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apresenta

16 de outubro de 2018 a 23 de dezembro de 2018

CAIXA Cultural Rio de Janeiro

Curadoria

Fernanda Terra

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Caderno de Obras

Caderno da Exposição

Abertura da Exposição

Making of

Créditos

Apresentação

Caixa Cultural

O Artista

Jorge Fonseca

Texto da curadoria

7

8

1 1

2 6

6 2

76

78

79

Í N D I C E

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Desde 1861, a CAIXA está presente na história de cada brasileiro, seja na concessão de crédito acessível, no financiamento habitacional, no desenvolvimento das cidades - por meio de investimento em projetos para infraestrutura e saneamento básico - seja na execução e administração de programas sociais do Governo Federal.

Como instituição financeira, agente de políticas públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro, sua missão é atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do país. A CAIXA vislumbra em sua atribuição a motivação para estar presente em todos os momentos da vida do brasileiro, aproximando-se das suas necessidades e anseios e participando das suas realizações.

Nesse contexto, nada mais natural que a CAIXA se aproximar da cultura nacional, propiciando acesso às mais variadas manifestações artísticas e intelectuais e contribuindo para a preservação do patrimônio histórico brasileiro. Por meio de sua programação nos espaços da CAIXA Cultural, presentes em sete capitais do país, a instituição vem, ao longo das últimas décadas, viabilizando

Caixa Econômica Federal

projetos que promovem a formação intelectual e cultural da população. O Programa Educativo Caixa Gente Arteira complementa esse esforço na formação de público e na difusão de saberes e práticas artísticas e culturais.

É nessa conjuntura que a CAIXA patrocina a exposição “Labirinto de Amor”, que reúne mais de 30 obras do artista plástico mineiro Jorge Fonseca, com curadoria da historiadora de arte e crítica Fernanda Terra. A mostra, inédita no país, apresenta criações que dão um novo significado a objetos do cotidiano e revelam a trajetória desse engenhoso artista que, por mais de 15 anos, foi maquinista de trem e marceneiro.

Com este projeto, a CAIXA ratifica a sua política cultural, a sua vocação social e o seu propósito de democratização do acesso aos seus espaços e à sua programação artística. Desta forma, ela cumpre seu papel institucional de estímulo à difusão e ao intercâmbio do conhecimento, contribuindo para a valorização da identidade brasileira bem como para o fortalecimento, a renovação e ampliação das artes no Brasil e da cultura do nosso povo.

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Arte BA 10, Buenos Aires,/Argentina

Coleção Gilberto Chateaubriand – Novas Aquisições,

MAM /RJ

“Sonhos, Desejos e Figurações” – MAC, Niterói/RJ

6ª Bienal de Arte Contemporânea de Kaunas - Lituânia

A Imagem do Som da MPB - Paço Imperial, Rio de

Janeiro/RJ

Arte Brasileira Hoje - MAM, Rio de Janeiro/RJ

Tudo é Brasil - Itaú Cultural, São Paulo/SP

Tudo é Brasil - Paço Imperial, Rio de Janeiro/RJ

Via BR 040 - Museu Imperial – Funarte - Petrópolis/RJ

Imaginário Periférico - Rio de Janeiro/RJ

Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Niterói/RJ

Rumos Visuais – Itaú Cultural, São Paulo/SP

Projeto A imagem do Som - Paço Imperial, Rio de

Janeiro/RJ

Rumos da Nova Arte Contemporânea Brasileira, Belo

Horizonte/MG

Galeria Celma Albuquerque, Belo Horizonte/MG

Arte e Erotismo - Galeria Nara Roesler, São Paulo/SP

Tendências Internacionais - Espaço Mascarenhas,

Juiz de Fora/MG

Bravas Gentes Brasileiras - Palácio das Artes, Belo

Horizonte/MG

Cotidiano/Arte - Itaú Cultural, São Paulo/SP

Projeto Macunaíma - Funarte, Rio de Janeiro/RJ

2010

2010

2008

2007

2006

2005

2004

2004

2003

2003

2002

2002

2002

2002

2000

2000

2000

2000

1999

1998

2018

2018

/ 2014

2017

2011 2008

2007

Formação

Artista autodidata. Foi marceneiro e maquinista de trem. Atuou também como designer de móveis e moda, dirigente de ONG e professor convidado – por Notório Saber – do Departamento de Artes da UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora.

Presença em Acervos Institucionais e Coleções Particulares

Possui obras em importantes acervos institucionais, tais como: Museu Afro-Brasil / SP, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Contemporânea de Niterói – Coleção João Sattamini, Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Museu de Arte Contemporânea de Goiás – e em importantes coleções particulares no Brasil e no exterior.

