricio Bernardo,Gustavo Grassiotto Simões Mafalda, JosafáLucas Rohde, Katia Schwantes Lacorte, KeliMonaliza Rademann, Marilia Dalenogare doCarmo, Matheus Carini Muller, Morgana Carniel,Suzanne Borela.

Foto da capa: Camila Souza/Josafá Rohde.Foto da contracapa: Gustavo Simões.Impressão: Imprensa Universitária da UFSMTiragem: 300 exemplares.Versão On Line em

http://decom.cesnors.ufsm.br/jornalismo.

Ministério da Educação do BrasilUniversidade Federal de Santa Maria

Centro de Educação Superior NorteRSDepartamento de Ciências da Comunicação

Curso de Jornalismo

Reitor: prof. Felipe Martins MüllerVice-Reitor: prof. Dalvan José Reinert

Pró-Reitor de Graduação: prof. Orlando FonsecaDiretor do CESNORS: prof. Genesio Mario da Rosa

Chefe do Departamento de Ciências da Comunicação: prof. Elias MengardaCoordenador do Curso de Jornalismo: prof. Fábio Silva

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4 Janeiro de 2013

Estereótipos no mundoacadêmicoUma construção social,a relação entre o eue o outro.Andressa [email protected]

Bicho grilo, agroboy, nerd, turma do jale-co, engravatados. Quem nunca ouviu es-tas e outras expressões para classifi-car/identificar pessoas e suas áreas de

atuação? São expressões que caracterizam es-tudantes e profissionais de variadas áreas doconhecimento, estereótipos que identificam –mas que muitas vezes escondem – preconcei-tos. Eles são representações sociais de aspec-tos que caracterizam um indivíduo, ou o seu gru-po, representações diretamente ligadas aosaspectos culturais e sociais dos sujeitos. Den-tro do campus não seria diferente. Conversamoscom alunos dos cursos de graduação do CESNORS(Centro de Educação Superior Norte – RS) de Fre-derico Westphalen, para identificar estereóti-pos entre os acadêmicos.

Não são somente as camisetas das turmasque identificam os cursos. Há inúmeras carac-terísticas apontadas pelos estudantes que osdiferenciam dos demais. É claro que nenhumacaracterística é comum a todos, mas há aspec-tos em geral corriqueiros. Os estereótipos sãoconstruídos culturalmente, devido a diversos fa-tores socioculturais e históricos, como explicaEliane Cadoná – professora do Departamento dePsicologia da Universidade Regional Integrada(URI) de Frederico Westphalen. “Tudo está per-meado por uma questão histórica da nossa so-ciedade. Eu não acredito que tenha um perfil pa-ra determinado profissional. Quando tu falas emperfil, tu já estás falando em uma construção, eessa construção está datada historicamente eculturalmente”, diz aprofessora. Para ela, nóssomos formados pelos discursos que são proli-ferados e esses discursos não estão soltos. Sãoproduzidos por nós e somos produzidos por eles.“Então, quando esse estereótipo de que exis-tem determinadas profissões para homens e de-terminadas profissões para mulheres, por ex-emplo, com certeza a gente acaba tomando issoenquanto verdade. A gente tem que começar aquebrar essas verdades que estão constituídas.São produções, e toda produção pode ser des-

construída”, completa Eli-ane.

Infelizmente, os es-tereótipos – as ligaçõesque a sociedade faz entreo indivíduo e aspectos doseu cotidiano – nemsempre se limitam a ca-racterizá-lo de forma cor-reta. Muitas construçõesque fizemos estão maisdo que na hora de seremdesconstruídas, como, porexemplo, considerar quecursos universitários naárea das humanas sãofeitos para mulheres, en-quanto os das agrárias eas engenharias são vol-tados ao sexo masculino.Prova da quebra desseestereótipo é percebida nocurso de Engenharia Am-biental da UniversidadeFederal de Santa Mmariade Frederico Westphalen(UFSM-FW). A maior partedos alunos é compostapor mulheres. A aluna dosegundo semestre de En-genharia Ambiental AlineHaditzreiter declara:“Pensava anteriormenteque seria um curso maishabitado por meninos,mas depois percebi que,ao menos no nosso semestre, há mais meninas”.Ainda sobre profissões, a psicóloga Eliane Cado-ná acrescenta: “As mulheres elas acabaram al-cançando os estudos. Os homens ainda ocupamum lugar de poder, mas está tudo permeado naconstrução de fora. Eu não acho que o homem li-da melhor com as exatas e a mulher melhor nashumanas, muito pelo contrário, tem alunos aquina URI que tem um perfil muito bom para ser psi-cólogo”.

Há uma linha tênue entre estereótipo e pre-conceito. A aluna do oitavo semestre do cursode jornalismo Fernanda Puhl denuncia um claroexemplo de preconceito que extrapola o este-reótipo: “Já sofri por acharem que os jornalistas

só fazem foto de paparazzi e coisas chocantes.Isso é preconceito, porque além de tu não bus-cares conversar para saber como é a profissãodo outro, ainda critica. Preconceito por desco-nhecimento do outro”. Há uma teoria chamadade Ameaça dos Estereótipos que se refere àsameaças estereotipadas em nível de preconcei-to, identificações que descaracterizam um gru-po, fazendo dele uma minoria discriminalizada.Segundo um estudo da psicóloga Joice da Silvasobre a performance intelectual de estudantesegressos por sistema de cotas, ela afirma: “A Te-oria da Ameaça dos Estereótipos perfila-se aolado de um conjunto de teorias que contribuempara coomprender que tais diferenças são situ-

Os acadêmicos de comunicação têm o estilo mais irreverenteFO

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5Janeiro de 2013

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Jéssica CadoreTerceiro semestre de Engenharia Ambiental

“Quando você vê uma pessoa estranha vocêjá imagina que é de relações públicas oujornalismo, porque geralmente se vestem comroupa diferente, tipo as gurias principalmente”.

Candida SchwaabSétimo semestre de Relações Públicas

“Eu não sei se seria preconceito o nome, mastipo amigos meus mesmo já fizeram brincadeirastipo, sei lá, a gente reclama que tá cheio decoisas pra e fazer e tal e eles: - Isso não é nadaperto de tal coisa! Ou: - Vocês tem aula? Vocêsnão vêm na aula! Porque a gente tem bastantetrabalho prático e aí acaba que a gente não temaula, mas não é por isso que a gente tem menoscoisas pra fazer e que as coisas sejam menosdifíceis. Mas nunca foi assim tipo agressão,brincadeiras assim, mas transmitem opensamento que as pessoas tem sobre o teucurso”.

Aline HaditzreiterSegundo semestre de Engenharia Florestal

“Acho que não é preconceito, acho legaltodos serem diferentes, dá curiosidade deconhecer o outro”.

Toniel OhlweilerSegundo semestre de Agronomia

“Até mesmo no UFA não vi ninguém daagronomia falando em ir lá. Tem preconceitosim, a gente tem que se respeitar, mas cadaum no seu espaço. Cada um tem seu livrearbítrio”.

Fernanda PuhlOitavo semestre de Jornalismo

“Jornalismo são os mais diferentes emgênero, porque são os que tem as opçõesmais alternativas, mais cabeça aberta, masao mesmo tempo são mais impositores desuas ideias e, por isso, não tem bomrelacionamento entre si”.■

acionais e não inerente ao indivíduo. A Teoria daAmeaça dos Estereótipos representa um avan-ço teórico, pois antes, diferenças de performan-ce eram atribuídas a um conjunto de fatores ge-néticos, incluindo também a condiçãosocioeconômica, a preparação acadêmica e asoportunidades educacionais”.

O coordenador do curso de Jornalismo daUFSM-FW, Fábio Silva, esclarece a relação entreestereótipo e preconceito: “Na verdade, o usonegativo de um estereótipo – inclusive com vis-tas à justificativa para preconceito, para dar ori-gem ou embasamento ao preconceito – vem jus-tamente do uso que o homem faz, quando eleutiliza esse tipo de identificação, de assimila-ção, de identidade pra gerar possibilidade deacesso ou de interdição social. Um grupo é mar-cado por algumas características, quando es-sas características se dissolvem, se diluem,quando elas se sedimentam na sociedade comoum todo isso corre o risco de descaracterizaresse grupo, esse grupo não vai querer entãoque essas características que elas se percam,e nesse sentido considerando essa perspecti-va os modelos sendo concorrentes um vai sem-pre querer ser prevalente, e isso até não pode-ria ser entendido como algo negativo, o negativode fato no meu entendimento vem quando a ten-tativa de subsistência de um estereótipo, de ummodelo ele objetiva a destruição, ou o menos-prezo a deterioração de outros modelos”.

A doutora Ceres Karam Brum, coordenadora

do curso de Licenciatura em Sociologia da UFSM,define: “O estereótipo surge do contato entreas pessoas das relações entre eu e o outro,quando se tem caracterização do olhar de umgrupo ou individual”. E completa: “O problemanão é parecer diferente, o problema é não acei-

tar as diferenças. O problema é a utilização sim-bólica”. As diferenças devem ser aceitas, devemser respeitadas, elas são próprias do nosso vi-ver em sociedade, sejam elas escolhas de gêne-ro, de estilo, de pensamento, de orientação po-lítica, de escolha religiosa.■

Estereótipo do acadêmico

Segundo estudantes de agronomia, o chimarrãoe o tradicionalismo têm mais adeptos entre eles

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Alunas de engenharia estudando cálculo: mulheres nas Ciências Exatas

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6 Janeiro de 2013

Uma luta por direitosiguais perante DeusO que a a Igreja Católica pensa na união de casais homossexuaisCaroline [email protected]

Estamos vivendo em meio a umagrande revolução tecnológica empleno século 21, com grandesmudanças na sociedade proporci-

onadas pelas inovações tecnológicas egrande crescimento da influência midiá-tica. Entre fatos que vem ganhando des-taque na sociedade, em todos os meiosde comunicação, está o tema do homos-sexualismo e uniões estáveis de casaishomossexuais. Homossexuais sofremcom o preconceito existente na socieda-de, até mesmo por seus familiares quemuitas vezes não aceitam seu jeito de ser.

Após muito tempo de luta, campa-nhas e protestos como, por exemplo, aparada gay um grande manifesto dos fa-voráveis a temática, os homossexuaisadquiriram o direito de união estável peloestado civil e direito de adoção.

Por outro lado, enfrentam uma grandebatalha contra a Igreja Católica, que sedeclara contra a união de pessoas domesmo sexo. A Igreja Católica considera ocomportamento sexual humano quasesacramental por natureza. Quaisquerações relativas ao comportamento sexualhomogenital são considerados pecami-nosos porque atos sexuais, por natureza,são unitivos e pró-criativos e, assim, devem con-tinuar sendo.

Vanderlei Souza, o padre da Igreja CatólicaMatriz de Caibi, Santa Catarina, diz que o direitocivil facilitou a vida de casais homossexuais, atémesmo lhe proporcionando uma melhor aceita-ção na sociedade devida à autorização de uniãoestável, porém a Igreja Católica se diz contra ejamais será possível a aceitação, pois acreditaque o casamento em matrimônio abençoado porCristo é para a procriação.

Fatos como esse levam casais homossexu-ais e simpatizantes a criar grupos, coletivos emanifestos com o objetivo principal de lutar con-tra o preconceito, como é o caso de Vilnes Gon-çalves Flores Junior, mais conhecido por Nei Bo-gum, Coordenador do Colegiado de CulturasPopulares da SEDAC RS e Coordenador do NACE

do Museu Treze de Maio e RP do Ylê Axé OssanheAgué, de Santa Maria. Nei conta que, por ser des-cendente afro e homossexual sofre preconceitodesde muito jovem. Ele sente o preconceito nosolhos das pessoas nas ruas. Muitas vezes já te-ve que correr para não sofrer violência física. So-bre a igreja, Nei denuncia: “A igreja é equivoca-da. Em vez de servir ao cristianismo, ela buscaintervir na vida política e privada. Na escravidão,dizia que negros não tinham alma”.

Por seu lado, o padre Vanderlei ameniza: ”aigreja tem que crescer junto com seus fiéis, des-de que estes participem ativamente da vida daigreja e estejam em dia com suas obrigações, osmesmo sempre foram bem vindas na igreja”.

Quando questionando sofre uma possíveladoção de um filho, Nei Bogum diz que é um so-nho seu e de seu companheiro Ricardo de Agué.

Porém, o que os impede são suas condições fí-sicas e a luta contra leis como o batismo.

Mas, hoje, a igreja católica não pode mais ne-gar o batismo de crianças filhas de casais domesmo sexo, pois existem casais que adotaramcrianças e muitos realizam processos como fer-tilização in vitro ou inseminação artificial.

O que se sabe nos dias atuais, é que a lutapor direitos iguais, independentes de sexo ouclasse social, tem tido um grande avanço na so-ciedade, facilitada pelo fato de vivermos em meioà uma revolução tecnológica, onde as lutas e asopiniões de todos são difundidas com maior fa-cilidade. A luta de LGBTS (Lésbicas, gays, Bi,Trans, simpatizantes) com a igreja e, com a so-ciedade como um todo, vai continuar a existir,uma batalha pelo direito de serem respeitadoscomo humanos livres em suas escolhas.■

Nei e seu namorado Ricardo de Agué em passeata pelos diretos dos homossexuais em Santa Maria/ RS.

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7Janeiro de 2013

Geraçãopaz e amor!Um movimento repleto de paz, amor e liberdade de expressãoCaroline [email protected]

Quem nunca ouviu falarnos hippies? Bom, achoque a grande maioria jádeve ter ouvido algo, co-

mentário, notas em rádios, TV,outros meios de comunicação e nasociedade. Os “hippies” são o quepode ser chamado de contracul-tura dos anos de 1960. Uma frasecriada por esse movimento esempre lembrada é a famosa “Paze amor”. As questões ambientais,emancipação sexual, e a práticade nudismo, são idéias defendi-das decorrentes dentro dessacomunidade hippie.

Os hippies são pessoas ricasem cultura e histórias de vida,possuem um estilo diferenciadodos demais da sociedade. Issopode ser o real motivo pelo qualos mesmos não são bem vistos.

A cultura dos hippies procuramanter uma vida tranquila, emconjunto com a natureza, fato queexplica a opção de serem vegeta-rianos.

Por prezar a célebre frase “Paze amor”, a contracultura hippie écontra as guerras, abraçam asreligiões de Budismo e Hinduísmo,bem como todas as outras religiõesde origem norte-americana. Oshippies possuem um estilodiferenciado. Além do estilode vida, o que chamaatenção é sua vestimentae, é claro, os cabelos epenteados. Como símbolode sua comunidade é umafigura de três intervalosiguais.

Os hippies possuem um estilodiferenciado, além do estilo de vida oque chama atenção é suas vestimentas é claroestilo de cabelo e penteados. Como símbolo desua comunidade, usam uma figura de quatro bra-

ços, usado inicialmente comosigno da Campanha pelo De-

sarmamento Nuclear, naGrã-Bretanha.

