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Imunoglobulinas
subcutâneas no tratamento
de imunodeficiências
primárias
Proposta de atualização do ROL
Nome da tecnologia: Imunoglobulina subcutânea (ENDOBULIN KIOVIG®, Hizentra®, HYQVIA®, Gammanorm® e Cuvitru)
Indicação de uso: Tratamento de pacientes adultos e pediátricos com síndromes de imunodeficiência primária (IDP) e produção alterada de
anticorpos.
Motivação:
Concentrações mais estáveis de Ig sérica, administração mais simples, menos eventos adversos sistêmicos,
ausência de sintomas do tipo wear-off, melhora da qualidade de vida, redução considerável de custos.
Imunoglobulinas subcutâneas no tratamento de imunodeficiências primárias
Diretrizes nacionais desatualizadasA administração imunoglobulina G (IgG) por via intravenosa (IV) ainda é o tratamento predominante para pacientes com IDP no cenário brasileiro1-3
Terapia com Ig SC:
II Consenso Brasileiro de 2017 sobre o uso de imunoglobulina humana em IDPsDestaca benefícios relevantes para administração SC sobre a IV (melhora da qualidade de vida relacionada à saúde e redução de eventos adversos sistêmicos)²
Concentrações séricas de IgG são mais instáveis na terapia IVRedução considerável 15-20 dias após a administração, eventualmente associada a sintomas do tipo wear-off como fadiga e mal estar geral²
Eventos adversos associados à administração de IgG IVCefaleia, meningite asséptica, tremor, dor torácica, alterações da pressão arterial, batimentos cardíacos e trombose, por exemplo4
1. Ministério da Saúde (Brasil). Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Imunodeficiências Primárias com Predominância de Defeitos de Anticorpos [Internet]. 2007 [cited 2018 Jul 14]. p. 18. Available from: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2007/prt0495_11_09_2007.html2. Goudouris ES, Silva AM do R, Ouricuri AL, Grumach AS, Condino-Neto A, Costa-Carvalho BT, et al. II Brazilian Consensus on the use of human immunoglobulin in patients with primary immunodeficiencies. Einstein (São Paulo). Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein; 2017 Mar;15(1):1–16. 3. Roxo J, Porto Neto A, Zuliani A, Viera S. Imunodeficiências Primárias: Tratamento - Diretrizes. Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar. 2011. p. 1–15. 4. Bonilla FA. Intravenous immunoglobulin: Adverse reactions and management. J Allergy Clin Immunol. 2008;122(6):1238–9.
Descrição do problema de saúde
As IDPs representam um grupo com mais de 350 doenças geneticamente heterogêneas que afetam o desenvolvimento e/ou função
de componentes da imunidade inata e adaptativa, levando ao aparecimento de infecções recorrentes, graves e/ou causadas por
agentes etiológicos infrequentes ou considerados de baixo potencial patogênico, além de manifestações autoimunes ou
inflamatórias e maior predisposição a neoplasias.1-5
Imunoglobulinas subcutâneas no tratamento de imunodeficiências primárias
Classificação baseada em 9 grupos5,7
Comitê para Imunodeficiências Primárias da
International Union of Immunological Societies
Defeitos predominantes de anticorpos 46.077
Imunodeficiências combinadas associadas a síndromes
13.512
Imunodeficiências combinadas 6.295
Desordens autoinflamatórias 5.574
Defeitos congênitos de fagócitos 5.362
Deficiências de complemento 4.897
Doenças de imunodesregulação 3.402
Defeitos de imunidade inata e intrínseca
1.507
Fenocópias de erros inatos de imunidade
114
Inespecíficas ou outras 15.357
As principais manifestações clínicas das IDPs são infecções de repetição.Alguns pacientes podem apresentar uma variedade de outrasmanifestações clínicas, incluindo doenças autoimunes, reumatológicas egastrointestinais²
São predominantes casos de infecções por micro-organismosespecíficos (ex: Haemophilus influenzae, Streptococcuspneumoniae, e Moraxella catarrhalis) ou de baixa virulência. Osquadros infecciosos apresentam evolução grave e prolongada,com resposta inadequada à terapia antibiótica e elevados riscosde complicações e hospitalizações2,6
