Título: O que nos dizem certos os animais Escritor: Alberto Viegas
Apresentação do PowerPoint · VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS // QUESTÃO 01...
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PORTUGUÊS
PROF. TATIANA
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 01 Há certos usos consagrados na fala, e até mesmo na escrita,
que, a depender do estrato social e do nível de escolaridade do
falante, são, sem dúvida, previsíveis. Ocorrem até mesmo em
falantes que dominam a variedade padrão, pois, na verdade,
revelam tendências existentes na língua em seu processo de
mudança que não podem ser bloqueadas em nome de um
“ideal linguístico” que estaria representado pelas regras da
gramática normativa. Usos como ter por haver em construções
existenciais (tem muitos livros na estante), o do pronome objeto
na posição de sujeito (para mim fazer o trabalho), a não
concordância das passivas com se (aluga-se casas) são
indícios da existência, não de uma norma única, mas de uma
pluralidade de normas, entendida, mais uma vez, norma como
conjunto de hábitos linguísticos, sem implica- juízo de valor.
CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs). Ensino de
gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (fragmento).
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 01 Considerando a reflexão trazida no texto a respeito da multiplicidade do
discurso, verifica-se que
a) estudantes que não conhecem as diferenças entre língua escrita e língua
falada empregam, indistintamente, usos aceitos na conversa com amigos
quando vão elaborar um texto escrito.
b) falantes que dominam a variedade padrão do português do Brasil
demonstram usos que confirmam a diferença entre a norma idealizada e
a efetivamente praticada, mesmo por falantes mais escolarizados.
c) moradores de diversas regiões do país que enfrentam dificuldades ao se
expressar na escrita revelam a constante modificação das regras de
emprego de pronomes e os casos especiais de concordância.
d) pessoas que se julgam no direito de contrariar a gramática ensinada na
escola gostam de apresentar usos não aceitos socialmente para
esconderem seu desconhecimento da norma padrão.
e) usuários que desvendam os mistérios e sutilezas da língua portuguesa
empregam formas do verbo ter quando, na verdade, deveriam usar
formas do verbo haver, contrariando as regras gramaticais.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 02Motivadas ou não historicamente, normas prestigiadas ou
estigmatizadas pela comunidade sobrepõem-se ao longo do
território, seja numa relação de oposição, seja de
complementaridade, sem, contudo, anular a interseção de usos
configuram uma norma nacional distinta da do português
europeu. Ao focalizar essa questão, que opõe não só as normas
do português de Portugal às normas do português brasileiro, mas
também as chamadas normas cultas Iocais às populares ou
vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas normas se
consolidam em diferentes momentos da nossa história e que só
a partir do século XVIII se pode começar a pensar na
bifurcação das variantes continentais, ora em consequência de
mudanças ocorridas no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em
ambos os territórios.
CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs). Ensino de gramática:
descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado).
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 02O português do Brasil não é uma língua uniforme. A variação
linguística é um fenômeno natural, ao qual todas as línguas
estão sujeitas. Ao considerar as variedades linguísticas, o texto
mostra que as normas podem ser aprovadas ou condenadas
socialmente, chamando a atenção do leitor para a
a) desconsideração da existência das normas populares pelos
falantes da norma culta.
b) difusão do português de Portugal em todas as regiões do
Brasil só a partir do século XVIII.
c) existência de usos da língua que caracterizam urna norma
nacional do Brasil, distinta da de Portugal.
d) inexistência de normas cultas locais e populares ou
vernáculas em um determinado país.
e) necessidade de se rejeitar a ideia de que os usos frequentes
de uma língua devem ser aceitos.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 03Compare os textos I e II a seguir, que tratam de aspectos ligados a
variedades da língua portuguesa no mundo e no Brasil.
Texto I
Acompanhando os navegadores, colonizadores e comerciantes portugueses
em todas as suas incríveis viagens, a partir do século XV, o português se
transformou na língua de um império. Nesse processo, entrou em contato —
forçado, o mais das vezes; amigável, em alguns casos — com as mais
diversas línguas, passando por processos de variação e de mudança
linguística. Assim, contar a história do português do Brasil é mergulhar na sua
história colonial e de país independente, já que as línguas não são
mecanismos desgarrados dos povos que as utilizam. Nesse cenário, são
muitos os aspectos da estrutura linguística que não só expressam a diferença
entre Portugal e Brasil como também definem, no Brasil, diferenças regionais e
sociais.
