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19/11/2019 1 COMUNICAÇÃO – parte II Fundamentos... A comunicação é um dispositivo que possibilita as rela- ções sociais ao longo da existência humana, fluindo, segundo a exigência de cada época. As funções da linguagem não servia apenas para esquematizar a comunicação humana e, assim, des- crevê-la com mais precisão. Essa organização também ajuda a responder a uma (ou +) pergunta(s) que os linguistas se faziam frequentemente: - Por que o ser humano se comunica? - Que funções a linguagem desempenha em nossa vida? FUNÇÕES DA LINGUAGEM Roman Osipovich Jakobson (1896 – 1982), foi um destacado linguista russo que se tornou pioneiro da análise estrutural da linguagem, poesia e arte. A comunicação é um dispositivo que possibilita as relações sociais ao longo da existência humana, fluindo, segundo a exigência de cada época. FUNÇÕES DA LINGUAGEM Roman Osipovich Jakobson (1896 – 1982), foi um destacado linguista russo que se tornou pioneiro da análise estrutural da linguagem, poesia e arte. Referencial ou denotativa Emotiva ou expressiva Conativa ou apelativa Fática Metalinguística Poética Referencial ou denotativa — essa é a que prevalece quando a ênfase recai sobre o referente (o assunto). Na legislação dos países, na comuni- cação empresarial e — na maioria dos textos que lemos e escrevemos na faculdade. A principal característica dessa função é de informar sobre o mundo ao redor com o máximo de objetividade. O emissor costuma usar bastante a 3ª pessoa no discurso (ele, ela, seu). Deve-se evitar palavras com carga subjetiva: como fofo, nojento, brutal etc. Verbetes de uma enciclopédia. Petições e sentenças preparadas por advogados e juízes. FUNÇÕES DA LINGUAGEM Emotiva ou expressiva — é a função que predomina quando a ênfase recai sobre o próprio emissor. Em vez de usar a linguagem para falar sobre o mundo externo, ele quer fazer exatamente o oposto: quer dar vazão a seu íntimo, a seus sen- timentos, desejos e sonhos A função emotiva é comum em poemas, letras de canções e diários pessoais. FUNÇÕES DA LINGUAGEM Predomina o emprego da 1ª pessoa do discurso (eu, meu, comigo), das interjeições (ai, puxa, tomara) e de sinais de pontuação que tornam o texto mais subjetivo, como o ponto de exclamação e as reticências (que alegria! oh céus...). OU ISTO OU AQUILO (trecho) “Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo... e vivo escolhendo o dia inteiro! Não sei se brinco, não sei se estudo, se saio correndo ou fico tranquilo. Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo.” Cecília Meireles Conativa ou apelativa — dizemos que essa função predomina quando a ênfase recai no polo oposto ao do emissor, ou seja, no receptor. O exemplo mais típico são os anúncios publicitários, FUNÇÕES DA LINGUAGEM Nesse caso, a intenção é apelar aos sentimentos ou à razão do destinatário, para que este tome determinada atitude. A intenção sempre é levar o receptor a tomar uma atitude — em geral, que “compre” o “produto” anunciado.

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COMUNICAÇÃO – parte II Fundamentos...

A comunicação é um dispositivo que possibilita as rela-ções sociais ao longo da existência humana, fluindo, segundo a exigência de cada época.

As funções da linguagem não servia apenas para esquematizar a comunicação humana e, assim, des-crevê-la com mais precisão. Essa organização também ajuda a responder a uma (ou +) pergunta(s) que os linguistas se faziam frequentemente:

- Por que o ser humano se comunica? - Que funções a linguagem desempenha

em nossa vida?

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Roman Osipovich Jakobson (1896 – 1982), foi um destacado linguista russo

que se tornou pioneiro da análise estrutural da linguagem, poesia e arte.

A comunicação é um dispositivo que possibilita as relações sociais ao longo da existência humana, fluindo, segundo a exigência de cada época.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Roman Osipovich Jakobson (1896 – 1982), foi um destacado linguista russo

que se tornou pioneiro da análise estrutural da linguagem, poesia e arte.

Referencial ou denotativa

Emotiva ou expressiva

Conativa ou apelativa

Fática

Metalinguística

Poética

Referencial ou denotativa — essa é a que prevalece quando a ênfase recai sobre o referente (o assunto).

Na legislação dos países, na comuni-cação empresarial e — na maioria dos textos que lemos e escrevemos na faculdade.

