Apresentação de Wesley F. Annunciação
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•No mercado de peixes ornamentais marinhos, cerca de 90% das espécies são capturadas em ambiente •O Brasil tem uma participação ativa nas exportações de peixes ornamentais marinhos participando com 120 espécies e tendo triplicado seu crescimento nos últimos três anos •Os fatores mais atraentes e que valorizam estes animais dependem da morfologia externa e comportamento da espécie, incluindo o seu caráter exótico .
Introdução
IBAMA, 2003; Monteiro-Neto et al., 2003; Sampaio & Rosa, 2003
Fonte: From ocean to aquarium
•Danos ao meio ambiente com o uso de cianeto •A sobrepesca de espécies-chave para o aquarismo pode acarretar no desequilíbrio de todo o sistema ecológico •Estruturas precárias de transporte e manutenção
Introdução
Estima-se que, a nível mundial, de cada 1.000 peixes ornamentais extraídos do mar, apenas 363 chegam aos aquários. -15% morrem até o processo de exportação, -10% não chegam às lojas de revenda, mais de - 5% não sobrevivem até serem vendidos. Metade dos indivíduos estocados em aquários morre antes do sexto mês de cativeiro
Introdução
Araújo et al., 2008
“Produto de melhor qualidade” Adaptação mais rápida em aquários Diminuição da pressão de coleta
Produção em cativeiro
•Risco de escape •Introdução de patógenos •Dependência do mercado externo
Espécies Exóticas x Espécies Nativas
Fatores limitantes à expansão da produção ornamental marinha:
-Mercado -Tecnologia de produção
Produção em cativeiro
•Demanda •Valor de mercado •Custo de produção
Lucro
Mercado
Tecnologia de Produção
Pacotes tecnológicos
Instituições de pesquisa
Produtor
Lojista
Consumidor
Legislação
Espécies Ameaçadas de Extinção Registros
Seleção de Espécies
Critérios de seleção do Mercado
Tamanho Adequado
Beleza
Comportamento Comportamento
Pacífico
Reef safe
Critérios de seleção Da produção
• Resistência: -Manejo -Transporte
-Doenças
-Qualidade da água •Nutrição
Características de interesse produtivo
Reprodução
Intervalo de desova
Condicionamento:
Fatores fisico-químicos
Temperatura, Fotoperíodo, Salinidade
Fatores nutricionais
Desova natural x Indução Hormonal
Estratégia reprodutiva
Características de interesse produtivo
Desova Demersal:
-Ovos aderentes
-Cuidado parental
-Eclosão em média de 4 a 9 dias
-Larvas “bem desenvolvidas” na eclosão
Características de interesse produtivo
Desova Pelágica: -Ovos lançados na coluna d’água -Ovos possuem gota de óleo -Desovas geralmente muito maiores que as demersais -Eclosão em média de 24 a 36h -Número elevado de larvas se comparado aos demersais -Larvas bem “rudimentares”
Características de interesse produtivo
Peixes nativos com potencial para piscicultura
•Gobiidae •Blenídeos (várias famílias) •Pomacanthidae •Grammatidae •Pomacentridae •Chaetodontidae •Syngnathidae
Grupos de peixes com potencial para a piscicultura ornamental marinha
Gobiidae
Gobiidae
•A família Gobiidae possui mais de 1950 espécies e 200 gêneros •Estão entre os primeiros peixes a colonizar novos habitats como poças de maré, recifes de corais, e regiões alagadas. •Espécies marinhas, de água salobra e estuarinas. Apenas pequeno número de espécies são adaptados completamente a água doce.
Gobiidae
•Maioria dos gobies se alimenta de pequenos invertebrados,
embora algumas espécies se alimentem de outros peixes, e
alguns poucos de algas.
