Apresentação Seções - ideies.org.br · 4,50% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto...

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1 Seções Seções ANO 2 NÚMERO 9 – MAIO DE 2018 Apresentação O Boletim Econômico Capixaba é uma publicação mensal do Instituto de Desenvolvimento Industrial e Educacional do Espírito Santo (Ideies), entidade do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) e apresenta as principais análises e indicadores da economia brasileira e capixaba. O Boletim está dividido em sete seções. A primeira se alterna a cada mês, ora trazendo um Assunto em Destaque, ora um Especialista Convidado. Nesta edição, a convidada é Arilda Teixeira, professora da Fucape Business School, doutora em economia pela UFRJ e especialista em economia internacional, comércio exterior, economia capixaba, crescimento e desenvolvimento econômico. A segunda seção – Cenário Econômico – apresenta os últimos dados da atividade econômica e o desempenho geral dos setores, relativos ao Brasil e ao Espírito Santo. Na terceira seção – Desempenho Industrial – dados como a produção física e os índices de confiança são analisados de forma mais detalhada, com comparações entre o desempenho brasileiro e o capixaba. A quarta seção – Comércio Exterior discorre sobre exportação e importação no Espírito Santo, o saldo da balança comercial, além de apresentar a evolução dos preços das commodities. A quinta seção – Crédito – aborda o desempenho deste mercado, analisando a evolução do saldo de operações, inadimplência, taxas de juros, e spread, além de aspectos das reformas microeconômicas para o setor. A sexta seção – Finanças Públicas Estaduais – analisa a evolução das receitas e despesas do Governo do Estado do Espírito Santo no primeiro quadrimestre de 2018, comparando os resultados com os anos anteriores. A última seção apresenta os Comentários Finais. O objetivo do Boletim Econômico Capixaba é apresentar os últimos dados disponíveis de cada variável. Assim, para algumas – como produção física, comércio, serviços e crédito –, a última informação refere-se a março de 2018. Para outras, como inflação, comércio exterior e finanças públicas, os números mais recentes são de abril de 2018. Os dados apresentados na seção Cenário Eco- nômico são aqueles disponíveis até o dia 28/05/2018, e nas demais seções, os disponíveis até o dia 25/05/2018. Ótima leitura! 1. Especialista convidada – Arilda Teixeira 2. Cenário Econômico 3. Desempenho Industrial 4. Comércio Exterior 5. Crédito 6. Finanças Públicas Estaduais 7. Comentários Finais 12 16 20 23 04 02 26

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Seções

Seções

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

Apresentação

O Boletim Econômico Capixaba é uma publicação

mensal do Instituto de Desenvolvimento Industrial e

Educacional do Espírito Santo (Ideies), entidade do

Sistema Federação das Indústrias do Estado do Espírito

Santo (Findes) e apresenta as principais análises e

indicadores da economia brasileira e capixaba.

O Boletim está dividido em sete seções. A primeira se

alterna a cada mês, ora trazendo um Assunto em

Destaque, ora um Especialista Convidado. Nesta

edição, a convidada é Arilda Teixeira, professora da

Fucape Business School, doutora em economia pela

UFRJ e especialista em economia internacional,

comércio exterior, economia capixaba, crescimento e

desenvolvimento econômico.

A segunda seção – Cenário Econômico – apresenta os

últimos dados da atividade econômica e o desempenho

geral dos setores, relativos ao Brasil e ao Espírito Santo.

Na terceira seção – Desempenho Industrial – dados

como a produção física e os índices de confiança são

analisados de forma mais detalhada, com comparações

entre o desempenho brasileiro e o capixaba.

A quarta seção – Comércio Exterior – discorre sobre

exportação e importação no Espírito Santo, o saldo da

balança comercial, além de apresentar a evolução dos

preços das commodities.

A quinta seção – Crédito – aborda o desempenho deste

mercado, analisando a evolução do saldo de operações,

inadimplência, taxas de juros, e spread, além de

aspectos das reformas microeconômicas para o setor.

A sexta seção – Finanças Públicas Estaduais – analisa a

evolução das receitas e despesas do Governo do Estado

do Espírito Santo no primeiro quadrimestre de 2018,

comparando os resultados com os anos anteriores.

A última seção apresenta os Comentários Finais.

O objetivo do Boletim Econômico Capixaba é apresentar

os últimos dados disponíveis de cada variável. Assim,

para algumas – como produção física, comércio, serviços

e crédito –, a última informação refere-se a março de

2018. Para outras, como inflação, comércio exterior e

finanças públicas, os números mais recentes são de abril

de 2018. Os dados apresentados na seção Cenário Eco-

nômico são aqueles disponíveis até o dia 28/05/2018, e

nas demais seções, os disponíveis até o dia 25/05/2018.

Ótima leitura!

1. Especialista convidada –

Arilda Teixeira

2. Cenário Econômico

3. Desempenho Industrial

4. Comércio Exterior

5. Crédito

6. Finanças Públicas Estaduais

7. Comentários Finais

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2

1. Especialista Convidada – Arilda Teixeira

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

DE 2017

Este perfil lhe confere competitividade externa e interna.

A primeira significa fôlego para inserção externa; a

segunda, garante à sua indústria substitutiva de

importação, competir, domesticamente, com seus

similares estrangeiros. É o status buscado por todos os

mercados. Inclusive pelo Espírito Santo.

Olhando os resultados da pauta de importação (gráfico 2)

vê-se que está importando a maior parte da tecnologia

utilizada em seu parque manufatureiro. Isso significa que

não está havendo complementaridade entre os setores

interno e externo. O setor externo não está contribuindo

para completar a oferta doméstica e com isso

potencializar o crescimento da região. Então é preciso

identificar e remover os entraves.

Contudo, as estatísticas de comércio do estado

sinalizam que há muito trabalho a ser feito para

alcançá-lo. Sua pauta de exportação indica pouca

diversificação e baixo valor agregado (gráfico 1).

Pauta de exportação e o perfil do parque industrial

10,0 19

,1

30,7

84,2

75,4

64,

8

5,8

5,5

4,5

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

BASICOS MANUF SEMI MANUF

33,8

73,2

37,2 4

4,7

7,9 10

,3

33,4

25,7

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

BÁSICOS MANUF

Gráfico 1 – Participação de produtos básicos e manufaturados na pauta de exportação – ES (%)

Gráfico 2 – Participação de produtos básicos, semimanufaturados e manufaturados na pauta de importação – ES (%)

Fonte: MDIC Elaboração: Autora

Fonte: MDIC Elaboração: Autora

A pauta de exportação de um mercado é o retrato

de seu parque produtivo. Quanto mais diversifi-

cada e maior o valor agregado daquilo que se

exporta, maior o número de setores da atividade

econômica abrangidos, e maior o nível tecno-

lógico de seu processo produtivo.

3

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

Analisando esta pauta pelos principais produtos exporta-

dos (tabela 1) também se encontra concentração e baixo

valor agregado dentre os produtos comercializados. Os

dados indicam que nos últimos 10 anos, até quatro

produtos responderam por mais de 70% das exportações

– todas de produtos de baixo valor agregado. Consideran-

do que esses quatro produtos fazem parte de um grupo

de 100, é possível admitir que 70% das exportações do ES

estão concentradas em 4% dos produtos exportados.

O que conforta nessa preocupante situação do setor

manufatureiro capixaba é que o problema é equivalente

em outras unidades da federação. Ainda que haja

diferentes graus de atrasos, no bojo, o setor indústria no

Brasil precisa se reinventar.

Tabela 1 – Participação % na pauta de exportação do Espírito Santo, (produtos com pelo menos 5% de participação)

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Minério de ferro 42,2 45,4 38,0 53,0 56,0 52,0 54,0 42,2 34,8 22,3 26,0

Óleos brutos de petróleo 7,5 10,0 11,0 8,5 15,8 11,5 7,1 11,4

Pasta química de madeira 13,5 10,3 12,6 9,0 8,3 10,0 10,8 8,3 11,0 14,1 12,8

Granitos trabalhados 9,0 5,0 6,40 5,0 7,30 6,30 7,7 10,2 7,5

Café não torrado 5,3

Produtos de ferro semimanufaturados 11,9 20,0 13,5 9,5 9,0 9,7 11,5

Tubos flexíveis de aço 10,0

Café torrado 5,8 5,7

TOTAL 76,6 86,8 76,2 79,0 74,3 78,2 80,6 77,9 74,0 73,4 69,2

Nota: Espaços em branco são de participações menores que 5% Fonte: MDIC Elaboração: Autora

A trajetória da produção física da indústria do Sudeste nos

últimos sete anos (gráfico 3) mostra que, mesmo antes da

recessão, não havia dinamismo. Isso significa que a

natureza do entrave capixaba é equivalente ao das demais

unidades da federação. Mas sua vulnerabilidade devida a

alta concentração de sua pauta de exportações é

irrefutável diante o resultado de 2016, reflexo da

paralisação da Samarco.

O setor manufatureiro capixaba (como o brasileiro) é o

reflexo da cultura industrial que o gerenciou até aqui.

Const

Constituída sob um viés estatizante (ad hoc) e protecio-

nista, alimentou perfil refratário à concorrência e aos

riscos. Essa herança (maldita) freou o animal spirits do

empreendedor, e comprometeu sua capacidade de perce-

ber e acompanhar o ritmo e a direção do paradigma

tecnológico, e do padrão de comércio que gerou.

A cultura industrial capixaba (como a brasileira) subjugou

os padrões de concorrência em curso e não se preparou

para enfrentá-los. Agora paga o preço de sua escolha: não

tem competitividade. É o que dizem suas pautas de

exportação e importação.

-6,9-4,9

21,1

-22,1

3,6

-6,0

2,03,7

-6,3

-12,5

4,4

-2,1

4,1

-0,8

-6,6-11,0

6,92,93,6

-3,6-5,4

-11,2

-0,7

5,9

2013 2014 2015 2016 2017 2018

ES MG RJ SP

Gráfico 3 – Produção física da indústria geral – Sudeste Variação % no 1º trimestre de cada ano em relação ao mesmo período do ano anterior

Fonte: PIM-PF / IBGE Elaboração: Autora

4

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

2. Cenário Econômico

A sustentação da Selic em 6,5% ocorreu em um cenário de

dólar valorizado, em decorrência das expectativas de alta

de juros nos Estados Unidos, bem como de crescimento

da economia americana superior ao da europeia. O banco

central americano projetou, no final do ano passado, que

elevaria os juros três vezes em 2018. Na reunião de março,

o Fed subiu as taxas de juros em 0,25 ponto percentual.

Em maio, decidiu manter a taxa de juros no patamar entre

1,50% e 1,75%. Atualmente, o Fed prevê outros dois

aumentos

aumentos este ano, embora o mercado enxergue a possi-

bilidade de três altas.

A elevação da cotação do dólar encarece produtos e

serviços importados consumidos no Brasil, bem como os

produtos brasileiros com insumos importados, pressio-

nando a inflação para cima. Do fim de março até a última

reunião do Copom, a moeda americana cotada em real

disparou mais de 11%, para R$ 3,67. Como a inflação

brasileira se encontra abaixo do piso da meta e ainda se

verifica na economia níveis de ociosidade da capacidade

produtiva, não é esperada uma alta na taxa Selic nos

próximos meses. Entretanto, os passos seguintes da

política monetária continuarão dependendo da evolução

da atividade econômica, do balanço de riscos e das

projeções e expectativas de inflação.

