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Universidade Presbiteriana Mackenzie
Escola de Engenharia – Depto. de Engenharia Civil
20 semestre de 2014
Aula 3
Características do tráfego
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• Recomendações de leitura:
- Texto VII: “Cidades abarrotadas de veículos
e congestionamentos cada vez mais longos ”
- Texto VI: “Demonio ex machina”
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• temos nos slides anteriores várias
visões para o trânsito de São Paulo:
sugestão de modificação viária em
1926; crítica à falta de prioridade ao
transporte público em 1952 e
perspectivas pessimistas para o futuro
em 1962 e 1970
• os problemas e as soluções são
antigos – o que falta fazer?
Discussão
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3.1. Demanda veicular
• Demanda = veículos que desejam passar
• Variável de demanda: volume
• Volume = número de veículos contados em
uma seção, em um período de tempo
• Para este curso, volume = fluxo
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• Crescimento das filas = sobredemanda
3.1.1. Demanda = volume + filas
(a fila pode ser zero, isto é, todos os veículos que desejam passar, passam)
• Fila = demanda reprimida
• a sobredemanda
provoca o
congestionamento
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• poluição atmosférica
• estresse
• prejuízos pela redução da produtividade
3.1.2. Congestionamento
Os congestionamentos trazem vários prejuízos,
entre eles, os principais são:
fonte: Folha de São Paulo, 07.fev.10
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3.1.3. Crescimento da frota – o caso da cidade de São Paulo (cont.)
Fonte: Veja São Paulo, 2.jul.08
A frota que realmente circula
em São Paulo não é conhecida:
- os dados do Detran (ao lado)
são dos veículos cadastrados
(uma parcela significativa não
tem mais condições de rodar)
- existem os veículos que
passam a maior parte do tempo
estacionados
- São Paulo recebe centenas
de milhares de veículos de
outras cidades todos os dias
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3.1.4. Crescimento da frota – Brasil
• o crescimento da frota não ocorre somente no
Estado de São Paulo
• o Brasil vem batendo recordes na produção de
veículos
• como no Brasil a maioria das cidades não tem
um planejamento urbano que contemple o
investimento necessário em transporte público,
o problema de excesso de automóveis que
ocorre em São Paulo tende a se repetir em
outras cidades
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3.1.4. Crescimento da frota – Brasil (cont.)
Fonte: Folha de S. Paulo, 04,jan.11
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3.1.4. Crescimento da frota – Brasil (cont.)
fonte: Folha de São Paulo, 28.mar.10
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3.1.4. Crescimento da frota – Brasil (cont.)
fonte: Folha de São Paulo, 07.fev.10
Amostra das tendências relatadas no slide
anterior, associadas ao problema com a falta de
planejamento no transporte público
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3.1.5. Fatores que podem restringir a demanda
- melhorias no transporte coletivo
- rodízio de veículos (como é feito em São Paulo)
- restrições de acesso em certas áreas da cidade
- restrições à frota (por ano de fabricação, por ex.)
- faixa solidária
- pedágio urbano
- aumento de fiscalização (retirada de veículos irregulares)
- melhoria no planejamento urbano
- indiretamente: conjuntura econômica (alto preço dos combustíveis ou restrições ao financiamento, por exemplo) e aumento na segurança pública (maior número de viagens a pé)
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3.1.6. Medida para restrição de demanda: melhoria no transporte coletivo
fonte: Jornal Metro, 17.set.13
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3.1.6. Medida para restrição de demanda: o rodízio de veículos
Modelo de São Paulo: início em outubro de 1.997
• proíbe circulação nos horários de pico (7h00-
10h00 e 17h00-20h00), nos dias úteis, de veículos
de determinado final de placa (finais 1 e 2 às
segundas-feiras; 3 e 4 às terças e assim por
diante), dentro do Mini-Anel Viário
• teoricamente, retiraria 20% da frota da área nos
períodos de restrição
• principais problemas: dificuldade de fiscalização e
perda gradativa do efeito com o passar dos anos,
devido ao crescimento da frota
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3.1.6. Medida para restrição de demanda: rodízio de veículos (cont.)
A simulação a seguir adotou várias hipóteses
simplificadoras:
• crescimento linear da frota de 7% a cada dois
anos (os dados de 1998 e 2000 formaram a
base para extrapolação)
• admissão de que a distribuição de veículos é
homogênea na cidade
• admissão que a frota registrada é toda
circulante
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3.1.6. Medida para restrição de demanda: rodízio de veículos (cont.)
