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7 conflitos atuais causados por diferenças religiosasPor Jessica Soares

Depois da II Guerra Mundial, a ONU adotou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que colocava em pautao “respeito universal e observância dos direitos humanos e liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça,sexo, língua ou religião”. O ideal foi reforçado em 1999, ano em que líderes budistas, protestantes, católicos, cristãosortodoxos, judeus, muçulmanos e de várias outras religiões se reuniram para assinar o Apelo Espiritual de Genebra. Odocumento pedia aos líderes políticos e religiosos algo simples: a garantia de que a religião não fosse mais usada parajustificar a violência.

Passados muitos anos e outras muitas tentativas de garantir a liberdade religiosa, grande parte dos conflitos quehoje acontecem no mundo ainda envolve crenças e doutrinas, que se misturam a uma complexa rede de fatores políticos,econômicos, raciais e étnicos. De “A a T”, conheça sete conflitos atuais que têm, entre suas motivações, a intolerânciareligiosa:

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O Afeganistão é um campo de batalhasdesde a época em que Alexandre, o Grande,passava por lá, em meados de 300 a.C. Atualmente,dois grupos disputam o poder no país, em umconflito que se desenrola há anos. De um lado estáo Talibã, movimento fundamentalista islâmico quegovernou o país entre 1996 e 2001. Do outro ladoestá a Aliança do Norte, organização político-militarque une diversos grupos demográficos afegãos quebuscam combater o Regime Talibã.Após os atentados de 11 de setembro de 2001, aAliança do Norte passou a receber o apoio dosEstados Unidos, que invadiram o Afeganistão embusca do líder do Al-Qaeda, Osama Bin Laden,estabelecendo uma nova república no país.

Em 2011, americanos e aliados comemoraram a captura e morte do líder do grupo fundamentalista islâmicoresponsável pelo ataque às Torres Gêmeas, mas isso não acalmou os conflitos internos no país, que continua sendo palcode constantes ataques talibãs.

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Não é apenas o rio Níger que divide o país africano: a população nigeriana, de aproximadamente 148 milhõesde habitantes, está distribuída em mais de 250 grupos étnicos, que ocuparam diferentes porções do país ao longo dosanos, motivando constantes disputas territoriais. Divididos espacialmente e ideologicamente estão também osmuçulmanos, que vivem no norte da Nigéria, e cristãos, que habitam as porções centro e sul. Desde 2002, conflitosreligiosos têm se acirrado no país, motivados principalmente pela adoção da sharia, lei islâmica, como principal fonte delegislação nos estados do norte. A violência no país já matou mais de 10 mil pessoas e deixou milhares de refugiados.

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Diferentes milícias, combatentes emotivações se misturam no conflito que temlugar em território iraquiano. Durante os anos de2006 e 2008, a Guerra do Iraque incluía conflitosarmados contra a presença do exército dosEstados Unidos e também violências voltadas aosgrupos étnicos do país. Mas a retirada das tropasnorte-americanas, em dezembro de 2011, nãocessou a tensão interna. Desde então, gruposmilitantes têm liderado uma série de ataques àmaioria xiita do país. O governo iraquiano estimaque, entre 2004 e 2011, cerca de 70 mil pessoastenham sido mortas.

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Em 1947, a ONU aprovou a divisão daPalestina em um Estado judeu e outro árabe. Umano depois, Israel foi proclamado país. A oposiçãoentre as nações árabes estourou uma guerra, que,com o crescimento do território de Israel, deixouos palestinos sem Estado. Como tentativa de darfim à tensão, foi assinado em 1993 o Acordo deOslo, que deu início às negociações para criaçãode um futuro Estado Palestino. Tudo ia bem atéchegar a hora de negociar sobre a situação daCisjordânia e da parte oriental de Jerusalém – dasquais nem os palestinos nem os israelensesabrem mão.

Na Palestina, as eleições parlamentaresde 2006 colocaram no poder o grupofundamentalista islâmico Hamas.

O grupo é considerado uma organização terrorista pelas nações ocidentais e fracassou em formar um governo ao lado doFatah – partido que prega a reconciliação entre palestinos e israelenses. O Hamas assumiu o poder da Faixa de Gaza. E oFatah chegou ao da Cisjordânia, em conflitos que se prolongaram até fevereiro de 2012, quando os dois grupos fecharamum acordo para a formação de um governo. Mas segundo o site da Al Jazeera, rede de notícias do Oriente Médio, a rixacontinua. Eleições parlamentares e presidenciais serão conduzidas nos dois territórios e a tensão internacional permanecepela possibilidade do Hamas voltar a vencer no processo eleitoral.

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A guerra civil no Sudão já se prolonga hámais de 46 anos. Estima-se que os conflitos, quemisturam motivações étnicas, raciais e religiosas, játenham deixado mais de 1 milhão de sudanesesrefugiados. Em maio de 2006 o governo e oprincipal grupo rebelde, o Movimento de Libertaçãodo Sudão, assinaram o Acordo de Paz de Darfur, queprevia o desarmamento das milícias árabes,chamadas janjawid, e visava dar fim à guerra. Nomesmo ano, no entanto, um novo grupo deucontinuidade àquela que foi chamada de “a piorcrise humanitária do século” e consideradagenocídio pelo então secretário de estado norte-americano Colin Powell, em 2004.

