Apresentação do PowerPoint · A rogo do preto forro Antonio Gaia, por não saber ler nem Adolfo...

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Testamento (1)

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Testamento Antonio Gaia (3) (4)

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mil réis, que deixo ao preto Claudino, será tirado dos

novecentos e cincoenta mil réis que me deve Natasso.

Declaro que deixo a preta forra Izalina, minha

companheira, todos os moveis e roupa que existirem

dentro de minha moradia, do tempo do meo

fallecimento. Deixo ao preto forro Diogo José Augusto,

tresentos mil réis, que serão tirados d'aquelles novecentos

e cincoenta que me deve Natasso. Deixo ao mesmo

Natasso dusentos e cincoenta mil réis, dos [??]

novecentos e cincoenta que me está á dever; ficando com

este último legado preenchida esta importância em sua

totalidade. Declaro que possuo uma meia agua,

construida dentro de um terreno sito á rua Imperatriz

desta cidade, com um portão na frente com o numero

cento e tres. Deixo ao meu compadre José da Silva

Ramos, preto forro, tudo quanto me deverem ao tempo

do meu fallecimento que cobrará para si, de cujas dividas

é sabedor, á excepção do que me deve Natasso, pois já

está esta dividida distribuida nos legados que acima fiz.

Recomendo ao mesmo meu compadre Tomé, a

herança que deixo a minha filha Zeferina, concorrendo

a quanto podér para que ella a conserve. Nomeio por

meu único testamenteiro a Diogo José Augusto o

o qual hei por abonado em juizo e fóra delle e ao meu rogo

queira aceitar este meo testamento e ultima vontade, para

dar execução á minhas disposições, ficando ao arbitrio do

mesmo o meo enterro que será sem luxo algúm. E desta

fórma fórma tenho concluido este meo solenne testamento

e peço á Justiça deste Imperio lhe dem toda a força e vigor

embora lhe falte alguma clasula ou clausulas, que aqui as

considero por suppridas e declaradas. E por eu não saber

ler nem escrever, pedi ao senhor Adolpho Freire, Ee

digo que este por mim fizesse e a meo rogo

assignasse, o qual me foi lido e o achei em tudo

confórme havia dictado. Cidade do Rio Grande do Sul,

em primeiro de Maio de mil oito centos oitenta e tres. 1883.

A rogo do preto forro Antonio Gaia, por não saber ler nem

escrever

Adolfo Freire

Este testamento escrevi e assignei a rogo do testador o

preto forro Antonio Gaia

Adolfo Freire

Ministério da Educação Associação dos Amigos

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