O relatório da Sociedad Latinoamericana de Inmunodeficiencias (LASID) -
Junho de 2018 mostrou que, entre os 50 centros participantes no Brasil, o
total de pacientes com IDP registrados no país foi de 1.825, contabilizando
23,38% de todos os casos reportados na América Latina9
São consideradas doenças raras, com incidência estimada em1:10.000 nascidos vivos, com exceção da deficiência de Ig A,com incidência estimada em 1:500 nascidos vivos8
Classificação Prevalência global
Prevalência global segundo Jeffrey Modell Centers Networ (2018)
23,38%
1. Hospital Israelita Albert Einstein. Diretrizes Assistenciais Imunodeficiências Primárias: quando e como investigar. São Paulo; 2012. p. 1–17. 2. Roxo P. Imunodeficiências primárias: aspectos relevantes para o pneumologista. J Bras Pneumol. 2009;35(10):1008–17. 3. Notarangelo LD. Primary immunodeficiencies. J Allergy Clin Immunol. 2010;125(2):S182-94. 4. Goudouris ES, Silva AM do R, Ouricuri AL, Grumach AS, Condino-Neto A, Costa-Carvalho BT, et al. II Brazilian Consensus on the use of human immunoglobulin in patients with primary immunodeficiencies. Einstein (São Paulo). Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein;2017 Mar;15(1):1–16. 5. Modell V, Orange JS, Quinn J, Modell F. Global report on primary immunodeficiencies : 2018 update from the Jeffrey Modell Centers Network on disease classification , regional trends , treatment modalities , and physician reported outcomes. Immunologic Research; 2018; 6. Fried AJ, Bonilla F a. Pathogenesis, diagnosis, and management of primary antibody deficiencies and infections. Clin Microbiol Rev. 2009;22(3):396–414. 7. Picard C, Bobby Gaspar H, Al-Herz W, Bousfiha A, Casanova J-L, Chatila T, et al. International Union of Immunological Societies: 2017 Primary Immunodeficiency Diseases Committee Report on Inborn Errors of Immunity. J Clin Immunol. Springer; 2018 Jan;38(1):96–128. 8. Chien YH, Chiang SC, Chang KL, Yu HH, Lee WI, Tsai LP, et al. Incidence of severe combined immunodeficiency through newborn screening in a Chinese population. J Formos Med Assoc. Elsevier Taiwan LLC; 2012;114:12–6. 9. Sociedad Latinoamericana de Inmunodeficiencias. Estatísticas - Registro de IDPs da Sociedad Latinoamericana de Inmunodeficiencias (LASID) [Internet]. LASID. 2018 [cited 2018 Jul 13]. p. 1–10. Available from: https://registrolasid.org/estatisticas.html
Imunoglobulinas subcutâneas no tratamento de imunodeficiências primárias
População alvo
Pacientes adultos ou
crianças com IDP
Imunoglobulinas subcutâneas no tratamento de imunodeficiências primárias
Tecnologia de saúde em proposição
ENDOBULIN KIOVIG® ¹ Hizentra ² HYQVIA® ³ Gammanorm® 4
Indicação Terapias de reposição de
imunodeficiências primárias.
Terapia de reposição em adultos e crianças com
síndromes de imunodeficiência primária.
Terapia de reposição em síndromes de imunodeficiência
primária com produção de anticorpos alterada.
Tratamento de reposição de
imunoglobulinas em adultos e crianças com síndromes de imunodeficiência primárias.
Âmbito
assistencialAmbulatorial, hospitalar ou hospital-dia.
Apenas em
ambiente
hospitalar?
Não.
Necessidade de
outras
tecnologias?
Aplicação: bombas de infusão, cateteres e agulhas específicasMonitoramento: Hemograma completo, contagem de plaquetas, função hepática, função renal e dosagem de imunoglobulinas
séricas.
CONITEC Não foram submetidas à avaliação da CONITEC.
1. Shire Farmacêutica Brasil Ltda. Endobulin Kiovig (imunoglobulina G) [Bula]. São Paulo; 2017. 2. CSL Behring Comércio de Produtos Farmacêuticos Ltda. Hizentra (imunoglobulina humana) [Bula]. 2018; 3. Shire Farmacêutica Brasil Ltda., Ltda B. HyQvia (imunoglobulina humana normal) [Bula]. São Paulo; 2018. 4. Ministério da Saúde (Brasil). Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Parecer Público de Avaliação do Medicamento – Aprovação. Brasília: Ministério da Saúde; 2018. p. 1–9.
Cuvitro: Registro ANVISA publicado em 26/11/2018 (revisão da literatura conduzida até julho 2018). Indicação: Casos de agamaglobulinemia (deficiênciaprotéica congênita); na hipogamaglobulinemia (deficiência protéica desenvolvida em pacientes) e deficiência de subclasses de IgG.
Imunoglobulinas subcutâneas no tratamento de imunodeficiências primárias
Segurança da tecnologia
Uma análise específica para estudos reportando EAs sistêmicos (cefaleia, febre, reações anafilactóides, por exemplo)
mostrou que o risco é significativamente menor no grupo com IGH SC, uma vez que são típicos da administração
IV.¹
Figura 1. Gráfico de pinheiro para a
metanálise de eventos adversos sistêmicos -IGH SC versus IV em
Abolhassani et al., 2012.¹
A reposição com imunoglobulina humana (IGH) SC estáassociada com mais EAs locais, principalmente no iníciodo tratamento. No entanto, estes são leves e sem maioresrepercussões para o paciente. ¹
Por outro lado, IGH IV resultou em mais reaçõessistêmicas, como cefaleia, febre e reaçõesanafilactóides, que podem ser evitadas com amodificação do tratamento para formulações SC.¹
1. Abolhassani H, Sadaghiani MS, Aghamohammadi A, Ochs HD, Rezaei N. Home-Based Subcutaneous Immunoglobulin Versus Hospital-Based Intravenous Immunoglobulin in Treatment of Primary Antibody Deficiencies: Systematic Review and Meta Analysis. J Clin Immunol. 2012 Dec 23;32(6):1180–92.
Imunoglobulinas subcutâneas no tratamento de imunodeficiências primárias
Tecnologias alternativas disponíveis no rol para a mesma indicação
Imunoglobulina IV com
registro no Brasil
Imunoglobulinas subcutâneas no tratamento de imunodeficiências primárias
Benefícios/ganhos da tecnologia em comparação a tecnologias já disponíveis no rol para a mesma indicação 1-3
IGH IVIGH SC vs.Tecnologia já disponívelTecnologia nova
A eficácia similar entre as
alternativas terapêuticas na obtenção de níveis de IgG sérica e
redução de infecções graves
▪ Melhores resultados para qualidade de vida
relacionada à saúde
▪ Maior satisfação com o tratamento
▪ Redução da perda de produtividade
▪ Maior comodidade
▪ Maior flexibilidade
▪ Menor comprometimento do tempo do paciente e
cuidadores
▪ Menor dor e desconforto
▪ Os pacientes e seus cuidadores referem ainda menos
dias afastados de atividades laborais ou escolares,
bem como custos reduzidos
No entanto, pacientes preferem a via SC
1. Abolhassani H, Sadaghiani MS, Aghamohammadi A, Ochs HD, Rezaei N. Home-Based Subcutaneous Immunoglobulin Versus Hospital-Based Intravenous Immunoglobulin in Treatment of Primary Antibody Deficiencies: Systematic Review and Meta Analysis. J Clin Immunol. 2012 Dec 23;32(6):1180–92. 2. Lingman-Framme J, Fasth A. Subcutaneous immunoglobulin for primary and secondary immunodeficiencies: An evidence-based review. Drugs. 2013;73(12):1307–19. 3. Shabaninejad H, Asgharzadeh A, Rezaei N, Rezapoor A. A Comparative Study of Intravenous Immunoglobulin and Subcutaneous Immunoglobulin in Adult Patients with Primary Immunodeficiency Diseases: A Systematic Review and Meta-Analysis. Expert Rev Clin Immunol. 2016 May 3;12(5):595–602.
Revisão da literatura
Revisão da literatura
Questão estruturada no formato PICO
P – População Pacientes adultos ou crianças com imunodeficiência primária
I – Intervenção Imunoglobulina subcutânea
C – Comparação Imunoglobulina intravenosa
O – Desfechos
Avaliação clínica: eficácia, segurança e qualidade de vida relacionada à saúde.Avaliação econômica: razão de custo-efetividade incremental e razão decusto-utilidade incremental.