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Um movimento separatista provoca constantes e violentos ataques no sul da Tailândia e criou uma atmosfera desuspeita e tensão entre muçulmanos e budistas. Apesar dos conflitos atingirem os dois grupos, eles representam parcelasbastante desiguais do país: segundo dados do governo tailandês, quase 90% da população do país é budista e cerca de 10%muçulmana.

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A regulação governamental aosmonastérios budistas teve início quando o PartidoComunista da China marchou rumo ao Tibete,assumindo o controle do território e anexando-ocomo província, em 1950. Mais de meio século sepassou desde a violenta invasão, que matou milharesde tibetanos e causou a destruição de quase seis miltemplos, mas a perseguição religiosa permanece. Umprotesto pacífico iniciado por monges em 2008 deuinício a uma série de protestos no territórioconsiderado região autônoma da República Popularda China.

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RJ registra mil casos de intolerância religiosa em 2 anos e meioNúmeros constam de relatório apresentado em audiência pública na Alerj. Deputado pede implantação de delegaciaespecializada criada em 2011.

O Centro de Promoção da Liberdade Religiosa & Direitos Humanos (Ceplir), ligado àSecretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, recebeu em dois anos emeio quase mil denúncias de casos de intolerância religiosa. Os números constam de umrelatório apresentado em audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de janeiro(Alerj) na terça-feira (18). Entre julho de 2012 e dezembro de 2014, foram registradas948 queixas, 71% delas sobre intolerância contra religiões, mostra o relatório.Criado em 2012 e coordenado pela Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos eDifusos da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, o Ceplir temcomo objetivo defender e garantir os direitos humanos e de expressão da liberdade decrença e filosofia de indivíduos e instituições religiosas e comunidades tradicionais.

O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj, deputado Marcelo Freixo (PSOL), informou que vai pedir ao presidente da Casa, deputado Jorge Picciani (PMDB), a implantação da Lei 5.931/11, que criou a Delegacia de Combate aos Crimes Raciais e Intolerância.

"O grande desejo dos representantes das religiões diversas é a criação dessa delegacia especializada. Os crimes de ódio, que assistimos diariamente no Rio, merecem que essa demanda seja atendida", disse o parlamentar.

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Já o presidente da Comissão de Combate às Discriminações e ao Preconceito da Alerj, e autor da lei de 2011 que cria adelegacia especializada, o deputado Átila Nunes (PSL), disse que quase todo mês um ou dois casos de intolerância sãoregistrados.

"Temos um pequeno estado islâmico encravado no Rio de Janeiro", disse.

Segundo o presidente da Comissão de Combate a Intolerância Religiosa (CCIR), Ivanir dos Santos, até janeiro de 2016 acomissão vai finalizar um relatório, com o objetivo de fazer uma denúncia internacional.

"Vamos condensar um documento com depoimentos para fazer uma denúncia sobre intolerância religiosa às cortesinternacionais. Os casos persistem e crescem na sociedade brasileira e o que nos chama a atenção é a morosidade dainvestigação desses episódios. Há má vontade em olhar esses casos como crime", disse Ivanir dos Santos.

A mãe de santo Káthia Marinho, avó da menina Kayllane Campos, de 11 anos, apedrejada em junho, ao sair de um culto de candomblé, afirmou que os agressores ainda não foram identificados:

"Enquanto não forem punidos, a violência não vai parar".

Já a professora de português Denise Bonfim, que é muçulmana, disse que foi ameaçada de morte na mesma rua onde Kayllane foi agredida.

"Estava usando o Hijab (véu islâmico) e disseram que iam me matar. Fiquei com muito medo e passei vários meses sem usar o véu e sem entender o motivo de tamanha intolerância", lamentou.

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Para o representante da Associação Beneficente Muçulmana, Sami Isbelle, os casos de violência no exterior acabaram influenciando o aumento da intolerância no Brasil.

"Sofremos muitas agressões pela internet, e as mulheres são muito discriminadas no mercado de trabalho, principalmente por causa das suas vestimentas", disse.

A presidente do Conselho de Igrejas Cristãs do Rio (Conic), Lusmarina Campos Garcia, diz que “é importante que ter consciência de que esses casos não são isolados e que isso precisa ser enfrentado”.

Agressão

Na noite do domingo, 14 de junho, a jovem Kayllane Campos, de 11 anos, foi atingidapor uma pedra na Avenida Meriti, naVila da Penha, Zona Norte do Rio, quando voltava de um culto de Candomblé.Os responsáveis pelo ato foram dois homens, que estavam em um ponto de ônibus na região. Além de atirarem pedrascontra o grupo de religiosos, os homens fizeram vários insultos e fugiram embarcando em um ônibus. O caso foi registradocomo lesão corporal e no artigo 20, da Lei 7716 (praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor,etnia, religião ou procedência nacional) na 38º DP (Irajá).No fim daquele mês, a menina foi recebida na sede da OAB pelo ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Pepe Vargas,no Centro do Rio.aa fez um pedido pela ação do poder público. Com mais de 35 mil assinaturas, o documento pede umacampanha para promover a liberdade religiosa.Na semana anterior, ela havia se encontrado com o arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, na sede da arquidiocese e sedisse tensa."Estou um pouco nervosa, não estou muito acostumada. A partir de agora eu acho que tem que ter respeito, todo mundounido, bem eu acho que tem que ser assim. Para mim, respeito todo dia", afirmou na ocasião.