O Copom, em reunião nos dias 15 e 16 de maio,

manteve a Selic em 6,5% ao ano, após doze cortes

seguidos na taxa básica de juros. A manutenção

interrompe o ciclo de flexibilização monetária

iniciado em outubro de 2016, que levou a Selic de

14,25% para o patamar atual.

3,303,35

3,423,38

3,503,55

3,59

3,683,75

3,71

26/

03

28/

03

30/

03

01/

04

03/

04

05/

04

07/

04

09/

04

11/

04

13/

04

15/

04

17/

04

19/

04

21/

04

23/

04

25/

04

27/

04

29/

04

01/

05

03/

05

05/

05

07/

05

09/

05

11/

05

13/

05

15/

05

17/

05

19/

05

21/

05

Gráfico 4 – Taxa de câmbio - Livre - Dólar americano (venda) – diário - u.m.c./US$

Nota: referente ao ano de 2018 Fonte: Banco Central do Brasil Elaboração: Ideies / Sistema Findes

6,50

2,76

2,28

Jan

Mar

Mai Ju

l

Set

No

v

Jan

Mar

Mai Ju

l

Set

No

v

Jan

Mar

Mai Ju

l

Set

No

v

Jan

Mar

Mai

o

2015 2016 2017 2018

Selic IPCA acum. 12 meses Juros reais

Gráfico 5 – Evolução da Selic, IPCA acumulado em 12 meses e Juros Reais (%)

Fonte: Banco Central do Brasil; IBGE; LCA Elaboração: Ideies / Sistema Findes

5

1

1 Os produtos e serviços que compõem o IPCA podem ser divididos entre os que têm preços livres, ou seja, que variam de acordo com o mercado, e os que tem preços administrados, que são os preços regulados por contrato ou por órgão público.

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

A inflação de abril acumulada em 12 meses para o Brasil,

medida pelo IPCA, está em 2,76%, abaixo do piso da meta

do Banco Central. A meta em 2018 é manter a inflação em

4,50% ao ano, mas há uma tolerância de 1,5 ponto

percentual, ou seja, pode variar entre 3,00% e 6,00% A

taxa de 0,92%, acumulada nos quatro primeiros meses do

ano, é a menor para o período de janeiro a abril desde a

implantação do Plano Real, em 1994. Os preços

monitorados (administrados)1, por sua vez, acumulam alta

de 8,34% em 12 meses, acelerando perante os 7,05% em

março. Estes têm um peso importante na composição da

inflação.

Indicadores - Mensais Abr. 2018 / Mar. 2018

Acumulado no ano

Acumulado em 12 meses

IPCA Geral - Brasil 0,22 0,92 2,76

IPCA Preços Livres – Brasil

0,09 0,69 0,97

IPCA Preços Monitorados - Brasil

0,60 1,58 8,07

IPCA Geral - RMGV 0,19 0,77 2,10

No mês de abril, o índice nacional subiu 0,22%,

abaixo do que era esperado pelo mercado

(0,28%). Já os preços monitorados tiveram alta de

0,60%, após crescimento de 0,23% em março.

Tabela 2 - Indicadores Econômicos (variações %)

Fonte: IBGE Elaboração: Ideies / Sistema Findes

Os reajustes dos remédios (1,52%) e plano de saúde

(1,06%) pressionaram a inflação dos bens e serviços

administrado no mês passado. Isso ocorreu devido ao

aumento anual desses produtos e serviços a partir de 31

de março, de 2,09%. A energia elétrica se elevou em

0,99%, resultado dos reajustes nas tarifas em cinco das 13

regiões pesquisadas (Rio de Janeiro, Campo Grande, Porto

Alegre, Salvador e Fortaleza).

Nos últimos meses, em geral, a inflação tem surpreendido

os agentes financeiros com dados abaixo do esperado.

Entre janeiro e abril de 2018, as projeções para a inflação

foram de 0,41%, 0,28%, 0,11% e 0,27%, enquanto os

índices oficiais nesses meses foram de, respectivamente,

0,29%, 0,32%, 0,09% e 0,22%. Isso pode ser reflexo da

recuperação ainda lenta da atividade econômica e das

duas ótimas safras agrícolas em 2016 e 2017.

Na Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), a

inflação mensurada pelo IPCA no acumulado dos últimos

12 meses ficou em 2,10%, valor inferior à média nacional

(2,76%). No acumulado dos quatro primeiros meses do

ano o índice na RMGV, de 0,77%, foi menor que o do

mesmo período de 2017 (1,22%).

Em abril, a RMGV apresentou inflação de 0,19%,

na comparação com o mês imediatamente ante-

rior, mas teve o quarto menor índice do país entre

as 13 capitais ou regiões metropolitanas analisa-

das e situou-se abaixo da média nacional (0,22%).

0,73

0,40 0,400,35 0,34 0,33 0,30 0,28

0,22 0,19

0,10 0,08

-0,18

Brasil: 0,22

Gráfico 6 – Variação mensal do IPCA, por regiões pesquisadas (%) - Abril / 2018

Fonte: Banco Central do Brasil; IBGE; LCA Elaboração: Ideies / Sistema Findes

6

Apesar da inflação ter aumentado em comparação com

março, o mês de abril de 2018 continuou trazendo índices

menores que os do mesmo mês de anos anteriores.

Gastos com Alimentação e Bebidas (0,38%), que têm o

maior peso no cálculo do IPCA na RMGV, lideraram os

aumentos de preços no estado em abril de 2018.

Gráfico 7 – Variação mensal do IPCA, por grupos (%) - Abril/2018

Fonte: IBGE

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

0,17

-0,07

0,22

0,08

0,12

0,22

0,91

0,00

0,62

0,09

-0,07

-0,03

0,08

0,09

0,18

0,19

0,22

0,24

0,35

0,38

Habitação

Comunicação

Artigos de residência

Educação

Despesas pessoais

Índice geral

Saúde e cuidados pessoais

Transportes

Vestuário

Alimentação e bebidas

Grande Vitória Brasil

Os preços monitorados no IPCA da Grande Vitória

têm subido mais do que a inflação. No mês de

abril as principais altas derivaram do óleo diesel

(2,22%), ônibus intermunicipal (2,02%), gasolina

(1,70%), plano de saúde (1,05%), emplacamento

e licença (0,41%) e gás de botijão (0,30%). Ao

contrário do cenário nacional, produtos

farmacêuticos apresentaram queda de -0,61%.

No acumulado em 12 meses (gráfico 8), os principais

aumentos dos preços monitorados vieram da gasolina

(14,90%), gás de botijão (14,70%), gás veicular (14,55%),

plano de saúde (13,33%) e óleo diesel (10,48%).

Gráfico 8 – IPCA dos principais preços monitorados - Variação % acumulada em 12 meses – Abril / 2018

Fonte: IBGE Elaboração: Ideies / Sistema Findes

14,90 14,70 14,5513,33

10,48 10,04

6,054,03 3,73 3,67

1,41

-1,55

17,95

12,52

9,08

13,51 12,47 12,14

1,96 2,52 3,27

9,45

-1,62

2,75

RMGV BR

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

7

2 3

2 Embora seja anunciado como "PIB do BC", o IBC-Br tem metodologia de cálculo distinta das contas nacionais calculadas pelo IBGE. Em box no Relatório de Inflação (RI), o BC explicou que IBC-Br e PIB são indicadores agregados de atividade econômica com trajetórias similares no médio prazo. Mas o IBC-Br, de frequência mensal, permite acompanhamento mais tempestivo da evolução da atividade econômica, enquanto o PIB, de frequência trimestral, descreve quadro mais abrangente da economia. 3 Devido às revisões constantes do indicador, o IBC-Br medido em 12 meses é mais estável do que a medição mensal, assim como o próprio Produto Interno Bruto (PIB).

Sob influência dos dados mais recentes de inflação, os

economistas do mercado financeiro elevaram suas

previsões de 2018 e 2019. O Relatório de Mercado Focus

divulgado na segunda-feira, 28/05, pelo Banco Central

(BC), mostrou que a mediana para o IPCA este ano foi de

3,50% para 3,60%. Já a projeção para o índice em 2019

passou de 4,01% para 4,00%.

Apesar do baixo patamar inflacionário, os últimos

indicadores de atividade econômica nacional mostraram

arrefecimento, num contexto de recuperação consistente,

mas gradual, da economia brasileira. O Índice de Atividade

Econômica do Banco Central2 (IBC Br), considerado uma

prévia do resultado do PIB, nos 12 meses3 encerrados em

março, registrou avanço de 1,05%.

Tabela 3 - Indicadores Econômicos (variações %)

Indicadores - Mensais Mar. 2018 / Fev. 2018¹

Mar. 2018 / Mar. 2017

Acumulada no ano

Acumulada em 12 meses

Índice de atividade econômica (IBC-Br) -0,74 -0,66 0,86 1,05

Índice de atividade econômica regional ES -0,06 1,66 1,10 1,92

Produção Física da Indústria (PIM-PF) Brasil -0,1 1,3 3,1 2,9

Produção Física da Indústria (PIM-PF) ES 2,8 -2,4 -6,0 -0,8

Volume de vendas do comércio² (PMC) Brasil 1,1 7,8 6,6 6,2

Volume de vendas do comércio² (PMC) ES 0,5 16,3 20,0 13,4

Volume de vendas de serviço (PMS) - Brasil -0,2 -0,8 -1,5 -2,0

Volume de vendas de serviço (PMS) - ES -1,1 -1,1 -0,5 -0,7

¹ Valores com ajuste sazonal. ² Comércio Varejista Ampliado, que abrange os segmentos Veículos, Motos e Peças; Material para Construção e Varejo Restrito. Fonte: IBGE e Banco Central do Brasil Elaboração: Ideies / Sistema Findes

No acumulado do ano, o IBC-Br registrou variação de

0,86%, após a retração de -0,74% em março. O compor-

tamento do indicador nesses três primeiros meses do ano

foi influenciado, principalmente, pelas altas de 3,1% da

produção industrial e 6,6% do comércio varejista

ampliado e pela variação negativa de -1,5% dos serviços.

Os dados de atividade econômica nacional, um pouco

mais fracos que o esperado para o começo de 2018,

promoveram revisões para baixo nas estimativas de

crescimento. A mediana do mercado, captada pela pes-

quisa

quisa semanal Focus, do BC, sugere expansão de 2,37%.

Há uma semana a previsão era de 2,50%.

Já os indicadores capixabas seguem sinalizando que a

atividade econômica local está avançando. O Índice de

Atividade Econômica Regional (IBCR) do Espírito Santo,

que considera os setores agropecuário, industrial, serviços

e comércio, registrou crescimento de 1,92% no acumu-

lado em 12 meses, 7º mês consecutivo com taxa positiva

nesta base de comparação e valor superior à média

nacional (1,15%), após 21 meses de resultados negativos.

