Aprendendo a viver novamente - Mecanismos de defesa 2/6
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Mecanismos de defesa
Dr. João
Sigmund Freud Nasceu na Áustria em 1856
Morreu em Londres em 1939
Mecanismos de defesaIntrodução histórica
Sigmund Freud
Criou a psicanálise (análise da mente); Associação livre de idéias; Interpretação dos Sonhos; Atos Falhos (parapraxias).
Mecanismos de defesaIntrodução histórica
Teoria da libido: todo comportamento humano é orientado pelo impulso sexual (prazer).
Determinismo psíquico: os processos mentais não ocorrem ao acaso
Todo comportamento é superdeterminado.
Mecanismos de defesaIntrodução Conceitual
Teoria do Aparelho Psíquico:◦ Três sistemas ou instâncias psíquicas
◦ Inconsciente;◦ Pré-Consciente;◦ Consciente.
Mecanismos de defesaIntrodução Conceitual
Mecanismos de defesaIntrodução Conceitual
O Inconsciente (InCs)◦ Conteúdos não presentes no campo atual da
consciência.◦ Reprimidos pela ação de censuras internas.
Podem – ter sido conscientes, ter sido reprimidos e ser genuinamente inconscientes
Não existe: conceito de tempo e espaço, de certo ou errado.
Não há contradição.
O pré-Consciente (PrCs)◦ Instância psíquica onde permanecem conteúdos
acessíveis à consciência:
Em um determinado momento não estão na consciência mas em outro momento podem estar.
Mecanismos de defesaIntrodução Conceitual
O Consciente (Cs)◦ Instância do aparelho psíquico que recebe
informações do mundo externo e as do mundo interior, ao mesmo tempo.
◦ Fenômenos psíquicos da senso-percepção.
◦ Percepção principal e preferencialmente, do mundo exterior.
Mecanismos de defesaIntrodução Conceitual
Teoria da Personalidade
◦ Grupos de Força psíquica:
ID
EGO
SUPEREGO
Mecanismos de defesaIntrodução Conceitual
O ID
◦ Forças primárias ou impulsos instintivos;
◦ Parte menos acessível da personalidade;
◦ Conteúdos inconscientes;
◦ Inatos (instintos divinos) ou adquiridos (hábitos);
◦ Buscam contínua gratificação.
Mecanismos de defesaIntrodução Conceitual
O ID
◦ Sem juízo de valor (ético ou moral);
◦ Satisfação imediata – o princípio do prazer;
◦ Sem ideias lógicas do pensamento;
◦ Pode rebelar-se contra o mundo exterior (neuróticos).
Mecanismos de defesaIntrodução Conceitual
O EGO◦ Realiza o contato com a realidade externa;
◦ Contém elementos conscientes e inconscientes;
◦ Intermediário entre o ID (os instintos e hábitos) e o mundo exterior;
◦ Freia e controla os comportamentos;
◦ Cria o medo que protege dos perigos.
Mecanismos de defesaIntrodução Conceitual
O EGO◦ O principio da realidade
◦ Conciliar reivindicações do ID e do SUPEREGO com as do mundo externo.
◦ Regular a busca da satisfação (principio do prazer)
◦ Considera as condições objetivas da realidade.
Mecanismos de defesaIntrodução Conceitual
O Superego◦ O censor do ego.
Formação dos ideais, da auto observação, das exigências da moralidade.
◦ Representa: A força moral da personalidade; O ideal mais do que real A perfeição mais do que o prazer
Mecanismos de defesaIntrodução Conceitual
Princípio da recompensa e do castigo
◦ Gratifica o EGO pelos pensamentos aceitáveis.
◦ Castiga-o com sentimentos de culpa para as ações ou pensamentos contrários a princípios morais.
◦ Representa a internalização das regras gerais da sociedade (proibições, limites e autoridades).
Mecanismos de defesaIntrodução Conceitual
ID EGO SuperEgo + InCs PrCs Cs
◦ As forças psíquicas impulsionam o aparelho psíquico:
O Comportamento é sempre o produto da interação entre esses sistemas.
Nunca um sistema opera com a exclusão dos outros.
Você não é o que pensa que é: como você pensa e sente é que determina o ser.
Mecanismos de defesaIntrodução Conceitual
Teoria do conflito intrapsíquico:
◦ Cada força (ID, EGO, SUPEREGO) procura orientar o indivíduo para caminhos distintos e até contraditórios.
◦ Pensamentos e sentimentos ambivalentes ocasionam o conflito que pertuba.
◦ O aparelho psíquico cria forças compensatórias para equilibrar o indivíduo em relação a uma vida normal.
Mecanismos de defesaDefinição
Funções dos Mecanismos de Defesa
◦ Proteger a personalidade.