Principais Exposições Individuais

2007

2004

2004

2003

2001

2000

2000

1999

1999

1996

Galeria Anna Maria Niemeyer, Rio de Janeiro/RJ

Galeria Anna Maria Niemeyer, Rio de Janeiro/RJ

Quadrum Galeria, Belo Horizonte/MG

Museu da Inconfidência, Ouro Preto/MG

Galeria Anna Maria Niemeyer, Rio de Janeiro/RJ

Galeria Celma Albuquerque, Belo Horizonte/MG

Galeria de Arte Frei Confaloni, Goiânia/GO

Centro Cultural Cândido Mendes, Rio de Janeiro/RJ

Projeto Macunaíma/Funarte, Rio de Janeiro/RJ

Galeria de Arte Cemig, Belo Horizonte/MG

Principais Exposições Coletivas

SP Arte – São Paulo/SP

Festival de Esculturas do Rio / RJ

Art Rua – Festival de Arte Urbana / RJ

SP Arte – São Paulo/SP

Art Rio – Rio de Janeiro/RJ

SP Arte – São Paulo/SP

“Bola na Rede” – Funarte - Brasília/DF

“Fio Condutor” – Galeria Graphos: Brasil – Rio de

Janeiro/RJ

“Vivendo no Vermelho” – Galeria Graphos: Brasil –

Rio de Janeiro/RJ

11ª Quadrienal de Praga – Representação Brasileira

– República Tcheca

2016

2015

2015

2015

2014

2014

2013

2012

2012

2011

Foto Ronaldo Lopes

O artista Jorge FonsecaConselheiro Lafaiete/MG - 1966

Vive e trabalha em Ouro Preto/MG

Caixa Cultural – São Paulo/SP, Rio de Janeiro/RJ e Brasília/DF

FIOTIM – O Museu em Movimento - Itinerância por várias cidades do Brasil

Canvas Galeria – Rio de Janeiro/RJ

Galeria Graphos: Brasil – Rio de Janeiro/RJ

Galeria de Arte Cemig, Belo Horizonte/MG

Galeria Thomas Cohn, São Paulo/SP

Premiações

2018

2017

2017

2016

2009

2005

2002

1997

1996

1996

Programa de Ocupação dos Espaços da Caixa Cultural em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília (Artista Selecionado)

Prêmio PIPA (artista indicado)

Prêmio PIPA On line (10 lugar)

Prêmio FUNARTE Conexão Circulação Artes Visuais (1º lugar com o Projeto: FIOTIM – O Museu em Movimento)

Fundação Pollock-Krasner / Nova York (Bolsa de Estímulo à Produção Artística)

12º Salão da Bahia

Salão Nacional de Arte de Goiás (Prêmio Aquisição)

22º Salão de Arte de Ribeirão Preto/SP

53º Salão Paranaense/PR (Prêmio Aquisição)

Salão de Arte Contemporânea de Campos/RJ (Prêmio Aquisição)

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Falar sobre a obra de Jorge Fonseca é acessar uma vasta cartografia de memórias ligadas à sua tenra infância mineira de Conselheiro Lafaiete, mas também é pensar sobre as inquietações mais íntimas do presente, da intuição que perpassa escolhas estéticas e do impulso imaginativo. O artista, autodidata, entrelaça-se com a própria obra no fazer espontâneo e sincero, no qual o desejo, a vida em seu percurso e a pulsão do dia-a-dia definem o processo de produção e são fios condutores, guias nas escolhas de temas, materiais, formas, técnicas e atitudes.

Texto da curadoria

Fernanda Terra

Durante 15 anos, Jorge foi maquinista de trem na RFFSA – Rede Ferroviária Federal –, deslocando toneladas de minério de ferro pelo interior de Minas Gerais, legado que seu pai, guardador das chaves da ferrovia, deixou para ele, junto com a marcenaria. Mas algo o movia para novos caminhos e um dos seus primeiros trabalhos de arte foi tecido em meio à locomotiva em movimento: uma anágua bordada a fios de ouro com frases de canções de amor e moranguinhos pendentes, que bordou enquanto conduzia o trem; reminiscências de memórias caseiras emaranhadas entre dedais, linhas, fitas, tecidos acetinados, máquinas de costura de suas tias, que costuravam e chuleavam para as moças do

bordel da vizinhança, e para as quais o artista fazia pequenas diligências.

