Áreas de Transição - Brasil

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Áreas de Transição e Subregiões do Nordeste Bartilotti Áreas de Transição Pantanal Localizado no coração da América do Sul, o Pantanal é uma região peculiar não só pelas suas belezas naturais como também pelo papel que desempenha na conservação da biodiversidade. O Pantanal é a maior planície de inundação contínua do mundo, formada principalmente pelas cheias do rio Paraguai e afluentes. A região tem cerca de 250 mil km², sendo que mais de 80% fica no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O restante fica principalmente na Bolívia e uma pequena parte ao Paraguai, onde recebe o nome de Chaco. Possui uma impressionante diversidade na fauna e flora. Existem no Pantanal 1.132 espécies de borboletas, 656 de aves, 122 de mamíferos, 263 de peixes e 93 de répteis. Na época das chuvas, entre outubro e fevereiro, o Pantanal fica praticamente intransitável por terra. No restante do ano, o solo forma um excelente pasto para o gado. Uma parte da região forma o Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense localizado na divisa dos estados MS e MT. Também chamado de “reino das águas”, esse imenso reservatório de água doce é muito importante para o suprimento de água, a estabilização do clima e a conservação do solo. O Pantanal é a maior área úmida continental do planeta. Ele ocupa parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e estende-se pela Bolívia e Paraguai. 1 2 3 4

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Áreas de Transição

Pantanal Localizado no coração da América do Sul, o Pantanal é uma região peculiar não só pelas suas belezas naturais como também pelo papel que desempenha na conservação da biodiversidade.

O Pantanal é a maior planície de inundação contínua do mundo, formada principalmente pelas cheias do rio Paraguai e afluentes. A região tem cerca de 250 mil km², sendo que mais de 80% fica no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O restante fica principalmente na Bolívia e uma pequena parte ao Paraguai, onde recebe o nome de Chaco.

Possui uma impressionante diversidade na fauna e flora. Existem no Pantanal 1.132 espécies de borboletas, 656 de aves, 122 de mamíferos, 263 de peixes e 93 de répteis. Na época das chuvas, entre outubro e fevereiro, o Pantanal fica praticamente intransitável por terra. No restante do ano, o solo forma um excelente pasto para o gado.

Uma parte da região forma o Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense localizado na divisa dos estados MS e MT.

Também chamado de “reino das águas”, esse imenso reservatório de água doce é muito importante para o suprimento de água, a estabilização do clima e a conservação do solo. O Pantanal é a maior área úmida continental do planeta. Ele ocupa parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e estende-se pela Bolívia e Paraguai.

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A região concentra uma rica biodiversidade. Já foram registradas no Pantanal pelo menos 4.700 espécies, incluindo plantas e vertebrados. Desse total, entre as quais estão 3.500 espécies de plantas (árvores e vegetações aquáticas e terrestres), 325 peixes, 53 anfíbios, 98 répteis, 656 aves e 159 mamíferos. Devido a sua importância ambiental, o bioma foi decretado Patrimônio Nacional, pela Constituição de 1988, e Patrimônio da Humanidade e Reserva da Biosfera, pelas Nações Unidas, em 2000. Economia do Pantanal

Uma das principais atividades econômicas do Pantanal é a pecuária. Nas regiões de planícies, cobertas por formação vegetal de gramíneas (alimentação para o gado), estão estabelecidas diversas fazendas de gado. Há também a atividade da pesca, uma vez que é grande a quantidade de rios e de peixes na região pantaneira.

O turismo também tem se desenvolvido muito na região.Atraídos pelas belezas do Pantanal, turistas brasileiros e estrangeiros tem comparecido cada vez mais, gerando renda e empregos no Pantanal. A região é muito bem servida em hotéis, pousadas e outros serviços turísticos.