Gráfico 9 – PIB-ES vs IBCR-ES - Variação (%) acumulada no ano

Fonte: Banco Central do Brasil e IJSN

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

1,21,7 1,7

0,91,2 1,3 1,1

2015.I 2015.II 2015.III 2015.IV 2016.I 2016.II 2016.III 2016.IV 2017.I 2017.II 2017.III 2017.IV 2018.I

PIB-ES IBCR-ES

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

8

4

4 Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Fazenda calcula-se que o impacto financeiro dos subsídios deverá ser de R$ 9,5 bilhões, enquanto a redução dos tributos poderá significar uma perda de arrecadação de R$ 4 bilhões, apenas para 2018. Este tema ainda está em andamento nas discussões econômicas nacionais e tem diversas causas, impactos e desdobramentos, sendo bastante complexo para ser esgotado neste espaço. As informações aqui discorridas foram aquelas disponíveis até 28/05.

No acumulado do primeiro trimestre de 2018, o IBCR-ES

registrou variação positiva em 1,10%. Este resultado

decorreu, especialmente, do crescimento do comércio

varejista ampliado (20,0%), conforme informou a pesquisa

mensal de comércio do IBGE.

Nesse mesmo período, o setor de serviços se manteve

praticamente estável, com recuo de -0,5%, enquanto a

indústria apresentou queda de -6,0%, conforme as

pesquisas mensais do IBGE de serviços e da produção

física industrial, respectivamente.

Gráfico 10 - Volume de vendas no comércio varejista ampliado - Variação % acumulada no ano

Fonte: Banco Central do Brasil e IJSN Elaboração: Ideies / Sistema Findes

2,1

-5,3-9,4

-2,2

6,6

-8,0 -6,0

-20,2

-6,3

20,0

mar/14 mar/15 mar/16 mar/17 mar/18

BR ES

Gráfico 11 - Volume de vendas de serviços - Variação % acumulada no ano

Fonte: Banco Central do Brasil e IJSN Elaboração: Ideies / Sistema Findes

5,0

-1,5

-5,0 -4,7

-1,5

0,2

-4,0

-7,2

-2,6

-0,5

mar/14 mar/15 mar/16 mar/17 mar/18

BR ES

A arrecadação aumentou R$ 9,5 bilhões em relação a abril

do ano passado em valores corrigidos pelo IPCA. Desse

total, R$ 1,4 bilhão foram originados da elevação de tri-

butos sobre os combustíveis e R$ 477 milhões decorreram

do Programa Especial de Regularização Tributária (Pert),

também conhecido como Novo Refis. No entanto, se

forem descontados os fatores externos, a arrecadação

teria crescido 4,3% acima da inflação na mesma base de

comparação. Já a receita própria de outros órgãos federais

foi de R$ 8,4 bilhões em abril, aumento real de 46,9% na

comparação com o mesmo mês de 2017. Os resultados

captam um período de elevação do preço do petróleo, que

impulsionou a receita com royalties.

Os números da arrecadação ainda não capturam o movi-

mento da greve dos caminhoneiros, que teve início no

mês de maio. Os impactos da paralisação na arrecadação

serão sentidos, provavelmente, no próximo mês.

O aumento do preço dos combustíveis, como a gasolina e

o óleo diesel, reflexo da alta do dólar e da cotação do

petróleo, causaram a paralisação dos caminhoneiros em

todo o Brasil, em protesto contra o aumento dos seus cus-

tos de operação. O impasse teve reflexos diretos no país,

prejudicando o abastecimento de itens essenciais, como

alimentos, medicamentos e combustíveis, e travando a

produção de diversas empresas que não puderam escoar

seus produtos.

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

A arrecadação federal acelerou em abril e fechou o mês

com o melhor desempenho nos últimos quatro anos.

Beneficiada pelos royalties de petróleo e pelos tri-

butos cobrados sobre os combustíveis a arreca-

dação atingiu o valor de R$ 130,8 bilhões,

crescimento real de 7,8% em relação a abril de

2017. No acumulado dos primeiros quatro meses

deste ano, a arrecadação total somou R$ 497,2

bilhões, com crescimento real de 8,3% na compa-

ração com o mesmo período do ano passado.

Uma série de medidas foram anunciadas para

tentar superar a crise. O Governo Federal propôs

um subsídio da ordem de R$ 0,30 por litro de

diesel, a ser repassado à Petrobras, e mais um

desconto de R$ 0,16 por litro a partir da isenção

de PIS/Confins e da Cide incidentes sobre o diesel.

Ambas as medidas terão duração de 60 dias. A

partir de então, os preços do combustível seriam

reajustados apenas a cada 30 dias, aumentando

a previsibilidade de custos aos caminhoneiros4.

9

Gráfico 12 - Taxa de Desocupação (%) - Brasil e Espírito Santo

Fonte: PNAD / IBGE Elaboração: Ideies / Sistema Findes

7,9 9,0

11,3

13,711,8

13,1

6,9

9,1

11,5

14,4

11,612,5

I. 2015 II. 2015 III. 2015 IV. 2015 I. 2016 II. 2016 III. 2016 IV. 2016 I. 2017 II. 2017 III. 2017 IV. 2017 I. 2018

Brasil Espírito Santo

Em relação à criação de vagas com carteira assinada, de

acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e

Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego,

foram criados no Brasil 115,9 mil empregos formais no

mês de abril, decorrentes de 1.305,2 mil admissões e

1.189,3 mil demissões. Este é o melhor resultado para

meses de abril desde 2013.

No Espírito Santo, os dados do Caged mostram que no

acumulado dos últimos 12 meses foram criadas 304.421

vagas

vagas e encerrados 299.173 postos de trabalho, o que re-

sultou num saldo positivo de 5.248 empregos no período.

No acumulado do ano, o saldo foi de 9.981 vagas. No mês

de abril foram abertas 26.460 vagas de empregos e encer-

radas outras 23.695 no estado, resultando em um saldo

positivo de 2.765 postos de trabalho. Em março o saldo

havia sido de 1.780 vagas. Os setores que mais abriram

postos de trabalho em abril foram os de Serviços (863);

Agricultura (653) e Indústria Geral (586).

Gráfico 13 - Saldo de empregos formais – Espírito Santo – Abril / 2018

Fonte: Rais / MTE Elaboração: Ideies / Sistema Findes

863

653

586

374

263

26

Serviços

Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca eAquicultura

Indústria Geral

Comércio, Reparação de Veículos Automotores eMotocicletas

Construção

Outros

No mês de maio foi divulgada a taxa de desocupação

referente ao 1º trimestre do ano.

A quantidade de pessoas desocupadas estimada pela PNAD

para o Espírito Santo, foi de 264 mil, aumento de 7,9% em

comparação ao último trimestre do ano passado. Contudo,

ao comparar com o primeiro trimestre de 2017, a taxa de de-

socupação capixaba reduziu em -1,9 ponto percentual (p.p).

A quantidade de pessoas ocupadas, de acordo com a PNAD,

que capta informações tanto do mercado formal quanto do

informal, foi de 1.843 mil, variação de 5,9% em comparação

com o primeiro trimestre de 2017.

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

No Espírito Santo, após três trimestres de

redução, a taxa de desocupação voltou a crescer e

ficou em 12,5% no primeiro trimestre de 2018, de

acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE. O resultado

capixaba foi melhor que a média nacional, que

ficou em 13,1%.

10

5

5 A moeda americana está em tendência de alta em relação a várias moedas, inclusive o real no Brasil. Isso acontece devido ao

aumento da expectativa no mercado financeiro de que os Estados Unidos devem subir suas taxas de juros mais rápido que o esperado. Com isso, os EUA se tornariam mais atraentes para os investidores em relação a outros mercados, como os países

emergentes, considerados menos seguros para aplicações. Por essa razão, o dólar se valoriza.

Box 1 – Brasil x Argentina

Quando se fala de Brasil e Argentina o primeiro pensamento é,

quase que instantaneamente, a rivalidade. Essa disputa se

iniciou no campo político no século XIX e se concretizou nas

partidas de futebol. Embora a rivalidade Brasil x Argentina deva

voltar a cena no próximo mês, dado a Copa do Mundo, é

importante o Brasil acompanhar de perto a atual situação

econômica do país vizinho e tirar lições valiosas para si.

A Argentina atualmente passa por um grande impasse

financeiro. Das três ancoras básicas de uma boa política de

estabilização macroeconômica (fiscal, monetária e cambial), o

país está desfalcado em duas: a fiscal e a monetária. Essas, por

sua vez, estão comprometendo a cambial, que está declinando

para desvalorização do peso cada vez mais intensa. Em 2018 a

moeda dos Estados Unidos subiu cerca de 30% sobre a da

Argentina5. Atualmente, são necessários quase 25 pesos

argentinos para comprar um dólar, patamar recorde no país.

Com a desvalorização da moeda Argentina, o país subiu a taxa

de juros ao maior patamar do mundo e consumiu significativa

parte de suas reservas em dólares. No começo de maio, o

Banco Central Argentino aumentou a taxa de juros para 40% ao

ano e reduziu suas reservas em mais de US$ 6 bilhões – o

equivalente a quase 10% do volume total de reservas. Esse

aumento foi uma tentativa de fazer os investidores manterem

seu dinheiro no país.

Os preços argentinos estão subindo significativamente. Em

abril, ocorreu alta de 8% nos preços de itens considerados

essenciais, como habitação, água, eletricidade, gás e

combustíveis. No acumulado de 2018, o país registrou inflação

de 9,6% e está se aproximando da meta do governo para o ano,

de 15%. Em 2017, a meta de 17% foi descumprida, e os preços

subiram 25%.

Com a tentativa de atenuar as fortes variações do valor do

dólar no país, o governo da Argentina chegou a um acordo com

as grandes empresas do setor de energia para congelar os

preços dos combustíveis por dois meses. Contudo,

especialistas afirmam que uma das grandes causas do

desarranjo da economia Argentina durante o governo de

Cristina Kirchner (2007-2015) foi a política de congelamento

dos preços dos setores de energia, de transporte e de água

(tarifas de serviços públicos). O sistema de tarifas congeladas exigiu que o governo transferisse uma enorme quantidade de

recursos para as empresas produtoras para cobrir a diferença

Gráfico 14 - Evolução da Taxa de Juros (% a.a.)

Fonte: Banco Central do Brasil; Banco Central da República Argentina Elaboração: Ideies / Sistema Findes

14,2512,25

7,50 6,50

30,75

38,00

24,7528,75

40,00

Jan

Mar

Mai Ju

l

Set

No

v

Jan

Mar

Mai Ju

l

Set

No

v

Jan

Mar

Mai

2016 2017 2018

Brasil Argentina

Gráfico 15 - Inflação anual (%)

¹ Acumulado no ano até abril Fonte: Banco Central do Brasil; Trading Economics Elaboração: Ideies / Sistema Findes

3,145,91

10,67

2,950,92

9,80 10,90

41,00

25,00

9,60

Brasil Argentina

Gráfico 16 – Crescimento % do PIB

¹ Projeções Fonte: Banco Mundial Elaboração: Ideies / Sistema Findes

5,17,5

3,0

-3,8

1,02,4 2,5

4,1

10,1

2,4

2,62,9 2,7 2,8

Brasil Argentina

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

11

6

7

6 A popularidade do presidente Mauricio Macri despencou, com o percentual de cidadãos que fazem avaliação negativa de seu

governo passando para 62,7% (contra 37,7% de aprovação). 7 O resultado das transações correntes é um dos mais importantes indicadores de solvência externa. Ele é formado basicamente

pelo comércio exterior (exportações menos importações), pelos serviços (turismo internacional, fretes e aluguel de

equipamentos, entre outros) e remessas de rendas (lucros, dividendos e juros).

entre receitas (congeladas) e custos (em acelerado crescimen-

to por causa da inflação monetária).