Logo que surgiu acultura hippie em me-ados dos anos 60, eles

não viviam em meio asociedade, mas sim co-mo nômades ou em gru-

po, vivendo e produzindoartesanato outros produtos

pra conseguir sua sobrevivência.Muitas pessoas na sociedade na época, e atémesmo nos dias atuais, consideram a barba ecabelos compridos uma falta de respeito e há-

bito anti-higiênico.Em meio à sociedade que vi-

vemos hoje, está cada dia maiscomum encontrarmos pessoasque fazem parte dessa cultura(ou contracultura para alguns)em cidades pequenas, como é ocaso de Frederico Westphalen.Dificilmente os encontramos nasruas ou tendo interações sociais,pelo fato de que a sociedade nãoos acolhe da mesma forma comosão aceitas as demais culturas.Robledo Frozza, estudante deagronomia pela Universidade Fe-deral de Santa Maria, campus deFrederico Westphalen, teve umbreve contato com alguns inte-grantes da cultura hippie da ci-dade de Frederico. Robledo dizque, ao conversar com os hippi-es, passou a ter uma admiraçãopela cultura. ”Os hippies sãopessoas ricas em cultura e his-tórias de vida, possuem um es-tilo diferenciado dos demais dasociedade. Isso pode ser o realmotivo pelo qual os mesmos nãosão bem vistos”.

Apesar de serem poucosvistos pelas ruas, segundo Ro-bledo o grupo já existe há maisde dois anos em Frederico. “Os

caras são hilários. Estou pensando em partir prolado hippie também. (risos)”. Além da prática dapaz e as boas ações ligadas ao meio ambiente,a cultura hippie é ligada a manifestações de con-tracultura, música eletrônica e de um puro de-sejo de curtir e experimentar, desenvolver deforma intuitiva um novo estilo sonoro. O uso deincensos e meditação é parte integrante da cul-tura hippie pelo seu caráter simbólico e religio-so, acompanhado de uso de drogas como a ma-conha e os cogumelos, que segundo eles ajudamna liberação da mente. Como grande inspiraçãomusical nacional deve-se destacar Raul Seixas.No Brasil, os estado com maior numero de mo-vimento hippie são Minas Gerais, Goiás e Rio deJaneiro.■

Hippie costumam usar rupas coloridas nas festas. Como as de finais deano que representa renascimento.

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8 Janeiro de 2013

Todosunidospela FéJuventude católicapreparou-se paraa JMJ no Rio de JaneiroFrancieli C. Fã[email protected]

Em uma época onde os jovens parecem ca-da vez mais dependentes da internet edas redes sociais, a cidade FredericoWestphalen mostra um cenário diferen-

te. Os jovens são uma parcela que cresce cadavez mais dentro da igreja católica, colaborandocom a modernização de alguns rituais. Com aproximidade do maior encontro religioso de jo-vens, a Jornada Mundial da Juventude no Rio deJaneiro no próximo ano, os jovens unem-se empreparação para este encontro de fé e de amor.

O presidente do grupo de jovens CLJ (Cursode Liderança Juvenil), Philipe Portela Pires, 24anos, fala da importância dos jovens na igreja:“Os jovens dentro da igreja são a garantia deque a religião está se renovando, se adaptandoà nossa realidade e, principalmente, possibili-tando a convergência entre ideias milenares econhecimentos profundos do catolicismo e a an-siedade por saber mais dotada de uma qualifi-cação que só os jovens possuem que é conhe-cer a sua realidade dentro dessa troca de umageração para outra”.

Essa participação juvenil crescente tem si-do vista com bons olhos pelas autoridades ca-tólicas, que apostam nas novas gerações pa-ra a permanência dos costumes católicos nasociedade, além da renovação da fé e de todaa igreja, como afirma Dom Antonio Rossi Kel-ler, bispo da paróquia Santo Antonio, de Fre-derico Westphalen: “Também aos jovens a Igre-ja é enviada a evangelizar. Portanto, cuidando

da Juventude, anun-ciando à Juventude oEvangelho da Vida eprocurando aproxi-má-la da Igreja, es-tamos cumprindo aMissão deixada porCristo. Os Movimen-tos CLJ, Emaús, Schoenstatt, Vicentinos eoutros são instrumentos para a Evangelizaçãoda Juventude”.

Para demonstrar um pouco do engajamen-to entre os jovens e a igreja, o Brasil é sede, em2013, da Jornada Mundial da Juventude. O even-to que acontece a cada dois ou três anos em paí-ses diferentes, iniciada no ano de 1984 pelo en-tão Papa João Paulo II, com o passar do tempose tornou um grande evento para a humanida-de. A Jornada Mundial da Juventude prevê a reu-nião de cerca de quatro milhões de jovens no Riode Janeiro.

Para demonstrar a preocupação da igreja emrenovar-se e mostrar uma nova cara e, vindo co-mo um ‘presente’ à juventude, um quadro da Vir-gem Maria, chamado de Ícone de Maria, junta-mente com uma cruz, a Cruz Peregrina, estãorodando o mundo há décadas passando tradici-onalmente pelas principais cidades do país on-de acontece a JMJ.

Os símbolos passaram por Frederico nosdias 26, 27 e 28 de novembro de 2012, du-rante o evento intitulado Bote Fé, que assimcomo em outros lugares onde a cruz e o íco-ne passaram, foram recebidos por um gran-

de número de fiéis. Como lembra o bispo DomAntonio: “Foi um momento extremamenteimportante para a juventude em geral e pa-ra a Igreja, no sentido de aproximar estasduas realidades, com uma linguagem adap-tada e com os símbolos da Jornada Mundialda Juventude. Os números mostram a impor-tância deste evento: mais de 20.000 pesso-as, nos três dias, em Palmeira das Missões,Frederico Westphalen, Seberi e Nonoai, de al-guma maneira, tiveram contato com estessímbolos. Em sua imensa maioria eram jo-vens...” A cruz foi recebida no município deSeberi por uma carreata que conduziu ossímbolos até a Catedral Santo Antônio, emFrederico westphalen, onde passou os trêsdias sendo celebrada com orações e músicas,partindo no começo da manhã do dia 28, ru-mo ao município de Nonoai.

Durante a peregrinação dos símbolos emSanta Maria, alguns jovens foram até lá paraparticipar do Bote Fé e prepararem-se para oevento que estavam programando em Frederi-co, como lembra a jovem do CLJ, Greta Oliveira,19 anos: “O encontro em Santa Maria foi algomágico, não tem explicação, mais de cinco mil

A chegada da Cruz Peregrina e do Ícone Mariano em frente à Catedral Santo Antônio, reuniu dezenas de católicos.

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9Janeiro de 2013

A procissão luminosa foi feita à luz de muitas velas confeccionadas pela juventude

FOTO FRANCIELI C. FÃO

jovens gritando em nome de Jesus não há comonão se emocionar, sentir o Espírito Santo agin-do dentro de ti e renovando tua fé.

Estou participando da organização do even-to em Frederico desde o início do planejamento,da divulgação, infraestrutura e animação doevento... É cansativo, mas é muito gratificante,pois também é uma forma de evangelizar”.

Em Santa Maria, os jovens foram recebidoscom chuva, mas isso não fez com que eles de-

sanimassem como lembra o jovem do CLJ, Fer-nando Viegas, 26 anos: “Com a nossa chegadatambém chegou à chuva, que não deu trégua.Estávamos reunidos cerca de 40 mil pessoas,mesmo com a chuva, todos participaram assi-duamente sem ninguém sair do local. O eventofoi inesquecível na vida de todos que participa-ram, em especial na minha”.

A diretora do Schoenstatt, Daniela Riboli, 22anos, falou da importância da união dos jovens

no evento: “Os jovens trabalharam intensamen-te para participarem da JMJ, tanto materialquanto espiritualmente. Ficamos muito ansio-sos principalmente pelo encontro com o Papa”.

A JMJ aconteceu no Rio de Janeiro de 23 a27 de julho de 2013 e reuniu, além dos jovens,fiéis de todo o Brasil. O lema da edição, “Ide efazei discípulos entre todas as nações” (Mt28,19), foi anunciado pelo Papa Bento XVI nodia 24 de agosto de 2011.■

A chegada da Cruz Peregrina e do Ícone Mariano em frente à Catedral Santo Antônio, reuniu dezenas de católicos.

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“Ide e fazei discípulosentre todas as nações.”

(Mt 28,19)

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10 Janeiro de 2013

Débora Cerutti [email protected]

A meditação é conhecida por grande par-te das pessoas, porém, não é muito es-tudada. A prática é milenar, e tão anti-ga quanto à própria humanidade e hoje

se tornou um elemento chave para acalmar eequilibrar corpo e mente.

Atualmente, o imediatismo rege a rotina danossa sociedade e o tempo custa caro, gerandouma população estressada. Segundo a pesqui-sa realizada pela International Stress Manage-ment Association (ISMA-BR), 70% da populaçãobrasileira sofre com o estresse. Para nós oci-dentais, a meditação é uma prática bastante no-va, pois os estudos indicam que ela surgiu maisou menos à dois mil anos a.c. na Índia, depoisexpandiu-se na Ásia, e só chegou no Brasil nadécada de 60, onde começou a ganhar mais es-paço.

Os antigos mestres praticavam a meditaçãocomo forma de se religar à origem do ser huma-no: a paz completa. A palavra meditação vem dolatim meditare, que significa voltar-se para den-tro, levando ao conceito de buscar o própriocentro, o seu eu interior. Na concepção indiana,remete à um estado de consciência, iluminação,é a plenitude. Em entrevista, a professora deyoga e meditação Maristela Mantovani fala so-bre a meditação.

“É difícil responder o que é meditação,mesmo sendo simples, é difícil de descrever.Ao tentar conceituar meditação podemospensar em onde ela está?”

Maristela explica que se ao sentar, re-laxar, e pensar em alguma coisa espe-cífica, focar em algo, isso não é me-ditação, isso é concentração ecansa. Já a contemplação é maisampla, mas também não émeditação, porque vocêtambém está usan-do a mente. Inde-pendentementedisso, não se podedescartar os as-pectos positivosde ambos exercí-cios.

"Meditar é parar, apenas ser e não fazer na-da. Se você mexer o corpo, começar a pensar noque tem que resolver ou projetar, você está fa-zendo algo. Meditar é simples, mas nada fácil”,diz Maristela.

A meditação é também uma prática bas-tante importante para quem deseja trabalharo seu lado espiritual. Além de um exercício denão mente, ela busca nos religar à nossa ori-gem de paz plena. De forma lúdica, GiancarloCerutti Panosso, presidente da AssociaçãoCultural Atena (ACA), explica que nós comoseres espirituais, viemos de um lugar de mui-ta paz, como um Oásis, e quando chegamosao deserto, ou seja, à matéria, sentimos fal-ta da água. “E quem não medita nem sabe quepode estar em contato com essa água, ou be-bê-la ao longo da sua vida. Então a medita-ção, pelo seu termo, vem de se afastar do ex-terno, começando a se desapegar das coisas,não ter pensamentos ligados à matéria. Sóassim os grandes mestres acreditavam po-der viver da melhor maneira possível”, expli-

ca. Questionado sobre quem poderia pra-ticar a meditação, Giancarlo comenta que

qualquer pessoa pode fazer, desde queela sinta vontade. Ele esclarece quevontade se diferencia do desejo oucuriosidade, pois o desejo é algoterreno e está ligado com anseios,sensações, sentimentos que a gen-te tem, e isso é provido pela nossamente. A pessoa então, deve sen-tir necessidade.

Para quem inicia a meditação,é recomendado que a prática

seja feita em um lugar calmo,

Meditar é pararMeditação diminui o estresse, acalma a mente e leva ao autoconhecimento

“Porque a nossa mente é assim:ou está pensando no passado –

e talvez desencadear umadepressão – ou nós estamoscom a mente no futuro, o que

gera estresse e ansiedade”

Maristela Mantovani

A lótus é a posiçãomais conhecida

para a práticada meditação

DÉBORA C. VIEGAS

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11Janeiro de 2013

sem muito barulho. Existem três formaspara a meditação que ficam no plano docorpo e são consideráveis mais confortá-veis para a prática. A primeira é em pé,com o corpo na vertical, coluna reta. Estaposição beneficia a circulação da energiapelo nosso corpo. A segunda posição ésentado, com as pernas descansadas ou aposição de lótus, que é bastante conheci-da. A terceira é deitado, bom para inician-tes que podem vir a adormecer durante aprática.

É importante que em qualquer posiçãoa coluna fique sempre alinhada com a ca-beça. Para a prática, Gian sugere que apessoa pode começar tendo um foco emalguma coisa, como uma cena onde hajauma cachoeira, pedras, barulho de pássa-ros, por exemplo. Você pode ter um guia teconduzindo, mas o caminho da meditaçãoé sozinho.

“Nós temos que ludibriar a nossamente, porque a mente fica pensando emvárias coisas e esses pensamentos tra-zem emoções, e aí temos reações orgâ-nicas e daqui a pouco a gente vai estarcoçando as costas, sentindo dores, sedesequilibrando”. Por isso que inicial-mente é recomendado colocar uma mú-sica baixa ao fundo, acender incensos sequiser, pra você conseguir e desfocar dasemoções.

Ao focar o pensamento em algo entra-mos no estado de concentração e somentedepois entramos na verdadeira meditação,depois de muita prática. Os indianos utili-zam os termos sânscritos Dharana, paradeterminar o estado de concentração eDhyana, que é a verdadeira meditação, o nãopensar em nada. Quando seestá meditando, a mentenão tem noção do tempo, epodemos nem perceber quepassaram 10, 30 minutos.

Gian ainda expõe umaescala de processos queacontecem com quem ini-cia esta prática. “Em umaescala, entendemos que aconcentração e o início daprática é o primeiro pas-so, a meditação profundaé o segundo passo, e onum terceiro estágio, nóscomeçamos a intuir ascoisas, ter visões extra-sensoriais, sensações di-ferentes, que não sãoterrenas, e a partir daípassar por experiências

que vão além da meditação.Sobre as formas de praticar, Ma-

ristela explica que para iniciar é sim-plesmente parar e praticar o seu si-lêncio, sem receitas. “Conforme elafor praticando, ela vai avançando.Porque no momento que ela para, aprópria consciência também se am-plia, se ilumina, e aí ela também vaiencontrando formas, o seu jeito deficar em estado de meditação”, ex-plica.

Questionada sobre se a sociedadeocidental hoje está preparada paracultivar a meditação na sua rotina,Maristela explica que houve um pro-cesso muito forte onde mente e cor-po foram separados para serem estu-dados e muita coisa se perdeu. Elacomenta que muito dos nossos pro-blemas corporais tem origem na men-te, que hoje está esquecida. Fala ain-da do fato do ser humano ter seesquecido dele mesmo, e por isso so-fre tentando se reencontrar, mas nãosabe a maneira certa para isso, e se-gundo Maristela, a meditação é umbom caminho para buscar este equilí-brio.