PAGOTTO, E. P. Línguas do Brasil. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br. Acesso em: 5 jul. 2009 (adaptado).
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 03Texto II
Barbarismo é vício que se comete na escritura de cada uma das
partes da construção ou na pronunciação. E em nenhuma parte
da Terra se comete mais essa figura da pronunciação que nestes
reinos, por causa das muitas nações que trouxemos ao jugo do
nosso serviço. Porque bem como os Gregos e Romanos haviam
por bárbaras todas as outras nações estranhas a eles, por não
poderem formar sua linguagem, assim nós podemos dizer que as
nações de África, Guiné, Ásia, Brasil barbarizam quando querem
imitar a nossa.
BARROS, J. Gramática da língua portuguesa. Porto: Porto Editora, 1957 (adaptado).
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// QUESTÃO 03Os textos abordam o contato da língua portuguesa com outras
línguas e processos de variação e de mudança decorridos desse
contato. Da comparação entre os textos, conclui-se que a posição
de João de Barros (Texto II), em relação aos usos sociais da
linguagem, revela
a) atitude crítica do autor quanto à gramática que as nações a
serviço de Portugal possuíam e, ao mesmo tempo, de
benevolência quanto ao conhecimento que os povos tinham de
suas línguas.
b) atitude preconceituosa relativa a vícios culturais das nações sob
domínio português, dado o interesse dos falantes dessas línguas
em copiar a língua do império, o que implicou a falência do
idioma falado em Portugal.
c) o desejo de conservar, em Portugal, as estruturas da variante
padrão da língua grega — em oposição às consideradas
bárbaras —, em vista da necessidade de preservação do
padrão de correção dessa língua à época.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 03d) adesão à concepção de língua como entidade homogênea
e invariável, e negação da ideia de que a língua portuguesa
pertence a outros povos.
e) atitude crítica, que se estende à própria língua portuguesa,
por se tratar de sistema que não disporia de elementos
necessários para a plena inserção sociocultural de falantes
não nativos do português.
GABARITO: D
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 04TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
AULA DE PORTUGUÊS
A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 04Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a priminha.
O português são dois; o outro, mistério.
Carlos Drummond de Andrade. Esquecer para lembrar.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.
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// QUESTÃO 04Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o
contraste entre marcas de variação de usos da linguagem em
a) situações formais e informais.
b) diferentes regiões do país.
c) escolas literárias distintas.
d) textos técnicos e poéticos.
e) diferentes épocas.
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// QUESTÃO 05Em bom português
No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Não é somente pela gíria
que a gente é apanhada (aliás, já não se usa mais a primeira pessoa, tanto do singular
como do plural: tudo é “a gente”). A própria linguagem corrente vai-se renovando e a
cada dia uma parte do léxico cai em desuso.
Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas, chamou minha atenção para os
que falam assim:
— Assisti a uma fita de cinema com um artista que representa muito bem.
Os que acharam natural essa frase, cuidado! Não saberão dizer que viram um filme com
um ator que trabalha bem. E irão ao banho de mar em vez de ir à praia, vestido de
roupa de banho em vez de biquíni, carregando guarda-sol em vez de barraca.
Comprarão um automóvel em vez de comprar um carro, pegarão um defluxo em vez de
um resfriado, vão andar no passeio em vez de passear na calçada. Viajarão de trem de
ferro e apresentarão sua esposa ou sua senhora em vez de apresentar sua mulher.
SABINO, F. Folha de S.Paulo, 13 abr. 1984 (adaptado).
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 05A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes socioculturais. O texto
exemplifica essa característica da língua, evidenciando que
a) o uso de palavras novas deve ser incentivado em detrimento das antigas.
b) a utilização de inovações no léxico é percebida na comparação de gerações.
c) o emprego de palavras com sentidos diferentes caracteriza diversidade geográfica.
d) a pronúncia e o vocabulário são aspectos identificadores da classe social a que
pertence o falante.
e) o modo de falar específico de pessoas de diferentes faixas etárias é frequente em
todas as regiões.