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Racismo religioso é o retrato da intolerância no Brasil

A população negra no Brasil vive um tempo desafiador. Além da luta pela sobrevivência, a superação do racismo, do atrasosocial, econômico e político, muitos de nós temos que encarar o desrespeito e a intolerância em relação a suas formas maisdiversas de expressar a fé. Sabemos que as religiões de matrizes africanas, como o candomblé e a umbanda, sãofrequentemente alvo de preconceito e seus frequentadores e adeptos sofrem cotidianamente com agressões e ataquesfísicos e simbólicos contra seus símbolos e casas institucionais de culto, popularmente conhecidas como casa de santo/axé,roça ou terreiros.Por Walmyr Junior Do Jornal Do BrasilNão restam dúvidas que essas ações são pano de fundo do preconceito racial, tendo em vista que a história de fundação dareligiosidade de matrizes africanas é fruto da resistência dos escravos no Brasil. Entendendo que a maioria dos seguidoresdessas religiões são negros e negras, vemos se espalhando no Brasil o ato criminoso do “racismo religioso”. Afirmo isso asimples constatação em ver que nenhum outro segmento religioso sofre tantos atentados e encontra tamanha resistência.É importante frisar que o processo de escravidão e, logo depois,o racismo no Brasil, são ferramentas estruturantes para amanutenção dos privilégios de uma minoria, rica e branca, que domina a disputa hegemônica no país. O resultado dessaforça opressora estruturada e organizada na sociedade usa equivocadamente a religião (quase sempre cristã) comojustificativa para demonizar as divindades cultuadas pelos povos de matrizes africanas, acirrando as relações interpessoais ede forma categórica, praticando o racismo institucional e religioso nas entrelinhas deste processo.Entende-se entrelinhas: Queima e apedrejamento dos terreiros, agressão a uma criança porque vestiu uma roupa que aidentifica com a sua religião, linchamento verbal na internet e redes sociais de praticantes que publicam fotos no exercíciode sua fé e que logo promovem sadiamente suas experiências em seus cultos. Dentre outros casos que estão no cotidiano.

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Quero especificar um ponto dessas ‘entrelinhas’ que se reverberou nos últimos anos como uma pró-ofensiva que de maneirageral tem preocupado muita gente: o caso do processo de evangelização dos traficantes nas favelas e periferias Brasil afora.Vemos nas linhas dos jornais citarem com muita frequência a expulsão de mães e filhos de santos das favelas por iniciativasde traficantes evangélicos. Inspirados pelo fundamentalismo religioso, ‘os meninos do tráfico’, categorizaram nas favelas apremissa de que as religiões de matrizes africanas são reflexo do mal, e que de certa forma, a permanência delas na favelanão são passiveis de convivência.Acredito que o vazio deixado pelo Estado, somado ao enfraquecimento da Igreja Católica nas áreas faveladas, permitiu ocrescimento das igrejas evangélicas pentecostais e neopentecostais, que de certo modo levantam o discurso equivocado dademonização das religiões de matrizes africanas. Óbvio que não é a regra, mas um número considerável de pastoresreproduzem essas práticas nos seus territórios de ação.Nos muros das favelas vemos as pichações de demarcação territorial das facções criminosas emendadas a frases de salmos epassagens bíblicas. Cultos no meio dos bailes funks acontecem na maioria das favelas, somados a pedidos de orações aosevangélicos por parte de traficantes. Segundo registros da Associação de Proteção dos Amigos e Adeptos do Culto AfroBrasileiro e Espírita, pelo menos 40 religiosos foram expulsos pelo tráfico de favelas na cidade do Rio de Janeiro.O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) trouxe como temática na prova de redação a necessidade de rompermos comtais violências, problematizando os “caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”. Na prova, os inscritospuderam falar das suas experiências e possíveis tentativas de vivermos um caminho de paz e unidade entre as religiões.Sabemos que as comunidades e povos de matrizes africanas são forjados pela resistência e luta pelo culto e memória da suaancestralidade. Com isso, vemos que essas características reverberam a força do povo preto no Brasil.Vejo que somente com uma mudança estrutural da educação na sociedade brasileira podemos trazer resultados efetivosquando o assunto é igualdade racial e religiosa. O exemplo do samba e da capoeira, que em outros períodos da história eramproibidos, servem de referências para o combate ao preconceito, e nos motivam para lutar pela proteção da população que

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tem suas referências nas religiões de matrizes africanas. Infelizmente, não podemos afirmar que já tivemos os mesmosavanços das políticas públicas que as expressões culturais citadas acima obtiveram. Porém, nos resta resistir e lutar para quetodo povo brasileiro, tenha garantida a efetivação dos seus direitos.