Aprender a Ensinar: Um ano profissionalizante no Ensino Profissional · 2020. 2. 29. · A todos os...
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Aprender a Ensinar: Um ano profissionalizante
no Ensino Profissional
Relatório de Estágio 2017/2018
Relatório de Estágio Profissional apresentado
à Faculdade de Desporto da Universidade do
Porto, com vista à obtenção do grau de
Mestre em Ensino da Educação Física nos
Ensinos Básico e Secundário, ao abrigo do
Decreto-Lei nº74/2006 de 24 de março e do
Decreto-Lei nº 43/2007 de 22 de fevereiro.
Orientadora: Professora Doutora Zélia Maria Matos de Almeida Roque Pinto
João Pedro Lopes Simões
Porto, 27 de Setembro de 2019
II
Ficha de Catalogação
Simões, J. (2019). Aprender a ensinar: Um ano profissionalizante no
Ensino Profissional. Porto: J. Simões. Relatório de estágio
profissionalizante para a obtenção do grau de mestre em Ensino de
Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, apresentado à
Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.
PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO FÍSICA, ESTAGIO
PROFISSIONAL, ENSINO PROFISSIONAL, ESTUDANTE
ESTAGIÁRIO.
III
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, os meus pilares mais firmes.
Aos meus amigos, a família que eu escolhi.
À minha outra metade, que é incondicional.
A ti, que olhas por mim, onde quer que eu esteja, e onde quer que tu estejas.
V
AGRADECIMENTOS
Tanto neste mundo como nesta vida, é impossível evoluirmos como seres
humanos sem socialização e sem o apoio e suporte de alguém.
E toda a minha experiência de vida foi reforçando contínua e exponencialmente
uma das mais importantes lições de vida que alguma vez pude e posso
aprender: Gratidão Grátis. Ou seja, a capacidade de ser grato por todo e
qualquer tipo de situação que surge no nosso caminho. Esta lição de vida
aliada à filosofia de vida “Sometimes you win, sometimes you learn”, ensinou-
me a ser grato por todas as vitórias alcançadas, e ser igualmente grato por
todas as lições que uma derrota pode fornecer.
É, portanto, meu enorme privilégio estar grato a quem me acompanhou neste
processo.
À Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, bem como a sua
comunidade, por me proporcionar aprendizagens e experiências
enriquecedoras durante dois anos.
À Professora Orientadora Doutora Zélia Matos, que além de toda a transmissão
de conhecimentos e apoio no decorrer do ano, estendeu a mão após o
caminho difícil e mal traçado, para que este fosse uma lição e não uma
conclusão.
À Professora Cooperante Júlia Gomes, pela aprendizagem proporcionada
através da sua vasta experiência como docente, por todos os feedbacks
fornecidos e pelo auxílio na transição da faculdade para a realidade em
contexto de escola.
Aos meus colegas do núcleo de estágio Zé Maria e Jéssica. Todos nós com
feitios diferentes, mas com vontade de singrar, através da entreajuda, da
presença, e às vezes também do desabafo.
A toda a comunidade escolar d’A António Nobre, por um ano letivo repleto de
novas pessoas, novas experiências, novas aprendizagens, novas memórias.
VI
A todos os meus alunos este ano letivo, especialmente a minha turma
residente, por me proporcionarem a oportunidade de ser melhor professor, mas
também pelo privilégio de ser professor deles, ao mesmo tempo que aprendia
com eles.
Aos meus pais. À minha mãe, por ser uma grande guerreira, com a
honestidade e o coração do tamanho do mundo, com a determinação de um
furacão, mesmo que às vezes, “leve tudo à frente dela”. Ao meu pai, a pessoa
mais resiliente, racional, trabalhadora, motivada e forte que já conheci. Cada
vez mais me apercebo que ser educador, significa dar o exemplo em vez de
dizer o que fazer, e os meus pais são o meu exemplo.
À Ana, a surpresa mais inesperada, mas incrivelmente positiva que a vida me
pode trazer quando necessitei de apoio, carinho, sinceridade e suporte sem
saber.
Ao Ruben, que estava lá mesmo sem precisar de estar lá, que vive cada
momento da minha vida comigo, mesmo não estando lá para o viver.
À Sara, uma das pessoas mais recentes a entrar na minha vida, que se tornou
uma das mais importantes. Por todas as conversas, apoios, presenças,
abraços, e muito mais.
Aos meus amigos, a família que eu escolhi a dedo, que entendem a minha
ausência nos momentos de trabalho, marcam presença nos momentos de
necessidade, e aproveitam ao meu lado nos momentos de vivência.
A todas as pessoas e seres que me proporcionam energia para visualizar todos
os momentos da minha vida como uma nova aprendizagem.
Por último, mas não em último, a Deus, pelo Seu apoio no meu caminho, que,
quando necessitei de ajuda e de fé, me fez vislumbrar a luz no meio do escuro.
VII
ÍNDICE GERAL
DEDICATÓRIA .........................................................................................................................III
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... V
ÍNDICE GERAL ...................................................................................................................... VII
ÍNDICE DE FIGURAS ..............................................................................................................IX
ÍNDICE DE QUADROS ...........................................................................................................XI
ÍNDICE DE ANEXOS .............................................................................................................XIII
RESUMO ................................................................................................................................. XV
ABSTRACT ........................................................................................................................... XVII
LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................ XIX
1 Introdução ...........................................................................................................................1
2 Enquadramento Pessoal ..................................................................................................3
2.1 A minha história .........................................................................................................3
2.2 A minha vida: Percurso desportivo e profissional .................................................4
2.3 Expetativas .................................................................................................................6
3 Enquadramento da Prática Profissional .........................................................................9
3.1 A Educação Física na Atualidade ............................................................................9
3.2 O Professor de Educação Física ...........................................................................11
3.3 A Escola como instituição .......................................................................................13
3.4 Caracterização da Escola .......................................................................................15
3.4.1 Dados da Turma Residente............................................................................17
3.4.1.1 Dados pessoais ........................................................................................................18
3.4.1.2 Dados Antropométricos, Saúde e Estilo de Vida .................................................21
3.4.1.3 Historial de Educação Física ..................................................................................27
3.4.1.4 Expetativas ................................................................................................................28
3.4.1.5 Situação Desportiva e Ocupação Desportiva dos tempos livres .......................29
4 Estágio Profissional: A Prática Profissional .................................................................33
4.1 Organização e gestão do ensino e da aprendizagem ........................................33
4.1.1 Planeamento: A preparação inicial ................................................................34
4.1.1.1 Planeamento Anual ..................................................................................................36
4.1.1.2 Planeamento da Unidade Didática ........................................................................37
4.1.1.3 Planeamento da aula ...............................................................................................40
4.1.2 Aplicação na Prática: O resultado final .........................................................41
VIII
4.1.2.1 Organização e Gestão da aula ...............................................................................41
4.1.2.2 Os alunos: A disciplina e o clima de aula .............................................................43
4.1.2.3 Modelos de Ensino: Personalização de um modelo adequado a mim e à
instrução ...................................................................................................................................44
4.1.3 Avaliação ...........................................................................................................46
4.1.3.1 Relatório reunião da avaliação 12ºAI ....................................................................48
4.2 A Escola e a sua relação com a comunidade ......................................................49
4.2.1 Visitas de Estudo .............................................................................................49
4.2.1.1 Relatório da visita de estudo à FADEUP ..............................................................49
4.2.1.2 Relatório da visita de Estudo ao Estádio e Museu do Futebol Clube do Porto
50
4.2.2 Atividades Escolares .......................................................................................52
4.2.2.1 Relatório corta-mato escolar ...................................................................................52
4.2.2.2 Relatório palestra “Futebol na Promoção de Estilos de Vida Ativos e
Saudáveis”................................................................................................................................54
5 Ensaio Científico ..............................................................................................................57
5.1 Cursos Profissionais – “O que são?” ....................................................................57
5.2 Cursos Profissionais – Documentação, Normativos e a sua Organização .....57
5.2.1 Como surgiram os Cursos profissionais? .....................................................58
5.2.2 Estrutura Modular ............................................................................................59
5.3 Elaboração do questionário ....................................................................................59
5.3.1 Objetivo e Público-alvo ...................................................................................60
5.3.2 Análise dos resultados ....................................................................................60
6 Considerações Finais......................................................................................................65
7 Referências Bibliográficas ..............................................................................................67
8 ANEXOS ......................................................................................................................... XXI
IX
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Distribuição do sexo dos alunos ..........................................................................19
Figura 2 - Distribuição percentual da idade dos alunos .....................................................20
Figura 3 - Distribuição percentual da altura dos alunos .....................................................22
Figura 4 - Distribuição percentual do grau de visão dos alunos .......................................24
Figura 5 - Distribuição percentual da condição auditiva dos alunos ................................24
Figura 6 - Distribuição percentual das horas de sono dos alunos ....................................25
Figura 7 - Distribuição percentual do nº de refeições diárias dos alunos ........................26
Figura 8 - Distribuição percentual do Historial de EF dos alunos .....................................27
Figura 9 - Distribuição percentual das expetativas dos alunos .........................................29
Figura 10 - Distribuição percentual das modalidades desportivas preferidas dos alunos
...................................................................................................................................................30
Figura 11 - Parede do interior do Estádio do Dragão .........................................................52
Figura 12 - Pavilhão Gimnodesportivo como local de preparação para a competição .54
Figura 13 - Alunos presentes na ação de formação ...........................................................55
XI
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 - Nome e Morada de residência dos alunos .......................................................19
Quadro 2 - Idade e data de nascimento dos alunos ...........................................................20
Quadro 3 - Distribuição do peso dos alunos ........................................................................21
Quadro 4 - Distribuição da altura dos alunos ......................................................................22
Quadro 5 - Pé dominante dos alunos ...................................................................................23
Quadro 6 - Mão dominante dos alunos ................................................................................23
Quadro 7 - Horas de sono dos alunos ..................................................................................25
Quadro 8 - Nº de Refeições diárias dos alunos ..................................................................26
Quadro 9 - Lesões desportivas dos alunos .........................................................................26
Quadro 10 - Intervenções cirúrgicas dos alunos .................................................................27
Quadro 11 - Expetativas para a Disciplina ...........................................................................28
Quadro 12 - Prática de modalidades desportivas fora do contexto escolar ....................29
Quadro 13 - Detalhes das modalidades desportivas praticadas pelos alunos ...............30
Quadro 14 - Exercício Físico nos tempos livres ..................................................................30
XIII
ÍNDICE DE ANEXOS
Anexo 1 - Ficha de caracterização individual do aluno .................................................... XXI
Anexo 2 - Poster Palestra Futebol na Promoção de Estilos de Vida Ativos e Saudáveis
............................................................................................................................................... XXIII
Anexo 3 - Questionário de Estudo Científico ................................................................... XXIV
XV
RESUMO
O Estágio Profissional, a etapa final de um longo caminho de formação em
Educação Física e Desporto, com especificidade e Ensino da Educação Física,
é também a etapa de pôr em prática em contexto real de escola toda a
formação e aprendizagem obtida. Este Relatório de Estágio demonstra o
desenvolvimento do Estágio Profissional, das minhas expectativas, dos seus
desafios, das suas práticas pedagógicas, das suas pesquisas, do seu processo
de ensino-aprendizagem que me levou a valorizar ainda mais do que antes a
profissão de professor. Este Relatório de Estágio apresenta também um
envolvimento com uma realidade que se tornou um dos maiores desafios
profissionais que tive: o Ensino Profissional. Daqui, adveio um ensaio científico
sobre a opinião de docentes experientes tanto no Ensino Profissional como no
Ensino dito Regular, sobre certos parâmetros comuns a ambos os ensinos.
PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇÃO FÍSICA, ESTAGIO PROFISSIONAL,
ENSINO PROFISSIONAL, ESTUDANTE ESTAGIÁRIO.
XVII
ABSTRACT
The Professional Internship, the final stage of a long Sports and Physical
Education road, specifically in Physical Education Teaching, is also a put-to-
action stage within school context of all the obtained learnings and formation.
This Internship Report shows the Professional Internship development, my
expectations, it’s challenges, it’s pedagogic practices, it’s researches, it’s
learning and teaching process witch lead me to value a teacher’s job even more
than before. This Internship Report also shows an involvement with a reality
that became one of the biggest professional challenges I’ve had: the
Professional Education. From here, emerged a scientific trial about Education-
experienced teachers’ opinions about certain common parameters on both
Professional Education and said Normal Education.
KEY WORDS: PHYSICAL EDUCATION, PROFESSIONAL EDUCATION,
TRAINING STUDENT.
XVIII
XIX
LISTA DE ABREVIATURAS
AD Avaliação Diagnóstica
AF Atividade Física
AS Avaliação Sumativa
ECDM Expressão Corporal, Dramática e Musical
EF Educação Física
EP Estágio Profissional
ESAN Escola Secundária António Nobre
FADEUP Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
GETAP Gabinete de Educação Tecnológica, Artística e Profissional
GID Gestão de Instalações Desportivas
MEC Modelo Estrutura de Conhecimento
NEE Necessidades Educativas Especiais
PEA Processo de Ensino-Aprendizagem
PEI Programa Educativo Individual
1
1 Introdução
O Estágio Profissional (EP), bem como tudo o que o completa, nomeadamente,
as responsabilidades, os compromissos, vivências, a organização,
planeamento, gestão, o processo de ensino/aprendizagem, a realidade escolar,
a entrega, o desafio, entre outros, representaram um ano repleto de vivências e
aprendizagens. Será, portanto, impreterível a elaboração de um Relatório de
EP, como meio de - e arriscando expor um ponto de vista poético e nostálgico
– reter e recordar tudo aprendido neste. É portanto objetivo deste Relatório
relatar o início, desenvolvimento e conclusão do processo do EP.
Neste Relatório são expostas variadas secções que ditaram o desenvolvimento
do EP. A primeira secção é de Enquadramento Pessoal, contendo todas as
minhas vivências pessoais e profissionais até à data de início do EP, bem
como expectativas para este. Segue-se uma secção de Enquadramento na
Prática Profissional, onde falo da Educação Física na atualidade como uma
breve contextualização do EP no Ensino da Educação Física a nível nacional.
Ainda na mesma secção, falo também do Professor de Educação Física e da
sua importância, da visão da Escola como Instituição concluindo a secção com
a caracterização do local onde o EP foi exercido, bem como a caracterização
pormenorizada da minha turma residente.