ANO Frota
(veículos)
Veículos que não
circulam (20%)
Frota restante
1998 4.734.252 946.850 3.787.402
2000 5.065.650 1.013.130 4.052.520
2002 5.420.245 1.084.049 4.336.196
2004 5.799.476 1.159.932 4.639.730
Nessa simulação (conforme as simplificações
citadas no slide anterior) vemos que em 6 anos a
frota com permissão de circular ficou bem próxima
da que existia quando foi iniciado o rodízio
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3.1.7. Medida para restrição de demanda: a faixa solidária
Forma de incentivar a
redução do número de
veículos oferecendo
vantagem para os que
têm maior ocupação
de passageiros
(exemplo da foto:
veículos com 2 ou
mais pessoas podem
trafegar por uma faixa
exclusiva)
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3.1.8. Medida para restrição de demanda: o pedágio urbano
fonte: Revista Forbes, mai/02
3.1.8. Medida para restrição de demanda: pedágio urbano (cont.)
Fonte: Revista Veja, 28.jun.06
fonte: Veja, 6.jan.10
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3.1.10. Iniciativa para restrição de demanda
fonte: site “estadao.com.br”, 02.set.10
Tendência que
vem crescendo
nas grandes
cidades: o
compartilhamento
de veículos (“car-
sharing”), que
aproveita as
facilidades da
Internet para
organizar grupos
de carona
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3.2. Medições de demanda
Tipos de medições de volumes veiculares mais
utilizados na Engenharia de Tráfego:
• Volume anual (3.2.1)
• Volume Diário Médio - VDM (3.2.2)
• Volume horário (3.2.3)
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3.2.1. Volume anual - utilização
• determinação de índice de periculosidade
(estudos de segurança de trânsito)
• estimativa de receita de pedágios
• estudos das tendências de volume
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3.2.1. Volume anual – utilização (cont.)
Av. Comendador Franco, Curitiba
Exemplo: VMDA – Volume médio diário anual
(corrigidas as sazonalidades)
fonte: Ministério das Cidades, 2011
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• distribuição do tráfego no sistema viário
• comparar a demanda atual em uma via
• programação de melhorias viárias
fonte: DER-SP, 2013
3.2.2. Volume Diário Médio (VDM) – utilização
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3.2.3. Volume horário - utilização
• estudos de capacidade das vias
• projetos de alteração de geometria
• estabelecimento de controles de tráfego
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3.2.4. Volume horário - exemplo
Via Volume equivalente (veíc/h),
sentido C/B, pico tarde
23 de Maio 8.395
Av. Eusébio Matoso 6.551
Av. dos Bandeirantes 6.434
Av. Tiradentes 6.116
Av. Cruzeiro do Sul 4.689
Av. Bernardino de Campos 4.304
fonte: CET, S. Paulo, 2012
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3.3. Variações temporais de volume veicular
• Variação diária – picos e entre-picos
• Variação semanal – dias úteis, fim de semana, feriados (emendas)
• Variação anual – férias escolares, compras
• os motivos das variações de volume podem ser característicos da cidade – litorâneas, industriais, dormitórios
3.3.1. Variações temporais de volume veicular
– exemplo real de variação diária – P. Alegre
Fonte: Digicon
3.3.2. Variações temporais de volume veicular –
exemplo real de variação diária – São Paulo
Rua da Consolação (B/C) X R. Caio Prado – média de 5 dias úteis (ago/98)
Comportamento
esperado
Demanda
reprimida
Queda de volume, sem redução
na demanda
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3.3.2. Variações temporais de volume veicular –
exemplo real de variação diária – São Paulo (cont.)
Contagem veicular não classificada da Marginal Tietê (24 horas),
ambos os sentidos, 2011 (fonte: CET)
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3.3.3. Variações temporais de volume veicular
– exemplo real de variação semanal
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3.4. Composição do volume veicular
• o fluxo de veículos pode ser composto por autos, ônibus, caminhões, carretas, motos e bicicletas
• cada tipo de veículo tem um desempenho em sua movimentação, o que pode interferir na operação do tráfego
• dependendo do estudo sobre o fluxo de tráfego, pode ser importante diferenciar os veículos por seu tipo
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3.4. Composição do volume veicular (cont.)
• cada via tem sua característica em termos de composição veicular – variações nessa composição podem demandar medidas de Engenharia
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3.4. Composição do volume veicular (cont.)
• Peso dos veículos -> contagem classificada
(volume equivalente)
• tradicionalmente:
- autos = peso 1
- ônibus e caminhões = peso 2
- carretas = peso 3
- motos e bicicletas = peso 0
fonte: Jornal da Tarde
Auto Ônibus Caminhão Moto
Volume
total
(A)
Volume
equivalente
(B)
Variação
entre A e B
2.448 121 13 502 3.084 3.218 4%
R. da Consolação, próx. Caio Prado, sentido Bairro-Centro, entre 7h00 e
8h00
Sendo (B) = Auto + Moto + 2 x ( Ônibus + Caminhões)
Auto Ônibus Caminhão Moto
Volume
total
(A)
Volume
equivalente
(B)
Variação
entre A e B
2.245 79 610 375 3.309 3.998 20%
Av. Prof. Luis Inácio de Anhaia Melo, próx. R. Américo Vespucci, sentido
Anchieta-Marginal, entre 9h00 e 10h00
3.4. Composição do volume veicular (cont.)
Comparação entre contagens classificadas em duas
avenidas de São Paulo (maio de 2012, fonte: CET)
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3.4. Composição do volume veicular (cont.)
frota em 2.002 = 5.420.245 veículos
frota em 2.012 = 7.363.210 veículos
(fonte: CET)
Tipo 2002 (%) 2012 (%)
Automóvel 83,7 79
Motocicleta 9,7 15
Caminhão 2,4 2
Ônibus 4,2 4
Distribuição da frota – Cidade de S. Paulo