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// QUESTÃO 06A velha contrabandista
Stanislaw Ponte Preta
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira
montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega –
1tudo malandro velho – começou a desconfiar da velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela
parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
– Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que
diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela
adquirira no odontólogo e respondeu:
– É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da
lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha
areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e
foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no
outro com 2muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 06na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou outra vez. Perguntou o que é que ela levava
no saco e ela respondeu que era areia, 3uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um
mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era
areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
– Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. 4Manjo essa coisa
de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
– Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal
propôs:
– Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não
conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora
está passando por aqui todos os dias?
– O senhor promete que não “5espaia”? – quis saber a velhinha.
– Juro – respondeu o fiscal.
– É lambreta.
PRETA, Stanislaw Ponte. Primo Altamirando e elas. São Paulo: Agir, Martins Fontes, 2008.
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// QUESTÃO 06No texto de Stanislaw Ponte Preta, aparecem com frequência expressões da fala popular, a
exemplo de “tudo malandro velho” (referência 1), “muamba” (referência 2) e “manjo...pra
burro” (referência 4). Sobre esta questão, leia as afirmações que seguem.
I. Este tipo de linguagem revela, no texto, uma escrita marcada por um estilo coloquial
através do uso consciente de gírias e expressões tiradas da fala informal.
II. Expressões da fala coloquial, como as usadas no texto A velha contrabandista, são
próprias da crônica, que é um gênero que se utiliza de alguns recursos típicos da
oralidade para dar maior dinamicidade ao texto.
III. As expressões coloquiais utilizadas no texto, na verdade, mostram uma escrita
desleixada do autor que não domina o registro padrão da língua portuguesa.
IV. O emprego destes coloquialismos podem contribuir para o caráter humorístico da
crônica.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 06Está correto o que se afirma em
a) I e III apenas.
b) II, III e IV apenas.
c) I, II e IV apenas.
d) I, II, III e IV.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 07
Vocabulário
Fulla (fula): etnia africana presente em
países como Níger, Mali, Camarões,
Senegal, Gana, Nigéria e Guiné.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 07O texto acima é um anúncio publicado no ano de 1886. Nele há algumas
diferenças com relação ao português atual, sendo um bom exemplo de
variação histórica. Tal variação pode ser constatada, principalmente,
a) pela forma de registrar local e data: no final do texto e não no topo ou no
início dele, como nas cartas atuais.
b) pela organização sintática, como em “quem os entregar na referida
fazenda”, que antepõe o pronome ao verbo.
c) pela grafia de algumas palavras, como “pollegar” e “annos”, o que
comprova que a variação não se dá apenas na fala, mas também se reflete
na escrita de uma língua.
d) pela formalidade ao descrever os escravos com o uso de expressões como
“desdentado”, “preto”, “pernas finas” etc.
e) pela forma de fazer referência ao mês em que os escravos fugiram:
“Fugiram da fazenda da Boa Vista de Pirassununga no dia 20 do corrente...”.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 08No dia 21 de setembro de 2015, Sérgio Rodrigues, crítico literário, comentou que
apontar no título do filme Que horas ela volta? um erro de português “revela
visão curta sobre como a língua funciona”. E justifica:
“O título do filme, tirado da fala de um personagem, está em registro coloquial.
Que ano você nasceu? Que série você estuda? e frases do gênero são
familiares a todos os brasileiros, mesmo com alto grau de escolaridade. Será
preciso reafirmar a esta altura do século 21 que obras de arte têm liberdade
para transgressões muito maiores? Pretender que uma obra de ficção tenha o
mesmo grau de formalidade de um editorial de jornal ou relatório de firma
revela um jeito autoritário de compreender o funcionamento não só da língua,
mas da arte também.”
(Adaptado do blog Melhor Dizendo. Post completo disponível em
http://www.melhordizendo.com/a-que-horas-ela-volta-em-que-ano-estamos-mesmo/.