Na secção seguinte é abordada a Prática Profissional do EP, envolvendo a
gestão, a organização, o planeamento e a avaliação necessárias para a
evolução como Professor Estagiário e, principalmente, como futuro Profissional
de Educação Física.
Seguidamente, é apresentada a secção designada para o Ensaio Científico,
cuja incidência foi maioritariamente no corpo docente e na sua perceção e
opinião sobre o Ensino Profissional. Acrescido ao processo de elaboração do
questionário, ou seja, do método usado para abordar e questionar os docentes
e da análise dos dados obtidos, é também abordado o Ensino Profissional, o
seu significado e as suas normativas a nível nacional. O Relatório dá-se por
terminado com umas breves considerações finais.
2
3
2 Enquadramento Pessoal
2.1 A minha história
É indispensável conhecermo-nos a nós próprios; mesmo se isso não bastasse
para encontrarmos a verdade, seria útil, ao menos para regularmos a vida, e
nada há de mais justo.
(Blaise Pascal)
Existe um mundo dentro de cada pessoa. E só após conhecer este mundo é
que a pessoa conseguirá conhecer corretamente o mundo exterior. Portanto, o
primeiro passo lógico será dar a conhecer o meu mundo.
Olá, eu sou o João, 30 anos feitos a 25 de Junho, natural do Bonfim, Porto,
mas residente à 29 anos na Maia, mais especificamente em Águas Santas.
Educado com valores muito firmes de respeito, humildade, perseverança,
partilha, resiliência e superação, sempre foi objetivo dos meus pais fazer com
que o preconceito do “filho único” não se aplicasse no meu caso. E, além dos já
referidos, um dos valores que eles me incutiram que maior significado dei foi o
de atribuir sempre mais valor ao que é imaterial em vez do que é material.
Assim sendo, possuo da vida uma visão muito simplista.
Falar do “meu mundo” e não falar do desporto e/ou da atividade física é
impossível, dado que estes tópicos fazem parte formalmente da minha vida
desde os 4 anos, quando comecei a praticar natação. Na altura, não tinha
consciência, porém agora sou muito grato aos meus pais por terem tomado tal
decisão dado que é uma das minhas grandes paixões: a água. E o facto de
conjugar o meio aquático com o exercício físico foi a melhor forma de viver a
minha vida visto que, sempre que sinto água no meu corpo, sinto-me em
“casa”.
A paixão por exercício físico no meio aquático evoluiu para gosto pelo desporto
e pela atividade física em geral ao iniciar o meu percurso como estudante e ser
4
confrontado com profissionais docentes de Educação Física, sendo a primeira
grande influência o meu docente de Educação Física do 6º ano, com a sua
exigência e precisão no ensino, bem como o vasto conhecimento e motivação
demonstradas e transmitidas aos alunos em todos os conteúdos lecionados.
No meu 9º ano de escolaridade, o gosto pelo desporto e pela atividade física
evoluiu novamente para o objetivo de formar carreira na área de Educação
Física, com a transição eminente do Ensino Básico para o Ensino Secundário e
com a possibilidade de escolha entre um Ensino Secundário com um currículo
dito regular, e a ingressão num Curso Tecnológico. E assim se tornou óbvia
para mim a escolha do que mais se aproximava da área que gostaria de
trabalhar: um Curso Tecnológico em Desporto.
Uma vez este objetivo bem definido na minha mente, todas as aulas, atividades
extracurriculares, cursos, empregos, treinos e todas as minhas experiências
empíricas contribuíram para a aprendizagem de como ser um bom profissional,
um bom profissional de exercício e atividade física e de como ser um bom
docente de Educação Física. E a melhor parte desta aprendizagem, é que
ainda decorre e decorrerá para o resto da vida, pois, a meu ver, existe
aprendizagem, seja de que forma for, no decorrer de toda a vida, sendo que
esta máxima se aplica a todos. Esta vertente profissional, alia-se
completamente à vertente pessoal pois, em termos de aprendizagem, existiu
sempre uma evolução e um ensino pessoal com cada aprendizagem
profissional, que me construiu, reconstruiu e/ou me modificou como pessoa.
2.2 A minha vida: Percurso desportivo e profissional
Focando-me, agora, na vertente desportiva do percurso da minha vida, e
também na vertente profissional, abordá-las-ei de forma a descrever como
ambas se interligaram, e a justificação de como estas me trouxeram até à
atualidade.
Tal como mencionado no capítulo anterior, o exercício físico foi adicionado à
minha vida aos 4 anos, quando os meus pais me inscreveram numa turma de
5
natação, nas antigas instalações do Clube Fluvial Portuense, através do que
posso assumir que foi um protocolo com o infantário que frequentava na altura.
Aos 8 anos, após uma transição de instalações para as Piscinas Municipais de
Águas Santas, inauguradas no ano de 1997, dei continuidade à aprendizagem
e aperfeiçoamento de Natação durante mais 19 anos.
As únicas duas interrupções durante esse período de tempo foram: a 1ª,
durante um período de 2 anos, onde, na tentativa de experienciar novos
desportos, ingressei no Andebol, no clube Associação Atlética de Águas
Santas; e, a 2ª interrupção, deu-se devido a uma lesão que necessitou de uma
intervenção cirúrgica.
O tópico da vertente desportiva que me traz à atualidade, foi o facto de ter
ingressado num desporto adaptado, o Goalball, devido à possibilidade de
pessoas sem deficiência poderem participar e jogar em conjunto com os atletas
com deficiência visual. Sou exposto a esta modalidade desportiva durante o
meu Ensino Secundário, através de um colega de turma, que me mostrou, o
que apenas entendi mais tarde, ser a 2ª modalidade de eleição para mim. E a
modalidade desportiva que me traz até à atualidade, pois me fez viver
inúmeras experiências, de variados pontos de vista, iniciando como atleta,
sofrendo a lesão durante um treino de Goalball, recuperando desta enquanto
exercia funções de arbitragem, levando-me à minha função atual de treinador,
tanto de um clube como da Seleção Nacional Portuguesa.
Abordando agora a vertente profissional, justificarei a interligação existente
desta com a vertente desportiva.
Todo o meu ensino, quer Básico, quer Secundário sucedeu em escolas no
centro do Porto, nomeadamente na Escola nº1 do Bonfim, na Escola Básica
2,3 Pires de Lima, e na Escola Secundária com 3º Ciclo Alexandre Herculano.
Sendo durante o período de ingresso no Ensino Secundário, a descoberta do
Goalball deu-se exatamente no mesmo local, pois os treinos da minha primeira
equipa, o Académico Futebol Clube, aconteciam no pavilhão da escola que eu
frequentava.
6
No decorrer do Ensino Secundário, surgiram também situações profissionais
tais como empregos sazonais a que me candidatei que me permitiram lidar
diretamente com infantários, especificamente no auxílio a educadoras de
infância na elaboração dos campos de férias para crianças entre os 2 e os 5
anos.
Desde esta época temporal até à atualidade que a minha situação profissional
envolveu maioritariamente trabalhar com populações especiais, desde crianças
de tenra idade, a idosos, e também com pessoas com deficiência. Entre
lecionar natação, atividades aquáticas, atividade física, exercício físico e dar
treinos, foram esporádicos os casos em que trabalhei com alunos/atletas que
não pertencessem a uma das populações especiais supra mencionadas.
No entretanto da situação profissional acima mencionada, a minha formação
académica transitava para o Ensino Superior, iniciando com o curso de
Educação Física e Desporto no Instituto Superior da Maia, reforçando com uma
breve pós-graduação, no mesmo instituto, acerca do Ensino da Educação
Física, regressando à atualidade, com o mestrado de Ensino da Educação
Física nos Ensinos Básico e Secundário na Faculdade de Desporto da
Universidade do Porto.
Através desta retrospetiva, fica demonstrado que desde bem cedo na minha
vida que foi criada uma ligação com o desporto e a atividade física, ligação que
mais tarde foi minha escolha fortalecer, e enveredar como profissão.
2.3 Expetativas
As expectativas com que iniciei este Estágio Profissional (EP) basearam-se na
passagem eficaz da teoria para a prática de todo o conteúdo aprendido como
aluno sobre como ser professor, e a potencialidade de finalmente iniciar o
Processo de Ensino-Aprendizagem (PEA) como esse mesmo professor que
efetua e otimiza a transmissão de conhecimentos, em vez de apenas os estar a
receber. As expetativas eram, portanto, altas, não só para a minha própria
progressão pessoal e profissional, como também para a realidade onde iria ser
7
inserido. No entanto, apesar de encarar esta nova realidade como um desafio,
não conseguia evitar ter um pouco de ansiedade no que tocava ao decorrer do
ano letivo, principalmente no tópico da elaboração do estudo científico.
Tinha, portanto, expectativas relativamente ao meu núcleo de estágio, à minha
Professora Cooperante e à minha Professora Orientadora, de aprendizagem
com as suas experiências, tanto aquelas dentro do PEA, como empíricas, de
auxílio na transposição de todo ensino teórico que obtive como aluno para a
realidade prática do EP, otimizando, no caso do núcleo de estágio, a
colaboração e a cooperação, e fortificando a comunicação e o trabalho de
equipa, mantendo também a expetativa, relativamente às minhas docentes, de
auxílio na elaboração do estudo científico.
Da comunidade escolar inserida na realidade do EP, expectava uma receção
aberta, comunicativa, auxiliante e amistosa, facilitadora da integração na
realidade escolar, bem como esperava dedicação, interesse, respeito e
confiança, especificamente dos meus alunos, por serem, a meu ver,
ingredientes necessários para criar um bom bolo de conhecimento necessário
para o seu futuro, e também para aprendizagens que possa obter com eles.
Após a realização e conclusão deste EP e mestrado, e dada a minha situação
atual e a situação atual da Educação Física (EF) nas escolas, possuo a
expectativa de ingressar numa escola como docente de EF. Tenho também
algo que é injusto denominar de expectativa, pois é uma função que já exerço,
sendo, assim, um objetivo a dar continuidade, que é providenciar a um nível
diário, o bem-estar físico, psicológico e mental do maior número de pessoas
que conseguir, através da transmissão da Atividade Física (AF), do Exercício
Físico e/ou do Desporto.
8
9
3 Enquadramento da Prática Profissional
3.1 A Educação Física na Atualidade
A realidade da Educação Física (EF) atualmente é demarcada como
controversa, por se encontrar no centro duma revalorização e de um
questionamento no panorama do ensino em Portugal. Tópicos de importância
acrescida que abrangem desde o número de horas de lecionação de EF por
semana até à questão da preponderância da nota qualitativa dos alunos na
média final do Ensino Secundário foram debatidos nos últimos anos, originando
em variadas modificações não positivas na EF, tal como aponta Bento (2012),
como sendo “situações ou ameaças de desvalorização do estatuto e do papel
da disciplina de EF e do Desporto Escolar”. Porém, tendo entrado em vigor no
passado ano letivo de 2018/2019, uma normativa que retoma o valor da EF ao
equivalente das restantes disciplinas, especificamente na preponderância na
média final do Ensino Secundário. Como aponta Matos (2014), em alguns
países, a EF como disciplina do currículo na escola está longe de ter um
estatuto semelhante ao das outras disciplinas, nomeadamente às disciplinas
que se orientam para a educação intelectual dos alunos. Ou seja, a EF na
escola está longe de ser vista pelo próprio sistema educativo como prioridade
ou como uma necessidade indispensável. No entanto, a reposição desta
normativa, ainda que constitua apenas uma modificação, representa o primeiro
passo para a Legitimação da EF, fator que tenciono contribuir, mantendo a
necessidade de reunir argumentos capazes de continuar a defender esta
disciplina, bem como acredito que os meus futuros colegas, os profissionais de
EF, possuam o intuito de fazer o mesmo.
A Educação Física (EF) atualmente representa um conjunto de fatores que
contribuem para o aluno como um todo. ”Na Educação Física (…) o corpo
excede o corpo físico objetivo, é uma corporalidade sentida e vivenciada, com
direito a subjetividades, com uma história constituída social e culturalmente”,
defende Paula Gomes (2004), anunciando que a EF deixou de ser a disciplina
que “educa o corpo”, ou que contribui para o desenvolvimento do físico,
passando a significar uma contribuição para o desenvolvimento da pessoa,
10
através da acentuação do desenvolvimento motor e a mobilização corporal. Os
fatores transmitidos pela EF são contributivos para o aluno não só a nível
físico, como também a nível psicológico, cognitivo, e, principalmente, a nível
socio-afetivo.
Através da prática desportiva, a EF tem como objetivo evoluir o aluno a vários
níveis, onde, sem descurar os objetivos desportivo-motores, são ensinados e
continuamente reforçados os valores necessários para, não só executar uma
AF ou uma atividade desportiva, mas também para promover uma interação
social eticamente correta e beneficiadora para o aluno como indivíduo. Valores
como esforço, empenho, superação, confronto, relação, cooperação, aceitação,
partilha, domínio, competição, entre outros, que estão intrinsecamente
associados ao desporto, são aplicáveis a variados fatores que permitem
otimizar a interação do indivíduo com a sociedade e consigo mesmo.
E é através do PEA que provém da EF que se aprende a viver, pois se aprende
a não desistir perante as dificuldades no domínio e no conhecimento de si e do
mundo circundante e em cooperação/confronto/competição com os outros.
No entanto, e ainda que na atualidade os programas de EF sejam motivo de
análise para acréscimo de horas de aula por semana, ainda há pouco tempo de
exposição, tanto no total de um ano letivo como em apenas uma aula, do aluno
com a EF, para serem abordadas exclusivamente questões de saúde, e, sendo
o objetivo prioritário aumentar o envolvimento das crianças/jovens nas
atividades desportivas, o fator da saúde é, por vezes, transmitido de uma forma
pobre.
Todos estes fatores influenciam o PEA da EF: sendo que uma aula da EF é
maioritariamente dada de uma forma diferente de todas as outras disciplinas
teóricas, ou seja, sendo uma aula em que os alunos estão em movimento, em
constante conjugação da AF com a atividade mental, ao inverso de estar
sentado numa secretária a aprender a matéria exposta pelo docente, já
influencia positivamente a preconceção do aluno em relação à EF. No entanto,
o foco nas atividades desportivas com uma quase “negligência” por outros
fatores que também representam a EF como, por exemplo, o fator da saúde,
11
numa sociedade cada vez mais consciente da saúde e do bem-estar, permite
que as conceções da EF não sejam otimizadas, afetando o PEA.