◦ Transformar a realidade – para torná-la mais aceitável.
◦ Tornar os impulsos inaceitáveis do ID (Inconscientes) em ações aceitáveis.
◦ Deformarmos a realidade para nos defender de perigos internos e externos, reais ou imaginários.
Mecanismos de defesaDefinição
Características
◦ Utilizados para lidar com situações desagradáveis ou estados emocionais internos aflitivos.
◦ Participam do funcionamento normal.
◦ Necessários para a preservação do bem estar emocional.
Mecanismos de defesaDefinição
Características:
◦ Inconscientes e automáticos
◦ Saudáveis ou patológicos
◦ São considerados patológicos quando: Não promovam a adaptação saudável Não preservam o bem estar emocional de maneira
contínua e improdutiva.
Mecanismos de defesaDefinição
01) Negação Definição:
◦ Tentativa de não aceitar na consciência algum fato que pertuba o EGO.
Funcionamento: ◦ Bloqueando certas percepções do mundo externo,
negando inconscientemente sua existência para proteger-se do sofrimento.
01) NegaçãoExemplo 01: A pessoa não consegue perceber que esta sendo traída, quando todos a sua volta já comentam.
Exemplo 02: A pessoa está fazendo regime, mas come escondido o tempo todo, afirmando que tem seguido “a risca” o regime, quando na verdade, come várias coisas fora das refeições, por isso não consegue emagrecer.
02) Identificação Definição:
◦ Processo ativo que substitui uma identidade parcial ou semelhança por uma identidade total.
Funcionamento:◦ Percepção de características, desejos ou
necessidades pessoais através da assimilação de aspectos observados nos outros.
03) Projeção Definição:
◦ O ato de atribuir a uma pessoa, animal ou objeto as qualidades, sentimentos ou intenções que se originam em si próprio.
Funcionamento:◦ Aspectos da personalidade de um indivíduo são
deslocados de dentro deste para o meio externo.◦ A ameaça é tratada como se fosse uma força
externa quando a ideia ou comportamento temido é dela mesma.
03) Projeção
Sempre que caracterizamos algo de fora de nós como sendo mau, perigoso, pervertido, imoral e assim por diante, sem reconhecermos que essas características podem ser também verdadeiras para nós, é provável que estejamos projetando.
03) Projeção Exemplo 01: Um menino ao ver leões no
Jardim Zoológico diz ao seu avô: “- Vovô você esta morrendo de medo do leão não é?”
Exemplo 02: A pessoa afirma: “- Todos nós somos desonestos...” ou “todos os homens são infiéis...”, na realidade esta tentando projetar nos demais suas próprias características.
04) Introjeção Definição:
◦ A introjeção é o inverso da projeção: O processo inconsciente pelo qual objetos externos positivos ou negativos são internalizados.
Funcionamento: ◦ Igualar-se a outro, transferindo para si mesmo
vários elementos de sua personalidade.
04) Introjeção
Exemplo: ◦ Menino que se identifica com as atitudes e ideias
do seu pai, procurando desenvolver padrões apropriados de comportamento masculino.
05) Formação reativa Definição:
◦ Trata-se de uma inversão clara e, em geral, inconsciente do verdadeiro desejo.
Funcionamento:◦ Esse mecanismo substitui comportamentos e
sentimentos que são diametralmente opostos ao desejo real.
◦ Não só a ideia original é reprimida, mas qualquer vergonha ou auto-reprovação que surgiriam ao admitir tais pensamentos.
05) Formação reativa
Também são excluídas da consciência.
Infelizmente, os efeitos colaterais da Formação reativa podem prejudicar os relacionamentos sociais.
05) Formação reativa
Exemplo 01: Através da Formação Reativa, alguns pais são incapazes de admitir um certo ressentimento em relação aos filhos, acabam por interferir exageradamente em suas vidas, sob o pretexto de estarem preocupados com seu bem-estar e segurança. Nesses casos a superproteção é, na verdade, uma forma de punição.
05) Formação reativa
Exemplo 02: O esposo pleno de raiva contra a sua esposa pode manifestar sua Formação Reativa tratando-a com a formalidade exagerada: “não é querida...”
06) Racionalização Definição:
◦ Construção de uma argumentação intelectualmente convincente e aceitável, que tenta justificar os estados “deformados” da consciência.
Funcionamento:◦ A pessoa utiliza esquemas de justificação para
disfarçar motivos e intenções subjacentes. Artifício pelos quais os pretextos são considerados razões e assim a pessoa se tranquiliza.