As coisas que eu faço por amor2018

Jorge Fonseca – Labirinto de Amor

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Sua verve criativa foi se tecendo através dessas memórias de vida simples, das lembranças de família, das missas de domingo e dos primeiros namoros, da pequena cidade que era seu campo exploratório, livremente percorrida por seus pés descalços, do fascínio pelo feminino, das veladas relações amorosas em seu bairro, da casa do bordel e da cafetina, e dos objetos e cores que enfeitavam os quartos das moças, do cheiro de perfume barato, da cama com lençóis de cetim, do vaso de flores de plástico, das músicas de amor e tantas outras memórias de sua infância, como as lembranças das festas populares religiosas e folclóricas e outras que surgiram das fantasias ao sonhar em fugir com o circo, entre leões com cheiro de creolina, palhaços, malabaristas e mágicos “vestidos de pessoas comuns”.

As obras de Jorge são como breves crônicas diárias, alguma coisa de “causo”, meio ficção, contadas de forma sintética, conceitual e lírica, como em Se você está ao meu lado – um travesseiro feito de algodão e voile, repleto de pequenos guizos de metal, em cujo centro está bordado o título da obra, prenúncio de felizes e sonoros encontros amorosos; ou como na obra Love, Love, Love, onde vemos bordada a figura de uma mulher balançando-se entre nuvens, em um céu de algodão e estrelas cintilantes feitas de transparentes cristais de armarinho; e ainda, como na delicada obra sem título, bordada em voile azul-claro, em que um casal voa solto, leve e livre, a partir do salto dado de uma cama elástica, referência à entrega total do sentimento amoroso e sonhador.

Se você está ao meu lado2004

As obras falam ao coração. E também são, por vezes, irônicas e cínicas, transbordam o espírito crítico e humanista do artista. Como ele diz: “São um pouco ingênuas, um pouco mordazes.” Com quem será é um bom exemplo dessa atitude: uma bonequinha vestida de noiva que gira ao som de “com quem será, com quem será...?” – em que se leem, bordados em sua saia, os nomes dos pretendentes: “Marco Antônio – jovem discreto e de boa família – alcoólatra – vive caído pelas ruas”.

Sem título2011

Love, Love, Love2005

Com quem será2006

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Capacho 2018

Outros exemplos seriam as obras Capacho, um coração feito de grama sintética, onde se lê: “Pode pisar, eu deixo”; Carro alegórico, um fusca feito de recortes de latas de bebidas em que se lê: “Enfim sóis”; e, finalmente, Os classificados do amor, obra composta de doze retratos pintados de pretendentes ao amor, com as descrições de cada um dos candidatos, bordadas à mão; um deles, um autorretrato; a solidão e os

desencontros tornam-se expostos.

Carro alegórico2007

Os classificados do amor2001

1 Barreto, Waldir. Cercado de amor por todos os Lados, Goiânia, 2000. Catálogo da exposição.

Em 1996, Jorge conhece no Rio de Janeiro a impactante e genial obra de Arthur Bispo do Rosário (1911-1989), artista que pretendia, em seu delírio, inventariar os objetos do mundo, bordando-os com seus nomes para serem lembrados no momento do Juízo Final. Foi com ele que o fazer manual de Jorge, a sua artesania, as possibilidades técnicas e materiais ganharam força e precisão. Para o historiador da arte Waldir Barreto, Jorge “valeu-se dos melhores dividendos históricos da transgressão duchampiana e, com voracidade, consumiu o mais que pôde da riqueza de informação visual e verdade criativa que aquela exuberância beata e

delirante tinha para pregar.1

Mas foi com a obra contemporânea de José Leonilson (1957-1993),artista predominantemente autobiográfico, que sua linguagem amadureceu em corpo e mundo. As obras de Leonilson, que em sua fase final incluem delicadas costuras e bordados, eram como “cartas para um diário íntimo”, segundo a crítica Lisette Lagnado. Mas, para Jorge, o íntimo e o drama de cada um é uma história que perpassa a todos nós: discórdias, alegrias, traições, amores, adultérios, paixões, sonhos, solidão, erotismo e

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dor compõem a visualidade recorrente em muitas de suas obras e dão lugar para a sua expressão sensível, onírica e crítica, legitimada no breve solilóquio íntimo e solitário da obra Ontem você chegou tarde e nem mexeu comigo. Uma instalação conceitual com uma linguagem sintética, sofisticada e precisa, feita de azulejos de cozinha, dos quais pende um bico de bule que verte café em um coador bordado, com escritos em espiral, onde se lê o seguinte relato:

Ontem você chegou tarde e nem mexeu comigo2007

Em 2001, inaugura na Galeria de Arte Contemporânea Annamaria Niemeyer, no Rio de Janeiro, a exposição intitulada Procura-se, um manifesto poético, marcada por obras feitas na intenção de encontrar um dos irmãos, Marcio Antônio da Fonseca, desaparecido fazia mais de 16 anos. Com esse gesto, o artista traz, intuitivamente, o campo da arte para o centro doloroso de sua própria vida, um campo possível da experiência artística já semeada do Dadaísmo a Allan Kaprow e em tantos outros momentos da história da arte. A exposição estendia-se para muito além dos limites da galeria, o rosto do irmão e o número de telefone de casa faziam parte de panfletos, anúncios, avisos, catálogos, estandartes e pequenos corações feitos de cetim, confeccionados e distribuídos pelo artista na galeria e pelas ruas por onde circulou. Essa atitude nos leva a pensar nas ações realizadas por Cildo Meireles nos projetos Cédula e Coca-Cola, dos anos 1970, com seus meios circundantes.

