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Halitose
• Significado do termo:
– “halitos” ar expirado
– “osis” alteração patológica
• Definição:
– Condição anormal do hálito, que se torna desagradável tanto para o paciente quanto para as pessoas que com ele se relacionam (Tárzia, 2003).
• Descrita pela primeira vezpor Howe (1874)
• Atinge cerca de 30% da
população Brasileira
– Associação Brasileira de Halitose (18/09/2014)
http://www.abha.org.br/
Halitose
• Indicativo de alteração fisiológica adaptativa, ou de uma patologia, ou de problemas na higiene
• Causas multifatoriais
– Condições orais• 80-90% dos casos
– Condição não orais(Delanghe et al., 1997)
• Sinal:
– Presença no fluxorespiratório de odorivetores ofensivosao alfato humano
• Sintoma:
– alteração senso-perceptiva de ordem olfativa e/ou gustativa
(Vieira & Falcão, 2005)
A Halitose pode sinalizar:
• Alterações patológicas sistêmicas;
• Alterações patológicas orais locais;
• Alterações fisiológicas;
• Processos adaptativos:
• Halitose por hipoglicemia
• Halitose por eliminação de substâncias que produzem derivados
voláteis de mau odor (medicamentos e alimentos)
Implicações psicológicas:
Restrições sociais e emocionais;
HALITOFOBIA: medo de possuí-la pode precipitar uma verdadeira neurose.
• Pequenas partículas dispersas no ar capazes de imprimir a sensação olfativa
nas células receptoras da cavidade nasal;
• Apresentam propriedades físico-química variáveis
• Todas são voláteis e solúveis em lipídeos
Membranas
celulares
(Bicamada lipídica)
Meio extra-celular Meio intra-celular(Vieira & Falcão, 2005)
Odorivetores
Odorivetores
Odorivetores
Odorivetores
Principais odorivetores produzidos através de bactérias
da cavidade bucal e seus odores
Sulfeto de hidrogênio (H2S) Ovos podres
Metilmercaptana (CH3SH) Fezes
Escatol Fezes
Cadaverina Carne em putrefação
Putrescina Carne em putrefação
1º Degradação de proteínas e peptídeos
Aminoácidos
(arginina, ornitina, lisina, cisteína, metionina, triptofano)
Cooke et al., 2003
2º Degradação dos aminoácidos
Produtos voláteis orgânicos, sulfurados, amônia e uréia
• Atividade putrefativa de bactérias anaeróbicas obrigatórias e proteolíticas
• especialmente espécies Gram-negativas
• dorso da língua e bolsa periodontais
Produção de Odorivetores por hidrólise de proteínas
e aminoácidos
Baseada nos tipos de odorivetores formados:
1.Halitose por odorivetores provenientes da necrose e destruição
do tecido;
2.Halitose por odorivetores voláteis contendo enxofre;
3.Halitose por subprodutos metabólicos odorivetores;
4.Halitose por odorivetores de origem sistêmica devida a
alimentos e medicamentos ingeridos ou assimilados através da
pele ou das mucosas.
(Tárzia, 2003)
Classificação bioquímica
1. Halitose por odorivetores provenientes da necrose e
destruição tecidual
Odorivetores provenientes de focos de necrose tecidual asséptica
ou contaminados por bactérias putrefativas pelos processos de
redução, desaminação e descarboxilação.
Aminoácidos: arginina, lisina, ornitina e triptofano;
Odorivetores: cadaverina, putrescina, indol e escatol (aminas putrefativas).
