Apresentação do PowerPoint - rl.art.br · Se perderes o teu amor. Nele está a tua vida O teu...

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Título: SENSUALidade 1Autor: Lúcia RibeiroCapa: Vânia MendanhaCoordenação geral e textos: Lúcia RibeiroEdição e composição: Lúcia RibeiroViana do Castelo - PORTUGAL

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SENSUALidade 1

Autor: Lúcia RibeiroCopyright © “Pensée”Todos os direitos reservadoswww.luciaribeiro.net

Todos os direitos de tradução, de reprodução e de adaptação no seu todo ou em parte reservados

Imagens: Two Design

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Ser poeta

Ser poeta é ser loucoÉ desafiar o destino.É sofrer por ninhariasÉ viver em desatino.

Ser poetaÉ fechar os olhos e ver tudo…É sentir o tudo e o nada…É cavar fundo, na alma que é nossa.É gerir os sonhos em que acreditamosDesdobrar a alma …E matar o desejo com a palavra.

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Amor enxuto

Abro os braçosSacudo a alma de remorsosE de mente enxutaDei por mim a pensarComo sempre…

A pensar em ti;Ansiando o diaEm que as sacudidelas d’ almaDeixarão de ser importantesPorque o importante…

És tu…Somos nós.

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Amor sincero

O som da tua vozÉ brisa que perpassa em mimQue roça de mansinho meus cabelosMe deixa impregnada do teu perfume.O som da tua vozSussurra-me palavras quentesDesejos incontidosCarícias inadiáveis.O calor da tua vozFaz o açúcar do meu desejoAnsiar derreter-se em ti…

No fogo do teu corpo.

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A tua ausência

Se a tua voz soa baixinhoJunto a este ouvido meu…

Parece que estou nas nuvensParece que estou no céu!

Sem ti, amor, o tempo tardaA espera não mais tem fim;Desejosa como estou…

De te sentir junto a mim!

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Entre teus braços

Entre teus braçosSinto-me estreita, delgadaEscorregadia, até.Tanta pressa, tanta vertigem…E vontade que o presente aconteçaE, seja sempre, a antecipação do futuroDe nossos corposDe nossos desejos;Na vontade de comungarDas estreitezas e larguezasDos nossos seres.

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Espera

Em teu rostoResplandece um brilho estival.Teus lânguidos olhares e enternecidos gestosPululam meus sonhos mais íntimos.Ansiosa esperoTeu corpo desabrochar em mim.Ansiosa esperoO confluir de nossos corpos…

Num só desejo.

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Glosa

Em vida deves “matar”A tua fome interior;Vai à luta, segue em frenteSe perderes o teu amor.

Nele está a tua vidaO teu mundo de emoções;Agarra-o com toda a forçaNão procures as razões.

Não desistas do futuroEnfrenta-o com destemor;Calcorreia o mundo inteiroE procura o teu amor.

A escolha é tua somenteSó tua e de mais ninguém;As carícias que procurasÉ só ele que as tem.

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Impávida e serena

Impávida e serenaMe sento e… tentoNão pensar em ti.

Impávida e serenaMe deito e… num trejeitoEvito pensar em ti.

Impávida e serenaMe levanto e… oh espanto!Não me sais do pensamento.

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Meu poisar

Minha esperança resideNa magnificência verde da naturezaNa solidariedade dos povos.

Minha força moraNo azul infinito do oceanoNo bem-querer dos amigos.

E o meu amor pousa:Em tiNo teu quererNo teu corpo…

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Mulher

És tu, sou eu, somos nós!...Tal flor que desabrochaSem tempo certo de vidaNem de aromaNem de brilho.Tal fruto sumarentoNado e criadoPara gáudio de alguém:Que nos amaNos estimaNos mereceNos ignoraNos suportaOu simplesmente nos usa…Mulher!Tu és solForça da naturezaE toda a terra gira em torno de ti.

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O amor que sinto por ti

O amor que sinto por tiNão é muito nem é pouco;É o que te posso dar…

Neste momento tão louco!