Também integrava essa exposição a obra Estrada da Vida, feita de ‘carroceria’ e lona de caminhão. Nela, o artista bordou as estradas imaginárias por onde o irmão poderia ter passado, e frases típicas ao estilo dos caminhoneiros: “Viajo porque preciso”, “ Volto porque te amo”, “Na cabine cabem muitas, no coração, só uma”. Jorge, convicto de seu ato artístico, no campo da vida encontra o irmão. Mais tarde, vieram várias versões da Estrada da Vida que foram ganhando contornos menos dramáticos e mais românticos, como a Estrada da Vida III – Por onde andei saudades deixei, bordada em lona preta com cores vibrantes e letras de músicas românticas das rádios populares, escutadas pelos caminhoneiros. A versão mais recente, já impregnada da nova linguagem estética que utilizará em suas obras futuras: Estrada da Vida VII – A dois passos do paraíso, traz referências visuais dos carrinhos voadores dos parques de diversão. É uma “carroceria” mais estilizada e divertida, com luzes de para-choques de carros que acendem a obra. Em homenagem aos caminhoneiros, frases bordadas dizem: “Longe de casa, a mais de uma

semana, milhas e milhas distante do meu amor...”, letra da música da Blitz. Estrada da vida VII2017

Estrada da vida III2017“Ontem você chegou tarde e nem

mexeu comigo. Você achou que

estava dormindo, mas eu estava

acordada, esperando você me

dizer ao menos boa noite. Deitada,

acompanhei cada movimento seu.

Ouvi seus passos pela casa, senti

seu cheiro de bebida e senti o cheiro

de perfume que nunca foi seu,

quando você se apagou ao meu lado.

Só peguei no sono de manhã cedo.

Ontem você chegou tarde e nem

mexeu comigo.”

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Essa nova fase da construção como artista se dá no processo de amadurecimento do fazer artístico e, com ele, a vontade de inventar “traquitanas”, objetos cinéticos, objetos relacionais, nos quais a habilidade da marcenaria e sua alma de inventor serão o ponto-chave para a fabricação de suas obras. Realejo II é a obra inaugural dessa fase. O artista constrói um retábulo de madeira, que o público pode abrir para tirar a sua sorte. Pintado com esmalte sintético com cores fortes, palavras e signos desenhados à mão, nela se pode escolher pequenas plaquinhas de madeira gravada, enroladas com linhas coloridas, onde pode-se ler o futuro no amor, em frases sobre o destino, e saber tudo o que você precisa para alcançar o seu sucesso.

O outro eu, obra exemplar dessa nova fase, inclui ainda referências à arte pop, no que diz respeito à ideia, à forma e à técnica. Diante da obra, ao caminharmos de um lado para outro, por meio de um cinetismo rudimentar, vemos, de um lado, uma jovem mulher com um ramo de flores, clara reprodução dos desenhos publicitários do “american way of life”, dos anos 50 e, do outro, uma pintura de gorila ameaçador, de batom e unhas vermelhas, vestindo camisola. Ao pararmos no centro da obra, lemos uma expressão onomatopaica: “Puf!”, típica das histórias em quadrinhos e presentes nas obras pop de Roy Lichtenstein, dos anos 60. A expressão marca um instante, um espaço para a transformação da jovem mulher em gorila. De alguma maneira, o artista funde de forma espontânea o que seriam os ícones utilizados da arte pop, que de certa maneira contêm traços do kitsch, para criticar a cultura industrializada de massas, com a cultura e estética popular manual dos pequenos circos de interior do Brasil, onde ainda se exibe, até hoje, de forma insistente e incipiente, o número da mulher gorila, a partir do movimento ilusionista de espelhos e o apagar e acender das luzes. Crítica social e ao mesmo

