Apresentacao espaco religioes
-
Upload
gilbraz-aragao -
Category
Spiritual
-
view
1.897 -
download
0
Transcript of Apresentacao espaco religioes
• A idéia surgiu no início da década de 1980 no Movimento de Cursilhos de
Cristandade (MCC) focada na vida de Jesus Cristo. O Padre Fred Solon era o
então assessor espiritual do MCC.
• Com dificuldade o MCC seguiu caminhando após a saída de Dom Helder e do
Padre Fred. O Movimento trouxe como assessor espiritual Frei Aloisio Fragoso.
• Em 2007 foi escolhido para coordenar o MCC, Sergio Gonçalves Ferreira. Como
todo novo gestor, Sergio procurou renovar o MCC e foi atrás das boas idéias.
• Pensou-se em montar o “antigo” espaço do Padre Fred focando o Natal. Frei
Aloisio ponderou que o Natal é muito festejado pelos católicos, mas não tem a
mesma importância para todos os cristãos. Era preciso pensar em algo mais
amplo.
• Frei Tito Figueiroa faz palestra no MCC sobre ecumenismo e diálogo
interreligioso. A temática do espaço das religiões surgiu naturalmente: Diálogo
Interreligioso.
• Primeiro apoio de Luiz Alberto Teixeira, coordenador do MCC na época do Padre
Fred e depois entre 2003/2005. Frei Tito foi chamado para oferecer as bases
religiosas e científicas do futuro espaço. Integram-se ao grupo Pedro Pereira
Cavalcanti Filho, presidente do Instituto Ação Empresarial pela Cidadania e,
Gilbraz de Souza Aragão, que coordena estudos sobre o diálogo interreligioso
desde 2007 na UNICAP.
• Esse grupo ainda pequeno percebeu que tem à sua frente um empreendimento
que pode dar bons frutos, mas é apenas uma semente e precisa ser pensado e
apoiado por um grupo mais amplo.
Criar uma fundação, o “Espaço das Religiões”, com base em centro cultural e
centro de referência museológico, para tematizar o fenômeno religioso e as
diversas experiências e manifestações espirituais e religiosas.
Promover o conhecimento das tradições religiosas, o diálogo entre as religiões e
a convivência entre os seguidores dos diversos caminhos espirituais. Esclarecer
os diversos níveis de participação religiosa, do popular ao filosófico, enfatizando o
conhecimento místico que se desenvolve entre e além das diversas expressões.
Mostrar aos visitantes que as religiões estão voltadas para o imaterial e
sagrado, mas constituem pedagogias históricas para o divino, através dos seus
conjuntos de mitos, ritos e interditos. Apresentar o sentido teológico dos textos e
tradições das diversas religiões, procurando situá-los em seus contextos
antropológicos.
Cultivar um espaço destinado à escuta, à celebração e à meditação sobre as
vivências da fé. Promover exercícios de comunhão com o outro, no silêncio
nutrido pela própria religião e cultura, desejando colaborar para um novo espírito
que deve se irradiar pela nossa região e fomentar uma sociedade pluralista e
democrática.
• Até três décadas atrás, a concepção e a atividade de patrimonialização dos bens
e herança culturais do Brasil estavam restritas aos bens arqueológicos, aos
construídos ou esculpidos: edifícios, imagens religiosas, estátuas e os chamados
centros históricos nas cidades coloniais.
• Destes, tudo o que fosse marcado pela antiguidade ou pelo valor estético, julgado
assim por boa parte dos intelectuais e artistas, era digno de ser proclamado
monumento histórico ou artístico.
• A Assembléia Nacional Constituinte, que produziu a Constituição Federal de
1988, incentivou a muitos integrantes dos órgãos governamentais para a cultura e
o patrimônio, a intelectuais do ramo e políticos, a alargarem o conceito de
Patrimônio Cultural Nacional.
• Ampliou também a intervenção do Estado para conservar e preservar outras
categorias de bens culturais.
• Deste esforço surgiu, então, o Programa Nacional do Patrimônio Imaterial,
oficializado nos artigos 215 e 216 da CF.
• Assim sendo, as religiões, os sistemas de crenças, as práticas religiosas
desterritorializadas, tradicionais no Brasil entraram no conjunto do Patrimônio
Imaterial Nacional; e duas Celebrações, um Lugar e uma Edificação religiosas já
foram inscritos oficialmente nos Livros dos Registros deste Patrimônio:
• A Procissão do Círio de Nazaré em Belém do Pará;
• A Festa do Divino em Pirenópolis, Goiás;
• A Lagoa Sagrada do Awareté, lugar sagrado dos indígenas do Alto Rio Negro;
• A Casa Nova do Engenho Velho, do Candomblé baiano.
• Tais Registros demonstram uma dinâmica permanente do nosso
empreendedorismo cultural, que, felizmente, vem sensibilizando os
administradores da Cultura e do Patrimônio Nacionais para a dimensão
patrimonial de espaços, rituais e práticas religiosas de grande importância para o
perfil sociocultural do país e do povo brasileiros, e que precisam ser preservados.
• Dentro deste quadro referencial, justifica-se a organização de um Espaço Cultural
das Religiões, de tipo museológico – termo este entendido aqui em sua
concepção atual de um lugar incentivador do cultivo da memória e do dinamismo
de nossa cultura.
• Ao mesmo tempo, é importante que haja sítios onde se respirem e se vivenciem
os valores da espiritualidade, da transcendência, propiciados por experiências do
Sagrado, sob suas formas as mais variadas.
• Observa-se o fato de homens e mulheres contemporâneos buscarem estes
espaços, que os façam transcender para acima e além do cotidiano de nossos
dramas psicossociais.
• É quando acontece o conectar-se com a dimensão religiosa, nem sempre ligada
a uma Tradição ou Igreja determinadas, mas, ostentando a busca da
humanidade, ontem como hoje, por vivenciar experiências de superação.
• Nestas, a mente humana tenta encontrar respostas para perguntas fundamentais,
descobrir lugares de refúgio das lutas cotidianas, reforço espiritual para se manter
de pé, em casos de revezes da existência.
• Daí que este Espaço quer ser:
• Um Espaço Educacional, informativo, de índole inter-religiosa;
• Um Espaço para reposição de energias psicoafetivas e espirituais;
• Um mergulho na ânsia, sempre antiga e sempre nova, por paz, reconhecimento,
valorização;
• Um recurso aos poderes transcendentes do Sagrado, seja para encontrar neles o
que lhe foi negado pelos seus semelhantes, seja para obter forças para lutar por
dias melhores para si e os seus.
Fase de Constituição do ER
a. Conselho Gestor
Formado por pessoas de diferentes profissões e credos que entendem a importância
do diálogo inter-religioso como caminho do homem chegar a Deus e que desejam
empreender uma ação concreta para que o Encontro com Ele aconteça, criando um
ambiente favorável – o Espaço das Religiões.
b. Conselho Científico
Formado por cientistas, intelectuais, professores e pessoas em geral que se
dedicam à pesquisa, ensino, extensão e atividades práticas da ciência das religiões,
que funcionarão como a base científica do ER.
c. Conselho Consultivo
Formado por pessoas que exercem funções e que praticam diferentes religiões que
funcionarão como consultores na definição das temáticas e instalações afins que
devem integrar o ER.
Funções
• Os Conselhos de Gestão e Científico exercerão a função executiva, cabendo ao
primeiro as ações de organização e projeção do Espaço das Religiões, a
constituição jurídica e da estrutura operacional, a obtenção de adesões aos
diferentes Conselhos, a obtenção de recursos financeiros, os licenciamentos
exigidos por lei, a representação junto às instituições governamentais, e demais
ações afins.
• Ao Conselho Científico caberão as ações mais técnicas para atingimento dos
objetivos do ER, calcadas nos estudos e teses científicas relacionadas aos
carismas e práticas rituais das diferentes tradições religiosas.
• Os dois Conselhos – o Científico e o Consultivo – atuarão sempre conjuntamente
reunindo-se sistematicamente nesta fase de implementação do empreendimento
até sua efetiva implantação.
Fase de Funcionamento do ER
• Na Fase anterior de Constituição, será definido o tipo de organização jurídica e a
estrutura organizacional requerida para o pleno funcionamento do ER. Poderá ser
uma ONG, uma Associação, uma Empresa Social ou uma Fundação.
• No estágio atual há uma tendência de se optar por uma Fundação, considerada o
tipo mais adequado tanto para viabilizar, nesta Fase de Constituição, a busca de
recursos e incentivos governamentais junto a órgãos de fomento da
administração pública dos três poderes como para a fase operacional que
requererá uma organização cuja estrutura facilite uma administração competente
e ágil.
• Prevalecendo uma organização do tipo Fundação será criada uma Diretoria e um
Conselho de Administração.
• Valorização da história, tradição e cultura de Pernambuco como marcos
referenciais para a ancoragem do Espaço.
• Aspectos importantes para escolha do terreno: raio de até 40 km do Recife; área
montanhosa; vegetação natural; visão de paisagem; facilidade de acesso;
infraestrutura próxima (estrada, energia, transporte público); núcleo populacional
próximo com condições de interagir/integrar-se com o projeto; distante de
poluição visual, sonora e de resíduos sólidos. Área mínima de 5 hectares (50.000
m²) para construção de 5.000m². Previsão de estacionamento e possibilidade de
expansão.
• Implantação de 8 a 10 salas temáticas de exibição, área de administração, lojas,
praça de alimentação, auditórios, jardins e praças de eventos. Previsão inicial de
6.000 m² de área construída com investimento de R$ 1.700,00/m², mais valor
equivalente com gastos de implantação, infraestrutura, instalações e
equipamentos do Espaço, totalizando aproximadamente R$ 20 milhões.
• Algumas referências: Museu do Futebol, São Paulo, inaugurado em 2008, ocupa
área de 6,9 mil m² embaixo da arquibancada (parte) do Estádio do Pacaembu,
investimento de R$ 32,5 milhões. Museu da Língua Portuguesa, São Paulo,
inaugurado em 2006, 4.333,62 m² de área construída em 03 pavimentos,
implantado no prédio da Estação da Luz , investimento de R$37,0 milhões (inclui
restauro do prédio).
• Viabilização basicamente através do Programa Nacional de Apoio à Cultura –
PRONAC (Lei Rouanet).
• “Os crentes da Antiguidade viveram na tolerância (...): interessar-se
particularmente por um deus não significa negar os outros deuses.” (VEYNE,
Paul. Historia da Vida Privada, p.190, Companhia das Letras, 2009).
• Como viverão os crentes após a era Moderna?
• Continuarão os conflitos e lutas como na Idade Média e na Modernidade?