Apresentação do PowerPointwebebd.com/ipn/pluginfile.php/1287/mod_resource/content/1/Aula 7 –...

1517 A Reforma como

Você nunca Ouviu!

Presb. Lúcio Mafra Martins Teixeira

Gustavo Rocha Santos

Aula 1 - Os Pré-reformadores Fidelidade a um Alto Custo

Aula 2 - A Reforma na Alemanha De Volta à Autoridade das Escrituras

Aula 3 - A Reforma na Suíça Construindo uma Cosmovisão Bíblica

Aula 4 - A Reforma na Inglaterra O Ponto de Partida para o Mundo

Aula 5 - A Luz da Reforma na Escócia Surge o Presbiterianismo

Aula 6 - A Expansão do Calvinismo Para Deus não há Fronteiras

Aula 7 - A Reforma e a Cultura Ocidental Interagindo com o nosso Ambiente Cultural

Aula 8 - A Reforma as Artes e as Ciências Naturais Interagindo com a Cultura Intelectual Moderna

Aula 9 - Por que precisamos de uma nova Reforma?

1517 A Reforma como você nunca ouviu

Aula 7

A REFORMA E A

CULTURA OCIDENTAL

Interagindo com o nosso

Ambiente Cultural

Presb. Lúcio Mafra

Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro

do que a vós outros, me odiou a mim. Se

vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o

que era seu; como, todavia, não sois do

mundo, pelo contrário, dele vos escolhi,

por isso, o mundo vos odeia.

JOÃO 15.18-19

• O Cristianismo sempre tem tido uma relação ambivalente com seu contexto cultural.

• À medida que o Cristianismo tornava-se uma presença cada vez maior no Império Romano, ele era normalmente visto com desconfiança e hostilidade pelas autoridades.

• Como os cristãos que ocupavam altos cargos públicos, tinham de entender sua relação com a cultura como um todo?

• Monasticismo:

• Acreditava que a vida no mundo distrai a pessoa do amor e do louvor a Deus e leva à condenação dela, não à salvação.

• Retirar-se do mundo era a única solução.

1517 A Reforma como Você nunca Ouviu

• O protestantismo, à medida que conquistou proeminência na Europa Ocidental e além dela, foi obrigado a tratar da questão de como interagir com seu ambiente cultural.

• Embora essa questão, na verdade, nunca tenha estado totalmente ausente da reflexão protestante.

• A Teologia de Martinho Lutero dos “dois reinos” pode ser entendida como uma tentativa de fornecer uma justificativa intelectual.

• Segundo Lutero, Deus estabeleceu dois reinos, ambos criação de Deus, e ambos sobre o governo de Deus. Mas um está sob a lei (estado - poder civil) e o outro sob o evangelho (Igreja).


Religião e Cultura:

Modelos Protestantes de Interação



As grandes revoluções cristãs não vieram pela descoberta de algo que não era conhecido antes.

Elas acontecem quando alguém toma radicalmente algo que

estava sempre lá.

Richard Niebuhr (1894-1962) - Teólogo Protestante Norte-Americano

• O protestantismo não introduziu nenhum novo modelo para entender sua interação com a cultura.

• Ele trabalhou nos paradigmas cristãos existentes, adaptando-os e desenvolvendo-os para ir ao encontro de suas preocupações – mas não desenvolveu nenhum modelo próprio.

• Em 1951, Richard Niebuhr publicou “Christ and Culture” (Cristo e a Cultura).

• Nesse livro ele apresenta cinco modelos que o cristianismo histórico desenvolveu a partir da reflexão sobre seu comportamento com seu ambiente:


• Cristo contra a Cultura.

• Cristo da Cultura

• Cristo acima da Cultura

• Cristo e Cultura em Paradoxo.

• Cristo, o Transformador da Cultura

• Afirma que há oposição fundamental entre cristianismo e cultura.

• O relacionamento é de antagonismo, quer surgido da hostilidade da cultura em relação à igreja, quer o inverso.