O outro eu2011

Essa e outras obras de grandes dimensões, confeccionadas manualmente em madeira e pintadas também à mão, com cores fortes e esmalte sintético, culminam, em 2014, na construção de uma obra sobre rodas chamada Fiotim. Um museu itinerante, uma miniatura do Instituto Inhotim, local que abriga importante acervo de arte contemporânea brasileira e internacional, localizado em Brumadinho, interior de Minas. Nela, o artista, além de reproduzir e expor miniaturas das obras de Inhotim no interior de seu Fiotim, como réplicas vendáveis a preço popular, cria novas obras interativas eminentemente kitsch que acompanham esse museu, meio gabinete de curiosidades, meio circo, meio parque de diversões e meio camelô. Uma dessas obras, presente nessa exposição, convida o público a descobrir, de olhos fechados e com as mãos em um globo de plasma, Saiba o que o seu amor faz quando não está por perto, título da obra. O artista com muita habilidade, utiliza-se mais uma vez da aproximação que a estética kitsch gera com o público, entrelaçando seu fazer com reminiscências estéticas da cultura e do imaginário popular brasileiro.

tempo, homenagem ao fazer manual e à diversão simples, barata e sincera. E para além disso, o artista ainda desloca o entendimento da obra quando a nomeia de O outro eu, referenciando-a aos estados emocionais internos de cada um, naquilo que podemos nos transformar quando “saímos do sério”.

Realejo I I2011

Certezador (Saiba o que o seu amor faz quando não está por perto)2011

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A escolha estética do kitsch, que o artista nomeia de “brega”, não por acaso, perpassa toda a sua obra. O kitsch, em sua essência e a princípio, tem enorme penetração na psicologia das massas e está ligado aos avanços da industrialização e da tecnologia no início de século XX, assim como à substituição do fazer laboral do artista pela produção em série de objetos estéticos, geralmente feitos de materiais baratos, como o plástico e tecidos sintéticos. É um fenômeno de grande alcance, narrativo, sentimental e de fácil compreensão. Para alguns autores, ele é filho do romantismo e, para o senso comum, mais do que uma simples questão de gosto, é um modo legítimo de vida. Se antes o kitsch era visto como um subproduto da arte, já nos anos 60, ele é incorporado pela cultura camp norte-americana, onde é cultivado como refinamento superior. Nas palavras de Susan Sontag, “é belo porque é feio”. A arte pop irá tomá-lo uma referência, seja como crítica, ou como humor, ao fenômeno global de massificação da cultura. Hoje o kitsch é apropriado definitivamente pela arte contemporânea, que o tensiona e o insere no mainstream das artes visuais, sendo Jeff Koons um de seus maiores exemplos. Jorge vai ao encontro do fascínio do universo de possibilidades que o kitsch oferece, criando obras únicas de grande alcance, de forte conotação sentimental e crítica social, ao mesmo tempo em que se posiciona firmemente como um artista contemporâneo de grande envergadura.

As obras de Jorge resultam da maquinação que o artista faz, em um primeiro momento, das memórias de sua infância, com o fascínio pelo ideário popular novelístico e o padrão visual da iconografia folclórica e religiosa; e, mais tarde, da estética popular, das influências visuais circenses, e dos parques de diversão baratos. Entrelaça, com toda liberdade, as matrizes artesanais e conceituais, a arte pop e o kitsch, redimensionando-as à estética contemporânea em um entrecruzamento desses gêneros artísticos, sem preconceitos ou esteticismos.

Em um primeiro momento, Bispo e Leonilson são fontes preciosas, mas a admiração pelas obras dos artistas Edmilson Nunes eminentemente pop e kitsch, perpassada pelo erotismo; Marcos Cardoso, cujo traço poético transforma guimbas de cigarro, palitos de fósforos, rótulos plásticos de embalagens descartadas, e recria, através do banal, obras com contundente força estética; e Jorge Duarte, representante da geração 80, artista conceitual e eclético, com forte tendência crítica e irônica e visualidade popular, viriam a sensibilizar o artista e, com uma “franca inexistência de disfarces”, Jorge constrói uma estética espontânea contida em sua singular maneira de absorver os fatos do mundo. Ainda destacaria os artistas Emmanuel Nassar e Nelson Leirner, como aproximações estéticas mais recentes, obras eminentemente brasileiras, sendo universais como a de Jorge Fonseca.

Na concepção sofisticada de sua poética visual, Jorge amalgama linguagem e forma. Conceitos, palavras, imagens e materiais fundem-se em obras desfrutáveis. Palavra e imagem dão o contorno às obras: a palavra ganha sentido de imagem, une-se a ela e, juntas, sintetizam a essência que o artista quer dar à obra. Viver é perigoso e A vida é cheia de ilusão são obras exemplares dessa elaboração mental. Nas livres