Ademais, o crescimento da economia Argentina nesse ano

deve ser menor que o previsto. As projeções oficiais iniciais

eram de 3% de alta no PIB e de 15% de inflação. Economistas

já falam em menos de 2,8% e em 25%, respectivamente.

Somado a esses fatores, o governo argentino vê sua populari-

dade despencar6. Para amenizar essa questão, a Argentina

decidiu recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para

equilibrar a situação financeira do país, pedindo uma linha de

crédito de US$ 30 bilhões, com juros mais baixos que os de

mercado. As discussões sobre o caso no FMI iniciaram-se no dia

18 de maio.

O Brasil, por sua vez, vive um período de estabilidade econômi-

ca de curto prazo, com inflação e taxa de juros em patamares

baixos e melhores trajetórias que a Argentina. Entretanto, ar-

gumentos como congelamento de preços, como é o caso atual

das discussões em torno dos preços dos combustíveis, ocasio-

nalmente voltam à cena econômica. Entre 2015 e 2017 a infla-

ção brasileira apresentou movimento decrescente, de 10,67%

para 2,95%. O Brasil partiu de uma taxa de juros de 14,65% ao

ano em 2016 para 6,50% ao ano em 2018, o patamar mais

baixo da Selic desde sua criação em 1986. A conta corrente

brasileira aproximou-se de um equilíbrio em 2017, enquanto a

Argentina acelerou para um rombo de quase 5% do PIB7. Esse

é o melhor resultado para o Brasil desde o superávit de 2007.

Ambos os países têm uma alta dívida pública. Em 2017 a dívida

pública brasileira chegou a 74% do PIB. A Argentina tem

mantido essa relação em torno de 50%, porém, também é uma

das maiores taxas entre as economias emergentes do mundo.

O crescimento econômico argentino ganha do brasileiro nos

últimos anos e suas projeções para os próximos anos, apesar

de terem sido revisadas, ainda são maiores que a do Brasil.

A Argentina vive momentos de grande tensão cambial e

incerteza financeira. Contudo, tanto o Brasil quanto a

Argentina estão no mesmo barco em relação às contas

públicas, com déficit fiscal e dívida pública nas alturas. Vale

destacar que, assim como no Brasil, o sistema previdenciário

da Argentina precisa de uma reforma urgente.

A crise da Argentina impacta as exportações brasileiras. Atual-

mente, o país vizinho é responsável por 8% das exportações do

Brasil, concentrada, em maior parte, no setor de veículos.

No entanto, se a Argentina conseguir o empréstimo no FMI, o

nível de especulação cambial diminuirá, o que possivelmente

fará com que o país não reduza muito as importações de

produtos brasileiros.

O Brasil tem reservas internacionais altas e inflação sob

controle, o que o deixa em uma situação mais confortável que

a da Argentina. O déficit em conta corrente brasileiro é

pequeno e é financiado por investimentos diretos estrangeiros

e reservas elevadas, de US$ 383 bilhões. Por isso, a situação do

Brasil se difere da Argentina. Todavia, é sempre bom ficar de

olho no que acontece no país vizinho e estar alerta. Deste

modo, garantir a sustentabilidade intertemporal das contas

públicas auxilia na saída de crises, proporcionando maior

estabilidade e ajudando no crescimento da economia.

Gráfico 17 – Conta Corrente - % do PIB

Fonte: Banco Central do Brasil; Banco Mundial Elaboração: Ideies / Sistema Findes

1,23

-0,48

2,79

-4,90

Brasil Argentina

Gráfico 18 – Dívida Pública - % PIB

¹Até março/2018 Fonte: Banco Central do Brasil; Datos Macro Elaboração: Ideies / Sistema Findes

55,50

59,20

65,50

75,3069,80

37,55

55,08

53,32

Brasil Argentina

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

12

8

8 A análise leva em consideração os pesos dessas atividades para o resultado da PIM- PF Brasil, e não somente a variação no acumulado do ano.

3. Desempenho Industrial

A Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do mês

de março mostrou que, no acumulado de 12

meses, a produção física da indústria brasileira

cresceu 2,9%, puxada pelo desempenho da

indústria de transformação (3,1%).

no país cresceu 3,1%, com variações positivas nas quatro

grandes categorias econômicas, em 16 dos 26 ramos e em

10 dos 15 locais pesquisados. As principais atividades que

contribuíram para essa expansão foram: veículos auto-

motores, reboques e carrocerias (20,0%); equipamentos

de informática, produtos eletrônicos e ópticos (26,1%); e

metalurgia (8,1%)8. No fechamento do primeiro trimestre de 2018, a indústria

Tabela 4 - Produção Industrial Mensal (PIM-PF) para o Brasil (%)

Seções industriais Mar. 2018 / Fev. 2018 ¹

Mar.2018 / Mar. 2017

Acumulada no ano

Acumulada em 12 meses

Indústria geral -0,1 1,3 3,1 2,9

Indústrias extrativas 3,9 -1,3 -2,2 1,8

Indústrias de transformação 0,2 1,6 3,9 3,1 ¹ Com ajuste sazonal Fonte: PIM-PF / IBGE Elaboração: Ideies / Sistema Findes

Gráfico 19 - Variação da Produção Física Industrial no Brasil, por principais atividades - acumulada no ano (%)

Fonte: PIM-PF / IBGE Elaboração: Ideies / Sistema Findes

4,1

4,4

6,3

7,7

7,9

8,1

8,9

11,7

20,0

26,1

Fab. de bebidas

Fab. de produtos de borracha e de material plástico

Fab. de máquinas e equipamentos

Fab. de celulose, papel e produtos de papel

Fab. de produtos farmoquímicos e farmacêuticos

Metalurgia

Fab. de móveis

Fab.de produtos de madeira

Fab. de veículos automotores, reboques e carrocerias

Fab. de equip. de informática, produtos eletrônicos e ópticos

Na comparação de março de 2018 com março de 2017, a

produção industrial brasileira cresceu 1,3%, sendo

influenciada, principalmente, pelas atividades da indústria

de transformação (1,6%). A variação na margem (mês

contra mês imediatamente anterior) ajustada sazonal-

mente, apresentou uma queda de -0,1%, destaque para a

retração nos ramos de bebidas (-3,6%), produtos

farmoquímicos e farmacêuticos (-4,2%) e máquinas,

aparelhos e materiais elétricos (-4,2%).

No Espírito Santo, a produção industrial em março regis-

trou queda de -0,8% no acumulado em 12 meses, com

variações negativas tanto na indústria extrativa (-0,7%)

quanto na de transformação (-0,9%) e em quatro das cinco

atividades pesquisadas (tabela 5).

Esse resultado indica que o ritmo de recuperação

alcançado a partir de setembro do ano passado

vem perdendo intensidade, reforçando que a

indústria capixaba ainda não reestabeleceu um

padrão de crescimento regular.

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

13

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

No acumulado do primeiro trimestre do ano, a produção

da indústria no estado registrou uma variação negativa de

-6,0%, sendo influenciada, principalmente, pelo desem-

penho da indústria de transformação (-8,1%). Dentre as

atividades pesquisadas, as maiores retrações foram

registradas na fabricação de produtos de minerais não-

metálicos (-16,6%) e na fabricação de celulose, papel e

produtos de papel (-13,8%). A única atividade que apre-

sentou variações positivas foi a fabricação de produtos

alimentícios (4,4%).

Na comparação contra o mesmo mês do ano anterior, a

produção física da indústria geral no Espírito Santo caiu

-2,1%

Na variação mensal de março contra fevereiro

de 2018, a produção industrial no Espírito Santo

cresceu 2,8%, atrás apenas dos estados do Pará

(9,0%) e Mato Grosso (4,7%).

-2,1%, impactada pelo resultado negativo da indústria

extrativa (-5,2%). Em relação às atividades industriais,

houve crescimento na metalurgia (9,3%), com variações

positivas em quatro dos seis produtos pesquisados, e na

fabricação de produtos alimentícios (10,1%), resultado do

desempenho da fabricação de bombons e chocolates com

cacau, e queijos de massa semidura ou dura.

Gráfico 20 - Produção Física Industrial (PIM-PF) no Espírito Santo - acumulada em 12 meses (%)

Fonte: PIM-PF / IBGE Elaboração: Ideies / Sistema Findes

7,3

15,1

0,7

-21,1

2,3

-0,8

jan

eiro

mar

ço

mai

o

julh

o

sete

mbr

o

no

vem

bro

jan

eiro

mar

ço

mai

o

julh

o

sete

mbr

o

no

vem

bro

jan

eiro

mar

ço

mai

o

julh

o

sete

mbr

o

no

vem

bro

jan

eiro

mar

ço

2015 2016 2017 2018

Tabela 5 - Produção Industrial Mensal (PIM-PF) no Espírito Santo (%)

Seções e atividades industriais Mar. 2018 /

Fev. 2018 Mar. 2018 / Mar. 2017

Acumulada no ano

Acumulada em 12 meses

Indústria geral 2,8 -2,4 -6,0 -0,8

Indústrias extrativas - -5,2 -3,9 -0,7

Indústrias de transformação - 0,6 -8,1 -0,9

Fabricação de produtos de minerais não-metálicos - -18,1 -16,6 -9,9

Fabricação de celulose, papel e produtos de papel - -3,0 -13,8 -3,7

Metalurgia - 9,3 -7,3 -2,0

Fabricação de produtos alimentícios - 10,1 4,4 13,2

Fonte: PIM-PF / IBGE Elaboração: Ideies / Sistema Findes

14

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

No acumulado do primeiro trimestre do ano, a produção

de petróleo e gás natural (P&G) no Espírito Santo apre-

sentou uma queda de -14,4%, com variações negativas

tanto no petróleo (-13,2%) como no gás natural (-20,8%).

Na relação março contra fevereiro, essa produção reduziu

-1,0%, resultado melhor que o brasileiro (-2,4%).

De acordo com o relatório trimestral da Vale, na

comparação do 1º trimestre de 2018 contra o mesmo

período do ano anterior, a produção de pelotas de minério

de ferro no Espírito Santo apresentou um crescimento de

4,8%. Porém, na comparação contra o quarto trimestre de

2017, essa produção apresentou uma queda de -0,2%.