• Esse modelo é exclusivista e eminentemente contracultural, pois traça uma nítida separação entre a fraternidade dos filhos de Deus e o mundo, isto é, a sociedade fora da igreja.

• Foi comum entre os primeiros cristãos.

• A igreja primitiva, era ensinada a obedecer a Cristo, amar aos seus irmãos e a rejeitar o mundo.


• Cristo contra a Cultura.

Não ameis o mundo nem as coisas que há no

mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do

Pai não está nele; porque tudo que há no

mundo, a concupiscência da carne, a

concupiscência dos olhos e a soberba da vida,

não procede do Pai, mas procede do mundo.

1 JOÃO 2.15-16.

• Por isso, os cristãos são ensinados a deixarem a sociedade secular, seu materialismo e concupiscência, a fim de se preocuparem com a cidadania celestial.

• O instinto de separar-se de uma cultura caída é bem exemplificado em alguns movimentos protestantes norte-americanos contemporâneos que traçam sua origem até a Reforma radical.

• Exemplos desse tipo de relacionamento incluem os anabatistas do século 16, os cristãos Quakers, amish, monastérios, etc.

• Fundamentalismo protestante norte-americano moderno, com origem em John Nelson Darby (1800-1882), fundador dos Irmãos de Plymouth.


• Cristo contra a Cultura (continuação).

• Apesar das críticas a esses grupos, Niebuhr diz que:

• “estas fugas e rejeições cristãs das instituições da sociedade têm sido, na história, de grande importância, tanto para a Igreja como para a cultura.

• Elas têm mantido a distinção entre Cristo e César, entre revelação e razão, entre a vontade de Deus e a vontade do homem.

• Elas têm provocado reformas tanto na Igreja como no mundo, muito embora não fosse este o seu propósito.

• Eis porque homens e movimentos desta espécie são sempre celebrados pelo seu heroico papel na história de uma cultura que eles rejeitaram” (p. 90).


• Cristo contra a Cultura (continuação).

• Em oposição ao primeiro modelo advoga a acomodação e aceitação pelos cristãos ao ambiente cultural vigente.

• Aqui, busca-se a harmonização entre Cristo e a cultura, de modo que “não há tensão • entre Igreja e mundo, • entre as leis sociais e o Evangelho, • entre as operações da divina graça e o esforço humano, • entre a ética da salvação e a ética da preservação ou

progresso”.

• Surgiu em resposta a uma crescente percepção de que a fé e a teologia cristãs exigiam reconstrução à luz do conhecimento, das atitudes e dos valores modernos.

• “O protestantismo precisava adaptar-se se quisesse sobreviver”.


• O Cristo da Cultura.

• Historicamente, esse tipo de relacionamento foi advogado pelo:

• Gnosticismo – que insistia em interpretar

• O Cristianismo como uma religião e não como uma igreja (entendida como simples associação religiosa), e

• Jesus como mais um deus, e não o Senhor da Vida.

• Protestantismo Liberal, que começou na Alemanha no início do século 19.

• Divindade de Cristo – reinterpretada com uma afirmação de Jesus exemplificar qualidades que a humanidade como um todo pode imitar.

• Jesus diferia da humanidade em grau, não em espécie.

• Atualmente, o Cristianismo da cultura é visto na teologia da igreja pós-moderna/emergente.


• O Cristo da Cultura (continuação).


com relação à religião, a maioria dos jovens dos Estados Unidos tem uma postura pós-moderna,

o que significa dizer que eles encaram a fé de um modo parecido ao jazz: informal, eclético e,

muitas vezes, sem um tema específico. Basicamente, costumam rejeitar uma religião

organizada, privilegiando uma mescla religiosa que funcione para eles. Para esses jovens, não

há nada de mais em construir a própria fé juntando tradições de religiões totalmente

diferentes, e muitos formam sua teologia da mesma maneira como pegam um resfriado: por

meio de contatos casuais com estranhos.

Texto do livro “O Deus de Barack Obama”, de Stephen Mansfild

• Rejeita as posições extremas anteriores e busca uma situação de centralidade (a Igreja do centro), que seria a majoritária na história da igreja.

