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Seções
Seções
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
Apresentação
O Boletim Econômico Capixaba é uma publicação
mensal do Instituto de Desenvolvimento Industrial e
Educacional do Espírito Santo (Ideies), entidade do
Sistema Federação das Indústrias do Estado do Espírito
Santo (Findes) e apresenta as principais análises e
indicadores da economia brasileira e capixaba.
O Boletim está dividido em sete seções. A primeira se
alterna a cada mês, ora trazendo um Assunto em
Destaque, ora um Especialista Convidado. Nesta
edição, a convidada é Arilda Teixeira, professora da
Fucape Business School, doutora em economia pela
UFRJ e especialista em economia internacional,
comércio exterior, economia capixaba, crescimento e
desenvolvimento econômico.
A segunda seção – Cenário Econômico – apresenta os
últimos dados da atividade econômica e o desempenho
geral dos setores, relativos ao Brasil e ao Espírito Santo.
Na terceira seção – Desempenho Industrial – dados
como a produção física e os índices de confiança são
analisados de forma mais detalhada, com comparações
entre o desempenho brasileiro e o capixaba.
A quarta seção – Comércio Exterior – discorre sobre
exportação e importação no Espírito Santo, o saldo da
balança comercial, além de apresentar a evolução dos
preços das commodities.
A quinta seção – Crédito – aborda o desempenho deste
mercado, analisando a evolução do saldo de operações,
inadimplência, taxas de juros, e spread, além de
aspectos das reformas microeconômicas para o setor.
A sexta seção – Finanças Públicas Estaduais – analisa a
evolução das receitas e despesas do Governo do Estado
do Espírito Santo no primeiro quadrimestre de 2018,
comparando os resultados com os anos anteriores.
A última seção apresenta os Comentários Finais.
O objetivo do Boletim Econômico Capixaba é apresentar
os últimos dados disponíveis de cada variável. Assim,
para algumas – como produção física, comércio, serviços
e crédito –, a última informação refere-se a março de
2018. Para outras, como inflação, comércio exterior e
finanças públicas, os números mais recentes são de abril
de 2018. Os dados apresentados na seção Cenário Eco-
nômico são aqueles disponíveis até o dia 28/05/2018, e
nas demais seções, os disponíveis até o dia 25/05/2018.
Ótima leitura!
1. Especialista convidada –
Arilda Teixeira
2. Cenário Econômico
3. Desempenho Industrial
4. Comércio Exterior
5. Crédito
6. Finanças Públicas Estaduais
7. Comentários Finais
12
16
20
23
04
02
26
2
1. Especialista Convidada – Arilda Teixeira
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
DE 2017
Este perfil lhe confere competitividade externa e interna.
A primeira significa fôlego para inserção externa; a
segunda, garante à sua indústria substitutiva de
importação, competir, domesticamente, com seus
similares estrangeiros. É o status buscado por todos os
mercados. Inclusive pelo Espírito Santo.
Olhando os resultados da pauta de importação (gráfico 2)
vê-se que está importando a maior parte da tecnologia
utilizada em seu parque manufatureiro. Isso significa que
não está havendo complementaridade entre os setores
interno e externo. O setor externo não está contribuindo
para completar a oferta doméstica e com isso
potencializar o crescimento da região. Então é preciso
identificar e remover os entraves.
Contudo, as estatísticas de comércio do estado
sinalizam que há muito trabalho a ser feito para
alcançá-lo. Sua pauta de exportação indica pouca
diversificação e baixo valor agregado (gráfico 1).
Pauta de exportação e o perfil do parque industrial
10,0 19
,1
30,7
84,2
75,4
64,
8
5,8
5,5
4,5
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
BASICOS MANUF SEMI MANUF
33,8
73,2
37,2 4
4,7
7,9 10
,3
33,4
25,7
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
BÁSICOS MANUF
Gráfico 1 – Participação de produtos básicos e manufaturados na pauta de exportação – ES (%)
Gráfico 2 – Participação de produtos básicos, semimanufaturados e manufaturados na pauta de importação – ES (%)
Fonte: MDIC Elaboração: Autora
Fonte: MDIC Elaboração: Autora
A pauta de exportação de um mercado é o retrato
de seu parque produtivo. Quanto mais diversifi-
cada e maior o valor agregado daquilo que se
exporta, maior o número de setores da atividade
econômica abrangidos, e maior o nível tecno-
lógico de seu processo produtivo.
3
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
Analisando esta pauta pelos principais produtos exporta-
dos (tabela 1) também se encontra concentração e baixo
valor agregado dentre os produtos comercializados. Os
dados indicam que nos últimos 10 anos, até quatro
produtos responderam por mais de 70% das exportações
– todas de produtos de baixo valor agregado. Consideran-
do que esses quatro produtos fazem parte de um grupo
de 100, é possível admitir que 70% das exportações do ES
estão concentradas em 4% dos produtos exportados.
O que conforta nessa preocupante situação do setor
manufatureiro capixaba é que o problema é equivalente
em outras unidades da federação. Ainda que haja
diferentes graus de atrasos, no bojo, o setor indústria no
Brasil precisa se reinventar.
Tabela 1 – Participação % na pauta de exportação do Espírito Santo, (produtos com pelo menos 5% de participação)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Minério de ferro 42,2 45,4 38,0 53,0 56,0 52,0 54,0 42,2 34,8 22,3 26,0
Óleos brutos de petróleo 7,5 10,0 11,0 8,5 15,8 11,5 7,1 11,4
Pasta química de madeira 13,5 10,3 12,6 9,0 8,3 10,0 10,8 8,3 11,0 14,1 12,8
Granitos trabalhados 9,0 5,0 6,40 5,0 7,30 6,30 7,7 10,2 7,5
Café não torrado 5,3
Produtos de ferro semimanufaturados 11,9 20,0 13,5 9,5 9,0 9,7 11,5
Tubos flexíveis de aço 10,0
Café torrado 5,8 5,7
TOTAL 76,6 86,8 76,2 79,0 74,3 78,2 80,6 77,9 74,0 73,4 69,2
Nota: Espaços em branco são de participações menores que 5% Fonte: MDIC Elaboração: Autora
A trajetória da produção física da indústria do Sudeste nos
últimos sete anos (gráfico 3) mostra que, mesmo antes da
recessão, não havia dinamismo. Isso significa que a
natureza do entrave capixaba é equivalente ao das demais
unidades da federação. Mas sua vulnerabilidade devida a
alta concentração de sua pauta de exportações é
irrefutável diante o resultado de 2016, reflexo da
paralisação da Samarco.
O setor manufatureiro capixaba (como o brasileiro) é o
reflexo da cultura industrial que o gerenciou até aqui.
Const
Constituída sob um viés estatizante (ad hoc) e protecio-
nista, alimentou perfil refratário à concorrência e aos
riscos. Essa herança (maldita) freou o animal spirits do
empreendedor, e comprometeu sua capacidade de perce-
ber e acompanhar o ritmo e a direção do paradigma
tecnológico, e do padrão de comércio que gerou.
A cultura industrial capixaba (como a brasileira) subjugou
os padrões de concorrência em curso e não se preparou
para enfrentá-los. Agora paga o preço de sua escolha: não
tem competitividade. É o que dizem suas pautas de
exportação e importação.
-6,9-4,9
21,1
-22,1
3,6
-6,0
2,03,7
-6,3
-12,5
4,4
-2,1
4,1
-0,8
-6,6-11,0
6,92,93,6
-3,6-5,4
-11,2
-0,7
5,9
2013 2014 2015 2016 2017 2018
ES MG RJ SP
Gráfico 3 – Produção física da indústria geral – Sudeste Variação % no 1º trimestre de cada ano em relação ao mesmo período do ano anterior
Fonte: PIM-PF / IBGE Elaboração: Autora
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ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
2. Cenário Econômico
A sustentação da Selic em 6,5% ocorreu em um cenário de
dólar valorizado, em decorrência das expectativas de alta
de juros nos Estados Unidos, bem como de crescimento
da economia americana superior ao da europeia. O banco
central americano projetou, no final do ano passado, que
elevaria os juros três vezes em 2018. Na reunião de março,
o Fed subiu as taxas de juros em 0,25 ponto percentual.
Em maio, decidiu manter a taxa de juros no patamar entre
1,50% e 1,75%. Atualmente, o Fed prevê outros dois
aumentos
aumentos este ano, embora o mercado enxergue a possi-
bilidade de três altas.
A elevação da cotação do dólar encarece produtos e
serviços importados consumidos no Brasil, bem como os
produtos brasileiros com insumos importados, pressio-
nando a inflação para cima. Do fim de março até a última
reunião do Copom, a moeda americana cotada em real
disparou mais de 11%, para R$ 3,67. Como a inflação
brasileira se encontra abaixo do piso da meta e ainda se
verifica na economia níveis de ociosidade da capacidade
produtiva, não é esperada uma alta na taxa Selic nos
próximos meses. Entretanto, os passos seguintes da
política monetária continuarão dependendo da evolução
da atividade econômica, do balanço de riscos e das
projeções e expectativas de inflação.
O Copom, em reunião nos dias 15 e 16 de maio,
manteve a Selic em 6,5% ao ano, após doze cortes
seguidos na taxa básica de juros. A manutenção
interrompe o ciclo de flexibilização monetária
iniciado em outubro de 2016, que levou a Selic de
14,25% para o patamar atual.
3,303,35
3,423,38
3,503,55
3,59
3,683,75
3,71
26/
03
28/
03
30/
03
01/
04
03/
04
05/
04
07/
04
09/
04
11/
04
13/
04
15/
04
17/
04
19/
04
21/
04
23/
04
25/
04
27/
04
29/
04
01/
05
03/
05
05/
05
07/
05
09/
05
11/
05
13/
05
15/
05
17/
05
19/
05
21/
05
Gráfico 4 – Taxa de câmbio - Livre - Dólar americano (venda) – diário - u.m.c./US$
Nota: referente ao ano de 2018 Fonte: Banco Central do Brasil Elaboração: Ideies / Sistema Findes
6,50
2,76
2,28
Jan
Mar
Mai Ju
l
Set
No
v
Jan
Mar
Mai Ju
l
Set
No
v
Jan
Mar
Mai Ju
l
Set
No
v
Jan
Mar
Mai
o
2015 2016 2017 2018
Selic IPCA acum. 12 meses Juros reais
Gráfico 5 – Evolução da Selic, IPCA acumulado em 12 meses e Juros Reais (%)
Fonte: Banco Central do Brasil; IBGE; LCA Elaboração: Ideies / Sistema Findes
5
1
1 Os produtos e serviços que compõem o IPCA podem ser divididos entre os que têm preços livres, ou seja, que variam de acordo com o mercado, e os que tem preços administrados, que são os preços regulados por contrato ou por órgão público.