3.2 O Professor de Educação Física
O processo de os alunos experienciarem a EF da melhor forma e dela retirarem
o maior conhecimento possível está completamente dependente de um elo de
ligação extremamente importante: o professor de EF.
Segundo Graça (2014), qualquer candidato envolvido num programa de
formação inicial para docência transporta consigo um longo aprendizado de
observação de muitos professores, muitas turmas, muitas aulas, muitas
atividades e muitas decisões e atuações, umas bem conseguidas, outras
falhadas, umas justas, outras nem tanto. Toda essa experiência acumulada
proporciona-lhe uma sensação de grande familiaridade com o ensino. O
docente de EF é uma pessoa com ensino superior na área que, a dada altura,
esteve no mesmo lugar, e com as mesmas preconceções acerca da EF que os
alunos que agora ensina, ou seja, experienciou a EF de acordo com a sua
própria sensibilidade, compreensão e realidade de uma forma empírica. E,
excetuando a experiência empírica dos anos vividos a mais que os alunos, a
parte mais importante que o distingue como profissional de EF foi a exposição
lógica, com base em conhecimentos e razões de toda a aprendizagem que
obteve no ensino superior sobre a EF que lhe formou conceções para além das
preconceções já existentes nele.
Portanto, e com a conjugação das preconceções e das conceções pelo
professor de EF obtidas, é função e objetivo deste criar um PEA de modo a,
como elo de ligação entre a EF e os alunos, formar as crianças/jovens com
preconceções acerca da EF que os façam tornar o Desporto e a AF
indispensáveis e imprescindíveis na sua vida diária.
Porém, o início da aprendizagem profissional da docência é uma fase tão
importante quanto difícil na carreira de um professor (Queirós, 2014), pelo facto
de ser uma fase de transição entre toda a aprendizagem obtida como alunos
12
no ensino superior, e a aplicação em contexto escolar como estando “do outro
lado da moeda”, portanto, como docentes. Neste momento, o professor sente-
se como se de repente deixasse de ser estudante e sobre os seus ombros
caísse uma responsabilidade profissional, para a qual percebe não estar
preparado (Queirós, 2014).
E foi exatamente neste estado que me encontrei quando confrontado pela
realidade de estar numa comunidade escolar, não como aluno, mas sim, a
exercer as funções de um docente. Sentir a panóplia de funções a cumprir para
dignificar o nome da profissão, a atenção aos variados aspetos a ter em
consideração na lecionação de uma aula, a necessidade de marcar uma
posição, fosse em contexto de aula, fosse em contexto escolar, para com a
comunidade escolar e para com os alunos, originou com que percebesse que o
“ser professor” seria uma aprendizagem não apenas relativa àquele ano de
estágio que estava prestes a entrar, mas também relativa a todas situações
que envolvessem o PEA, fosse em contexto escolar ou fora dele, pois, a todos
os contextos, terá de haver uma adaptação à realidade do contexto.
Mas, como defende Graça (2014), cada profissional é chamado a empenhar-se
na construção da sua própria identidade profissional, e isso é sempre
fundamental, mas, por outro lado, nunca suficiente, na medida em que a
construção da identidade se revela como um processo equacionado a diversos
níveis da complexa trama da estrutura social em que se enreda a capacidade
de agência de cada sujeito. No caso do decorrido ano de estágio, além da
adaptação a tudo o que envolvesse o papel de docente no contexto escolar, foi
também necessária uma adaptação ao ensino profissional, um tipo de ensino
com o qual, como aluno de ensino superior de educação física, senti falta de
preparação de como exercer a docência.
13
3.3 A Escola como instituição
“Falar de educação é falar do processo que permite
transformações duradouras e significativas para o
desenvolvimento e formação do ser humano.
Falar de educação significa falar de intencionalidade, da
organização, das condições e circunstâncias, da qualidade e
quantidade das tarefas, do tempo e do espaço, da estrutura,
da sistemática do processo educativo.”
Zélia Matos (2014)
Sempre que se menciona a palavra “escola”, associa-se a algo como
educação. Porém, como supramencionado, educação significa algo mais do
que o apenas transmitido naquele local que chamamos de escola.
Mas, a definição de escola na atualidade começa a ficar cada vez mais
“desfocada” dado começar a dar abertura para novas designações e novos
conceitos para a definir. E, cada vez mais se está a apresentar uma transição
para um tipo de escola que é uma complementação da educação, portanto, um
local onde se obtém o significado de vida e de como aprender com ela, ao
inverso de algo predominante na história do ser humano cuja função é
introduzir dois conceitos diferentes: a aprendizagem teórica e a aprendizagem
prática com relação de respeito social entre professor e aluno.
Percebe-se, então, que existem variados tipos de educação com a qual
podemos aprender, alguns deles mesmo incluídos dentro do contexto de
escola. Seria muito injusto dizer que a criança/jovem não aprende nem a sua
educação é influenciada com a interação social dos seus pares aquando, por
exemplo, no recreio de uma escola no intervalo entre aulas. E, sendo fora do
contexto de aula, também não se pode dizer que seja uma “educação formal”,
confirmando então diferentes tipos de educação.
Podemos, então, entender educação em sentido lato e em
sentido restrito. Em sentido lato porque em algum momento
todos ensinam alguma coisa a alguém. Toda a vida educa.
14
Quando falamos de educação em sentido restrito, falamos: de
ação que decorre entre, pelo menos, duas pessoas (educador
e educando); entre educador e educando existe uma
diferença de competência (ultrapassar essa diferença); de
uma ação intencional por parte do educador; de uma ação
que vista sempre objetivos; de um acontecimento de
transmissão.
(Bento, 1995, cit. por Matos, 2014)
É através desta perspetiva que a escola faz parte essencial na vida de
qualquer um, por permitir um PEA com diversos tipos de educação, diversos
tipos de ensino e diversos tipos de aprendizagem que, cada vez mais, se tende
a heterogeneizar dado o aumento da abertura para pessoas de culturas
diferentes, etnias diferentes, níveis e capacidades de aprendizagem diferentes,
inclusivamente, pessoas com dificuldades extremas de aprendizagem e com
Necessidades Educativas Especiais (NEE). Pode falar-se, assim, na existência
de uma cultura própria, no âmbito da Escola e do Sistema Educativo, que
reflete todo um conjunto de práticas, valores e crenças, partilhados por todos
aqueles que interagem no seu âmbito (Carvalho, 2006).
Apesar do aumento da variedade de educação que se pode obter com maior
heterogeneidade no contexto escolar, e mesmo demonstrando que a escola
não serve apenas como estabelecimento de ensino, o próprio ensino não está
tão adaptado a esta heterogeneidade, guiando-se ainda por diretrizes de
programas nacionais homogéneas, e que demonstram maior preocupação pelo
grupo de alunos em vez do aluno como individual, mantendo um ensino similar
para todos, focalizando a atenção num “aluno médio”.
Como professor estagiário (PE), tive oportunidade de experienciar “em primeira
mão” alguns tipos do ensino que demonstram algumas adaptações a esta
crescente heterogeneidade cultural no contexto escolar, tais como o ensino
profissional e o ensino adaptado a pessoas com NEE. Ainda que, sem entrar
em grande pormenor acerca da Inclusão de alunos com NEE em turmas, notei
que, mesmo com a mencionada inclusão, e mesmo compreendendo a
diferença entre o ensino dito regular e o ensino profissional, presenciei um
15
ensino mais focado no grupo de alunos do que no indivíduo, por vários fatores
contribuintes para tal, tais como o tempo de exposição de aula versus a
quantidade de matéria a lecionar, a quantidade de alunos numa turma, tudo
isto fatores impeditivos do foco na aprendizagem individual de cada aluno.
Portanto, e ainda que normativas escolares como, por exemplo, o Projeto
Curricular de Turma, ou a determinação de funções e objetivos do Diretor de
turma/Conselho de Turma, promovam objetivos tais como, respetivamente,
reconstruir e apropriar um currículo face à situação real de cada turma, ou
assegurar a adequação do currículo às características específicas dos alunos
ao estabelecer prioridades, níveis de aprofundamento e sequências
adequadas, os fatores supramencionados dificultam o foco no PEA de um
aluno sem que, para isso, os restantes alunos da turma sejam prejudicados.
Na situação alternativa na qual fiz o meu EP, encontrei-me na maioria deste a
lecionar aulas teóricas, numa sala de aula, a turmas de cursos profissionais
(conceito que explicarei mais em pormenor no decorrer do Relatório de
Estágio), denotei que o acréscimo de dificuldade em evitar a homogeneização
da turma enquanto lecionava tornou-se uma tarefa bastante difícil de
concretizar. Uma situação como esta podia facilmente ser explicada e validada
com o facto de eu apenas ser PE, com “falta de estaleca” para lecionar
corretamente, no entanto, e na observação de outros docentes a lecionar,
reparei a mesma dificuldade em evitar a homogeneização, ainda que em muito
menor quantidade.
3.4 Caracterização da Escola
Em 1972 foi inaugurado o Liceu António Nobre, enquadrado na reforma de
Veiga Simão, para servir toda a vasta zona da freguesia de Paranhos e outras
freguesias limítrofes situadas a Norte da Circunvalação.
A democraticidade do ensino ensaiava então os primeiros passos, antes da
transformação política iniciada em Abril de 1974.
16
A designação inicial, Liceu António Nobre, correspondia a um claro objetivo de
preparação dos alunos para o acesso ao Ensino Superior.
A partir de 1979, passou a designar‐se de Escola Secundária António Nobre
(ESAN) e posteriormente de Escola Secundária com 3º Ciclo António Nobre.
No decurso de dois processos de agregação/fusão de estabelecimentos de
ensino, o primeiro em Agosto de 2010 e o segundo em Julho de 2012, passou
a ser Escola Sede do atual Agrupamento de Escolas de António Nobre. Além
da Escola Sede, o Agrupamento de Escolas é constituído por mais seis escolas
– Escola Básica das Antas (JI/1ºCEB), Escola Básica 2,3 da Areosa, Escola
Básica de Montebello (JI/1ºCEB), Escola Básica Monte Aventino (JI/1ºCEB),
Escola Básica 2,3 Nicolau Nasoni e Escola Básica de S. João de Deus
(JI/1ºCEB).
As datas marcantes da história da Escola têm sido devidamente assinaladas.
Em 1992, as comemorações simultâneas dos 20 anos da fundação da ESAN e
do 1º Centenário da publicação do “Só”, assumiram especial relevo, com o
lançamento de uma edição comemorativa do livro de António Nobre e de uma
medalha.
Inspirada no verso “Semeando Estrelas e Plantando Luas” de um dos poemas
de António Nobre e lema da escola, foi executada uma Tapeçaria com “cartão”
da autoria do Prof Américo Moura. Atendendo à originalidade do seu design,
pormenores desta tapeçaria têm sido utilizados como “marca” da Escola ao
longo destes últimos 4 anos.
Em 1997, os 25 anos da Escola foram também assinalados com atividades
culturais diversas.
Concebida segundo uma filosofia de “escola aberta”, inovadora na época, a
ESAN é composta por quatro blocos, ligados por alpendres que permitem um
permanente contacto com o exterior. O bloco central é constituído por todos os
serviços administrativos, órgãos de gestão e serviços académicos,
nomeadamente, secretaria, direção, sala de Atendimento de Encarregados de
Educação, reprografia/papelaria, biblioteca/centro de recursos, o bufete e a
17
cantina. Possui também um espaço comum e amplo, o Polivalente, local
destinado à organização de diversos eventos e zona onde usualmente os
alunos convivem. Os restantes três blocos, todos eles providos de dois pisos,
designam-se de Bloco A, Bloco B e Bloco C, em que este último é dividido em
Bloco C1 e Bloco C2. São maioritariamente constituídos de salas de aula
regulares. Possuem também salas de aula específicas para a lecionação de
certas disciplinas, sendo algumas dessas salas laboratórios de ciências, física
ou química, salas de informática, de Educação Visual e de Educação
Tecnológica, salas de professores, Auditório, entre outras. Na constituição das
instalações da Escola existem também espaços desportivos, nomeadamente,
um pavilhão gimnodesportivo e três campos de jogos no exterior.
A variedade dos tipos de ensino fornecida pelas várias Escolas do
Agrupamento, portanto, o ensino básico, secundário, com ensino dito regular e
profissional, traz às suas instalações uma população estudantil heterogénea,
residente quer na freguesia de Paranhos e Campanhã, quer nas freguesias e
concelhos limítrofes. Fruto da parceria com o Futebol Clube do Porto, as
Escolas recebem ainda alunos de diferentes partes do país e até do mundo.
Esta diversidade transforma-a num espaço multicultural, permitindo a toda a
comunidade educativa o contacto com diferentes realidades e promovendo o
espírito de Escola Inclusiva.
3.4.1 Dados da Turma Residente
No PEA, toda a informação acerca dos alunos é relevante e importante, pois é
um contributo de grande magnitude que nos permite adequar não só a
transmissão de conhecimentos como também a abordagem aos alunos de
modo a otimizar a sua aprendizagem.
A caracterização da minha turma residente na duração do EP, o 12º AI, foi
obtida através de fichas de identificação (Anexo I), com base nos dados que os
alunos nos facultaram no seu preenchimento. Estas fichas foram elaboradas
pelo núcleo de Estágio de Educação Física da FADEUP.
18
A turma do 12º AI é constituída por 13 alunos, 9 das quais são do sexo
feminino e 4 do sexo masculino. Têm idades compreendidas entre os 17 e os
21 anos no início do ano letivo de 2017/2018, originando numa média de idade
de 19,38 anos. Com maior especificidade, apenas 3 alunos marcam a diferença
de idades concentrada nos 19 e 20 anos, sendo que cada aluno tem, 17, 18 e
21 anos. Dos restantes 10 alunos, 4 têm 19 anos e 6 alunos têm 20 anos.
Como verificado pela média apresentada, apenas um aluno se encontra na
idade regular para o 12º ano, sendo os restantes 12 alunos repetentes.
