Aristocratas sem coroa · lhes desculpar tudo e passar a ... sobre o para-choquas, que torna o...
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A indústria automóvelbritânica está maisíorte e competentedo que nunca. HojeInglaterra produz dos
melhores Jaguar de sempre, dos
mais completos Range Rover de
sempre e dos mais bem construí-dos Lotus de sempre. A diferençaé que, em vez de britânicas, es-tas marcas são agora indianasou malaias. Se é verdade que a
mestiçagem só traz benefícios- seja na genética ou na indús-
tria -- a nobreza dp um clássico
puramente britânico é impossí-vel de imitar ou reproduzir com
perfeito sucesso.É certo e sabido que todos osclássicos ingleses, sem exceçào,têm fragilidades preocupantesou problemas de fiabilidade ir-ritantes. Mas basta olhar paraum Tnumph TR2, para um XJ6ou mesmo para um Mini, paralhes desculpar tudo e passar a
achar que má qualidade tambémé caráter.
Até mesmo os custos de manu-tenção elevados sào toleráveis
quando se trata de preservar algotão cobiçado e imponente comoum E-type, um Healey 3000 ouum Benlley. A carros desse porte,verdadeiros monarcas do mundo
automóvel, presta-se vassalageme paga-se o que for preciso paraos manter felizes e saudáveis.Mas não são esses os modelos
que queremos trazer para luz.
Aqueles de que importa falar são
os ínjustiçados, Aqueles que, ape-
sar de terem sangue azul, tiveramde habituar-se a partilhar quartoscom Marinas, Maestros e outros
indigentes do Reino Unido.Estes cinco carros reúnem todasas características que fazem de
um clássico inglês uma escolha
especial, sem exigirem as priva-ções e vénias a que um carro de
exceçào obriga. Sào ideais parasaborear o charme, os prazerese as desventuras típicas de umcarro "made in GB"."Goodluck!"
Batalha de Inglaterra: The Revenge.Ou seja, Ford Escort XR3, prestesa ser dobrado por Golf GTI...
Aristocratas sem coroaJexto Hugo Reis Imagem Motorbesrji!ustração)ArqLiivo(fqtos^
Os clássicos ingleses são como a família real: por muitos podres que lhes descubram,
mantêm uma aura sem rival. Este mês vamos apreciar cinco bastardos da indústria
britânica que têm sangue azul mas raramente são capa de revista.
Austin 1300 GT
Preço novo: 92 c. (1972)Cotação: 4800 €
Triumph GT6 Mk3Preço novo: 128 c. (1973)Cotação: 14 000 €
Ford Cortina 1600 GT
Preço novo: n.d.
Cotação: 4500 €
Sunbeam ImpPreço novo: n.d.
Cotação: 4500 €
Ford Escort XR3/XR3ÍPreço novo: 1846 c. (1984)Cotação: 3600 €
Porquê este modelo?
O termo "One-hit wonder" existe para definir
artistas que atingem grande sucesso com uma
só música, desaparecendo em seguida. Tal e
qual como os Soft Cell com "Tainted Love" ou
mesmo a Maria Armanda com "Eu vi um sapo."
Alguém mais distraído poderá ver Alec Issigonis
como um "One-hit wonder" desenhando o Mini
e voltando para o anonimato sem mais nenhum
feito extraordinário, mas a carreira de Sir Alec
teve muitos pontos altos antes e depois. O Austin
1100/1300 é um bom exemplo de aplicação do
conceito Mini ao segmento médio. Tal como o
mais pequeno dos Austin, o 1100/1300 fazia
todo o sentido do ponto de vista utilitário. Mas
conseguir fazer dele um desportivo competentee de sucesso já não parecia uma tarefa óbvia.
Tanto mais porque o aspeto do modelo não era
tão jovial e atrativo como o do Mini. Apesardisso, o 6T não só era um carro agradável de
conduzir, como teve imenso sucesso comercial.
Pode não ser tão desejado e apreciado como a
obra-prima de Issigonis mas o lado bom é queum 1300GT perfeito pode valer no máximo 4800€ ao passo que um Mini Clubman 1275GT
pode chegar aos 7 800€.