• Tenta compor a fé protestante com as normas culturais contemporâneas, buscando uma solução “tanto isso quanto aquilo”, não sendo possível dizer “Cristo ou a cultura”, pois em ambos os casos estamos tratando com Deus”.

• Ao contrário do protestantismo liberal, tem o objetivo de subordinar os valores da cultura secular às preocupações cristãs.

• Combina elementos do evangelho e da cultura em uma única estrutura de pensamento e de conduta.

• Exemplos: Em Clemente de Alexandria e nos escritos do grande teólogo escolástico Tomás de Aquino.


• Cristo acima da Cultura.

• Defende que os cristãos individuais e a igreja existem em tensão com o mundo, como resultado de sua condição de seres caídos.

• O cristão deve pensar que pertence a dois reinos bem diferentes, em geral, designados como “temporal” e “espiritual”.

• O cristão não pode se esquivar da tensão entre essas duas autoridades.

• Abordagem exemplificada em Lutero, particularmente na doutrina dos “dois reinos”.

• Governo Espiritual DE DEUS – Efetivado por meio da Palavra de Deus e da orientação do Espírito Santo.

• Governo Mundano DE DEUS – Efetivado por meio de reis, príncipes, magistrados e governantes, que, verdadeiros crentes ou não, ainda assim, desempenham um papel divino.


• Cristo e Cultura em Paradoxo.

Todo homem esteja sujeito às

autoridades superiores; porque não há

autoridade que não proceda de Deus;

e as autoridades que existem foram

por ele instituídas.

ROMANOS 13.1

• Lutero insiste que Deus determinara que essa ordem fosse imposta à criação para a manutenção da paz e a repressão do pecado.

• Há 3 hierarquias, ou “ordens”, na sociedade cristã:

• A casa ou Família – Tendo o pai como cabeça.

• Os Príncipes e Magistrados – Exercem autoridade secular.

• O Clero – Exerce autoridade espiritual.

• Todas essas hierarquias estão fundamentadas na Palavra de Deus e refletem a vontade divina para a estruturação e preservação do reino mundano.

• As tensões são evidentes, e o resultado é a tensão permanente.

• Para Lutero, esse é o resultado inevitável da natureza da realidade.


• Cristo e Cultura em Paradoxo (continuação).

• Essa posição afirma a “dupla cidadania”.

• Para os dualistas, a questão fundamental não é a linha que deve ser traçada para estabelecer separação entre os cristãos e o mundo pagão ou secular, mas entre Deus e toda a humanidade.

• Nesse caso, nenhuma esfera deverá reger a outra, e nem atacar a outra. São somente esferas distintas de atuação, com propósitos diferentes.

• Desse modo, lei, Estado, e outras instituições são “como freios e diques contra o pecado, impedidores da anarquia, e não como agências positivas através das quais os homens em união social prestam serviço aos próximos, avançando rumo à vida verdadeira. Além disto, para. os dualistas, tais instituições pertencem inteiramente ao mundo temporal e passageiro”.


• Cristo e Cultura em Paradoxo (continuação).

• Temos aqui a categoria do tipo conversionista, em que a cultura deve ser levada cativa ao senhorio de Cristo.

• Ela não quer simplesmente “batizar” a cultura secular, mas transformar o mundo tornando-o melhor.

• Para isso, a soberania de Deus desempenha um papel importante nessa abordagem. Cristo é visto convertendo pessoas nas culturas e nas sociedades, e não à parte delas.

• Embora mais positiva em relação à cultura do que o paradoxo dualista, sustenta que a cultura permanece sob o julgamento de Deus.

• João Calvino, John Wesley, Jonathan Edwards e a tradição puritana, todos eles tentam converter os valores e objetivos da cultura secular para o serviço do Reino de Deus.


• Cristo, o transformador da Cultura.