T – Tipo de EstudoMeta-análises, revisões sistemáticas, ensaios clínicos eavaliações econômicas.
Pergunta: O uso de Ig SC para o tratamento de IDP em adultos e crianças é eficaz, seguro e custo-efetivo quando comparado à Ig IV?
Revisão da literatura
Evidências científicas
Três estudos foram selecionados e incluídos na
revisão, sendo todos revisões sistemáticas de
estudos comparando IGH SC versus IV.
Primeiro autor Publicação Ano
Abolhassani¹ J Clin Immunol 2012
Lingman-Framme² Drug 2013
Shabaninejad³ Expert Rev Clin Immunol 2016
Dada a existência de revisões sistemáticas com métodos
adequados respondendo à questão PICO, foram considerados
elegíveis apenas estudos individuais publicados posteriormente
à data das revisões. No entanto, não foram identificados
outros estudos individuais atendendo aos critérios
1. Abolhassani H, Sadaghiani MS, Aghamohammadi A, Ochs HD, Rezaei N. Home-Based Subcutaneous Immunoglobulin Versus Hospital-Based Intravenous Immunoglobulin in Treatment of Primary Antibody Deficiencies: Systematic Review and Meta Analysis. J Clin Immunol. 2012 Dec 23;32(6):1180–92. 2. Lingman-Framme J, Fasth A. Subcutaneous immunoglobulin for primary and secondary immunodeficiencies: An evidence-based review. Drugs. 2013;73(12):1307–19. 3. Shabaninejad H, Asgharzadeh A, Rezaei N, Rezapoor A. A Comparative Study of Intravenous Immunoglobulin and Subcutaneous Immunoglobulin in Adult Patients with Primary Immunodeficiency Diseases: A Systematic Review and Meta-Analysis. Expert Rev Clin Immunol. 2016 May 3;12(5):595–602.
Revisão da literatura
Evidências científicas
Lingman-Framme (2013)²
Revisão sistemática de ECR e estudos
observacionais
Abolhassani (2012)¹
Meta-análise de ECR, ensaios controlados, coortes retrospectivas e prospectivas
Níveis de IgGDiferença de médias de 1,00
(IC 95%: 0,84-1,15); p<0,01
Infecções gravesRedução do risco de
infecções graves no grupo IGH
SC com OR de 0,59 (IC 95%:
0,36-0,97); p=0,04
Qualidade de vida e satisfação
Melhora da qualidade de vida
relacionada à saúde,
autopercepção da saúde e
satisfação com a mudança do
tratamento para IGH SC
Shabaninejad (2016)³
Meta-análise de ECR e estudos observacionais – pacientes acima de 12 anos
Eventos adversosSuperioridade da IGH SC em
relação à IV pela menor
incidência de eventos adversos
Níveis de IgGDiferença de médias de 0,336
(IC 95%: 0,2 a 0,47); p <0,01
Infecções gravesA taxa de infecções bacterianas
graves manteve-se abaixo do valor
estabelecidos pelo FDA dos EUA (um
evento por paciente por ano) durante
o tratamento com IGH SC1. Abolhassani H, Sadaghiani MS, Aghamohammadi A, Ochs HD, Rezaei N. Home-Based Subcutaneous Immunoglobulin Versus Hospital-Based Intravenous Immunoglobulin in Treatment of Primary Antibody Deficiencies: Systematic Review and Meta Analysis. J Clin Immunol. 2012 Dec 23;32(6):1180–92. 2. Lingman-Framme J, Fasth A. Subcutaneous immunoglobulin for primary and secondary immunodeficiencies: An evidence-based review. Drugs. 2013;73(12):1307–19. 3. Shabaninejad H, Asgharzadeh A, Rezaei N, Rezapoor A. A Comparative Study of Intravenous Immunoglobulin and Subcutaneous Immunoglobulin in Adult Patients with Primary Immunodeficiency Diseases: A Systematic Review and Meta-Analysis. Expert Rev Clin Immunol. 2016 May 3;12(5):595–602.
