apresentação CHEGOU A HORA DE CRESCERMOS...

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apresentaçãoEstá no ar a primeira edição de revista Poesia Agora!

Essa revista é a nossa forma de agradecer aos escritores pelo acolhimento que temos recebido desde 2010, quando começamos a revista benfazeja (projeto de blog, bem modesto, mas desde sempre cuidado com zelo e seriedade). Ao acolhimento presente também quando, em 2015, abrimos a editora benfazeja e ao acolhimento de agora, com o Selo Trevo.

Publicar literatura, em especial poesia, tem sido o norte dos projetos editoriais e minha missão pessoal. Escrever poesia está em segundo plano, um hobbie por vezes doloroso (vocês devem saber bem do que estou falando). Trabalhar com os Poesia Agora é revigorante (além da revista temos também um prêmio literário e antologia que publica em livro impresso os vencedores e os poemas que julgamos mais relevantes).

Estamos a par do peso do nome Poesia Agora e do esforço que será retratar a produção poética contemporânea. A par da audácia de levar um projeto assim. Mas também sabemos bem (como disse, desde 2010) a delícia que é tratar/lidar com poesia e, principalmente, com poetas.

Agradeço, por fi m, aos mais de mil e quatrocentos participantes. Foi difícil escolher apenas 20 para

CHEGOU A HORA DE CRESCERMOS JUNTOS!

PUBLIQUE CONOSCO ANTOLOGIASANTOLOGIAS

representar todos esses inscritos. Difícil e prazeroso, mas acredito que fi zemos (e continuaremos fazendo), um grande trabalho!

Está edição é a primeira publicação de muito dos 20 autores e será a primeira publicação de centenas de outros poetas no decorrer dos próximos anos. Devo repetir o quanto essa energia que recebemos é revigorante – parece que até os computadores trabalham melhor. Devo repetir que é o nosso norte.

Por favor, leiam, compartilhem, baixem e guardem :) Esse carinho que recebemos de volta é o nosso

(melhor) salário!

Well Souzadesigner e editor

Luis Nogueiraeditores

Jéssica Araújodesigner assistente

4 revista poesia agora - n1 ago.18 5 revista poesia agora - n1 fev.18

Cidade fantasmaEm cada esquinaO fantasma de uma lembrançaO eco de uma gargalhadaEternizada em uma recordação.

Nas ondas do espaço-tempoPassado e presente se fundemUnindo-se para moldarO futuro que já aconteceu...

Naquela rua pela última vez.Naquele pátio me apaixonei.Meus primeiros passos, primeiros erros.Naquela casa tantas histórias!

A tinta descascada da paredeEm frente ao portão enferrujadoAbre-se para a sala soterrada de poemasAgora em tom sépia...

Mudei-me da cidade fantasmaSou nômade Quero minhas memóriasPreenchendo o mundo todoNão só aquele lugar.

SophyaSão José | SC

Conflito“Por que meu corpo no teu é um conflito, Silenciado e sufocado, apertado e descompassado,Desesperado. Anestesiado.Um conflito que não quero resolver.Um conflito desejável, intenso e apaixonado.No teu abraço me dissolvo.Esqueço meu nome, perco e encontro sentidos.Me derreto e me envolvo,Na dança do nosso amor reprimido.”

JuhlavieSão Paulo | SP

6 revista poesia agora - n1 ago.18 7 revista poesia agora - n1 fev.18

Meu espelho paiDas tantas vezes que me fiz em prantoVocê foi afagoEnquanto eu eraPuramente Lamento

E quando meu barco De sofrimentoNavegavaAo relentoVocê foi o portoQuietoEm silêncioDitando no abraço as palavras não ditas

Das tardes Que coloríamos ParedesDizíamos sobre solidão E às vezesSobre o sim e o não

Quando Mesmo homem feitoNovamente Me vi em desesperoVocê foi conselho Eterna admiração

Coroas de rei coroas de reiQuando minha mãe era criança,e chovia forte,ela gostava de observar,da janela,os pingos de chuva caindo no chãoe formando coroas de rei.

Quando eu era criança,ela me falou de seu hábito;se chovia forte,eu também gostava de observar,da janela,as coroas de rei.

Hoje, adultas, gostamos de escutaro ritmo dos pingos ao caírem no chãoe — claro — de contemplaras coroas de água cristalinade nossa infância.

Maria AlmeidaBelo Horizonte | MG

Confabulávamos a vida Entre paiE filho Entre pessoas queridas Sobre pecado e perdão...

Porquanto antes Você me carregava do colo à camaAgora Me carrega docemente Da injúria...Do meu triste drama

Porque você é parteDa trama Que sou eu já homem feito

Distintos em pensamentos Mas tal qual gratidão pela vidaDevidaMeu paiMeu acalento...Poesia eterna de mim...Meu pertencimento...

Antonio LavaccaBelo Horizonte | MG

8 revista poesia agora - n1 ago.18 9 revista poesia agora - n1 fev.18

SensaçõesSeu beijo é calmariaDoce paz, transbordanteMomento alucinanteDe um intenso prazer

Olhar que me aqueceTão logo me enobreceDe perto ou de longeMe vejo em teu ser

Talvez não percebaMas tua belezaProfunda e tocanteMe instiga a querer

Amar-te, minha sinaTocar-te, fascinaAssim faço rimaMeu eu em você.

Natália LopesFortaleza | Ceará

Simplesmente uma flor! Flor amarela resplandecenteIncandescente lunar!Brilho difuso, confuso meu olhar...Clarão na visão do vetor.Simplesmente uma flor!