"A proposta é voltar-se para cen-tro. É como que se quando você me-dita, está no centro, está no coman-do, consegue um equilíbrio melhorsobre o que você pensa, sobre suasações e o que você é. Quando vocênão para pra pensar, não medita, nãotira um tempo pra si, é como se vocêsaísse do centro, como se a mente,por si está no comando. A nossa

mente nunca está aonosso favor e atravésda meditação vocêcontrola para que elaesteja a seu favor", dizMaristela.

A meditação então,é uma prática não sóde silenciar e sim, debuscar se religar coma paz plena, dar aten-ção para a mente e fa-zer com que corpo emente trabalhem demaneira mais positivana rotina. Além disso,é um caminho de au-toconhecimento querequer disciplina,vontade, paciência esilêncio interior. ■

“Nós temos que ludibriar a nossa mente,porque a mente fica pensando em várias

coisas e esses pensamentos trazem emo-ções, e aí temos reações orgânicas e daqui apouco a gente vai estar coçando as costas,

sentindo dores, se desequilibrando”

Giancarlo Cerutti

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12 Janeiro de 2013

As pessoas sempre estão insatisfeitas com seu corpo, buscando se enquadrar nos padrões já determinados

KÁTIA

LACO

RTE

Aceitar-se éo primeiro passoConviver em harmonia com o corpo é fundamental para uma vida saudávelKátia [email protected]

Historicamente as mulheres buscam por umcorpo magro, com tudo definido, mas cada vezessa procura pelo corpo perfeito fica mais peri-gosa. Os manequins considerados aceitáveis pe-la sociedade vêm diminuindo gradativamente osseus números. Até que ponto perder peso é sau-dável ou não? Quais são as formas corretas deemagrecer sem que para isso seja colocada emrisco a saúde? A nutricionista Aline Zanella nosfala dos riscos que uma alimentação inadequa-

da pode trazer: “Os principais perigos de umaalimentação inadequada são relacionados a do-enças que podem surgir pelo consumo excessi-vo ou insuficiente de alguns nutrientes e calo-rias, como por exemplo: Anemias causadas peladeficiência no consumo de ferro, ácido fólico ouvitamina B12; Deficiências de vitaminas; Restri-ção de calorias, carboidratos; Desnutrição e per-da de massa magra; Compulsão alimentar, ano-rexia e bulimia.”

Estes transtornos alimentares estão liga-dos, acima de tudo, à obrigação de estar dentro

dos padrões que são determinados pela socie-dade. Esta padronização é feita pelos produtosmidiáticos que determinam em suas páginas eimagens o que é ou não aceito. Os jovens sãomais vulneráveis a estas imposições e o medoda discriminação que podem sofrer faz com queeles procurem se encaixar naquele padrão dequalquer forma, sem pensar nas consequênciasnem em como aquilo é prejudicial para a saúde.Aline destaca a importância de procurar umaorientação profissional quando se quer emagre-cer: “Mais importante do que perder peso é par-

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13Janeiro de 2013

As doençasmais conhecidascomotranstornosalimentaressão:AnorexiaQue faz com que apessoa tenha umavisão distorcida eerrada sobre o seucorpo e por mais magraque esteja, ainda se vêcomo gorda. E, paraemagrecer, para decomer.

BulimiaQue é quando a pessoatem compulsão porcomer e não conseguecontrolar, mas depoisprovoca vômitos eusam laxantes ediuréticos.

tir para a desmitificação dos pa-drões de beleza com pessoas ex-tremamente magras e com corposbem definidos. As pessoas preci-sam aprender a aceitar o seu cor-po da forma que ele é. Tendoconsciência que não existe o certoou errado, o que existe é vocêbuscar a qualidade de vida, con-seguir viver de forma harmoniosacom o seu corpo e não pelo que osoutros colocam como o correto”.

Essa aceitação é o caminhocerto para uma vida mais saudá-vel, muitas vezes essa obsessão évista de modo que para ser feliz apessoa precisasse estar dentrodesse estereótipo, quando naverdade a felicidade esta em estarbem consigo mesmo e não com osoutros.

Segundo estudos sobre transtornos alimen-tares, cerca de 1% da população feminina mun-

dial tem anorexia, e 5% tem bulimia. São doen-ças psiquiátricas crônicas que misturamtranstornos psicológicos, sociais e genéticos. ■

Você sabia…...que transtornos alimentarescomo a bulimia e a anorexiapodem desencadear variasoutras doenças? Veja a lista:

● Osteoporose● Queda de cabelos● Irregularidades cardíacas● Dores abdominais● Inflamações e descontroleintestinal

● Ansiedade e depressão● Baixa imunidade● Visão distorcida do corpo● Ressecamento das unhas● Interrupção do ciclomenstrual podendodesencadear infertilidade● Depressão● Síndrome do pânico● Comportamento obsessivocompulsivo● Perda de tecido ósseo

A Nutrição tem por objetivo transmitir informaçõessobre hábitos alimentares saudáveis para melhor

qualidade de vida. Alimentação é sinônimo de saúde, mas paraisso deve ser realizada corretamente. Somente o nutricionista

tem o conhecimento necessário para calcular uma dieta adaptadaa cada pessoa, considerando suas necessidades nutricionais e

sua individualidade. O acompanhamento nutricional é responsávelpor proporcionar perda de peso adequada e reeducação alimentar.

Todo corpo é bonito

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14 Janeiro de 2013

Muito amor pra dar!Os relacionamentos que estão longe de modelos convencionaisnão possuem nada de promíscuo e podem ter muito de amor e liberdade.

Dieison [email protected]

Hippies, tropicalistas, Dzi Croquettes,Maio de 68, Simone de Beauvoir e atéDona Flor e seus dois maridos — ro-mance icônico do escritor baiano Jorge

Amado — já reproduziam um ideal de revoluçãosexual e amor livre nos anos passados. Em Leschansos de amour, musical francês de 2007 di-rigido por Cristophe Honoré, Ludivine Sagner, Clo-tilde Hesme e o belo e andrógino Louis Garrel,compõe uma relação amorosa a três, na qual apersonagem de Clotilde canta nas ruas parisien-ses para sua parceira e seu parceiro: “eu amo sóvocê, só você”. Mas esta frase não fica restritasomente ao drama musical de Honoré. Pelo con-trário, brota das entranhas da cena atual umanova revolução sexual que encontra eco em vá-rios grupos sociais, entre homens e mulheres,independente de sua orientação sexual e iden-tidade de gênero, e que fazem com que o “eu amosó você, só você” seja dirigida a mais de uma pes-soa ao mesmo tempo, dentro de uma mesma re-lação, no café da manha ou na cama depois deuma transa a três, a quatro ou mais.

Conceitos como relacionamentos não mono-gâmicos, poliamor e relacionamento aberto sãocomportamentos de quem tem muito amor pradar ou é coisa de gente promiscua, como podematacar os moralistas? Talvez neste momento se-ja hora de lembrar que, desde que a liberdadeindividual de cada um não atrapalhe a vida deoutro, o que cada um faz de suas relações amo-rosas e onde coloca sua vagina, seu ânus, seupênis e sua boca, só diz respeito a este proprie-tário e proprietária de seu corpo. Alias, nestasrelações livres, não é propriedade de ninguém ocorpo, o amor e a pratica sexual do outro.

"Eu acredito na premissa de que agente pode amar muitas pessoasao mesmo tempo, que esse amornão é único e exclusivo – e mais,

sem a necessidade de excluirtambém (no caso terminar umrelacionamento para começar

outro)"

Anita Navarro, 27 anos, mestranda em his-tória e moradora de Florianópolis é uma dessaspessoas que tem muito amor pra dar, como elamesma diz, “prefiro muito mais ser fiel aos meussentimentos do que seguir uma norma estabe-lecida como sendo única possibilidade ‘certa’ dese relacionar com outras pessoas.”

Anita, no momento tem um namorado. Ela eseu parceiro, em 8 anos de namoro (sim, é na-moro, como ela gosta de frisar) costumam fre-quentar casas de swing na intenção de tornar o“ménage” um complemento na relação. Ao saí-rem com um rapaz no inicio deste ano, Anita res-salta que a dinâmica sexo e companhia foi per-feita entre os três, e que a partir daí, vembuscando amadurecer a ideia de ter um relacio-namento afetivo a três, que neste caso é conhe-cido como poliandria, mas ainda estão na fasede teorias sobre o assunto, amadurecendo aideia: “eu acredito na premissa de que a gentepode amar muitas pessoas ao mesmo tempo eque esse amor não é único e exclusivo — e mais,sem a necessidade de excluir também (no casoterminar um relacionamento para começar ou-tro); finaliza Anita, que também busca no amor

Amor não é latifundio

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15Janeiro de 2013

O que é Amor livre?

O termo amor livre tem sido utilizadodesde o século XIX para descrever omovimento social que rejeita o casamento equalquer outra relação monogâmica, acreditano amor sem posse.

O que é Poliamor?É a prática, o desejo, ou a aceitação de

ter mais de um relacionamento íntimosimultaneamente com o conhecimento econsentimento de todos os envolvidos.

O Poliamor é frequentemente descritocomo consensual, ético, responsável e nãomonogâmico.

O que é relacionamentoaberto ou relação livre?

Relacionamento aberto é a relação afetivaestável (casamentos, namoros) em que osparceiros envolvidos concordam que relaçõesextraconjugais não são consideradas traiçãoou infidelidade.

livre, o compartilhar de sentimentos sem amar-ras, pudores e pressões.

Já Fernanda Haiduk, estudante do 6º semes-tre do curso de Agronomia da Universidade Fe-deral de santa Maria, está em um relação livrecom seu namorado há pelo menos um ano. Pormorarem longe um do outro — ele em Cruz Altae ela em Frederico Westphalen — decidiram con-sensualmente manter um relacionamento aber-to: “O fato de morarmos longe e prezarmos pe-la liberdade individual de cada um foi o melhormeio encontrado para continuarmos juntos e aomesmo tempo, cada um seguindo a sua vida, sempressão, sem cobranças”. Fernanda tem a liber-dade pra ficar com quem quiser, assim como seunamorado. O relacionamento da estudante vaiao encontro aos estudos de Regina Navarro, asexologoa, piscanalista e queridinha de quempratica relações livres, amor livre, etc. Em seumais recente livro, ela diz: “nós temos que res-ponder a duas perguntas: me sinto amado? Mesinto desejado? Caso seja sim para as duas pes-soas, o que o meu parceiro ou minha parceira faznão deve ser de meu domínio, porque ele não éminha propriedade”.

“O fato de morarmos longe eprezarmos pela liberdade

individual de cada um, foi omelhor meio encontrado para

continuarmos juntos e ao mesmotempo, cada um seguindo a sua

vida, sem pressão, semcobranças”

Dificil? Pode até ser, mas não para MarceloSoares. Se Anita está prestes a ingressar em re-lação poliândrica, Marcelo já vive a poligamia comsuas duas parceiras, e estão muito felizes as-sim. E essa felicidade adveio de escolher ser Re-lação Livre, por acreditar que as relações mono-gâmicas são apenas construções hitórica-culturais estabelecidas, e que por isso, não pre-cisam ser um modelo a ser seguido.

Marcelo se desvencilha da forte cultura emtorno do amor romântico (aquele da alma gê-

mea, “você me completa”, “não posso viver semvocê”, etc) que faz com que as pessoas continu-em procurando nos seus companheiros pesso-as idealizadas, sem defeitos ou com defeitos in-significantes: “eu moro com uma das minhascompanheiras, a qual amo e faço sexo no dia adia. E encontro minha outra companheira maisou menos duas vezes por semana, na casa delaou na minha, e também a amo e faço sexo”, con-ta o rapaz que leva esta rotina com o consenti-mento das duas parceiras, já que elas tambémsão relações livres. Ao ser questionado como suafamília e amigos reagem ao saber de sua relaçãonão monogâmica, ele relata naturalmente: “Al-guns acham que eu sou poligâmico oriental. Ou-tros acham que eu sou corno. Mas em geral aspessoas aceitam na boa, e se têm algo contra,nunca me dizem diretamente. Com a família tam-bém foi tranquilo. Minha mãe só me perguntouse eu era feliz, e aceitou. O resto da família eunão tenho satisfações à dar. Mas também nãocomentaram comigo.

“Eu moro com uma das minhascompanheiras, a qual amo e faço

sexo no dia a dia. E encontrominha outra companheira mais ou

menos duas vezes por semana,na casa dela ou na minha, e

também a amo e faço sexo.”

Assim, pode-se dizer que as pessoas podemter quantos amores elas quiserem, e principal-mente, viver todos eles ao mesmo tempo. Masengana-se quem pensa que esta multiplicidadesexual e afetiva não é coisa séria. Este segmen-to está organizado em grupos de discussão, co-fraternização, lazer e informação, exemplo dis-so é a Reunião Nacional de relação nãomonogâmica que acontece em estados diferen-tes. Se você se interessou pelo assunto, se acre-dita que tem muito amor pra dar e é adepto dasrelações livres, acesse o blog Rede Relação Livre,e curta a página do mesmo no Facebook: podeser uma boa oportunidade de experimentar no-vas relações. ■

AmorebaSe você se interessou pelo o assunto, po-

de ler muito mais na edição 204/2011 da re-vista Trip. Em uma edição voltada à diversi-dade de orientações sexuais e da praticasexual, a Trip traz duas matérias tratandode amor livre e relações livres: uma delas écom um grupo de sete jovens (dois rapazese cinco moças) que não se rotulam nem co-mo amigos, nem como namorados e nem co-mo amantes: simplesmente se amam e vi-vem juntos. Eles são Bela, Renata, Marcela,Anne, Alfredo, Fran e Luiz, estes que ganhamnovo status de modo de vida e dizem queestão dentro de uma amoreba. Além de umaexcelente matéria, a Trip fez um ensaio foto-gráfico com os sete, um ensaio sem pudorese de uma beleza rara. A outra matéria, alémde tratar de amor livre resgata a história deuma bela dupla feminina da Música PopularBrasileira que fez sucesso entre os anos 70e 90: Luhli e Lucina viveram por muitos anoscom o fotografo Luíz Fernando Borges da Fon-seca, viveram como uma família a três, mo-raram juntos, criaram seus filhos e tudo aolado de uma quarta pessoa: a música, tãopresente na vida de todos. Confira!

Você pode ter acesso a revista em seusite: http://revistatrip.uol.com.br/

Sexo não é invasão: é consentimento

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16 Janeiro de 2013

A compra final é delasBem mais quesó consumir, asmulheresexercem papelfundamentalnosinvestimentosfamiliaresSuzanne [email protected]

A mulher sempre foi vistacomo uma compradoraimpulsiva, que ultra-passa os limites dos

cartões de créditos e mesmo as-sim não consegue parar de com-prar. O que muitos não sabem éque esse consumo vem sendo in-fluenciado por muitos fatores,principalmente pela evolução naposição que a mulher ocupa atu-almente na sociedade. As mu-danças sociais, e principalmente econômicas,aumentaram o número de pessoas empregadasno país e isso atingiu diretamente a classe fe-minina. Elas foram ganhando poder aquisitivo ede decisão, obtendo a liderança no consumo emmuitos segmentos.