O que procurar?Já se perdeu a conta aos Austin 1300 que"morreram" como dadores de bloco para Minis
Cooper S, sejam eles verdadeiros ou falsos. É
compreensível mas lamentável porque o GT
também é um carro interessante que à custa
disso se foi tornando cada vez mais raro. Hoje
em dia, comprar um em bom estado nem
sempre é fácil. O mal dos 1300GT, como de
quase todos os clássicos ingleses, é a ferrugem.
Surge com especial incidência nos guarda-
lamas, embaladeiras, debaixo do bonito teto
de vinil mas também em qualquer outro pontoda carroçaria e até mesmo no depósito. As
suspensões Hydrolastic são dadas a fugas de
fluídos, destabilizando completamente o carro,
mas a reparação não é dispendiosa. Nestes
carros, como no Mini, os ruídos de caixa e
diferencial fazem parte da experiência. Contudo,
ressonâncias mais elevadas merecem atenção.Se ao arrancar ouvir pequenas pancadas é na-
tural que os apoios de motor ou caixa estejama precisar de reforma. É mais um problemacomum e barato de resolver.
Pata que serve?
O Austin foi pensado para transportar famílias.
Com motor e caixa em posição transversal é
um carro muito espaçoso. Mas o conforto não
é um dos seus atributos. Com rodas pequenase curso de suspensão reduzido o 1300GT de-
sencoraja as longas viagens mas aceita com
competência e ânimo uma condução inspirada
num percurso sinuoso.
Outro inglês injustiçadoStuart Sutcliffe e Pete Best foram o quarto e
quinte Beatles. Só depois chegou Ringo Starr
que colheu os frutos da invenção enquanto os
outros ficaram de fora a vê-lo aburguesar e atorrar dinheiro em alguns Aston Martin, Facel-
Vega, Mercedes e um Cooper psicadélico.
Alternativa
Se gosta de carros ingleses com pretensões
desportivas e quase nenhuma outra qualidade,
o MG Metro 1300 é uma escolha simpática.Tem sangue azul porque descende diretamente,
do Rei Mini mas é um filho estróina.
Um para comprar jáNos classificados da MCS9 está um exemplar
cor-de-laranja com jantes Minilite. E segundoo vendedor, acabou de ser restaurado.
Se aparece na Motor Clássico, é porque temmuita qualidade (riso maquiavélico)
AUSTIN 1300 GT de 1972, recentemente
restaurado. 7.000 Euros Tel. 933022502
Um Morris 1300 GT, que ainda não percebeu que foi convidado para uma acção de doação de órgãos de um Cooper S
Motor: 4 cil. em linha; posição transver-
sal dianteira; válvulas à cabeça; 1275cc; Carburador SU; 70 cv às 6000rpm; Transmissão: dianteira,- 4 Vel.;Travões: à frente, de disco; atrás, de
tambor. Sem servofreio;Chassis: mono-bloco em aço de 4 portas e 5 lugares;Comprimento: 3703 mm; Distânciaentre eixos: 2375mrrt; Peso: 855 kg;Velocidade Máxima: 148 km/h
Austin 1300 GT
1969-1974
Triumph GT6
1966-1973
Triumph GT6: um automóvel tão fascinante que põe as mulheres bonitas a contemplar pássaros imaginários só para não olharem para ele.
Porquê este modelo?
XKI2O, E-type, DBS, Aceca. Os mais dese-
jáveis coupé ingleses têm em comum linhas
elegantíssimas e melodiosos motores de seis
cilindros em linha. Todos obedecem ao mesmo
princípio básico e são inacessíveis. A exceção é
o Triumph GT6. Os ingleses chamam-lhe "E-typedos pobres" mas dependendo da perspetivapode ser o "Spitfire dos ricos" ou o "240 Zdos
gentlemen". O GT6 é uma derivação do roadster
Spitfire mas o resultado é um carro de outrocalibre. O motor do Triumph Vitesse pode não
ser um portento, mas num carro de cerca de
900kg é suficiente para gerar sensações se-
melhantes às de um desportivo "full-size". Para
isso contribuíam a baixa distância ao solo, as
dimensões reduzidas, a bonita vista sobre o capo
e a posição de condução convidativa. O GT6 é
um automóvel com uma sonoridade contagiante
que proporciona uma sensação de velocidade
exagerada. Atingem-se altos níveis de diversão
sem correr grandes riscos nem necessitar do
envolvimento físico e concentração que, porexemplo, um Healey 3000 exige. Apesar das
suas virtudes um GT6 vale cerca de 13 500€,o mesmo que um MGB GT.