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
A inflação de abril acumulada em 12 meses para o Brasil,
medida pelo IPCA, está em 2,76%, abaixo do piso da meta
do Banco Central. A meta em 2018 é manter a inflação em
4,50% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto
percentual, ou seja, pode variar entre 3,00% e 6,00% A
taxa de 0,92%, acumulada nos quatro primeiros meses do
ano, é a menor para o período de janeiro a abril desde a
implantação do Plano Real, em 1994. Os preços
monitorados (administrados)1, por sua vez, acumulam alta
de 8,34% em 12 meses, acelerando perante os 7,05% em
março. Estes têm um peso importante na composição da
inflação.
Indicadores - Mensais Abr. 2018 / Mar. 2018
Acumulado no ano
Acumulado em 12 meses
IPCA Geral - Brasil 0,22 0,92 2,76
IPCA Preços Livres – Brasil
0,09 0,69 0,97
IPCA Preços Monitorados - Brasil
0,60 1,58 8,07
IPCA Geral - RMGV 0,19 0,77 2,10
No mês de abril, o índice nacional subiu 0,22%,
abaixo do que era esperado pelo mercado
(0,28%). Já os preços monitorados tiveram alta de
0,60%, após crescimento de 0,23% em março.
Tabela 2 - Indicadores Econômicos (variações %)
Fonte: IBGE Elaboração: Ideies / Sistema Findes
Os reajustes dos remédios (1,52%) e plano de saúde
(1,06%) pressionaram a inflação dos bens e serviços
administrado no mês passado. Isso ocorreu devido ao
aumento anual desses produtos e serviços a partir de 31
de março, de 2,09%. A energia elétrica se elevou em
0,99%, resultado dos reajustes nas tarifas em cinco das 13
regiões pesquisadas (Rio de Janeiro, Campo Grande, Porto
Alegre, Salvador e Fortaleza).
Nos últimos meses, em geral, a inflação tem surpreendido
os agentes financeiros com dados abaixo do esperado.
Entre janeiro e abril de 2018, as projeções para a inflação
foram de 0,41%, 0,28%, 0,11% e 0,27%, enquanto os
índices oficiais nesses meses foram de, respectivamente,
0,29%, 0,32%, 0,09% e 0,22%. Isso pode ser reflexo da
recuperação ainda lenta da atividade econômica e das
duas ótimas safras agrícolas em 2016 e 2017.
Na Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), a
inflação mensurada pelo IPCA no acumulado dos últimos
12 meses ficou em 2,10%, valor inferior à média nacional
(2,76%). No acumulado dos quatro primeiros meses do
ano o índice na RMGV, de 0,77%, foi menor que o do
mesmo período de 2017 (1,22%).
Em abril, a RMGV apresentou inflação de 0,19%,
na comparação com o mês imediatamente ante-
rior, mas teve o quarto menor índice do país entre
as 13 capitais ou regiões metropolitanas analisa-
das e situou-se abaixo da média nacional (0,22%).
0,73
0,40 0,400,35 0,34 0,33 0,30 0,28
0,22 0,19
0,10 0,08
-0,18
Brasil: 0,22
Gráfico 6 – Variação mensal do IPCA, por regiões pesquisadas (%) - Abril / 2018
Fonte: Banco Central do Brasil; IBGE; LCA Elaboração: Ideies / Sistema Findes
6
Apesar da inflação ter aumentado em comparação com
março, o mês de abril de 2018 continuou trazendo índices
menores que os do mesmo mês de anos anteriores.
Gastos com Alimentação e Bebidas (0,38%), que têm o
maior peso no cálculo do IPCA na RMGV, lideraram os
aumentos de preços no estado em abril de 2018.
Gráfico 7 – Variação mensal do IPCA, por grupos (%) - Abril/2018
Fonte: IBGE
Elaboração: Ideies / Sistema Findes
0,17
-0,07
0,22
0,08
0,12
0,22
0,91
0,00
0,62
0,09
-0,07
-0,03
0,08
0,09
0,18
0,19
0,22
0,24
0,35
0,38
Habitação
Comunicação
Artigos de residência
Educação
Despesas pessoais
Índice geral
Saúde e cuidados pessoais
Transportes
Vestuário
Alimentação e bebidas
Grande Vitória Brasil
Os preços monitorados no IPCA da Grande Vitória
têm subido mais do que a inflação. No mês de
abril as principais altas derivaram do óleo diesel
(2,22%), ônibus intermunicipal (2,02%), gasolina
(1,70%), plano de saúde (1,05%), emplacamento
e licença (0,41%) e gás de botijão (0,30%). Ao
contrário do cenário nacional, produtos
farmacêuticos apresentaram queda de -0,61%.
No acumulado em 12 meses (gráfico 8), os principais
aumentos dos preços monitorados vieram da gasolina
(14,90%), gás de botijão (14,70%), gás veicular (14,55%),
plano de saúde (13,33%) e óleo diesel (10,48%).
Gráfico 8 – IPCA dos principais preços monitorados - Variação % acumulada em 12 meses – Abril / 2018
Fonte: IBGE Elaboração: Ideies / Sistema Findes
14,90 14,70 14,5513,33
10,48 10,04
6,054,03 3,73 3,67
1,41
-1,55
17,95
12,52
9,08
13,51 12,47 12,14
1,96 2,52 3,27
9,45
-1,62
2,75
RMGV BR
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2 3
2 Embora seja anunciado como "PIB do BC", o IBC-Br tem metodologia de cálculo distinta das contas nacionais calculadas pelo IBGE. Em box no Relatório de Inflação (RI), o BC explicou que IBC-Br e PIB são indicadores agregados de atividade econômica com trajetórias similares no médio prazo. Mas o IBC-Br, de frequência mensal, permite acompanhamento mais tempestivo da evolução da atividade econômica, enquanto o PIB, de frequência trimestral, descreve quadro mais abrangente da economia. 3 Devido às revisões constantes do indicador, o IBC-Br medido em 12 meses é mais estável do que a medição mensal, assim como o próprio Produto Interno Bruto (PIB).
Sob influência dos dados mais recentes de inflação, os
economistas do mercado financeiro elevaram suas
previsões de 2018 e 2019. O Relatório de Mercado Focus
divulgado na segunda-feira, 28/05, pelo Banco Central
(BC), mostrou que a mediana para o IPCA este ano foi de
3,50% para 3,60%. Já a projeção para o índice em 2019
passou de 4,01% para 4,00%.
Apesar do baixo patamar inflacionário, os últimos
indicadores de atividade econômica nacional mostraram
arrefecimento, num contexto de recuperação consistente,
mas gradual, da economia brasileira. O Índice de Atividade
Econômica do Banco Central2 (IBC Br), considerado uma
prévia do resultado do PIB, nos 12 meses3 encerrados em
março, registrou avanço de 1,05%.
Tabela 3 - Indicadores Econômicos (variações %)
Indicadores - Mensais Mar. 2018 / Fev. 2018¹
Mar. 2018 / Mar. 2017
Acumulada no ano
Acumulada em 12 meses
Índice de atividade econômica (IBC-Br) -0,74 -0,66 0,86 1,05
Índice de atividade econômica regional ES -0,06 1,66 1,10 1,92
Produção Física da Indústria (PIM-PF) Brasil -0,1 1,3 3,1 2,9
Produção Física da Indústria (PIM-PF) ES 2,8 -2,4 -6,0 -0,8
Volume de vendas do comércio² (PMC) Brasil 1,1 7,8 6,6 6,2
Volume de vendas do comércio² (PMC) ES 0,5 16,3 20,0 13,4
Volume de vendas de serviço (PMS) - Brasil -0,2 -0,8 -1,5 -2,0
Volume de vendas de serviço (PMS) - ES -1,1 -1,1 -0,5 -0,7
¹ Valores com ajuste sazonal. ² Comércio Varejista Ampliado, que abrange os segmentos Veículos, Motos e Peças; Material para Construção e Varejo Restrito. Fonte: IBGE e Banco Central do Brasil Elaboração: Ideies / Sistema Findes
No acumulado do ano, o IBC-Br registrou variação de
0,86%, após a retração de -0,74% em março. O compor-
tamento do indicador nesses três primeiros meses do ano
foi influenciado, principalmente, pelas altas de 3,1% da
produção industrial e 6,6% do comércio varejista
ampliado e pela variação negativa de -1,5% dos serviços.
Os dados de atividade econômica nacional, um pouco
mais fracos que o esperado para o começo de 2018,
promoveram revisões para baixo nas estimativas de
crescimento. A mediana do mercado, captada pela pes-
quisa
quisa semanal Focus, do BC, sugere expansão de 2,37%.
Há uma semana a previsão era de 2,50%.
Já os indicadores capixabas seguem sinalizando que a
atividade econômica local está avançando. O Índice de
Atividade Econômica Regional (IBCR) do Espírito Santo,
que considera os setores agropecuário, industrial, serviços
e comércio, registrou crescimento de 1,92% no acumu-
lado em 12 meses, 7º mês consecutivo com taxa positiva
nesta base de comparação e valor superior à média
nacional (1,15%), após 21 meses de resultados negativos.
Gráfico 9 – PIB-ES vs IBCR-ES - Variação (%) acumulada no ano
Fonte: Banco Central do Brasil e IJSN
Elaboração: Ideies / Sistema Findes
1,21,7 1,7
0,91,2 1,3 1,1
2015.I 2015.II 2015.III 2015.IV 2016.I 2016.II 2016.III 2016.IV 2017.I 2017.II 2017.III 2017.IV 2018.I
PIB-ES IBCR-ES
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
8
4
4 Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Fazenda calcula-se que o impacto financeiro dos subsídios deverá ser de R$ 9,5 bilhões, enquanto a redução dos tributos poderá significar uma perda de arrecadação de R$ 4 bilhões, apenas para 2018. Este tema ainda está em andamento nas discussões econômicas nacionais e tem diversas causas, impactos e desdobramentos, sendo bastante complexo para ser esgotado neste espaço. As informações aqui discorridas foram aquelas disponíveis até 28/05.
No acumulado do primeiro trimestre de 2018, o IBCR-ES
registrou variação positiva em 1,10%. Este resultado
decorreu, especialmente, do crescimento do comércio
varejista ampliado (20,0%), conforme informou a pesquisa
mensal de comércio do IBGE.
Nesse mesmo período, o setor de serviços se manteve
praticamente estável, com recuo de -0,5%, enquanto a
indústria apresentou queda de -6,0%, conforme as
pesquisas mensais do IBGE de serviços e da produção
física industrial, respectivamente.