O facto de ser uma turma maioritariamente composta por elementos do sexo
feminino, algumas delas com peso acima de média e/ou com indícios de
obesidade, bem como com 3 alunas com NEE, surge uma ideia pré-concebida
que os níveis de predisposição para a prática da atividade física são mais
baixos, o que poderá requisitar trabalho extra na elaboração das aulas, bem
como uma abordagem mais adequada e motivadora nas aulas.
Seguidamente, apresento os dados dos alunos obtidos através das fichas de
identificação, onde constam os seguintes parâmetros:
Dados pessoais
Dados Antropométricos, Saúde e Estilo de Vida
Historial de Educação Física
Expetativas
Situação Desportiva e Ocupação Desportiva dos tempos livres
3.4.1.1 Dados pessoais
Identificação e Morada dos alunos
Através do Quadro 1 podemos analisar que todos os alunos residem dentro do
Distrito do Porto, especificamente em zonas como Campanhã, Paranhos, Gaia,
Penafiel.
19
Quadro 1 - Nome e Morada de residência dos alunos
Nº Nome Morada
1 --------------- Paranhos
2 --------------- Porto
3 --------------- Penafiel
4 --------------- Porto
5 --------------- Porto
6 --------------- Porto
7 --------------- Campanhã
8 --------------- Gaia
9 --------------- Paranhos
10 --------------- Bonfim
11 --------------- Paranhos
12 --------------- Porto
13 --------------- Gaia
Sexo
A Figura 1 apresenta percentualmente a constituição da minha turma residente,
um aspeto relevante para o PEA, pois influencia a forma como o exerço.
Figura 1 - Distribuição do sexo dos alunos
Idades
O Quadro 2 apresenta as idades dos respetivos alunos, bem como a sua data
de nascimento. A Figura 2 representa as mesmas idades, em valores
69%
31%
Sexo
Masculino
Feminino
20
percentuais, sendo que três valores serão iguais por representarem apenas um
aluno cada. A maioria percentual pertence então a alunos que se encontram
entre os 20 anos (46%) e os 19 anos (31%). Este fator é necessário, pois
auxilia na elaboração das aulas, para que sejam mais adequadas aos alunos, e
auxilia uma preparação prévia para a possibilidade de existirem conflitos devido
à diferença de idades e maturidades dos alunos.
Através destes dados podemos concluir que a média da turma centra-se nos
19,38 anos, uma média bem acima do valor considerado normal para a média
de idades de alunos a frequentar o 12º ano, portanto, média de 17 anos.
Quadro 2 - Idade e data de nascimento dos alunos
Nome Idade Data de Nascimento
20 21/05/1997
19 19/02/1998
19 18/11/1998
20 18/02/1997
20 27/04/1997
17 20/12/2000
20 23/04/1997
20 11/03/1997
20 25/10/1997
19 29/08/1998
19 19/07/1998
21 04/04/1996
18 18/01/1999
Figura 2 - Distribuição percentual da idade dos alunos
7% 8%
31% 46%
8%
Idade
17 anos
18 anos
19 anos
20 anos
21 anos
21
3.4.1.2 Dados Antropométricos, Saúde e Estilo de Vida
Neste subtópico são apresentados dados que demonstram as rotinas de vida
dos alunos, bem como algumas das suas medidas corporais. São
apresentados dados relativos a:
Peso
Altura
Pé dominante
Mão Dominante
Visão
Audição
Horas de sono
Alimentação
Lesões Desportivas e Intervenções Cirúrgicas
Peso
Esta secção de dados encontra-se incompleta devido à falta de resposta de
certos questionários, todos eles de alunas. Tal como supra mencionado,
algumas alunas apresentam pesos acima da média e/ou indícios de obesidade,
pelo que é possível ser um motivo de constrangimento para estas divulgar o
seu peso corporal. Dos dados obtidos, tal como demonstrado no Quadro 3,
mostra que o peso corporal dos alunos se encontra entre os 52kg e os 75kg,
abrangendo assim quatro intervalos de peso, encontrando-se a maioria dos
alunos que forneceram dados no intervalo entre 50kg e 60kg.
Quadro 3 - Distribuição do peso dos alunos
Peso (kg) 50-60 61-71 72-82
Nº de alunos 4 2 2
22
Altura
Pode-se observar no Quadro 4 e na Figura 3 que a altura dos alunos se
encontra entre o 1,55m e o 1,82m, encontrando-se assim divididos por três
intervalos de altura. A maioria dos alunos (62%) no intervalo de altura entre
1,61m e 1,71m, seguido pelo intervalo entre 1,50m e 1,60m, com 23% dos
alunos, e terminando com apenas dois alunos (15%) no intervalo entre 1,72 e
1,82m.
Quadro 4 - Distribuição da altura dos alunos
Altura (m) 1,50-1,60 1,61-1,71 1,72-1,82
Nº de alunos 3 8 2
Figura 3 - Distribuição percentual da altura dos alunos
Pé dominante
O quadro 5 demonstra qual o membro inferior preferido na prática da EF, um
dado bastante relevante a observar por demonstrar a lateralidade mais
proficiente dos alunos. Com os dados conclui-se que a totalidade dos alunos
usa o pé direito como preferido.
23%
62%
15%
Altura
1,50-1,60
1,61-1,71
1,72-1,82
23
Quadro 5 - Pé dominante dos alunos
Pé Preferido Pé direito Pé Esquerdo
Nº de alunos 13 0
Mão dominante
Com igual relevância ao supra mencionado, no Quadro 6 estão apresentados
os dados que demonstram que a totalidade da turma tem proficiência no
membro superior direito.
Quadro 6 - Mão dominante dos alunos
Mão preferida Mão direita Mão Esquerda
Nº de alunos 13 0
Visão
Com a noção da existência de alunos com NEE nesta turma, questões acerca
de limitações corporais foram colocadas na ficha de identificação. Na Figura 4
são apresentados os dados acerca da visão dos alunos, onde se conclui que
apenas duas alunas têm dificuldades visuais (15%), e os restantes nove alunos
possuem boa visão (85%).
24
Figura 4 - Distribuição percentual do grau de visão dos alunos
Audição
Como supra mencionado no tópico anterior, questões acerca de limitações
corporais foram colocadas na ficha de identificação, dado a noção de
existência de alunos com NEE nesta turma. A figura 5 revela dados acerca da
audição dos alunos, onde mostra que duas alunas (15%) não só têm
dificuldades auditivas com têm deficiência auditiva, concluindo-se que precisam
de NEE. Os restantes onze alunos, não possuem qualquer
dificuldade/deficiência auditiva.
Figura 5 - Distribuição percentual da condição auditiva dos alunos
Horas de sono
85%
15%
Visão
Dificuldades visuais
Boa visão
85%
15%
Audição
Boa audição
Deficiência Auditiva
25
O Quadro 7 representa o número de horas que os alunos geralmente dormem
por dia, em que os dados obtidos demonstram que a maioria dos alunos (7)
dorme 8 horas por dia. Na figura 6, a análise percentual do número de horas
revela que um aluno (8%) dorme 6 horas por dia, três alunos dormem 7 horas
por dia (23%) e dois alunos dormem 9 horas por dia (15%)
Quadro 7 - Horas de sono dos alunos
Horas de Sono 6 Horas 7 Horas 8 Horas 9 Horas
Nº de alunos 1 3 7 2
Figura 6 - Distribuição percentual das horas de sono dos alunos
Alimentação
No Quadro 8 e na Figura 7 são apresentadas o número de refeições que os
alunos fazem. Surge novamente um dado que se salienta acima dos restantes,
que anuncia que oito alunos (57%) fazem 4 refeições por dia. Os restantes
alunos alimentam-se com maior frequência, fazendo quatro alunos 5 refeições
por dia (36%) e um aluno 6 refeições por dia (7%).
8%
23%
54%
15%
Horas de Sono
6 horas
7 horas
8 horas
9 horas
26
Quadro 8 - Nº de Refeições diárias dos alunos
Nº de Refeições 4 Refeições 5 Refeições 6 Refeições
Nº de alunos 8 5 1
Figura 7 - Distribuição percentual do nº de refeições diárias dos alunos
Lesões Desportivas e Intervenções Cirúrgicas
No Quadro 9 estão representados os dados relativos à pergunta “Já tiveste
alguma lesão?”, inserida na ficha de identificação do aluno, que revelam
resposta positiva de dois alunos, que já sofreram algum tipo de lesão corporal
desportiva, e os restantes alunos (11) estão desprovidos de lesões.
Quadro 9 - Lesões desportivas dos alunos
Lesões Desportivas Sim Não
Nº de alunos 2 11
Os dados do Quadro 10 anunciam as intervenções cirúrgicas dos alunos. A
maioria reside nos alunos que não executaram nenhuma intervenção cirúrgica
(8), sendo que os restantes alunos (5) já foram submetidos a intervenção/ões
cirúrgica/s.
57% 36%
7%
Nº de Refeições Diárias
4 Refeições
5 Refeições
6 Refeições
27
Quadro 10 - Intervenções cirúrgicas dos alunos
Intervenções Cirúrgicas Sim Não
Nº de alunos 5 8
3.4.1.3 Historial de Educação Física
Dados referentes ao historial de EF, nomeadamente à classificação obtida no
ano letivo anterior de cada aluno são expostos na seguinte Figura 8.
Determina-se a partir dos dados que nem todos os alunos responderam, por
falta de memória do valor obtido no ano anterior. Da análise feita aos restantes
dados, conclui-se que todas as classificações se situaram acima dos 14
valores, portanto existindo três alunos com 15 valores (23%), um aluno com 16
valores (8%), três alunos com 17 valores (23%) e um aluno sobressaindo-se
com 19 valores (8%).
Figura 8 - Distribuição percentual do Historial de EF dos alunos
23%
8%
23% 8%
38%
Classificações de EF do ano letivo anterior
15 Valores
16 Valores
17 Valores
19 Valores
N/R
28
3.4.1.4 Expetativas
No seguinte tópico, são apresentadas as expetativas que os alunos tiveram
para a disciplina que iriam ter comigo, a disciplina de Expressão Corporal,
Dramática e Musical. O Quadro 11 mostra as variadas expetativas que os
alunos demonstraram, algumas delas sendo resposta coincidente com os
restantes colegas de turma. A maior expetativa dos alunos para esta disciplina
(11) era que proporcionasse divertimento.
Quadro 11 - Expetativas para a Disciplina
Expetativas para a Disciplina Nº de alunos
Melhorar o aspeto físico 3
Melhoria das técnicas desportivas 3
Aumentar o espírito de grupo 3
Conhecer novas modalidades 2
Divertimento 11
Descarregar energias 7
Melhoria de saúde 3
A Figura 9 apresenta um gráfico com os valores percentuais das expetativas
dos alunos para a disciplina que iriam ter comigo. Os dados revelam que os
alunos valorizam e expectam mais o “Divertimento” (34%) e a possibilidade de
poderem “Descarregar energias” (22%) dentro de aula.
29
Figura 9 - Distribuição percentual das expetativas dos alunos
3.4.1.5 Situação Desportiva e Ocupação Desportiva dos tempos livres
Este tópico aborda o envolvimento que os alunos têm no Desporto, analisando
se praticam algum desporto extracurricular, qual o seu desporto favorito e qual
a prática de exercício físico nos tempos livres.
No Quadro 12, é feita a análise da prática desportiva que os alunos têm fora do
contexto escolar. Os dados mostram que apenas três alunos praticam uma
modalidade desportiva.
Quadro 12 - Prática de modalidades desportivas fora do contexto escolar
Prática de Desporto Sim Não
Nº de alunos 3 10
No quadro 13, os dados são aprofundados sobre os alunos que praticam, e
observa-se que dois praticam futebol, e um a arte marcial de Jiu-jitsu. Os dados
revelam também que a quantidade de treinos que têm por semana se encontra
entre os 4 e os 5 treinos por semana, com durações compreendidas entre 1h30
e 2h30.
10%
10%
9%
6%
34%
22%
9%
Expetativas para a Disciplina
"Melhorar o espeto físico"
"Melhoria das técnicas desportivas"
"Aumentar do espírito de grupo"
"Conhecer novas modalidades"
"Divertimento"
30
Quadro 13 - Detalhes das modalidades desportivas praticadas pelos alunos
Aluno A Aluno B Aluno C
Modalidade Desportiva Futebol Jiu-jitsu Futebol
Nº de treinos p/ semana 4 4 5
Duração do treino 2h 2h30 1h30
Os dados apresentados na Figura 10 são referentes à modalidade desportiva
preferida de cada aluno. Da análise dos dados conclui-se haver uma
proeminência para Badminton e Dança serem as modalidades preferidas desta
turma, ambas a corresponderem a 31%. Outra modalidade preferida é o
Futebol (23%), e as restantes modalidades desportivas mencionadas foram o
Basquetebol (8%) e o Andebol (7%).
Figura 10 - Distribuição percentual das modalidades desportivas preferidas dos alunos
No Quadro 14 são apresentados os dados referentes ao número de alunos que
executam exercício físico nos tempos livres, em que nove dos alunos
respondem positivamente, enquanto os restantes quatro alunos não praticam
qualquer tipo de exercício físico.
Quadro 14 - Exercício Físico nos tempos livres
Prática de Exercício Físico nos tempos livres Sim Não
7%
31%
8%
31%
23%
Desporto Favorito
Andebol
Badminton
Basquetebol
Dança
Futebol
31
Nº de alunos 9 4
Os dados recolhidos foram determinantes relativamente à adaptação do PEA
que tive para com os alunos para que estes conseguissem obter o maior
conhecimento possível do processo.
Tiveram maior relevância e necessidade de adaptação os dados recolhidos
acerca da antropometria, saúde e estilo de vida dos alunos, bem como os
dados da situação desportiva e ocupação desportiva nos tempos livres. Através
destes dados, consegui perceber que era uma turma maioritariamente
composta por alunos sedentários, alguns deles com problemas de sobrepeso,
sendo que apenas três alunos praticavam desporto fora do contexto escolar. A
recolha de dados acerca da audição e visão dos alunos permitiu-me perceber
que era também uma turma composta por jovens adultos com NEE, sendo que
duas alunas, demonstraram ter deficiência auditiva grave o suficiente para
necessitarem de um aparelho auditivo, e mais duas alunas demonstraram ter
dificuldades visuais, necessitando o uso de óculos.