Acessado em: 08/06/2016.)
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 08Entre os excertos de estudiosos da linguagem reproduzidos a seguir, assinale aquele que
corrobora os comentários do post.
a) Numa sociedade estruturada de maneira complexa a linguagem de um dado grupo
social reflete-o tão bem como suas outras formas de comportamento. (MATTOSO
CÂMARA JR., Joaquim. História da Linguística. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1975.)
b) A linguagem exigida, especialmente nas aulas de língua portuguesa, corresponde a
um modelo próprio das classes dominantes e das categorias sociais a elas
vinculadas. (CAMACHO, Roberto Gomes. O sistema escolar e o ensino da língua
portuguesa. Alfa, São Paulo, 29, p. 1-7, 1985.)
c) Não existe nenhuma justificativa ética, política, pedagógica ou científica para
continuar condenando como erros os usos linguísticos que estão firmados no
português brasileiro. (BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma
pedagogia da variação linguística. São Paulo: Editorial, 2007.)
d) Aquele que aprendeu a refletir sobre a linguagem é capaz de compreender uma
gramática – que nada mais é do que o resultado de uma (longa) reflexão sobre a
língua. (GERALDI, João Wanderley. Linguagem e ensino: exercícios de militância e
divulgação. Campinas, SP: Mercado das Letras; Associação de Leitura do Brasil, 1996.)
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 09Da corrida de submarino à festa de aniversário no trem
Leitores fazem sugestões para o Museu das Invenções Cariocas
“Falar ‘caraca!’ a cada surpresa ou acontecimento que vemos, bons ou ruins, é invenção
do carioca, como também o ‘vacilão’.”
“Cariocas inventam um vocabulário próprio”. “Dizer ‘merrmão’ e ‘é merrmo’ para um
amigo pode até doer um pouco no ouvido, mas é tipicamente carioca.”
“Pedir um ‘choro’ ao garçom é invenção carioca.”
“Chamar um quase desconhecido de ‘querido’ é um carinho inventado pelo carioca
para tratar bem quem ainda não se conhece direito.”
“O ‘ele é um querido’ é uma forma mais feminina de elogiar quem já é conhecido.”
SANTOS, J. F. Disponível em: www.oglobo.globo.com. Acesso em: 6 mar. 2013 (adaptado).
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 09Entre as sugestões apresentadas para o Museu das Invenções Cariocas, destaca-se o
variado repertório linguístico empregado pelos falantes cariocas nas diferentes situações
específicas de uso social.
A respeito desse repertório, a testa-se o(a)
a) desobediência à norma-padrão, requerida em ambientes urbanos.
b) inadequação linguística das expressões cariocas às situações sociais apresentadas.
c) reconhecimento da variação linguística, segundo o grau de escolaridade dos
falantes.
d) identificação de usos linguísticos próprios da tradição cultural carioca.
e) variabilidade no linguajar carioca em razão da faixa etária dos falantes.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 10Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu às ruas da cidade e se assustou
com a quantidade de erros existentes nas placas das casas comerciais e que, diante
disso, resolveu instituir um prêmio em dinheiro para o comerciante que tivesse o nome de
seu estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui Barbosa saiu à procura do
vencedor. Satisfeito, encontrou a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No
momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da alfaiataria, Rui Barbosa foi
interrompido pelo alfaiate premiado, que disse:
– Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!
O caráter político do ensino de língua portuguesa no Brasil. Disponível em:
http://rosabe.sites.uol.com.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 10A variação linguística afeta o processo de produção dos sentidos no texto. No relato
envolvendo Rui Barbosa, o emprego das marcas de variação objetiva
a) evidenciar a importância de marcas linguísticas valorizadoras da linguagem
coloquial.
b) demonstrar incômodo com a variedade característica de pessoas pouco
escolarizadas.
c) estabelecer um jogo de palavras a fim de produzir efeito de humor.
d) criticar a linguagem de pessoas originárias de fora dos centros urbanos.