Uma pesquisa realizada em 2011 mostra queelas são responsáveis por 66% das aquisiçõesfamiliares no país, sendo o gasto das mulheresno Brasil cerca de R$ 2 trilhões. Ou seja, exer-cem um controle sob os recursos próprios e tam-

bém da família, especialmente os destinados aoorçamento doméstico.

Na tabela (à esquerda) estão algunsexemplos em que as mulheres são responsáveispelo processo de compra.

O universo feminino se atrai mais facilmen-te pelo consumo, não há como negar, principal-mente se a palavra liquidação for avistada. Em-bora na maior parte do tempo à mulher sejaguiada pela emoção, na hora da compra a razãotambém está presente. É aí que surgem os qua-tro P’s do consumismo feminino. A Shopper Ex-perience, empresa que busca trazer conheci-mento sobre a experiência dos clientes comprodutos e marcas, notou em uma pesquisa re-cente que a presença desses quatro P’s – paque-ra, pechincha, pesquisa e prazer – são determi-nantes na hora das aquisições. Stella KochenSusskind, presidente da empresa, explica essefenômeno em etapas. “A paquera é aquele espa-ço no qual a sedução que o produto exerce so-bre a mulher envolve elementos, como apresen-tação da loja, abordagem de venda e adrenalinada novidade.

No prazer, a conclusão de um ritual sedutorque envolve emoções complexas e extremamen-te femininas. Mesmo que o emocional esteja pre-sente em cada um dos “Ps”, há muito do racional

O gasto dasmulheres no Brasil

chega a cerca deR$ 2 trilhões

O vestuário feminino é a área onde elas consomem mais

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17Janeiro de 2013

em cada etapa.”Bianca Martins de Mattos, 23 anos, é bancá-

ria e já passou por algumas experiências nega-tivas em relação ao consumismo. “A minha vidafinanceira eu costumo organizar e colocar a fren-te do meu ‘consumismo’, isso de uns dois anospra cá, porque antes entrava tranquilamente nocheque especial pra fazer minhas compras, ago-ra não mais.” Bianca aprendeu com os exagerose diz que conseguir equilíbrio e controle na ho-ra das compras é possível, mesmo nos momen-tos em que a emoção dita à vontade de consu-mir. Ela comenta que compra tanto pornecessidade quanto por prazer, mas agora semextrapolar. Não dá pra negar que a influência damídia definindo novas tendências está ligada di-retamente com as escolhas e gastos femininos.Afinal, quem não gosta de sentir bem atualiza-do? As mulheres desejam cercar-se daquilo quejulgam ser belo, do que gera satisfação e prin-cipalmente, causa diferenciação. O universofe-

mino vem provando que pode ser objetivo, prá-tico e principalmente racional sem perder ogostinho de cada P na hora da compra. É a sin-gularidade feminina dando a volta por cima emostrando que essa visão simplista de compra-doras compulsivas já era, pois tudo tem contro-le, até o consumismo descontrolado.■

O vestuário feminino é a área ondeas mulheres mais ativam o consumismo

A paquera é o primeiro passo para as mulheres efetivarem as compras

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Na pesquisa,a mulher se

certifica do custo-benefíciodo produto; questiona se apaquera tem potencial para

se tornar “algo mais”. Apechincha é o momento emque põe em xeque o “valor”,a qualidade de uma relação

embrionária.

As mulheres não deixam o impulso tomarconta e elaboram suas escolhas

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18 Janeiro de 2013

ARTE

DEMO

RGAN

ACA

RNIEL

Morgana [email protected]

Simpatizantes e praticantes dohip hop, Sheila Wiroski e Re-nan Castro dançam a quatroanos. Mas a vida dos dois vai

além das coreografias, já que são na-morados. A relação já dura mais detrês anos.

Antes do hip hop, Sheila já fezballet e dança contemporânea. Deci-diu mudar de ritmo porque considerao hip hop mais animado que as outrasdanças que já fez. Nos festivais dedança contemporânea, via o pessoaldo hip hop dançando o tempo todo.Enquanto o seu grupo dançava só nahora da apresentação. Depois de umtempo, recebeu o convite de um ami-go e foi a oportunidade de entrar parao hip hop. Contou que voltaria a fazerdança contemporânea, mas não bal-let.

Já Renan disse que nunca tevepretenção nenhuma a ser um dança-rino de qualquer ritmo que fosse:“vou ser bem sincero, eu nunca tivevontade de dançar, ainda sou meiotímido”. Viu uma apresentação na escola, achouincrível o pessoal dar um mortal e continuar dan-çando. Depois de um tempo um amigo convidou-o para montar um novo grupo de dança. Ele pen-sou “por que não? Vai que dá certo”.

Os dois se conheceram quando entraram noEnsino Médio. Contam que não começaram a na-morar pela dança, mas ela teve seu papel impor-tante, já que este era o assunto das conversasparalelas durante as aulas. Essa também foi adesculpa para se encontrarem fora do turno de

estudos, para poderem expandir mais o conhe-cimento mútuo.

O casal já tentou realizar coreografias juntos,mas não deu muito certo. “Tenta fazer mais pe-gado – mas eu não consigo – mas não tenta – maseu não, se eu não consigo porra!”, disse Sheila rin-do enquanto Renan concordava e ria também. Naapresentação de um festival de dança, havia umbeijo artístico no início, contaram que o públicogritou na hora, mas a maioria das pessoas adoroua ideia, mas poucos pensaram que eles realmen-

te eram namorados. Esta foi uma das poucas de-monstrações do casal no meio de uma coregrafiade hip hop.

Em Frederico Westphalen, nem local para en-saio eles tem, já que precisam ensaiar em umagaleria de lojas em frente a Praça Central da ci-dade.

Mas nenhum destes impecilhos impede queos dois continuem fazendo o que o gostam:dançar hip hop e sentir o que sentem um pelooutro.

Não é o ritmo que faz a dançaConheça a história de dois jovens casais: Sheila e Renan, do hip hop; e Victória e Tálisson,

Sheila e Renan levam a vida dançando

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DEMO

RGAN

ACA

RNIEL

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19Janeiro de 2013

ARTE

DEMO

RGAN

ACA

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mas a paixão que vai na almado tradicionalismo gaúcho; que fizeram da dança um impulso para suas relações

Victória Gazola e Talisson Poltronieri Ma-chado dizem que a dança é a responsá-vel pelo namoro. Talisson dançou por 12anos e Victória começou com 12 anos

de idade a participar de concursos de prendas,depois interessou-se também pela dança.

Foram incentivados por suas famílias desdea infância que, de alguma forma, já faziam par-te desse meio. Foi por meio da dança que eles seconheceram e começaram uma relação que já du-ra quatro anos e meio. A partir de então, come-

çou uma grande paixão pela dança tradicionalgaúcha onde, segundo eles, “representamos, pormeio das coreografias, as influências dos povoscolonizadores do Rio Grande do Sul na culturagaúcha. Assim, a cada dança aprendida, exerci-tamos além do nosso corpo, o nosso intelecto,pois aprendemos mais sobre a história, a geo-grafia e o tradicionalismo do povo gaúcho”.

As apresentações são compostas por dan-ças tradicionais, que têm suas coreografias pré-determinadas, todas descritas num manual de

danças que serve como basepara a avaliação. Cada umadessas danças ou chegou ao RSpor algum povo que aqui se es-tabeleceu e que já a executavaem seu país de origem ou teveorigem aqui mesmo, nos tradi-cionais fandangos que eram re-alizados. Além disso, cada in-vernada tem sua própriacoreografia de entrada e saídaque, nesse caso, tem livre es-colha sobre o tema a ser repre-sentado. Na maioria das vezes,destaca-se algo que está dire-tamente relacionado com ogrupo ou a cidade a qual elepertence, ou então, homena-geia-se uma pessoa, uma cul-tura ou uma etnia importantes.

Segundo eles, é por meio dadança que aprendem a respei-tar os limites e as dificuldadesde cada um, ajudando-nossempre a dançar da melhor ma-neira possível. “Podemos dizerque a dança contribuiu muitopara nos complementarmos e

tornar a nossa relação duradoura.Hoje em dia, deram uma pausa na dança, de-

vido as tarefas das faculdades que ambos pre-cisam cursar. Acharam melhor parar por um tem-po para não prejudicar o grupo. Mas continuamacreditando que a dança influencia principal-mente a união e o respeito. “Todos os ensina-mentos da dança levamos para a nossa relação,pois uma das coisas que se aprende é de o peãorespeitar e tratar bem sua prenda, que repre-senta uma dádiva”, diz o casal. ■

Sheila e Renan levam a vida dançando Victória a Talisson participam juntos de concursos em todo o Estado

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20 Janeiro de 2013

Dançar: Passos que levam ànovas perspectivas de vidaA dança é uma das formas mais antigas do ser humano se expressarAndreia [email protected]

Éa arte de movimentar o

corpo em certo ritmo, éuma das três principaisartes cênicas da Antigui-

dade, ao lado do teatro e da mú-sica. Caracteriza-se tanto pelosmovimentos previamente esta-belecidos (coreografia), ouimprovisados (dança livre). Alémde ser uma expressão artística,é uma bela maneira de entrete-nimento e de exercício físico.

Enquanto arte, a dança seexpressa por meio dos signos demovimento, com ou sem ligaçãomusical, para um determinado público. Em Fre-derico Westphalen, há diferentes estilos de dan-ça, que são ensinados em estúdios e salões. Es-ses gêneros são passados por professores eapaixonados pela dança. Conheceremos um pou-co mais sobre Hip Hop, Dança de Salão e Dançado ventre.

O Hip Hop vem há anos ganhando espaço nacidade com o professor Lucas Trevisan, 32, como grupo Street Boys of Dance, que teve início noano de 1996. Desde os 9 anos, Lucas tomougosto pelo estilo de dança, sendo autodidata,ou seja, aprendendo sozinho as característicasdo Hip Hop. Segundo Lucas, foi através de fitasVHS que ele foi aprendendo e aperfeiçoando-senos passos. Ele e seus amigos treinavam so-mente assistindo pela TV.

A dança do Hip Hop, é basicamente caracte-rizada pelos movimentos das pernas e dos bra-ços. O que diferencia o estilo dos outros tipos éo Freestyle: seus dançarinos passam por bata-lhas, ou seja, competições, geralmente de du-plas, onde cada competidor apresenta sua dan-ça, sendo escolhido o melhor.

Lucas relata que no início a procura foi maiorpor homens mas, hoje, a procura maior é predo-minantemente das mulheres. Os alunos procu-ram esse estilo para descontração e tambémpelos benefícios ao corpo. O professor enfatizaque para manter-se na dança é preciso desfa-zer-se de três desculpas: “Não sei”, “Não con-sigo”, “Tenho vergonha”. Para Lucas, os alunos

têm que procurar o Hip Hop, sem medo, procu-rando aprender sem restrição nenhuma. Sejagordo, magro, alto ou baixo, a dança pode fazerparte da vida de qualquer pessoa, trazendo to-dos os seus benefícios à saúde e convívio social.

Há também um gênero de dança vindo dooriente em Frederico Westphalen, que é a Dan-ça do Ventre. Foi trazida pela estudante de Re-lações Públicas, Vanessa Ayala, 24, que há 8anos dança. O estilo já foi bastante conhecido,através das telenovelas globais. Originada noOriente Médio, essa dança é caracterizada pormovimentos sensuais da mulher, em específicoa cintura, barriga e quadril. Segundo Vanessa,ter uma barriguinha ajuda nesse estilo, pois pre-cisa-se da barriga para os movimentos.

Vanessa teve grande influencia da mãe, queé professora de balé clássico há 35 anos na ca-pital, Porto Alegre. A estudante conta que a dan-ça, além de movimentos sensuais, também secaracteriza por roupas típicas, saias e véus.Também pode fazer uso de acessórios como pu-nhal e espada. Outra caracterítica da dança é amaquiagem carregada nos olhos.

Segundo Vanessa, a procura pela dança doventre é motivada pela busca de sedução. A mai-oria das mulheres está à procura de aprender oritmo e apimentar a relação conjugal. Além, éclaro, dos benefícios como melhora na auto-es-tima, queima calórica, coordenação motora, re-gulação intestinal e trabalho pélvico.

O estilo de dança pode ser modificado, sen-

do acrescentados outros estilos musicais nadança. Vanessa conta que há poucos dias apre-sentou-se em um evento onde dançou a Dançado Ventre com a música da cantora Shakira.Dessa forma Vanessa, diz que faz algo tradici-onal de uma maneira diferenciada chamando aatenção das pessoas para esse estilo.

Outro estilo encontrado na cidade é a Dan-ça de salão, que não se resume a um estilo dedança, mas vários. Rodolfo Peron, 19 anos, é umdos principais professores de dança de salão emFrederico Westphalen. Esse gênero é executa-do por dois bailarinos, em ritmos que vão des-de o forró, lambada, samba de gafieira, valsa,entre outros. Essa dança tem como principal ca-racterística a postura elegante, onde os baila-rinos têm a preocupação de manter braços, per-nas e cabeça em posições corretas e o corpoereto.

Segundo Rodolfo, o estilo mais procurado nacidade é Sertanejo, que está em alta, e bandi-nhas, que é um ritmo bastante tocado e conhe-cido na região. Ele conta que algo bastante ino-vador está acontecendo na cidade, que é aprocura de casais que estão trocando a tradici-onal valsa no casamento por outros estilos dedança de salão para apresentar-se na festa. Namaioria das vezes, somente os noivos e os pa-drinhos dançam. Para Rodolfo, é algo bastantediferente, a procura está grande e para o anoque vem já tem seis casais inscritos para core-ografar.

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Camila Souza e Josafá RohdeFOTO

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FreestyleA arte livre das ruas

Dos guetos de Nova Iorque para as ruas deFrederico Westphalen, o hip hop cruzouhemisférios e veio dar à praça. Mais queum estilo músical, hip hop é cultura. Bre-

aking, locking, popping ou krumping, qualquerque seja o estilo, o que importa é cair no cipher eimprovisar!

Todos os dias, ao fim de tarde, na hora do rush,Bboys e Bgirls fazem da Praça da Matriz, no cen-tro da cidade, o palco de suas performances. Nabatitda do beat box, os garotos insanos treinampowermoves, spins, footworks e freezes. Entrepedestres, carros e bicicletas, Renan Castro, Gil-nei Alencar da Silva e Ismael Santos, membrosdo grupo Insane Boys, rodopiam, dão sal-tos mortais e se contorcem mos-trando para a cidade que a ruapode ser uma grandepista de dança.

21Janeiro de 2013

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Tatoo, brinco, boné e skate são acessórios que compõem o visual da tribo do hiphop. As roupas são largas para que os movimentos fiquem maiores, dando maisefeito visual para a dança. Hoje, o hip hop é tendência fashion. Famosos rappersse destacam como estilistas, como Diddy e 50 Cent.