Gráfico 10 - Volume de vendas no comércio varejista ampliado - Variação % acumulada no ano
Fonte: Banco Central do Brasil e IJSN Elaboração: Ideies / Sistema Findes
2,1
-5,3-9,4
-2,2
6,6
-8,0 -6,0
-20,2
-6,3
20,0
mar/14 mar/15 mar/16 mar/17 mar/18
BR ES
Gráfico 11 - Volume de vendas de serviços - Variação % acumulada no ano
Fonte: Banco Central do Brasil e IJSN Elaboração: Ideies / Sistema Findes
5,0
-1,5
-5,0 -4,7
-1,5
0,2
-4,0
-7,2
-2,6
-0,5
mar/14 mar/15 mar/16 mar/17 mar/18
BR ES
A arrecadação aumentou R$ 9,5 bilhões em relação a abril
do ano passado em valores corrigidos pelo IPCA. Desse
total, R$ 1,4 bilhão foram originados da elevação de tri-
butos sobre os combustíveis e R$ 477 milhões decorreram
do Programa Especial de Regularização Tributária (Pert),
também conhecido como Novo Refis. No entanto, se
forem descontados os fatores externos, a arrecadação
teria crescido 4,3% acima da inflação na mesma base de
comparação. Já a receita própria de outros órgãos federais
foi de R$ 8,4 bilhões em abril, aumento real de 46,9% na
comparação com o mesmo mês de 2017. Os resultados
captam um período de elevação do preço do petróleo, que
impulsionou a receita com royalties.
Os números da arrecadação ainda não capturam o movi-
mento da greve dos caminhoneiros, que teve início no
mês de maio. Os impactos da paralisação na arrecadação
serão sentidos, provavelmente, no próximo mês.
O aumento do preço dos combustíveis, como a gasolina e
o óleo diesel, reflexo da alta do dólar e da cotação do
petróleo, causaram a paralisação dos caminhoneiros em
todo o Brasil, em protesto contra o aumento dos seus cus-
tos de operação. O impasse teve reflexos diretos no país,
prejudicando o abastecimento de itens essenciais, como
alimentos, medicamentos e combustíveis, e travando a
produção de diversas empresas que não puderam escoar
seus produtos.
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
A arrecadação federal acelerou em abril e fechou o mês
com o melhor desempenho nos últimos quatro anos.
Beneficiada pelos royalties de petróleo e pelos tri-
butos cobrados sobre os combustíveis a arreca-
dação atingiu o valor de R$ 130,8 bilhões,
crescimento real de 7,8% em relação a abril de
2017. No acumulado dos primeiros quatro meses
deste ano, a arrecadação total somou R$ 497,2
bilhões, com crescimento real de 8,3% na compa-
ração com o mesmo período do ano passado.
Uma série de medidas foram anunciadas para
tentar superar a crise. O Governo Federal propôs
um subsídio da ordem de R$ 0,30 por litro de
diesel, a ser repassado à Petrobras, e mais um
desconto de R$ 0,16 por litro a partir da isenção
de PIS/Confins e da Cide incidentes sobre o diesel.
Ambas as medidas terão duração de 60 dias. A
partir de então, os preços do combustível seriam
reajustados apenas a cada 30 dias, aumentando
a previsibilidade de custos aos caminhoneiros4.
9
Gráfico 12 - Taxa de Desocupação (%) - Brasil e Espírito Santo
Fonte: PNAD / IBGE Elaboração: Ideies / Sistema Findes
7,9 9,0
11,3
13,711,8
13,1
6,9
9,1
11,5
14,4
11,612,5
I. 2015 II. 2015 III. 2015 IV. 2015 I. 2016 II. 2016 III. 2016 IV. 2016 I. 2017 II. 2017 III. 2017 IV. 2017 I. 2018
Brasil Espírito Santo
Em relação à criação de vagas com carteira assinada, de
acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego,
foram criados no Brasil 115,9 mil empregos formais no
mês de abril, decorrentes de 1.305,2 mil admissões e
1.189,3 mil demissões. Este é o melhor resultado para
meses de abril desde 2013.
No Espírito Santo, os dados do Caged mostram que no
acumulado dos últimos 12 meses foram criadas 304.421
vagas
vagas e encerrados 299.173 postos de trabalho, o que re-
sultou num saldo positivo de 5.248 empregos no período.
No acumulado do ano, o saldo foi de 9.981 vagas. No mês
de abril foram abertas 26.460 vagas de empregos e encer-
radas outras 23.695 no estado, resultando em um saldo
positivo de 2.765 postos de trabalho. Em março o saldo
havia sido de 1.780 vagas. Os setores que mais abriram
postos de trabalho em abril foram os de Serviços (863);
Agricultura (653) e Indústria Geral (586).
Gráfico 13 - Saldo de empregos formais – Espírito Santo – Abril / 2018
Fonte: Rais / MTE Elaboração: Ideies / Sistema Findes
863
653
586
374
263
26
Serviços
Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca eAquicultura
Indústria Geral
Comércio, Reparação de Veículos Automotores eMotocicletas
Construção
Outros
No mês de maio foi divulgada a taxa de desocupação
referente ao 1º trimestre do ano.
A quantidade de pessoas desocupadas estimada pela PNAD
para o Espírito Santo, foi de 264 mil, aumento de 7,9% em
comparação ao último trimestre do ano passado. Contudo,
ao comparar com o primeiro trimestre de 2017, a taxa de de-
socupação capixaba reduziu em -1,9 ponto percentual (p.p).
A quantidade de pessoas ocupadas, de acordo com a PNAD,
que capta informações tanto do mercado formal quanto do
informal, foi de 1.843 mil, variação de 5,9% em comparação
com o primeiro trimestre de 2017.
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
No Espírito Santo, após três trimestres de
redução, a taxa de desocupação voltou a crescer e
ficou em 12,5% no primeiro trimestre de 2018, de
acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE. O resultado
capixaba foi melhor que a média nacional, que
ficou em 13,1%.
10
5
5 A moeda americana está em tendência de alta em relação a várias moedas, inclusive o real no Brasil. Isso acontece devido ao
aumento da expectativa no mercado financeiro de que os Estados Unidos devem subir suas taxas de juros mais rápido que o esperado. Com isso, os EUA se tornariam mais atraentes para os investidores em relação a outros mercados, como os países
emergentes, considerados menos seguros para aplicações. Por essa razão, o dólar se valoriza.
Box 1 – Brasil x Argentina
Quando se fala de Brasil e Argentina o primeiro pensamento é,
quase que instantaneamente, a rivalidade. Essa disputa se
iniciou no campo político no século XIX e se concretizou nas
partidas de futebol. Embora a rivalidade Brasil x Argentina deva
voltar a cena no próximo mês, dado a Copa do Mundo, é
importante o Brasil acompanhar de perto a atual situação
econômica do país vizinho e tirar lições valiosas para si.
A Argentina atualmente passa por um grande impasse
financeiro. Das três ancoras básicas de uma boa política de
estabilização macroeconômica (fiscal, monetária e cambial), o
país está desfalcado em duas: a fiscal e a monetária. Essas, por
sua vez, estão comprometendo a cambial, que está declinando
para desvalorização do peso cada vez mais intensa. Em 2018 a
moeda dos Estados Unidos subiu cerca de 30% sobre a da
Argentina5. Atualmente, são necessários quase 25 pesos
argentinos para comprar um dólar, patamar recorde no país.
Com a desvalorização da moeda Argentina, o país subiu a taxa
de juros ao maior patamar do mundo e consumiu significativa
parte de suas reservas em dólares. No começo de maio, o
Banco Central Argentino aumentou a taxa de juros para 40% ao
ano e reduziu suas reservas em mais de US$ 6 bilhões – o
equivalente a quase 10% do volume total de reservas. Esse
aumento foi uma tentativa de fazer os investidores manterem
seu dinheiro no país.
Os preços argentinos estão subindo significativamente. Em
abril, ocorreu alta de 8% nos preços de itens considerados
essenciais, como habitação, água, eletricidade, gás e
combustíveis. No acumulado de 2018, o país registrou inflação
de 9,6% e está se aproximando da meta do governo para o ano,
de 15%. Em 2017, a meta de 17% foi descumprida, e os preços
subiram 25%.
Com a tentativa de atenuar as fortes variações do valor do
dólar no país, o governo da Argentina chegou a um acordo com
as grandes empresas do setor de energia para congelar os
preços dos combustíveis por dois meses. Contudo,
especialistas afirmam que uma das grandes causas do
desarranjo da economia Argentina durante o governo de
Cristina Kirchner (2007-2015) foi a política de congelamento
dos preços dos setores de energia, de transporte e de água
(tarifas de serviços públicos). O sistema de tarifas congeladas exigiu que o governo transferisse uma enorme quantidade de
recursos para as empresas produtoras para cobrir a diferença
Gráfico 14 - Evolução da Taxa de Juros (% a.a.)
Fonte: Banco Central do Brasil; Banco Central da República Argentina Elaboração: Ideies / Sistema Findes
14,2512,25
7,50 6,50
30,75
38,00
24,7528,75
40,00
Jan
Mar
Mai Ju
l
Set
No
v
Jan
Mar
Mai Ju
l
Set
No
v
Jan
Mar
Mai
2016 2017 2018
Brasil Argentina
Gráfico 15 - Inflação anual (%)
¹ Acumulado no ano até abril Fonte: Banco Central do Brasil; Trading Economics Elaboração: Ideies / Sistema Findes
3,145,91
10,67
2,950,92
9,80 10,90
41,00
25,00
9,60
Brasil Argentina
Gráfico 16 – Crescimento % do PIB
¹ Projeções Fonte: Banco Mundial Elaboração: Ideies / Sistema Findes
5,17,5
3,0
-3,8
1,02,4 2,5
4,1
10,1
2,4
2,62,9 2,7 2,8
Brasil Argentina
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
11
6
7
6 A popularidade do presidente Mauricio Macri despencou, com o percentual de cidadãos que fazem avaliação negativa de seu
governo passando para 62,7% (contra 37,7% de aprovação). 7 O resultado das transações correntes é um dos mais importantes indicadores de solvência externa. Ele é formado basicamente
pelo comércio exterior (exportações menos importações), pelos serviços (turismo internacional, fretes e aluguel de
equipamentos, entre outros) e remessas de rendas (lucros, dividendos e juros).
entre receitas (congeladas) e custos (em acelerado crescimen-
to por causa da inflação monetária).
Ademais, o crescimento da economia Argentina nesse ano
deve ser menor que o previsto. As projeções oficiais iniciais
eram de 3% de alta no PIB e de 15% de inflação. Economistas
já falam em menos de 2,8% e em 25%, respectivamente.
Somado a esses fatores, o governo argentino vê sua populari-
dade despencar6. Para amenizar essa questão, a Argentina
decidiu recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para
equilibrar a situação financeira do país, pedindo uma linha de
crédito de US$ 30 bilhões, com juros mais baixos que os de
mercado. As discussões sobre o caso no FMI iniciaram-se no dia
18 de maio.
O Brasil, por sua vez, vive um período de estabilidade econômi-
ca de curto prazo, com inflação e taxa de juros em patamares
baixos e melhores trajetórias que a Argentina. Entretanto, ar-
gumentos como congelamento de preços, como é o caso atual
das discussões em torno dos preços dos combustíveis, ocasio-
nalmente voltam à cena econômica. Entre 2015 e 2017 a infla-
ção brasileira apresentou movimento decrescente, de 10,67%
para 2,95%. O Brasil partiu de uma taxa de juros de 14,65% ao
ano em 2016 para 6,50% ao ano em 2018, o patamar mais
baixo da Selic desde sua criação em 1986. A conta corrente
brasileira aproximou-se de um equilíbrio em 2017, enquanto a
Argentina acelerou para um rombo de quase 5% do PIB7. Esse
é o melhor resultado para o Brasil desde o superávit de 2007.
Ambos os países têm uma alta dívida pública. Em 2017 a dívida
pública brasileira chegou a 74% do PIB. A Argentina tem
mantido essa relação em torno de 50%, porém, também é uma
das maiores taxas entre as economias emergentes do mundo.
O crescimento econômico argentino ganha do brasileiro nos
últimos anos e suas projeções para os próximos anos, apesar
de terem sido revisadas, ainda são maiores que a do Brasil.
A Argentina vive momentos de grande tensão cambial e
incerteza financeira. Contudo, tanto o Brasil quanto a
Argentina estão no mesmo barco em relação às contas
públicas, com déficit fiscal e dívida pública nas alturas. Vale
destacar que, assim como no Brasil, o sistema previdenciário
da Argentina precisa de uma reforma urgente.
A crise da Argentina impacta as exportações brasileiras. Atual-
mente, o país vizinho é responsável por 8% das exportações do
Brasil, concentrada, em maior parte, no setor de veículos.
No entanto, se a Argentina conseguir o empréstimo no FMI, o
nível de especulação cambial diminuirá, o que possivelmente
fará com que o país não reduza muito as importações de
produtos brasileiros.
O Brasil tem reservas internacionais altas e inflação sob
controle, o que o deixa em uma situação mais confortável que
a da Argentina. O déficit em conta corrente brasileiro é
pequeno e é financiado por investimentos diretos estrangeiros
e reservas elevadas, de US$ 383 bilhões. Por isso, a situação do
Brasil se difere da Argentina. Todavia, é sempre bom ficar de
olho no que acontece no país vizinho e estar alerta. Deste
modo, garantir a sustentabilidade intertemporal das contas
públicas auxilia na saída de crises, proporcionando maior
estabilidade e ajudando no crescimento da economia.
Gráfico 17 – Conta Corrente - % do PIB
Fonte: Banco Central do Brasil; Banco Mundial Elaboração: Ideies / Sistema Findes
1,23
-0,48
2,79
-4,90
Brasil Argentina
Gráfico 18 – Dívida Pública - % PIB
¹Até março/2018 Fonte: Banco Central do Brasil; Datos Macro Elaboração: Ideies / Sistema Findes
55,50
59,20
65,50
75,3069,80
37,55
55,08
53,32
Brasil Argentina
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
12
8
8 A análise leva em consideração os pesos dessas atividades para o resultado da PIM- PF Brasil, e não somente a variação no acumulado do ano.
3. Desempenho Industrial
A Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do mês
de março mostrou que, no acumulado de 12
meses, a produção física da indústria brasileira
cresceu 2,9%, puxada pelo desempenho da
indústria de transformação (3,1%).
no país cresceu 3,1%, com variações positivas nas quatro
grandes categorias econômicas, em 16 dos 26 ramos e em
10 dos 15 locais pesquisados. As principais atividades que
contribuíram para essa expansão foram: veículos auto-
motores, reboques e carrocerias (20,0%); equipamentos
de informática, produtos eletrônicos e ópticos (26,1%); e
metalurgia (8,1%)8. No fechamento do primeiro trimestre de 2018, a indústria
Tabela 4 - Produção Industrial Mensal (PIM-PF) para o Brasil (%)
Seções industriais Mar. 2018 / Fev. 2018 ¹
Mar.2018 / Mar. 2017
Acumulada no ano
Acumulada em 12 meses
Indústria geral -0,1 1,3 3,1 2,9
Indústrias extrativas 3,9 -1,3 -2,2 1,8
Indústrias de transformação 0,2 1,6 3,9 3,1 ¹ Com ajuste sazonal Fonte: PIM-PF / IBGE Elaboração: Ideies / Sistema Findes
Gráfico 19 - Variação da Produção Física Industrial no Brasil, por principais atividades - acumulada no ano (%)
Fonte: PIM-PF / IBGE Elaboração: Ideies / Sistema Findes
4,1
4,4
6,3
7,7
7,9
8,1
8,9
11,7
20,0
26,1
Fab. de bebidas
Fab. de produtos de borracha e de material plástico
Fab. de máquinas e equipamentos
Fab. de celulose, papel e produtos de papel
Fab. de produtos farmoquímicos e farmacêuticos
Metalurgia
Fab. de móveis
Fab.de produtos de madeira
Fab. de veículos automotores, reboques e carrocerias
Fab. de equip. de informática, produtos eletrônicos e ópticos
Na comparação de março de 2018 com março de 2017, a
produção industrial brasileira cresceu 1,3%, sendo
influenciada, principalmente, pelas atividades da indústria
de transformação (1,6%). A variação na margem (mês
contra mês imediatamente anterior) ajustada sazonal-
mente, apresentou uma queda de -0,1%, destaque para a
retração nos ramos de bebidas (-3,6%), produtos
farmoquímicos e farmacêuticos (-4,2%) e máquinas,
aparelhos e materiais elétricos (-4,2%).
No Espírito Santo, a produção industrial em março regis-
trou queda de -0,8% no acumulado em 12 meses, com
variações negativas tanto na indústria extrativa (-0,7%)
quanto na de transformação (-0,9%) e em quatro das cinco
atividades pesquisadas (tabela 5).
Esse resultado indica que o ritmo de recuperação
alcançado a partir de setembro do ano passado
vem perdendo intensidade, reforçando que a
indústria capixaba ainda não reestabeleceu um
padrão de crescimento regular.
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
13
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
No acumulado do primeiro trimestre do ano, a produção
da indústria no estado registrou uma variação negativa de
-6,0%, sendo influenciada, principalmente, pelo desem-
penho da indústria de transformação (-8,1%). Dentre as
atividades pesquisadas, as maiores retrações foram
registradas na fabricação de produtos de minerais não-
metálicos (-16,6%) e na fabricação de celulose, papel e
produtos de papel (-13,8%). A única atividade que apre-
sentou variações positivas foi a fabricação de produtos
alimentícios (4,4%).
Na comparação contra o mesmo mês do ano anterior, a
produção física da indústria geral no Espírito Santo caiu
-2,1%
Na variação mensal de março contra fevereiro
de 2018, a produção industrial no Espírito Santo
cresceu 2,8%, atrás apenas dos estados do Pará
(9,0%) e Mato Grosso (4,7%).
-2,1%, impactada pelo resultado negativo da indústria
extrativa (-5,2%). Em relação às atividades industriais,
houve crescimento na metalurgia (9,3%), com variações
positivas em quatro dos seis produtos pesquisados, e na
fabricação de produtos alimentícios (10,1%), resultado do
desempenho da fabricação de bombons e chocolates com
cacau, e queijos de massa semidura ou dura.
Gráfico 20 - Produção Física Industrial (PIM-PF) no Espírito Santo - acumulada em 12 meses (%)
Fonte: PIM-PF / IBGE Elaboração: Ideies / Sistema Findes
7,3
15,1
0,7
-21,1
2,3
-0,8
jan
eiro
mar
ço
mai
o
julh
o
sete
mbr
o
no
vem
bro
jan
eiro
mar
ço
mai
o
julh
o
sete
mbr
o
no
vem
bro
jan
eiro
mar
ço
mai
o
julh
o
sete
mbr
o
no
vem
bro
jan
eiro
mar
ço
2015 2016 2017 2018
Tabela 5 - Produção Industrial Mensal (PIM-PF) no Espírito Santo (%)
Seções e atividades industriais Mar. 2018 /
Fev. 2018 Mar. 2018 / Mar. 2017
Acumulada no ano
Acumulada em 12 meses
Indústria geral 2,8 -2,4 -6,0 -0,8
Indústrias extrativas - -5,2 -3,9 -0,7
Indústrias de transformação - 0,6 -8,1 -0,9
Fabricação de produtos de minerais não-metálicos - -18,1 -16,6 -9,9
Fabricação de celulose, papel e produtos de papel - -3,0 -13,8 -3,7
Metalurgia - 9,3 -7,3 -2,0
Fabricação de produtos alimentícios - 10,1 4,4 13,2
Fonte: PIM-PF / IBGE Elaboração: Ideies / Sistema Findes
14
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
No acumulado do primeiro trimestre do ano, a produção
de petróleo e gás natural (P&G) no Espírito Santo apre-
sentou uma queda de -14,4%, com variações negativas
tanto no petróleo (-13,2%) como no gás natural (-20,8%).
Na relação março contra fevereiro, essa produção reduziu
-1,0%, resultado melhor que o brasileiro (-2,4%).
De acordo com o relatório trimestral da Vale, na
comparação do 1º trimestre de 2018 contra o mesmo
período do ano anterior, a produção de pelotas de minério
de ferro no Espírito Santo apresentou um crescimento de
4,8%. Porém, na comparação contra o quarto trimestre de
2017, essa produção apresentou uma queda de -0,2%.
Tabela 6 - Sinal da variação dos produtos produzidos pelas atividades industriais pesquisadas no Espírito Santo (*)
Atividades de Indústria
Descrição do Produto Sinal
Mar. 2018 / Mar. 2017
Acumulada no ano
Indústrias extrativas
Óleos brutos de petróleo ↓ ↓ Gás natural ↓ ↓ Minérios de ferro pelotizados ou sinterizados ↑ ↑
Produtos alimentícios
Bombons e chocolates c/ cacau ↑ ↑ Carnes de bovinos frescas ou refrigeradas ↓ ↓ Queijos de massa semidura ou dura ↑ ↑ Refrescos, sucos ou néctares de frutas ↓ ↓ Massas alimentícias secas ↓ ↑
Celulose, papel e produtos de papel
Pastas químicas de madeira, processo sulfato, branqueadas ou não
↓ ↓
Produtos de minerais não-
metálicos
Granito talhado ou serrado (inclusive chapas para pias) ↓ ↓ Cimentos "Portland" ↓ ↓ Massa de concreto ↓ ↓ Ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica p/ pavimentação ou revestimento esmaltados
↓ ↑
Metalurgia
Tubos flexíveis e tubos trefilados de ferro e aço ↑ ↓ Bobinas a quente de aços ao carbono não revestidos ↑ ↓ Lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono ↑ ↑ Ferro-gusa ↑ ↑ Bobinas ou chapas de aços zincadas ↓ s/i Bobinas a frio de aços ao carbono não revestidos s/i ↑
* O IBGE não disponibiliza essa informação por valor, apenas por sentido da variação
Nota: s/i corresponde a "sem informação"
Fonte: PIM-PF / IBGE
Elaboração: Ideies / Sistema Findes
Tabela 7 – Variação da produção de Petróleo e Gás
Natural, Brasil e Espírito Santo, em % (¹)
Mar. 2018 /
Fev. 2018 Mar. 2018 / Mar. 2017
Acumulado no ano
Petróleo ES 0,1 -12,5 -13,2
BR -2,4 0,3 -1,5
Gás Natural
ES -7,7 -25,7 -20,8
BR -2,6 5,6 3,6
Total P&G
ES -1,0 -14,6 -14,4
BR -2,3 1,3 -0,5
(¹) barris de óleo equivalente ao dia Fonte: ANP Elaboração: Ideies / Sistema Findes
Gráfico 21 – Evolução da produção de pelotas de minério
de ferro pela Vale S.A no Espírito Santo, em mil toneladas
métricas
Fonte: Vale S.A.
Elaboração: Ideies / Sistema Findes
7.22
1
6.65
8
7.00
0 7.61
6
7.5
13
7.74
7
7.67
8
7.89
0
7.8
71
I II III IV I II III IV I
2016 2017 2018
15
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) em
maio alcançou o patamar de 56,0, acima do resultado
nacional (55,5 pontos), registrando uma evolução margi-
nal de 2,4 p.p e crescimento de 3,4 p.p na comparação
com o mesmo mês do ano anterior. Como ambos os ICEI’s
situam-se acima da linha divisório de 50 pontos, nota-se
uma tendência otimistas dos empresários capixabas e
nacionais
nacionais. Já o Indicador de Expectativa (IEEI) foi de 59,1
pontos refletindo o otimismo dos industriais para os
próximos seis meses da economia. Tanto na relação com
o mês anterior como na comparação com o mesmo
período do ano anterior, houve um crescimento das
expectativas em 1,8 p.p.
Gráfico 22 - Índice de Confiança e de Expectativas do Empresário Industrial- Brasil e Espírito Santo
Fonte: CNI / Findes Elaboração: Ideies / Sistema Findes
56,0
55,5
mai/14 nov/14 mai/15 nov/15 mai/16 nov/16 mai/17 nov/17 mai/18
ICEI do Espírito Santo
ICEI do Brasil
50,0
O mercado de trabalho pode ser acompanhando, principal-
mente, a partir de duas fontes de dados: a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD) contínua do IBGE e o Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do MTE.
A PNAD contínua é realizada trimestralmente e capta, entre
outros dados, informações sobre o mercado de trabalho formal e
o informal. Atualmente, a PNAD é responsável por fornecer a taxa
de desocupação, que pode ser entendida como a taxa de
desemprego, tanto do país quanto dos estados.
A PNAD divulgada em maio, referente ao primeiro trimestre de
Box 2 – Mercado de trabalho na indústria capixaba
2018, mostrou uma elevação na taxa de desocupação em relação
ao último trimestre de 2017, tanto no Brasil quanto no Espírito
Santo. Embora não fosse esperado o aumento na taxa de desocu-
pação, os dados referentes ao pessoal empregado na indústria
sinalizam uma recuperação da atividade industrial capixaba.
Na comparação de janeiro a março de 2018 com outubro a
dezembro de 2017, o número de pessoas ocupadas na indústria
geral do Espírito Santo cresceu 0,5%. E na comparação com o
mesmo trimestre de 2017, o crescimento foi de 5,5%. Em termos
absolutos, 214 mil pessoas estão ocupadas nesse setor, sendo
175 mil na indústria de transformação.
Gráfico 23 - Pessoas ocupadas na indústria geral e de transformação, 2015 a 2018, (em milhares de pessoas)
Fonte: PNAD / IBGE
Elaboração: Ideies / Sistema Findes
21
9
22
2
21
2
19
8
19
4
19
7
19
1
19
8
20
3 21
4
22
1
21
3
21
4
17
3
18
3
17
4
16
4
15
6
16
1
15
5
16
1
16
6
17
5
18
0
17
1
17
5
I II III IV I II III IV I II III IV I
2015 2016 2017 2018Indústria geral Indústria de transformação
16
9 10
9 10
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
4. Comércio Exterior
As exportações brasileiras em abril somaram US$ 19,8
bilhões, resultado 12,2% acima do verificado em abril de
2017 (US$ 17,7 bilhões). Na comparação com o mês
imediatamente anterior houve queda de -2,1%.
O acumulado das exportações nacionais no pri-
meiro quadrimestre do ano totalizou US$ 74,4
bilhões, 9,2% superior ao realizado no mesmo
período do ano passado (US$ 68,1 bilhões), com
destaque para o desempenho dos produtos ma-
nufaturados, que registraram alta de 17,9%.
manufaturados, que caíram -37,3%. Dentro desse grupo,
os produtos capixabas que mais perderam demanda
externa foram tubos flexíveis de ferro ou aço, com queda
de -83,5%, seguido por obras de mármore e granito, com
-21,7% e produtos laminados planos de ferro ou aços, com
-17,9%. A representatividade do Espírito Santo no total
das exportações nacionais, nesse período de 2018, foi de
3,4%.
O Espírito Santo exportou US$ 666,3 milhões em
abril. Esse total foi 10,9% superior ao registrado
no mesmo mês de 2017, contribuição do maior
embarque de produtos semimanufaturados, que
cresceram 64,8%, com aumento significativo dos
produtos de celulose (67,2% de alta).
No acumulado do ano, as exportações capixabas somaram
US$ 2.504,0 milhões (gráfico 25), valor -2,3% inferior ao
do primeiro quadrimestre de 2017, com destaque para os
As importações brasileiras totalizaram US$ 13,8
bilhões em abril e ultrapassaram em 28,7% o
ocorrido no mesmo mês de 2017 (US$ 10,7
bilhões) e em 31,3% o realizado em abril de 2016
(US$ 10,5 bilhões). As categorias econômicas que
mais influenciaram positivamente foram bens de
capital, com avanço significativo de 238,3%, bens
de consumo duráveis, com acréscimo de 56,8%, e
combustíveis, com alta de 40,6%.
No acumulado do ano, o total importado pelo Brasil foi de
US$ 54,2 bilhões, valor 15,9% superior ao primeiro quadri-
mestre de 2017 e impactado pelas mesmas categorias
econômicas citadas anteriormente.
O Caged, por sua vez, apresenta informações mensais sobre
a movimentação (admissões, desligamentos e saldo) no
mercado de trabalho formal. No acumulado até abril, a
indústria capixaba9 contratou 3.475 empregados, em que a
indústria de transformação foi responsável por 3.426 novos
vínculos. Comparando esses números com os registrados nos
acumulados de janeiro a abril de 2015 a 2017, nota-se o que
o saldo líquido de 2018 está muito acima dos anteriores10.
Gráfico 24 - Pessoas ocupadas na indústria geral e de transformação, 2015 a 2018 (em milhares de pessoas)
Fonte: Caged / MTE
Elaboração: Ideies / Sistema Findes
105 63 100 49
1.086
-1.206
1.792
3.426
1.191
-1.143
1.892
3.475
2015 2016 2017 2018
Extrativa mineral Indústria de transformação Total da indústria
9 Consideradas apenas a indústria extrativa e de transformação. 10 Para mais informações sobre análise do Caged ver nota conjuntural elaborada pelo Ideies disponível em https://ideies.org.br/wp-
content/uploads/2018/05/05212018_nota-CAGED-maio18_obind-3.pdf
17
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
Os principais produtos responsáveis por essa melhora em
cada categoria foram, respectivamente, automóveis de
passageiros, com alta de 181,0%, e equipamentos de in-
formática, produtos eletrônicos e ópticos, com acréscimo
de 92,3%.
O Espírito Santo, em abril, importou US$ 497,4
milhões, resultado 52,7% superior ao verificado
em abril de 2017. Esse acréscimo deve-se, princi-
palmente, ao considerável avanço nas aquisições
de bens de consumo duráveis, com alta de
188,7%, e bens de capital, crescimento de 122,8%.
No acumulado de 2018 a importação do estado somou
US$ 1.664,9 milhões, superando o mesmo período de
2017 em 21,6% (gráfico 26). O crescimento é resultado da
maior obtenção de bens de capital (117,8%), bens de
consumo duráveis (113,4%) e bens de consumo não
duráveis (30,0%). Os comportamentos positivos mais
notáveis, dentre cada categoria, que puxaram a pauta
importadora, foram aviões, com crescimento de 177,6%,
automóveis de passageiros, com alta de 122,1%, e artigos
de vestuário e acessórios, com avanço de 54,8%. O total
importado pelo Espírito Santo respondeu por 3,1% das
importações nacionais nesse mesmo período.
Gráfico 25 - Evolução da participação no total da exportação capixaba, segundo classes (2012-2018), US$ FOB milhões e % do total
Fonte: Mdic / Funcex Elaboração: Ideies / Sistema Findes
67,2%69,8% 68,1%
61,3%
37,4%45,7% 52,3%
17,4%
13,5%11,3%
20,4%
25,5%
24,9%28,4%
13,5%
16,1%20,0%
17,7%
36,4%
28,4% 18,2%
2,0%
0,6%
0,6%
0,6%
0,6%
1,0% 1,0%
Jan - Abr2012
Jan - Abr2013
Jan - Abr2014
Jan - Abr2015
Jan - Abr2016
Jan - Abr2017
Jan - Abr2018
Básicos Semimanufaturados Manufaturados Outros
US$ 2.504US$ 2.562
US$ 2.016
US$ 3.382
US$ 3.853
US$ 3.503
US$ 4.113
Gráfico 26 - Evolução da participação no total da importação capixaba, segundo categorias econômicas (2012-2018), US$ FOB milhões e % do total
Fonte: Mdic / Funcex Elaboração: Ideies / Sistema Findes
23,4% 25,1% 28,6%18,6% 16,2% 14,0%
25,1%
42,9%
37,4%36,3%
38,7%
42,6% 36,0%28,2%
18,5%
14,5%15,4%
16,0%
12,7% 7,5%
13,1%
10,3%
13,1%9,9%
11,7%
10,9% 9,7%
10,4%
4,8%
9,9% 9,8%
15,0%
17,5% 32,8%
23,1%
Jan - Abr2012
Jan - Abr2013
Jan - Abr2014
Jan - Abr2015
Jan - Abr2016
Jan - Abr2017
Jan - Abr2018
Bens decapital
Bensintermediários
Bens deconsumoduráveis
Bens deconsumonão duráveis
Combustíveis
US$ 1.665
US$ 1.369US$ 1.220
US$ 1.913
US$ 2.457US$ 2.383
US$ 2.883
18
11
11 Veja mais em: http://www.valor.com.br/empresas/5538117/petroleo-e-negociado-em-alta-dolar-e-venezuela-merecem-atencao
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
A balança comercial nacional alcançou saldo de US$ 20,3
bilhões no acumulado de janeiro a abril de 2018, o segun-
do melhor resultado desde 2012, considerando o primeiro
quadrimestre do ano, atrás somente do verificado em
2017, com redução de -4,9%. Conforme detalhado acima,
as exportações totalizaram US$ 74,5 bilhões, enquanto as
importações chegaram a US$ 54,2 bilhões nesse início de
2018, ambas com valores superiores ao ocorrido em igual
período do ano anterior, com acréscimos de 9,4% e 15,9%,
respectivamente.
