Apresentação foto e dubois- [Modo de Compatibilidade]

download Apresentação foto e dubois- [Modo de Compatibilidade]

of 82

Transcript of Apresentação foto e dubois- [Modo de Compatibilidade]

As diversas funes da fotografia na arte contempornea e notas sobre: O Ato Fotogrfico A arte (tornou-se) fotogrfica? Philippe Dubois.

Prof. Me Janaina Schvambach [email protected]

A produo artstica contempornea utiliza-se de novos meios e suportes estabelecendo uma relao entre arte e vida, contestando as questes tradicionais artsticas e inovando no uso das novas tecnologias, como a fotografia e o vdeo. A presena da fotografia ganha novas abordagens, sendo necessrio um estudo histricobibliogrfico de suas funes para uma melhor compreenso dessas novas poticas, focando as zonas hbridas presentes nestas manifestaes, muitas vezes efmeras, conceituais e imateriais. Questes de legitimao, perenidade, documentao e valor aurtico, propem novos discursos crticos, novas relaes entre as poticas e aproximao do pblico com a obra.

A fotografia como mdia, documento e potica uma nova contribuio que deve ser investigada.

A presena da fotografia na arte ponto de discusso desde sua inveno no sc. XIX. Dialogou entre cincia e arte, penetrou em outros campos de estudo, serve como meio fidedigno da realidade - mesmo sabendo que pode ser manipulada - e contribui para a sociedade atravs de seus usos prticos e expressivos. Na arte sofre constantemente transformaes, passa de suporte a documento, cria e registra, pereniza e recorta, questiona conceitos tradicionais e contemporneos. Para cada abordagem uma nova identidade.

Quais so as funes da fotografia na arte contempornea? Participa como obra, como registro, ou como funo hbrida? Ela influncia movimentos atravs de sua potica? Consegue contestar o estatuto do objeto artstico? questo ultrapassada a discusso se a fotografia arte ou no. O ponto de anlise se a arte contempornea marcada em seus fundamentos por essa prtica. - DUBOIS

Histria da Fotografia Dialogando com a ArteCmera escura: Mo Tzu 205 a.C., Aristteles 384 a.C., Giovanni Baptista della Porta sc. XVI. Inventores mltiplos: Joseph Nicphore Nipce - 1822 data oficial, Louis Jacques Mande Daguerre, William Henry Fox Talbot e Hercules Florence. Surgimento da fotografia se relaciona diretamente com os acontecimentos sociais da poca, como a Revoluo Industrial. No campo artstico, houveram vrias discusses levantadas por crticos, artistas, pintores e fotgrafos. No compreendiam que um meio tcnico como a fotografia, preciso e infalvel como uma cincia e ao mesmo tempo inexato e falso como a arte[1] poderia circular por ambos os campos, sem perder a sua identidade.

[1] (FABRIS, p.59, 1998).

Apesar de tantas diferenas, a fotografia se apropria dos cdigos da pintura. A primeira tentativa da fotografia como linguagem artstica foi com o Picturalismo -fotomontagens e composies alegricas -buscando rigor clssico nas composies. Seus representantes mais importantes foram Oscar Gustav Rejlander - As Duas Estradas da Vida, 1857 e Julia Margaret Cameron.

Julia Margaret Cameron, Actress Ellen Terry, 1864. Carbon print

Oscar Gustav Rejlander As Duas Estradas da Vida, 1857

Hard Times, Oscar Rejlander

Oscar Gustav Rejlander, Study for The Two Ways of Life, 1857

Julia Margaret Cameron Study of Beatrice Cenci 1866. Albumen print

Julia Margaret Cameron, Alice Liddell as a young woman. 1872.

Julia Margaret Cameron

A primeira mudana significativa nas artes frente fotografia s ocorre em 1874 com o movimento Impressionista. O contraste, a falta de nitidez e a fragmentao decorrente do enquadramento na fotografia contempornea tambm provocaram forte impacto sobre eles.[1]

Claude Monet, Impresso, sol nascente 1872-3 [1] (DEMPSEY, p. 15, 2003).

August Renoir

August Renoir

Em 1890 surge outro movimento fotogrfico: a Fotossecesso. Os fotgrafos dominavam extremamente a tcnica e utilizavam-se de todos os recursos possveis para deixar fotografia semelhante pinturas impressionistas.