32
33
4 Estágio Profissional: A Prática Profissional
4.1 Organização e gestão do ensino e da aprendizagem
É na explicação do decorrer do EP, do seu enquadramento, da sua prática, do
seu planeamento, e na sua execução que me parece mais adequado apontar
que nós, estudantes estagiários que constituíram o núcleo de estágio a exercer
como professores estagiários na ESAN, deparamo-nos com um desafio extra,
aparte do desafio primário que era o EP. Foi-nos dito pela nossa Professora
Cooperante que iríamos lecionar a turmas do ensino profissional, e, a maioria
dessas aulas seriam em contexto de sala de aula, com exposição teórica de
matéria.
Após o espanto com que recebemos aquela informação, percebemos que
teríamos pela frente um desafio bem mais exigente do que a nossa
expectativa, e, inclusivamente, do que a nossa formação, pelo facto de, apesar
de termos sido providenciados com o conhecimento teórico acerca dos cursos
profissionais, esse conhecimento não era aprofundado, nem tinha sido parte da
nossa formação lecionar, maioritariamente num ano letivo, aulas teóricas e/ou
disciplinas variadas para além da EF, tais como Expressão Corporal, Dramática
e Musical (ECDM), ou Gestão de Instalações Desportivas (GID).
“O que fazer com isto?”. Admito que foi o meu primeiro pensamento após ter
aceite o desafio pois, mesmo gostando de um bom desafio onde trabalhar, este
estava-se a mostrar um grande, grande desafio. Mas, de alguma forma, teria
que perceber como o enfrentar, e assim começou o processo de reunião de
informação acerca dos cursos profissionais para que, quando começassem as
aulas, houvesse uma preparação, ainda que mínima, para o fazer.
Entendem-se, então, por cursos profissionais, cursos de três anos letivos, ao
qual têm acesso os jovens que concluíram o 9º ano de escolaridade ou
equivalente, conferindo a sua conclusão um diploma de dupla certificação, 12º
ano de escolaridade e uma qualificação profissional de nível 4, permitindo
também o prosseguimento de estudos no ensino superior, através da
realização de exames de acesso (Azevedo, 2008). O mesmo autor demonstra
34
também que, com este formato de ensino “pretendia-se envolver os parceiros
sociais, assegurando uma forte ligação aos tecidos económico, social e
cultural, na qualificação de técnicos intermédios, promovendo uma estreita
ligação com o mundo do trabalho, facilitadora da integração profissional dos
jovens diplomados”.
4.1.1 Planeamento: A preparação inicial
“Em quase todas as obras de didática é realçada a
importância da análise a avaliação (…) a planificação e a
realização do ensino, (…) são apresentadas como tarefas
centrais de cada professor.”
Bento, 2003
Uma vez obtida a informação que iríamos lecionar, não só aulas a alunos de
cursos profissionais, mas também, que a maioria das aulas a lecionar seriam
teóricas, iniciou-se o processo de planeamento e a organização de todas as
funções, tarefas e objetivos a executar porque, tal como Bento (2003) refere, a
teoria do planeamento de processos de ensino e aprendizagem é parte
integrante da teoria do ensino. Assim sendo, e para benefício de um PEA bem
estruturado, organizado, com objetivos e finalidades, elaborei um conjunto de
documentos teóricos, estratégias de ensino e formas de exposição de matéria
que otimizasse o PEA, orientando os alunos para que, nos momentos de
avaliação, eles consigam executar as tarefas e cumprir com os objetivos
definidos.
Tudo o pertencente ao planeamento que foi elaborado, foi dividido em dois
subtópicos pois foi necessário planificar para aulas teóricas e para aulas
práticas. Para as aulas práticas, foi necessário adequar o planeamento ao
programa de atividades anual já definido para o curso profissional, que, mais
tarde, se tornou a minha turma residente, portanto o 12º ano do curso
profissional Apoio à Infância, que tem como objetivo principal formar os alunos
para que estes se tornem técnicos assistentes de educador de infância. Para
35
as aulas teóricas, a abordagem mais complexa, seria feita em conjunto com os
meus colegas professores estagiários do núcleo de estágio, pois foi sugestão
da Professora Cooperante dividir a lecionação da matéria, não pelas turmas,
mas sim pelos módulos, portanto, pelas unidades temáticas a abordar em
diferentes turmas do Curso Profissional de Gestão Desportiva.
Esta planificação teria de ser adequada não só à diferente realização de ambos
os planeamentos, como também à diferente percentagem de parâmetros de
avaliação, tópico no qual aprofundarei em tópicos seguintes.
Seguidamente, e não menos importante, surgiu o pensamento do público-alvo
ao qual iriamos lecionar no decorrer de um ano letivo. No meu caso, possuía
duas realidades diferentes, especificamente, a realidade para as aulas práticas,
e a realidade para as aulas teóricas. A realidade para as aulas práticas, tal
como mencionado anteriormente, seria feita com a minha turma residente. E
através da análise aos dados da turma residente, também supramencionados,
conclui-se que os alunos a quem iria lecionar eram quase todos adultos,
maiores de idade, ou seja, com percentagens de reprovações em anos
anteriores, e cuja rotina diária consistia em hábitos maioritariamente
sedentários, pois, apenas três dos alunos praticavam desporto e/ou exercício
físico fora do contexto escolar. Na segunda realidade, a das aulas teóricas, as
turmas seriam constituídas por alunos que, em oposição à realidade anterior, a
maioria praticava desporto e/ou exercício físico fora do contexto escolar e,
sendo de anos escolares mais novos, portanto, 10º e 11º, as turmas eram
constituídas por jovens adultos.
Com esta informação em mente, eu teria então de cativar os alunos através
das aulas cujas realidades fariam as minhas intenções “contraditórias”, ou seja,
numa realidade maioritariamente marcada pelo sedentarismo e falta de
vontade de modificar tal facto, eu teria de promover intenções e ações práticas,
não só de desporto e exercício físico dentro de aula como também fora, e
numa realidade notoriamente adepta do desporto e exercício físico, eu teria de
promover a aprendizagem, a concentração, o interesse, entre outros, na
quietude de uma sala de aula.
36
4.1.1.1 Planeamento Anual
Tal como supramencionado, a lecionação das nossas aulas como professores
estagiários seria dividida, primeiro, pela vertente prática e pela vertente teórica,
e segundo, especificamente na vertente teórica, seria dividida por diferentes
módulos a abordar a mais do que uma turma de anos de escolaridade
diferentes, ainda que, coincidentemente, do mesmo curso profissional (Curso
Profissional de Gestão Desportiva).
Porém, o planeamento anual não foi criado por nós, apenas herdado, pois já
havia sido “pré-definido”, e apenas seria necessário uma adequação a este.
Foi organizado um calendário escolar para todos os professores estagiários
para ficar percetível quem lecionaria qual matéria, e o módulo onde iriamos
lecionar essa matéria, quando iniciaria, quando terminaria, e quando iniciaria o
módulo seguinte de modo a seguir um encadeamento contínuo.
A partir desta organização, e sempre em conjunto com a Professora
Cooperante, foram estabelecidos os métodos de exposição da matéria, de
acordo com os objetivos a cumprir de cada curso profissional, os objetivos de
cada módulo a ser abordado, tendo sempre em conta a forma e a percentagem
de como os alunos seriam avaliados.
Com a atribuição das turmas residentes, os módulos, termo que explicarei mais
pormenorizadamente no subtópico seguinte, mas que resumidamente, se
assemelham a unidades didáticas, separando os diferentes tipos de matéria a
abordar na duração do ano letivo, foram atribuídos separadamente pela
Professora Cooperante para cada PE pôr em prática. Em cada módulo, foi-nos
esclarecido que o tipo de avaliação a ser usado seria maioritariamente
avaliação contínua, da prestação aula-a-aula dos alunos, bem como a sua
evolução ao longo do PEA e atribuição de trabalhos teóricos (como, por
exemplo, execução de um relatório de aula) na eventualidade de o aluno ter
motivos para não praticar a aula, terminando numa avaliação sumativa, de
reunião de todos parâmetros do PEA e de todas as aprendizagens obtidas
37
pelos alunos e análise da sua prestação na procura de uma evolução desde o
início do PEA.
Na vertente teórica, portanto, nas restantes turmas, os módulos “pré-definidos”
foram atribuídos aos PE de modo a que não influenciasse a continuidade da
matéria exposta aos alunos e do PEA, mas, no processo, cada PE seria
professor “principal”, sempre com a supervisão e auxílio da Professora
Cooperante, na lecionação de diferentes módulos. Este sistema significaria
que, durante o ano letivo, nós PE iriamos alternar no PEA das turmas em
conformidade com os módulos que nos fossem atribuídos. Nesta vertente, o
método de avaliação seria ligeiramente diferente, pois além da avaliação
contínua, seria pedido aos alunos que fizessem exposições ao longo do
módulo acerca da matéria que já havia sido lecionada, ao qual seria executada
uma avaliação dita “formal”. Este sistema tornaria o PEA num processo
faseado em que, em situação de exposição da matéria aprendida, a minha
função como PE serviria apenas para auxílio dos alunos, e promoveria a
independência na aprendizagem através dos seus próprios métodos,
promovendo também que os alunos fossem autores do seu próprio PEA, e
tentassem consolidar o que haviam aprendido durante a minha transmissão de
conhecimentos enquanto colaboravam e se entreajudavam uns aos outros
durante o processo.
4.1.1.2 Planeamento da Unidade Didática
“É na unidade temática que reside precisamente o cerne do
trabalho criativo do professor. Em torno da unidade temática
decorre a maior parte da atividade de planeamento e de
docência do professor.”
Bento, 2003
No planeamento mais específico da Unidade Didática, foram usados dois
métodos diferentes de planeamento de modo a conciliar com os teores prático
e teórico das aulas a lecionar.
38
Nas aulas práticas, o planeamento foi executado com incidência no Modelo de
Estrutura de Conhecimentos (MEC), de Vickers (1990). O MEC funciona como
um modelo de instrução baseado no conhecimento, aplicável a todos os
desportos e AF, e a qualquer área onde a prática extensiva é necessária para
adquirir habilidades motoras. A elaboração do MEC é um enorme auxílio por
estabelecer uma estrutura distributiva dos principais elementos a ter em conta
no PEA da EF, e, por isso, facilitar o planeamento da unidade didática.
Ainda que o MEC seja ideal no que toca à especificidade da matéria de
Educação Física e Desporto, não se pode optar completamente pelo mesmo
sistema para lecionar aulas teóricas, pois, como explicarei seguidamente,
algumas fases estão diretamente ligadas à prática desportiva e de EF.
Assim sendo, o MEC é dividido por três grandes fases, que, posteriormente se
subdividem em oito: fase de Análise, fase de Decisões e fase de Aplicação. A
fase de Análise, tal como o nome indica, analisa as circunstâncias em que se
processa o PEA, portanto, a recolha e sistematização de dados relativos à
matéria a lecionar, recolha de informações concretas sobre a turma e os alunos
que a consistem e recolha de informação no que toca às condições materiais e
espaciais para a realização do PEA. Portanto, e passando para as subdivisões
das três grandes fases, denominados de módulos, no módulo 1 estrutura-se o
conhecimento em quatro categorias transdisciplinares: habilidades motoras,
condição física e fisiologia, cultura desportiva e conceitos psicossociais. No
módulo 2, conhecimento dos espaços e materiais de Ensino, terminando na
análise dos alunos e da estrutura da turma no módulo 3.
A fase das Decisões subdivide-se em quatro módulos, sendo o primeiro,
módulo 4, a determinação da estrutura e sequência dos conteúdos da unidade
didática. Seguidamente, no módulo 5, são definidos os objetivos para esta
unidade didática, e no módulo 6 é descrita a forma de configuração da
avaliação. A última subdivisão desta fase, o módulo 7 refere-se às progressões
de Ensino a serem utilizadas.
Na fase da Aplicação, incluído o último módulo 8, põe-se em prática o
resultante do processo anterior de reunião de informação, e elaboração de
39
estratégias e planeamentos de abordagem tanto à matéria como aos alunos, e
transpõe-se para documentos como o plano anual, plano da unidade didática,
planos de aula, entre outros. É nesta fase que o professor demonstra a sua
adaptabilidade, pois é na prática que podem surgir alterações não previstas na
teoria, e dependentes do PEA e das capacidades/habilidades do aluno. É então
uma etapa de grande importância pois requere constante observação e
reflexão para otimização do PEA.
Foi então objetivo centralizar as aulas e o PEA da EF/ECDM neste tipo de
planeamento de modo a planear, estruturar e executar com maior fluidez e
facilidade as aulas práticas. De recordar que, tal como mencionado
anteriormente, a turma que foi apontada mais tarde como minha turma
residente, era uma turma do curso profissional de Apoio à Infância, de 12º ano
de escolaridade, cuja descrição da turma demonstrava uma grande
percentagem de sedentarismo e pouco contacto com modalidades desportivas
fora do contexto escolar, fatores que iriam ser muito importantes para o
planeamento destas aulas a lecionar. Desta forma, e considerando que tinha a
presença de três alunos com NEE, optei por ter especial atenção na fase de
Aplicação, ao observar e refletir atentamente no progresso e na interação que
os alunos tinham com a matéria lecionada, e como progredia o seu PEA.
O outro método de planeamento, usado para as aulas de exposição teórica a
serem lecionados em ambiente de sala de aula, seria baseado numa exposição
da matéria através de vários formatos (ex: PowerPoint e/ou vídeos) de forma a
permitir a aprendizagem contínua, e complementar com momentos de pesquisa
e atribuição de trabalhos práticos aos alunos, que consistiriam em estes, após
serem expostos à matéria lecionada, executarem uma pesquisa prática sobre o
tópico a um nível mais específico e pessoal para que conseguissem elaborar
uma apresentação conclusiva desses conteúdos pesquisados e obtivessem
apreciação e feedback, meus e da Professora Cooperante sobre a sua
pesquisa.
40
4.1.1.3 Planeamento da aula
Como mencionado no tópico anterior, porém, agora a um nível mais específico,
o planeamento das aulas na duração deste EP foi dividido em dois tipos de
planeamento.