•Maioria relativamente pequeno, geralmente com menos de
10cm, mas alguns gêneros chegam alcançar mais de 30cm
•Vivem frequentemente aderidos em rochas e corais
Nelson, 2006
Gobiidae
•Pequenos •Fácil adaptação •Resistentes •Dieta variada •Reef safe •Comportamento ativo e pacíficos •Peixes Limpadores •Lista de espécies ameaçadas - IBAMA
Gobiidae Características de mercado:
Elacatinus randalli
Elacatinus pridsi
Elacatinus figaro
Endêmico de toda costa brasileira
•Existem vários estudos com a espécie
•Ciclo de produção completo
•Espécie resistente
•Infraestrutura simples se comparado com outras
espécies
Gobiidae Produção: Elacatinus figaro
•Aquários Reprodutores: 15-30L
•Desova demersal
•Monogâmicos
•N° de ovos / desova: 410
648
•Taxa média de eclosão: 70%
•Tempo de incubação (26-28°C): 7-8 dias
Gobiidae Produção: Elacatinus figaro
Meirelles, 2008; Shei, 2008
Larvicultura:
Tamanho da larva: +- 3 mm
Boca presente após eclosão
Olhos bem pigmentados
Vitelo consumido em 1 dia
Alimentação: Rotífero, Artêmia, Copépodos
Metamorfose: 25 à 30 dias
Gobiidae Produção: Elacatinus figaro
Meirelles, 2008
Meirelles, 2008
Meirelles, 2008
Blenídeos
cirri Nadadeira dorsal única
Nad. Anal longa ventral
Blenídeos
•Grupo dos blenídeos compreende 6 famílias •Alta abundância em ambientes costeiros •Dieta bastante diversa •Alcançam em média até 15 cm •Algumas espécies são territorialistas
Blenídeos
Resgalla, 1992
•Espécies pequenas •Padrão de cor •Agilidade •Comportamento ativo •Resistentes e de fácil manutenção •Algumas espécies se alimentam da a anêmona marrom Aipstasia pallida
Blenídeos Características de mercado:
Blenídeos Produção
•Fácil obtenção de reprodutores •Resistentes ao manejo •Resistentes a variações na qualidade de água •Infraestrutura necessária simples •Protocolo de reprodução para várias espécies
Blenídeos
•Desova demersal •Cuidado parental •Machos incubam em uma mesma cavidade várias desovas provenientes de diferentes fêmeas ao mesmo tempo
Produção
Salarias ramosus (espécie exótica) Fonte: MOFIB
Blenídeos
Fo
nte
: M
OF
IB
Pomacanthidae
Pomacanthidae
•São de médio porte e vivem em águas costeiras especialmente tropicais •Espécies que apresentam diferenças significativas entre a coloração juvenil e adulta •Alcançam cerca de 40cm •Gênero Centropyge alcança cerca de 15 cm
Pomacanthidae
•A territorialidade é uma característica marcante desta família •A dieta das espécies desta família é variada; muitas se alimentam principalmente de esponjas, enquanto outras de algas e microrganismos marinhos •Algumas espécies são limpadoras facultativas
Menezes & Figueiredo, 1985; Robins & Ray, 1986; Michael, 2001; Araújo et al.,2008
Pomacanthidae
•Na sua maioria, os peixes são capturados quando jovens
•Espécies como Holacanthus ciliaris são vendidas em três
tamanhos (pequeno , médio e grande)
•Holacanthus ciliaris e Pomacanthus paru representam
cerca de 33% dos peixes exportados pelo Ceará
Pomacanthidae Coleta
Araújo, et al., 2008
•Diferentes padrões de coloração •A maioria das espécies não é “Reefsafe” •Elevado valor de mercado •Aquaristas mais avançados •Necessitam de aquários de maior volume •Permitida a coleta e comercialização
Pomacanthidae Características de mercado:
•Podem ser condicionados a alimentação em cativeiro
•Susceptível à doenças
•Sensíveis à variação da qualidade da água
•Dificuldade na reprodução e larvicultura
Produção
Mayland, 1983; Gomes, 1997 ; Araújo et al., 2008
Pomacanthidae
•Todas as espécies estudadas até o momento são protogíneas
•Vivem em grupos ou isoladamente,sendo os machos
tipicamente territorialistas e com hábitos diurnos
•É comum o hábito de formar sistemas sociais de harém com
duas a
cinco fêmeas
•Além do dimorfismo etário, características sexuais variam
enormemente entre as espécies
Produção Pomacanthidae
Nottinghan, 2002; Araújo, et al., 2008
•Comportamento de corte é comum e complexa e se
inicia pela perseguição ou aproximação do macho à
fêmea.
•A desova ocorre durante todo o ano, principalmente
no verão
•Desova pelágica
Allen et al ., 1998; Lieske & Myers, 1999
Produção Pomacanthidae
Holacanthus ciliaris
Pomacanthus paru
Advanced Aquarist Magazine
Pomacanthus semicirculatus (Taiwan):
•4 reprodutores (entre 35-40cm) mantidos em tanque de
30.000L
•Dieta: krill, lula, peixescongelado e macroalga (caulerpa) de
3-5% peso corporal
•Uso de rochas como abrigo
•Fotoperíodo 12:12
Pomacanthus sp.
Reprodução
Leu et al., 2009
•Fêmea matura com abdômen dilatado e coloração mais pálida •Desova natural •Média de ovos/ desova: 10.455 ovos •Taxa média de eclosão: 70.2 %
Leu et al., 2009
Pomacanthus sp.
Reprodução
Pomacanthus sp.
Reprodução
Centropyge aurantonotus
Entre os mais populares dos peixes anjo
Podem ser mantidos em aquarios menores
Considerado reef safe
Alguns trabalhos publicados
Gênero bastante estudados por alguns institutos de
pesquisa (ex: Reef culture technology )
Bom potencial reprodutivo
Centropyge sp.
Fonte: RCT, Hawaii
•Haréns geralmente consistem de 1
macho maior e de 1-4 fêmeas maturas
•Em cativeiro são divididos em pares ou
trios em aquários com volume mínimo
•de 120-200 litros.
•Precisam de uma coluna de água de
pelo menos 50cm
Centropyge sp.