Neste momento tão loucoE de intensa felicidade;Eu só quero o teu amor…

Pois não aguento a saudade!

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Partilha

Baralham-se-me as ideiasPor não saber onde estás;Gostava de ter-te a meu ladoNas horas boas e más.

Queria partilhar contigoTudo o que tenho p’ra dar;Bens materiais não tenhoApenas o meu amar.

Se tem qualidade não seiSó sei que é verdadeiro;Contigo estou sempre todaDou-me toda por inteiro.

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Ressuscitando

Morrendo de amores…Não morri.

Ardendo de paixão…Não ardi.

Inventando delírios…Delírios não inventei.

Sonhando confluências…Delas me afastei.

Com elas não estremeciMas com elas acordei.Com elas ressuscitei.Ressuscitei, não da morte…

Mas da estagnação.

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Saudade

É no silêncio da noiteQue adormeço a pensar…No olhar meiguinho e doceQue tanto me faz sonhar.Com as tuas mãos nas minhasEm sonhos, a passear…Sinto desejos que o sonhoNunca se chegue a esfumar.

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Sonhos

Deixa-me!Deixa-me sonhar maravilhasFugir à legalidadeInventar a felicidade;Correr para o futuroDe mão dada com o amor;Viver palavras e gestosSem limites de pudor.

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Sorriso

Meu sorriso sou eu todaMesmo de boca fechadaMeus olhos são testemunhoDesta alma escancarada.

Sinto-me feliz e sorrioMesmo d’alegria alheiaTudo é motivo p’ra rirE sentir a alma cheia.

Cheia de mim e de tudoDe coisas que valem a penaComungar do mesmo espíritoSentir a alma serena.

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Tu e Eu

Tu és…O sol esplendorosoQue brilha por trás das nuvensÀ espera de poder brilhar.

Eu sou…Apenas um corpoCarente e expectante.

As nuvens tardam em afastar-sePara que tu exibas o teu melhor brilhoE eu possa enfim…

Imbuir-me de ti.

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Amor matemático

Passeando a línguaDesenhei todas as rotundasTodos os triângulosTodas as curvasTodas as retasE todas as lombas do teu corpo.Auscultei neleO desejo que de ti emanaQue me inebriaE me transportaPara outras paragens…

Onde as rotundas, triângulos, curvas e lombas desaparecem.Resta-me o teu corpoTal reta horizontalÀ qual os nossos desejos

Tiraram uma perpendicular…

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Doidos

DoidaDespi-me de preconceitos e…

Despi-me.Depois…despi-te.Doidos e…

DespidosDeitámo-nosDengosamente lado a lado.Diminuímos distânciasDiversificamos posiçõesDisparamos pulsaçõesDesatamos emoções…

Desfrutamo-nosDoidamente!

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Faminta

Estou faminta!Faminta de amorEsfomeada de ti…

Apeteces-me!Tal sobremesaNão “sobremesa”:Sobre camaSob lençóisSobre tiSob tiSem lençóisCom avidez.Estou faminta.

Apeteces-me!...

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Loucura

Louca, loucamente inspiradaPelas linhas arquitetónicas do teu corpoPela dimensão do teu espíritoPela amplitude da tua almaSaboreio teus ósculosE perco-me sem reticências…

Em reentrâncias consentidas.

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Mar calmo

O mar está calmo, o céu azul.Apenas o ventoAgita a pouca folhagem existente.Entre as dunas, só Tu e Eu.Juntos, os nossos corpos incandescentes.

A distância que os separaÉ bem maior que o desejo que os une.E nem sempre…A distância aumenta e o desejo diminui.

Então, eis que…Dou por mim

Por nós, enlaçadosArfando de desejo incontidoTrocando carícias inadiáveis.Num dia de sol e mar calmoOnde já nem o ventoAgita o que quer que seja!...

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Mar de sentidos

Encostar queria, o teu peito ao meuA língua perder, em recantos teus.Os olhos espraiar, nas ondas do teu corpo.Contigo sentir o vaivém das marés.Molhar com teu sabor, estes lábios meusSedentos de ti, do teu amor.Ancorar em tiEste desejo irrefreável…

Esquecer que o mundo existeNo aconchego do teu balouçar.