e) estabelecer uma política de incentivo à escrita correta das palavras.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 11A Rede Veia
Luiz Queiroga e Cel. Ludugero
Eu tava com a Felomena
Ela quis se refrescar
O calor tava malvado
Ninguém podia aguentar
Ela disse meu Lundru
Nós vamos se balançar
A rede veia comeu foi fogo
Foi com nois dois pra lá e pra cá
Começou a fazer vento com nois dois a palestrar
Filomena ficou beba de tanto se balançar
Eu vi o punho da rede começar a se quebrar
A rede veia comeu foi fogo
Só com nois dois pra lá e pra cá
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 11A rede tava rasgada e eu tive a impressão
Que com tanto balançado nois terminava no chão
Mas Felomena me disse, meu bem vem mais pra cá
A rede veia comeu foi fogo
Foi com nois dois pra lá e pra cá
Disponível em http://www.luizluagonzaga.mus.br/index.php?
option=com_content&task=view&id=&&&Itemid= 103
Acessado em: 02 ago 2011.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 11Pescaria
Dorival Caymmi
Ô canoeiro,
bota a rede,
bota a rede no mar
ô canoeiro,
bota a rede no mar.
Cerca o peixe,
bate o remo,
puxa a corda,
colhe a rede,
ô canoeiro,
puxa a rede do mar.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 11Vai ter presente pra Chiquinha
ter presente pra laiá,
canoeiro, puxa a rede do mar.
Cerca o peixe,
bate o remo,
puxa a corda,
colhe a rede,
ô canoeiro,
puxa a rede do mar.
Louvado seja Deus,
ó meu pai.
Disponível em: http://www.miltonnascimento.com.br/#/obra. Acessado em: 02 ago 2011.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 11TEXTO III
A Rede
Lenine e Lula Queiroga
Nenhum aquário é maior do que o mar
Mas o mar espelhado em seus olhos
Maior me causa o efeito
De concha no ouvido
Barulho de mar
Pipoco de onda
Ribombo de espuma e sal
Nenhuma taça me mata a sede
Mas o sarrabulho me embriaga
Mergulho na onda vaga
E eu caio na rede,
Não tem quem não caia
E eu caio na rede,
Não tem quem não caia
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 11Às vezes eu penso que sai dos teus olhos o feixe
De raios que controla a onda cerebral do peixe
Nenhuma rede é maior do que o mar
Nem quando ultrapassa o tamanho da Terra
Nem quando ela acerta,
Nem quando ela erra
Nem quando ela envolve todo o Planeta
Explode e devolve pro seu olhar
O tanto de tudo que eu tô pra te dar
Se a rede é maior do que o meu amor
Não tem quem me prove
Se a rede é maior do que o meu amor
Não tem quem me prove
Disponível em: http://www.lenine.com.br/faixa/a-rede-1
Acessado em: 02 ago 2011.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 11TEXTO IV
Nina
Chico Buarque
Nina diz que tem a pele cor de neve
E dois olhos negros como o breu
Nina diz que, embora nova
Por amores já chorou
Que nem viúva
Mas acabou, esqueceu
Nina adora viajar, mas não se atreve
Num país distante como o meu
Nina diz que fez meu mapa
E no céu o meu destino rapta
O seu
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 11Nina diz que se quiser eu posso ver na tela
A cidade, o bairro, a chaminé da casa dela
Posso imaginar por dentro a casa
A roupa que ela usa, as mechas, a tiara
Posso até adivinhar a cara que ela faz
Quando me escreve
Nina anseia por me conhecer em breve
Me levar para a noite de Moscou
Sempre que esta valsa toca
Fecho os olhos, bebo alguma vodca
E vou
Disponível em: http://www.chicobuarque.com.br/construcao/mestre.asp?pg=nina_2011.htm
Acessado em: 02 ago 2011.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 11Uma língua varia em função de aspectos sociais, localização geográfica e uso de
diferentes registros, ligados às situações de comunicação.