Edilson LeãoUrandi | BA

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Todos os pontosForam tuas vírgulas, teus pontos e vírgulas e tuas reticências se embaralhando nasminhas exclamações e interrogações, que fizeram com que os meus adjetivos nãoqualificassem teus substantivos. E foi assim sem verbos, que chegamos ao ponto finaldessa história desconexa!

Kennya SilvaXinguara | PA

O tempo do tempoSábio amigo, aquele calado que tanto fazE dele eu tiro os melhores proveitos da vidaÉ ele que nos dá tantos presentesE que mesmo moldando marcas no meu rostoÉ ele que o enfeita com um grande sorriso

E aquelas urgências só ele acalmaPaixões Ardentes ele extingueAmores verdadeiros ele floresceE tudo ele muda, pessoas, amores, famílias

E então ele continua, mesmo sem sua aprovaçãoE é por isso que sou seu grande amigoPois se inimigo eu for, ele continuará passandoE sem aproveitar de seu dom eu estarei, em prantos

Minha vida se transforma, meu rosto se moldaMeus amigos se norteiam, minha família aumentaMeus objetivos se divergem e meu coração se acomodaE meu amigo o tempo, continua o mesmo, sempre passando.

Paulo SeixasConselheiro Lafaiete | MG

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RobertoDas tantas vezes que me fiz em prantoVocê foi afagoEnquanto eu eraPuramente LamentoE quando meu barco De sofrimentoNavegavaAo relentoVocê foi o portoQuietoEm silêncioDitando no abraço as palavras não ditasDas tardes Que coloríamos ParedesDizíamos sobre solidão E às vezesSobre o sim e o nãoQuando Mesmo homem feitoNovamente Me vi em desesperoVocê foi conselho Eterna admiraçãoConfabulávamos a vida Entre paiE filho Entre pessoas queridas Sobre pecado e perdão...Porquanto antes

MetonímiaNesta data que triste lembrança deixará,Em que o Brasil perdeu Dom Evaristo ArnsE meu coração incrédulo chorou a partida do sorriso que consolava os pobresE dos braços que amparavam os oprimidos,Entregou-me o correio a dádiva do meu querido:Um livro de Mia Couto– Na primeira página, uma dedicatória escrita por tua mão.E beijei as letras azuis como se beijasse os teus dedosE senti nas amadas palavras gravadas o sabor que sentiriaSe fossem teus lábios distantesNos meus lábios sedentos de teu ser inteiro.E em nada me importa que a Igreja condene este amor.

Edson AmaroSão Gonçalo | RJ

Você me carregava do colo à camaAgora Me carrega docemente Da injúria Do meu triste dramaPorque você é parteDa trama Que sou eu já homem feito Distintos em pensamentos Mas tal qual gratidão pela vida

DevidaMeu paiMeu relento...Poesia eterna de mim...Meu pertencimento...

Antonio LavaccaSão Carlos | SP

14 revista poesia agora - n1 ago.18 15 revista poesia agora - n1 fev.18

O que há de errado comigoSão uma, duas, três, quatro da manhãUm, dois, três, quatro raiosSim amor estava chovendo aqui dentroO que restaram foram bitucas, copos vazios, latas de cervejasVazias, assim como o meu coração, vazio.E a noite prolonga & não tem fimJovens não sejam como euNão sou exemplo pra ninguémA noite fria sozinho, este é o meu destino!Uno, dos, tres, cuatro tirosGraças a Deus ninguém morto!Olho aqueles jovens da igrejaE alguma coisa neles me irritamVejo que são mais felizes do que euDo que toda a minha vida BoêmiaE que toda a minha extravagância bobaOntem eu vi a morte de pertoEla vinha a cada 10 segundosE me observou dentro de um coletivo vazioApenas sorrio pra mim e me disseCuidado com essa sua loucura absurdaCuidado com essa sua intensidadeCuidado com esse desejo loucoA vida é breve e tente aproveitar melhorQuase congelei nas ruasSó queria chegar rápido em casaÀ vida é mais rápida que um flash.

Vagner XavierFlorianópolis | SC

Impossível não te ofertar compaixãoDepois do jardimhá uma mau insolúvelramificado nos olhos de deus& o cotidiano, sem remédio,pergunta ao sentimento do criador:por que é preciso pronunciar outra manhãque nasceu esquecida pela delicadezano rastro deixado pelo mortoantes de pronunciar a palavra:carne ou pedra?

ou, sobre esse gesto verbal,é justo incendiar a bocaque permanece devastadapelos restos dos evangelhos, casas, pássarosou a insígnia dos dentes sem amor?

outra manhã e a um passo do marainda não aprendi remover[ pois nunca floresceu uma cidade ]a terra que pesa sobre o pai e a mãepara reconciliar o vasto homemhabitado, sem ervas precárias, dentro de mim.

Airton SouzaMarabá | PA

16 revista poesia agora - n1 ago.18

RascunhoToda prosa dissertadaNem tem trevasOu descobrir rimas desbotadasProvidencio versos as favas

Faço versos de manhãFaço a tardinhaRisco palavras , rascunhosRabiscando feito criancinhaE assim vão-se passandoNa beirada de um remansoRiacho sem fonteSem caras e inatingíveis afazeresE tem que ser a próprio cunhoDigitarSó mesmo quando terminarMinha inspiração só fl ui em rascunho

Eduardo Flávio JacobAraxá | MG

prêmioeantologiaimpressa

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