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No mapa do teu corpo

Nos recortes, ora angulosos

Ora abobadados do teu corpo

Perdi-me.

Perdi-me e achei-me …

Irremediavelmente feliz

Irremediavelmente presa

Irremediavelmente dependente…

Do relevo do teu corpo

Do desaguar dos teus gestos.

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Nua

Nua acordou e sentiuQue em estando sozinhaSozinha se não sentia.Na sua pacata vidaHomem nenhum não havia…

Então, donde brota a luxúriaQue embala o seu dormirQue a faz estrebucharQue nua a faz acordar?

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Paixão

Num lânguido olharvagueia este desejo contidoEm ganas de se soltar.Quero ter-te junto a mimUnir tua boca a minhaEm teus braços aterrar.Colar o teu corpo ao meuNum vaivém estonteanteMisturar nossos odoresSubir ao céu num instante.Entre teus braços fremirDesatar a emoçãocomungar dum mesmo leitoDar largas a esta paixão.

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Presença

Estou aquiCom o pensamento voandoE soltam-se-me as emoções.Cavalgando nas asas do desejoVislumbro em ti:O motor que me faz vibrarO combustível que me alimentaE faz despoletar em mimUm turbilhão de sentimentos.És tu o “embrayeur” dos meus sentidos.

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Recado

Em mim habitaUm turbilhão de sentimentos:Tu és o sol que aquece o meu corpo;A água que sacia a minha sede;O pão que mitiga a minha fome.Tu és o corpo que há de apagar em mimO fogo desta paixão que me consome.Não lutes amorContra o que não tem já reparo algum.Deixa que o êxtase tome conta de nósE que os nossos espíritosComunguem num mesmo desejo de pertença.

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Tu

Tu és…O relógio que despertou em mim

Momentos de rara felicidade.A água que saciou minha sede.O açúcar das minhas horas amargas.O condimento dos meus dias.O lençol em que me deleito.O mel que constantemente me adoça.

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Viagem

A tua presençaEleva-me o espírito.A tua vozMassaja-me a alma.O teu respirarFunde as minhas mais remotas resistênciasE o teu corpo….

Transporta-me para outras paragensPara outros ângulos de ti.

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Vontade de ti

O corpo ondulando ao sabor da areia.O sol, em quebranto, mordendo aqui e além.O pensamento voando em viagens ardentesQue a alma em retiro aceita paulatinamente.Viagem que se inicia no teu corpoA golpes de olhar semi-envergonhados.Muito desejo e um prazer latente…

Fazem-me agora atrever o olhar.Já sem vergonha, comandado pelo desejoMeu olhar voluptuoso pousa em ti.Devagar, suavementeMedindo e auscultando vontades…

Vontade de ti, do teu corpo.Vontade de mim…

Entregando-me sem peias, nem censuras.Vontade de nós…

Debaixo do quebranto do solMas com o calor do desejoMordendo-nos por inteiro.

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Amor

Eu sou tudo o que souE tudo o que posso dar-te;Não posso deixar de querer-teNão posso deixar de amar-te.

Não posso deixar de amar-tePois és a luz dos meus olhos;Por ti eu sofro a distânciaEu vivo uma vida de escolhos.

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Anseio

Ao ver-te assim tão tristinhoMeu coração abalado;Deseja mais do que nuncaSentir-te aqui a meu lado.

Ter-te aqui à minha beiraDar-te todo o meu carinho;Encher teu rosto de beijosEstragar-te com miminho.

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Dentro de mim

Apetece-me olhar…Olhar dentro de mim.

Apetece-me ver?Talvez não…

Medo de desiludir-meComigo mesma.Sinto uma vontade inexplicávelDe espiar minha consciênciaÀ procura de alívio.Mas, se assim não acontecer…

Que farei?Prefiro não ver nada.Nem tão pouco olhar.Quero criar dentro de mim uma cortina.