O que procurar?O Triumph GT6 teve uma longa carreira repar-tida por três gerações. O MXI é o que melhorse distingue, graças à grelha frontal cromadasobre o para-choquas, que torna o carro mais
datado e menos gracioso. O interior é o mais
elegante de todas as gerações, com fundo emmadeira brilhante e um volante bonito ainda
que exageradamente grande. Os olhos poderãosentír-se tentados pelo apelo retro do modelo
original mas os restantes sentidos vão render-
se às versões posteriores. É que a suspensãotraseira de mola transversal do MXI rapidamentese tornou famosa por reações bruscas que deram
origem a muitos acidentes de condutores mais
animados. Na segunda e terceira gerações, a
mola transversal passou a estar ligada às rodas
através de triângulos o que permitiu reduzir as
variações de camber e aumentar a tração e
estabilidade do Triumph que assim se tornou
um carro verdadeiramente eficaz. Nos útimos
MXIII, por questões de redução de custos, os
triângulos voltaram a desaparecer, mas com
o sistema de mola a ser melhorado. Assim, a
escolha ideal é entre o MXII e o MXIII, consoante
prefira a traseira de desenho mais clássico ou
ao estilo do Triumph Stag.
Para que serve?
Se conseguir manter a ferrugem ao largo, o
Triumph GT6 é um "mini GT" de sonho. Não
só tem um motor suficientemente suave para
deslocações por estrada aberta como o overdrive
permite ritmos e consumos que convidam a
prolongar a viagem.Os ruídos aerodinâmicos e o curso de suspensãoreduzidos "aconselham" a opção por viagens
curtas e sinuosas, em que o comportamento
previsível e divertido e o motor agradável pos-sam brilhar.
Outro inglês injustiçadoTal como o GT6, Lewis Hamilton ganhou fama
de provocar acidentes. Em ambos os casos a
culpa é dos condutores mais "mariquinhas".
Alternativa
Há um outro coupé de seis cilindros contempo-râneo do GT6 e relativamente acessível: o MGCGT que vate cerca de 5000€ mais.
Um para comprar jáNo OLX encontrámos um GT vendido original-mente em 1974, depois do fim da produção. É
portanto o carro sem triângulos na suspensãotraseira. Tem ainda matrícula inglesa e volanteà direita, o que explica o simpático preço de
5500€ num exemplar com bom asoeto
Para um verdadeiro inglês, de malas feitas pararegressar e apenas com gasolina portuguesasuficiente para chegar à fronteira...
Motor: 6 cil. em linha; posição longitudinal
frontal; válvulas à cabeça; 1998 cc; 2Carburadores Stromberg; 98cv às 5300
rpm; Transmissão: traseira; 4 Vel.+ Over-
drive; Travões: à frente, de disco; atrás, de
tambor. Sem servofreio; Chassis: separado
com carroçaria em aço de 2 portas e 2
lugares; Comprimento: 3785 mm; Distân-
cia entre eixos: 2108 mm; Peso: 863 kg;
Velocidade Máxima: 180 km/h
Porquê este modelo?
Nunca como hoje estiveram tão na moda os
carros familiares com alma desportiva: Audi RS4,
BMW M5, Jaguar XFR e Mercedes C55 AMG são
só os exemplos mais conhecidos. O sucesso do
conceito entende-se perfeitamente: num mesmo
carro conjugam-se os argumentos práticos que a
família exige e "o lado negro" que alguns chefes
de família gostam de reservar para si. Parece
uma fórmula relativamente recente, mas a Ford
já a usava desde a primeira geração do Cortina.