A vida é cheia de ilusão2012

Viver é perigoso2016

Dream II I2011

O equilibrista2011

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associações bem construídas, Jorge brinca com o sentido das coisas. Os títulos não são meras legendas ilustrativas das obras, integram-se a elas, para que possamos decifrar o enigma proposto como um todo. Exemplos claros são as obras Relógio de deixar mais novo (um relógio que gira ao contrário no tempo e vibra cintilante ao passarmos por perto), o Capacho (obra já citada acima, onde se lê “Pode pisar, eu deixo”), ou a obra Quando você passa eu fico assim, um coração feito de fios elétricos enrolados em recortes de madeira que lhe dão movimento. Falar das obras de Jorge Fonseca sem considerar este aspecto, seria como ler o poema “Um lance de dados”, de Mallarmé, sem valorar a composição visual, ou desprezar as legendas e frases das obras de Magritte, como na obra Ceci est un morceau de fromage (Isto é um pedaço de queijo), ou na pintura de um cachimbo, em que se lê: Ceci nést pas une pipe (Isto não é um cachimbo), fundamental para criação do paradoxo magrittiano, em que palavras e coisas interrompem sua arcaica correspondência.

As obras Papo reto II, Mais um round e Soberba, absolutamente diferentes uma da outra, na construção estética e técnica, falam das dificuldades das relações amorosas, cada uma a seu modo: a conversa difícil e direta, as brigas explícitas, a interminável disputa de quem está certo, a pretensão de superioridade e a arrogância na relação.

Quando você passa eu fico assim 2018

Relógio de deixar mais novo2011/2018

A casa dos meus sonhos2013

Observador atento do campo da existência, em cujo centro encontram-se dramas crus e sonhos inalcançáveis, Jorge constrói uma casa/obra intitulada A casa dos meus sonhos, composta por dezenas de quadros emoldurados, de diversos tamanhos e estilos, que foram recolhidos do lixo, dos sebos e de casas de quinquilharias de Ouro Preto. Pelo lado de fora, vemos as inúmeras imagens de casas no campo, ao lado de riachos ou beira da praia, em meio a paisagens idílicas, idealizadas, bem ao estilo romântico, kitsch, encontradas nas casas populares para todos os gostos e sonhos. No interior dessa pequena casa/obra, apenas a arquitetura construída pelos avessos dos quadros, iluminada por uma luz precária com fiação de gambiarra, e nada mais, alude aos barracos feitos de sobras de madeira e dores da vida.

Mais um round2003

Soberba2003

Papo reto I I2018

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Traições veladas ficam claras na obra Tri-ângulo, com formato de triângulo, feita de lâminas de madeira pintadas dos dois lados. De um lado, se vê a imagem de um homem; do outro, o retrato de outro homem; ao centro e no fundo, a imagem de uma mulher, onde se lê: “O amor é lindo”. E em cada lado do triângulo lê-se: “Eu te amo”, “Tu me enganas” e “Nós nos iludimos”.

Já a obra Mor, esplendidamente executada, de grandes dimensões, confeccionada em madeira bruta e chapinhas de metal prata, alude aos altares-mores das igrejas, mas este altar contém a força, o mistério e a contundência da visualidade afro-brasileira, ocupando um lugar de grandeza e reverência à nossa ancestralidade.

E finalmente, a obra Nosso castelo, realizada para esta exposição, atinge todo o esplendor kitsch. De grande exuberância estética, é um ponto alto na elaboração mental e na confecção manual que o artista se propôs a realizar. Trata-se de uma obra suspensa no ar, como um lustre, composta de centenas de partes de vários objetos de cristal e vidro transparente, que cintilam, com luzes acesas amarelas, pendentes de hastes, ao redor de um grande aquário com dois peixinhos dourados, vivos. A obra fala de um lugar idealizado de harmonia nas relações amorosas, mesmo que seja um lugar de confinamento.

Jorge Fonseca, por fim, nos seduz, em um espelhamento labiríntico da vida cotidiana, falando do curso ordinário das coisas. Sua arte é espontânea, direta e sincera, um somatório de forças, dentro de uma cartografia imaginal sentimental constante da vida, toca o mais profundo de cada um. É um antídoto ao pragmatismo virtual e gélido em que se transformaram as nossas relações íntimas e a vida cotidiana no mundo permeado pelo digital. Nos faz sentir e pensar. Vida e arte se encontram no processo criativo intuitivo do artista, que se origina do estado de profunda inquietação emocional e da observação do mundo que nos rodeia. Como Dédalo, inventor do labirinto do Minotauro, cujo nome provém de confeccionar com arte, Jorge urde e nos oferece seu próprio labirinto, intrincado dos dramas e alegrias da vida, como espelho de nossas próprias dores e sorrisos, “cercado de amor por todos os lados”. “A gente é assim”, conclui o artista.