De trevas?Não! Mais um exagero meu…

Apenas, um ténue véu de nevoeiroQue perturbe minha lucidezE me deixe ser feliz.

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Encomenda

Embrulhei-me em 90% de esperançaAtei-me com o fio do plausívelE aparentemente bem acomodadaExpedi-me…

Com os 10% de esperança que me restavamDesesperadamente desejeiNão ser devolvida ao remetente.

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Imagens

No meu coraçãoColoquei imagens de tiQue revejo a todo o momento.Imagens ora claras, ora dispersasImagens que altero e alternoSegundo os estados de espíritoQue em mim provocas.E provocas…mesmo muito.Imagens mais claras que dispersas.

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Incertezas

Voou-me de repente o pensamentoLevado embora por este meu enlevoE fico arrasada ao pensarEm tudo que devo e não devo.

Sou como um cavalo aladoQue paira no ar indecisoEntre descer ao “ Inferno"Ou subir ao "Paraíso.”

E neste estertor de incertezaAgarro-me à doce esperançaDe tudo resolver um dia.De serenar o espírito…

E transformar este amorNa mais linda e profícua das amizades.

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Mar meu

Mar meu, alma minhaQue conheço tão poucoE tão devagar…

Tu mar, és parte de mim.Tal como eu, tu tens altos e baixos:As vezes és calmoOutras mais agitadoE outras, ainda, colérico.Tuas ondas são meus delíriosTuas marés meus estados de alma.

Ao olhar-teÉ como se fora sempre pela primeira vez…

Num êxtase sublime!Ao deixar-teÉ como se fosse sempre pela última vez…

Com uma sensação de perda e abandono, irreparáveis.

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Nem Sol, nem Lua

Se a Lua não vê o SolAs vezes que gostaria…Para que quero eu ser luaSem a tua companhia?

Qual sol, qual luaQual nada?Não penses nisso sequer…

Tu és apenas um homemE eu sou uma mulher!

Da vida quero o saborDe tons de esperança pintado;Uma vida sem algemasUma vida sem passado.

E tu?Que esperas tu afinal?De mim, da vida, de nós...?

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Olha!

Olha!Olha a tua mãoEstá tão afastada da minha.E os teus olhos?Tão apartados dos meus…

E o nosso pensamento?Tão perto!Não há nada que o segureQue o impeça de vencer distâncias, obstáculos…E a força deste não querer que ele voe.

Porquê massacrar o espíritoCom remorsos infundados?Deixa que num diáfano vooEle se junte ao meuE nos proporcioneMomentos de intenso e ingénuo prazer.

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Olhando para trás

Olhei para trás e…Não te vi.

Assustei-me, tremi.Voltei a olhar.Vislumbrei o teu esboço e…

Desejei-te como a um moço.Olhei novamente para trás e…

Lá estavas tu:A figura às vezes ausente…

O moço dos meus desejos.

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Partida

Vou partirMas já sinto saudadesDe tudo o que deixo para trás, sem fazer…Vou partirE sinto já saudadesDaquilo que irei fazer, noutras paragens.Vou partirMas sinto-me divididaEntre saudades daqui e daliDo que não fiz e do que hei de fazer…Sinto saudades de tudo e de nadaMas onde o sentimento mais apertaÉ neste coraçãoQue a lonjura separou de ti…

DebaldePois é em ti que penso a todo o momentoÉ de ti que sinto faltaE é em ti, que me realizo.

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Penso em ti

Penso em ti…E caio em mim.

Caio em mim…E penso em ti.

E…deixo-me embalar devagarinhoNo sopro da tua vozQue me leva para longe, tão docementeDeste mar de angústiaEm que me encontro mergulhada…

Para surgir de novoSerena e reconfortada.

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Quero

Quero…Quero-te muito!

Mau grado as nossas divergências.Quero e não posso querer-teComo quero…

Porque te quero de um jeito,Que não podes querer-me.Porque queria que quiséssemos juntosAquilo que mais quero!...