CONCLUSÃO


• De certo modo, as Escrituras parecem evidenciar a necessidade de misturar dois tipos de paradigmas: “Cristo e cultura em paradoxo” e “Cristo, o transformador da cultura”, porque este mundo é do Pai Celeste, e no entanto, aqui não é meu lar.

• Com efeito, ao longo do Antigo Testamento aprendemos que há dois reinos: a Cidade de Deus e a Cidade dos Homens, de modo que o reino e a cultura de Deus estão unidos enquanto a nação espelha o reino de Deus; mas quando Israel quebrou a aliança, os dois reinos mais uma vez foram divididos.

• No Novo Testamento Jesus afirmou que “o meu reino não é daqui” (Jo 18.36), os crentes colocam suas esperanças numa pátria melhor, celestial (Hb. 11.16).


Respondeu Jesus: O meu reino não é deste

mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os

meus ministros se empenhariam por mim, para

que não fosse eu entregue aos judeus; mas

agora o meu reino não é daqui.

JOÃO 18.36

26

Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto

é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha

deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto

lhes preparou uma cidade.

HEBREUS 11.16

• Nada obstante, somos também admoestados a evitar ver a cidadania num reino como antítese completa da cidadania e participação no outro, afinal o próprio Paulo afirmou: E não vos conformeis com este mundo (paradoxo) mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento (Rm. 12.2).

• Aliás, a palavra “mundo” possui vários significados na Bíblia. Kosmos, no grego, pode denotar:

• A terra (mundo físico) (Mt 13.35; Jo 21.25; At 17.24);

• O gênero humano (mundo demográfico) (Mt 5.14; Jo 1.10; 3.16; 3.17);

• A atual condição da humanidade em oposição a Deus (mundo caído) (Jo 7.7; 8.23; 14.30; 1Co 2.12; Gl 4.3; 6.14; Cl 2.8).

• Portanto, o cristão precisa estabelecer a correta relação com essas diferentes concepções de mundo.


• A definição do modo ideal como o cristão deve se relacionar com a cultura requer uma reflexão baseada nas Escrituras Sagradas, considerando sobretudo os três elementos fundamentais da cosmovisão cristã:

• Criação,

• Queda e

• Redenção.

• Essa tríade contraria o pensamento dualista (secular-sagrado) e fornece os elementos necessários para a construção da perspectiva cristã, além de servir de base para avaliar outras cosmovisões.


1517 A Reforma como você nunca ouviu

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A REFORMA AS ARTES E

AS CIÊNCIAS NATURAIS

Interagindo com a

Cultura Intelectual Moderna

Que DEUS

o abençoe e guarde

neste Dia do Senhor!

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Obrigado.

Sua presença e participação

fizeram diferença!

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Tomás de Aquino

(1225—1274)


• Frade italiano da Ordem dos Dominicanos, cujas obras tiveram enorme influência na teologia e na filosofia, principalmente na tradição conhecida como Escolástica.

• A questão-chave que vai atravessar todo o pensamento escolástico é a harmonização de duas esferas: a fé e a razão.

• Agostinho, mais conservador, defende uma subordinação maior da razão em relação à fé, por que esta restaura a condição decaída da razão humana.

• Tomás de Aquino defende uma certa autonomia da razão na obtenção de respostas, apesar de em nenhum momento negar tal subordinação da razão à fé.

RETORNAR

Clemente de Alexandria ou Tito Flávio Clemente

(150—215)


• Foi um escritor, teólogo, apologista cristão grego nascido em Atenas.

• Erudito numa época em que os cristãos eram geralmente pouco letrados, foi capaz de construir argumentos lógicos convincentes, baseados nas escrituras e na filosofia, a favor do cristianismo e contra os gnósticos.

• Defendeu a fraternidade e a repartição das riquezas entre os homens.

• Por volta de 175 - 180, na Escola de teologia de Alexandria, encontrou o filósofo patrístico Panteno (século II), sucedendo-o por volta de 189, como líder espiritual da comunidade cristã de Alexandria.

• Ali permaneceu durante vinte anos, tornando-se um dos mais ilustrados padres primitivos.

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