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Aprender com os erros passados para não
repeti-los no futuro
Qual a importância em conhecer o passado?
A subsistência ferroviária exige o transporte de grandes volumes,
quer seja de passageiros como de cargas.
A necessidade de uma ferrovia
No início do séc. XIX, a pequena atividade econômica existente era baseada na
cultura canavieira, tabagista, algodoeira e pecuarista.
Na época a população era reduzida assim como o deslocamento.
O Brasil do século XIX
A lei n° 641 de 26 de junho de 1852 concede para instalação de estradas de ferro uma série
de benefícios:
Incentivo
• Garantia de juros sobre o capital empregado;
• Demarcação de uma zona de privilegio;
• Isenção fiscal para importação de materiais e equipamentos;
• Desapropriação de terras.
Bitola larga:
1854 – E. F. Mauá (bitola de 1,676 m)
1858 – The Recife and São Francisco Railway (bitola de 1,600 m)
1858 – E. F. Don Pedro II (bitola de 1,600 m)
1860 – E. F. do Cantagalo (bitola de 1,600 m)
1860 – E. F. Bahia ao São Francisco (bitola de 1,600 m)
1867 – São Paulo Railway (bitola de 1,600 m)
Primeiras Ferrovias
Principais motivos:
• Escoamento da produção agrícola e do extrativismo da madeira em regiões específicas;
• Socorro e combate à seca (Nordeste);
• Primeiras discussões sobre a “padronização” da bitola: 1870 e 1874
Bitolas
• Eleita a bitola estreita mais vantajosa sem definição da medida, sob as seguintes argumentações:
• Velocidade praticamente idêntica às adotadas nas bitolas mais largas;
• Capacidade de carga “equivalente” ao material rodante das bitolas mais largas;
• Redução de 50% no custo de implantação;
• Redução das despesas de custeio da ordem aproximada de 65%.
• Bitola 1,60m: rampa máxima de 2%, raio mínimo de 300 m
• Bitola 1,00m: rampa máxima de 3%, raio mínimo de 200 m
Geometria considerada no estudo:
1867 – E. F. Recife a Caxangá* (bitola de 1,20 m)
1870 – E. F. Recife a Olinda* (bitola de 1,40 m)
1871 – E. F. União Valenciana (bitola de 1,10 m)
1872 – Companhia Paulista (bitola de 1,60 m)
1873 – E. F. Jaraguá – Bebedouro (1,435 m); E. F. Baturité (1,00 m); Cia. Ytuana ( 0,96 m); E. F. Macaé a Campos (0,955 m); E. F. Campos a São Sebastião (0,950 m)
1874 – Leopoldina Railway, The Porto Alegre & New Hamburg Bra. Railway Co. (bitola de 1,00 m)
1875 – E. F. Central da Bahia, Cia. Mogiana, E. F. Sorocabana, E. F. São Paulo – Rio (bitola de 1,00 m)
*primeiras linhas suburbanas do Brasil
Primeiras Ferrovias
Bitolas nas ferrovias de Pernambuco – 1875
The Recife and São Francisco Railway - 1,600 m
E. F. Recife a Caxangá – 1,200 m
E. F. Recife a Olinda – 1,400 m
E. F. Recife ao Limoeiro – 1,435 m
E. F. Recife a Caruarú – 1,000 m
1880 – E. F. Oeste de Minas (bitola de 0,76 m)
1883 – E. F. Vassourense (bitola de 0,60 m)
1884 – E. F. Dona Thereza Christina (bitola de 1,00 m)
1885 – E. F. Paraná (bitola de 1,00 m)
1904 – E. F. Vitória-Minas (bitola de 1,00 m)
1905 – E. F. São Paulo-Rio Grande (bitola de 1,00 m)
1907 – E. F. Noroeste do Brasil (bitola de 1,00 m)
Primeiras Ferrovias
Principais motivos:• Escoamento da produção agrícola e do extrativismo da madeira em regiões
específicas; • Socorro e combate à seca (Nordeste);• Subsistência de uma determinada região;• Defesa das fronteiras e colonização do país.• Mineração
A indefinição da medida da bitola motivou a construção de diversas ferrovias em bitolas diferentes!
Em 1880 haviam 14 bitolas distintas no país, ao mesmo
tempo em que caminhava na Europa a discussão da
padronização da bitola!
1860 – 191 km
1880 – 3.398 km
1900 – 15.316 km
1920 – 28.535 km
1940 – 34.252 km
1958 – 37.967 km_________________
Extensão Ferroviária no Brasil
• Falta de visão estratégica e seriedade na administração pública
Os Problemas da Ferroviano Brasil
• Parcialidade e morosidade nas decisões estratégicas
O caso da Companhia Rioclarense:
- O Projeto de Pimenta Bueno para Cuiabá - 1876 (linha amarela)
- A proposta da Cia. Paulista (linha azul) x Cia. Ytuana (linha verde) – 1877/78
- A força politica do Conde do Pinhal e do Visconde do Rio Claro
- Concessão dada em 1880 para a construção do pior traçado (linha amarela)
CUIABÁ - MT
Morro Pellado
A ligação com Cuiabá – questão de segurança nacional:
- O primeiro esboço: Curitiba – Cuiabá
- O primeiro projeto: Pimenta Bueno - 1876 (tracejado amarelo)
- Outros 4 projetos - 1891 a 1903 (tracejados verdes e vermelhos)
- A E. F. Noroeste do Brasil – 1906 (linha verde)
- O ultimo projeto da E. F. Araraquara – 1952 (tracejado roxo)
- A Ferronorte – 1999 (linha azul)
- 2017: a ferrovia ainda não chegou lá!!!!