Marque a alternativa que analisa corretamente a ocorrência de variação linguística nos
textos.
a) O verso “Nós vamos se balançar” (Texto 1, linha 6) apresenta um exemplo da
modalidade culta da língua, revelada no emprego dos pronomes.
b) No verso “A rede veia comeu foi fogo” (Texto 1, linha 7), a grafia da palavra
sublinhada procura reproduzir pronúncia comum em algumas regiões do Brasil (veia
por velha), que exemplifica uma variação fonética.
c) Em: “E eu caio na rede / Não tem quem não caia” (Texto III, linhas 11 – 12), o
emprego do verbo ter é marca do registro culto da língua, utilizado
preferencialmente na modalidade escrita.
d) Em: “Vai ter presente pra Chiquinha” (Texto II, linha 12), o nome “Chiquinha”
exemplifica o uso do registro informal, utilizado, sobretudo, em documentos oficiais e
sermões religiosos.
e) No verso: “Posso até adivinhar a cara que ela faz” (Texto IV, linha 16) a palavra cara
exemplifica uma variação de registro linguístico predominante em situações formais.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 12TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Todas as variedades linguísticas são estruturadas, e correspondem a sistemas e
subsistemas adequados às necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a
língua fortemente ligada à estrutura social e aos sistemas de valores da
sociedade conduz a uma avaliação distinta das características das suas
diversas modalidades regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão, por
exemplo, embora seja uma entre as muitas variedades de um idioma, é sempre
a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma, como ideal
linguístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua função
coercitiva sobre as outras variedades, com o que se torna uma ponderável força
contrária à variação.
Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo. Adaptado.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 12De acordo com o texto, em relação às demais variedades do idioma, a
língua padrão se comporta de modo
a) inovador.
b) restritivo.
c) transigente.
d) neutro.
e) aleatório.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 13Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o
ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes,
mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que
todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas
que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande
do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes
do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e
todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar
não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal
do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase
um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos
os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu... Já os paraibanos trocam
o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA SEUS CONCEITOS | PORTUGUÊS
// QUESTÃO 13Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação
linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As
características regionais exploradas no texto manifestam-se
a) na fonologia.
b) no uso do léxico.
c) no grau de formalidade.
d) na organização sintática.
e) na estruturação morfológica.
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// QUESTÃO 14Nuances
Euforia: alegria barulhenta. Felicidade: alegria silenciosa.
Gravar: quando o ator é de televisão. Filmar: quando ele quer deixar
claro que não é de televisão.
Grávida: em qualquer ocasião. Gestante: em filas e assentos
preferenciais.
Guardar: na gaveta. Salvar: no computador. Salvaguardar: no Exército.
Menta: no sorvete, na bala ou no xarope. Hortelã: na horta ou no suco
de abacaxi.
Peça: quando você vai assistir. Espetáculo: quando você está em cartaz
com ele.
DUVIVIER, G. Folha de S. Paulo, 24 mar. 2014 (adaptado).
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// QUESTÃO 14O texto trata da diferença de sentido entre vocábulos muito próximos.
Essa diferença é apresentada considerando-se a(s)
a) alternâncias na sonoridade.
b) adequação às situações de uso.
c) marcação flexional das palavras.
d) grafia na norma-padrão da língua.
e) categorias gramaticais das palavras.
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// QUESTÃO 15Em relação às duas estrofes do poema "Aula de Português", de Carlos
Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA:
A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada das estrelas,
sabe lá o que ela quer dizer?
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Boitempo. In: "Poesia e Prosa". Rio: Nova Aguilar, 1988.)
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// QUESTÃO 15a) As estrofes fazem oposição entre as modalidades falada e escrita da
língua.
b) Para o poeta, a modalidade escrita é mais valorizada, complexa e,
portanto, letrada; daí a sua dificuldade em entendê-la.
c) As estrofes focalizam o fenômeno da variação linguística, isto é, das
variedades coloquiais e poéticas.
d) As estrofes sugerem que a língua não é homogênea nem uniforme
sob o ponto de vista de seu uso.
e) O poeta sugere que há melhor desempenho do usuário em uma
modalidade linguística que em outra.
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// GABARITO
1. B
2. C
3. D
4. A
5. B
6. C
7. C
8. C
9. D
10. C
11. B
12. B
13. A
14. B
15. B