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Quisera estar junto a ti

Quisera estar junto a tiSentir o calor do teu corpoE acordar-te devagarinhoEnchendo teus olhos de beijos.

Preciso de ti, do teu amorDe me aconchegar nos teus braçosDe chorar de mansinho no teu ombroDe deixar que as lágrimas invadam meu rostoMe orvalhem os lábiosE tu possas beber nelesO meu desejo de ser tua.

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Sonhando

De cabeça bem poisadaNa almofada da vidaMas com ideias mirabolantesAgitadas pela bandeira da lucidezDei por mimLeve e absortaFlutuando ao sabor dos sonhos.Absorta de tudo:Sonhando afetividadesSonhando prazeresSonhando impossíveisSonhando sem limites.

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Tempo

O tempo no seu cavalgarCorre inexoravelmente.Ora em tropelOra a troteMas corre… corre.Corre sempre devagarSe estás tristeE voa nas asas do ventoSe vives um bom momento.

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Abandono

Vivendo só, triste e desesperadaNo labirinto do amor se perde.Infeliz, ao céu sua voz ergueO seu desejo é carne abandonada.

Numa ânsia de entrega deliberadaEntre os cetins e rendados se perde.Num corpo que a idade deixou imberbeHabita agora uma alma destroçada.

Na longa espera vai debitandoA retalho, prazeres aqui e alémCorpo feito, o colo d’alguém buscando.

Sua procura, um constante vaivémSeu corpo gingando, seu corpo arfandoNo périplo amoroso se entretém.

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Amar

Amar dóiPorque amas quem não devesPorque amas quando não devesPorque amas demaisPorque assumes o amorPorque amas à socapa…Por que razão é proibido ser feliz?Por que razão é preciso viver de simulações?Viver de aparatosDe lindas mentirasDe sorrisos feitosDe coração apertado.

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Ausência

Será que a ausênciaConstitui um ato de desamor?Sim e não…

Não, Se a ausência com que te brindamÉ uma mais valia para a tua estabilidade.Sim,Se a ausência com que te castigamÉ uma forma de abandono.É uma troca do tu por elesÉ uma troca exageradaExcessivamente exageradaPorque longa…

Ela faz morrer em ti Os sentimentos que em ti habitamQue estão mais vivos que nuncaE que pretendes reforçar.

Porquê dividir exageradamenteO nosso ele com os outros?

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Cetim ou estopa

Quão agrestes são os caminhosQue pensavas calcorrearNo teu andar acetinado.

Quão difícil é admitirQue precisas ter por pertoO papel que confere legalidade aos teus sentimentos.

Tu não sabesMas devias saber…

Que o coração deve elegerSegundo os parâmetros da legalidade.

E se tal não acontecePor descuidoOu ironia do destino…

Teus passos acetinados pela esperançaBreve serão moldadosPela estopa grosseira da sociedade.

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Chove

Chove dentro de mim.Não uma chuva qualquer.Uma chuva miudinha e compassadaUma chuvinha…

Que me cacimba a almaMe humedece o espíritoMe lava de torpes ideiasE me deixa translúcido o pensamentoPara que através delePossas ver, enfim…

O quanto te quero.

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Desalento

Vivo!Vivo do desalentoQue deixa em mim a tua ausência.Vivo com a tristezaDe me saber esquecidaDe me saber certaEm horas triviais.

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Espero

Sempre ansiosa e carenteCom a libido a rebentar-me os poros…

Num delírio inexplicávelNum êxtase quase perversoNum desejo sem limites

Vou esperando…

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Lágrimas, suor e sangue

Vá, olha p’ra mim!Olha e vêEstas lágrimas de felicidade.Elas são fruto do nosso amor!

Vá, olha p’ra mim !Olha e vêO suor que desliza no meu corpo.Ele é fruto do esforço devotado por nósAos nossos momentos mais íntimos!

Vá, olha p’ra mim!Olha, vê e tenta adivinharQual o fluído que agora domina o meu corpo e alma.É ácido!... Puro ácido!...Ele é fruto deste amor que acreditei indestrutível.

