Aprisionando o masculino

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Aprisionando o masculino: os homens na imprensa dos anos vinte Natália Conceição Silva Barros CAp/CE/UFPE Doutoranda do PPGHistória/UFPE [email protected]

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Aprisionando o masculino: os homens na imprensa dos anos vinte

Natália Conceição Silva BarrosCAp/CE/UFPE

Doutoranda do PPGHistória/[email protected]

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Homens e Mulheres: construções sociais

A palavra Gênero indica uma rejeição ao determinismo biológico e sublinha o aspecto relacional entre homens e mulheres, ou seja, nenhuma compreensão de qualquer um dos dois pode existir por meio de estudos que os considere totalmente em separado

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O desejo de um masculino imutável

A feminilidade e a masculinidade eram recorrentemente vistos como imutáveis e qualquer deslocamento no socialmente estabelecido para eles e elas tornava-se alvo de críticas e chacotas. Dessa forma, assim como a imagem da esposa , mãe e dona-de-casa torna-se em muitos casos prisão para muitas mulheres, limitando suas experiências, a figura do marido e pai também aparecia como destino para muitos homens, procurando deixá-los sem outra escolha.

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A Pilhéria, 1921

Hais uns home sem vergonhaQui si chama almofadinhaEu lhi posso agarantiQui eles so anda de anquinhaPó de arroz, carça tabicaCum pé de anjo e bengalinha.Cumpade eu mesmo Não creio que este tipo seja sero!Home bancando muiéJunto de mim eu não quero

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O almofadinha representava mais que motivo de graça (uma graça cruel, perversa, por não aceitar a vida fora do determinado socialmente): era mesmo uma ameaça aos cânones tradicionais da masculinidade, pois, que parâmetros distinguiriam os homens das mulheres, já que por tanto tempo essas foram preocupações atribuídas a elas?! Era uma inversão de valores tão temida e, por isso mesmo, tão alardeada.

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Artigos masculinos. Detalhe de propaganda da loja “Casa Pessoa”. Almanach Illustrado 1925.

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Um homem moderno. Detalhe da Propaganda da Alfaiataria Casa Yankee.

Almanach Illustrado 1925

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A construção do marido ideal. A Fogueira, 1925

Generosidade, amabilidade, limpeza, bom humor, entre outras características, são exigidas do marido. No entanto, alguns dos pontos enfatizam o comportamento, digamos, prático, desse marido. Ele não deveria imiscuir-se no chamado governo da casa; deveria instalar seu lar longe das pessoas de sua família e da família da esposa, pois a intervenção destas pessoas viria mais cedo ou tarde a ser maléfica; não deveria aceitar hóspedes, porque a presença de um estranho em casa engendra suspeitas sob a esposa; deveria ainda ser bom e justo para as crianças, porque a mulher depressa se aborrece do homem rude e cruel.

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Deslocamentos do Feminino

.Mademoiselle Juliette Brille.Diário de Pernambuco. 18/09/1927.

Banhistas anônimas

clicadas por uma Kodak. A Pilhéria. 19/11/1921.