Um deles, baseado no MEC, foi elaborado um plano de aula constituinte de
todos os dados necessários para a descrição da aula, nomeadamente os
dados da turma, o horário da aula, a data, o módulo a ser abordado bem como
quantas aulas já haviam sido atribuídas a esse mesmo módulo, o nº do total de
aulas já lecionadas, os objetivos gerais de aula, e, por fim, o material a ser
usado. Seguidamente, o planeamento resultaria na divisão da aula em três
partes: a parte inicial, referente à marcação das presenças dos alunos e à
ativação geral, a parte fundamental, onde o cerne da aula, a matéria a ser
abordada seria exposta, e a parte final que representaria o retorno à calma e os
feedbacks sobre a aula decorrida. Nestas três partes, estariam também
apresentadas a duração de cada exercício, os objetivos específicos de cada
exercício, a descrição de cada exercício e critérios de êxito.
Uma vez o documento teórico que serviria de apoio resolvido, necessitaria de
me debruçar sobre o fator mais importante: como construir um plano de aula
que correspondesse às necessidades, às habilidades, ao nível de
desempenho, às capacidades de todos os alunos. E aqui se localizava um dos
maiores desafios, pois, a minha turma residente e única turma a quem iria
lecionar EF/ECDM, era constituída por três atletas, três pessoas com NEE, e
as restantes com um estilo de vida sedentário.
O planeamento das aulas teóricas, o que se provou mais difícil para mim,
consistiu em, após conhecer os objetivos de cada módulo, bem como a matéria
a expor, transpor tudo para formato PowerPoint. No entanto, e tendo esta
opinião com base maioritariamente empírica, concluí que as exposições de
PowerPoint “não poderiam conter apenas texto”, teriam de apelar à atenção e
despertar o interesse dos alunos. A partir desta conclusão, adicionei não só
imagens ilustrativas da matéria a ser ensinada, como também inseri vídeos
41
explicativos para elucidar os alunos a um nível mais específico e facilitar o
PEA.
4.1.2 Aplicação na Prática: O resultado final
4.1.2.1 Organização e Gestão da aula
Antes de efetuar a análise deste tópico e continuar, é importante mencionar
que foram necessários dois tipos de organização e gestão da aula, pois existe
uma diferença substancial entre a organização e gestão de uma aula prática e
de uma aula teórica.
Após todo o planeamento efetuado, estava na altura de pôr em prática o que
havia teorizado.
E, para tal, seria necessário manter em constante observação e análise o que
são considerados aspetos muito importantes acerca da aula e EF/ECDM e de
uma aula teórica. Apesar de ambas as aulas se demonstrarem ser muito
diferentes, ambas possuem os mesmos aspetos relevantes que funcionam
como bases a ter em atenção e cuidado para uma boa otimização e gestão da
aula. O clima de aula, em que eu, como PE, faço por englobar todas as
iniciativas conducentes à implementação e manutenção de um clima de aula
propício à consecução dos objetivos definidos, bem como também dá para
perceber o tipo de aplicação, interesse e empenho demonstrado pelos alunos,
a disciplina, que representa todas as minhas ações como PE no sentido de
condizir os alunos manifestarem comportamentos adequados na aula,
comportamentos consentâneos com os objetivos educativos numa dada
situação ou contexto, e também a atenção, o respeito e a posição que os
alunos tomam perante o contexto de aula, a instrução, a forma e os
comportamentos respeitantes à comunicação da matéria de ensino e as
correções efetuadas relativamente a ela, e a gestão, que determina não só a
forma como o PE promove a interação dos alunos com o espaço de ensino de
modo a otimizar o PEA com o melhor usufruto dos materiais e do meio
42
envolvente, como também a gestão que os alunos efetuam entre eles próprios
para tirar melhor proveito do Ensino.
Na análise deste aspeto, e considerando os quatro fatores supramencionados,
senti maior facilidade em executar uma boa organização e gestão da aula
prática em vez da teórica. Enquanto na aula teórica, um dos fatores é, durante
grande parte do tempo de aulas, desprovido de importância, os restantes três
fatores são acrescidos de dificuldade. O fator gestão, numa aula teórica, é
drasticamente reduzido, dado que os alunos têm a atribuição de lugares em
cadeiras e mesas, todos separados, onde se instalarem para que possam
aprender. A única gestão que senti ser necessária neste tipo de aula, foi a
distribuição dos alunos por grupos de trabalho, pois foi apontado pela
Professora Cooperante como sendo facilitador criar grupos de trabalho na
altura de os alunos efetuarem trabalhos por eles mesmos e, posteriormente,
procederem a uma apresentação. Porém, os restantes três fatores,
representaram um desafio ainda maior, pois, senti muita falta de capacidade,
por parte dos alunos, de se conseguirem adaptar à quietude de uma sala de
aula, tudo isto enquanto mantendo o foco e a concentração no PEA e na
matéria lecionada. Este foi para mim, também o meu maior desafio, e o mais
difícil de concretizar, pois, por várias vezes, também não consegui adaptar o
Ensino e a transmissão de matéria para os alunos de forma a tornar o PEA
apelativo o suficiente para estes manterem um foco e uma concentração
elevada.
Nas aulas de teor prático, e tendo em conta os quatro aspetos relevantes para
o bom funcionamento de uma aula, os principais entraves que encontrei foi a
gestão bastante específica que precisei de ter na elaboração, distribuição e
execução dos exercícios, não só pelo fator do sedentarismo predominante na
minha turma residente, como também os alunos com NEE necessitarem de
uma especial observação, acompanhamento da minha parte, e
companheirismo por parte dos alunos colegas. Outro fator foi, devido à curta
cultura desportiva dos alunos, e novamente aos alunos com NEE, foi preciso o
nível de instrução ser modificado, e adaptado, por vezes, demorando mais
tempo e/ou necessitando de maior número de repetições na instrução.
43
No restante da gestão, obtive resultados bastante positivos em termos de início
e final de aula pois, com o objetivo de criar uma ligação entre professor-aluno,
criei rotinas de início e final de aula de modo a implementar hábitos saudáveis
que resultaram numa boa relação de estudante-aluno, e numa demonstração
de preocupação e entreajuda entre alunos e entre mim e alunos pois os alunos
criaram o hábito regular de se entreajudarem na organização de início e final
de aula e de me fornecerem ajuda, principalmente na recolha do material no
final da aula. No entanto, no decorrer da aula, e apesar de os fatores atrás
mencionados estarem presentes, a gestão do tempo de transição entre
exercícios, do tempo de instrução e do tempo de aula nem sempre foi
otimizada, em parte também pela necessidade que tive de ajustar a instrução
aos alunos com NEE, afetando todos os parâmetros da gestão mencionados.
4.1.2.2 Os alunos: A disciplina e o clima de aula
A aplicação dos fatores disciplina e clima de aula demonstrou-se um desafio
interessante de se realizar, pois possuía também duas realidades onde os
aplicar, a realidade de uma aula prática, lecionada num vasto pavilhão
desportivo e a realidade de uma aula teórica, lecionada numa sala de aula. É,
portanto, fácil concluir que a disposição dos alunos na “sala de aula”, a
transposição da matéria, a execução do Ensino eram…tinham
necessariamente que ser bastante distintos.
Com base nestas realidades, adequei a minha postura em ambas as realidades
de aula de modo a, desde o início, transmitir a imagem de alguém que tem
interesse em transmitir conhecimentos aos alunos, sem que, para isso,
necessite de me colocar numa posição autoritária. Porém, considerei adequado
aliar a esta postura a procura pelo constante respeito, fosse dos alunos para
comigo como vice-versa, e a manutenção da assertividade, principalmente na
transmissão de conhecimentos e na tomada de decisões.
Aquando da apresentação de todos os alunos no início do ano letivo, bem
como durante a análise da ficha de caracterização do aluno, que forneci à
44
minha turma residente, conclui que iria interagir com, e ensinar jovens adultos,
alguns deles já maiores de idade. Em situações como esta, “forçar” o ensino
através da autoridade, da transmissão da aprendizagem unilateral não acreditei
que fosse a abordagem correta a tomar, pois, para além de possuir a conceção
de o PEA ser bilateral, proporcionando também, e principalmente a mim como
PE, uma aprendizagem contínua, penso que tomar uma “posição de
superioridade” em relação a alunos já jovens-adultos não seria a melhor forma
de promover uma boa disciplina e um bom clima de aula.
Uma vez considerada qual seria a minha abordagem ao Ensino, e depois da
devida justificação, rapidamente percebi que precisaria de me adaptar às duas
diferentes realidades de aula, pois numa necessitaria de ter colocação de voz
para conseguir transmitir um feedback na extensão de 40 metros e, nesse
mesmo espaço, necessitaria de saber qual a posição de todos os alunos
enquanto mantinha um bom clima de aula e sempre com disciplina, e na outra
realidade em que cada aluno tem uma cadeira e carteira para si, necessitaria
de manter o foco dos alunos em mim para otimizar a transmissão de
conhecimentos, necessitaria de manter o respeito na sala de aula para que não
precisasse de elevar o meu tom de voz para poder ensinar. O que prova o
quão distintas as realidades de aula são.
Apesar da grande diferença entre as duas realidades, não pude deixar de
reparar que as aulas iniciaram bem, e, no avançar do ano letivo, foram
melhorando, sendo que os alunos, à medida que o contacto comigo ia
aumentando, também melhorava o clima de aula, mantendo a aula, a maior
parte das vezes, a disciplina.
4.1.2.3 Modelos de Ensino: Personalização de um modelo adequado a
mim e à instrução
Eu estava a lecionar. Eu estava do “outro lado” do PEA, e isso significava um
tipo de responsabilidade muito grande pois tinha nas minhas mãos o Ensino e
a Aprendizagem de alunos.
45
No PEA há uma interligação de 3 fatores que necessita de um equilíbrio
constante, pois, no descuido ou desaparecimento de um, nem o Ensino nem a
Aprendizagem são efetuadas com a mesma eficácia. Esses 3 fatores são o
Aluno, o Contexto e o Professor. A capacidade e o trabalho nesta ligação
determina como será o PEA ao longo do ano letivo.
Através destes 3 fatores, percebi que, para conseguir ser bem sucedido na
transmissão de conhecimentos aos alunos e no PEA, precisaria de começar
pelo primeiro fator que podia personalizar de modo a conseguir um modelo de
ensino adequado a mim e á instrução: o fator do professor. Agi, então sob a
conceção de que é função social do professor cumprir com excelência o papel
de prof de EF/ECDM.
Percebi de imediato que necessitaria de saber como executar o Ensino e a
transmissão de conhecimentos de uma forma que fosse o mais percetível
possível para os alunos, e, ao mesmo tempo, o mais adequada a mim possível
de modo a simplificar o processo. E assim, me surgiu a ideia de postura
adequada que expus no tópico anterior, de transmitir conhecimentos de forma
assertiva, respeitosa, clara, mas sem me colocar numa posição de autoridade e
superioridade.
Optei por, nas aulas práticas, promover a Aprendizagem da EF cativando os
alunos com exemplos de vida aplicáveis à realidade profissional que estes
iriam enfrentar quando concluíssem o ensino profissional, apelando também, à
saúde e bem-estar dos alunos através da prática de AF, Exercício Físico e
Desporto.
Nas aula teóricas, a abordagem que menos seguro me sentia a fazer como PE,
optei inicialmente por aulas de exposição da matéria, em que, durante a
exposição, dava maior prioridade aos alunos compreenderem os
conhecimentos que lhes transmitia e que não existiam desvios da atenção, não
privilegiando muito possíveis intervenções que os alunos fizessem para tirar
dúvidas acerca da matéria. Apenas no decorrer do ano letivo, consegui dar
igual prioridade a ambos os aspetos.
46
4.1.3 Avaliação
“… avaliar é primeiro observar, escutar e interpretar, mas
também propor melhorias no dispositivo institucional
considerado, aconselhar a revisão do dispositivo – avaliar
para melhorar…”
(Van Lerenberghe, 1992)
O Ensino necessita de passar por uma fase de reconhecimento da
aprendizagem obtida para garantir que a transmissão de conhecimentos se
encontra adequada ao contexto e ao aluno, e é isso que representa a
avaliação.
Este processo é essencial pois não só visa obter um conhecimento da situação
atual numa tentativa de tentar modificá-la para melhor como também permite
objetivar e legitimar uma ação. É um processo participativo e transparente a
todos os agentes implicados que visa aferir se o desempenho de quem é
avaliado é compatível com os objetivos traçados, recolhendo dados ao apreciar
resultados e procurando garantir qualidade. “Sem um trabalho de permanente
reflexão suficientemente aprofundado é impossível a avaliação dos alunos e da
atividade pedagógica do Professor. E sem um domínio permanente da
qualidade do Ensino nenhum Professor consegue garantir a eficácia e a
melhoria da sua prática pessoal” (Bento, 2003).
Bento (2003) também defende que a avaliação, assim como a planificação e a
realização do Ensino, é outra das tarefas intrínsecas ao Professor, sendo
através dela que se determina o grau de realização dos objetivos e o nível de
aprendizagem dos alunos. Portanto, e como otimização do PEA, era meu dever
não só organizar métodos de avaliação como também adequar esses métodos
à realidade do Ensino Profissional e aos alunos. Para tal, necessitaria de
diferentes tipos de avaliação.
A avaliação é um processo que surge durante o decorrer do ano letivo inteiro,
pelo que é necessário uma reflexão aprofundada de como a exercer, de forma
a determinar o nível inicial de desempenho do aluno, através da Avaliação
47
Diagnóstica (AD), ajustar e regular o PEA através da perceção das evoluções
no desempenho do aluno, com a Avaliação Formativa, e sumarizar toda a
obtenção de conhecimentos ao longo de um processo, certificando se os
objetivos finais foram alcançados ou não, através da Avaliação Sumativa (AS).
Na situação em que estava inserido o meu EP, possuía duas modalidades de
avaliação, pois uma não dependia da prática de EF e Desporto para a
obtenção de resultados.
Assim sendo, a avaliação, para ambas as realidades prática e teórica,
encontrava-se faseada pelos módulos de matéria que os alunos iriam ter na
duração do ano letivo, ou seja, em cada módulo se iniciava e se terminava uma
avaliação, iniciando uma nova avaliação com o início do módulo seguinte, facto
pelo qual os alunos demonstraram grande interesse.
A avaliação estava dividida percentualmente por parâmetros a ter em conta
para promover um bom PEA dos alunos. Nas aulas práticas, os alunos seriam
avaliados pelas Atividades Físicas e a Aptidão Física (50%), pelo conhecimento
dos conteúdos lecionados (10%) e pelos Valores e Atitudes demonstrados na
aula (40%). Nas aulas teóricas, dado a inexistência de Exercício Físico, a
percentagem seria então dividida por dois parâmetros: atitudes e valores (40%)
e Conhecimento de conteúdos (60%).