Tabela 6 - Sinal da variação dos produtos produzidos pelas atividades industriais pesquisadas no Espírito Santo (*)

Atividades de Indústria

Descrição do Produto Sinal

Mar. 2018 / Mar. 2017

Acumulada no ano

Indústrias extrativas

Óleos brutos de petróleo ↓ ↓ Gás natural ↓ ↓ Minérios de ferro pelotizados ou sinterizados ↑ ↑

Produtos alimentícios

Bombons e chocolates c/ cacau ↑ ↑ Carnes de bovinos frescas ou refrigeradas ↓ ↓ Queijos de massa semidura ou dura ↑ ↑ Refrescos, sucos ou néctares de frutas ↓ ↓ Massas alimentícias secas ↓ ↑

Celulose, papel e produtos de papel

Pastas químicas de madeira, processo sulfato, branqueadas ou não

↓ ↓

Produtos de minerais não-

metálicos

Granito talhado ou serrado (inclusive chapas para pias) ↓ ↓ Cimentos "Portland" ↓ ↓ Massa de concreto ↓ ↓ Ladrilhos, placas e azulejos de cerâmica p/ pavimentação ou revestimento esmaltados

↓ ↑

Metalurgia

Tubos flexíveis e tubos trefilados de ferro e aço ↑ ↓ Bobinas a quente de aços ao carbono não revestidos ↑ ↓ Lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono ↑ ↑ Ferro-gusa ↑ ↑ Bobinas ou chapas de aços zincadas ↓ s/i Bobinas a frio de aços ao carbono não revestidos s/i ↑

* O IBGE não disponibiliza essa informação por valor, apenas por sentido da variação

Nota: s/i corresponde a "sem informação"

Fonte: PIM-PF / IBGE

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

Tabela 7 – Variação da produção de Petróleo e Gás

Natural, Brasil e Espírito Santo, em % (¹)

Mar. 2018 /

Fev. 2018 Mar. 2018 / Mar. 2017

Acumulado no ano

Petróleo ES 0,1 -12,5 -13,2

BR -2,4 0,3 -1,5

Gás Natural

ES -7,7 -25,7 -20,8

BR -2,6 5,6 3,6

Total P&G

ES -1,0 -14,6 -14,4

BR -2,3 1,3 -0,5

(¹) barris de óleo equivalente ao dia Fonte: ANP Elaboração: Ideies / Sistema Findes

Gráfico 21 – Evolução da produção de pelotas de minério

de ferro pela Vale S.A no Espírito Santo, em mil toneladas

métricas

Fonte: Vale S.A.

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

7.22

1

6.65

8

7.00

0 7.61

6

7.5

13

7.74

7

7.67

8

7.89

0

7.8

71

I II III IV I II III IV I

2016 2017 2018

15

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) em

maio alcançou o patamar de 56,0, acima do resultado

nacional (55,5 pontos), registrando uma evolução margi-

nal de 2,4 p.p e crescimento de 3,4 p.p na comparação

com o mesmo mês do ano anterior. Como ambos os ICEI’s

situam-se acima da linha divisório de 50 pontos, nota-se

uma tendência otimistas dos empresários capixabas e

nacionais

nacionais. Já o Indicador de Expectativa (IEEI) foi de 59,1

pontos refletindo o otimismo dos industriais para os

próximos seis meses da economia. Tanto na relação com

o mês anterior como na comparação com o mesmo

período do ano anterior, houve um crescimento das

expectativas em 1,8 p.p.

Gráfico 22 - Índice de Confiança e de Expectativas do Empresário Industrial- Brasil e Espírito Santo

Fonte: CNI / Findes Elaboração: Ideies / Sistema Findes

56,0

55,5

mai/14 nov/14 mai/15 nov/15 mai/16 nov/16 mai/17 nov/17 mai/18

ICEI do Espírito Santo

ICEI do Brasil

50,0

O mercado de trabalho pode ser acompanhando, principal-

mente, a partir de duas fontes de dados: a Pesquisa Nacional por

Amostra de Domicílios (PNAD) contínua do IBGE e o Cadastro

Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do MTE.

A PNAD contínua é realizada trimestralmente e capta, entre

outros dados, informações sobre o mercado de trabalho formal e

o informal. Atualmente, a PNAD é responsável por fornecer a taxa

de desocupação, que pode ser entendida como a taxa de

desemprego, tanto do país quanto dos estados.

A PNAD divulgada em maio, referente ao primeiro trimestre de

Box 2 – Mercado de trabalho na indústria capixaba

2018, mostrou uma elevação na taxa de desocupação em relação

ao último trimestre de 2017, tanto no Brasil quanto no Espírito

Santo. Embora não fosse esperado o aumento na taxa de desocu-

pação, os dados referentes ao pessoal empregado na indústria

sinalizam uma recuperação da atividade industrial capixaba.

Na comparação de janeiro a março de 2018 com outubro a

dezembro de 2017, o número de pessoas ocupadas na indústria

geral do Espírito Santo cresceu 0,5%. E na comparação com o

mesmo trimestre de 2017, o crescimento foi de 5,5%. Em termos

absolutos, 214 mil pessoas estão ocupadas nesse setor, sendo

175 mil na indústria de transformação.

Gráfico 23 - Pessoas ocupadas na indústria geral e de transformação, 2015 a 2018, (em milhares de pessoas)

Fonte: PNAD / IBGE

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

21

9

22

2

21

2

19

8

19

4

19

7

19

1

19

8

20

3 21

4

22

1

21

3

21

4

17

3

18

3

17

4

16

4

15

6

16

1

15

5

16

1

16

6

17

5

18

0

17

1

17

5

I II III IV I II III IV I II III IV I

2015 2016 2017 2018Indústria geral Indústria de transformação

16

9 10

9 10

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

4. Comércio Exterior

As exportações brasileiras em abril somaram US$ 19,8

bilhões, resultado 12,2% acima do verificado em abril de

2017 (US$ 17,7 bilhões). Na comparação com o mês

imediatamente anterior houve queda de -2,1%.

O acumulado das exportações nacionais no pri-

meiro quadrimestre do ano totalizou US$ 74,4

bilhões, 9,2% superior ao realizado no mesmo

período do ano passado (US$ 68,1 bilhões), com

destaque para o desempenho dos produtos ma-

nufaturados, que registraram alta de 17,9%.

manufaturados, que caíram -37,3%. Dentro desse grupo,

os produtos capixabas que mais perderam demanda

externa foram tubos flexíveis de ferro ou aço, com queda

de -83,5%, seguido por obras de mármore e granito, com

-21,7% e produtos laminados planos de ferro ou aços, com

-17,9%. A representatividade do Espírito Santo no total

das exportações nacionais, nesse período de 2018, foi de

3,4%.

O Espírito Santo exportou US$ 666,3 milhões em

abril. Esse total foi 10,9% superior ao registrado

no mesmo mês de 2017, contribuição do maior

embarque de produtos semimanufaturados, que

cresceram 64,8%, com aumento significativo dos

produtos de celulose (67,2% de alta).

No acumulado do ano, as exportações capixabas somaram

US$ 2.504,0 milhões (gráfico 25), valor -2,3% inferior ao

do primeiro quadrimestre de 2017, com destaque para os

As importações brasileiras totalizaram US$ 13,8

bilhões em abril e ultrapassaram em 28,7% o

ocorrido no mesmo mês de 2017 (US$ 10,7

bilhões) e em 31,3% o realizado em abril de 2016

(US$ 10,5 bilhões). As categorias econômicas que

mais influenciaram positivamente foram bens de

capital, com avanço significativo de 238,3%, bens

de consumo duráveis, com acréscimo de 56,8%, e

combustíveis, com alta de 40,6%.

No acumulado do ano, o total importado pelo Brasil foi de

US$ 54,2 bilhões, valor 15,9% superior ao primeiro quadri-

mestre de 2017 e impactado pelas mesmas categorias

econômicas citadas anteriormente.

O Caged, por sua vez, apresenta informações mensais sobre

a movimentação (admissões, desligamentos e saldo) no

mercado de trabalho formal. No acumulado até abril, a

indústria capixaba9 contratou 3.475 empregados, em que a

indústria de transformação foi responsável por 3.426 novos

vínculos. Comparando esses números com os registrados nos

acumulados de janeiro a abril de 2015 a 2017, nota-se o que

o saldo líquido de 2018 está muito acima dos anteriores10.

Gráfico 24 - Pessoas ocupadas na indústria geral e de transformação, 2015 a 2018 (em milhares de pessoas)

Fonte: Caged / MTE

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

105 63 100 49

1.086

-1.206

1.792

3.426

1.191

-1.143

1.892

3.475

2015 2016 2017 2018

Extrativa mineral Indústria de transformação Total da indústria

9 Consideradas apenas a indústria extrativa e de transformação. 10 Para mais informações sobre análise do Caged ver nota conjuntural elaborada pelo Ideies disponível em https://ideies.org.br/wp-

content/uploads/2018/05/05212018_nota-CAGED-maio18_obind-3.pdf

17

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

Os principais produtos responsáveis por essa melhora em

cada categoria foram, respectivamente, automóveis de

passageiros, com alta de 181,0%, e equipamentos de in-

formática, produtos eletrônicos e ópticos, com acréscimo

de 92,3%.

O Espírito Santo, em abril, importou US$ 497,4

milhões, resultado 52,7% superior ao verificado

em abril de 2017. Esse acréscimo deve-se, princi-

palmente, ao considerável avanço nas aquisições

de bens de consumo duráveis, com alta de

188,7%, e bens de capital, crescimento de 122,8%.

No acumulado de 2018 a importação do estado somou

US$ 1.664,9 milhões, superando o mesmo período de

2017 em 21,6% (gráfico 26). O crescimento é resultado da

maior obtenção de bens de capital (117,8%), bens de

consumo duráveis (113,4%) e bens de consumo não

duráveis (30,0%). Os comportamentos positivos mais

notáveis, dentre cada categoria, que puxaram a pauta

importadora, foram aviões, com crescimento de 177,6%,

automóveis de passageiros, com alta de 122,1%, e artigos

de vestuário e acessórios, com avanço de 54,8%. O total

importado pelo Espírito Santo respondeu por 3,1% das

importações nacionais nesse mesmo período.

Gráfico 25 - Evolução da participação no total da exportação capixaba, segundo classes (2012-2018), US$ FOB milhões e % do total

Fonte: Mdic / Funcex Elaboração: Ideies / Sistema Findes

67,2%69,8% 68,1%

61,3%

37,4%45,7% 52,3%

17,4%

13,5%11,3%

20,4%

25,5%

24,9%28,4%

13,5%

16,1%20,0%

17,7%

36,4%

28,4% 18,2%

2,0%

0,6%

0,6%

0,6%

0,6%

1,0% 1,0%

Jan - Abr2012

Jan - Abr2013

Jan - Abr2014

Jan - Abr2015

Jan - Abr2016

Jan - Abr2017

Jan - Abr2018

Básicos Semimanufaturados Manufaturados Outros

US$ 2.504US$ 2.562

US$ 2.016

US$ 3.382

US$ 3.853

US$ 3.503

US$ 4.113

Gráfico 26 - Evolução da participação no total da importação capixaba, segundo categorias econômicas (2012-2018), US$ FOB milhões e % do total

Fonte: Mdic / Funcex Elaboração: Ideies / Sistema Findes

23,4% 25,1% 28,6%18,6% 16,2% 14,0%

25,1%

42,9%

37,4%36,3%

38,7%

42,6% 36,0%28,2%

18,5%

14,5%15,4%

16,0%

12,7% 7,5%

13,1%

10,3%

13,1%9,9%

11,7%

10,9% 9,7%

10,4%

4,8%

9,9% 9,8%

15,0%

17,5% 32,8%

23,1%

Jan - Abr2012

Jan - Abr2013

Jan - Abr2014

Jan - Abr2015

Jan - Abr2016

Jan - Abr2017

Jan - Abr2018

Bens decapital

Bensintermediários

Bens deconsumoduráveis

Bens deconsumonão duráveis

Combustíveis

US$ 1.665

US$ 1.369US$ 1.220

US$ 1.913

US$ 2.457US$ 2.383

US$ 2.883

18

11

11 Veja mais em: http://www.valor.com.br/empresas/5538117/petroleo-e-negociado-em-alta-dolar-e-venezuela-merecem-atencao

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

A balança comercial nacional alcançou saldo de US$ 20,3

bilhões no acumulado de janeiro a abril de 2018, o segun-

do melhor resultado desde 2012, considerando o primeiro

quadrimestre do ano, atrás somente do verificado em

2017, com redução de -4,9%. Conforme detalhado acima,

as exportações totalizaram US$ 74,5 bilhões, enquanto as

importações chegaram a US$ 54,2 bilhões nesse início de

2018, ambas com valores superiores ao ocorrido em igual

período do ano anterior, com acréscimos de 9,4% e 15,9%,

respectivamente.