Tri-ângulo2011

Mor2015

O nosso castelo2018

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Autorretrato - cercado de amor por todos os lados

Acrílica, tecidos, linhas, enchimentos125 cm de diâmetro1998coleção do artistafoto: Ane Souz

A casa dos meus sonhos

Estampas de paisagens, molduras e madeira 300 x 250 x 200 cm2013coleção do artista foto: Miguel Chaves

Caderno de Obras

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Sem título

Bordado s/ tecido 80 x 40 cm 2011 coleção particularfoto: Eduardo Câmara

She loves you

Esmalte sintético s/ madeira 100 x 80 cm2011 coleção do artistafoto: fotógrafo não identificado

Passarinhada I I

Bordados e acrílica s/ tecido 110 x 90 cm2018coleção do artistafoto: Ane Souz

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3130

Amor I love you

Acrílica e bordados s/ renda160 x 160 cm2007coleção Carmo e Jovelino Mineirofoto: Alexandre Salgado

Love, Love, Love

Bordados s/ voile, algodão natural tingido e cristais97 x 77 cm2005coleção Fernanda Terrafoto: Alexandre Salgado

Bordados s/ tecido60 x 40 cm2006coleção Tania Pintofoto: fotógrafo não identificado

Coração feminino

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Estrada da Vida VI I

Esmalte sintético s/ madeira e bordados s/ lona de caminhão260 x 220 x 12 cm2017coleção do artistafoto: Maurício Seidl

Estrada da Vida I I I

Esmalte sintético s/ madeira e bordados s/ lona de caminhão220 x 190 x 5 cm 2008 coleção Leonel Kazfoto: Eduardo Trópia

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Papo reto I I

Cadeiras e livros esculpidos em madeira 233 x 165 x 45 cm2018coleção do artistafoto: Ane Souz

Viver é perigoso

Esmalte sintético s/ lâmina de madeira120 x 100 x 10 cm2016coleção Leonardo Amarantefoto: Gustavo Proti

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Os classificados do amor

Acrílica s/ tecido e bordados190 x 120 x 4 cm2001coleção Leonel Kazfoto: Ronaldo Lopes

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O equilibrista

Esmalte sintético s/ madeira

90 x 90 cm2011coleção do artistafoto: fotógrafo não identificado

O outro eu

Acrílica s/ tecido e madeira e esmalte sintético s/ madeira 144 x 170 x 16 cm 2011coleção Leonel Kaz foto: Eduardo Trópia

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Tri-ângulo

Acrílica s/ lâminas de madeira e esmalte sintético166 x 145 x 13 cm2011coleção Tuca Diasfoto: Eduardo Câmara

Relógio de deixar mais novo

Madeira laqueada, plástico, cristais, ferragens, motores e relógio anti-horário 145 x 17 cm2011/2018coleção do artistafoto: Alexandre Salgado

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Realejo I I

Esmalte sintético s/ armário de madeira, lâminas de madeira com inscrições em baixo relevo e linhas120 x 70 x 8 cm (fechado) 2011coleção Viviane Hentsch foto: Eduardo Trópia

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Carro alegórico

Recortes de latas de bebidas colados s/ recortes de compensado400 x 400 cm 2007 coleção Ricardo Luiz Duarte de Souzafoto: Miguel Chaves

A vida é cheia de ilusão

Recortes de tecidos colados s/ lâmina de madeira 110 x 110 x 10 cm 2012 coleção particularfoto: fotógrafo não identificado

Certezador (saiba o que seu amor faz quando não está perto de você)

Esmalte sintético s/ madeira, esfera de vidro e circuitos eletrônicos55 x 55 x 70 cm 2011 coleção do artistafoto: Alexandre Salgado

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O nosso castelo

Vidros, cristais, água e dois peixes vivos 110 cm de diâmetro x 260 cm2018coleção do artistafoto: Alexandre Salgado

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Sem título

Bordados s/ avental 50 x 50 cm1998coleção Frederico Moraesfoto: Miguel Chaves

Dream I I I

Acrílica s/ tecido com enchimentos e manta chenili 200 x 130 cm2011coleção do artistafoto: fotógrafo não identificado

Sempre que posso sonhar,

sempre que não vejo,

ponho o trono nesse lugar.

Além da cortina é o lar,

além da janela, o sonho.

Fernando Pessoa

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Ontem você chegou tarde e nem mexeu comigo

Bordados s/ coador de café, toalha, azulejo, bicode bule e bomba d’água 200 x 100 x 40 cm 2007 coleção Ricardo Luiz Duarte de Souza

foto (pág 50 e 51): Alexandre Salgadofotos (pág 51): Adriana Moura

Ontem você chegou tarde e nem mexeu comigo.

Você achou que eu estava dormindo,

mas eu estava acordada,

esperando você me dizer ao menos boa noite.

Deitada, acompanhei cada movimento seu.

Ouvi seus passos pela casa,

senti seu cheiro de bebida

e senti o cheiro de um perfume que nunca foi seu,

quando você se apagou ao meu lado.