Agreste

É conhecida como Agreste a área entre a Zona da Mata e o Sertão, na região

Nordeste do Brasil. Trata-se de uma região semi-árida, sendo o bioma predominante

a caatinga. Em algumas regiões, existem pequenas áreas úmidas e brejos, onde se

desenvolvem áreas agrícolas. Geograficamente, o Agreste é uma faixa estreita,

paralela à costa do Oceano Atlântico, que se estende do Rio Grande do Norte até a

Bahia, passando pelos estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Na face

leste do Agreste, mais próximo à Zona da Mata, o clima é mais úmido. medida que se

avança para o interior, aproximando-se do Sertão, o clima fica cada vez mais seco, e a

paisagem mais árida. As maiores cidades nordestinas situadas no Agreste são: Feira

de Santana (Bahia) Caruaru e Garanhuns (Pernambuco); Campina Grande (Paraíba);

Itabaiana (Sergipe) e Arapiraca (Alagoas). No Agreste, predominam as pequenas e

médias propriedades, nas quais se produz vários produtos (policultura), que

dependem essencialmente do regime de chuvas, que são irregulares na região,

embora tenha um índice pluviométrico maior do que o do Sertão.

Mata dos Cocais

Mata dos cocais é um tipo de vegetação brasileira que ocorre entre a região Norte e

Nordeste do Brasil, região denominada de meio-norte. Corresponde a uma área de

transição envolvendo vários estados e vegetações distintas. Na região onde se

encontra o meio-norte é possível identificar climas totalmente diferentes, como

equatorial superúmido e semiárido.

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A mata dos cocais é composta por babaçu, carnaúba, oiticica e buriti; estabelece-se

entre a Amazônia e a caatinga, abrangendo os estados do Maranhão, Piauí e norte do

Tocantins.

Nas áreas mais úmidas do meio-norte, que se encontram no Maranhão, norte do

Tocantins e oeste do Piauí, ocorre o desenvolvimento de uma espécie de coqueiro ou

palmeira chamada de babaçu. Essa planta possui uma altura que oscila entre 15 e 20

metros. O babaçu produz amêndoas que são retiradas de cachos de coquilhos dos

quais é extraído um óleo com uso difundido na indústria de cosméticos e alimentos.

Nas regiões mais secas do meio-norte, que se estabelecem no leste do Piauí, e nas

áreas litorâneas do Ceará, ocorre outra característica vegetal, a carnaúba. Carnaúba é

uma árvore endêmica que pode alcançar aproximadamente 20 metros de altura, das

folhagens se extrai a cera e a partir dessa matéria-prima são fabricados lubrificantes, a

cera também é usada em perfumarias, na confecção de plásticos e adesivos.

A mata dos cocais encontra-se em grande risco de extinção, pois tais regiões estão

dando lugar a pastagens e lavouras, especialmente no Maranhão e boreal de

Tocantins.

Cerradão

Cerradão é a denominação de uma formação florestal do cerrado, com árvores podendo alcançar até 15 metros de altura.

Nos cerradões agregam-se as linhas de matas e matas de galeria. O cerradão é a uma formação florestal do bioma cerrado com características esclerófilas (grande ocorrência de órgãos vegetais rijos, principalmente folhas) e xeromórficas (com características como folhas reduzidas, suculência, pilosidade densa ou com cutícula grossa que permitem conservar água e, portanto, suportar condições de seca). Caracteriza-se pela presença preferencial de espécies que ocorrem no Cerrado sentido restrito e também por espécies de florestas, particularmente as da mata seca semidecídua e da mata de galeria não-inundável. Do ponto de vista fisionômico é uma floresta, mas floristicamente se assemelha mais ao cerrado sentido restrito. É um tipo mais denso de vegetação.

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Subregiões nordestinas

O Nordeste é a Região brasileira que possui a maior quantidade de estados, nove ao

todo (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do

Norte e Sergipe). Sua extensão territorial é de 1.554.257,0 Km2 e, conforme dados do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abriga uma população

de 53.081.950 habitantes.