A balança comercial do Espírito Santo mantém
a sua trajetória superavitária. O saldo nesse
início de ano totalizou US$ 839,2 milhões, 5,4%
acima do verificado no mesmo período de 2016,
mas -29,7% inferior ao de 2017. Esse resultado é
derivado da combinação do avanço nas
importações e da redução nas exportações.
Gráfico 27 - Balança comercial capixaba (2012-2018), em milhões US$ FOB
Fonte: Mdic / Funcex Elaboração: Ideies / Sistema Findes
4.113,3
3.503,2
3.852,7
3.381,6
2.016,4
2.562,0 2.504,0
2.883,3
2.383,5 2.457,3
1.913,0
1.220,01.368,7
1.664,9
1.230,01.119,8
1.395,4
1.468,6
796,3
1.193,3
839,2
Jan - Abr2012
Jan - Abr2013
Jan - Abr2014
Jan - Abr2015
Jan - Abr2016
Jan - Abr2017
Jan - Abr2018
Exportações
Importações
Saldo
A média anual dos preços das principais commodities
comercializadas pelo Brasil mantém a tendência de
crescimento (gráfico 28). Em maio, a cotação do Petróleo
Brent atingiu máxima de US$ 80,5, valor não registrado
desde novembro de 2014. Dois motivos principais
explicam a elevação na cotação do petróleo. O primeiro
perpassa o anúncio feito pelo presidente dos EUA, Donald
Trump, um dia antes da maior cotação do petróleo desde
2014, de encerramento do acordo firmado com o Irã. Com
isso, são esperadas barreiras para aquisição de petróleo
iraniano. Em segundo lugar, a redução na produção de
petróleo na Venezuela, que chegou a 1,42 milhão de barris
dia, queda de 50 mil barris diários11, afeta a oferta mundial
do produto.
O impacto para a economia brasileira da elevação da
cotação do petróleo é percebido pelas duas frentes do
comércio exterior. Embora o Brasil seja exportador de
petróleo, o país também importa quantidades relevantes
do produto e de seus derivados. Detalhando a comer-
cialização de petróleo brasileira, foram exportados US$
8,4 bilhões no primeiro quadrimestre do ano, dos quais
85,5% referem-se ao óleo bruto derivado da extração. Em
relação às importações, essas somaram US$ 6,9 bilhões,
com o predomínio de produtos derivados do petróleo
(45,9%) e produtos do refino de petróleo (26,2%).
19
12
12 O indicador (IC-Br) é elaborado a partir da média mensal dos preços internacionais de commodities convertidos para reais, em busca de refletir a relevância de cada commodity para a dinâmica da inflação doméstica e captar os impactos proveniente das variações na taxa de câmbio. A influência das commodities sobre a inflação brasileira não se restringe à elevação do custo de produção, uma vez que flutuações nos preços desses produtos tendem a alterar os termos de troca, com implicações sobre a renda e demanda domésticas.
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
O Índice de Commodities Brasil12 (IC-Br), divulgado
mensalmente pelo Banco Central, avançou em abril,
influenciado pelo crescimento nas cotações internacionais
das commodities dos três subgrupos que o compõem
(energia, metálicas e agropecuárias). Em abril de 2018, o
IC-BR avançou 12,6%, na comparação com o mesmo mês
de 2017. Todos os subgrupos registraram crescimento no
mesmo comparativo com 2017: alta de 29,6% no de
energia
energia, 22,1% no de metálicas e 5,2% no das agro-
pecuárias.
No acumulado do ano, contra mesmo período de 2017,
houve acréscimo no IC-Br de 3,6%, influenciado pelo
comportamento positivo de todas as commodities que o
formam: energia com crescimento de 9,8%, metal com
aumento de 7,6% e agropecuária com avanço de 0,6%.
Gráfico 29 - Evolução dos principais grupos de commodities brasileiras, em R$ Média anual (2005 = 100)
*últimos dados até abril de 2018 Fonte: Banco Central Elaboração: Ideies / Sistema Findes
142,8144,8
158,0
189,3 188,0
169,1 173,0
118,8127,9
136,3
155,2185,5
204,1
229,8
94,5103,5
108,994,8
70,383,9
98,8
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018*
Agropecuária
Metal
Energia
Gráfico 28 - Evolução das cotações das principais commodities brasileiras, em U$S Média anual
*últimas atualizações: minério de ferro até abril de 2018; petróleo Brent e WTI até maio de 2018 Fonte: Investing Elaboração: Ideies / Sistema Findes
128,5
135,5
96,4
55,2 58,1
70,7 72,1
111,5 108,4
97,5
54,4
46,0
55,7
71,9
94,1 97,691,2
49,344,5
51,9
66,2
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018*
Minério de Ferro
Petróleo Brent
Petróleo WTI
20
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
O saldo de operações de crédito no Brasil chegou a
R$ 3.081 bilhões em março de 2018, o que representou
um aumento de 0,1% em relação a março de 2017. Nessa
base de comparação, foi a primeira alta no indicador após
19 meses consecutivos de quedas, desde agosto de 2016.
No caso do Espírito Santo o mês de março apresentou
recuperação ainda mais expressiva. Em comparação ao
mesmo mês do ano anterior, o saldo de operações de
crédito cresceu 3,2%, após 24 meses de queda, chegando
aos R$ 48,9 bilhões.
Na comparação com fevereiro de 2018 a alta foi de 3,0%.
O saldo de pessoas jurídicas teve grande avanço de 6,4%
no mês, enquanto para pessoas físicas o aumento foi de
0,5%.
Gráfico 30 – Saldo de operações de crédito – Brasil, por tipo de crédito (em R$ bilhões)
Fonte: Banco Central Elaboração: Ideies / Sistema Findes
2.713,3
3.078,6 3.081,6
1.488,81.535,4
1.590,1
1.224,4
1.543,2
1.491,6
1.000
1.200
1.400
1.600
1.800
2.000
2.200
2.400
1.500
1.700
1.900
2.100
2.300
2.500
2.700
2.900
3.100
3.300
3.500
jan
/14
mar
/14
mai
/14
jul/
14
set/
14
no
v/14
jan
/15
mar
/15
mai
/15
jul/
15
set/
15
nov
/15
jan
/16
mar
/16
mai
/16
jul/
16
set/
16
no
v/16
jan
/17
mar
/17
mai
/17
jul/
17
set/
17
no
v/17
jan
/18
mar
/18
Milh
ares
Total Recursos Livres Recursos Direcionados
5. Crédito
Na análise mês a mês, o resultado de março foi 0,6%
superior ao de fevereiro, revertendo a trajetória de queda
dos dois primeiros meses de 2018. O aumento se deu no
saldo com recursos livres, que subiu 1,3% no mês,
enquanto o saldo com recursos direcionados teve queda
de -0,1%, a nona redução mensal seguida.
Gráfico 31 – Saldo de operações de crédito - Espírito Santo, por tipo de tomador (em R$ bilhões)
Fonte: Banco Central
Elaboração: Ideies / Sistema Findes
45,047,4
48,9
22,6
27,0 27,8
22,420,4
21,1
10
15
20
25
30
35
40
45
50
30
35
40
45
50
55
jan
/14
mar
/14
mai
/14
jul/
14
set/
14
no
v/14
jan
/15
mar
/15
mai
/15
jul/
15
set/
15
no
v/15
jan
/16
mar
/16
mai
/16
jul/
16
set/
16
nov
/16
jan
/17
mar
/17
mai
/17
jul/
17
set/
17
no
v/17
jan
/18
mar
/18
Milh
ares
Total Pessoas Físicas Pessoas Jurídicas
21
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
Em relação à inadimplência no país, o mês de março
registrou taxa média de 3,3%, redução de -0,6 p.p. contra
março de 2017 e de -0,2 p.p. contra o mês anterior.
No Espírito Santo, a taxa de inadimplência foi de 3,6% em
março, o que representa queda de -0,6 p.p. em relação ao
mesmo mês de 2017, e de -0,1 p.p. em comparação a
fevereiro de 2018 (gráfico 32).
Um dos destaques no recorte dos dados da
inadimplência no Brasil foi a taxa para pessoas
físicas referente ao crédito livre, que ficou em
5,0%, o menor nível da série histórica do Banco
Central, iniciada em março de 2011 (gráfico 33).
Após altas em janeiro e fevereiro – como têm
acontecido em todos os anos observados na série
histórica dos dados do BC - as taxas de juros
média e o spread médio tiveram redução no
Brasil, em março (gráfico 34).
Gráfico 32 - Taxa de Inadimplência total (%)
Fonte: Bacen Elaboração: Ideies / Sistema Findes
2,8
3,6
2,83,3
0
1
2
3
4
5
6
jan
/14
mar
/14
mai
/14
jul/
14se
t/14
no
v/14
jan
/15
mar
/15
mai
/15
jul/
15se
t/15
no
v/15
jan
/16
mar
/16
mai
/16
jul/
16se
t/16
no
v/16
jan
/17
mar
/17
mai
/17
jul/
17se
t/17
no
v/17
jan
/18
mar
/18
Espírito Santo Brasil
Gráfico 33 - Taxa de Inadimplência do Crédito Livre no Brasil - por tipo de tomador (%)
Fonte: Bacen Elaboração: Ideies / Sistema Findes
5,55,9
5,0
3,2
5,6
4,4m
ar/1
1ju
n/11
set/
11d
ez/1
1m
ar/1
2ju
n/12
set/
12d
ez/1
2m
ar/1
3ju
n/13
set/
13d
ez/1
3m
ar/1
4ju
n/14
set/
14d
ez/1
4m
ar/1
5ju
n/15
set/
15d
ez/1
5m
ar/1
6ju
n/16
set/
16d
ez/1
6m
ar/1
7ju
n/17
set/
17d
ez/1
7m
ar/1
8
Pessoas físicas Pessoas jurídicas
No caso dos juros, a taxa média total ficou em 26,2%, o que
representa uma redução de -5,8 p.p. na comparação com
março de 2017, e de -0,7 p.p. em relação a fevereiro de
2018. O maior destaque se deu nos recursos livres, com re-
dução de -10,7 e -0,7 p.p. nas mesmas bases de comparação.
Gráfico 34 - Taxa de juros média, por tipo de crédito (%)
Fonte: Bacen Elaboração: Ideies / Sistema Findes
23,0
32,1
26,2
34,3
52,1
41,4
7,810,5 9,0
jan
/14
mar
/14
mai
/14
jul/
14
set/
14
no
v/14
jan
/15
mar
/15
mai
/15
jul/
15
set/
15
no
v/15
jan
/16
mar
/16
mai
/16
jul/
16
set/
16
no
v/16
jan
/17
mar
/17
mai
/17
jul/
17
set/
17
no
v/17
jan
/18
mar
/18
Total Recursos Livres Recursos Direcionados
22
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
Já em relação ao spread bancário, o mês de março
registrou taxa média total de 20,0%, com queda
de -3,8 p.p. contra o mesmo mês de 2017, e de
-0,4 p.p. na comparação com fevereiro de 2018. O
maior destaque nos últimos 12 meses também se
deu no crédito com recursos livres, com queda de
-8,2 p.p. no spread.
