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Marcelo Lopes de Souza MUDAR A CIDADE UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA AO PLANEJAMENTO E A GESTÃO URBANOS BERTRAND BRASIL

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apresentação sobre planejamento urbano

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  • Marcelo Lopes de Souza

    MUDAR A CIDADE

    UMA INTRODUO CRTICA AO PLANEJAMENTO E A GESTO URBANOS

    BERTRAND BRASIL

  • Grupo 4:

    Anglica Scheffer da Mota Abrantes

    Beatriz Siqueira

    Lucas Taoni

    Mirella Almeida Grespan

    Pedro Henrique Lemos de Oliveira

    Rodrigo Rosa Cassemiro

    Seminrio referente disciplina Planejamento Urbano e Regional do segundo semestre do ano letivo de 2013.

  • INTRODUO

    Planejamento urbano - alvo de crticas e objees, como a crtica de esquerda, movida por intelectuais da corte marxista.Incio dos anos 70 1972, as obras A questo urbana, de Castells e A justia social e a cidade, de David Harvey marcam a influencia marxista.Espao urbano como um produto social.
  • O planejamento tem por misso criar condies para uma sobrevivncia do sistema a longo prazo.FEAGIN (1990) capitalistas coletivos (collective capitalists) Crtica Marxista ao planejamento urbano - falcia de acidente.Aparelho de Estado para os tericos marxistas, um monlito; para Lnin, um brao repressivo da classe dominante; para Poulantzas (1985) na realidade a condensao de uma relao de foras.
  • 1973 1 choque do petrleo e ao avano da crise do sistema capitalista mundial:

    os alicerces econmicos que por dcadas haviam sustentado um planejamento influente em pases como Reino Unido, Frana e Alemanha, estavam j visivelmente abalados (BRIN-DLEY et al., 1983:3)

    Neoliberalismo virada dos anos 70 para os anos 80: Margareth Thatcher (Inglaterra) e Ronald Reagan (Estados Unidos), representantes da nova direita.Anos 80 acuamento do pensamento de esquerda, desgaste do keynesianismo e da social-democracia que sustentavam o Estado de bem estar.
  • Enfraquecimento do Planejamento popularizao do termo Gesto : substituio de um planejamento forte tpico da era fordista por um planejamento fraco. Tipos de planejamento : Planejamento subordinado as tendncias de mercado limitam-se a acompanhar as tendncias sinalizadas pelo prprio mercado;Planejamento de facilitao estimula a iniciativa privada;Planejamento de administrao privada enfatiza parcerias pblico privadas.
  • Os planejadores passam a dar suporte direto aos interesses capitalistas, fazendo do discurso esquerdista, um discurso pernicioso. Elementos fundamentais para um bom planejamento:

    pensamento orientado para o futuro;

    escolha entre alternativas;

    considerao de limites, restries e potencialidades, prejuzos e benefcios;

    pssibilidades de diferentes cursos de aes, os quais dependem de aes e circunstncias variveis.

  • Os conceitos de planejamento urbano e gesto urbana

  • Planejamento e gesto:
    conceitos rivais ou complementares?

    Conceito de gesto:Ligado a administrao de empresasChegou no Brasil na dcada de 1980Dcada de 1980:Crise do planejamento urbano e regional(inicialmente) ligado a um plano ideolgicoDcada de 1990:Enfraquecimento do sistema de planejamento e da prpria legitimidade do exerccio de planejar
  • Substituio do termo planejamento por gestoBaseado na no compreenso da natureza dos termos envolvidosOs referidos termos no so intercambiveis por possurem referenciais temporais diferentes e, portanto, se referem a diferentes tipos de atividades.
  • PlanejarRemete ao futuroTentar prever a evoluo de um fenmenoTentar simular os desdobramentos de um processo, com o objetivo de melhor precaver-se contra provveis problemas ou tirar partido de provveis benefcios.Gesto:Remete ao presenteAdministrar uma situao dentro dos marcos dos recursos presentemente disponveis e tendo em vista as necessidades imediatas.
  • Planejamento a preparao para a gesto futura Buscando-se evitar ou minimizar problemas e ampliar margens de manobra.Gesto a efetivao das condies que o planejamento feito no passado ajudou a construir

    Planejamento e gesto so distintos e complementares

  • Desafio a tarefa de planejar:Realizar um esforo de imaginao do futuroEsforo de prognsticoConstruo de cenrios

    Simular desdobramentos, sem a preocupao de quantificar probabilidades e sem se restringir a identificar um nico desdobramento esperado, tido como a tendncia mais plausvel.