• Parcialidade e morosidade nas decisões estratégicas
• Falta de visão estratégica e seriedade na administração pública
Os Problemas da Ferroviano Brasil
A ligação com Cuiabá – questão de segurança nacional:
- O primeiro esboço: Curitiba – Cuiabá
- O primeiro projeto: Pimenta Bueno - 1876 (tracejado amarelo)
- Outros 4 projetos - 1891 a 1903 (tracejados verdes e vermelhos)
- A E. F. Noroeste do Brasil – 1906 (linha verde)
- O ultimo projeto da E. F. Araraquara – 1952 (tracejado roxo)
- A Ferronorte – 1999 (linha azul)
- 2017: a ferrovia ainda não chegou lá!!!!
• Parcialidade e morosidade nas decisões estratégicas
• Falta de visão estratégica e seriedade na administração pública
Os Problemas da Ferroviano Brasil
Catalão
• Falta de visão estratégica e seriedade na administração pública
• Equívocos na legislação e fiscalização
Os Problemas da Ferroviano Brasil
A subvenção quilométrica (Decreto nº 2.450, de 24 de Setembro de 1873):
A criação de um mecanismo alternativo àgarantia de juros, onde o governo pagariaum valor fixo por quilômetro construído,somado à utilização da bitola estreita,contribuiu para a instalação de ferroviaslongas e de traçados consideravelmentesinuosos.
- O caso da E. F. São Paulo Rio Grande_________
• Condições econômicas:
Os Problemas da Ferroviano Brasil
• Salários X Inflação
- O caso da Estrada de Ferro Araraquara (ano base 1943)
Fonte: (C.M.B.E.U., 1953, vol. 6, p. 447 e 448)
• Condições econômicas:
Os Problemas da Ferroviano Brasil
• Tarifas deficitárias
- Deficiência operacional / tecnológica
- Politicas controversas: custo operacional X função social
- O caso da VFRGS – 1945________
Receita por TK
(Cr$)
Custo médio
por TK (Cr$)Resultado
Produtos agrícolas 0,274 -0,181
Produtos florestais 0,314 -0,141
Produtos minerais 0,275 -0,18
Produtos manufaturados 0,48 0,025
Gado em pé 0,272 -0,183
VFRGS - Défcit tarifário
0,455
Os Problemas da Ferroviano Brasil
• Condições técnicas:
• Bitolas e traçados
As primeiras ferrovias foram bem construídas e em bitola larga
- 1854 – E. F. Mauá (bitola de 1,676 m)*
- 1858 – RSF Railway (bitola de 1,60 m)*
- 1858 – E. F. Don Pedro II (bitola de 1,60 m)
- 1860 – E. F. do Cantagalo (bitola de 1,60 m)**
- 1860 – E. F. Bahia ao São Francisco (bitola de 1,60 m)*
- 1867 – São Paulo Railway (bitola de 1,60 m)
- 1872 – Companhia Paulista (bitola de 1,60 m)
* Ferrovia cuja bitola foi estreitada por exigência circunstancial
** Ferrovia cuja bitola foi estreitada por conveniência técnica
Os Problemas da Ferroviano Brasil
• Condições técnicas:
- 1858 – RSF Railway: raio mín. 400 m, rampa max. 1,25%
- 1867 – São Paulo Railway: raio mín. 250 m, rampa max. 2,5%
- 1872 – Cia. Paulista: raio mín. 300 m, rampa max. 2,00%
- 1873 – Cia. Ytuana: raio mín. 120 m, rampa max. 2,80%
- 1875 – Cia. Mogiana: raio mín. 120 m, rampa max. 3,00%
- 1875 – E. F. Sorocabana: raio mín. 90 m, rampa max. 2,90%
- 1884 – E. F. Dona Thereza Christina: raio mín. 107 m, rampa max. 2,00%
• Bitolas e traçados
As primeiras ferrovias foram bem construídas e em bitola larga
Adotada as bitolas estreitas construiu-se ferrovias em péssimas condições
Os Problemas da Ferroviano Brasil
• Condições técnicas:
- Adoção de sistemas de freio e engate diferentes em ferrovias de mesma bitola
- O sistema europeu usado pela Cia. Paulista/SPR
- A padronização na E. F. Central do Brasil (freio a ar comprimido e engate automático): 1880 e 1921
- As tentativas da Cia. Paulista em compatibilizar -se com os sistemas da Central do Brasil: 1923 a 1936
- O bloqueio da SPR para compatibilização por força do fim do contrato de concessão
- Depois de 30 anos perdidos, enfim, a padronização iniciada em 1954
• Incompatibilidade dos equipamentos
O caso do sistema Cia. Paulista/São Paulo Railway X E. F. Central do Brasil (1921 a 1954)
Os Problemas da Ferroviano Brasil
• Condições técnicas:
- Subaproveitamento da capacidade dos vagões
- O caso da Cia. Mogiana – 1946 a 1979
• Incompatibilidade dos equipamentos
A relação vagões X via permanente (gabarito da via)
Os Problemas da Ferroviano Brasil
• Falta de integração:
- A padronização em 1,00 m e 1,60 m
- Os grandes corredores da bitola larga
- A bitola estreita de Norte a Sul
- Questão de diretriz
• Historicamente, a diversidade de bitola é realmente o maior problema?