A balança comercial do Espírito Santo mantém

a sua trajetória superavitária. O saldo nesse

início de ano totalizou US$ 839,2 milhões, 5,4%

acima do verificado no mesmo período de 2016,

mas -29,7% inferior ao de 2017. Esse resultado é

derivado da combinação do avanço nas

importações e da redução nas exportações.

Gráfico 27 - Balança comercial capixaba (2012-2018), em milhões US$ FOB

Fonte: Mdic / Funcex Elaboração: Ideies / Sistema Findes

4.113,3

3.503,2

3.852,7

3.381,6

2.016,4

2.562,0 2.504,0

2.883,3

2.383,5 2.457,3

1.913,0

1.220,01.368,7

1.664,9

1.230,01.119,8

1.395,4

1.468,6

796,3

1.193,3

839,2

Jan - Abr2012

Jan - Abr2013

Jan - Abr2014

Jan - Abr2015

Jan - Abr2016

Jan - Abr2017

Jan - Abr2018

Exportações

Importações

Saldo

A média anual dos preços das principais commodities

comercializadas pelo Brasil mantém a tendência de

crescimento (gráfico 28). Em maio, a cotação do Petróleo

Brent atingiu máxima de US$ 80,5, valor não registrado

desde novembro de 2014. Dois motivos principais

explicam a elevação na cotação do petróleo. O primeiro

perpassa o anúncio feito pelo presidente dos EUA, Donald

Trump, um dia antes da maior cotação do petróleo desde

2014, de encerramento do acordo firmado com o Irã. Com

isso, são esperadas barreiras para aquisição de petróleo

iraniano. Em segundo lugar, a redução na produção de

petróleo na Venezuela, que chegou a 1,42 milhão de barris

dia, queda de 50 mil barris diários11, afeta a oferta mundial

do produto.

O impacto para a economia brasileira da elevação da

cotação do petróleo é percebido pelas duas frentes do

comércio exterior. Embora o Brasil seja exportador de

petróleo, o país também importa quantidades relevantes

do produto e de seus derivados. Detalhando a comer-

cialização de petróleo brasileira, foram exportados US$

8,4 bilhões no primeiro quadrimestre do ano, dos quais

85,5% referem-se ao óleo bruto derivado da extração. Em

relação às importações, essas somaram US$ 6,9 bilhões,

com o predomínio de produtos derivados do petróleo

(45,9%) e produtos do refino de petróleo (26,2%).

19

12

12 O indicador (IC-Br) é elaborado a partir da média mensal dos preços internacionais de commodities convertidos para reais, em busca de refletir a relevância de cada commodity para a dinâmica da inflação doméstica e captar os impactos proveniente das variações na taxa de câmbio. A influência das commodities sobre a inflação brasileira não se restringe à elevação do custo de produção, uma vez que flutuações nos preços desses produtos tendem a alterar os termos de troca, com implicações sobre a renda e demanda domésticas.

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

O Índice de Commodities Brasil12 (IC-Br), divulgado

mensalmente pelo Banco Central, avançou em abril,

influenciado pelo crescimento nas cotações internacionais

das commodities dos três subgrupos que o compõem

(energia, metálicas e agropecuárias). Em abril de 2018, o

IC-BR avançou 12,6%, na comparação com o mesmo mês

de 2017. Todos os subgrupos registraram crescimento no

mesmo comparativo com 2017: alta de 29,6% no de

energia

energia, 22,1% no de metálicas e 5,2% no das agro-

pecuárias.

No acumulado do ano, contra mesmo período de 2017,

houve acréscimo no IC-Br de 3,6%, influenciado pelo

comportamento positivo de todas as commodities que o

formam: energia com crescimento de 9,8%, metal com

aumento de 7,6% e agropecuária com avanço de 0,6%.

Gráfico 29 - Evolução dos principais grupos de commodities brasileiras, em R$ Média anual (2005 = 100)

*últimos dados até abril de 2018 Fonte: Banco Central Elaboração: Ideies / Sistema Findes

142,8144,8

158,0

189,3 188,0

169,1 173,0

118,8127,9

136,3

155,2185,5

204,1

229,8

94,5103,5

108,994,8

70,383,9

98,8

2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018*

Agropecuária

Metal

Energia

Gráfico 28 - Evolução das cotações das principais commodities brasileiras, em U$S Média anual

*últimas atualizações: minério de ferro até abril de 2018; petróleo Brent e WTI até maio de 2018 Fonte: Investing Elaboração: Ideies / Sistema Findes

128,5

135,5

96,4

55,2 58,1

70,7 72,1

111,5 108,4

97,5

54,4

46,0

55,7

71,9

94,1 97,691,2

49,344,5

51,9

66,2

2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018*

Minério de Ferro

Petróleo Brent

Petróleo WTI

20

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

O saldo de operações de crédito no Brasil chegou a

R$ 3.081 bilhões em março de 2018, o que representou

um aumento de 0,1% em relação a março de 2017. Nessa

base de comparação, foi a primeira alta no indicador após

19 meses consecutivos de quedas, desde agosto de 2016.

No caso do Espírito Santo o mês de março apresentou

recuperação ainda mais expressiva. Em comparação ao

mesmo mês do ano anterior, o saldo de operações de

crédito cresceu 3,2%, após 24 meses de queda, chegando

aos R$ 48,9 bilhões.

Na comparação com fevereiro de 2018 a alta foi de 3,0%.

O saldo de pessoas jurídicas teve grande avanço de 6,4%

no mês, enquanto para pessoas físicas o aumento foi de

0,5%.

Gráfico 30 – Saldo de operações de crédito – Brasil, por tipo de crédito (em R$ bilhões)

Fonte: Banco Central Elaboração: Ideies / Sistema Findes

2.713,3

3.078,6 3.081,6

1.488,81.535,4

1.590,1

1.224,4

1.543,2

1.491,6

1.000

1.200

1.400

1.600

1.800

2.000

2.200

2.400

1.500

1.700

1.900

2.100

2.300

2.500

2.700

2.900

3.100

3.300

3.500

jan

/14

mar

/14

mai

/14

jul/

14

set/

14

no

v/14

jan

/15

mar

/15

mai

/15

jul/

15

set/

15

nov

/15

jan

/16

mar

/16

mai

/16

jul/

16

set/

16

no

v/16

jan

/17

mar

/17

mai

/17

jul/

17

set/

17

no

v/17

jan

/18

mar

/18

Milh

ares

Total Recursos Livres Recursos Direcionados

5. Crédito

Na análise mês a mês, o resultado de março foi 0,6%

superior ao de fevereiro, revertendo a trajetória de queda

dos dois primeiros meses de 2018. O aumento se deu no

saldo com recursos livres, que subiu 1,3% no mês,

enquanto o saldo com recursos direcionados teve queda

de -0,1%, a nona redução mensal seguida.

Gráfico 31 – Saldo de operações de crédito - Espírito Santo, por tipo de tomador (em R$ bilhões)

Fonte: Banco Central

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

45,047,4

48,9

22,6

27,0 27,8

22,420,4

21,1

10

15

20

25

30

35

40

45

50

30

35

40

45

50

55

jan

/14

mar

/14

mai

/14

jul/

14

set/

14

no

v/14

jan

/15

mar

/15

mai

/15

jul/

15

set/

15

no

v/15

jan

/16

mar

/16

mai

/16

jul/

16

set/

16

nov

/16

jan

/17

mar

/17

mai

/17

jul/

17

set/

17

no

v/17

jan

/18

mar

/18

Milh

ares

Total Pessoas Físicas Pessoas Jurídicas

21

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

Em relação à inadimplência no país, o mês de março

registrou taxa média de 3,3%, redução de -0,6 p.p. contra

março de 2017 e de -0,2 p.p. contra o mês anterior.

No Espírito Santo, a taxa de inadimplência foi de 3,6% em

março, o que representa queda de -0,6 p.p. em relação ao

mesmo mês de 2017, e de -0,1 p.p. em comparação a

fevereiro de 2018 (gráfico 32).

Um dos destaques no recorte dos dados da

inadimplência no Brasil foi a taxa para pessoas

físicas referente ao crédito livre, que ficou em

5,0%, o menor nível da série histórica do Banco

Central, iniciada em março de 2011 (gráfico 33).

Após altas em janeiro e fevereiro – como têm

acontecido em todos os anos observados na série

histórica dos dados do BC - as taxas de juros

média e o spread médio tiveram redução no

Brasil, em março (gráfico 34).

Gráfico 32 - Taxa de Inadimplência total (%)

Fonte: Bacen Elaboração: Ideies / Sistema Findes

2,8

3,6

2,83,3

0

1

2

3

4

5

6

jan

/14

mar

/14

mai

/14

jul/

14se

t/14

no

v/14

jan

/15

mar

/15

mai

/15

jul/

15se

t/15

no

v/15

jan

/16

mar

/16

mai

/16

jul/

16se

t/16

no

v/16

jan

/17

mar

/17

mai

/17

jul/

17se

t/17

no

v/17

jan

/18

mar

/18

Espírito Santo Brasil

Gráfico 33 - Taxa de Inadimplência do Crédito Livre no Brasil - por tipo de tomador (%)

Fonte: Bacen Elaboração: Ideies / Sistema Findes

5,55,9

5,0

3,2

5,6

4,4m

ar/1

1ju

n/11

set/

11d

ez/1

1m

ar/1

2ju

n/12

set/

12d

ez/1

2m

ar/1

3ju

n/13

set/

13d

ez/1

3m

ar/1

4ju

n/14

set/

14d

ez/1

4m

ar/1

5ju

n/15

set/

15d

ez/1

5m

ar/1

6ju

n/16

set/

16d

ez/1

6m

ar/1

7ju

n/17

set/

17d

ez/1

7m

ar/1

8

Pessoas físicas Pessoas jurídicas

No caso dos juros, a taxa média total ficou em 26,2%, o que

representa uma redução de -5,8 p.p. na comparação com

março de 2017, e de -0,7 p.p. em relação a fevereiro de

2018. O maior destaque se deu nos recursos livres, com re-

dução de -10,7 e -0,7 p.p. nas mesmas bases de comparação.

