Aquilo que não se diz - perse.com.br · Vou caminhar para o nada ... Ao ver-te vir me molhar....

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Aquilo que não se diz...

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Aquilo que não se

diz...

Aquilo que não se diz... Marilene Azevedo 2

Contato: Marilene Azevedo

Bagé - Rio Grande do Sul - Brasil [email protected]

Aquilo que não se diz... Marilene Azevedo 3

NECESSIDADES DA ALMA Volúpia... Necessidade da alma É onde o corpo encontra a calma A saciar sua fome. Inconstante morada, Da luxúria e do prazer Que mentem para não dizer A falta que você faz. Encontrar palavras certas Disfarçar os seus desejos A sua fome de beijos Carícias... delírios insanos, Que gritas por longos anos No inferno dentro do peito. Revestida de toda calma A alma luta consigo, Apenas cria o atrito Descrito no seu olhar!

Aquilo que não se diz... Marilene Azevedo 4

HABITAR O NADA Vou caminhar para o nada Onde fiz minha morada, E tenho mundo encantado Onde eu vivo espalhada, Brincando de ser amada Amando sem nada ter. Encontro fantasias perfeitas, Sonhos todos refeitos, Sorrisos de todo jeito, Lágrimas cristalinas. Sonhos de uma menina Dançando por entre nuvens, Formando versos e rimas Agarrada nas crinas Do tempo, sempre a voar!

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FLORES DO CAMPO São tão pequeninas, De cores tão diferentes. Estão a mostrar pra gente, Como será a estação. Se for branca, rigorosa Prenuncio: Será chuvosa! Se for lilás, Será frio! De geadas muito intensas. Se for do amarelo ouro, Será amena, melhor. Mas se tiver as três cores, Predominará a maior.

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SEMENTES AO VENTO Sou uma semente qualquer, Que um dia há de brotar. Para enfeitar pradarias, Por onde irão passar. Quero perfumes variados, Amores todos ilustrados, Como se fossem panfletos A ‘propagandear’ essa vida. E ao adquirir tudo isso, Saiba que foi preciso Jogar sementes ao vento, Para amores colher!

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FALAR, NÃO SEI Quero falar e não sei, Quero explicar e não posso, É algo que esta além, Que a poeta não sabe. Apenas sabe que sente, Esta angústia infinita. Por Deus, como é bonito! O amor que agora tenho. Não toco, mas é todo meu, Não estou, mas é toda sua. Que vaga por entre as ruas, Numa procura incessante Sabe que está adiante, E nada adiantará! É como tocar a Lua, É como tocar o Céu, É fruto da imaginação, É a alma, é o coração É um sufocar de emoção.

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GAIVOTA Às vezes, eu ouço o som Da gaivota, lá fora Que voa plana Sem importar a hora, Deliciar neste mar. Quisera ser gaivota, Par viver junto à ti, Poder beijar tuas ondas Mergulhar no teu azul, Assim me alimentar... Quisera ser gaivota Para sentir a maresia, Brincar com minhas fantasias Ao ver-te vir me molhar. Quisera ser gaivota Para te cuidar lá do alto Da ponta de qualquer galho Dormir sob teu olhar!

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VELHO CORAÇÃO Pare de tremer desse jeito, Sossegue dentro do peito. Te aquietes aí... Deixe de ser covarde Pare, cale...Não bata mais. Não tente se lamentar Porque não irei deixar. Mais uma vez machucar Acaso queres lembrar? De coisas já esquecidas, Que se passaram na vida Onde foste vencido, E agora queres voltar? Tu sabes que irás perder, Então, não venhas dizer Que sofres só por sofrer. Siga o meu conselho, Pare de tremer deste jeito, Sossegue dentro do peito Durma, sem acordar. Que irei te levar Cuidando com carinho, Para teu sono zelar.

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ESCREVENDO Falar de amor, não sei Falo de mistura de dores. Sentimentos diversos, Escrevo para aliviar Amores contidos em versos. É alegria, é dor. É lagrima, é sorriso. É dança descompassada. É um imenso feitiço. Preciso escrever muito mais. As horas passam depressa, E o tempo escoa, Por entre os dedos da vida. E eu não vejo saída, Para desencontros lá fora, Abandono o mundo Vou escrever agora!

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CASA DO NADA Casinha simples, do nada Onde se fez morada Um sonho já existente Onde mora o amor Junto à sua amada. O sol brincando com cores, Desperta um dia a mais. E trás no canto dos pássaros Beleza para brindar Aquele sonho tão louco De dois amores à morar... Realidade não há, Aqui não alcançaria, E não admitiria, Um sonho tão louco assim. Que está selado... Guardado dentro de mim.

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COISAS DA ALMA A inquietude da alma Que anda em desalinho. Desbravando caminhos, Motivos para seguir. É como pedir licença À vida por existir. É uma inquietude Dorida... Seguida de suspiros e ‘ais’, Deixando nó na garganta Por não voltar nunca mais. Nesta procura incessante, A alma vagueia a esmo, Retirando seus anseios Buscando sua liberdade. Que sabe, não mais terá Porque se entregou de verdade!

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QUERER É um querer sem querer, É um deixar e ficar. É um adeus sem sair, É um desamor, com amor. Desencontro contido, Agora já revivido. Que pode dar o sentido Da vida que está a passar, E pode nos transformar. É um gritar só na mente É um silêncio eminente Daqueles que faz gelar!

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TE AMAREI Te amarei como Rei Senhor e dono de mim, E ao te sentir assim, Tenha certeza que o amo. Cuidado, com os enganos! Isso é o demonstrar. Existe o segredar, Aquilo que não se fala, Que muitas vezes cala, Para esconder emoções. Gravadas de sensações Nos desencontros da vida. Sorri, dança e canta Que todos adoram ver, A aparente alegria Revestida fantasia, De um amor escondido. Tão lindo, tão bonito Que chora dentro de si E que não deve sair Para não ferir ninguém É o preço! Estou a pagar Estou diante do Rei Jurando ter muito amor Mentindo, calando a dor!

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TAMANHO DO MUNDO Tens o tamanho do mundo, Guardado junto ao meu peito. E acha-se no direito De bagunçar minha vida. Remexer em feridas, Tão quietas, tão sofridas, Que podem voltar a se abrir. Não faça! Não queira saber Das dores que irá conter No momento que falar. Ignore simplesmente, E deixe passar adiante Sem provocar alarido Que assim fico contigo Para não machucar ainda mais!