Fontes principais: tecido necrosado, coágulos, lesões tumorais, cáries,
doenças periodontais, impacção alimentar;
A atividade da arginase salivar foi associada com o processo de desenvolvimento
da periodontite crônica. (Ozmeric et al., 2008)
NH2
I(CH2)3
I
2HN - C - HIH
L- OrnitinaPutrescina
NH = C - NH2
INHI
(CH2)3
INH2 - C - COOH
IH
L- Arginina
Uréia
Arginase (Mn2+)
NH2
I(CH2)3
INH2 - C - COOH
IH
+ H2O
L- Ornitina
descarboxilase
Periodontite
crônica
CO2
Formação da Putrescina
pH ótimo varia de 4,0 a 6,0
(Kleinberg et al.,1964)
1º desaminação 2º descarboxilação
NH2
I(CH2)4
I
2HN - C - COOHIH
NH2
I(CH2)4
I
2HN - C - COOHIH
L- lisina
descarboxilase
CO2
Os níveis de cadaverina são associados ao mau odor bucal e esta
associação pode ser independente dos compostos sulfurados voláteis.
(Goldberg et al., 1994)
L- LisinaCadaverina
Existe uma alta correlação entre cadaverina e os índices periodontais,
índices gengivais, profundidade de bolsa e mau odor da língua.
Formação da Cadaverina
pH ótimo varia de 4,0 a 6,0
(Kleinberg et al.,1964)
TriptofanoTriptamina
Triptofano
descarboxilase
CO2
+
Etilamina Indol
Triptamina etilamina redutase
MetilaminaEscatol
Triptamina metilamina redutase
Formação de compostos orgânicos / aminas aromáticas heterocíclicas
3
+ +
Odorivetores provenientes da necrose e destruição tecidual – outras informações
• Aminas putrefativas:– Elevadas concentrações na
saliva após o despertar
• rapidamente neutralizadas
através da ação combinada
do café da manhã e
limpeza bucal (Cooke et al.,
2003)
– apresentam ausência de volatilidade no pH neutro (Tonzetich et al.,1967),
• pH ácido favorece a degradação dos aminoácidos em geral
• Saburra tem pH alcalino (amônia), portanto não favorece a atividade das descarboxilases que produzem putrescina e cadaverina (Kleinberg et al.,1964)
• Cadaverina está presente
no biofilme dental (Hayes
and Hyatt, 1974
2. Halitose por odorivetores voláteis contendo enxofre
• Aminoácidos degradados: cisteína, metionina, cistina
• Odorivetores: sulfeto de hidrogênio (H2S), metilmercaptana ou
metanotiol (CH3SH) e dimetilsulfeto (CH3)2S (compostos sulforados
voláteis – CSV).
Condições que predispõem o acúmulo da saburra lingual:
Língua pilosa Língua crenada Língua geográfica
• Provenientes da degradação de matéria orgânica estagnada,com proteínas ricas em enxofre
• células epiteliais descamadas e proteínas da saliva estagnadas nasaburra lingual
Produção de sulfeto de hidrogênio a partir de cisteína e cistina
Cisteína
desulfidrase
(Morra et al., 1991)
Bactérias sulfidrases-positivas
(Bonnarme et al., 2000)
L-metionina γ-liase
Dimetilsulfeto
Trimetilsulfeto
MetanotiolConversão química
Produção de dimetilsulfeto a partir de metionina
L-metionina aminotransferase
Ácido butírico
H2S
CH3S
CH3-S-CH3
Bactérias Sulfidrases-positivos
(produzem enzimas que degradam
aminoácidos contendo enxofre)
pH
7,2
O pH é o principal fator regulador
halitose por CSV
• A atividade enzimática das
sulfidrase é favorecida no pH 7,2
• Neutralidade e alcalinidade
favorecem a halitose,
• Acidez inibe a halitose
(Tonzetchi et al., 1967)
Sulfeto de hidrogênio e Metanotiol (metilmercaptana)
correspondem a 90% dos odorivetores associado a
halitose de origem bucal.
(Makinen et al.,1995)
Crescimento bacterianoEnzimas bacterianas
Substratos proteicos
(proteínas teciduais e salivares)
Degradação
enzimática
Metabolismo de
anaeróbios
gram-negativos
Aminoácidos
(Cístina, cisteína, metionina,
serina, triptofano e ornitina)
Inflamação
Compostos orgânicos e
sulfurados voláteis
(H2S, CH3SH, (CH3)2S, indol, escatol)
↑ Permeabilidade tecidual
↑ Quebra de colágeno
Atraso na cicatrização de feridas
↑ Espécies reativas de oxigênio
↓ Síntese de DNA e proteínas
Odorivetores e o Desenvolvimento de Doença
Periodontal
Saburra como fonte de substratos e bactérias para a
produção de odorivetores
•Maior causa bucal da halitose
•Formada por sedimentação de células epiteliais
descamadas, leucócitos, microorganismo (fungos
e bactérias) e resíduos alimentares
•Fatores que favorecem a formação da saburra:
•Desidratação
•Estados febris
•Vômitos
•Hipossalivação e/ou Xerostomia
•Estresse psicológico (antiperistaltismo
esofagiano)
•Alterações morfológicas na língua
(retenção de alimentos em fissuras na língua)
Halitose Fisiológica
•Fatores associadas:
•Diminuição do fluxo salivar;
•Degradação de células epiteliais
descamadas, saliva e restos alimentares;
•Predominância de compostos sulfurados
voláteis provenientes da degradação de
aminoácidos das células epiteliais;
•Leve hipoglicemia devido ao longo período
sem alimentação (corpos cetônicos).
•Apresenta-se ao acordar;
•O comer e escovar os dentes pela manhã remove a halitose;
• Exceção nos casos de desidratação, ingestão de altas doses de álcool, mau
hálito crônico e halitose de fumantes.
Condições que levam a
formação de odorivetores
metabólicos:
•Jejum prolongado,
• Diabetes mellito,
•Regime de emagrecimento,
•Exercícios físicos intensos,
•Doenças renais, pedras nos rins,
gravidez (azotemia – aumento de uréia
plasmática).
(Tárzia, 2003)
NH3Amônia
(NH2)2COUréia
[H3C – (CH2)n – COOH]
Ácidos graxos de cadeia curta
Acetona
3. Halitose por subprodutos metabólicos odorivetores
4. Haliotose por odorivetores de origem sistêmica, associados a
alimentos e medicamentos ingeridos ou assimilados através da
pele ou das mucosas
Odorivetores: antibióticos, vitaminas do complexo B,
alicina, eugenol, eucaliptol
Eugenol (óleo de cravo)Alicina Eucaliptol
Tratamento / Responsabilidade do cirurgião dentista:.
1- Anamnese e Exame Clínico;
2- Diagnóstico;
Métodos de avaliação
• Avaliação subjetiva;
• Avaliação Organoléptica;
• “Halimeter” - detector portátil CSV,
3- Tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar:
•Tratar e prevenir halitoses por causas odontológicas;
•Orientar nos casos de halitoses por variações fisiológicas;
•Orientação com relação à dieta;
•Orientação quanto à higiene bucal;
•Tratamento da Saburra Lingual e da Saúde Bucal em geral;
•Encaminhar para o Otorrinolaringologista ou Médico Clínico Geral;
•Acompanhamento psicológico ou psiquiátrico.
Tratamento
Principal tratamento:
• Escovação da língua,
• Melhoria das condições de higiene e saúde oral,
• Saliva artificial;
A) Estratégia antibacteriana: uso de exaguantes bucais antibacterianos:
1. Digluconato de clorexidina ( amplo espectro de atividade antimicrobiana);
2. Cloreto de cetilpiridineo (desnaturante protéico);
3. Peróxido de hidrogênio (pouca efetividade);
B) Estratégia para conversão dos ácidos odoríficos em forma inodora:
• Dentifrícios com bicarbonato de sódio;
• Uso de enxaguatórios com íons zinco (cloreto ou citrato):
1. Reagem com os grupos tióis (-SH) dos CSVs, formando sais insolúveis e não-
odoríferos;
2. Previne ação tóxica dos grupos tióis (-SH);
3. Auxilia no reparo de feridas.
(Ng et al., 1984; De Boever and Loesche, 1995; Waler, 1997; Hartley et al, 1999)
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