Em razão das diferentes características físicas que apresenta, a Região Nordeste é

dividida em quatro sub-regiões: meio-norte, zona da mata, agreste e sertão.

Compreender as peculiaridades das sub-regiões nordestinas é de fundamental

importância para a análise das relações sociais ali estabelecidas, que refletem

diretamente nas atividades econômicas desenvolvidas.

Normalmente, o Nordeste é visto como um local de pobreza, seca e outros problemas

de ordem socioeconômica. No entanto, deve-se romper com essas ideias

preconceituosas, o estudo das sub-regiões proporciona uma análise aprofundada

sobre essa região tão rica em belezas naturais e manifestações culturais.

Meio-norte – é uma faixa de transição entre a Amazônia e o sertão semiárido do

Nordeste, é composta pelos estados do Maranhão e oeste do Piauí. A vegetação

natural dessa área é a mata de cocais, carnaúbas e babaçus, em sua maioria.

Apresenta índices pluviométricos maiores a oeste. É uma região economicamente

pouco desenvolvida, prevalece o extrativismo vegetal, praticado na mata de cocais

remanescente (babaçu), agricultura tradicional de algodão, cana de açúcar e arroz,

além da pecuária extensiva.

Sertão – é uma extensa área de clima semiárido, conhecido como “Polígono das

Secas”. Compreende o centro da Região Nordeste, está presente em quase todos os

estados. Essa sub-região nordestina possui o menor índice demográfico da Região.

Os índices de pluviosidade são baixos e irregulares, com a ocorrência periódica de

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secas. A vegetação típica é a caatinga. A bacia do rio São Francisco é a maior da

região e a única fonte de água perene para as populações que habitam suas margens,

é aproveitado também para irrigação e fonte de energia através de hidrelétricas como

a de Sobradinho (BA). As maiores concentrações populacionais estão nos vales dos

rios Cariri e São Francisco. A principal atividade econômica é a pecuária extensiva e

de corte. Outras atividades desenvolvidas no Sertão são: cultivo irrigado de frutas,

flores, cana de açúcar, milho, feijão, algodão de fibra longa (no Vale do Cariri, Ceará),

extração de sal (litoral cearense e potiguar) e o turismo nas cidades litorâneas. A

indústria baseia-se no polo têxtil e de confecções. Políticas públicas são necessárias

para o desenvolvimento socioeconômico no Sertão nordestino, proporcionado

qualidade de vida para sua população.

Agreste – corresponde à área de transição entre o sertão semiárido e a zona da mata,

úmida e cheia de brejos. Essa sub-região é composta pelos estados do Rio Grande do

Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. A principal atividade

econômica nos trechos mais secos do agreste é a pecuária extensiva; nos trechos

mais úmidos é a agricultura de subsistência e a pecuária leiteira. Predominam as

pequenas e médias propriedades com o cultivo do algodão, do café e do sisal (planta

da qual se extrai uma fibra utilizada para fabricar tapetes, bolsas, cordas, etc.). Outro

elemento de destaque na economia local é o turismo, com a realização de festas que

atraem multidões, como, por exemplo, as festas juninas.

Zona da Mata – também conhecida como Litoral Continental, essa sub-região

compreende uma faixa litorânea de até 200 quilômetros de largura que se estende do

Rio Grande do Norte ao sul da Bahia. Apresenta a maior concentração populacional

do Nordeste e é a sub-região mais urbanizada. O clima é tropical úmido e o solo é fértil

em razão da regularidade de chuvas. A vegetação natural é a mata Atlântica. O cultivo

da cana de açúcar é a principal atividade econômica praticada na Zona da Mata.

Outras atividades econômicas desenvolvidas são: extração de petróleo, o cultivo de

cacau, café, frutas, fumo, lavoura de subsistência, significativa industrialização,

destaca-se também a produção de sal marinho, principalmente no Rio Grande do

Norte, além da atividade turística que atraí milhões de visitantes para as belas praias

nordestinas.