Revisão da literatura
Evidências científicas
Shrestha (2019)¹
Revisão sistemática com meta-análise
Eventos adversosSuperioridade da IGH SC em
relação à IV pela menor
incidência de eventos adversos
Níveis de IgG Diferença de médias de 75,43 (IC 95%: 31,7 a 119,19); p=0,05
Infecções graves Aumento do risco no grupo IGH IV, porém sem diferença significativa (peto OR de 1,94 [IC 95%: 0,59 a 6,32); p=0,59)
1. Shrestha P, Karmacharya P, Wang Z, Donato A, Joshi AY. Impact of IVIG vs. SCIG on IgG trough level and infection incidence in primary immunodeficiency diseases: A systematic review and meta-analysis of clinical studies.
World Allergy Organ J. 2019;12(10):100068.
Avaliação econômica
Avaliação Econômica
Perspectiva Sistema Suplementar de
Saúde
População-alvoPacientes com
imunodeficiência primária (IDP) em qualquer faixa etária
Parâmetros gerais
Taxa de desconto: não se aplica à análise.
DesfechosComparação entre
custos de tratamento (custo-minimização)
Horizonte de tempoUm mês, por tratar-se de doença
crônica, que exige tratamento contínuo,
sem diferenças posológicas que
produzam variação de custo ao longo
do tempo em populações com
características semelhantes
Tipo de análiseCusto-minimização, uma vez que não
há diferenças significativas em eficácia
entre a intervenção e seu comparador
(níveis séricos de IgG clinicamente
equivalentes entre as Ig SC e Ig IV)
ComparadoresIntervenção: imunoglobulinas
subcutâneas (Ig SC)Comparador: Iimunoglobulilnas
intravenosas (Ig IV)
Avaliação Econômica
Metodologia de custeio
O modelo de custo-minimização considerou:
Custo de aquisição de medicamentos: PF 18% de todas as Ig SC e Ig IV atualmente comercializadas no país, de
acordo com a lista CMED de março/2019. As posologias foram definidas de acordo com a bula dos
medicamentos e padronizadas em 0,1 g/kg/semana e 0,4 g/kg/mês para Ig SC e Ig IV, respectivamente (adotou-
se o peso médio de 67 kg, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2009).
Custo de administração: definidos de acordo com a tabela de porta da CBHPM.
Via de administração Porte Valor
Subcutânea 4B R$ 415,83
Intravenosa 4C R$ 471,79
Valores de porte definidos para a administração de Ig
Avaliação Econômica
Metodologia de custeio
Custo do manejo de eventos adversos: revisão sistemática conduzida por Abolhassani et al., 2012, indica diferença
estatisticamente significativa, quanto à incidência de eventos adversos, entre as Ig SC e Ig IV (OR: 0,09; IC95%: 0,07
a 0,11; p<0,001).
Eventos relacionados à Ig IV (Xiao et al., 2018) Eventos relacionados à Ig SC (Abolhassani et al., 2012).
Evento Incidência Custo por evento
Sintomas flu-like 87,5% R$ 183,30
Eventos neurológicos 50% R$ 1.800,21
Eventos
tromboembolíticos17% R$ 26.856,97
Eventos dermatológicos 6% R$ 1.034,96
Eventos hematológicos 2% R$ 4.322,48
Insuficiência renal
aguda1%* R$ 11.164,27
Distúrbios eletrolíticos 1%* R$ 240,34
Infecções 1%* R$ 4.557,02
Custo total com EAs R$ 5.890,19
* Premissa de 1%. Valor não reportado no estudo.
Evento Incidência Custo por evento
Eventos relacionados à
infusão45% R$ 1.006,74
Custo total com EAs R$ 450,01
Avaliação Econômica
Resultados: custo incremental
O tratamento da IDP com Ig SC é capaz de reduzir o custo mensal por paciente em aproximadamente R$ 3 mil.
Apesar de apresentar maior custo de aquisição e administração de medicamentos, a redução da incidência de
eventos adversos compensa completamente estes custos gerando, assim, economia de recursos para o sistema.
Custo mensal com imunoglobulinas
Custo de administração de medicamentos
Resultados
Medicamento Posologia Aplicações mensais Peso médio Custo por gCusto mensal com
Ig
Ig SC 0,1 g/kg semanalmente 4 67 kg R$ 307,49 R$ 8.241
Ig IV 0,4 g/kg uma vez ao mês 1 67 kg R$ 257,41 R$ 6.898
Medicamento Aplicações mensais Custo por aplicação Custo mensal com administração
Ig SC 4 R$ 415,83 R$ 1.663
Ig IV 1 R$ 471,79 R$ 472
Ig SC Ig IV Incremental
Custo total R$ 10.354 R$ 13.260 -R$ 2.906
Medicamentos R$ 8.241 R$ 6.898 R$ 1.342
Administração R$ 1.663 R$ 472 R$ 1.192
Eventos adversos R$ 450 R$ 5.890 -R$ 5.440
Impacto orçamentário
Impacto orçamentário
População elegível
Projeção da população elegível (2020-2024)
População elegível: a população elegível foi definida de acordo com dados do LASID, que registra, no Brasil, 1.825
pacientes com IDP em junho de 2018. Adotou-se a premissa de que 80% destes pacientes seriam elegíveis ao
tratamento com Ig (1.472 pacientes).
Projeção para 2020-2024: a projeção para o período de interesse (2020-2024) se deu através da aplicação da
taxa de crescimento da população brasileira para o período ao número base de 1.472 pacientes.
Pacientes no sistema suplementar de saúde: considerou-se que 24,3% dos pacientes (taxa de cobertura da ANS)
seriam tratados no sistema privado.
Período Pacientes elegíveis ao tratamento no SSS
2020 360
2021 363
2022 366
2023 368
2024 370
Impacto orçamentário
Market share e custo de tratamento
Market share projetado para Ig SC e Ig IV após a incorporação
Custo mensal de tratamento com Ig SC e Ig IV
Market share: adotou-se uma premissa de crescimento gradual da participação de mercado das Ig SC no sistema
suplementar de saúde.
Custo do tratamento: os custos de tratamento consideraram a aquisição de medicamentos, administração e
manejo de eventos adversos.
Período 2020 2021 2022 2023 2024
Ig SC 10% 20% 30% 40% 50%
Ig IV 90% 80% 70% 60% 50%
Ig SC Ig IV Incremental
Custo total R$ 10.354 R$ 13.260 -R$ 2.906
Impacto orçamentário
Resultados
Impacto orçamentário
Impacto orçamentário: a partir da população elegível, market share e custos de tratamento apresentados foi
possível calcular o impacto ao orçamento da incorporação das Ig SC para o tratamento da IDP no sistema
suplementar de saúde.
O resultado da análise de impacto orçamentário estima uma economia de recursos de aproximadamente R$ 1,2
milhão no primeiro ano após a incorporação das Ig SC ao rol de procedimentos de reembolso obrigatório da ANS.
Em cinco anos, esta economia pode chegar a R$ 19 milhões.
Cenário 2020 2021 2022 2023 2024 Total
Referência 56.901.853 57.337.407 57.760.337 58.169.446 58.563.616 288.732.660
Projetado 55.654.698 54.824.005 53.962.425 53.069.697 52.145.733 269.256.557
Incremental -1.247.155 -2.513.402 -3.797.912 -5.099.750 -6.417.884 -19.076.103
Capacidade instalada e DUT
Capacidade instalada
Capacidade instalada e DUT
Recursos físicos: ambiente de hospital-dia, bomba de
infusão, cateteres e agulhas específicas
Recursos humanos necessários: médico e profissional de
enfermagem capacitados
Ambos disponíveis em âmbito nacional na perspectiva da Saúde Suplementar
Capacidade instalada e DUT
Terapia subcutânea com imunoglobulina humana policlonal – Diretriz de utilização
(DUT) – Saúde Suplementar
A terapia de reposição com imunoglobulina humana policlonal subcutânea está
indicada em pacientes adultos e pediátricos com síndromes de imunodeficiências
primárias e produção alterada de anticorpos, atendendo aos seguintes critérios:
➢ Níveis de IgG > 500mg/dL – indicada para pacientes com infecções graves de
repetição e deficiência comprovada de anticorpos específicos;
➢ Níveis de IgG entre 200 e 500mg/dL – indicada para pacientes com infeções de
repetição e/ou graves ou deficiência de anticorpos específicos;
➢ Níveis de IgG < 200mg/dL – indicada a todos pacientes sintomáticos ou não.
Diretriz de utilização sugerida