Gertrude Kasebier Road to Rome, 1903

Edward Steichen Rodin, O Pensador, 1902

Gertrude Kasebier

Gertrude Kasebier

Gertrude Kasebier Blessed Art Thou among women, 1899

Gertrude Kasebier, New York, 1906 The Gerson sisters in costume for the Crinoline Ball

Edward Steichen,The little Roud Mirror

Edward Steichen, The Flatiron, 1905

Edward Steinchen,The Pond-Moonlight, 1904

Modernismo e os Novos Desdobramentos da Fotografia

Questes como autonomia, busca por novas formas de linguagem, espao-prprio de acordo com a nova sociedade tecnolgica, veloz, automatizada e comunicacional -, mudanas estruturais, perceptivas, a dissociao da natureza por busca de novos temas para as poticas juntamente com o crescimento mercadolgico das obras, so algumas das principais mudanas ocorridas na arte moderna.

Movimento Futurista e a cronofotografia - 1909

A obras futuristas transmitiam a sensao de movimento, como se conseguissem parar por um instante a cena retratada. clara a influncia dos experimentos do fotgrafo Eadweard Muybridge com seus estudos do movimento humano e animal, realizados por volta de 1887, chamados de cronofotografias.

Eadweard Muybridge

Marey

Carlo Carr Cavalo e cavaleiro - 1913

Giacomo Balla por volta de 1912

Giacomo Balla

Fotogramas, fotomontagens e a incorporao definitiva da fotografia na arte

A impessoalidade da fotografia antes alvo de crticas por estudiosos no campo da arte agora era uma qualidade perante os artistas que queriam representar a arte moderna atravs de um meio mecnico. Os fotogramas revitalizaram as artes, transformaram objetos em signos, substituindo a simples representao natural atravs do ato criador, expressivo e individual. Moholy-Nagy, Hannah Hch, Cindy Shermann, John Heartfield e Man Ray.

Man Ray - 1933

Man Ray - 1933

Man Ray

Man Ray

Hannah Hch Recorte com faca de bolo, 1919

John Heartfield Adolf, o super-homem, engole ouro e gospe lixo, 1932

Don't_Worry_Vegetarian- John Heartfield

O Dadasmo de DuchampCom a crise ocasionada pela Primeira Guerra Mundial, surgiu um movimento que contestava valores pr-estabelecidos, a razo e a lgica do sistema social, poltico e artstico. Hugo Ball, Jean Hans Arp, Raoul Hausmann, Max Ernest, Marcel Duchamp, Man Ray, etc. A arte de Duchamp e a fotografia tm em comum funcionarem em seu princpio constitutivo, no tanto como uma imagem mimtica, anloga, mas, em primeiro lugar como simples impresso de uma presena, como marca, sinal, sintoma, como trao fsico de um estar-a (ou de um ter-estado-a): uma impresso que no extrai seu sentido de si mesma, mas antes da relao existencial e muitas vezes opaca- que a une ao que a provocou. (DUBOIS, p. 254 a 257)

O ato (fotogrfico ou pictural) tornou-se absolutamente essencial; a obra apenas um trao seu. (DUBOIS, p. 257) Conceitualmente fotogrfica (Man Ray): trabalha pela lgica do ndice, do ato do trao, do signo fisicamente ligado a seu referente antes de ser mimtico. (DUBOIS, p.257)Marcel Duchamp A fonte, 1917

Roda de Bicicleta, Marcel Duchamp

A relao de Duchamp com a fotografia fica a cargo de suas apropriaes do objeto real, ele no o manipula, ele o recorta de um meio e o transfere para outro, exatamente como faz a fotografia, ela revela um objeto ligado ao seu referencial antes mesmo deste ser uma mera cpia do real.

O ready-made interrompe o fluxo funcional dos objetos e a fotografia interrompe o encadeamento do tempo em relao durao do momento.

A contribuio deste movimento fundamental para as bases da arte contempornea. O Dadasmo foi o primeiro a ir contra a um programa previamente definido em relao s questes estticas, retirou o objeto artstico de seu crculo tradicional, inserido-o na esfera cotidiana.

A fotografia faz referncias objetividade da realidade, no sendo mais nica e exclusivamente representao do objeto, ela transforma e registra o espao-tempo, cria e fragmenta uma composio.

Suprematismo e a fotografia area

Arte de pura abstrao geomtrica, Malvitch o principal expoente do Suprematismo acreditava que a criao e a recepo da arte eram atividades espirituais independentes, divorciadas de quaisquer conceitos relativos a objetivos polticos, utilitrios ou sociais. Achava que esse sentimento mstico ou sensao (em oposio s emoes humanas) poderia ser transmitido com maior propriedade pelos componentes essenciais da pintura, isto , forma e cor purificadas.(DEMPSEY, p. 103)

Com as novas tecnologias decorrentes da Primeira Guerra Mundial, a utilizao de vistas areas so os verdadeiros elementos de base (Malvitch) do suprematismo, e com base nelas que artistas pioneiros da abstrao conceberam noes plsticas e tericas como as de espao novo, irracional, universal, flutuante, giratrio, etc. (DUBOIS)

A fotografia area, transforma o real num mundo codificado, num texto a ser lido e decifrado.

Robt Petschow How Many Balloons in the Air1926

El Lissitsky Malvitch

El Lissitsky Malvitch

Action Painting e a fotografia area

No trabalho de Jackson Pollock, o principal expoente do movimento americano, verificamos a fundamentao da fotografia area, pois no movimento de sua pintura, ao qual se encontra de p, vertical, caminhando sobre a superfcie da tela, o artista perde a referncia do ponto de vista tradicional e precisa aps a concluso da obra, coloca-l em uma parede e se afastar pra contemplar a obra como um todo. Coloca em jogo a relao do sujeito com o espao, da criao com a percepo, da imerso do corpo com o reerguimento do olhar... Dissoluo das possibilidades do olhar identitrio do sujeito. (DUBOIS)

Jackson Pollock

Jackson Pollock

A arte contempornea e as funes da fotografia

A presena da fotografia nos trabalhos contemporneos atenua os limites entre arte e mdia, integra a presena do visual e o textual nas obras, se comportando de maneira hbrida, como obra e/ou registro, lugar intermedirio, presente como memria e ato de criao. As operaes realizadas interagem entre a interdisciplinaridade e experincia do vivido, escolhendo como ordem de suas representaes, questes polticas e sociais, dando nfase a identidades marginalizadas, tnicas, feministas e ambientais.

Pop Art e seus desdobramentosO movimento Pop vai atingir a crtica moderna, questionando a organizao da separao das tcnicas artsticas. Far da arte um objeto de consumo, seriado, apenas com uma manipulao neutra, aproximando a cultura de massa da cultura artstica tradicional. A Pop despreza, assim, a vitalidade das imagens, tornando-as congeladas e inexpressivas.[1] Utilizando-se da repetio e da acumulao; caractersticas industriais. Andy Warhol, Roy Lichtenstein, George Segal, Jim Dine, Claes Oldenburg, etc questionam a identidade do objeto, do sujeito, estereotipando o mltiplo atravs da lgica do banal.

Richard Hamilton O que ser que torna Os lares de hoje to diferentes, to atranetes, 1956

Andy Warhol Marilyn, 1964

Andy Warhol

Andy Warhol

A apropriao da fotografia pela Pop Art pode ser compreendida como meio e processo de recodificao e descrio das imagens da massa popular para a massa cultural. Estas imagens perdem seu significado atravs das repeties e das interaes sofridas, tornando-se esteticamente adequadas e neutras no universo artstico. (CANONGIA, p. 45, 2005).

Para DUBOIS, a relao entre Pop Art e a fotografia privilegiada: no nem simplesmente utilitria, nem esttico-formal, quase ontolgica: essa ltima quase exprime a filosofia da primeira. A Pop Art um pouco a polaride da pintura. (p. 273)

Hiper-realismo e as relaes entre foto e arte

Com o Hiper-realismo nos anos 70 ocorre o contrrio do que aconteceu no sc. XIX com o movimento Picturalista; agora a pintura que utiliza a linguagem e tcnica fotogrfica para compor suas obras, criando o original atravs de uma reproduo, ... aqui a pintura se esfora por tornar-se mais fotogrfica que a prpria foto. (DUBOIS, p.274).

O hiper-realismo usa o excesso de mimetismo, o demasiado de evidncia da representao. Acrescenta, torna excessivo. Do exagero figurativo, faz um exagero figurao. (DUBOIS, p. 274).Chuck Close Mark, 1978-9

Chuck Close

Richard Estes, dc. 80

Richard Estes, dc. 80

Richard Estes, dc. 80

A fotografia expandindo sua presena na arte contempornea

A partir de movimentos como o Novo Realismo, tendo Yves Klein como seu principal expoente, a arte torna-se fotogrfica[1]. Os artistas utilizaram a fotografia como instrumento principal, em nvel tcnico e de linguagem. A arte passa a pensar pela fotografia.

[1] (DUBOIS, 1994).

Arte conceitual e o carter hbrido da fotografia

A influncia duchampiana base de todo o pensamento conceitualista contemporneo. Seus questionamentos contra as regras tradicionais artsticas, a insero de objetos cotidianos na arte e o destaque para a idia contrapondo-se em relao esttica e a obra de arte aurtica, foram primordiais para a sustentao dessa nova potica. A utilizao de vrios meios, como a fotografia, vdeos, xerox, livros, escritos, documentao de eventos, instalaes e performances, so as tcnicas utilizadas, representando a transitoriedade da proposta, negando a permanncia do objeto como mercadoria, dependendo do registro para perenizar a obra. A imagem fotogrfica na arte Conceitual utilizada como registro, como parte da obra e como funo hbrida - obra e/ou registro . A imagem torna-se simblica, representativa e documental assumindo o processo, construindo poticas e integrando o visual e o textual, dissolvendo assim, a fronteira entre arte e mdia.

Krzysztof Wodiczko Veculo, 1973 (Registro de performance pertencente ao MAC/USP)

Joseph Kosuth Uma e trs cadeiras, 1965 (Fotografia constituinte da obra)

Pierro Manzoni Merda dartista n. 066, 1961

A arte do acontecimento (Happenings e Performances) e a arte corporal (Body Art)

Happenings, Performances e a Body Art so eventos artsticos efmeros que se utilizam de vrias linguagens atravs de uma estrutura livre, no-narrativa que colabora para novas criaes, ganhando popularidade e aproximando o espectador como participante da obra. Estas manifestaes para permanecerem no tempo, acabam necessitando de um meio de registro documental para salvar indcios do que foi a obra.

As fotos so ndices das obras, sinais do processo de sua formulao (...) nas performances as fotografias registram o ocorrido, ali, naquele momento (...) como obra do instante ou do desenrolar de um processo, performances podem, de certo modo, permanecer no tempo pela documentao fotogrfica, pelos vdeos e pelos filmes que perenizam o gesto fugaz. (FREIRE, p. 103, 1999).

A utilizao do corpo no espao, relao de fuso entre arte e vida, prope um novo questionamento em relao o artista e seu papel na sociedade, como tambm uma relao do prprio objeto artstico, material, mas efmero.

A fotografia em um trabalho de Body Art participa como meio ativo para a realizao do processo, diferenciando-se da arte performtica em que o registro fotogrfico essencial para a documentao do evento. Acontece um desvio da proposta principal - baseada na ao efmera, consumida no prprio ato - e entre o objeto artstico que mais uma vez reproduzido e absorvido pelo mercado artstico.

Cindy Shermann, sem ttulo n.90, 1981(Foto como suporte da obra)

Cindy Shermann

Carolee Shenneemann Alegria da Carne, 1964 (performance)

Marc Quinn - Eu, 1991 Bruce Nauman Studies for Holograms

A instalao e a arte ambiental

A instalao relaciona-se com a interveno no espao tridimensional e a incorporao do espectador na obra. Pode abranger uma grande diversidade de tcnicas artsticas, misturando mdias e estilos todos relacionados entre si atravs de um tema central. Para a fotografia ocorre uma nova abordagem, o carter efmero da instalao juntamente com a tridimensionalidade do espao expositivo, impossibilitam que a fotografia registre a obra com toda a sua plenitude, pois a fotografia preenche vazios a respeito da documentao, possibilita um vestgio de contato com a obra, mas no substitui a experincia da recepo e no consegue reconstruir em sua totalidade o espao-tempo da realizao.

Claude Simard, vista da instalao, 1999

Com esta mesma abordagem em que a fotografia participa como documento e como possibilidade de acesso obra, temos a arte ambiental que expande ainda mais o campo da realizao artstica, com intervenes em espaos fsicos longnquos ao pblico. Estas intervenes transformam o registro como uma conseqncia indispensvel da obra, a fotografia passa a ser parte constituinte da obra intervindo diretamente no trabalho, influenciando o projeto desde o incio com suas caractersticas plsticas, tornando-se posteriormente em um elemento da composio.

Helio Oiticica

Robert Smithson Quebra-mar em espiral, 1970

Walter de Maria, Campo de raios, 1977

Richard Long a_line_made_by_walking_1967

Richard Longa-line-in-scotland-1981

Para DUBOIS, todas essa prticas contemporneas (arte conceitual, ambiental, corporal, de acontecimento), embora partam dos antpodas das representao realista e da idia de representao acabada, sempre terminam, apesar de tudo, em primeiro lugar, por utilizar a foto como simples instrumento de segunda-mo (documento, memria, arquivo), em seguida por integr-la (conceber a ao em funo das caractersticas do dispositivo foto), depois por se embeber, impregnar-se com sua lgica (a do trao, da impresso, da marca etc.) e, finalmente, por inverter os papis, por voltar prpria fotografia como prtica artstica primeira, que por sua vez tomar emprestado da lgica das artes de ao alguns de seus usos criadores (A Rainer). (p.290)

A fotografia no est mais em busca da pintura. a arte contempornea inteira que se torna fotogrfica, no sentido fundamentalista do termo. (DUBOIS, pl 291).

Pop Art meio de fornecimento de imagens, influencia tcnica (serialidade) Hiper-realismo modelo de idealizao Arte Conceitual documentao, registro, reproduo, obra, carter hbrido Arte do Acontecimento registra, documenta, pereniza o ato fugaz, ficando devir sensaes Instalaes pereniza a obra, incapaz de reproduzir o espao total Arte Ambiental pertencente a proposta, registro possibilita contato com a obra.

Foto-instalao e escultura fotogrfica Trata-se de considerar a foto aqui no apenas como uma imagem, mas tambm, (...), como um objeto, uma realidade fsica que pode ser tridimensional, que tem consistncia, densidade, matria, volume. (DUBOIS, p292).

Fotografia expandida Onde a nfase est na importncia do processo de criao e nos procedimentos utilizados pelo artista, para justifica a tese de que a fotografia tambm se expandiu em termos de flutuao ao redor da trade peirciana. A fotografia expandida tem nfase no fazer, nos processos e procedimentos de trabalho cuja a finalidade a produo de imagens que sejam essencialmente perturbadoras. Neste sentido, o projeto esttico contemporneo e aqui se inclui a fotografia expandida exatamente a busca dessa diversidade sem limites e da multiplicidade dos procedimentos novas formas do conhecimento humano onde o mundo passa a ser entendido como uma trama complexa, extraordinria e instvel.

Cssio Vasconcellos

Cssio Vasconcellos

Cssio Vasconcellos

Rosngela Renn, A ltima foto.

Rosngela Renn, A ltima foto.

Eustquio Neves

Eustquio Neves

Miguel Rio Branco

Miguel Rio Branco

Miguel Rio Branco

Uma pequena concluso: A fotografia participa das realizaes artsticas contemporneas, uma mdia eficaz para a representao da imagem, influencia e cria poticas, faz ligaes entre sujeito e obra. A discusso sobre sua presena na arte torna-se relevante, atravs de suas diversas funes acaba circulando entre as tcnicas, agrega diversas manifestaes, simula e recodifica ausncias no perdendo sua caracterstica de arte autnoma. A imagem que sempre encantar o homem, continua seguindo seu caminho, percorre todas as possveis correntes artsticas e gera em sua existncia uma nova percepo de mundo. O olhar permanece inconstante e o homem segue em busca da representao do seu espao, segue em busca da sua prpria identidade, que na contemporaneidade se mostra fugidia, efmera e fugaz.

