ApresentaçãO Para DéCimo Ano, Aula 67 68

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• Alexandre O’Neill, «Portugal» (p. 157)

O poema exprime a visão — desencantada — que O’Neill tem de Portugal. O poeta é irónico, ridiculariza tipicidades portuguesas, mas, aqui e ali, quase parece condescendente com os nossos defeitos.

Alexandre O’Neill, «Perfilados de medo» (p. 156)

O soneto revela a oposição de O’Neill a uma forma de estar medrosa. O poema é como um panfleto contra o espírito conformado dos portugueses, que o poeta abomina.

Luís de Camões, «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades» (p. 105), cantado por José Mário Branco

O soneto de Camões aproveita um tema do gosto dos renascentistas, a mudança (que se revela na natureza positivamente — a neve dá lugar ao verde —, mas também no poeta, que vai envelhecendo).

O refrão introduzido pela canção altera o sentido do poema: é uma sugestão de revolução à própria regularidade de tudo (inclusive do tempo).

Luís de Camões, «Amor é fogo que arde sem se ver» (p. 103)

Construído com anáforas, o soneto, através dos muitos oxímoros (paradoxos), pretende acentuar que o amor é complexo, indefinível.

Índia, Goa (Panjim) Rosário / padeiro

Português ainda sobrevive, mas num contexto em que outras línguas predominam.

Interferências do inglês («Eu prefer»).

Portugal, Lisboa

Belarmindo / guardafreio

Variante europeia doportuguês; dialecto de Lisboa

«tem que» (por «tem de)

Brasil, Rio de Janeiro Márcio / vendedor de rua

Variante brasileira do português, num sociolecto popular, em contexto relativamente formal.

Sintaxe: próclise («me chama»); «nessa manhã» (por ‘esta manhã’); Léxico: «bala» (‘guloseima’). Fonética: palatalização de t: «tris[txi]» («triste»); ditongação em «ma[i]s» («mas»). Tratamento: você + 3.ª pessoa.

Moçambique, MaputoMia [Couto] / escritor

Variante europeia do português

Léxico: «normar» (‘regulamentar’).

Índia, Goa (Panjim)Rosário

Rosário, além de português, fala hindi, inglês, «arabic».

Dificuldades no conjuntivo: «talvez faleceu» (‘talvez falecesse’)

Portugal, LisboaZulmira e Paulo / reformados

Dialecto: do Norte?; sociolecto: origens populares.

Ligeiras hesitações: «niveles» (‘níveis’); «li[v]erdade» (‘liberdade’).

Moçambique, MaputoIzdine / radialista

Como se trata de programa de rádio, o meio oral é um tanto falso: o discurso está preparado e o registo só aparentemente é informal.

Fonética: vocalismo menos reduzido: «Beir[á]».

Moçambique, BeiraDinho / estudante

Variante africana (moçambicana) do português, por parte de adolescente que terá outra língua materna (talvez uma língua do grupo bantu).

Sintaxe: «ele» como complemento directo: «conheço ele» (‘conheço-o’); próclise nas subordinadas: «quando desligou-se energia». Léxico: «já» (por ‘logo’).

Brasil, Rio de Janeiro

Rejane / vendedora de imobiliário

O registo não pode ser muito informal, já que se fala com clientes.

Sintaxe: próclise: «me perdoe» (‘perdoe-me’).

Brasil, Rio de JaneiroRogério [e Márcio] / pregadorSociolecto: português popular (com

infracções várias à norma culta brasileira).

Sintaxe: marcas do plural simplificadas («essas bala»; «elas pesa»); «mim» como sujeito («para mim organizar»). Léxico: «tem» (‘há’); «açougue» (‘talho’). Fonética: epêntese («corrup[i]ta»); cr por cl («cic[r]one»); -r omitido («ri» por «rir»); vocalismo átono pouco reduzido («porqu[ê]» por «porque»).

Moçambique, BeiraDinho [e Deolinda]

Léxico: «a caminho de mais velha»; «dar uma mão direita».

Moçambique, Inhaca Mia Couto

Tratando-se de escritor inventivo, é difícil distinguir o que é «neologístico» e o que é devido à variante africana.

Léxico: «normar» (‘regulamentar’); «os mais velhos»; «outras» (‘diferentes’).

Brasil, Rio (Barra da Tijuca) Rejane

Fonética: r final omitido («m[á]» por «mar»); palatalização de t e d («gen[txi]», «ver[dxi]»); ditongações («l[uis]» por «luz»)

Moçambique, BeiraDinho

Sintaxe: possessivo sem artigo («minhas duas irmãs»).

Portugal, LisboaUliengue e Sofia / estudantes

Nascidos em Angola e Moçambique.

Fonética: vocalismo átono menos reduzido. Sintaxe: ênclise («Todos os vizinhos conhecem-se») em casos de próclise no português europeu.

Portugal, LisboaJosé Saramago / escritor

Variante europeia do português. Dialecto de Lisboa.

Índia, Goa (Loutolim)Mário e Emiliano / proprietários

Portugal, LisboaJosé Saramago

Registo formal, mas não demasiado «purista».

«tinha que» (por «tinha de»).

TPC — Preparar a leitura (compreensão + leve treino de leitura em voz alta) das seguintes crónicas: «Crónica para quem aprecia histórias de caçadas», de António Lobo Antunes (pp. 242-243); «O incrível futuro», de José Luís Peixoto (pp. 246-247); «O breve sempre», de Fernando Alves (pp. 248-249).

Bento Conhé BenjeLargo da filosofia kantiana, n.º 3,1415926 frente

4321-234 Ermesinde

Ermesinde, 0 de Dezembro de 2007

Ex.mo SenhorPresidente da Câmara Municipal de Valongo

Excelência,

Venho, na qualidade de munícipe, dar conhecimento das condições lastimosas em que vive o Sr. Carlos Simões Ribeiro, um valonguense distinto. Este idoso — conta agora # anos —, que ainda exerce o seu ofício de barbeiro e tem a seu cargo um filho deficiente, está em risco de ....

[tal e tal, tal e tal]

Certo de que V. Ex.ª está atento aos interesses e necessidades dos munícipes, apresento os meus melhores cumprimentos.

Subscreve-se respeitosamenteBento Conhé Benje

Maboque = ‘tipo de fruta angolana’

Quimbanda = ‘curandeira’

Mona-ngamba = ‘moço de fretes, carregador’

a / Vb / Fc/ Fd / Ve / Ff /Vg / Vh / Vi / Fj / V