O Cortina Lotus MXI tornou-se o exemplo má-
ximo da berlina desportiva. Mas o modelo quemelhor combinou as necessidades familiares
com o carácter desportivo foi o Cortina GT MXII
na versão de quatro portas. O habítáculo mais
largo e espaçoso do modelo de 66, combinado
com as linhas mais discretas mas igualmente
elegantes, tornavam o Cortina no melhor segredo
do pai rebelde. O motor Kent desenvolvido pela
Cosworth debitava nesta geração uns saudáveis
88cv. O GT poderia não ser tão rápido quanto
o Lotus mas tinha um conforto de rolamento
superior e maior robustez mecânica. Hoje, o
seu grande trunfo é a cotação baixa, sobretudo
no MXII de quatro portas.
O que procurar?O Cortina GT foi um modelo de grande sucesso,
particularmente na sua segunda geração. Por
isso não é ainda um modelo raro. Obviamente,
muitos deles foram ou estão a ser consumidos
pela ferrugem. Especialmente aqueles que foram
equipados com o charmoso revestimento de
tejadilho em vinil. A ferrugem ataca todos os
pontos habitualmente frágeis em qualquer carro,
mas o ponto mais delicado - por interferir na
segurança - são os pontos de ancoragem da
suspensão dianteira. Especialmente se tivermos
em conta que um carro deste género pode ter
sido guiado de forma vigorosa ou mesmo vio-
lenta. Durante décadas o Cortina GT foi apenas
um carro velho e potente, capaz de proporcionar
momentos de diversão a baixo custo. As marcas
de acidentes devem por isso ser procuradas.
Se estiver a sentir-se com muita sorte, vale a
pena procurar um Cortina 1600 E. 0 motor é
o mesmo do GT mas as suspensões são seme-
lhantes às do Lotus, mais baixas e firmes. A
letra E era de "Executive" o que justifica uma
quantidade de extras luxuosos como bancos
desportivos, tablier em raiz de nogueira, jantes
"Rostyle" e faróis de nevoeiro.
Para que serve?
Os argumentos para a compra de um Cortina
GT ainda são os mesmos de quando foi lan-
çado. É um clássico perfeito para quem tem
uma família, graças à comodidade das quatro
portas e a uma bagageira bastante espaçosa.Os 88cv poderão não ser impressionantesnos dias de hoje mas não só chegam para
acompanhar perfeitamente o ritmo do trânsito
moderno como permitem ultrapassar os limites
de aderência e proporcionar uma experiência
de condução verdadeiramente aditiva.
Outro inglês injustiçadoO Cortina GT concilia as necessidades do con-
dutor com as da família. Um exemplo paraElizabeth Hurley que penalizou Hugh Grant por
ter necessidades muito particulares.
Alternativa
O seu rival da época, o Vauxhall Viva GT.
Um para comprar jáEstá no Stand Virtual um Cortina GT sedutor,
numa cor típica, contrastante com o teto de vinil.
As fotos mostram um exemplar muito completo
que parece incluir mesmo um gato siamês. Por
3200€, com as vacinas em dia.
"Miau, eu não gosto muito de carros ingleses.Posso adquirir apenas o gato? Obrigado"
Motor: 4 cil. em linha-, posição longi-tudinal dianteira; válvulas à cabeça;1498 cc; carburador duplo Weber; 78cvàs 5400 rpm; Transmissão: traseira; 4vel. Man.; Travões: à frente, de disco;
atrás, de tambor, sem servofreio; Chas-
sis: monobloco em aço de 4 portas e 5
lugares; Comprimento: 4267 mm; Distân-
cia entre eixos: 2490 mm; Peso: 875kg;Velocidade Máxima: 150 km/h
Cortina MK II I6OO GT
1966-1970
Quem inventou os padrões axadrezados merecia umas férias a ver o Sol aos quadradinhos. Tira a mão do meu Cortina! Palhaço...
O Hillman/Sunbeam Imp é a escolha de todos aqueles que, no fundo, no fundo, são um bocadinho do contra. Os outros compraram um Mini
Porquê este modelo?
Muito anos depois dos Mini terem revolucionado
o universo dos utilitários, muitas marcas conti-
nuaram a fazer sucesso comercial com a velha
arquitetura "tudo atrás". Os Simca 1000, os
Renault 8 e os Fiat 850 são só alguns exemplos.
O Hillman/Sunbeam Imp é a prova de que, os
ingleses não só eram capazes de extraordinárias
inovações, como conseguiam bater-se com a
concorrência nos conceitos mais clássicos. O
Imp Super chegou mesmo a competir direta-
mente com os Mini nas vendas. É que apesarde muito distintos em conceito, ambos têmtrunfos semelhantes: comportamento divertido,
motor vivo e espaço suficiente para transportaruma família, apesar das curtas dimensões.
Do ponto de vista mecânico o carisma do Impdeve-se em parte à utilização de um motor quese celebrizou em competição: o vigoroso e leve
Coventry-Climax de alumínio, utilizado tanto em
monolugares de competição como bombas de
água de combate ao fogo. As linhas do Imp não
eram tão vanguardistas quanto as do Mini mas
escondiam pormenores de versatilidade inteli-
gentes, como a abertura do vidro traseiro parao acesso de carga à zona dos bancos traseiros,
que já eram rebatíveis,
O que procurar?No seu tempo o Imp não foi um carro muito in-
justiçado comercialmente. Já enquanto clássico,
a distância que o separa do Mini em termos
Sunbeam imp Super1970-1986
de cotação é um pouco humilhante tendo em
conta que é uma escolha mais original e mais
difícil de encontrarem bom estado. Apesar de
ser mais conhecido como Hillman, o Imp foi
vendido em Portugal sob a marca Sunbeam e
também como SingerChamois. As diferençasentre os vários modelos são estéticas ou de
pormenor. Os modelos mais desejáveis são
os Sport, com dois carburadores Zenith e um
motor mais desenvolvido, debitando 55cv e
com performances bem mais interessantes.
Estes modelos são hoje bastante raros pelo
que talvez tenha de se contentar com um mais
vulgar Super Imp. Se a intenção for acelerar, os
upgrades possíveis são muitos e simples mas a
primeira atenção deve ir para os travões que são
claramente incapazes. A suspensão indepen-dente oferece um conforto que deixará invejoso
qualquer proprietário de um Mini a quem dê
boleia. Mas se quiser mantê-lo impressionadotambém nas curvas, a utilização de uma sus-
pensão mais firme na traseira poderá ajudar a
tornar o carro mais ajustável e divertido.
Para que serve?
Como utilitário que é, o Imp prefere as distâncias
curtas e velocidades médias baixas. O motor é
ruidoso e faz-se sentir no interior o que, sendo
aborrecido em autoestrada, pode ser entusias-
mante num passeio mais curto. A suspensãoconfortável e o interior bem arrumado tornamtoleráveis os passeios em família.
Outro inglês injustiçadoBrian Cohen é a figura central em "A vida de
Brian". Uma personagem que leva uma vida
cheia de paralelismos com Jesus, mas não passa
de um Zé-ninguém que por acaso nasceu na
porta ao lado. No "filme" dos utilitários ingleses,
o Mini faz o papel de Jesus,
Alternativa
O Riley Elf é outro utilitário inglês subestimado.É uma especia de Mini, mas com ar distinto e
uma bagageira maior.
Um para comprar jáNo OLX está um Imp Super de aspeto aceitável,
num bonito verde pistaccio. Tem livro de ins-
truções, livro de revisões e até o porta-chaves
original. Parado há 10 anos, parece uma boa
base de trabalho se o preço for negociável.
Só a cor já me põe nervoso. Mas sem pára-choques até parece de corrida. De correr daqui
para fora...
Motor: 4 cil. Em linha; posição longitudi-
nal traseira; árvore de carnes à cabeça;875c
c; Carburador Solex; 39cv às 5000
rpm; Transmissão: traseira; 4 Vel. Man.;Travões: à frente, de tambor; atrás, de
tambor. Sem servofreio; Chassis: mono-
bloco em aço de 2 portas e 5 lugares;
Comprimento: 3530 mm; Distância entre
eixos: 2082 mm; Peso: 711 kg; Velocidade
Máxima: 129 km/h
Ford Escort XR31965-1971
Olha-me nos olhos e diz-me que não tens saudades das calças de licra, do breakdance, do Rick Astley e do gelado Fizz? Pois. Eu também não,
Porquê este modelo?