Vê, mas vê bem!O que fizeste de mim…Em mim, se desvanece o último laivo de prazerO último desejo de entrega.

Tu, apenas tu!Liquidaste em mimA mais leve e remota esperançaDe algum dia ser feliz.

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Lamento

Estou por um fio…

Estou farta.

De tudo não direi

Direi antes de pormenores

Pormenores que têm sido

Um contínuo na minha vida.

E porquê chamar-lhes pormenores

Se são tão importantes para mim?

Será que só eu vejo?

Será que ninguém mais vê?

Será porque não sentem

Porque não sentem o mesmo que eu?

Desculpados estão.

Desculpados estamos.

Uns, porque pecam pelo desconhecimento

Eu, possivelmente, porque peco pelo exagero.

Mas é assim que eu sinto.

É assim que eu desejo.

É assim que eu pretendo que seja.

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Nó cego

Ai de mim!Tão triste, tão só…

Minha alma é um nó.Um nó cego…

Que só tu podes desatar.Só tu podes tratar dela.Só tu podes tratar de mim …

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O meu sofrer

Tão farta do meu sofrerEmudeci.Jurei calar a voz dos sentimentosEsconder as emoçõesExorcizar meus desejos.Imunizar minha almaContra todas as paixõesE a vontade avassaladoraDe me suicidar …

Com o veneno dos amores impossíveis.

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Regresso

Voltei!Desanimada e tristeVazia de afetividade.Vazia de ti e de mimVazia de nós.Incompleta…

Pois que do teu convexoO meu côncavoNada vislumbra!

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Sei

Sei.Juro que seiQue o que nos juntaTambém pode separar-nos.Sei o que seiMas gostava de saber mais...

Mais de ti.Gostava de ser única.Sinto medo…

Fico insegura.

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Solidão

Esta sórdida solidãoEscurece-me a almaCastiga-me o pensamentoAtormenta-me os sentidosAcresce o meu desejo.

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Sou canto

No quadrado, sou um cantoFormado por duas linhas.Saberás tu de que falo?Ora vê lá se adivinhas…

Este encontro /desencontroMeu coração dilacera.Fico insegura e carenteNa incerteza da espera.

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Tempo que tarda

Desespera-me esta espera.CarenteCarente de tiCarente de nós…Juntos em uníssonoJuntos em espíritoFaltas-me, tardas-me, apeteces-me!

Que faço ao tempoAo tempo que tarda em passarAo tempo que nos afastaAo tempo que não perdooPor me afastar de ti?

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Índice

Biografia 3

Ficha técnica do livro 5

Ficha técnica do E-Book 6/7

Prefácio 8/9/10

Dedicatória 11

Poema introdutório 12

Estação da primavera 13

Amor enxuto 14

Amor sincero 15

A tua ausência 16

Entre teus braços 17

Espera 18

Glosa 19

Impávida e serena 20

Meu poisar 21

Mulher 22

O amor que sinto por ti 23

Partilha 24

Ressuscitando 25

Saudade 26

Sonhos 27

Sorriso 28

Tu e Eu 29

Estação do verão 30

Amor matemático 31

Doidos 32

Faminta 33

Loucura 34

Mar calmo 35

Mar de sentidos 36

No mapa do teu corpo 37

Nua 38

Paixão 39

Presença 40

Recado 41

Tu 42

Viagem 43

Vontade de ti 44

Estação do outono 45

Amor 46

Anseio 47

Dentro de mim 48

Encomenda 49

Imagens 50

Incertezas 51

Mar meu 52

Nem Sol nem Lua 53

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Olha! 54

Olhando para trás 55

Partida 56

Penso em ti 57

Quero 58

Quisera estar junto a ti 59

Sonhando 60

Tempo 61

Estação do inverno 62

Abandono 63

Amar 64

Ausência 65

Cetim ou estopa 66

Chove 67

Desalento 68

Espero 69

Lágrimas, suor e sangue 70

Lamento 71

Nó cego 72

O meu sofrer 73

Regresso 74

Sei 75

Solidão 76

Sou canto 77

Tempo que tarda 78

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