    (SOUZA, 2002, p. 48)

  • Desafio:

    Planejar de modo no-racionalista e flexvel, entendendo-se que a histria uma mistura complexa de determinao e indeterminao, de regras e de contingncia, de nveis de condicionamento estrutural e de graus de liberdade para a ao individual, em que o espervel , frequentemente, sabotado pelo inesperado o que torna qualquer planejamento algo, ao mesmo tempo, necessrio e arriscado

    (SOUZA, 2002, p. 51)

  • CidadeProduto dos processos scio-espaciais que refletem a interao entre as vrias escalas geogrficasDeve aparecer como um fenmeno gerado pela interao complexa de uma quantidade indeterminada de agentes modeladores do espao, interesses, significaes e fatores estruturais.
  • Atividade de planejamentoJamais se confundir inteiramente com a de gesto.

    O planejamento vem perdendo espao diante do imediatismo e do privatismo caractersticos da ao do Estado ps-desenvolvimentista no Brasil, seria tolice imaginar que o planejamento desapareceu ou est em vias de desaparecer e que, agora, tudo gesto.

    (SOUZA, 2002, p. 54)

  • Contradio:Pretender defender o planejamento abrindo mo de uma orientao para o futuro

    Presuno de que a palavra gesto possuiria uma natureza intrnseca capaz de faz-la aparecer como alternativa mais moderna e mais progressista para o termo planejamento carece tanto de base lingustica quanto de fundamentao lgica, em que pese a (...) justificativa de fundo ideolgico.

    (SOUZA, 2002, p. 55)

  • Urbanismo, urban design e planejamento urbano

    Planejamento urbano:Campo que congrega os mais diferentes profissionaisEntretanto, no Brasil, ainda comum imaginarem que o planejamento urbano compete apenas aos arquitetos.Urbanismo e planejamento urbanoNo so sinnimosUrbanismo: tradio do saber arquitetnicoPlanejamento urbano: contexto mais amplo
  • O Planejamento urbano praticado por cientistas sociais forosamente ser distinto daquele praticado por arquitetos, pois os treinamentos , os olhares e as nfases no so os mesmos.

    (SOUZA, 2002, p. 59)

  • Planejamento e gesto urbanos como ferramentas de promoo do desenvolvimento scio-espacial.

  • 2.1 Desenvolvimento Scio-Espacial

    Superao do termo Desenvolvimento, para alm das questes relacionadas ao economicismo, etnocentrismo, teologismo e do conservadorismo

    Desenvolvimento entendido como mudana social positiva.

  • '' Colaborar para a superao terica do economicismo, do etnocentrismo, do teologismo e do conservadorismo algo que tem sido tentado com a ajuda do conceito castoriadiano de autonomia. '' pg 61

    Conceito de autonomia: Individual e Coletiva

  • Autonomia Individual : '' a capacidade de cada indivduo de estabelecer metas para si prprio com lucidez, persegui-las com mxima liberdade possvel e refletir criticamente sobre a sua situao e sobre as condies favorveis, sob o ngulo psicolgico e intelectual, mas tambm instituies sociais que garantam uma igualdade efetiva de oportunidades para todos os indivduos.'' pg 64

  • Autonomia Coletiva: '' depreende no somente instituies sociais que garantam a justia, liberdade e a possibilidade do pensamento crtico, mas tambm a constante formao de indivduos lcidos e crticos dispostos a encarnar e defender essas instituies.'' pg 65

  • ''Uma vez que o caminho democraticamente mais legtimo para se alcanarem mais justia social e uma melhor qualidade de vida quando os prprios indivduos e grupos especficos definem os contedos concretos e estabelecem as prioridades com relao a isso, podem-se considerar justia social e coletiva enquanto princpio e parmetro.''

  • ''entre os dois parmetros subordinados gerais (justia social e qualidade de vida) , no deve ser buscada uma relao hierrquica.

    Parmetros subordinados: esfera pblica e privada.

  • 2.2 Desenvolvimento Urbano

    Crtica do autor ao pensamento relacionado ao ''desenvolvimento urbano'': onde no se pensa propriamente a sociedade, mas sim o ambiente instituicional do planejamento, no mximo abrindo-se certa reflexo terica sobre o Estado e a administrao pblica.

  • Como entender ento o desenvolvimento urbano?

    Melhoria da qualidade de vida

    Aumento da justia social

    A autonomia tratada como o parmetro subordinador, ao passo que a justia social e qualidade de vida so considerados parmetros subordinados

  • ''no caso de propostas de interveno quem deve deter a ultima palavra so os prprios envolvidos, os cidados cuja autonomia deve ser estimulada e respeitada, devendo o cientista contentar-se com o papel de interlocutor que prope, mas jamais o de um consultor tecnocrtico que sonha, no estilo de Maquiavel, com um Princpe que execute as suas idias, impondo-as de cima para baixo.'' pg 80

  • 3. Planejamento e gesto urbanos: nem neutros, nem necessariamente conservadores!