Gráfico 34 - Taxa de juros média, por tipo de crédito (%)

Fonte: Bacen Elaboração: Ideies / Sistema Findes

23,0

32,1

26,2

34,3

52,1

41,4

7,810,5 9,0

jan

/14

mar

/14

mai

/14

jul/

14

set/

14

no

v/14

jan

/15

mar

/15

mai

/15

jul/

15

set/

15

no

v/15

jan

/16

mar

/16

mai

/16

jul/

16

set/

16

no

v/16

jan

/17

mar

/17

mai

/17

jul/

17

set/

17

no

v/17

jan

/18

mar

/18

Total Recursos Livres Recursos Direcionados

22

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

Já em relação ao spread bancário, o mês de março

registrou taxa média total de 20,0%, com queda

de -3,8 p.p. contra o mesmo mês de 2017, e de

-0,4 p.p. na comparação com fevereiro de 2018. O

maior destaque nos últimos 12 meses também se

deu no crédito com recursos livres, com queda de

-8,2 p.p. no spread.

Na comparação entre as taxas médias na primeira semana

de abril e na primeira semana de maio, observou-se um

comportamento praticamente estável, com pequenas

quedas (tabela 8).

No caso do Banestes, único banco comercial capixaba

analisado, vale destacar algumas taxas de juros mais altas

que a dos concorrentes nacionais, principalmente no caso

do crédito para capital de giro, importante para financiar

e organizar as operações do dia a dia das empresas.

Tabela 8 - Taxas médias de juros cobradas pelas principais instituições financeiras do varejo - Pessoa Jurídica Período analisado: de 02/05/2018 a 08/05/2018

Instituição

Capital de Giro até 365 dias

Capital de Giro superior 365 dias

Conta Garantida Desconto de

Duplicata Adiantamento

Contrato Câmbio

% a.m. % a.a. % a.m. % a.a. % a.m. % a.a. % a.m. % a.a. % a.m. % a.a.

Banco do Brasil 0,9 11,6 1,2 15,6 2,5 34,9 1,7 22,1 0,3 3,8

Caixa Econômica 3,2 46,4 2,2 29,8 - - 3,5 51,3 0,5 6,3

Santander 2,2 30,2 2,1 27,5 2,5 34,2 1,6 20,3 0,3 3,8

Itaú-Unibanco 1,9 25,3 1,6 20,3 3,4 49,7 1,8 24,2 0,2 2,9

Bradesco 2,0 26,1 1,6 21,0 4,0 59,9 1,4 17,8 0,3 3,7

Banestes 2,8 39,8 2,2 30,0 2,7 37,3 2,6 35,5 0,5 6,5

Média Total 2,2 29,9 1,8 24,0 3,0 43,2 2,1 28,5 0,4 4,5

Variação média total* -0,1 -1,1 0,0 -0,3 0,0 -0,6 0,0 0,0 0,0 -0,1

* Variação de p.p. em comparação com a média total do período de 02/04/2018 a 06/04/2018 Fonte: Instituições Financeiras / Banco Central Elaboração: Ideies / Sistema Findes

Gráfico 35 - Spread médio, por tipo de crédito (%)

Fonte: Bacen Elaboração: Ideies / Sistema Findes

23,0

32,1

26,2

34,3

52,1

41,4

7,810,5 9,0

jan

/14

mar

/14

mai

/14

jul/

14

set/

14

no

v/14

jan

/15

mar

/15

mai

/15

jul/

15

set/

15

no

v/15

jan

/16

mar

/16

mai

/16

jul/

16

set/

16

no

v/16

jan

/17

mar

/17

mai

/17

jul/

17

set/

17

no

v/17

jan

/18

mar

/18

Total Recursos Livres Recursos Direcionados

A partir dos dados divulgados pelo Banco Central é

possível realizar o monitoramento das taxas médias de

juros praticadas pelos principais bancos do país em

diferentes modalidades de crédito para pessoas jurídicas.

23

13

1415

13 Veja mais sobre o Cadastro Positivo: http://www.valor.com.br/financas/5528625/entenda-o-cadastro-positivo-que-pode-mudar-o-credito-ao-consumidor 14 As apresentações ao Conselho de Representantes da Findes, que abordam o mercado de crédito e outros temas, são públicas e estão disponíveis em: https://ideies.org.br/downloads-de-apresentacoes/ 15 Mais informações sobre o programa Bandes Indústria 4.0: https://sistemafindes.org.br/news/findes-e-bandes-lancam-linha-de-credito-para-fomentar-industria-4-0/

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

Um deles foi a aprovação no dia 09/05, na Câmara dos

Deputados, do texto-base do projeto de lei que altera o

Cadastro Positivo13. Após votação dos destaques, que vem

sendo adiada desde então, o projeto de lei retornará ao

Senado para nova votação, e a expectativa é de que seja

aprovado sem grandes alterações. Também foi publicada

pelo Banco Central a regulamentação das fintechs de

crédito, por meio da Resolução nº 4.656/2018, dando-lhes

Em relação às reformas microeconômicas presen-

tes na Agenda BC+ e que visam melhorar o merca-

do de crédito no país, houve avanços importantes

em alguns temas nas últimas semanas.

O programa, batizado de Bandes Indústria 4.0, é exclusivo

para indústrias associadas à Findes e foi construído

especialmente para o setor com condições operacionais

facilitadas15.

Em âmbito estadual a boa notícia se deu a partir

da parceria entre a Findes e o Bandes, com a

criação de uma linha de crédito especial visando

apoiar a implementação de práticas, tecnologias

e ferramentas que adequem as indústrias

capixabas ao conceito de indústria 4.0.

mais autonomia e competitividade, o que poderá ajudar a

aumentar a concorrência e reduzir os juros14.

6. Finanças Públicas Estaduais

Segundo os dados do Portal da Transparência do Governo

do Estado, o Espírito Santo arrecadou um total de R$ 5,1

bilhões nos quatro primeiros meses deste ano, o que

representou um aumento real, já descontada a inflação,

de 6,1% em relação ao mesmo período de 2017. No mês

de abril a alta foi de 11,6% em relação ao mesmo mês do

ano anterior, o maior aumento percentual verificado

nessa base de comparação em 2018 (gráfico 36).

Gráfico 36 - Receita Total - ES, em R$ milhões (IPCA abr/2018)

Fonte: Portal da Transparência ES Elaboração: Ideies / Sistema Findes

1.1591.393 1.128 1.179

4.859

1.219 1.409 1.211 1.316

5.155

Janeiro Fevereiro Março Abril 1ºQuadrimestre(acumulado)

2017

2018

A alta da arrecadação, que tem melhorado desde o

segundo semestre de 2017, em linha com a recuperação

da economia, proporcionou uma realização da receita, até

abril, que representa 30,8% do total de receitas previstas

para todo o ano de 2018. Esse é a maior proporção de

receita realizada no primeiro quadrimestre, desde 2014

(gráfico 37).

Gráfico 37 - Receita realizada no 1º quadrimestre, em relação à receita prevista para o ano - ES (%)

Fonte: Portal da Transparência ES Elaboração: Ideies / Sistema Findes

31,7%29,1%

27,1%29,4% 30,8%

2014 2015 2016 2017 2018

24

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

O aumento das receitas proporcionou também um

maior dispêndio de recursos. A despesa total no

primeiro quadrimestre chegou a R$ 3,9 bilhões, um

aumento de 4,5% em relação a 2017 e, portanto,

menor que o aumento das receitas no período.

Tabela 9 – Receitas e despesas do Governo do Estado do Espírito Santo –

primeiro quadrimestre de 2017 e 2018 (IPCA - abril/2018)

Receitas e despesas 1° Quadrimestre

de 2017 (a) 1° Quadrimestre

de 2018 (b) Variação (%)

(b)/(a) Previsão 2018

(c) Realizado 2018

(b)/(c)

Receita Total (R) = (I+II+III+IV) 4.858.988.719,69 5.154.584.682,98 6,1 16.686.484.451,00 30,9

Receita Tributária (I) 3.524.110.932,49 3.853.610.100,17 9,3 10.566.501.027,00 36,5

ICMS Total 2.981.371.367,72 3.289.072.992,93 10,3 8.826.458.399,00 37,3

ICMS - Indústria 365.069.263,67 548.596.360,32 50,3 989.535.265,00 55,4

Demais Rec. Tributárias 542.739.564,77 564.537.107,24 4,0 1.740.042.628,00 32,4

Transferências Correntes (II) 1.549.638.469,24 1.636.222.506,96 5,6 4.898.830.199,00 33,4

FPE 462.656.412,00 491.354.414,85 6,2 1.454.690.376,00 33,8

IPI 70.285.279,10 75.274.956,94 7,1 228.935.356,00 32,9

Royalties Compensação 125.998.638,16 135.314.667,29 7,4 343.513.764,00 39,4

Royalties Excedente 100.711.811,33 108.235.046,02 7,5 277.668.450,00 39,0

Participação Especial 205.326.342,30 211.075.841,07 2,8 767.213.627,00 27,5

Demais Trans. Correntes 584.659.986,34 614.967.580,78 5,2 1.826.808.626,00 33,7

Demais Receitas (III) 1.274.653.996,91 1.290.995.128,54 1,3 1.221.153.225,00 105,7

Deduções da Receita (IV) -1.489.414.678,95 -1.626.243.052,69 9,2 -4.398.474.767,00 37,0

Despesa Total (D) = (V+VI+VII) 3.728.522.063,72 3.895.508.143,65 4,5 16.039.047.224,00 24,3

Pessoal e Encargos Sociais (V) 2.537.769.005,67 2.589.280.545,43 2,0 9.561.886.358,00 27,1

Investimentos (VI) 65.633.547,11 97.509.844,58 48,6 1.565.944.067,00 6,2

Demais Despesas (VII) 1.125.119.510,94 1.208.717.753,64 7,4 4.911.216.799,00 24,6

Resultado Orçamentário do primeiro quadrimestre (R-D)

1.130.466.655,97 1.259.076.539,33 11,4 - -

Nota: Despesa Liquidada Fonte: Portal da Transparência ES Elaboração: Ideies / Sistema Findes

O percentual de despesas realizadas no primeiro

quadrimestre, em relação ao orçado para o ano, ficou em

24,3%. Desta forma, considerando receitas e despesas, o

resultado orçamentário do Governo do Estado no

primeiro quadrimestre de 2018 foi superavitário em

R$ 1,26 bilhão. Vale ressaltar ainda que, na dinâmica do

orçamento público, é natural que haja certa concentração

de receitas na primeira parte do ano, devido a

arrecadação de impostos como o IPVA, por exemplo, e

concentração de despesas ao final do ano, devido a

pagamentos de pessoal, como rescisão de contratos

temporários, férias, décimo-terceiro salário e abonos.

Gráfico 38 - Despesa Total - ES, em R$ milhões (IPCA abr/2018)

Fonte: Portal da Transparência ES

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

761 909 1.060 999

3.729

843 9131.082 1.058

3.896

Janeiro Fevereiro Março Abril 1ºQuadrimestre(acumulado)

2017

2018

25

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

Em relação às principais receitas do Governo, destaca-se

o ICMS, que foi responsável por R$ 3,3 bilhões, ou 63,8%

do total arrecadado no primeiro quadrimestre.