Nas aulas práticas, em cada modalidade desportiva, iniciei sempre com uma
avaliação dos conhecimentos já obtidos pelos alunos através da AD, de modo
a reconhecer qual o nível de desempenho que estes teriam (Introdutório,
Elementar ou Avançado), pois, tal como defende Aranha (2004), é através
desta avaliação inicial que o professor consegue definir os objetivos,
estratégias e metodologias para que o processo de ensino-aprendizagem seja
realista e intencional. Seguidamente, e após a formulação de um plano de
execução das tarefas, executei todas as aulas tendo sempre em mente o
progresso contínuo obtido pelos alunos através da Avaliação Formativa. Em
teor de conclusão em cada módulo, usei a AS para perceber se os objetivos
para o módulo haviam sido atingidos pelos alunos.
48
Nas aulas teóricas, após a distribuição percentual da avaliação, conclui que
concentrar todo o cerne da matéria aprendida num só momento de avaliação
não seria adequado para este tipo de Ensino e para os alunos. Assim sendo,
no desenrolar do módulo e com a exposição da matéria, fui atribuindo tarefas
para os alunos executarem em grupo para lhes permitir uma consolidação da
matéria, baseada na procura da informação através do seu próprio esforço, da
construção de um documento que espelhasse a qualidade da obtenção de
conhecimentos dos alunos, bem como uma exposição oral deste. Ao longo
destes processos distribuídos pelos diferentes módulos, prontifiquei-me sempre
para auxiliar na construção destes documentos, e na consolidação da matéria.
Isto remete uma Avaliação maioritariamente Formativa e contínua.
Seguidamente, exponho um relatório de avaliação trimestral, na qual tive a
oportunidade de assistir, que envolvia a Professora Cooperante e todo o
conselho da minha turma residente.
4.1.3.1 Relatório reunião da avaliação 12ºAI
No dia 18 de Dezembro de 2017, decorreu no Agrupamento de Escolas de
António Nobre – ES /3 António Nobre a reunião de avaliação da turma de 12º
ano do Curso Profissional de Apoio à Infância do ano letivo 2017/2018.
Estiveram presentes nesta reunião todos os docentes que fazem parte do
processo de Ensino-Aprendizagem da turma, incluindo a Professora
Cooperante Júlia Gomes, quem eu acompanhei.
Esta reunião teve como principais objetivos concluir as avaliações de primeiro
período dos alunos, abordar e trabalhar algum aspeto socio-afectivo que não
estivesse a ser cumprido por algum aluno e elaborar planos de intervenção
específicos para as alunas com Necessidades Educativas Especiais (NEE).
De acrescentar que, estando próximos da época natalícia, a diretora de turma
preparou a mesa de reunião com enfeites de Natal, tornando o ambiente da
reunião menos formal e mais caloroso.
49
A reunião decorreu como planeado, sendo todos os objetivos desta cumpridos.
Foram elaborados planos de acompanhamento docente para alunos que
apresentavam dificuldades comportamentais, e foram atualizados os
Programas Educativos Individuais (PEI) para as alunas com NEE de acordo
com a sua evolução nas aulas, e de acordo com o docente atribuído para
efetuar um acompanhamento personalizado a cada uma delas.
Durante a reunião, fez-se notar os variados pontos de vista dos docentes de
diferentes disciplinas, e a forma como estes os conjugaram para proporcionar
uma otimização do processo de Ensino-Aprendizagem dos alunos.
Após uma breve conclusão e a redação da ata da reunião, deu-se assim por
concluída uma experiência deveras enriquecedora para o meu futuro como
professor de EF.
4.2 A Escola e a sua relação com a comunidade
No decorrer do ano letivo, a Escola age não só como uma instituição de ensino,
mas também como um membro da comunidade. A interação da comunidade
escolar com a restante comunidade dá-se, portanto, para benefício de ambas,
o que torna a aprendizagem dos alunos mais enriquecida.
Aqui são demonstradas algumas interações da Escola com a comunidade,
revelando a relação de coesão que estas possuem.
4.2.1 Visitas de Estudo
4.2.1.1 Relatório da visita de estudo à FADEUP
No dia 18 de Dezembro de 2017, foi realizada uma visita de estudo com a
turma do 10º ano do curso de Apoio à Gestão Desportiva, sendo esta
acompanhada pela professora cooperante da Escola, em conjunto com outro
professor do grupo de EF, e nós estudantes estagiários do núcleo de estágio
50
da FADEUP. A visita de estudo consistiu em dar a conhecer aos alunos a
Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP).
A visita no geral correu bem, sendo conduzida pelo funcionário, alumni da
FADEUP, António Rodrigues. A visita iniciou com uma breve apresentação
teórica no auditório da faculdade, e visou frisar alguns pormenores importantes
relativamente à faculdade, bem como outros pormenores interessantes,
nomeadamente o facto de a FADEUP já ter formado parceria com o Hospital S.
João para ser heliporto, e também algumas estatísticas referentes à faculdade.
Seguidamente iniciou-se a visita pormenorizada, onde foram demonstradas as
várias salas e pavilhões de desporto, iniciando com a sala de musculação,
seguindo para a sala multiusos, pavilhão de ginástica artística, sala de voleibol,
pavilhão de desportos coletivos, piscina e campos exteriores, onde, em cada
um, o responsável pela visita de estudo fazia uma breve introdução acerca das
instalações, regras a cumprir, feitos atingidos por pessoas/atletas nas
instalações.
Durante todo o processo da visita de estudo, os alunos demonstraram bastante
interesse, colocando várias dúvidas e, com o devido respeito pelas instalações,
tentando descobrir mais sobre elas, circulando pelas salas.
Para finalizar a visita de estudo, conhecemos o laboratório de biomecânica,
onde nos foram demonstradas as variadas funcionalidades deste, as várias
utilidades que este pode possuir, e os vários benefícios que do laboratório
podem ser retirados.
4.2.1.2 Relatório da visita de Estudo ao Estádio e Museu do Futebol Clube
do Porto
No dia 19 de Dezembro de 2017, foi realizada uma visita de estudo com as
turmas do 10º ano e do 11º ano do curso de Apoio à Gestão Desportiva, sendo
esta acompanhada pelos professores do grupo de Educação Física, a nossa
Professora Cooperante e os estudantes estagiários do núcleo de estágio da
51
FADEUP. A visita de estudo consistiu em dar a conhecer aos alunos o Estádio
do Dragão, bem como o Museu do Futebol Clube do Porto.
A visita no geral correu bem, sendo dividida em duas partes, a primeira para
dar a conhecer aos alunos o museu do Futebol Clube do Porto, e a segunda
para mostrar as instalações do Estádio do Dragão.
Para facilitar a visita, as turmas foram divididas, significando que os alunos do
11º ano tenham ido primeiro para as instalações do Estádio, e os alunos do 10º
ano para o museu, grupo no qual eu acompanhei.
Na parte do museu do Futebol Clube do Porto, foi explicada detalhadamente
toda a história do clube até então, mencionando todos desportos praticados no
clube, todos os feitos atingidos em cada desporto, os vários atletas, dirigentes
e treinadores de renome que marcaram a história do clube e toda a evolução
do clube ao longo de todos os anos de história deste. Foi dada maior incidência
ao futebol, visto ser o desporto mais importante, e onde foram obtidos mais
prémios pelo clube.
Apesar de ser uma visita bastante acelerada ao museu, o guia mostrou-nos
factos muito interessantes sobre o clube, inclusivamente, como interagia e
como se introduzia na história da própria cidade do Porto.
Os alunos demonstraram-se extasiados de início a fim da visita, tendo algumas
vezes dificuldade em conter o entusiasmo. Mantiveram-se sempre
interessados, colocando várias questões, e inclusivamente dispersando quando
podiam para tentar obter mais informações com o que estava exposto no
museu.
Seguiu-se a segunda parte da visita, onde nos foram mostradas as instalações
do estádio do dragão, que envolveram os parques de estacionamento, uma
sala de refeições, uma sala de conferência de imprensa, onde nos foram
explicadas as várias funcionalidades que se podem executar nela, os
balneários de futebol e as bancadas normais. Sendo que o campo de futebol
estava em tratamento no momento da visita de estudo, o acesso estava
interdito. Assim sendo, subimos então para as bancadas superiores para ter
acesso a um camarote VIP, com umas instalações espetaculares e uma
52
visibilidade para o campo ótima. Incluído nas instalações, estavam televisores
acima das bancadas para observar o jogo e as repetições dos lances na
emissão televisiva.
Deu-se assim por terminada uma visita de estudo muito interessante, produtiva
e informativa.
Figura 11 - Parede do interior do Estádio do Dragão
4.2.2 Atividades Escolares
4.2.2.1 Relatório corta-mato escolar
No dia 18 de Janeiro de 2018, foi realizado o corta-mato da Escola Secundária
António Nobre, em conjunto com as restantes escolas inseridas no
agrupamento vertical. Esta foi uma atividade organizada pelo departamento de
Educação Física, participando todos os professores do grupo de EF e nós
estudantes estagiários do núcleo de estágio da FADEUP na organização, na
gestão e na resolução deste. A organização do evento contou também com a
ajuda dos alunos de todas as turmas que lecionamos aulas, que assumiram
tarefas desde acompanhar e encaminhar os alunos das outras escolas a
organizar as presenças dos alunos.
A prova contou com a presença de 300 alunos, provenientes de todas as
escolas do Agrupamento de Escolas António Nobre. Foi notório o trabalho
53
aplicado e a responsabilidade aplicadas pelos Professores do grupo de EF,
pois foi clara uma coordenação, uma colaboração e uma comunicação muito
coesas entre a organização.
O evento iniciou com uma preparação prévia do local de prova, do local onde
os alunos se preparariam para a prova antes de serem chamados para esta,
bem como se procedeu à montagem do pódio, do sistema de som e à
preparação dos documentos necessários para realizar as provas.
Seguidamente, foram chamados os alunos que iriam competir, que foram
reunidos previamente por mim, pelo professor estagiário Zé Maria e pelos
alunos das turmas 10ºAI e do 12ºAI que auxiliavam a organização. Após todos
os alunos reunidos, foram entregues a outro professor para proceder à volta de
reconhecimento. Isto aconteceu com os alunos de todos os escalões de
competição.
Durante as provas, vários alunos que estavam a ajudar na organização da
prova necessitaram de se ausentar do seu lugar para desempenhar outras
funções, especialmente auxiliar as crianças com NEE a executar a prova. Ao
perceber isso, percorri o campo para encontrar as posições sem ninguém para
desempenhar a função que fora atribuída aos alunos, tal como zelar pela
segurança dos alunos a competir numa descida íngreme, e também dar-lhes
ânimo.
Para finalizar, e após arrumar o material todo, foi organizado um lanche para
todos os elementos da organização do evento.
54
Figura 12 - Pavilhão Gimnodesportivo como local de preparação para a
competição
4.2.2.2 Relatório palestra “Futebol na Promoção de Estilos de Vida Ativos
e Saudáveis”
No dia 20 de Abril de 2018, foi realizada uma ação de formação com o tema
“Futebol na promoção de estilos de vida saudáveis e ativos”. A ação de
formação foi palestrada pelo Professor Doutor André Seabra, e teve como
público-alvo os alunos dos cursos profissionais de Apoio à Gestão Desportiva
do 10º e 11º anos. A formação contou também com a presença de vários
professores destas turmas, incluindo professores do grupo de EF, a Professora
Cooperante e nós estudantes estagiários do núcleo de estágio da FADEUP
A formação despertou muito interesse nos alunos, devido à exposição do
professor Doutor André Seabra e ao tema a ser abordado.
Durante a formação e após o palestrante terminar a exposição, todo o público
colocou perguntas pertinentes que acrescentaram mais desenvolvimento ao
tópico e fez com que os alunos aprendessem mais.
No final, o professor Doutor André Seabra distribuiu caixas com
“medicamentos” dentro que simbolizavam os benefícios que podem ser obtidos
através do exercício físico e do futebol, cimentando o que foi exposto na
formação.
55
Após um agradecimento ao professor Doutor André Seabra e a umas
considerações finais, deu-se a ação de formação por terminada.
Figura 13 - Alunos presentes na ação de formação
56
57
5 Ensaio Científico
5.1 Cursos Profissionais – “O que são?”
Surgindo a oportunidade de exercer o meu EP no Ensino Profissional, surge a
ideia de executar um ensaio científico com este tópico.
Os cursos profissionais são, como definido no livro da “Estrutura Modular nas
Escolas Profissionais” (2003), escrito pelo Gabinete de Educação Tecnológica,
Artística e Profissional (GETAP) , cursos com a duração de três anos letivos,
ao qual têm acesso os jovens que concluíram o 9º ano de escolaridade ou
equivalente, conferindo a sua conclusão um diploma de dupla certificação, 12º
ano de escolaridade e uma qualificação profissional de nível quatro, permitindo
também o prosseguimento de estudos no Ensino Superior, através da
realização de exames de acesso.
5.2 Cursos Profissionais – Documentação, Normativos e a sua
Organização
Novamente, através do apoio e da análise do livro “Estrutura Modular nas
Escolas Profissionais” (1993), escrito pelo GETAP, estes cursos têm uma
estrutura curricular organizada por módulos, o que permite maior flexibilidade e
respeito pelos teus ritmos de aprendizagem.
Têm uma carga horária total de entre 3200 e 3440 horas e uma estrutura
curricular que assenta em quatro componentes de formação:
Sociocultural – 1000 horas – disciplinas de Língua Materna; Língua
Estrangeira e Área de Integração – uma área que congrega saberes da
Filosofia, da Sociologia e da História;
Científica - 500 horas – Matemática e disciplinas das diversas ciências
que sustentam teoricamente a componente técnica, sendo, portanto,
definidas em função dessa componente;
58
Técnica - 1100 horas – disciplinas da tecnologia relacionada com a área
de formação, de acordo com o perfil e saída profissional do curso;
Formação em Contexto de Trabalho – 600 a 840 horas – que se realiza
em posto de trabalho em empresas ou noutras organizações, sob a
forma de experiências de trabalho por períodos de duração variável ao
longo da formação, ou sob a forma de estágio em etapas intermédias ou
na fase final do curso.