06) Racionalização Exemplo 01: O poder dos mais fortes:
justificam os seus atos pela “lógica”. Exemplo 02: Precisamos despedir os
empregados para conter gastos. Exemplo 03: Vamos destruir favelas para
deixar a cidade mais bonita. Exemplo 04: Só a religião salva realmente. Exemplo 05: Precisamos destruir nossos
inimigos que nos querem mal e estão condenados ao inferno.
06) Sublimação Definição:
◦ Canalização de um impulso primário pela transferência para outras vias sob formas sociais mais aceitas.
Funcionamento:◦ A pessoa muda a forma de resposta, mas a
intenção continua sendo a mesma.
06) Sublimação A ação desejada se realiza, servindo-se de
um objeto-estimulo. Exemplo 01:
◦ O funcionário dedica-se mais ao trabalho quando recebe uma crítica injusta de seu chefe e sente uma forte emoção de raiva e a transforma em impulso ao trabalho a ser realizado com excelência.
Exemplo 02: ◦ Características agressivas sublimadas em práticas
aceitáveis e plausíveis como médico cirurgião ou ortopedista.
06) Sublimação A ação desejada se realiza, servindo-se de
um símbolo-estímulo. Exemplo 03: A fotografia de um ditador é
queimada em praça pública, quando o desejo é a saída ou a morte do ditador.
Exemplo 04: Falar ironias, quando o desejo é xingar.
Exemplo 05: Um aperto de mão demorado, quando o desejo é um beijo apaixonado.
07) Catitimia Definição:
◦ Ação que as tendências afetivas exercem sobre a percepção da realidade.
Funcionamento:◦ Enxerga-se por meio de “óculos”, e a cor de suas
lentes é que determinam a cor da realidade.
07) Catitimia Uma pessoa emocionada é uma péssima
testemunha, dificultando a análise objetiva de um crime pelas pessoas que o presenciaram.◦ Exemplo 01: Uma pessoa quando esta apaixonada
por outra, tende a ver somente as suas qualidades.
◦ Exemplo 02: “Precisava ver, era uma serpente enorme, de quase mais de três metros de comprimento...”Ás vezes, exageramos as dimensões das coisas que nos causam medo”.
08) Regressão Definição:
◦ Retorno a um nível de desenvolvimento anterior ou a um modo de expressão mais simples ou mais infantil.
Funcionamento:◦ Alivia a ansiedade escapando do pensamento
realístico para comportamentos que, em épocas anteriores, reduziriam a ansiedade. Modo de defesa bastante primitivo que pode deixar sem solução a fonte da ansiedade original.
08) Regressão Exemplo 01:
◦ Uma pessoa berra ao ver uma barata, sobe na mesa aos berros.
Exemplo 02: ◦ Uma criança ao nascer seu irmãozinho, começa a
fazer xixi na calça e a pedir chupeta novamente.
Exemplo 03:◦ Diante de uma grande frustração ou ameaça,
entrar na posição fetal.
09) Deslocamento Definição:
◦ Quando todo é representado por uma parte ou uma parte representa o todo; muito corrente nos sonhos, onde uma coisa representa outra.
Funcionamento:◦ Substituição da finalidade inicial de uma pulsão
por uma socialmente mais aceita.
09) Deslocamento Exemplo 01:
◦ Durante uma discussão a pessoa tem um forte impulso em socar o outro, entretanto, acaba deslocando tal impulso para um copo, o qual atira ao chão.
Exemplo 02:◦ Deslocamento a qual faz com que o indivíduo
apresente sentimentos em relação a uma pessoa que, na verdade, lhe represente um outra no passado.
10) Substituição Definição:
◦ Um objeto desejado que não pode ser possuído é substituído por outro geralmente semelhante.
Funcionamento:◦ É o deslocamento de um desejo enquanto fobia é
um deslocamento de um medo.
11) Fantasia Definição:
◦ Conceber uma situação na mente que satisfaz um desejo ou necessidade inalcançável na realidade.
Funcionamento:◦ Imaginação de um roteiro onde o sujeito é o
protagonista de uma situação que realiza o desejo inconsciente.
12) Compensação Definição:
◦ Considerar uma característica pessoal menor como mais importante para compensar aquela desejada e ausente.
Funcionamento:◦ Compensar uma deficiência considerando como
trunfo outro aspecto de sua característica.
13) Expiação Definição:
◦ Desejo de pagar imediatamente pelo erro cometido.
Funcionamento:◦ Exposição pessoal a situações pelas quais se sinta
pagando pelo erro cometido.
Os mecanismos de defesa são instrumentos naturais e quando utilizados de forma que não ocasionem prejuízos a vida do próprio ser humano ou aos seus próximos não representam doença psíquica. O problema surge quando os mecanismos de forma individual ou em conjunto começam a comprometer o desenvolvimento moral e material do indivíduo e daqueles que compartilham a sua companhia no caminho da vida em relação.
Conclusão