A arrecadação de ICMS cresceu 10,3% em relação

ao mesmo período do ano passado, e foi maior em

todos os quatro primeiros meses de 2018, na com-

paração com 2017. O mesmo comportamento foi

observado na arrecadação do ICMS-Indústria - um

dos componentes do ICMS total - que acumulou

crescimento de 50,3% em relação ao período de

janeiro-abril do ano passado (gráfico 39).

Outra fonte importante de recursos são as receitas do

petróleo. Com a alta do preço da commodity nos últimos

meses, as receitas governamentais ligadas a ela também

têm subido.

Nos quatro primeiros meses de 2018 as receitas

do petróleo capixabas (que abrangem o total de

royalties mais as participações especiais) soma-

ram R$ 454,6 milhões, alta de 5,2% em relação ao

mesmo período de 2017 (gráfico 40).

Gráfico 39 - Receita de ICMS - ES, em R$ milhões (IPCA abr/2018)

Fonte: Portal da Transparência ES

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

879,7

765,2830,1 814,0

834,7726,0

678,1742,6

130,1110,9

182,6124,9

95,2 97,5 88,5 83,80,00

50,00

100,00

150,00

200,00

250,00

300,00

350,00

400,00

450,00

500,00

0,00

100,00

200,00

300,00

400,00

500,00

600,00

700,00

800,00

900,00

1.000,00

Janeiro Fevereiro Março Abril

ICMS Total 2018 ICMS Total 2017

ICMS Indústria 2018 ICMS Indústria 2017

Gráfico 40 - Receitas do Petróleo - ES, em R$ milhões (IPCA abr/2018)

Fonte: Portal da Transparência ES Elaboração: Ideies / Sistema Findes

49,7

271,3

59,0 52,0

432,0

59,3

275,2

65,8 54,3

454,6

Janeiro Fevereiro Março Abril 1ºQuadrimestre(acumulado)

2017

2018

Já no que diz respeito aos grupos de despesa, o principal

deles segue sendo o gasto com pessoal e encargos sociais,

que representou 66,5% do total de despesas no quadri-

mestre. Em relação ao mesmo período de 2017 o aumento

foi de 2,0%, chegando aos R$ 2,59 bilhões (gráfico 41).

Enquanto houve redução de -6,3% dos gastos com venci-

mentos e vantagens dos servidores efetivos (de R$ 711 mi-

lhões para R$ 666 milhões), a despesa com aposentadori-

as cresceu 4,9% (de R$ 700 milhões para R$ 734 milhões).

Se analisado o comportamento das despesas com

inativos nos últimos anos, observa-se que elas

tiveram aumento gradativo na composição da

despesa total do Governo do Estado. Em 2011 a

participação das despesas com inativos

(englobando o valor de aposentadorias mais

pensões) era de 11,4% da despesa total. Em 2018,

considerando o orçamento executado até abril,

esse valor chegou a 22,6% (gráfico 42).

Gráfico 41 - Principais despesas com Pessoal e Encargos Sociais no 1º Quadrimestre - ES, em R$ milhões

(IPCA abr/2018)

Fonte: Portal da Transparência ES Elaboração: Ideies / Sistema Findes

164 144

711700 722

213

144

666

734 746

Temporários Pensões Vencimentos evantagens

Aposentadorias ObrigaçõesPatronais

2017 2018

Total 2017: R$ 2,54 biTotal 2018: R$ 2,59 bi

26

16

16 Mais informações: http://www.valor.com.br/brasil/5552643/temer-faz-mais-concessoes-caminhoneiros-e-da-desconto-em-diesel

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

Vale destacar ainda que o Governo do Estado

implementou auxílio-alimentação para a totalidade dos

servidores ativos a partir de agosto de 2017. Comparando

o primeiro quadrimestre de 2017 com o de 2018, o gasto

com esse auxílio subiu de R$ 5,4 milhões para R$ 48,9

milhões.

Outro dispêndio que se destacou com grande eleva-

ção em relação a 2017 foi o dos investimentos. Nos

quatro primeiros meses do ano eles somaram

R$ 97,5 milhões, aumento de 48,6% na comparação

com o mesmo período do ano passado (gráfico 43).

No entanto, se observado o total de investimentos no

quadrimestre em comparação ao orçado para o ano, o

percentual realizado ainda é de 6,2%, visto que a projeção

é de R$ 1,5 bilhão para 2018.

Gráfico 42 - Participação da despesa com inativos (aposentadorias e pensões) no total da despesa - ES (%)

* Até abril Fonte: Portal da Transparência ES

Elaboração: Ideies / Sistema Findes

11,4%

14,0%15,2% 15,1%

17,7%19,1%

20,0%

22,6%

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018*

Gráfico 43 - Despesa com Investimentos - ES, em R$ milhões (IPCA abr/2018)

Fonte: Portal da Transparência ES Elaboração: Ideies / Sistema Findes

0,0

11,1

24,729,7

65,6

2,5

20,4

36,0 38,6

97,5

Janeiro Fevereiro Março Abril 1ºQuadrimestre(acumulado)

2017

2018

7. Comentários Finais

O mês de maio foi de mudanças no cenário internacional,

que acabaram refletindo nos países emergentes, inclusive

o Brasil. A expectativa de alta na taxa de juros dos Estados

Unidos e aumento da previsão de crescimento norte-

americano em 2018 ajudou a valorizar o dólar frente às

moedas mundiais.

Na Argentina, a desvalorização do peso levou a uma

grande elevação da taxa de juros e a um pedido de ajuda

ao FMI, em meio a grande instabilidade que o país voltou

a enfrentar.

No Brasil, a combinação da alta do dólar e da elevação do

preço do petróleo levou a seguidos reajustes nos preços

de combustíveis, como gasolina e óleo diesel, o que pro-

vocou

vocou um desdobramento grave a partir da paralisação

dos caminhoneiros em protesto contra os aumentos de

seus custos. A consequência foi um desajuste na distribui-

ção logística do país, afetando a própria disponibilidade de

combustíveis (para carros, ônibus e aviões), alimentos e

medicamentos, além de perdas na produção agrícola e

industrial devido à dificuldade de escoamento.

Para tentar resolver a crise o governo atendeu a uma série

de pedidos dos caminhoneiros16, como a diminuição do

preço do diesel por 60 dias, e a edição de Medidas

Provisórias para estabelecer a suspensão de pedágios

para caminhões vazios e com eixo suspenso em todas as

rodovias do país, reserva de 30% dos fretes da Companhia

nacional de abastecimento (Conab) para caminhoneiros

autônomos, e uma tabela de preços mínimos de frete.

27

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

A valorização do dólar, que poderá ter impacto na inflação

do Brasil, foi um dos principais fatores que fez o Copom a

não reduzir a taxa Selic em 0,25 p.p., como era esperado

pelo mercado. No entanto, o IPCA de abril também ficou

abaixo do esperado, e a inflação acumulada em 12 meses

segue inferior ao piso da meta do Banco Central.

O último dado da atividade econômica, o IBC-Br de março,

mostrou queda na comparação com fevereiro de 2018 e

com março de 2017. A previsão do mercado para o

crescimento neste ano, contida no boletim Focus do BC,

segue sendo reajustada para baixo nas últimas semanas.

Já a atividade econômica do Espírito Santo em março

(IBCR-ES) mostrou-se praticamente estável em relação a

fevereiro, e teve alta na comparação com o mesmo mês

de 2017.

Na produção física industrial, Brasil e Espírito Santo apre-

sentam variações antagônicas. Na comparação de março

de 2018 contra o mesmo mês do ano anterior, ou do acu-

mulado

mulado no ano e acumulado em 12 meses, o Brasil

apresentou crescimento, e o Espírito Santo caiu. De

maneira geral, a indústria não tem apresentado um

padrão de crescimento regular.

No comércio exterior o ano de 2018 vai acumulando altas

significativas nas importações, influenciadas pelos bens

de capital, bens de consumo duráveis e combustíveis. As

exportações sobem menos que as importações no Brasil

(no Espírito Santo acumulam pequena queda), mas as

balanças comerciais, tanto nacional quanto estadual,

seguem positivas (ver gráfico 27).

A arrecadação pública teve alta no estado e as despesas

também apresentaram elevação. O resultado orçamen-

tário é positivo no acumulado até abril. A expectativa é de

que isso possa ajudar a acelerar os investimentos, que já

apresentam maior dinamismo do que nos anos anteriores.

O mercado de crédito teve um mês de março positivo,

com aumento do saldo de operações e reduções dos juros

e spread médio.

Em abril e maio alguns avanços na agenda de reformas

microeconômicas foram percebidos, mas a instabilidade

econômica recente - que teve a ver com a valorização do

dólar e, posteriormente, se agravou com a paralisação dos

caminhoneiros - a vinda da Copa do Mundo, entre junho

e julho, e o início das convenções partidárias e da

campanha eleitoral, entre julho e agosto, poderão

aumentar a paralisia política que já começa a acometer

Brasília.

O impacto financeiro, apenas da redução do preço

do diesel, foi estimado pelo Ministério da Fazenda

em cerca de R$ 13,5 bilhões para o ano de 2018,

considerando subsídios e isenção de impostos. Em

que pese mais um subsídio, que acabará por repas-

sar a todos os contribuintes o custo da redução do

diesel, este possui a vantagem de ser transparente e

transitório, visto que estará no orçamento via

crédito extraordinário, ao contrário dos recentes

subsídios implícitos dados ao BNDES, que não são

transparentes por não entrarem no orçamento.

28

3. Comentários

Finais

Lista de Siglas e Fontes dos indicadores utilizados nesta publicação

ACC: Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio

ANP: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

Anatel: Agência Nacional das Telecomunicações

BC: Banco Central do Brasil

BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

Cade: Conselho Administrativo de Defesa Econômica

Caged: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

CMN: Conselho Monetário Nacional

CNAE: Classificação Nacional de Atividades Econômicas

Copom: Comitê de Política Monetária

Fecomércio-ES: Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo

Fed: Federal Reserve – Banco Central dos Estados Unidos

Fiesp: Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

Findes: Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo

FMI: Fundo Monetário Internacional

Focus: Relatório semanal organizado pelo BC, com expectativas de mercado de cerca de 130 instituições

FPE: Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal

FOB: “Free On Board”

Funcex: Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior

Fundeb: Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos

Profissionais da Educação

IBC: Índice de Atividade Econômica do Banco Central

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IBRE/FGV: Instituto Brasileiro de Economia / Fundação Getúlio Vargas

IC-Br: Índice de Commodities Brasil

ICEI: Índice de Confiança do Empresário Industrial

ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

IJSN: Instituto Jones dos Santos Neves

IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados

IR: Imposto de Renda

LCA: LCA Consultores

MDIC: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços

MTE: Ministério do Trabalho

IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

Pasep: Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público

PIB: Produto Interno Bruto

PIM-PF: Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física

PMC: Pesquisa Mensal do Comércio

PMS: Pesquisa Mensal de Serviços

RMGV: Região Metropolitana da Grande Vitória

SEFAZ: Secretaria de Estado da Fazenda

Selic: Sistema Especial de Liquidação e de Custódia

SIGEFES: Sistema Integrado de Gestão das Finanças Públicas do Espírito Santo

SIUP: Serviços Industriais de Utilidade Pública

STN: Secretaria do Tesouro Nacional

ANO 2 – NÚMERO 9 – MAIO DE 2018

29