Na comparação entre as taxas médias na primeira semana
de abril e na primeira semana de maio, observou-se um
comportamento praticamente estável, com pequenas
quedas (tabela 8).
No caso do Banestes, único banco comercial capixaba
analisado, vale destacar algumas taxas de juros mais altas
que a dos concorrentes nacionais, principalmente no caso
do crédito para capital de giro, importante para financiar
e organizar as operações do dia a dia das empresas.
Tabela 8 - Taxas médias de juros cobradas pelas principais instituições financeiras do varejo - Pessoa Jurídica Período analisado: de 02/05/2018 a 08/05/2018
Instituição
Capital de Giro até 365 dias
Capital de Giro superior 365 dias
Conta Garantida Desconto de
Duplicata Adiantamento
Contrato Câmbio
% a.m. % a.a. % a.m. % a.a. % a.m. % a.a. % a.m. % a.a. % a.m. % a.a.
Banco do Brasil 0,9 11,6 1,2 15,6 2,5 34,9 1,7 22,1 0,3 3,8
Caixa Econômica 3,2 46,4 2,2 29,8 - - 3,5 51,3 0,5 6,3
Santander 2,2 30,2 2,1 27,5 2,5 34,2 1,6 20,3 0,3 3,8
Itaú-Unibanco 1,9 25,3 1,6 20,3 3,4 49,7 1,8 24,2 0,2 2,9
Bradesco 2,0 26,1 1,6 21,0 4,0 59,9 1,4 17,8 0,3 3,7
Banestes 2,8 39,8 2,2 30,0 2,7 37,3 2,6 35,5 0,5 6,5
Média Total 2,2 29,9 1,8 24,0 3,0 43,2 2,1 28,5 0,4 4,5
Variação média total* -0,1 -1,1 0,0 -0,3 0,0 -0,6 0,0 0,0 0,0 -0,1
* Variação de p.p. em comparação com a média total do período de 02/04/2018 a 06/04/2018 Fonte: Instituições Financeiras / Banco Central Elaboração: Ideies / Sistema Findes
Gráfico 35 - Spread médio, por tipo de crédito (%)
Fonte: Bacen Elaboração: Ideies / Sistema Findes
23,0
32,1
26,2
34,3
52,1
41,4
7,810,5 9,0
jan
/14
mar
/14
mai
/14
jul/
14
set/
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no
v/14
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/15
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/15
jul/
15
set/
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no
v/15
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mar
/16
mai
/16
jul/
16
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no
v/16
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mar
/17
mai
/17
jul/
17
set/
17
no
v/17
jan
/18
mar
/18
Total Recursos Livres Recursos Direcionados
A partir dos dados divulgados pelo Banco Central é
possível realizar o monitoramento das taxas médias de
juros praticadas pelos principais bancos do país em
diferentes modalidades de crédito para pessoas jurídicas.
23
13
1415
13 Veja mais sobre o Cadastro Positivo: http://www.valor.com.br/financas/5528625/entenda-o-cadastro-positivo-que-pode-mudar-o-credito-ao-consumidor 14 As apresentações ao Conselho de Representantes da Findes, que abordam o mercado de crédito e outros temas, são públicas e estão disponíveis em: https://ideies.org.br/downloads-de-apresentacoes/ 15 Mais informações sobre o programa Bandes Indústria 4.0: https://sistemafindes.org.br/news/findes-e-bandes-lancam-linha-de-credito-para-fomentar-industria-4-0/
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
Um deles foi a aprovação no dia 09/05, na Câmara dos
Deputados, do texto-base do projeto de lei que altera o
Cadastro Positivo13. Após votação dos destaques, que vem
sendo adiada desde então, o projeto de lei retornará ao
Senado para nova votação, e a expectativa é de que seja
aprovado sem grandes alterações. Também foi publicada
pelo Banco Central a regulamentação das fintechs de
crédito, por meio da Resolução nº 4.656/2018, dando-lhes
Em relação às reformas microeconômicas presen-
tes na Agenda BC+ e que visam melhorar o merca-
do de crédito no país, houve avanços importantes
em alguns temas nas últimas semanas.
O programa, batizado de Bandes Indústria 4.0, é exclusivo
para indústrias associadas à Findes e foi construído
especialmente para o setor com condições operacionais
facilitadas15.
Em âmbito estadual a boa notícia se deu a partir
da parceria entre a Findes e o Bandes, com a
criação de uma linha de crédito especial visando
apoiar a implementação de práticas, tecnologias
e ferramentas que adequem as indústrias
capixabas ao conceito de indústria 4.0.
mais autonomia e competitividade, o que poderá ajudar a
aumentar a concorrência e reduzir os juros14.
6. Finanças Públicas Estaduais
Segundo os dados do Portal da Transparência do Governo
do Estado, o Espírito Santo arrecadou um total de R$ 5,1
bilhões nos quatro primeiros meses deste ano, o que
representou um aumento real, já descontada a inflação,
de 6,1% em relação ao mesmo período de 2017. No mês
de abril a alta foi de 11,6% em relação ao mesmo mês do
ano anterior, o maior aumento percentual verificado
nessa base de comparação em 2018 (gráfico 36).
Gráfico 36 - Receita Total - ES, em R$ milhões (IPCA abr/2018)
Fonte: Portal da Transparência ES Elaboração: Ideies / Sistema Findes
1.1591.393 1.128 1.179
4.859
1.219 1.409 1.211 1.316
5.155
Janeiro Fevereiro Março Abril 1ºQuadrimestre(acumulado)
2017
2018
A alta da arrecadação, que tem melhorado desde o
segundo semestre de 2017, em linha com a recuperação
da economia, proporcionou uma realização da receita, até
abril, que representa 30,8% do total de receitas previstas
para todo o ano de 2018. Esse é a maior proporção de
receita realizada no primeiro quadrimestre, desde 2014
(gráfico 37).
Gráfico 37 - Receita realizada no 1º quadrimestre, em relação à receita prevista para o ano - ES (%)
Fonte: Portal da Transparência ES Elaboração: Ideies / Sistema Findes
31,7%29,1%
27,1%29,4% 30,8%
2014 2015 2016 2017 2018
24
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
O aumento das receitas proporcionou também um
maior dispêndio de recursos. A despesa total no
primeiro quadrimestre chegou a R$ 3,9 bilhões, um
aumento de 4,5% em relação a 2017 e, portanto,
menor que o aumento das receitas no período.
Tabela 9 – Receitas e despesas do Governo do Estado do Espírito Santo –
primeiro quadrimestre de 2017 e 2018 (IPCA - abril/2018)
Receitas e despesas 1° Quadrimestre
de 2017 (a) 1° Quadrimestre
de 2018 (b) Variação (%)
(b)/(a) Previsão 2018
(c) Realizado 2018
(b)/(c)
Receita Total (R) = (I+II+III+IV) 4.858.988.719,69 5.154.584.682,98 6,1 16.686.484.451,00 30,9
Receita Tributária (I) 3.524.110.932,49 3.853.610.100,17 9,3 10.566.501.027,00 36,5
ICMS Total 2.981.371.367,72 3.289.072.992,93 10,3 8.826.458.399,00 37,3
ICMS - Indústria 365.069.263,67 548.596.360,32 50,3 989.535.265,00 55,4
Demais Rec. Tributárias 542.739.564,77 564.537.107,24 4,0 1.740.042.628,00 32,4
Transferências Correntes (II) 1.549.638.469,24 1.636.222.506,96 5,6 4.898.830.199,00 33,4
FPE 462.656.412,00 491.354.414,85 6,2 1.454.690.376,00 33,8
IPI 70.285.279,10 75.274.956,94 7,1 228.935.356,00 32,9
Royalties Compensação 125.998.638,16 135.314.667,29 7,4 343.513.764,00 39,4
Royalties Excedente 100.711.811,33 108.235.046,02 7,5 277.668.450,00 39,0
Participação Especial 205.326.342,30 211.075.841,07 2,8 767.213.627,00 27,5
Demais Trans. Correntes 584.659.986,34 614.967.580,78 5,2 1.826.808.626,00 33,7
Demais Receitas (III) 1.274.653.996,91 1.290.995.128,54 1,3 1.221.153.225,00 105,7
Deduções da Receita (IV) -1.489.414.678,95 -1.626.243.052,69 9,2 -4.398.474.767,00 37,0
Despesa Total (D) = (V+VI+VII) 3.728.522.063,72 3.895.508.143,65 4,5 16.039.047.224,00 24,3
Pessoal e Encargos Sociais (V) 2.537.769.005,67 2.589.280.545,43 2,0 9.561.886.358,00 27,1
Investimentos (VI) 65.633.547,11 97.509.844,58 48,6 1.565.944.067,00 6,2
Demais Despesas (VII) 1.125.119.510,94 1.208.717.753,64 7,4 4.911.216.799,00 24,6
Resultado Orçamentário do primeiro quadrimestre (R-D)
1.130.466.655,97 1.259.076.539,33 11,4 - -
Nota: Despesa Liquidada Fonte: Portal da Transparência ES Elaboração: Ideies / Sistema Findes
O percentual de despesas realizadas no primeiro
quadrimestre, em relação ao orçado para o ano, ficou em
24,3%. Desta forma, considerando receitas e despesas, o
resultado orçamentário do Governo do Estado no
primeiro quadrimestre de 2018 foi superavitário em
R$ 1,26 bilhão. Vale ressaltar ainda que, na dinâmica do
orçamento público, é natural que haja certa concentração
de receitas na primeira parte do ano, devido a
arrecadação de impostos como o IPVA, por exemplo, e
concentração de despesas ao final do ano, devido a
pagamentos de pessoal, como rescisão de contratos
temporários, férias, décimo-terceiro salário e abonos.
Gráfico 38 - Despesa Total - ES, em R$ milhões (IPCA abr/2018)
Fonte: Portal da Transparência ES
Elaboração: Ideies / Sistema Findes
761 909 1.060 999
3.729
843 9131.082 1.058
3.896
Janeiro Fevereiro Março Abril 1ºQuadrimestre(acumulado)
2017
2018
25
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
Em relação às principais receitas do Governo, destaca-se
o ICMS, que foi responsável por R$ 3,3 bilhões, ou 63,8%
do total arrecadado no primeiro quadrimestre.
A arrecadação de ICMS cresceu 10,3% em relação
ao mesmo período do ano passado, e foi maior em
todos os quatro primeiros meses de 2018, na com-
paração com 2017. O mesmo comportamento foi
observado na arrecadação do ICMS-Indústria - um
dos componentes do ICMS total - que acumulou
crescimento de 50,3% em relação ao período de
janeiro-abril do ano passado (gráfico 39).