É difícil perceber se o XR3 foi vítima da populari-
dade do seu antecessor, o RS2OOO, da qualidade
do VW Golf ou das suas próprias imperfeições.Em todo o caso, em 1981 estavam reunidas as
condições para que o novo Escort desportivofosse um fracasso. As vendas surgiram e o XR3
conquistou uma considerável fatia do mercado
mas, na história e enquanto clássico, ficou na
sombra do Golf GTI. Os alemães têm o irritante
hábito de serem clinicamente certeiros com
os seus produtos e o Golf era não só extrema-
mente divertido e eficaz como bem construído
e robusto. O Escort, por seu lado, tinha uma
qualidade de construção mediana e, mais grave,
um comportamento mediano. O grande defeito
apontado ao XR3 era a má motricidade. A Ford,
ainda pouco familiarizada com desportivos de
transmissão dianteira, não conseguiu preparar o
MXIII para digerir os 96cv de potência. Apesardisso o Escort desportivo vendeu-se bem e as
razões talvez estejam à vista. É que em termos
estéticos este era um carro mais atual do queo Golf e o XR3 era apimentado por um festim
de pormenores estéticos como as belíssimas
jantes especiais em forma de trevo, os faróis
suplementares, o spoiler e aileron em borracha
e as opcionais faixas autocolantes laterais.
O que procurar?
Apesar de não ser pioneiro no conceito, o Escort
tornou-se tornou num ícone entre uma nova gera-
ção de desportivos designada como "hot-hatch"
pela sua estética marcadamente desportiva.Por ter sido um carro menos significativo, a
sua cotação não vai além dos dois terços da
do seu adversário alemão. Mas saiba escolher
a versão certa e talvez se convença de que no
poupar é que está o ganho. É que a partir de
Fevereiro de 82 o Escort recebeu uma caixa de
cinco velocidades que melhorou tanto a per-formance como a economia e a sua suspensãofoi totalmente revista pelo departamento SVE
(Special Vehicle Engineering), tornando o XR3
no carro que sempre deveria ter sido. O augedo MXIII chega em 1983 com a introdução da
injeção Bosch K-Jetronic, de novas relações de
caixa e uma nova afinação de suspensão quetornou o carro mais firme mais mais eficaz.
Com 105 cv e uma aceleração dos O aos 100km/h em 8,5 segundos, o XR3 tinha atingido a
sua maturidade. Prova disso mesmo é o facto
de a mecânica ter permanecido inalterada no
Escort XR3i MXIV.
Para que serve?
O Escort XR3 é uma verdadeira compilaçãodos estímulos sensoriais que os fabricantes de
automóveis usavam neste segmento para fazer
"salivar" os jovens compradores. Numa épocaem que vivemos algum revivalismo dos anos 80,
pormenores como faróis suplementares e faixas
autocolantes estão de volta aos carros novos,
mas este é genuíno! Com uma boa escolha ou
algumas melhorias na suspensão, é um carro
divertido de guiar e simultaneamente, bastante
prático e utilizável.
Outro inglês injustiçadoNos "Take That" ficava sempre na fila de trás e
aparecia menos nos vídeos. Um dia fez-se à vida
e ficou mais rico do que os outros todos juntos.O tempo do XR3i também há-de chegar.
Alternativa
O Fiesta XR2 também parecia corredor de Do-
mingo mas hoje é interessante de conduzir.
Um para comprar jáOs 7500€ são excessivos, este XR3i no site
YSP.pt está perfeito. O vendedor diz que o carro
nunca foi restaurado e que tem apenas 34 000kms. Uma verdadeira máquina do tempo!
Parece que acabou de sair de um daquelesconcursos esquisitos, que ofereciam carros nos
anos 80, não é?
Motor: 4 ci). em linha,- posição longitu-dinal dianteira; válvulas à cabeça; 1597
cc; injeção Bosch K-Jetronic; 103 cv às
6000 rpm; Transmissão: dianteira; 5 Vel.
Man; Travões: à frente, de disco,- atrás,de tambor. Com servófreio; Chassis:
monobloco em aço de 3 portas e 5 luga-
res-, Comprimento: 3970mm; Distânciaentre eixos: 2393 mm; Peso: 900 kg;Velocidade Máxima: 185 km/h