Os Problemas da Ferroviano Brasil
• O transporte rodoviário:
- O serviço rodoviário das ferrovias
• Intermodalidade
- Falta de fiscalização e regulamentação
- “50 anos em 5”
• Priorização do setor público
Os Problemas da Ferroviano Brasil
• O fim do transporte de passageiros de longo percurso:
- Qual o papel da ferrovia? A população sabe?
- É possível respeitar o desconhecido?
- Falta de apoio popular
• Distanciamento entre ferrovia e população
1860 – 191 km
1880 – 3.398 km
1900 – 15.316 km
1920 – 28.535 km
1940 – 34.252 km
1958 – 37.967 km
1980 – 29.659 km
2016 – 29.000 km aprox.______
Extensão Ferroviária no Brasil
Equívocos recorrentes
• O caso da malha da Região Sul (especialmente a VFRGS):
• Diagnóstico primário: falhas na elaboração dos contratos
Sec. XIX Sec. XX
motivo principal: se livrar do défcit
utilização de material rodante incompatível
com a via permanente
não execução de um plano de reforço da via
baixo indice de manutenção da via
aumento da capacidade de transporte no
eixo Curitiba - Paranaguá
deteriorização generalizada da via
elevado numero de acidentes
perda de material rodante
grande numero de linhas intrafegáveis
Entre erros o principal acerto
1913-1919 1999-2015
Resultados:
1911-1919 2005-2015
1911-1919 2005-2015
ANO/PERIODO
Arrendamento/Concessão ao setor privado
Estratégias equivocadas
1896-1898 1992-1996
AÇÕES / CAUSAS /CONSEQUÊNCIAS
Passado X Futuro
Exportação Mercado interno
• A atividade ferroviária no Brasil é cíclica
• 1850 a 1920 – maior dedicação à exportação
• 1940 a 1980 – maior dedicação ao transporte interno
• 2000 a 2015 – maior dedicação à exportação
• 2015 em diante – ????
Intervenções positivas
• A construção da Mairinque – Santos (Governo do Estado de SP, 1928 – 1937)
• Ligação planalto – litoral em simples aderência
• Infraestrutura dimensionada para via dupla em bitola larga
• Superestrutura primitiva: bitola de 1,00 m em linha singela
• Duplicação e alargamento da bitola: 1987 – 1990
Intervenções positivas
• Alargamento e retificação da E. F. Araraquara (Governo do Estado de SP, 1951 – 1960)
• 1ª Etapa: Araraquara a S. J. do Rio Preto – retificação e alargamento da bitola de 1,00m para 1,60m (1951-1955)
• 2º Etapa: S. J. do Rio Preto a Presidente Vargas – alargamento da bitola (1956-1960)
Intervenções positivas
• O Tronco Principal Sul - TPS (Governo Militar, 1961 – 1980)
• Retificação das vias existentes e construção de novas para a ligação Brasília – Porto Alegre
Inspiração
• A Companhia Paulista de Estradas de Ferro (administração privada 1872 – 1961)
• Combustível renovável: introdução das técnicas de reflorestamento e do eucalipto no Brasil -1903
• Introdução do uso de dormentes de “concreto” (cimento armado) – 1912
• Pioneira na tração elétrica em ferrovias de tráfego intenso – 1921
• Pioneira no uso de carros de passageiros totalmente construídos em aço - 1928
Inspiração
• A Companhia Paulista de Estradas de Ferro (administração privada 1872 – 1961)
• Investimento sistemático e constante no melhoramento da via permanente – 1912 a 1960
• Referência internacional em manutenção de via
Inspiração
• A Companhia Paulista de Estradas de Ferro (administração privada 1872 – 1961)
• A primeira indústria frigorifica do Brasil – 1913 (Barretos)
- Por que se lançar em uma atividade diferente?
- Como foi o processo
- Resultados
- “Contêineres”
Inspiração
• A Companhia Paulista de Estradas de Ferro (administração privada 1872 – 1961)
• A CAIC – Companhia de Agricultura, Imigração e Colonização - 1928
• A CPT – Companhia Paulista de Transportes – 1935
• Plano de expansão da malha oeste (CPEF/CAIC/CPT) – 1935 a 1960
- Uso racional e planejado da ferrovia e suas subsidiárias
- Metodologia concisa nos investimentos
- Resultados