Outra fonte importante de recursos são as receitas do
petróleo. Com a alta do preço da commodity nos últimos
meses, as receitas governamentais ligadas a ela também
têm subido.
Nos quatro primeiros meses de 2018 as receitas
do petróleo capixabas (que abrangem o total de
royalties mais as participações especiais) soma-
ram R$ 454,6 milhões, alta de 5,2% em relação ao
mesmo período de 2017 (gráfico 40).
Gráfico 39 - Receita de ICMS - ES, em R$ milhões (IPCA abr/2018)
Fonte: Portal da Transparência ES
Elaboração: Ideies / Sistema Findes
879,7
765,2830,1 814,0
834,7726,0
678,1742,6
130,1110,9
182,6124,9
95,2 97,5 88,5 83,80,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
350,00
400,00
450,00
500,00
0,00
100,00
200,00
300,00
400,00
500,00
600,00
700,00
800,00
900,00
1.000,00
Janeiro Fevereiro Março Abril
ICMS Total 2018 ICMS Total 2017
ICMS Indústria 2018 ICMS Indústria 2017
Gráfico 40 - Receitas do Petróleo - ES, em R$ milhões (IPCA abr/2018)
Fonte: Portal da Transparência ES Elaboração: Ideies / Sistema Findes
49,7
271,3
59,0 52,0
432,0
59,3
275,2
65,8 54,3
454,6
Janeiro Fevereiro Março Abril 1ºQuadrimestre(acumulado)
2017
2018
Já no que diz respeito aos grupos de despesa, o principal
deles segue sendo o gasto com pessoal e encargos sociais,
que representou 66,5% do total de despesas no quadri-
mestre. Em relação ao mesmo período de 2017 o aumento
foi de 2,0%, chegando aos R$ 2,59 bilhões (gráfico 41).
Enquanto houve redução de -6,3% dos gastos com venci-
mentos e vantagens dos servidores efetivos (de R$ 711 mi-
lhões para R$ 666 milhões), a despesa com aposentadori-
as cresceu 4,9% (de R$ 700 milhões para R$ 734 milhões).
Se analisado o comportamento das despesas com
inativos nos últimos anos, observa-se que elas
tiveram aumento gradativo na composição da
despesa total do Governo do Estado. Em 2011 a
participação das despesas com inativos
(englobando o valor de aposentadorias mais
pensões) era de 11,4% da despesa total. Em 2018,
considerando o orçamento executado até abril,
esse valor chegou a 22,6% (gráfico 42).
Gráfico 41 - Principais despesas com Pessoal e Encargos Sociais no 1º Quadrimestre - ES, em R$ milhões
(IPCA abr/2018)
Fonte: Portal da Transparência ES Elaboração: Ideies / Sistema Findes
164 144
711700 722
213
144
666
734 746
Temporários Pensões Vencimentos evantagens
Aposentadorias ObrigaçõesPatronais
2017 2018
Total 2017: R$ 2,54 biTotal 2018: R$ 2,59 bi
26
16
16 Mais informações: http://www.valor.com.br/brasil/5552643/temer-faz-mais-concessoes-caminhoneiros-e-da-desconto-em-diesel
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
Vale destacar ainda que o Governo do Estado
implementou auxílio-alimentação para a totalidade dos
servidores ativos a partir de agosto de 2017. Comparando
o primeiro quadrimestre de 2017 com o de 2018, o gasto
com esse auxílio subiu de R$ 5,4 milhões para R$ 48,9
milhões.
Outro dispêndio que se destacou com grande eleva-
ção em relação a 2017 foi o dos investimentos. Nos
quatro primeiros meses do ano eles somaram
R$ 97,5 milhões, aumento de 48,6% na comparação
com o mesmo período do ano passado (gráfico 43).
No entanto, se observado o total de investimentos no
quadrimestre em comparação ao orçado para o ano, o
percentual realizado ainda é de 6,2%, visto que a projeção
é de R$ 1,5 bilhão para 2018.
Gráfico 42 - Participação da despesa com inativos (aposentadorias e pensões) no total da despesa - ES (%)
* Até abril Fonte: Portal da Transparência ES
Elaboração: Ideies / Sistema Findes
11,4%
14,0%15,2% 15,1%
17,7%19,1%
20,0%
22,6%
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018*
Gráfico 43 - Despesa com Investimentos - ES, em R$ milhões (IPCA abr/2018)
Fonte: Portal da Transparência ES Elaboração: Ideies / Sistema Findes
0,0
11,1
24,729,7
65,6
2,5
20,4
36,0 38,6
97,5
Janeiro Fevereiro Março Abril 1ºQuadrimestre(acumulado)
2017
2018
7. Comentários Finais
O mês de maio foi de mudanças no cenário internacional,
que acabaram refletindo nos países emergentes, inclusive
o Brasil. A expectativa de alta na taxa de juros dos Estados
Unidos e aumento da previsão de crescimento norte-
americano em 2018 ajudou a valorizar o dólar frente às
moedas mundiais.
Na Argentina, a desvalorização do peso levou a uma
grande elevação da taxa de juros e a um pedido de ajuda
ao FMI, em meio a grande instabilidade que o país voltou
a enfrentar.
No Brasil, a combinação da alta do dólar e da elevação do
preço do petróleo levou a seguidos reajustes nos preços
de combustíveis, como gasolina e óleo diesel, o que pro-
vocou
vocou um desdobramento grave a partir da paralisação
dos caminhoneiros em protesto contra os aumentos de
seus custos. A consequência foi um desajuste na distribui-
ção logística do país, afetando a própria disponibilidade de
combustíveis (para carros, ônibus e aviões), alimentos e
medicamentos, além de perdas na produção agrícola e
industrial devido à dificuldade de escoamento.
Para tentar resolver a crise o governo atendeu a uma série
de pedidos dos caminhoneiros16, como a diminuição do
preço do diesel por 60 dias, e a edição de Medidas
Provisórias para estabelecer a suspensão de pedágios
para caminhões vazios e com eixo suspenso em todas as
rodovias do país, reserva de 30% dos fretes da Companhia
nacional de abastecimento (Conab) para caminhoneiros
autônomos, e uma tabela de preços mínimos de frete.
27
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018
A valorização do dólar, que poderá ter impacto na inflação
do Brasil, foi um dos principais fatores que fez o Copom a
não reduzir a taxa Selic em 0,25 p.p., como era esperado
pelo mercado. No entanto, o IPCA de abril também ficou
abaixo do esperado, e a inflação acumulada em 12 meses
segue inferior ao piso da meta do Banco Central.
O último dado da atividade econômica, o IBC-Br de março,
mostrou queda na comparação com fevereiro de 2018 e
com março de 2017. A previsão do mercado para o
crescimento neste ano, contida no boletim Focus do BC,
segue sendo reajustada para baixo nas últimas semanas.
Já a atividade econômica do Espírito Santo em março
(IBCR-ES) mostrou-se praticamente estável em relação a
fevereiro, e teve alta na comparação com o mesmo mês
de 2017.
Na produção física industrial, Brasil e Espírito Santo apre-
sentam variações antagônicas. Na comparação de março
de 2018 contra o mesmo mês do ano anterior, ou do acu-
mulado
mulado no ano e acumulado em 12 meses, o Brasil
apresentou crescimento, e o Espírito Santo caiu. De
maneira geral, a indústria não tem apresentado um
padrão de crescimento regular.
No comércio exterior o ano de 2018 vai acumulando altas
significativas nas importações, influenciadas pelos bens
de capital, bens de consumo duráveis e combustíveis. As
exportações sobem menos que as importações no Brasil
(no Espírito Santo acumulam pequena queda), mas as
balanças comerciais, tanto nacional quanto estadual,
seguem positivas (ver gráfico 27).
A arrecadação pública teve alta no estado e as despesas
também apresentaram elevação. O resultado orçamen-
tário é positivo no acumulado até abril. A expectativa é de
que isso possa ajudar a acelerar os investimentos, que já
apresentam maior dinamismo do que nos anos anteriores.
O mercado de crédito teve um mês de março positivo,
com aumento do saldo de operações e reduções dos juros
e spread médio.
Em abril e maio alguns avanços na agenda de reformas
microeconômicas foram percebidos, mas a instabilidade
econômica recente - que teve a ver com a valorização do
dólar e, posteriormente, se agravou com a paralisação dos
caminhoneiros - a vinda da Copa do Mundo, entre junho
e julho, e o início das convenções partidárias e da
campanha eleitoral, entre julho e agosto, poderão
aumentar a paralisia política que já começa a acometer
Brasília.
O impacto financeiro, apenas da redução do preço
do diesel, foi estimado pelo Ministério da Fazenda
em cerca de R$ 13,5 bilhões para o ano de 2018,
considerando subsídios e isenção de impostos. Em
que pese mais um subsídio, que acabará por repas-
sar a todos os contribuintes o custo da redução do
diesel, este possui a vantagem de ser transparente e
transitório, visto que estará no orçamento via
crédito extraordinário, ao contrário dos recentes
subsídios implícitos dados ao BNDES, que não são
transparentes por não entrarem no orçamento.
28
3. Comentários
Finais
Lista de Siglas e Fontes dos indicadores utilizados nesta publicação
ACC: Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio
ANP: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
Anatel: Agência Nacional das Telecomunicações
BC: Banco Central do Brasil
BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Cade: Conselho Administrativo de Defesa Econômica
Caged: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
CMN: Conselho Monetário Nacional
CNAE: Classificação Nacional de Atividades Econômicas
Copom: Comitê de Política Monetária
Fecomércio-ES: Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo
Fed: Federal Reserve – Banco Central dos Estados Unidos
Fiesp: Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
Findes: Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo
FMI: Fundo Monetário Internacional
Focus: Relatório semanal organizado pelo BC, com expectativas de mercado de cerca de 130 instituições
FPE: Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal
FOB: “Free On Board”
Funcex: Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior
Fundeb: Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação
IBC: Índice de Atividade Econômica do Banco Central
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBRE/FGV: Instituto Brasileiro de Economia / Fundação Getúlio Vargas
IC-Br: Índice de Commodities Brasil
ICEI: Índice de Confiança do Empresário Industrial
ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IJSN: Instituto Jones dos Santos Neves
IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados
IR: Imposto de Renda
LCA: LCA Consultores
MDIC: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
MTE: Ministério do Trabalho
IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
Pasep: Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
PIB: Produto Interno Bruto
PIM-PF: Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física
PMC: Pesquisa Mensal do Comércio
PMS: Pesquisa Mensal de Serviços
RMGV: Região Metropolitana da Grande Vitória
SEFAZ: Secretaria de Estado da Fazenda
Selic: Sistema Especial de Liquidação e de Custódia
SIGEFES: Sistema Integrado de Gestão das Finanças Públicas do Espírito Santo
SIUP: Serviços Industriais de Utilidade Pública
STN: Secretaria do Tesouro Nacional
ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018