Só peguei no sono de manhã cedo.

Ontem você chegou tarde e nem mexeu comigo.

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Se você está ao meu lado

Bordados s/ travesseiro de voile e guizos de metal 60 x 40 x 15 cm 2004coleção do artistafoto: Miguel Chaves

Capacho

Acrílica s/ tecido e grama de plástico 80 x 100 x 5 cm2018 coleção do artistafoto: Ane Souz

Mais um round

Bordado s/ luvas de boxe 50 x 20 x 15 cm2003 coleção particularfoto: Miguel Chaves

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Bordados s/ o vestido da boneca e mecanismo eletrônico sonoro 45 x 30 x 30 cm 2006coleção do artistafoto: Miguel Chaves

Com quem será

As coisas que eu faço por amor

Anágua com apliques de crochê 49,5 x 62 cm2018coleção do artistafoto: Miguel Chaves

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Tríptico - bordados, linhas e tecidos com enchimento 120 x 80 x 5 cm1999coleção particular foto: Miguel Chaves

O jardim das delícias

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Quando você passa eu fico assim

Esmalte sintético s/ recortes de madeira e fios de eletricidade 185 x 155 x 25 cm2018coleção do artistafoto: Alexandre Salgado

Soberba

Madeira esculpida 200 x 60 x 40 cm2003coleção Petrillo e Marina Castrofoto: Alexandre Salgado

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Mor

Fragmentos de madeira, latas perfuradas 190 x 130 x 25 cm2015 coleção Carmo e Jovelino Mineirofoto: fotógrafo não identificado

Agradeço a graça alcançada I I

Madeira esculpida e entalhada 80 cm de diâmetro x 20 cm2018 coleção do artistafoto: Alexandre Salgado

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Caderno da Exposição

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CuradoriaFERNANDA TERRA

Coordenação de produçãoMUSEO MUSEOLOGIA E MUSEOGRAFIA - Daniela Camargo e Mariana Santana

Design gráficoTÂNIA RODRIGUES DE SOUZA

Projeto expográficoCRISTINA VENTURA

Projeto luminotécnicoARNALDO COSTA FILHO

Assessoria de imprensaSEVEN STAR

Coordenador de montagem e assistente de produçãoMARCELLO CAMARGO

CenografiaHUMBERTO JR

Assistentes de ateliê HUGO FONSECAMC LUXTALES CÉLIO PENAWE PH

Equipe de museologia DANIELA CAMARGO - coordenaçãoANA PAULA LOBO CRISPI - SPROBERTA LEITE - RJMATHEUS ROCHA - MG

Fotografia e vídeomakerPARADIGMA PRODUÇÕES CULTURAIS

Tratamento de imagem EDIÇÃO DA IMAGEM

Revisão de textos GUSTAVO BARBOSA

Apoio administrativoELIANE ALVES

AgradecimentosAmadis Terra e Clara Camargo

Agradecimento especialLeonel Kaz

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Este Catálogo expõe parte das obras do artista e foi composto nas

fontes Esphimere e Galette, impresso em papel couchê matte 170gr,

pela Grafitto Gráfica. Foi concluído em novembro de 2018, sendo este,

mais um trabalho que pretende difundir e fomentar a arte brasileira.

Imagens:

Alexandre Salgado (págs: 12, 19, 22, 23, 25, 30, 31, 40, 45, 46, 47, 50, 51, 58, 59, 61 e 71)

Eduardo Câmara (págs: 3, 13, 24, 28 e 41)

Ronaldo Lopes (págs: 8, 14, 36 e 37)

Ane Souz (capa e págs: 1, 14, 23, 27, 29, 34 e 52)

Maurício Seild (págs: 17 e 32)

Miguel Chaves (págs: 4, 11, 26, 44, 49, 53, 54, 55, 56 e 57)

Eduardo Trópia (págs: 17, 18, 19, 33, 39, 42 e 43)

Gustavo Proti (págs: 21 e 35)

Adriana Moura (págs: 16 e 51)

Waldir Barreto (pág: 22)

Kika Bastos (pág: 26)

Fernanda Terra (págs: 10, 15, 72, 75, 76, 77 e 78)

Jorge Fonseca (pág: 23)

Caixa Cultural Rio de JaneiroAv. Almirante Barroso, 25 - Centro Rio de Janeiro/RJ - CEP 20031-003Terça a domingo, das 10h às 21h

ENTRADA FRANCA

Prefira o transporte público

Agendamento para grupos:[email protected]

Instagram: @caixaculturalrjCurta facebook.com/CaixaCulturalRioDeJaneiroAcesse www.caixacultural.gov.br

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Jorge Fonseca - labirinto de amor