A Formação em Contexto de Trabalho, implica a celebração prévia, antes do
início de funcionamento dos cursos, de protocolos com as empresas e outras
instituições de modo a assegurar-se esta importante dimensão do currículo dos
Cursos Profissionais.
Sendo assim, as Escolas têm de estabelecer previamente parcerias com as
empresas, realizando protocolos que preveem o número de alunos que cada
empresa acolhe, garantindo entre 600 e 840 horas de Formação em Contexto
de Trabalho para cada aluno ao longo do ciclo de formação de 3 anos letivos,
havendo depois lugar a um plano de trabalho específico para cada aluno
elaborado, acompanhado e avaliado conjuntamente, entre a Escola e a
entidade acolhedora da Formação em Contexto de Trabalho.
5.2.1 Como surgiram os Cursos profissionais?
O Ensino Profissional é então um tipo de ensino que surge na década de 80,
cujo objetivo pretendia envolver os parceiros sociais, assegurando uma forte
ligação aos tecidos económico, social e cultural, na qualificação de técnicos
intermédios, promovendo uma estreita ligação com o mundo do trabalho,
facilitadora da integração profissional dos jovens diplomados.
A partir deste tipo de Ensino, em 1989, são criadas as escolhas profissionais
com o propósito de oferecer cursos profissionais.
59
5.2.2 Estrutura Modular
A estrutura modular dos Cursos Profissionais constitui uma forma de organizar
a formação profissional de um modo flexível, tendo implicações ao nível do
desenvolvimento curricular, da organização da escola e das práticas
pedagógicas e tendo ainda subjacente a opção por princípios
psicopedagógicos estruturantes.
Parte-se do conceito de módulos como unidades de aprendizagem autónomas,
mas integradas num todo coeso, que permitem a um grupo de alunos adquirir
um conjunto de capacidades, através de experiências ou atividades de
aprendizagem cuidadosamente concebidas.
Em todas estas situações existe, de comum, o facto de a palavra “módulo” ser
tomada como uma unidade simples, perfeitamente autónoma, mas à qual
podem e devem ser adicionadas outras unidades para constituir conjuntos
dotados de identidade própria.
Em resumo, são propriedades fundamentais da estrutura modular de um
currículo a flexibilidade, a coerência interna e a potencialidade sistémica
(NACEM-Orvalho, Graça, Leite, Marçal, & Silva, 1993).
5.3 Elaboração do questionário
O questionário foi elaborado pelos PE do núcleo de estágio, em conjunto com a
Professora Orientadora, e visou analisar três tópicos na possível diferenciação
entre o Ensino Profissional e o Ensino dito Regular: Planeamento, Avaliação e
Objetivos.
60
5.3.1 Objetivo e Público-alvo
Este estudo científico teve como objetivo interpretar o conhecimento dos
docentes que tinham exercido profissão tanto no Ensino dito Regular como no
Ensino Profissional, e entender se a sua abordagem a ambos diferenciava de
alguma forma.
5.3.2 Análise dos resultados
Assim sendo, o MEC é dividido por três grandes fases, que, posteriormente se
subdividem em oito: fase de Análise, fase de Decisões e fase de Aplicação. A
fase de Análise, tal como o nome indica, analisa as circunstâncias em que se
processa o PEA, portanto, a recolha e sistematização de dados relativos à
matéria a lecionar, recolha de informações concretas sobre a turma e os alunos
que a consistem e recolha de informação no que toca às condições materiais e
espaciais para a realização do PEA. Portanto, e passando para as subdivisões
das três grandes fases, denominados de módulos, no módulo 1 estrutura-se o
conhecimento em quatro categorias transdisciplinares: habilidades motoras,
condição física e fisiologia, cultura desportiva e conceitos psicossociais. No
módulo 2, conhecimento dos espaços e materiais de Ensino, terminando na
análise dos alunos e da estrutura da turma no módulo 3.
A fase das Decisões subdivide-se em quatro módulos, sendo o primeiro,
módulo 4, a determinação da estrutura e sequência dos conteúdos da unidade
didática. Seguidamente, no módulo 5, são definidos os conteúdos
programáticos para esta unidade didática, e no módulo 6 é descrita a forma de
configuração da avaliação. A última subdivisão desta fase, o módulo 7 refere-
se às progressões de Ensino a serem utilizadas.
Na fase da Aplicação, incluído o último módulo 8, põe-se em prática o
resultante do processo anterior de reunião de informação, e elaboração de
estratégias e planeamentos de abordagem tanto à matéria como aos alunos, e
61
transpõe-se para documentos como o plano anual, plano da unidade didática,
planos de aula, entre outros. É nesta fase que o professor demonstra a sua
adaptabilidade, pois é na prática que podem surgir alterações não previstas na
teoria, e dependentes do PEA e das capacidades/habilidades do aluno. É então
uma etapa de grande importância pois requere constante observação e
reflexão para otimização do PEA.
Ao longo da análise feita às respostas dos docentes ao questionário,
encontramos respostas com bastante amplitude, mas pouco específicas e
pouco concretas. Encontramos também pontos de vista diversificados, e por
vezes, até contraditórios em comparação de um docente para o outro.
A diferença de respostas residiu principalmente na diferenciação dos tipos de
ensino, pois algumas respostas defendiam que “Valorizo exatamente da
mesma forma”, não encontrando diferenciação nos entre os dois tipos de
ensino, enquanto outros docentes acreditavam na diferenciação entre o Ensino
dito Regular e o Ensino Profissional, justificando que “No Ensino Regular existe
uma vertente teórica mais acentuada enquanto no Curso Profissional os
objetivos e as estratégias são mais práticas ou viradas para o saber fazer.”
Portanto, no que concerne à primeira questão, referente ao que o professor
tinha em conta no planeamento das suas aulas, existiu uma diversificação de
respostas significativa. Enquanto as respostas de alguns docentes demonstrou
uma preocupação em preparar aulas de teor mais prático, valorizando mais a
fase da Aplicação, as respostas de outros docentes revelou uma maior
preocupação no cumprimento dos objetivos pré-definidos para a/o
disciplina/módulo, bem como à sequenciação dos conteúdos abordados, todos
estes aspetos pertencentes à fase de Decisão. Certos docentes demonstraram
também uma preocupação com o nível de desempenho e com as
características dos alunos, ao responderem que planeavam as aulas de modo
a “adotar o ensino ao nível dos alunos” (p12)
A nosso ver, os Professores não aplicaram nas suas respostas uma grande
especificidade, sendo estas pouco pormenorizadas em relação aos aspetos de
planeamento.
62
Tal como supra mencionado, e ainda em relação ao planeamento das aulas, os
Professores revelaram diferenças nas suas respostas quando lhes foi colocada
a questão se valorizavam iguais aspetos tanto para o Ensino dito Regular, tanto
para o Ensino Profissional. Na maioria das respostas, a valorização dos
aspetos era distinta aquando o planeamento para os diferentes tipos de ensino.
No planeamento de aulas para o Ensino Profissional os Professores
mencionaram especificar os seus conteúdos de forma a ser aplicável no
contexto da profissão que os alunos iriam exercer no seu futuro. Os
professores adequaram o seu planeamento das aulas, tornando-as, tal como o
tipo de ensino que lecionam, mais voltada para a vertente profissionalizante.
(“De acordo com as indicações programáticas, tenho em consideração a
ligação das tarefas e dos conceitos à área profissionalizante em questão”, p2)
Subentendemos que a diferenciação ocorre devido à orientação dos Cursos
Profissionais para uma formação especializada designada para o
desenvolvimento de uma determinada profissão. Os Professores têm assim em
conta aspetos mais práticos, que habilitam os alunos para essa determinada
função, ação diferente em relação ao Ensino dito Regular, uma vez que este
apresenta uma vertente mais geral, e menos profissionalizante para alguma
área em específico.
Iniciando a análise da parte do questionário pertencente ao parâmetro de
avaliação, que questionava os Professores acerca da existência ou não de
diferenças entre o processo de avaliação no Ensino Profissional e no Ensino
dito Regular, a maioria respondeu afirmativamente. Uma das justificações
mencionadas é a diferenciação de percentagem dos critérios de avaliação (“A
componente das atitudes e valores nos Cursos Profissionais tem um peso
relativo muitíssimo superior”, p2). Os Professores referem também outras
razões para considerarem que existem diferenças, tais como uma maior
valorização dos trabalhos práticos (“A avaliação é mais tida em conta o(s)
trabalho(s) realizados pelo aluno e pelo grupo que o aluno se insere.” p7), e
tais como uma facilitação na avaliação (“Considero que no ensino profissional,
os alunos têm interesses divergentes e maiores dificuldades e por isso, poderá
ser mais facilitada a sua avaliação.” p8)
63
As respostas dadas pelos Professores inserem-se na fase de Decisão de
Vickers (1990) mais concretamente na configuração da avaliação. Na nossa
análise, compreendemos que existe uma maior diferença pois, tal como já
referido anteriormente, existe uma subvalorização da componente prática nos
Cursos Profissionais, sendo que os cursos deste tipo de ensino é mais
profissionalizante, apresentando-se assim este aspeto fulcral para o futuro
profissional dos alunos.
Na segunda pergunta ainda referente a este parâmetro, as respostas dos
Professores foram bastante idênticas às da questão anterior, encontrando-se
todas na fase de Decisão, contudo, sensivelmente metade defende que os
alunos dos Cursos Profissionais não são beneficiados na avaliação visto que
os métodos utilizados são distintos assim como os próprios currículos. Por
outro lado, a outra metade da amostra afirma que os alunos dos Cursos
Profissionais são beneficiados apresentando vários argumentos, tais como a
percentagem das atitudes ser superior à dos cursos regulares, a existência de
disciplinas que não são sujeitas a exame final, valorizando assim mais o
trabalho da aula em relação aos testes escritos (“Considero que não são
beneficiados em relação aos alunos do Ensino Regular que terão de se
preparar para os exames nacionais” p11).
A última pergunta colocada aos Professores questionava-os acerca do
cumprimento dos objetivos dos Cursos Profissionais, onde a maioria
mencionou que o objetivo era alcançado e apenas três responderam
negativamente. Os últimos argumentaram a sua resposta referindo que as
Escolas não oferecem as condições necessárias (fase de Análise), que os seus
currículos eram pouco adequados possuindo disciplinas com muita exposição
teórica e pouco direcionadas para a formação profissional do aluno (“Nem
sempre é alcançado este objetivo porque os conteúdos e objetivos de algumas
disciplinas, não se direcionam para a formação profissional dos alunos” p8),
enquadrando-se na fase de decisão e de aplicação da Vickers (1990). Em
contrapartida, as restantes respostas afirmavam que as matérias Ensino e os
objetivos traçados eram adequados, orientando-se para a preparação dos
alunos para o exercício de uma profissão, sendo também mencionado o
trabalho do conselho turma como algo essencial para o alcance destes
64
objetivos (“Nas competências pessoais também há uma grande exigência por
parte de todos os Professores do conselho de turma” p5). Estas respostas
enquadram-se nas três fases de Vickers (1990), Análise, Decisão e de
Aplicação.
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6 Considerações Finais
Numa das nossas reuniões com a Professora Orientadora, uma das frases a
que ela nos expôs que levo para o restante da minha vida foi “Nascemos
indivíduos. É através do Processo Educativo e Formativo que nos tornamos
pessoas.”
Foi então através deste processo que percebi que, a pessoa que tinha que me
tornar, seria, como objetivo pré-definido pelo ser humano, tornar-me perfeito.
Porém, como eu, e também o ser humano concluiu, a perfeição é impossível e
inatingível num ser naturalmente imperfeito.
O que leva a dois pontos conclusivos: o primeiro é, ainda que ciente desta
máxima de reconhecer que a perfeição é inalcançável, tal facto não me impede
de continuar a trabalhar sem parar para me afastar cada vez mais da
imperfeição. E o segundo é que, para exercer este tipo de trabalho, mesmo
ciente de que não consigo alcançar o objetivo final, necessito de trabalhar uma
vida inteira com o objetivo em mente para uma maior probabilidade, não de o
alcançar, mas de chegar o mais próximo possível dele.
Cingindo-me à parte mais prática e específica da EF e Desporto, todo este
processo me fez ver um facto incontestável na minha vida: “Eu gosto disto!”.
Gosto de EF, gosto de Desporto, gosto do que ambas representam, e gosto de
ensinar.
Em tom de conclusão, e resumidamente, apenas vou continuar a fazer o que
gosto.
66
67
7 Referências Bibliográficas
Azevedo, J. (2008). Ensino profissional em Portugal, 1989-2014: os primeiros
vinte e cinco anos de uma viagem que trouxe o ensino profissional da
periferia para o centro das politicas educativas. Propuesta Educativa-
FLACSO-Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais.
Bento, J. O. (2003). Planeamento e Avaliação em Educação Física. Lisboa:
Livros Horizonte, LDA.
Graça, A. (2014). Sobre as Questões do quê Ensinar e Aprender em Educação
Física. Em I. Mesquita, & J. Bento, Professor de Educação Física:
Fundar e dignificar a profissão. Porto: FADEUP.
Matos, Z. (2014). Educação Física na Escola: Da necessidade da Formação
aos Objetivos e Conteúdos Formativos. Em I. Mesquita, & J. Bento,
Professor de Educação Física: Fundar e dignificar a profissão. Porto:
FADEUP.
NACEM-Orvalho, L., Graça, M., Leite, E., Marçal, C., & Silva, A. (1993).
Estrutura Modular nas Escolas Profissionais.
Nobre, A. d. (2015/2017). Regulamento dos Cursos Profissionais. Porto.
Rosado, A., & Mesquita, I. (2009). Melhorar a aprendizagem optimizando a
instrução. Em A. Rosado, & I. Mesquita, Pedagogia do Desporto. Lisboa:
FMH.
XXI
8 ANEXOS
Anexo I – Ficha de Caracterização Individual do Aluno
Anexo 1 - Ficha de caracterização individual do aluno
XXII
Anexo II – Poster Palestra Futebol na Promoção de Estilos de Vida Ativos e Saudáveis
XXIII
Anexo 2 - Poster Palestra Futebol na Promoção de Estilos de Vida Ativos e Saudáveis
XXIV
Anexo III – Questionário
Anexo 3 - Questionário de Estudo Científico
XXV
XXVI