Referncias BibliogrficasAJZENBERG, Elza, (Org). Arteconhecimento. So Paulo: MAC/ USP/ Programa de Ps-Graduao Interunidades em Esttica e Histria da Arte, 2004. ARCHER, Michael. Arte Contempornea: Uma histria concisa. So Paulo: Martins Fontes, 2001. ARGAM, Giulio Carlo. Arte Moderna. So Paulo: Companhia das Letras, 1992. BARTHES, Roland. A Cmara Clara: nota sobre a fotografia. 7.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. BATTISTONI FILHO, Dlio. Pequena Histria da Arte. 7ed. Campinas, SP: Papirus, 1996. BENJAMIN, Walter. A obra de arte da era de sua reprodutibilidade tcnica. In: Obras escolhidas. So Paulo: Brasiliense, 1985. BRAUNE, Fernando. O Surrealismo e a Esttica Fotogrfica. Rio de Janeiro: 7Letras, 2000. CANONGIA, Ligia. O Legado dos Anos 60 e 70. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. La Fotografia Del Siglo XX, Museum Ludwig Colnia. Itlia: Taschen, 2002. COSTA, Helouise; SILVA, Renato Rodrigues da. A Fotografia Moderna no Brasil. So Paulo: Cosac & Naify, 2004. DEMPSEY, Amy. Estilos, Escolas e Movimentos. So Paulo: Cosac & Naify, 2003. DUBOIS, Philippe. O Ato Fotogrfico: e outros Ensaios. Campinas, SP: Papirus, 1994. FABRIS, Annateresa, (Org). Fotografia: Usos e funes no sc. XIX. 2.ed. So Paulo: Editora da Universidade de So Paulo, 1998. FABRIS, Annateresa; ZIMMERMANN, Silvana Brunelli. Bibliografia Comentada: Arte Moderna. FERNANDES JR. Rubens. Processos de Criao na Fotografia: apontamentos para o entendimento dos vetores e das variveis da produo fotogrfica. FACOM, n 16, 2 semestre de 2006. FREIRE, Cristina. (Pesquisa e curadoria). Arte conceitual e Conceitualismos: anos 70 no acervo do MAC / USP. So Paulo: MAC /USP, junho de 2000. FREIRE, Cristina. Poticas do Processo: Arte Conceitual no Museu. So Paulo: Iluminuras, 1999.

GOMBRICH, E. H. A Histria da Arte. 3.ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1983. IZAR, Antonio. A fotografia de Mo Tzu, h 250 a.c, at hoje. Iris: Fotografia, Cinema, Som, So Paulo, n.334, p.32-38, 1981. KOSSOY, Boris. Fotografia & Histria. 2.ed. rev. So Paulo: Ateli Editorial, 2001. JANSON, H. W.; JANSON, Anthony F. Iniciao Histria da Arte. So Paulo: Martins Fontes, 1996. KUBRUSLY, Cludio A. O que Fotografia. So Paulo: Brasiliense, 1983. LUNA, Srgio Vasconcelos de. Planejamento de Pesquisa: Uma Introduo. So Paulo: EDUC, 2002. MARIA Beatriz Colucci: Impresses fotogramticas e vanguardas: As experincias de Man Ray. Disponvel em: . Acesso em: 12 nov. 2006. MEDEIROS, Maria Beatriz de., (Org). A Arte Pesquisa: Volume 2, Histria, teoria e crtica da arte. Braslia, D.F.: Mestrado em artes, UnB, 2003. MICHELON, Francisca Ferreira; BORGES, Beatriz Nunes. Procedimentos Bsicos em Laboratrio Preto e Branco. Pelotas: UFPEL, 2004. MILLET, Catherine. A Arte Contempornea. Lisboa: Instituto Piaget, 1997. MIRANDA, Simo de. Metodologia Cientfica: Os Caminhos do Saber. MONTEIRO, Rosana Horio. Descobertas Mltiplas: A fotografia no Brasil (1824 -1833). Campinas, SP: Mercado de Letras; So Paulo: Fapesp, 2001. SANTOS, Alexandre; SANTOS, Maria Ivone dos, (Org). A Fotografia nos Procedimentos Artsticos Contemporneos. Porto Alegre: Unidade Editorial da Secretaria Municipal da Cultura: UFRGS, 2004. SONTAG, Susan; Ensaios sobre fotografia. Lisboa: Publicaes Dom Quixote, 1986. ZUANETTI, Rose; REAL, Elizabeth; MARTINS, Nelson. Fotgrafo: O Olhar, a Tcnica e o Trabalho. Rio de Janeiro: SENAC, 2004.