    Propostas especficas e experincias concretas de planejamento jamais so neutras. Instituies/ valores especficos. Funcionalidade da Educao no sistema capitalista.
  • O planejamento e a gesto no precisam (nem devem) ser praticados apenas pelo aparelho do Estado, ONGs e outras organizaes da sociedade civil precisam se instrumentar e intervir mais e mais propositivamente, eventualmente implementando suas ideias sem o Estado e quem sabe contra o Estado, de planos diretores alternativos at experincias de gesto de cooperativas habitacionais.(SOUZA, 2004)

  • 4. Planejamento e gesto urbanos: perspectiva cientfica...mas no cientificista

    Cincias humanas e a praxeologia.

    [N]um sentido bastante lato, o termo praxeologia pode ser entendido como o conjunto dos equipamentos tcnico-metodolgicos fornecidos sobretudo pelas cincias humanas, tendo em vista intervir e transformar os horizontes do agir humano e de seus comportamentos sociais.(JAPIASSU, 1981 apud SOUZA , 2004, p.89)

    Pesquisa bsica e pesquisa aplicada.
  • Pesquisa bsica: reflexo terica, conceitual e metodolgica.

    (ex: Quais so as necessidades dos indivduos e grupos de um dado local em um dado momento?)

    Pesquisa aplicada: reflexo terica sobre as estratgias de interveno, no apenas o delineamento prtico das propostas de interveno

    A pesquisa bsica por conseguinte, o alimento indispensvel da pesquisa aplicada....

  • Abordagem urbanstica tpica: apriorstica e semi-apriorstica

    Apriorstico: informaes meramente para contextualizar uma proposta de interveno baseada em ordem, funcionalidade...Semi-apriorstico: diagnsticos e prognsticos: no preenche os requisitos de uma investigao cientfica rigorosa.

    Abordagem reconstrutivista

    (Resultado da interao entre teoria e empiria)

  • Olhares cientficos e arquitetnico-urbanstico Planejamento e gesto so questes polticas e no s tcnicas ou cientficas

    O cientista dever, portanto, para ser intelectualmente honesto e para afirmar-se enquanto tal, manter-se vigilante e crtico em face de seus valores, evitando tomar impresses, por resultados consolidados, duvidando das prprias certezas provisrias, insistindo em examinar um problema a partir de diferentes ngulos... (SOUZA, 2004)

  • Captulo 5 Planejamento e Gesto urbanos e interdisciplinaridade

    Muito se chama por interdisciplinaridade na pesquisa cientfica contempornea, mas o que mais se v, na melhor das hipteses, pluridisciplinaridade (justaposio de conhecimento disciplinares diversos, agrupados de modo a evidenciar as relaes entre eles; cooperao sem coordenao ou, mesmo, uma mera multidisciplinaridade (conhecimentos disciplinares diversos veiculados sem que haja uma cooperao entre os especialistas). A verdadeira interdisciplinaridade pressupe uma cooperao intensa e coordenada, sobre a base de uma finalidade (e de uma problemtica) comum. (pgina 100)

  • Captulo 5 Planejamento e Gesto urbanos e interdisciplinaridade

  • Captulo 5 Planejamento e Gesto urbanos e interdisciplinaridade

    Quanto ao planejamento e gesto urbanos, eles so (...) cincia social aplicada e, como tal, devem ser interdisciplinares por excelncia. Mais ainda que a anlise, ou diagnstico (...) a pesquisa social aplicada, com a qual se busca explicitamente contribuir para superao de fenmenos tidos como problemticos ou negativos, demanda intensa e coordenada cooperao entre saberes disciplinares variados. (pgina 100)

  • Captulo 5 Planejamento e Gesto urbanos e interdisciplinaridade

  • Captulo 6 As escalas de planejamento e gesto das cidades

    costume os pesquisadores e planejadores contentarem-se com quatro referncias espao-escalares pra designarem realidades e proporem intervenes: local, regional, nacional e internacional. Entretanto, embora essas palavras assumam, para os profissionais, o status de termos tcnicos, portanto supostamente revestindo conceitos, so elas tomadas normalmente sem que se pergunte acerca da consistncia de seu contedo. (pgina 103)

    *

  • Captulo 6 As escalas de planejamento e gesto das cidades

    LACOSTE (1988) Apesar de no estar interessado especificamente no planejamento e na gesto urbanos, e sim oferecer uma renovao do campo disciplinar da Geografia, Lacoste trouxe elementos teis para a presente reflexo. (pgina 104)

  • Captulo 6 As escalas de planejamento e gesto das cidades

    Na realidade, as escalas no so, como bem salientou HARVEY (2000: 75), nem imutveis, nem naturais, sendo, isso sim, produtos de mudanas tecnolgicas, modos de organizao humana e da luta poltica. Isso significa que no apenas a interao entre as escalas, mas o peso de cada umas delas e mesmo a abrangncia fsica de algo como escala local ou escala nacional no est fixado de uma vez por todas, sendo, pelo contrrio, parte do processo de criao histrica. (pgina 105)