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26 Janeiro de 2013

Glossário

Bboys e Bgirls: nome dado a pessoa dedicadaao breakdance e que pratica o mesmo ou fazBeat box.Beat box: arte em reproduzir sons de bateriacom a voz, boca e cavidade nasal.Breaking: estilo de dança de rua, parte da

cultura do Hip-Hop.Cipher: espaço de dança circular que se formanaturalmente uma vez que a dança começa.Footworks: movimentos de dança baseados notrabalho dos pés.Freestyle: arte de improvisar movimentos eletras comum ao hiphopFreezes: congelar o movimento ao final de um

passo.Krumping: estilo de dança marcado pormovimentos de estilo livre e expressivos e ouso de pinturas faciais.Locking: estilo de dança funk e street dancePopping: um dos estilos de dança funk originalPowermoves: movimentos de dança poderosos.Spins: movimentos de giros na dança.

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27Janeiro de 2013

Muay Thai: uma técnicaque virou esporteTécnica criada na Tailândia cada vez mais atrai adeptos nas academiasAndreia [email protected]

O Muay Thai é uma arte marcial criadapelo povo tailandês, que utilizava atécnica de forma selvagem nos cam-pos de batalha. A arte evoluiu e foram

criados regras e regulamentos, tornando-se adiversão dos tailandeses e transformando-seem esporte pelo mundo, praticado pelas varia-das faixa de idade e sexo.

Em Frederico Westphalen, a academia Impé-rio da Luta disponibiliza à população frederi-quense a técnica do Muay Thai como um espor-te altamente aeróbico e de resistência física. Oprofessor André da Costa, campeão gaúcho deMuay Thai, conta que o espaço da academia sur-giu da necessidade de um ambiente de treinopara ele e mais 3 amigos. Mas o ambiente foitornando-se reconhecido, o esporte caiu no gos-to das pessoas e o espaço, que antes servia so-mente para treino, passou a ser um local de au-las de Muay Thai.

Segundo o professor André, a procura peloesporte é maior pelos homens, mas quem semantém mais tempo na técnica são as mulhe-res. Por ser uma técnica que utiliza durante to-

da aula o movimento do corpo, queima muitascalorias. Com isto, responde à expectativa dasmulheres, que na maioria das vezes procuram oesporte pela estética corporal.

A aluna Isabel Moura, 30 anos, está há ummês e meio praticando Muay Yhai e ressalta “Es-

te esporte melhorou meu preparo fí-sico, perda de peso, e o melhor:mantém minha auto-estima e comtoda energia no meu dia-dia”. ParaIsabel, esse esporte deveria ser ex-perimentado por todas as pessoassedentárias, pois seria uma motiva-ção para uma vida saudável.

Para Marcos Aurélio Filipiake, 20anos, que pratica há um mês o es-porte, a técnica ensina defesa pes-soal, ajuda no condicionamento físi-co. Marcos ressalta: “além de ser umaaula, é uma terapia para descarregaras energias”. Ele conta que gostoutanto da técnica que já está pensan-do na participação em campeonatosfuturos.

Para quem desejar conhecer atécnica de Muay Thai ou tenha o de-

sejo de praticar, a academia Império da Luta, es-tá localizada na rua Arthur Milani, 247, sala 7,Centro, Frederico Westphalen, RS. A mensalida-de masculina é de 50 reais por dois dias sema-nais e, para as mulheres, a mensalidade é de 50reias, por três dias semanais.■

A procura das mulheres pelo esporte tailandês está aumentando...

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...mas os homens ainda são maioria.

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28 Janeiro de 2013

Amor por tatuagense amores tatuadosAntes, uma forma de modificação corporal. Agora, prova de amorCaroline Govari [email protected]

Quantas músicas já fala-ram de paixões por tatu-agens, ou até mesmo so-bre paixões tatuadas?

Imelda May canta “an arrow th-rough your heart saying ‘I LoveYou’, a name on your arm sayinyou’ll always be true/ declarationof love in red, white and blue / yougotta a love tattoo”; Rita Leecompôs “Tatuagem”, que foi gra-vada por Marjorie Estiano dizendo“fiz uma tatuagem quando noauge de uma louca paixão/ Es-crevi na coragem seu nome nopeito, sob o meu coração”; a ban-da Cracker Blues fala sobre desi-lusão amorosa nos seguintesversos: “Eu tatuei o nome dela nomeu braço / eu tatuei até não mesobrar espaço / e aquela vaca metrocou por outro macho / no nomedela eu tatuei ‘piranha’ embaixo”;entre outros vários exemplos quepoderíamos citar.

A tatuagem é uma das formasde modificação do corpo mais co-nhecidas e cultuadas do mundo.No Brasil, a elétrica surgiu porvolta dos anos 60, trazida pelodinamarquês Knud Harld LikkeGregersen para a zona boêmia ede prostituição da cidade de San-tos, daí a contribuição para opreconceito e descriminalizaçãoda atividade. Durante décadas, elafoi considerada uma arte margi-nal, mas com o passar do tempoesse rótulo tem perdido sua forçae hoje a tatuagem é usada portodas as camadas da população.

Muitas pessoas tatuam fra-ses, trechos de músicas, rostos enome de seus artistas favoritosem seu corpo. É o caso da profes-sora Caroline Casali, 30 anos, quetatuou “Revolution” no pé direito

como forma de eternizar a importânciaque o amor e os Beatles (e o amor pelosBeatles) têm em sua trajetória. Aos 27anos – idade que marca historicamente orock’n’roll, Caroline resolveu fazer a tatu-agem por pensar que “ela representapessoas (e momentos) que marcam al-gum momento especial em nossas vidas”.

Essa é a única tatuagem que Carolinetem em seu corpo, e diz que foi feita emum momento de transição em sua vida,de resignação diante do que não poderiaser mudado e de fé que tudo se ajeitariacomo deveria ser. Sobre fazer uma tatu-agem nova, Carol disse que já ensaiou umcódigo de barra no pulso, com a numera-ção da data de nascimento de Guilherme,seu filho, mas não aconteceu porque elaqueria a tatuagem bem pequena e os nú-meros poderiam ficar ilegíveis.

— Ainda penso em dar forma estéti-ca ao amor incondicional que sinto peloGui, mas parece que nada representa comdignidade esse sentimento, finaliza aprofessora.

Gosto de várias músicas dosBeatles, tenho paixão especial

pelo disco “Abbey Road”, mas "Revolution”representa muito do que penso sobre

juventude, luta, esperança no ser humano,resignação e amor. Lutamos pelo que

acreditamos - com flores e não armas - eesperamos que a vida nos revele o resto.

Acrescentei ainda o destaque para as letras“evol” que, lidas da direita para esquerda,referem-se a LOVE - o amor cotidiano pelavida, pela fé nos homens, pelos pares, que

se revela de forma simples em músicascomo “All you need is love” e “Something”...

Caroline Casali

Em uma época marcante de sua vida, Caroline tatuou "Revolution" como uma prova de amor aos Beatles

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29Janeiro de 2013

Um exemplo de tatuagem de amor que nãohá chance de arrependimento é a que a mãe ho-menageia o filho. Pensando nisso – e na impor-tância singular de seu filho, a estudante de di-reito Karine Dalla Valle, 25 anos, tatuou “Murilo”no pulso direito. Quando Murilo tinha um ano equatro meses, Karine resolveu deixar marcadoem sua pele a importância do nascimento da-quele que mudaria para sempre sua vida. “Fiz atatuagem como uma forma de carregá-lo sem-pre comigo, mesmo quando estamos separados”.Além da homenagem a Murilo, Karine tem tam-bem as iniciais de seus pais no pé direito. Um “L”de Leila e um “E” de “Elucir” estão eternizadoscomo gratidão aos pais.

Karine ainda afirma que pensa em tatuar onome do seu próximo filho na mesma região. “Seique eles vão crescer e fazer a própria vida, masas marcas na minha vida eternamente”, comple-

ta a estudante.No início da matéria, vimos exemplos de le-

tras de música onde artistas cantam suas pai-xões tatuadas. Quem nunca, em um momentode paixão, pensou em tatuar o nome do seu ama-do em algum lugar do corpo? Que atire a primei-ra pedra aquele que nos momentos mais român-ticos teve certeza de que seu relacionamentofosse durar para toda a eterninade, amém.

“Você foi embora. A tatuagem, não”

Entretanto, nem tudo são flores (ou imagensfáceis de cobrir). Um dos fatos mais recorrentesno mundo dos famosos é a incessante troca denomes no corpo de modelos, cantores, atores eoutros tantos artistas que decidem provar seuamor eterno, mas esse eterno, muitas vezes, nãodura meses. Aí começam as sessões de laser oudesenhos para cobrir o que já saiu do coração

(até que outro amor apareça e com ele outra ta-tuagem).

Durante um namoro que se estendeu paraum noivado, o microempresário Gustavo GoulartMinuzzi, 25 anos, tatuou a frase (e nome de umamúsica dos Ramones) “She belong’s to me” nascostas. O casal estava feliz da vida e à procurade uma casa para irem morar juntos, quando omicroempresário resolveu que queria tatuar seuamor pela noiva.

Porém, após 6 anos, o noivado acabou, masa tatuagem continua intacta. Mostrando maismaturidade com a situação e o oposto de mui-tas pessoas que fazem tatuagens decorrentesde um relacionamento, Gustavo não pretendeapagá-la – ao contrário, quer retocá-la. Ele afir-ma que não não é tirando (ou camuflando) a ta-tuagem de sua pele que o que aconteceu duran-te o relacionamento vai se apagar.■

#FicaadicaJá que você resolveu tatuar algo sem acerteza de que vai durar (tá bom, foimal, vai durar), pelo menos cuide bemde sua love tattoo:

● Use a pomada indicada peloprofissional durante os 10 diasseguintes;

● Evite sol, água de piscina e água derio durante o mesmo período;

● Use muito filtro solar no local tatuado;● Acabou o amor? "Mas no filtro solar,

acredite!" (BIAL, Pedro)

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Gustavo tirou da letra de uma música dos Ramones a homenagem à sua ex-namorada

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Karine não teve dúvidas que deveria marcar sua pele com o nome de seu primeiro filho

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Ficamos commarcas muito

mais profundas que umatatuagem... quase 6 anos com

outra pessoa. A tatuagemcontinua fazendo sentido pelamúsica. Mas nós temos uma

ligação permanente comoótimos amigos.

Gustavo Minuzzi

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30 Janeiro de 2013

Tem lugar pra mais um?Aos poucos, na cidade de Frederico Westphalen e região, a cultura da carona vai sepopularizando, grande parte pelo número de universitários que moram longe de casa.Marília [email protected]

Dinheiro, tempo, aventura, diversão,parceria, os motivos que levam os jo-vens a pegar caronas são muitos. Vo-cê não precisa ser um mochileiro para

ter que apelar à carona quando notar que agrana não vai sobrar pra pagar a passagem, ouque o ônibus não vai chegar lá na hora que vo-cê precisa. Sendo assim, a carona acaba tor-nando-se uma grande aliada desses jovens.Em Frederico Westphalen, torna-se cada vezmais comum para os jovens, principalmenteuniversitários, sair em busca da carona para irpara casa.

O estudante de Relações Pública ViníciusGrings, mochileiro assumido, conta que pegacarona desde 2009 pelo tempo e pela “grana”.E ele diz que hoje em dia tá fácil pegar carona,e que com o tempo pega-se o jeito, sobre es-sa “manha” ele diz que “quando faço viagemde Frederico à Santa Maria eu vou sempre coma camisa ou jaqueta do curso, porque as pes-soas tem mais confiança em estudante. Tu ge-ralmente pega carona com quem já pegou ca-rona antes. Quando vou pra lugares mais longeme visto melhor, mas não muito melhor, por-que tu não pode parecer playboy, mas tambémnão tão “chinelo” que tu vá parecer uma assal-tante, um mendigo. Eu geralmente uso umacamisa branca, que chama atenção, uma calçajeans, aparo a barba e o cabelo, são coisas queao longo do tempo eu vi que ajuda”. Ele tambéconta que não escolhe carona, o que vier, estábom, tem vezes que uma carona levaaté pou-cos quiolômetros adiante, mas de lá pega ou-tra e vai indo, ele diz “tem dias que demoramais pra aparecer carona, mas nunca demoreimais tempo do que o ônibus”.

Além dos fatores favoráveis à carona cita-dos acima, existe muitos movimentos espalha-dos pelo mundo em prol dela. Uma das grandesquestões defendidas é a do meio ambiente.Existem pesquisas que comprovam que a mai-oria dos carros que trafegam pelas grandes ci-dades, por exemplo, leva somente um passa-geiro, sendo assim, se cada pessoa pegassecarona com um vizinho, colega de trabalho oufamiliar, por exemplo, reduziria o número de car-ros nas ruas, os congestionamentos e a polui-ção. Em países como o Japão e Cánada, por ex-emplo, caronas é conhecido como “carpool” e é

uma prática incentivada pelo governo,interessado em diminuir as emissões degases e de melhorar o trânsito.

Seguindo movimentos por todo o paíse mundo, o ato de pegar carona em Fre-derico Westphalen também já se virtua-lizou, através do Facebook. A iniciativafoi do estudante de Relações PúblicasRafael Abreu Fontanelli, criador do grupode caronas que agora já conta com maisde 4.000 membros, e são postados maisde 20 posts diários e, com grande nú-mero de sucesso nos pedidos/ofertas decaronas. Segundo Rafael, “a ideia de criaro grupo veio quando eu precisava de ca-rona para ir para a minha cidade, SantaMaria, daí pensei que, se eu precisava, osmeus colegas e amigos também. Daí re-solvi criar o grupo para ajudar todomundo”.

As opções são muitas quando setrata de viajar “no dedão”, o que vale aopedir carona é tomar cuidado na hora deescolher com quem viajar e aproveitar,porque uma boa história de carona paracontar é resultado certo dessa aventurana estrada.■

Tatuagem de presídio

Histórias de carona não faltam aos estudan-tes, a estudante de jornalismo Renata Ca-

margo conta "Uma vez eu e o Guilherme estáva-mos parados em Palmeira, há muito tempotentando carona. Não passava nenhum carro,muito sol, muito calor, até uns cachorros avan-çaram na gente perto de uma distribuidora. Eisque para um Uno, a gente nem olhou pra verquem era e entramos.

Bom, era um Uno modificado para carregarmaterial de construção, ou seja, tava muitoapertado. O calor nem se fale, dai comecei aolhar para o lado, o cara tinha tatuagem de pre-sídio, muito sinistro. O da frente tinha no má-ximo dois dentes, e o do outro lado era maismal encarado do que qualquer um do Morro doAlemão. Comecei a rezar demais, eu tava mor-ta de medo, os caras não falavam uma palavra,e dele sertanejo no rádio. No fim, eu rezei tan-to que dormi. O Guilherme ficou muito bravopor eu ter dormido no meio do perigo, mas nofim os caras eram trabalhadores e nos deixa-ram no destino certo".

Atualmente a internet tem sido uma grande aliada aos "mochileiros de plantão".

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31Janeiro de 2013

Dicas para mulheresA estudante de Engenharia Ambiental Mauren

Buzzatti, conta que pega carona desde2009, época do vestibular, quando tinha que irsempre para Santa Maria. Ela explica que o motivoé financeiro, porque as passagens de ônibus sãomuito caras. “Com um pouco de disposição tuacaba chegando onde quer sem custos”, explicaMauren.

A estudante revela: “o segredo é nunca ir emmuita gente”. E adverte: “a carona para mulheré sempre mais perigosa, por tanto sempre usocasacos, camisetas, não uso brincos e se possívelvou de butina. É importante não expor a afeminidade quando uma mulher pede carona,pois existem muitas pessoas má intencionadas.Outra dica é que quando faço as placas indicandoa cidade que quero carona, indico também quesou estudante. Isso facilita muito”, completaMauren. Ela também conta que atualmente nãoestá muito fácil pegar carona “embora muitaspessoas ainda forneçam carona é um ato demuito risco. Acho que é esse o pior problema quevejo, pois nunca se sabe com quem você iráviajar”.■

“Matei uns caras”História de carona do estudante Henrique

Weber Dalla Costa: "eu estava no trevode Frederico, pegando carona pra ir pra casae parou um caminhão que me deu carona,fomos em direção à Ira.

Quando passamos por uns lugares pertoda Tia Vera (casa noturna), o motoristacomeçou a falar que já tinha morado emFrederico há muitos anos atrás, que tinha seenvolvido com tráfico de drogas, e que porali tinha dado umas briga por causa dedrogas, e que rolou uns tiroteios, e esse“maluco” disse que tinha matado uns caras,e que quando veio a polícia, ele se escondeupara os lados de um cemitério, e foi embora,porque queriam matar ele. E eu tava ali nacarona, morrendo de medo, o “magrão” tinhauma cara meio estranha, e depois quecomeçou com esses papo eu me “gelei”, etinha mais uns 70 Km que eu ia junto comele. Depois eu pedi pra ele se ainda mexiacom drogas, daí o papo todo mudou, diz eleque depois dos tiro e das morte ele fugiu ese encontrou com Deus, em uma religião, quelargou as drogas, que decidiu ganhar menosgrana, mas de forma honesta. No fim, rendeumuitas conversas legais, mas foi uma dascaronas mais tensas que já peguei”.■

Economia e aventuraO estudante de jornalismo Fábio Pelinson

conta que “o motivo financeiro, principal-mente na faculdade, é o grande incentivador.Afinal, tu chega no teu destino já pensando emquando tu economizou.

A questão da aventura é o algo a mais, afi-nal, toda carona é uma história diferente, é difí-cil tu chegar no teu destino sem ter uma histó-

ria legal para contar para alguém”.Ele também conta que não se considera um

mochileiro, “mochileiro não pensa nas possibi-lidades capitalizadas, arruma a mochila e vai,sem planejamento, com espírito de aventuraantes de tudo.

Quem sabe um dia, eu tire um tempo demochileiro de verdade, hoje sou só um estu-dante que vê em ir ‘para a faixa’ uma boa alter-nativa de ir para outros lugares”.■

Mauren na estrada, em busca de uma carona até a universidade.

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Fábio conta que o medo de assaltoé o maior empecilho, os próprios motoristas admitem.

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Histórias de Caronas

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32 Janeiro de 2013

Que tal acampar?Já pensou na possibilidade de fazer algo divertido, relaxante, barato,sem muito agendamento e, dependendo da vontade, sem dia para voltar?

Keli [email protected]

O acampamento é uma prática que temcomo objetivo o convívio com a nature-za, a busca por um lugar tranquilo lon-ge da correria dos grandes centros e de

preferência longe das tecnologias. É preciso tervontade e estar ciente de que esse é um mo-mento para relaxar e não apenas levar sua roti-na de casa para outro lugar. Mas é claro que hávárias formas e lugares para se acampar.

Há muitos lugares em que você pode esco-lher ficar, como em barracas ou em cabanas que

são mobiliadas e confortáveis. Porém, o que su-gerimos é que você embarque na aventura e bus-que algo novo, algo que lhe proporcione novasemoções e experiências. Acampar saindo sua ro-tina diária, leva a conhecer o novo e a ver comoé possível viver de maneiras diferentes, e acharsoluções quando você achava que não haveria. Éver que longe dos nossos olhos há lugares lin-dos que merecem nossa atenção.

Raul Rekziegel é morador de Santo Cristo, RS,e adora acampar, tanto com a família quanto comos amigos. Para ele, é sempre um momento derelaxar a cabeça: “Gosto de ficar perto da natu-reza por que como milagre fico leve, com muitaenergia, e muito alegre, esqueço os problemas,em fim é o refugio mais perfeito e mais acessí-vel às pessoas que estão presas a rotina”.

Se você decidiu acampar, está disposto a fa-zer o diferente nos próximos dias, primeiro vo-cê precisa de um pequeno planejamento. Decidaonde você pretende ir, pesquise lugares que lheagradam, pois é lá que você passará os próxi-mos dias. Decidido o lugar é hora de organizar oque levar.

Arrumar o que levar é muito importante eexige atenção, pois se faltar algo talvez seja di-fícil conseguir, afinal você estará longe das cida-des e provavelmente de outras pessoas. Então,há fatores muito importantes que você deve le-var em conta. Por exemplo, quais e como serão

feitas as refeições. Você deve pensar em algoprático e leve e de preferência não perecível, ouentão pensar em um lugar para guardar os ali-mentos para que não estraguem. É muito impor-tante pensar na água, pois no lugar onde vocêvai ficar talvez não tenha o líquido ou ele podenão estar em boa qualidade. Pense em uma for-ma de iluminação. Se no lugar tiver luz elétrica,é bom levar uma extensão e um bico de luz, masé sempre bom ter também uma lanterna. Afinal,nunca se sabe!

O que sugerimos aqui são materiais muitoespecíficos e apenas alguns deles. É precisopensar em outras coisas, imaginar a rotina dosseus dias no acampamento e o que você irá pre-cisar em cada momento. E também é levar emconta que situações inesperadas podem acon-tecer. Por isso, pense o que poderá te ajudar emqualquer situação.■

Há quem goste de estarjunto da natureza e

buscar um lugar maistranquilo, mas com omesmo conforto que

teriam em suas casas,para isso é preciso

planejar.

É preciso respeitar anatureza, tomando

cuidado com os lixos emantendo uma rotina

sustentável

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33Janeiro de 2013

OrientaçõesLeandro AlvesComandante Operacional dosBombeiros Voluntários de Panambi

Em termos de segurança, an-tes de sair de casa, é sempre

bom você avisar outras pessoasacerca dos seus planos, coisas co-mo para onde está indo e quantotempo pretende ficar fora. Casovocê não retorne no prazo, estaspessoas poderão comunicar osórgãos responsáveis. Se você es-tiver isolado, pode ser uma boaideia deixar uma cópia do seu pla-nejamento dentro da barraca, ouaté mesmo um simples bilhete,dizendo qual a sua localização(norte, sul, leste, oeste). Se acon-tecer algum acidente, informa-ções poderão ajudar muito nostrabalhos de busca.

Lagos e riosLugares escolhidos para acamparcostumam ter uma naturezaabundante com lagos rios, ou entãomar, onde se pode nadar. Também épreciso tomar alguns cuidados paraque nada estrague seu passeio:● Nadar em locais desconhecidossomente depois de informar-se sobreos riscos e perigos com o pessoal daregião. Nunca nade sozinho.● Possua um cabo (corda) salva-vidasao alcance dos que estão fora da água,que devem ser pessoas preparadaspara esta função. Delimite claramente aárea de banho, que não deve ser muitoextensa para permitir a rápida chegadado apoio em caso de início deafogamento.

Fogueiras● Fogueiras mal executadaspodem causar incêndios de grandesproporções, destruindo a flora ematando animais silvestres. Umaprovidência mais do que correta éperguntar à polícia florestal ou aoproprietário do terreno se épermitido fazer fogueiras nasredondezas. A região pode estarpassando por um período de seca e,nesse caso, os riscos de o fogo sealastrar de forma incontrolável sãomais do que potenciais. Em áreasvirgens, os cuidados devem serredobrados. A melhor estratégia éseparar a fogueira de focos devegetação ou limbo seco, quepodem fazer com que fagulhas seespalhem com o vento.

FogareiroO fogareiro é um utensílio bastanteutilizado nesse tipo de viagem. Épreciso tomar algumas precauçõespara que não ocorra acidentes quepodem até ser fatais:● Em nenhuma hipótese durmapróximo a um fogareiro, mesmoapagado. Mantenha sempre osfogareiros limpos e em ordem.● Jamais deixe-o, mesmo apagado,dentro da barraca ou no local queestiver dormindo. Há perigo devazamento e acidente mortal. Não ocoloque onde possa pegar chuva ouorvalho; mas sempre em lugar firmee plano.

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34 Janeiro de 2013

Vida de intercambistaProgramas de intercâmbio estudantil realizam o sonho de conhecer novos lugares

Gabriele Ramos [email protected]

Viver em outro país, conhecer pessoasnovas e lugares incríveis. Esse é o de-sejo de muitos estudantes brasileiros.E para que o sonho de viajar pelo mun-

do se realize, o intercâmbio tem sido uma dasprincipais alternativas.

O termo intercâmbio é usado para descrevera troca de experiências de pessoas que vão es-tudar ou trabalhar em outro país por um deter-minado tempo. Os estudantes que buscam via-jar, em sua maioria, têm o interesse de aprimoraros conhecimentos em determinada área, apren-der outra língua e se relacionar com novos po-vos e diferentes culturas.

Ao conversar com estudantes que já forampara outros países ou que estão de malas pron-tas para viajar, percebe-se que, na maioria doscasos, o interesse maior está em morar fora pa-ra estudar a língua do país ou alguma capacita-ção técnica específica. Mas, o custo dos progra-mas de estudo costumam ser elevados, secomparados aos chamados “work and travel”,que são os programas para viajar e trabalhar emoutro país.

No ano passado, um programa work and tra-vel foi a saída encontrada pelas amigas AdrianaRamos, Ana Carolina Bauer e Desine Kniees paraconseguir viver a experiência de morar nos Es-tados Unidos e dessa forma aprimorar o inglês.As então estudantes de Engenharia Ambiental,moradoras da cidade catarinense Joinville, saí-ram do Brasil em dezembro de 2011 paramorar e trabalhar como camareiras na ci-dade de Knoxville, no estado do Tene-essee. Segundo elas, trabalhar foranunca foi a primeira opção, masapós consultas em agên-cias de intercâmbio eanálise de dife-rentes progra-mas, a propostade trabalho foia única queserviu nobolso das

meninas.— Sempre quis fazer intercâmbio, mas a prin-

cípio apenas para estudar. Com a proposta deemprego, consegui memanter fora do país com osalário que recebia traba-lhando no hotel. Se eu es-tivesse somente estu-dando teria que pedirmensalmente dinheiropara os meus pais noBrasil, — afirma Adriana,

que encontrou mais dificuldades em se adaptarcom a alimentação do que com a rotina de tra-balho.

Quando questionadas sobre as dificuldadesde trabalhar fora, as meninas — agora enge-nheiras — garantem que mesmo com uma roti-na de trabalho pesada, de seis dias na semana,foi possível aprender e praticar a língua além deviajar e conhecer pessoas novas.

— Trabalhávamos de manhã e de tarde, masalém dos dois dias de folga do trabalho, sempreque tínhamos horas livres passeávamos e saía-mos de noite com os amigos — explica Ana Ca-rolina.

— Além disso, conseguimos juntar um di-nheiro para viajar. Fomos para Memphis conhe-

cer a casa onde o El-vis viveu e depoisfomos para Nova

O salário das três amigas também proporcionou a oportunidade de viajar pelo país

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35Janeiro de 2013

York, visitamos a ilha de Manhattan, Boston e Mi-ammi Beach e Framingham — salienta Adrianacom entusiasmo.

Denise ainda acrescenta: Gostaria de ter fi-cado mais tempo, sinto falta do estilo de vida queeu levava lá. Paraquem prefere e nãotroca a viagem paraestudos, as bolsasofertadas pelas uni-versidades são umaboa opção. A Univer-sidade Federal deSanta Maria (UFSM),por exemplo, possui116 convênios commais de 20 países.Anualmente, a insti-tuição envia e recebeestudantes de dife-rentes universidades pelo mundo. Alguns convê-nios possuem bolsas de estudos, que financiamtoda a mobilidade acadêmica, desde a viagem aopaís de destino, até a moradia e ali-mentação do estudante fora do país.

Esse é o caso do convênio daAUGM (Asociación de UniversidadesGrupo Montevideo), que envolve uni-versidades da Argentina, Bolívia,Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. Abolsa desse convênio cobre todos osgastos com alojamento, alimentação,transporte e seguro saúde. As estu-dantes de jornalismo Letícia Waldowe Alessandra Weiler participaram doprocesso seletivo da UFSM para in-tercâmbio da AUGM e agora estão ar-rumando as malas para cursar umsemestre em universidades da Ar-gentina. A ajuda financeira possibili-tará o desejo antigo de viajar.

— Eu sempre tive vontade de fa-zer um intercâmbio, gosto de viajar,de conhecer lugares e pessoas novas.No ensino eu queria muito ir para oCanadá estudar, encantada pelo quepesquisei sobre o país e estava deci-

dida a tentar um intercâmbio para lá. Mas naépoca, devido ao custo da viagem adiei o meuintercâmbio para o momento em que estivessena universidade — comenta a estudante Letícia.

Além dos convênios com ajuda financeira,também existem programas de intercâmbio quecobrem os gastos com a universidade no outropaís. Essa forma de viagem geralmente é maiscara, pois o estudante precisa cobrir os gastoscomo transporte, alimentação e moradia no ou-tro país. Mas muitos estudantes garantem queo investimento é válido. A estudante de jorna-lismo Lara Fagundes cursou um semestre letivoda faculdade na Universidade do Algarve, emPortugal e confirma:

— Quando eu soube que a UFSM tinha um pro-grama de intercâmbio para Portugal, ela me in-centivou mais ainda pra ir. Resolvi me inscrever

e tomar a decisão de irmesmo porque queria teruma formação a mais,morar seis meses longeem outro continente edescobrir que existemuitas coisas maiores nomundo por aí — ressaltaLara, que além de apro-veitar a experiência aca-dêmica, viajou e conheceudez países diferentes. Avontade de sair e conhe-cer o mundo é de todos.Estudar uma nova língua

e aprimorar os conhecimentos, também. E asoportunidades existem, basta ficar atento, sepreparar e aproveitar o momento certo.■

Anualmente asuniversidades brasileiras

têm investido em parceriascom instituições de outros

países para enviar ereceber estudantes.

O intercâmbiouniversitáriopasso a passo1) Fique atento as publicações de editais

de intercâmbio da sua universidade;2) Escolha o país ou convênio desejado;3) Entre no site da universidade escolhi-

da e verifique se há o curso desejado;4) Converse com o coordenador do seu cur-

so sobre o intercâmbio e busque sabersobre a compatibilidade do plano de es-tudos entre a sua universidade e a dedestino;

5) Entre em contato com o órgão da suauniversidade responsável por pelo apoiointernacional. Não faça o contato porconta própria com a universidade dedestino, deixe para que o órgão respon-sável o faça;

6) Caso existam vagas disponíveis, pre-pare todos os documentos requisita-dos pela universidade estrangeira eprovidencie seu passaporte junto à Po-lícia Federal;

7) Mantenha o contato com o órgão res-ponsável pelas relações internacionais,a fim de providenciar em tempo todosos documentos necessários;

8) Com a carta de aceitação da outra uni-versidade e a passagem em mãos, via-je e aproveite seu intercâmbio!

Converseicom a

minha mãe para ver o queela achava e se era viável

e ela foi totalmente afavor.

Lara Fagundes, estudante deJornalismo

O intercâmbio estudantil levou a estudante Lara até as belezas marroquinas

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36 Janeiro de 2013

Ronaldo Fenômeno sofreu uma grave lesão no joelho direito, e voltou a jogar um ano depois

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As lesõesno futebolA fisioterapia pode ser uma armapara amenizar ou prevenir lesõesgraves que interrompem eprejudicam carreirasGuilherme [email protected]

O músculo é um tecido rígido formadopor minúsculas estruturas protéicasque, uma após a outra, vão se agrupan-do e se transformando em estruturas

cada vez maiores, microfibrilas, fibras, fascícu-los e grupo muscular. Essas estruturas se con-traem e retraem mediante estímulos elétricoscerebrais. Para suprir a energia gasta nesse pro-cesso, os músculos recebem oxigênio atravésdos vasos sanguíneos. A impotência funcionalde alguma dessas microestruturas muscularesacarreta na chamada lesão muscular.

Os principais fatores predisponentes paralesões musculares no esporte são a fadiga mus-cular, estresse psicológico, tempo frio, intensi-dade de treinos acima do habitual, erros de trei-namento. O tratamento das lesões muscularesna maioria dos casos é conservador, deve-semanter repouso e medicação, só os casos maisgraves necessitam de procedimento cirúrgicocomo os hematomas intra-musculares ou as rup-turas ou desligamentos de tendões.

Carreira encerrada

As lesões frequentemente causam transtor-nos no meio do futebol, afetando principalmen-te os jogadores que chegam a deixar o futebolpor conta desses problemas. Inúmeros são oscasos de jovens promessas do mundo da bolaque nem mesmo chegam a se firmar como titu-lar por conta de sérias lesões musculares. Um

exemplo disso é o ex-jogador e atual comenta-rista Caio Ribeiro, que se destacou pelo São Pau-lo nos anos 90, mas que por machucar-se cons-tantemente, não chegou a firmar-se em nenhumoutro clube e teve que encerrar a carreira ante-cipadamente, aos 30 anos de idade.

De uma maneira geral, as lesões resultantesde atividades esportivas podem ser classifica-das em dois grupos básicos:● Lesões intrínsecas: causadas por fatores in-

dividuais e biológicos (fatores antropomé-tricos, história pregressa do atleta, nível decondicionamento).

● Lesões extrínsecas: causadas por fatores ex-ternos e do meio ambiente (piso de corrida,equipamento esportivo, condições climáti-cas).Felizmente casos como o de Caio Ribeiro são

exceções, a medicina atual desenvolveu as maisdiversas técnicas para manter a boa estruturafísica dos atletas, um caso onde a medicina pro-vou todo seu avanço foi no tratamento do joga-dor Ronaldo, em jogo contra a Lazio, pela Copada Itália, em 2000, o Fenômeno rompe comple-tamente o tendão do joelho direito, após tentardriblar um adversário. O quadro do jogador foiconsiderado critico, porém após cirurgia ele vol-tou a brilhar nos gramado e ganhou a copa domundo em 2002.

Os procedimentos cirúrgicos são uma espé-cie de “remendo” em alguma estrutura muscu-

lar que já foi afetada portanto mesmo depois decirurgia e sessões de fisioterapia algumas le-sões podem deixar sequelas musculares irre-versíveis. É o caso do comerciante João Ewerling,que teve de deixar jogar futebol ou praticarqualquer outro esporte por ter lesionado seu jo-elho. “Eu sempre jogava por diversão em cam-peonatos amadores. Há uns três anos, eu memachuquei num jogo futebol sete. Fiz a cirurgia,mas eu não posso forçar músculo lesionado se-não a lesão pode se agravar ainda mais. Por is-so eu tenho recomendações médicas para dei-xar o futebol”.

Lesão grave

Antônio Cerutti foi jogador do clube Itapagé,de Frederico Westphalen, RS, entre o final dosanos 50 e início dos anos 60. Nessa época, boaparte das técnicas medicinais para tratamentocirúrgico e fisioterápico eram precárias e o pre-paramento físico, elemento essencial para a pre-venção de lesões, praticamente inexistia nosclubes. Portanto, a carreira da maioria dos joga-dores era, em geral, mais curta, e grande partedevido à falta de prenvenção.

Foi nessa época que o ex- atacante AntônioCerutti sofreu uma lesão grave no joelho direito.“Eu fiquei um ano parado com o joelho machu-cado, aqui em Frederico não existia tratamento.O que tinha naquela época era um massagistaem Passo Fundo que fez um tratamento de quin-

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37Janeiro de 2013

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ÃO ze dias, mas depois da lesão eu nunca conse-gui”, explica Cerutti.

Para a fisioterapeuta Paula Marise Reis, a fi-sioterapia é bastante importante, pois aceleraa recuperação e com isso o jogador pode voltara atividade mais rapidamente. Além disto, atuaprevenindo complicações comuns no pós-opera-tório e previne que o atleta se lesione novamen-te. Sobre atletas que, mesmo depois de trata-dos não conseguem se recuperar totalmente oude forma rápida, ela alerta: “Hoje os atletas seprofissionalizam muito jovens. Com isso a sobre-carga tanto física como psicológica pode preju-dicar a recuperação.”

Outros fatores importantes são: a gravida-de da lesão, a técnica cirúrgica, a maneira comoa fisioterapia foi realizada e o compromisso queo jogador tem em aderir ao tratamento propos-to. Alguns profissionais acreditam também quefatores genéticos podem interferir na recupera-ção de um atleta. As lesões dos atletas podemser evitadas tomando cuidados básicos como:seguir uma dieta saudável, respeitar os limitesdo corpo humano, fazer exames regulares queindiquem a porcentagem de fadiga muscular decada atleta. São cuidados simples e que podemevitar que a carreira de um futuro jogador sejadestruída antes mesmo de começar. ■

Esclarecimentos e CuriosidadesA fisioterapeuta Paula Marise Reis esclarece algumas dúvidas sobre lesões.

Como é feito o diagnóstico das contusões e estiramentos musculares?É essencialmente clínico, baseado em uma história e exame físico sugestivos. Nos

casos duvidosos ou quando é necessário se ter uma noção mais exata do grau de lesãomuscular, exames complementares tais como o ultra-som e a ressonância nuclearmagnética podem ser usados.

Como é o tratamento das lesões musculares?Na maioria dos casos, é conservador. De imediato, deve ser instituído o chamado

Protocolo "RICE" (Rest: repouso; Ice: crioterapia; Compression: compressão local; Elevation:elevação do membro acometido), o qual deve ser matnido nos primeiros 3 a 7 dias.

Existe necessidade de tratamento cirúrgico para as lesões musculares?Via de regra, o tratamento é conservador, mas em apenas em situações muito

específicas há necessidade de tratamento cirúrgico. Dentre estas situações, podemos citar:• Grande hematoma intramuscular• Ruptura completa com pouca ou nenhuma musculatura agonista• Ruptura em que metade da espessura do músculo é lesionadaTais situações são raras, porém devem ser diagnosticadas o mais breve possível para

o pronto tratamento.■

O processo da fisioterapia é fundamental na recuperação saudável de uma lesão muscular

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38 Janeiro de 2013

Projeto AmbiciosoFutebol, futsal e Olimpíadas estão nos planos do Esporte Clube ItapagéAlmir [email protected]

O Esporte Clube Itapagé de FredericoWestphalen, fundado em 20 de novem-bro de 1943, está com um projeto mui-to ambicioso já para seus 70 anos. O

clube, que é um dos mais importantes e bem es-truturados da cidade, está há algum tempo sematividades profissionais, porém quer voltar à ati-va o mais rápido possível. O Itapagé começou co-mo um clube de futebol na década de 40, dispu-tando campeonatos, torneios e partidasamistosas contra equipes da cidade e da região.A primeira conquista do clube foi em um TorneioRegional em 1953, na cidade de Iraí.

Em seguida, muitas outras conquistas pas-saram a fazer parte da galeria do clube, que, ape-sar de todas as dificuldades que enfrentava, con-tava com a garra dos jogadores e com umatorcida apaixonada.

De acordo com o historiador frederiquenseWilson Aleixo Ferigollo, havia uma intensa riva-

lidade entre os dois principais clubes da cidade:Ipiranga e Itapagé. Em dias de jogo, os amantesdo futebol rumavam em direção ao local da par-tida, onde torciam fervorosamente para o seu ti-me. Havia ocasiões em que os mais exaltadoschegavam a arrumar confusão com torcedoresadversários, aumentando ainda mais o clima derivalidade. Ferigollo também conta que no iníciohavia uma grande superioridade do Itapagé so-bre o Ipiranga. O time vermelho sempre levava amelhor e nunca perdia, até que veio a primeiravitória do Ipiranga. O historiador conta quequando aconteceu a primeira vitória do time ca-narinho, foi uma grande festa na cidade, com ostorcedores comemorando noite adentro.

Desde as primeiros passos para a sua con-solidação na cidade, o futebol obteve a paixãoimediata e intensa da população, uma vez queera um dos poucos meios de entretenimento daépoca. Ferigollo relata bem o nascimento da pai-xão pelo futebol pelos frederiquenses: “Os ha-bitantes da cidade não dispunham de muitas al-

Registro da conquista do segundo lugar pelo clube no Torneio de Tenente Portela em 1954

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habitantesda cidade não dispunham

de muitas alternativas paraa diversão: ou se jogava

bocha ou ficava-se em baresbebendo cachaça. Com ofutebol, surgiu uma novaforma de as pessoas se

reunirem aos domingos àtarde para conversar

e jogar bola.

Wilson Ferigollo

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ternativas para a diversão, ou se jogava bochaou ficava-se em bares bebendo cachaça. Com ofutebol, surgiu uma nova forma de as pessoasse reunirem aos domingos à tarde para conver-sar e jogar bola”, afirma o historiador.

Além do futebol, O Itapagé também investiuno futsal, onde foi campeão da Série Bronze jána sua estreia em 1999, garantindo classifica-ção para a Série Prata no ano seguinte. No en-tanto, devido a graves problemas como falta dedinheiro, inexistência de uma equipe de base, efalta de recursos para hospedagem, alimenta-ção e transporte, o clube não pode dar sequên-cia às conquistas no futsal.

A administração atual do clube criou um Cen-tro de Formação de Atletas, voltado não só pa-ra o futsal, mas também para outros esportesque o clube possa participar. Dentro do novo pro-jeto, foi realizada a reforma da quadra, contra-tado um professor de Educação Física formado,além de ser feito um convênio com a URI, até2018.

Retorno do futebol e do futsal

O Itapagé, depois de ficar um longo períodosem atuação profissional, agora sustenta umaambição de voltar a disputar campeonatos pro-fissionais. Primeiramente, a ideia é já para 2013entrar com uma equipe de futsal na Série Bron-ze, utilizando atletas da base do clube. Aindanão tem nada confirmado, mas não está descar-tado também o retorno do futebol profissionaldo Itapagé.

Atualmente o clube cede o seu estádio aoUnião Frederiquense de Futebol, mas tudo levaa crer que dentro dos próximos anos o clube que-bre essa parceria e forme uma equipe de fute-

bol profissional. O clube está pensando alto, queralcançar novos ares. Para isso, tem iniciado umprojeto que visa estruturar o clube para torná-lo apropriado aos objetivos do Itapagé.

Com a aplicação de todos os projetos visa-dos pelo clube, não há dúvida de que voltará aostempos áureos de glórias, voltará a ser conhe-cido e respeitado pela sua grandeza e poderio.

Olimpíadas

A ambição do Itapagé para os próximos anosnão para por aí. O clube está de olho em umagrande quantia em dinheiro do governo federaldestinada ao esporte para a criação de um Com-plexo Poliesportivo. De acordo com o Diretor deMarketing do clube, Marco Girardello, o Itapagétambém está de olho nas próximas Olimpíadas:

“Já há tratativas com deputados com o ob-jetivo de integrar os jovens dentro do esporte,realizando um treinamento com os mesmos vi-sando a disputa de categorias nos Jogos Olím-

picos de 2016 no Brasil. Nós pretendemos uti-lizar o espaço para que sirva de Centro deTreinamento dos atletas olímpicos”, afirma Gi-rardello.

Como o Brasil será o país sede da próximaedição das Olimpíadas, em 2016, o país deverácontar com representantes em todas as moda-lidades esportivas. É pensando nisso que o Ita-pagé pretende implementar um amplo Comple-xo Poliesportivo para que sejam treinados atletasdos mais diferentes esportes.

Haverá também um acompanhamento dosatletas através da parceria do clube com a URI eos curso de Ed.Física, psicologia, nutrição e far-mácia. O clube também pretende desenvolverum setor com piscina para competição. Com is-so o Itapagé retorna de vez às atividades profis-sionais, agora com muito mais força e estrutura.

Além da criação de amplo Complexo Polies-portivo, o Itapagé também tem a vantagem depossuir um excelente estádio que é utilizadoatualmente pelo UniãoFrederiquense. Ou seja,hoje o clube conta com uma estrutura bem mon-tadapara abrigar diferentes práticas esportivas.Em relação ao futebol, há uma grande expecta-tiva de o clube voltar a disputar competiçõesprofissionais, esta seria a possibilidade de a po-pulação de Frederico Westphalen e região pode-rem acompanhar mais uma vez dois times pro-fissionais de futebol em plena atividade. Fica aexpectativa para ver se isso de fato irá aconte-cer, o que seria um fato importante para uma ci-dade apaixonada por esportes, além de fazercom que o Esporte Clube Itapagé se torne aindamaior. E, com o que ainda está nos planos paraser construído, tornará o clube ainda mais equi-pado para realizar qualquer atividade.■

Campo faz parte da ampla estrutura do clube

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Girardello afirma que o Itapagé vai montarum amplo Complexo Poliesportivo

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40 Janeiro de 2013

MMA também é desportoO esporte não é só para quem quer competir. Traz vários benefíciosaos praticantes, sejam homens ou mulheres.

Briana [email protected]

Para algumas pessoas ele é o novo fute-bol. O MMA (Artes Marciais Mistas - Mi-xed Martial Arts, na sigla em inglês) tor-nou-se um esporte popular nos últimos

anos. Ele engloba todas as artes marciais, sen-do cinco principais: Boxe, Muay Thai, Judô, JiuJitsu e Greco-Romano. Com a chegada do UFC (Ul-timate Fighting Championship) e de reality showsshows sobre MMA, como o The Ultimate Fighter,exibido pela Spike TV, o esporte se torna cadavez mais popular.

No início com poucas regras, o campeonatodespertou críticas quanto à violência. Porém,com a evolução do esporte, foram impostas no-vas regras que o tornam mais técnico e profis-sional, diferente da antiga modalidade “Vale Tu-do”, onde, como o próprio nome diz, havia poucasrestrições na luta. O crescimento da popularida-de é tanto que, hoje, o UFC vale cerca de R$ 1 bi-lhão. Mesmo em cidades de pequeno porte co-mo Frederico Westphalen, o esporte estáinserido.

Na cidade, o representante é André da Cos-ta, o “Sobrinho”. Ele já dá aulas há quatro anos

e há seis começou a treinar. Diz que um impor-tante fator para a divulgação do esporte e dopróprio trabalho para os frederiquenses foi oevento realizado no ano passado, o FredericoFighting Championship (FFC). “O que acontece:o pessoal assiste o UFC e alguns têm dúvida seaquilo lá acontece mesmo. Porque, antigamen-

te, a gente tinha o telecatch, que era combina-do, era um teatro, e aí o pessoal ainda tinha dú-vida, tinha dúvida quanto a mim. Então foiimportantíssimo pra mim, pra dar a real, mes-mo, de qual é o meu trabalho. O pessoal vê quetodo o esforço ainda é pouco. Enfim, lutador pas-sa por um apuro. É muito desgastante. Então euconsegui mostrar qual é a realidade, mesmo, doMMA”, explica Sobrinho. O lutador conta que seuobjetivo inicial era emagrecer, e começou trei-nando full contact. Em quatro meses, Andréperdeu 12 kg. Depois disso, começou a praticarJiu Jitsu e a participar de campeonatos. Há cer-ca de um ano, Sobrinho começou a dar aulas deMMA. “Como eu sou o único da cidade que faz vá-rias artes marciais, era o único propenso a fazerMMA, porque não tem como ir pro MMA sabendosó uma modalidade. E aí como eu vi que o pes-soal gostava disso, pensei: Por que não?”, conta.

Benefícios

E você, leitor? Ficou com vontade de fazerMMA, mas acha que o negócio é só pancadaria?Calma! Você está errado sobre isso. O MMA é umesporte cheio de técnicas e pode ser um ótimodesporto para quem está querendo emagrecer

MMA também e coisa de mulher: ele prepara fisicamente e faz relaxar.

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Eu queromostrar que o

pessoal dá muita desculpade: ‘ah, não tenho tempo’. Eutambém não tenho tempo.Eu acordo 6h da manhã pra

ir treinar, vou dormir à meia-noite. Então, basta umpouquinho de esforço.

André da Costa

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e relaxar. Todo mundo pode. Nas aulas de MMAhá, sempre, um período inicial de aquecimentoe alongamento que precede a técnica. Nesse mo-mento, são feitos exercícios como corrida, ab-dominais e flexões. Depois, o mestre passa aosalunos a parte técnica do esporte: movimentosde artes marciais. Mas ninguém é o Jackie Chan!Os alunos aprendem de acordo com a sua limi-tação.

Essa imagem desligada da violência e relaci-onada a benefícios tem se tornado cada vez maiscomum. Lídia Trentin, de 20 anos, acadêmica deJornalismo, considera que a violência está napersonalidade das pessoas, e algumas podemusar o esporte de maneira violenta. “Acreditoque o MMA, assim como outros esportes, não in-centivam a violência. Pelo que sei é o contrário,eles abominam esse tipo de atitude. Acho quealguns jogos de videogame, filmes e programasde televisão têm muito mais relação com a vio-lência que o MMA”. Marcos Scherer, de 22 anos,publicitário, também acha que a idéia de que oMMA influencia à violência é equivocado. “Umacriança pode ser motivada, de certo modo, a coi-sas como briguinhas. Mas também não acho quevá crescer sendo uma pessoa violenta por cau-sa disso”.

MMA para mulheres

A maioria das imagens mostradas na mídiasobre MMA traz homens na luta. Mas as mulhe-res não são só “ring girls”. Tem muita mulherdentro do octógono fazendo MMA. E essa prova-velmente não seja a primeira matéria que vocêestá lendo sobre o tema. O MMA se tornou, defato, um esporte popular para elas. Tanto no in-tuito de competir como pelo alto potencial deemagrecimento das aulas. No entanto, pelo MMAser um esporte que exige bastante força e re-sistência, algumas pessoas pensam que as mu-

lheres não se adequam a ele. Será? Sobrinho co-menta que “É um tabu pra elas. Nem prasociedade, nem pra quem olha e nem pros ho-mens. É um tabu pra elas. Porque MMA envolveluta agarrada. Geralmente, as mulheres olham e

dizem: bah, esse aí eu não quero fazer”. Já Sa-brina Lopes, que já praticava outras artes mar-ciais há quatro anos, treina MMA desde que asaulas iniciaram na academia e diz que pensa emcompetir. Ela confirma que dentro do ambientede treino ela não é diferenciada, mas que na es-cola algumas pessoas já demonstraram precon-ceito: “Na escola as pessoas falam: “Vai no Mu-ay Thai de novo, aquele gurizinho?”. No entanto,Sabrina diz que se sente mais feminina depoisde começar a fazer MMA. “Eu não tinha todo es-se braço, essas pernas. Depois que eu comeceia notar que eu tava crescendo. Mas não deixa deser feminino. Eu me sinto mais feminina, só mesinto mais forte”..

Disciplina

Lutar MMA exige determinação e dedicação,o que significa que todos podem ao menos ten-tar e que o esporte não é tão exclusivo quantose imagina. A arte marcial, além de trazer bene-fícios ao corpo, traz consigo disciplina e valoresque podem engrandecer o praticante como pes-soa. Sobrinho, quando perguntado sobre qual ésua maior ambição fala exatamente sobre isso:“Eu quero chegar daqui a 10 anos, ter a minhaturma de aula e ter o reconhecimento de que eufui um lutador legal. Eu quero poder contar emostrar que eu lutei, eu lutava bem, eu fiz direi-to. Eu quero mostrar que o pessoal dá muitadesculpa de: ‘ah, não tenho tempo’. Eu tambémnão tenho tempo. Eu acordo 6h da manhã pra irtreinar, vou dormir à meia-noite. Então, tudobasta um pouquinho de esforço. Então querochegar daqui a 10 anos e mostrar que eu não ti-nha condição, nem financeira, nem de nada. Eutinha que trabalhar, só. E eu to aí. Lutei, tivegrandes conquistas. Acho que é coisa de ego,mesmo. Na verdade é mostrar que qualquer umpode. Essa é a ideia”.■

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André da Costa, o "Sobrinho"

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Sobrinho tem cerca de 100 alunos entre as turmas de muay thai e MMA

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Acho quealguns jogos

de videogame, filmes eprogramas de televisão têm

muito mais relação com aviolência que o MMA.

Lídia Trentin

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42 Janeiro de 2013

FW torna-se o ponto mais procurado pelos turistas por estar às margens da BR-386 e por ser a principal cidade da região

A Copa do Mundoem Frederico

Gustavo Simõ[email protected]

Em 2014, o Brasil será palco do maiorevento do futebol mundial, a Copa doMundo. O mundo todo voltará seus olhospara o nosso país. Milhões e milhões de

pessoas, espalhadas por todo o planeta, vãoacompanhar um mês inteirinho de futebol, aquina terra tupiniquim. Mas uma perguntainevitavelmente nos surge: nosso país temcondições de promover um evento deste porte ede tamanha magnitude? Acredito que todos osbrasileiros façam esta mesma pergunta, e aquino médio alto Uruguai isso não é diferente. Porisso resolvemos tentar descobrir algumas coisasa respeito de como andam os trabalhos emFrederico Westphalen.

Você deve estar se perguntando: o que FWtem a ver com a Copa, sendo que não vai ser nemsede de jogos, nem sub-sede para treinamen-tos? Pois é, pode até não sediar nada relaciona-do diretamente ao evento, porém influência in-diretamente. Muitos estrangeiros podem optarpelo automóvel para visitar o país durante omundial, e para isso devem passar utilizar a BR-386 que passa pelo município e é utilizada prin-cipalmente pelos turistas argentinos, uruguai-

os, e do sul do nosso estado, os quais podem op-tar por pernoitar ou realizar as ditas “paradasestratégicas” na terra do barril.

Para o proprietário do Cantelle Hotel, Laurin-do Cantelle, o município possui uma boa estru-tura para acolher estes visitantes e a região nãodeixa nenhum pouco a desejar para realizar es-ta recepção: “Frederico está localizada numa óti-ma região, e possui uma estrutura adequada prareceber estes turistas. Dispõe de bons restau-rantes, bons hotéis, um comércio diversificado,e não passa vergonha em nenhum aspecto deoutros municípios maiores, para receber os cli-entes de fora”. Laurindo ainda ressalta o poten-cial econômico da cidade através da engenhariacivil e indústrias, e destaca os investimentos emandamento no seu hotel: “A nossa cidade estácrescendo cada vez mais, e nós podemos perce-

ber isso na construção civil. São prédio novos portodos os lados e bairros de Frederico Westphalen.As empresas estão investindo cada vez mais poraqui, sem contar as grandes empresas que jáestão estabelecidas. Já aqui no nosso hotel nóstambém estamos desenvolvendo atividades di-recionadas para isso como ampliações e moder-nização dos cômodos”.

Outro fator de grande influência com a rea-lização do mundial aqui no Brasil, para a região,é o turismo. Acredita-se que muitas pessoasaproveitarão os dias de Copa para visitar e co-nhecer também a cultura tanto nas regiões me-tropolitanas, quanto no interior brasileiro.

Frederico Westphalen é um município forma-do basicamente por imigrantes italianos, os quaisderam forma a cultura e formação social da po-pulação local, e com isso muitos turistas euro-peus podem vir em busca de reencontrar ou co-nhecer novos parentes, que nasceram por aqui,como informa o secretário municipal de indús-tria, comércio e turismo, Jordano de Azevedo:“Esse povo [o turista estrangeiro], vai aprovei-tar o período da Copa não só para acompanharos jogos, mas também aproveitar para visitarparentes ligados aos seus antepassados.

Agências de turismo da cidade estão desen-

Tanto a rede hoteleira quanto ocomércio passam a se interessar

ainda mais neste tema, com oobjetivo de aproveitar a passagem

dos visitantes.

Como andam os preparativos em FredericoWestphalen para o mundial de 2014

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43Janeiro de 2013

GUST

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SIMÕE

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volvendo trabalhos de rotas turísticas na região,em parceria com grandes agências de turismoda capital e de outros lugares do mundo, paraque os visitantes visitem a região e seus atrati-vos, e também os seus familiares que morampor aqui”. Para o secretário, o fato de FW fazerparte das rotas do Yucumã, e das Pedras Preci-osas, ajuda muito na exploração turística pararegião. O grande pressuposto é que os visitan-tes virão para Frederico para diversão e pernoi-te. Poderão usufruir dos restaurantes e boatesda cidade no período noturno, e durante o dia,visitar os pontos turísticos espalhados pelosmunicípios da região.

“O turista passeia durante todo o dia pelaregião. Ele pode ir conhecer o Salto do Yucumãem Derrubadas, ou visitar as minas de pedrasametistas em Ametista do Sul, pela manhã e tar-de, e à noite volta para Frederico para aprovei-tar o descanso nos hotéis da cidade, sair paracomer em bons restaurantes, aproveitar de umcomércio mais abundante, e ainda pode esticara noite na balada frederiquense, pelas casas no-turnas da cidade”. Quanto às atividades já rea-lizadas pela prefeitura, o destaque fique para o‘Pórtico Turístico’ que trata-se de um local espe-cífico para que os turistas possam ter todas asinformações necessárias a respeito de localiza-ção, infra-estrutura e principais pontos de visi-tação da região. Fora isto, as ações praticadasainda estão em estudo para aplicação.

Mas por um outro lado, há também quempense diferente nesta história toda como é o ca-so do proprietário do restaurante Sanpa, PauloBambini, os reflexos da Copa do Mundo não sur-tirão efeito para a região. Segundo ele, contarcom a passagem de argentinos e uruguaios cominteresse em conferir jogos do mundial, por Fre-derico Westphalen, vai depender muito de ha-ver jogos das seleções uruguaia e argentina, em

Porto Alegre, e que quem realmente deseja verjogos do mundial não vai viajar de automóvel.“Aquele que realmente quer ver os jogos da Co-pa, não vai sair da Argentina ou do Uruguai, ouaté mesmo do Chile, de carro para ir até PortoAlegre ou Curitiba que são as sedes mais próxi-mas a nós, ele vai optar com certeza por viajarde avião. Infelizmente para ver a Copa aqui noBrasil, o turista tem que ter muito dinheiro, por-que é tudo muito caro, então provavelmentequem vai visitar o Brasil nesse período serão ostorcedores da alta camada da sociedade argen-tina e uruguaia, que só quer saber de viajar deavião, ou seja, jamais vai passar por FW. A Copado Mundo vai representar muito pouco pra re-gião, e pra mim o interior dos estados com cida-de-sede, só vai ser prejudicado porque não vai

ganhar em nada com o evento”. Paulo apontaainda para outro fator de grande relevância, queé a educação da população e dos comerciantes,criticando a realização da Copa no Brasil: “Seráque os atendentes do comércio sabem falar ou-tras línguas pra receber os clientes estrangei-ros?”, indaga ele.

Será que as pessoas estão preparadas cul-turalmente para serem abordadas nas ruas pe-los turistas?

O que vai acontecer se caso chegar um visi-tante argentino em uma loja pedindo informa-ções sobre a região, como será que as pessoasvão sanar as dúvidas destes turistas? É compli-cado. Garanto que ninguém pensa nisso. O go-verno trouxe a copa para o Brasil, sem levar emconta questões como a educação do povo queainda é tão precária. Não era o momento certopara isso”. Entre divergências e positivismo, acerteza é uma só: a Copa do Mundo está cada vezmais próxima e todos os setores precisam ace-lerar seus preparativos. Independente de quemvirá visitar Frederico durante o evento, o fato éque o país todo será tomado por gente de todoo mundo. A curiosidade move o ser humano, e aregião possui bons atrativos, porém muita coi-sa ainda precisa ser feita. Podemos perceber querealmente pouco foi feito pensando nisso. A po-pulação precisa ser preparada para esse perío-do também, e cabe aos governantes do municí-pio e da região do Médio Alto Uruguai auxiliarema sociedade neste desenvolvimento cultural, pa-ra que a partir do dia doze de junho de 2014,Frederico Westphalen preserve a imagem de ci-dade exemplo no estado, desempenhando umbom papel no recebimento dos visitantes apai-xonados pelo futebol.■

Catedral Santo Antonio é um dos pontos turisticos mais procurados na cidade

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Frederico Westphalen possui boa estrutura turística

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Revista-laboratório do Curso de Jornalismo da UFSM • campus Frederico Westphalen número 5

De braços abertosFrederico Westphalen está preparada para o turismo da Copa 2014?