A principal característica dessa função é de informar sobre o mundo ao redor com o máximo de objetividade. O emissor costuma usar bastante a 3ª pessoa no discurso (ele, ela, seu). Deve-se evitar palavras com carga subjetiva: como fofo, nojento, brutal etc.

Verbetes de uma enciclopédia.

Petições e sentenças preparadas por advogados e juízes.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Emotiva ou expressiva — é a função que predomina quando a ênfase recai sobre o próprio emissor. Em vez de usar a linguagem para falar sobre o mundo externo, ele quer fazer exatamente o oposto: quer dar vazão a seu íntimo, a seus sen-timentos, desejos e sonhos A função emotiva é

comum em poemas, letras de canções e diários pessoais.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Predomina o emprego da 1ª pessoa do discurso (eu, meu, comigo), das interjeições (ai, puxa, tomara) e de sinais de pontuação que tornam o texto mais subjetivo, como o ponto de exclamação e as reticências (que alegria! oh céus...).

OU ISTO OU AQUILO (trecho) “Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo... e vivo escolhendo o dia inteiro! Não sei se brinco, não sei se estudo, se saio correndo ou fico tranquilo. Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo.” Cecília Meireles

Conativa ou apelativa — dizemos que essa função predomina quando a ênfase recai no polo oposto ao do emissor, ou seja, no receptor.

O exemplo mais típico são os anúncios publicitários,

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Nesse caso, a intenção é apelar aos sentimentos ou à razão do destinatário, para que este tome determinada atitude. A intenção sempre é levar o receptor a tomar uma atitude — em geral, que “compre” o “produto” anunciado.

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Conativa ou apelativa — dizemos que essa função predomina quando a ênfase recai no polo oposto ao do emissor, ou seja, no receptor.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Outros exemplos são os conselhos e as ordens:

“Ignore essa vizinha fofoqueira”

Como você pode perceber, o verbo no imperativo é uma marca registrada da função conativa.

“Atravesse na faixa, rápido e com atenção!”

“Coma a papinha toda!”

Fática — essa função predomina quando a intenção do emissor é apenas estabelecer ou manter aberto o canal de comunicação. São exemplos disso as frases que dão início a uma conversa:

Também frases que buscam ve-rificar se o “canal” está funcionando, como: - "Alô? Você está me ouvindo?"

ou; - "Está dando para

enxergar?".

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Nesse caso, a intenção é apelar aos sentimentos ou à razão do destinatário, para que este tome determinada atitude. A intenção sempre é levar o receptor a tomar uma atitude — em geral, que “compre” o “produto” anunciado.

Olá! Como vai?

“E aí? Tudo bem?”

Metalinguística— dizemos que essa função predomina quando a ênfase recai sobre o código: o emissor usa signos do código para questionar ou comentar o próprio código.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

O foco da mensagem é o código, entender o próprio código, seja ele linguístico (a escrita ou a oralidade), seja extralinguístico (música, cinema, pintura, fotografia, gestualidade etc.).

Professor, o que

significa conotação?

Vicent van Gogh (Autoretrato, 1889)

POEMA QUE ACONTECEU Nenhum desejo neste domingo nenhum problema nesta vida o mundo parou de repente os homens ficaram calados domingo sem fim nem começo. A mão que escreve este poema não sabe o que está escrevendo mas é possível que se soubesse nem ligasse. Carlos Drummond de Andrade

Poética - essa função corresponde ao último elemento comunicativo, a mensa-gem.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Ela predomina sempre que a maneira de dizer é tão importante quanto aquilo que se diz.

Visa a emissão de uma mensagem elaborada de maneira inovadora, encontrada predominantemente na linguagem literária, sobretudo na poesia. Algumas características: 1. Usa linguagem bem elaborada; 2. Usa figuras de linguagem; 3. Usa palavras com sentido

conotativo; 4. Usa expressões metafóricas.

Ernesto Manuel G. de Melo e

Castro)

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

A MESMA INFORMAÇAO SÓ QUE NA PRIMEIRA ESTROFE DE UM CONHECIDO SONETO DE CAMÕES (1999, P. 108): Sete anos de pastor Jacó servia Labão, pai de Raquel, serrana bela; Mas não servia ao pai, servia a ela, E a ela só por prêmio pretendia.

VEJA ESSA INFORMAÇÃO DE UMA HISTÓRIA BÍBLICA GÊN 29 : Jacó trabalhou como pastor de Labão durante sete anos. Labão era pai de Raquel, uma linda moça que vivia na serra. Mas Jacó não estava interessado em agradar ao pai, e sim à filha. Ele esperava, depois de tanto trabalho, poder tê-la como esposa.