Fonte: RCT, Hawaii
Grammatidae
Grammatidae
Gramma loreto
Gramma brasiliensis
•Distribuem-se da Flórida até o sudeste do Brasil
•Encontrados em recifes de coral e zonas
rochosas
•Habitam profundidades desde 3 até 22 metros
•Territorialistas e encontrados em locas
Menezes & Figueiredo, 1985; Lieske & Myers, 1999; Szpilman, 2000; Araújo, 2008;
Grammatidae
Vivem solitários ou em pequenos grupos
Machos constroem ninhos
Nas espécies do gênero Gramma os machos são
maiores que as fêmeas
Desova acontece ao final do entardecer
Menezes & Figueiredo, 1985; Lieske & Myers, 1999; Szpilman, 2000; Araújo, 2008;
Grammatidae
•Pequenos e de coloração atraente
•Fácil aclimatação
•Resistentes
•Dieta variada
•Lista de espécies ameaçadas
Grammatidae Características de mercado:
Aquários de 400l
Estocagem:
-1 macho x 3 fêmeas
Ninho confeccionado com espuma
Guilles et al., 2008
Gramma loreto (espécie exótica)
Grammatidae
Fo
nte
: M
OF
IB
POMACENTRIDAE
POMACENTRIDAE
POMACENTRIDAE
•Espécies de baixo valor de mercado
•Territorialistas e agressivos
•Peixes muito resistentes
•Pequenos ( < 20cm)
•Se adaptam muito rápido as condições de cativeiro
•Ideal para iniciantes
•Reef safe
Características de mercado:
Abudefduf saxitatilis
Stegastes variabilis
Chromis flavicauda
Muito resistente ao manejo e a variações na qualidade
de água
Resistente à doenças
Rápido crescimento
Baixo custo para formação do plantel de reprodutores
Várias espécies já reproduzidas em cativeiro
POMACENTRIDAE Produção
POMACENTRIDAE
Desova demersal Cuidado parental Rápido desenvolvimento larval Dificuldade na alimentação das larvas
MOFIB; Aishuth, et al., 1998
Produção
(Fishelson, 1970)
Fonte: MOFIB
Chaetodontidae
Chaetodontidae
•Se alimentam de zoobentos e outros invertebrados.
-Poliquetas, pólipos de corais, crustáceos e moluscos.
•Vivem solitários ou em pares
•Podem formar agregações para alimentação
•Encontrados em recifes de coral e fundos rochosos
•Alcançam cerca de 15cm
•Cores fortes e diferentes padrões de coloração
•Natação suave
Araújo, 2008 ; fishbase.org ; Ibama, 2004
Chaetodontidae
Difícil adaptação em cativeiro
Aceitam bem ostras e mexilhão
São sensíveis ao manejo e a qualidade da água
Facilmente suscetíveis à ectoparasitas e doenças
Várias espécies são monogâmicas
Desova Pelágica
Comportamento de corte
Carvalho-Filho, 1999
Chaetodontidae Produção
Acanthuridae
Apogonidae Labridae Opstognathidae
Outros grupos encontrados no
mercado de peixes ornamentais
Considerações Finais
•O Brasil apresenta diversas espécies com potencial para
a piscicultura ornamental marinha.
•Para o desenvolvimento da atividade se faz necessário:
- Definição de prioridades para o setor.
-Desenvolvimento de tecnologia por Instituições
públicas e privadas .
- Crescimento e desenvolvimento do mercado da
aquariofilia marinha no Brasil.
AISHUTH,S. R., TUCKER JR., J. W., HATELEY, J. egg and larval development of laboratory-reared sergeant
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ALLEN, G.R.; STEENE,R., ALLEN M . A guide to a ngelfishes & butterflyfishes. Odyssey
ARAÚJO, M. E., ALBUQUERQUE-FILHO, A. C. biologia das principais espécies de peixes ornamentais
marinhos do brasil: uma revisão bibliográfica e documental. Boletim Técnico Cientìfico do CEPENE. v. 13, p.
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CARVALHO -FILHO,A. Peixes: costa brasileira. 3ª. ed., Editora Melro, São Paulo, 320p., 1999.
GOMES, S . O aquário marinho & as rochas vivas . Tropicus Publ. Propag. Ltda Ed. Rio de Janeiro, 256 p.,
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IBAMA. Relatório da Reunião Nacional sobre Regulamentação Específica paraExplotação de Peixes
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LIESKE, E.; MYERS, R . Coral Reef Fishes: Caribbean, Indian Ocean, and Pacific Ocean including the Red
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MAYLAND,H.J. The complete home aquarium. GD/Peregee Book, Nova Iorque, 223p. 1983
MEIRELLES, M. E. Viabilidade do cultivo do neon gobi, Elacatinus fígaro. 2008. 47f. Dissertação (Mestrado
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Referências
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NOTTINGHAM, M.C. Estudo da Biologia Reprodutiva do Peixe Anjo Holacanthus ciliaris (Peciformes:
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Federal do Rio Grande – FURG. 2008
SZPILMAN, M. Peixes marinhos do Brasil: guia prático de identificação. Inst. Ecol. Aqualung , Rio de
Janeiro, 288p.,2000.
Referências
Sites:
Fishbase.org
MOFIB: www.marinebreeders.org
Advanced Aquarist Magazine: www.advancedaquarist.com
REEF CULTURE TECHNOLOGIES: www.rcthawaii.com
Contato
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