As ideias são praticamente as mesmas, mas a sonoridade, o ritmo, as imagens — enfim, toda a poesia da estrofe original se perdeu.

Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! (Fernando Pessoa)

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Ao associar o sal marinho às lágrimas do povo português, o poeta usou uma figura de linguagem chamada: METÁFORA.

Designar um ser com uma palavra normalmente usada para nomear OUTRO ser. Ex.: “Amália é um doce” = agradável, delicada, dócil etc.

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DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Já o sentido mais usual das pala-vras (braço = parte do corpo, hora = período de sessenta minutos) é chamado de sentido literal ou denotativo.

Assim, a denotação é o emprego das palavras e expressões em sentido literal ou denotativo, enquanto a conotação é seu emprego em sentido figurado ou conotativo.

O sentido obtido por meio das figuras de linguagem, é chamado de sentido figurado ou conotativo.

“A cidade nos acolheu de braços abertos”.

DE JAKOBSON PARA OS DIAS ATUAIS

Informatividade, Economia, Ruído e Redundância.

“O principal alvo contra o modelo de Jakobson era a natureza excessivamente ‘esquemática’ que ele atribuía à comunicação. Para o linguista, a mensagem seria um ‘pacotinho’ de informações que sai da boca do emissor e, se não houver ruído, chega intacto ao ouvido de receptor. [...] não compreender as sutilezas das línguas naturais não é uma exclusividade das máquinas. Frequentemen- te, o ser humano também deixa de compreender metáforas, ironias e outras figuram de linguagem presentes nos textos.”- GABRIEL, p. 41-42

Claude Elwood Shannon (1916 – 2001) - foi um matemático,

engenheiro eletrônico e criptógrafo estadunidense, conhecido como "o pai da teoria da informação".

DE JAKOBSON PARA OS DIAS ATUAIS

A Teoria da Informação é uma disciplina centrada à volta de uma abordagem matemática comum ao estudo do armazenamento e manipulação da informação.

Claude Elwood Shannon (1916 – 2001) - foi um matemático,

engenheiro eletrônico e criptógrafo estadunidense, conhecido como "o pai da teoria da informação".

A Teoria da Informação é uma teoria matemática que trata de três conceitos básicos: - A medida da informação; - A capacidade de um canal de co- municações transferir informação; - A codificação, como meio de utilizar os canais com toda a sua capacidade.

INFORMATIVIDADE

Esse princípio fica evidente no mundo da publicidade. O consumidor é bombardeado, cotidianamente, com uma infinidade de mensagens novas. Nesse tipo de mensagem, o elemento criatividade se constitui como um elemento essencial para chamar atenção do receptor.

Informatividade - a capacidade de atribuir informações novas ao texto. Sendo assim, um texto será menos informativo quando apresentar mais informações previsíveis ou redundantes. Quanto mais inesperada for uma mensagem mais informação ela carregará, ou seja, maior será o seu grau de informatividade.

INFORMATIVIDADE

Economia, ruído e redundância - está intimamente relacionado ao conceito de informatividade (conforme tal princípio, nossa mensagem deve comunicar apenas dados novos, relevantes).

Por exemplo: você vai visitar um amigo que mora em outra cidade e ele lhe pergunta como foi a viagem. Temos certeza de que você não vai responder: “Saí às 8h da minha casa, abri a porta do carro, liguei o carro e guiei até a saída da cidade. De lá, peguei a rodovia, passei pelo pedágio etc.” – OPS! Isso já se sabe.

a. Você comentará apenas algum incidente, bom ou ruim, que tenha marcado a viagem.

b. Se não tiver acontecido nada diferente, vai dizer apenas: "Fiz boa viagem".

c. Ruído é tudo que interfere na comunicação e impede que os interlocutores intera- jam com fluência.

INFORMATIVIDADE

Economia, ruído e redundância - está intimamente relacionado ao conceito de informatividade (conforme tal princípio, nossa mensagem deve comunicar apenas dados novos, relevantes).

Falando em redundância... Para transmitir a mesma ideia, a língua portuguesa exige nada menos do que cinco marcações de plural, enquanto a inglesa exige apenas uma, no substantivo. Podemos dizer, portanto, que o idioma português é menos econômico e mais redundante que o inglês.

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GABRIEL, Mª Gileuda. Português 1. on-line. 1999. Disponível em: http://md.intaead. com.br/geral/portuguesI/files/basic-html. Acesso em: 22 mar 19. GUIMARÃES, Telma de Carvalho. Comunicação e Linguagem. São Paulo : Pearson, 2012.

FONTE: