Arlem Hudson Rocha DINÂMICA DE INOVAÇÃO DOS … · Ao Professor Dr. Fabrício Ziviani, por não...

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA DIRETORIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, PESQUISA E EXTENSÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO Redes Empresariais, Inovação e Competitividade Arlem Hudson Rocha DINÂMICA DE INOVAÇÃO DOS FABRICANTES BRASILEIROS DE COLETORES SOLARES: ANÁLISE DE UM CONJUNTO DE INDICADORES DE INOVAÇÃO Belo Horizonte 2014

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, PESQUISA E EXTENSÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

Redes Empresariais, Inovação e Competitividade

Arlem Hudson Rocha

DINÂMICA DE INOVAÇÃO DOS FABRICANTES BRASILEIROS

DE COLETORES SOLARES: ANÁLISE DE UM CONJUNTO DE

INDICADORES DE INOVAÇÃO

Belo Horizonte 2014

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ARLEM HUDSON ROCHA

DINÂMICA DE INOVAÇÃO DOS FABRICANTES BRASILEIROS DE COLETORES

SOLARES: ANÁLISE DE UM CONJUNTO DE INDICADORES DE INOVAÇÃO.

Dissertação apresentada ao Programa de pós-graduação - Curso de Mestrado Profissional em Administração do Centro Universitário UNA em 2014, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre

Linha de pesquisa: Redes Empresariais, Inovação e Competitividade

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Viana Carvalho de Paiva

Co-orientador: Prof. Dr. Fabrício Ziviani

Belo Horizonte 2014

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Dedico este trabalho a minha esposa Marília Candian Rocha pela compreensão de minha ausência e nervosismo ao longo do tempo necessário para o desenvolvimento desta dissertação.

Aos meus filhos Arthur Candian Rocha pelas cobranças e ensinamentos que ocorreram no percurso, e ao Heitor Candian Rocha, que resolveu compor a família no meio da fase de conclusão das disciplinas do mestrado.

Aos meus eternos mestres, Hildo José da Rocha e Marlene Maria Rocha, que são exemplos para a minha formação, que me ensinaram tudo que sei, e igualmente aos meus 10 irmãos que sempre apostaram em meu potencial (Anderson, Albert, Simone, Rosemary, Kelly, Davidson, Débora, Hildo, Leonardo e Letícia)

Em especial a meu irmão Davidson Rocha, que me ajudou de forma incontestável.

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Agradeço a Deus por indicar caminhos a seguir para a constante busca do saber, por me ensinar a aprender para educar e educar para trabalhar.

Às Professoras Dra. Iris Goulart e Dra. Marta Ferreira, que em restrito tempo souberam com maestria conquistar confiança e admiração, a quem devo agradecimentos especiais.

Ao Professor e Orientador Dr. Ricardo Viana Carvalho de Paiva pela sabedoria e condução deste trabalho e pela elaboração de cenário favorável à construção desta obra. Sem seus ensinamentos, o caminho seria árduo...

Agradeço aos colegas mestrandos, em especial ao amigo e Professor Helton de Paula Guedes, que estiveram ao meu lado, sofrendo, pernoitando, chorando, lendo e compartilhando informações que se transformaram em conhecimento.

Ao Professor Dr. Fabrício Ziviani, por não desistir do nosso projeto.

Agradeço ao gerente do Projeto de P&D da CEMIG, Matheus Herzog, por dedicar momentos preciosos na apreciação do projeto proposto e a Professora Elizabeth Duarte, Coordenadora do Projeto.

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“Você está vivo?”

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RESUMO

DINÂMICA DE INOVAÇÃO DOS FABRICANTES BRASILEIROS DE COLETORES SOLARES: ANÁLISE DE UM CONJUNTO DE INDICADORES DE INOVAÇÃO

A utilização de fontes alternativas de energia vem ganhando importância na estratégia

competitiva entre as nações e principalmente entre as organizações envolvidas em

competitividade por este setor. Percebe-se o aumento de investimento e a importância que as

organizações estão atribuindo a este cenário, capacidade de produção de energia de qualidade

com maior percentual de sustentabilidade. Atualmente, existem poucos e rasos estudos

desenvolvidos sobre o setor fabril de coletores solares de média capacidade instalados no

Brasil, e desta forma não se tem claramente evidenciado em estudos a forma de organização

deste setor da economia em vista à proposta de indicadores de inovação tecnológica.

Importante destacar que o objeto de análise tem como foco único as organizações fabricantes

de coletores solares, sendo que as demais organizações envolvidas com o setor de coletores

solares servem como objeto para futuras análises e outros desenvolvimentos acadêmicos.

Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa e quantitativa, de natureza descritiva.

Devido à característica do universo de 40 organizações abordadas, optou-se por utilizar o

método survey como estratégia de pesquisa. O questionário estruturado para este

desenvolvimento conta com questões que objetivaram traçar métricas de análise de

indicadores de inovação tecnológica e verificar a capacidade inovativa das organizações.

Destaca-se que a proposição do conjunto de indicadores seja considerada como ponto de

partida para levantamento de informações relevantes capazes de gerar sinais confiáveis para a

aferição de práticas e indicadores relacionados à inovação no setor fabril de coletores solares

nacionais. Os indicadores de inovação que compõem o processo de avaliação da capacidade

inovativa foram agrupados em 5 campos, atividade interna de inovação, esforço inovativo,

fontes de inovação, impactos da inovação e inovações operacionais. Entre os resultados

apurados no estudo surgem dados positivos de evolução do setor principalmente quanto aos

indicadores base da capacidade inovativa. Percebe-se uma evolução gradativa do nível de

contratação de empregados, o que aponta para um setor da economia que está em expansão.

Sobre as atividades internas de inovação, destacam-se o percentual de empregados

envolvidos com a atividade inovativa, o que sinaliza para uma busca das Organizações em

atender ao mercado com produtos com eficiência energética. O nível de esforço inovativo

apresenta como destaque o percentual de investimento realizado coma a aquisição de

máquinas e equipamentos, que aponta para a atualização e aumento do potencial produtivo.

Como fontes de inovação, apresenta como destaque o enfoque dado aos projetos

desenvolvidos com fornecedores para o desenvolvimento inovador empresarial. Os resultados

apurados com os impactos das inovações apresentam como destaque os níveis de

investimentos realizados coma comercialização pioneira de inovações para o mercado de

atuação, e como fechamento, apura-se o registro e solicitações de patentes requeridas por

parte dos fabricantes nacionais de coletores solares. Os resultados aferidos apontam para o

comportamento setorial.

Palavras chaves: Capacidade inovativa, Indicadores de inovação, Fabricantes nacionais de

coletores solares.

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ABSTRACT

INNOVATION DYNAMICS OF MANUFACTURERS BRAZILIAN SOLAR COLLECTORS:

ANALYSIS OF AN INNOVATION INDICATORS SET

The use of alternative energy sources is becoming increasingly important in the competitive

strategy among nations and especially between organizations involved in competitiveness in

this sector. The increased investment up and realize the importance that organizations are

attributing to this scenario, quality power production capacity with the highest percentage of

sustainability. Currently there are few and shallow studies conducted on the manufacturing

sector of solar collectors installed capacity of medium in Brazil, and thus not clearly has shown

in studies the form of organization of this sector of the economy in view of the proposed

technological innovation indicators. Importantly, the object of analysis is for the sole focus the

manufacturers of solar collectors organizations, and other organizations involved in the sector of

solar collectors serve as an object for further analysis and other academic developments. This

is a research with qualitative and quantitative and descriptive in nature. Due to the nature of the

universe of 40 organizations addressed, we chose to use the survey method as a research

strategy. The structured questionnaire for this development has questions that aimed to draw

metric analysis of technological innovation indicators and verify the innovative capacity of

organizations. It is noteworthy that the set of indicators of the proposal is considered as a

starting point for raising relevant information able to generate reliable signals for the

measurement practices and indicators related to innovation in the manufacturing sector of

domestic solar collectors. Innovation indicators that make up the evaluation process of the

innovative capacity were grouped into 5 fields, internal activity of innovation, innovative effort,

sources of innovation, impacts of innovation, operational. Among the results obtained in the

study appear positive data evolution of the sector especially regarding the basis of the

innovative capacity indicators. We can see a gradual evolution of the level of hiring employees,

which points to a sector of the economy that is expanding. About the internal activities of

innovation, we highlight the percentage of employees involved in innovative activity, which

points to a search of organizations to meet the market with energy efficient products. The level

of innovative effort has as highlight the investment percentage realized eat the acquisition of

machinery and equipment, which points to upgrade and increase the productive potential. As

sources of innovation, as has highlighted the focus given to projects developed with suppliers

for innovative business development. The results obtained with the impacts of innovations

presented as highlight the investment levels achieved eat pioneering marketing innovations to

the market segment, and as closure, clears up the registry and patent applications required by

national manufacturers of solar collectors. The measured results show the sector behavior.

Key words: innovative capacity, innovation indicators, Domestic manufacturers of solar

collectors.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Divisões de conceitos sobre inovação 30

Quadro 2 – Tipologias de estratégias de inovação 38

Quadro 3 – Composição de indicadores PINTEC 43

Quadro 4 – Constructos de indicadores das atividades inovadoras 45

Quadro 5 – Constructos de indicadores das atividades internas de P&D 46

Quadro 6 – Constructos de indicadores dos impactos da inovação 46

Quadro 7 – Constructos de indicadores das fontes de informações 47

Quadro 8 – Constructos de indicadores de apoio governamental 49

Quadro 9 – Constructos de indicadores problemas e obstáculos à inovação 50

Quadro 10 – Constructos de indicadores de inovações operacionais e marketing 51

Quadro 11 – Indicadores de inovação tecnológica 55

Quadro 12 – Composição de indicadores para modelo 59

Quadro 13 – Pressupostos da análise científica 66

Quadro 14 – Equivalências de cada m² de coletores solares 87

Quadro 15 – Fabricantes de coletores solares 88

Quadro 16 – Constituição de pessoa jurídica dos fabricantes 92

Quadro 17 – Composição de indicadores e fórmulas de métricas 133

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Localização geográfica das fabricantes 89

Tabela 2 – Quantidade de empregados próprios e terceirizados 93

Tabela 3 – Número de empregados das fabricantes em 2013 95

Tabela 4 – Quantidade de funcionários envolvidos com atividade de inovação 96

Tabela 5 – Quantidade de funcionários em atividade de inovação do setor 97

Tabela 6 – Dispêndio de investimentos realizados em aprendizagem e inovação 99

Tabela 7 – Valores de investimento com atividade de P&D em 2013 100

Tabela 8 – Valores de investimento em aquisição de máquinas e equipamentos 101

Tabela 9 – Valores de investimento com aquisição de licença tecnológica em 2013 102

Tabela 10 – Valores de investimento com comercialização pioneira em 2013 102

Tabela 11 – Valores de investimento com compras de computadores em 2013 103

Tabela 12 – Valores de investimento com registro de patentes em 2013 104

Tabela 13 – Total de investimento com aprendizagem e inovação em 2013 105

Tabela 14 – Quantidade de funcionários que receberam investimento para qualificação 106

Tabela 15 – Nível de qualificação acadêmica dos funcionários da empresa 107

Tabela 16 – Formas de remuneração 110

Tabela 17 – Fatores motivadores 111

Tabela 18 – Valores investidos em atividade de inovação 114

Tabela 19 – Composto de posicionamento de produto inovador 119

Tabela 20 – Faturamento bruto das fabricantes 121

Tabela 21 – Faturamento bruto do setor 122

Tabela 22 – Investimento em consultoria 123

Tabela 23 – Tipos de alianças tecnológicas 125

Tabela 24 – Grau de importância de participação de mercado 126

Tabela 25 – Constituição de patentes empresariais 128

Tabela 26 – Projetos conjuntos de inovação 131

Tabela 27 – Apuração geral de resultado de indicadores 134

Tabela 28 – Comparativo de indicadores entre empresas selecionadas 137

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Processos de gestão da inovação 36

Figura 2 – Evolução da análise de indicadores 39

Figura 3 – Fases de desenvolvimento dos indicadores de ciência e tecnologia 42

Figura 4 – Abordagem de variáveis PINTEC 52

Figura 5 – Modelo teórico 60

Figura 6 – Fatores que repercutem a capacidade inovativa 64

Figura 7 – Natureza do desenvolvimento metodológico 67

Figura 8 – Caracterização da empresa respondente 71

Figura 9 – Constituição jurídica da empresa 72

Figura 10 – Composição do quadro funcional 72

Figura 11 – Participação em incubadora 73

Figura 12 – Identificação do respondente 73

Figura 13 – Introdução de produtos aperfeiçoados 74

Figura 14 – Percentual de faturamento bruto 74

Figura 15 – Lançamento de novos produtos 75

Figura 16 – Participação em comércio exterior 75

Figura 17 – Empregados envolvidos com inovação 76

Figura 18 – Nível de formação acadêmica dos funcionários 76

Figura 19 – Empregados incentivados pela organização 76

Figura 20 – Formas de remuneração empresarial 77

Figura 21 – Investimento em consultoria especializada 77

Figura 22 – Capital de risco 78

Figura 23 – Quantidade de projetos por parceiros externos 78

Figura 24 – Procedimentos de inteligência competitiva 78

Figura 25 – Tipos de alianças tecnológicas 79

Figura 26 – Fatores motivacionais de investimentos 79

Figura 27 – Classificação de empresa inovadora 79

Figura 28 – Descrição da classificação empresarial 80

Figura 29 – Índice de investimento em inovação empresarial 80

Figura 30 – Patentes 81

Figura 31 – Melhorias tecnológicas 81

Figura 32 – Fatores motivacionais de inovação 82

Figura 33 – Nível de investimento em atividades inovadoras 82

Figura 34 – Faturamento bruto empresarial 83

13

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Média de idade das fabricantes 91

Gráfico 2 – Percentuais de investimento em atividades internas de inovação 105

Gráfico 3 – Nível de formação acadêmica dos trabalhadores contratados 109

Gráfico 4 – Fatores motivacionais de investimento (2011/2013) 112

Gráfico 5 – Comparativo de investimentos financeiros 115

Gráfico 6 – Dispêndio por atividades empresariais 116

Gráfico 7 – Participação de mercado com lançamento de produtos 117

Gráfico 8 – Projetos de melhorias para lançamentos de produtos 119

Gráfico 9 – Fatores motivacionais de melhorias de 2011 a 2013 120

Gráfico 10 – Investimento em consultoria especializada em 2013 124

Gráfico 11 – Tipos de alianças tecnológicas 125

Gráfico 12 – Percepção de importância na freqüência de lançamento de inovações 127

Gráfico 13 – Redes de cooperação para a inovação 132

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LISTA DE SIGLAS

ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

CBO – Classificação Brasileira de Ocupações

CEMIG – Companhia Energética do Estado de Minas Gerais

EIA – Energy Information Administration

EPE – Empresa de Pesquisa Energética

FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MME – Ministério de Minas e Energia

MWTH - Megawatts térmicos

OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

P&D – Pesquisa e Desenvolvimento

PINTEC – Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica

ROL – Receita Operacional Líquida

UFMG – Universidade Federal do Estado de Minas Gerais

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Sumário

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 17

1.1 Contextualização .......................................................................................................................... 17

1.2 Problema de pesquisa ................................................................................................................. 22

1.3 Objetivos ........................................................................................................................................ 23

1.3.1 Objetivo geral ......................................................................................................................... 23

1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................................................ 23

1.4 Justificativa .................................................................................................................................... 23

1.5 Estrutura da Dissertação ............................................................................................................. 26

2 REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................................................. 28

2.1 Inovação ......................................................................................................................................... 28

2.1.1 Tipos de Inovação ................................................................................................................. 31

2.1.2 Gestão da Inovação .................................................................................................................. 34

2.1.3 Estratégia de Inovação......................................................................................................... 37

2.2 Indicadores de inovação .............................................................................................................. 38

2.2.1 Atividades inovativas ............................................................................................................ 44

2.2.2 Atividades internas de P&D ................................................................................................. 45

2.2.3 Impactos das inovações....................................................................................................... 46

2.2.4 Fontes de informações ......................................................................................................... 47

2.2.5 Relações de cooperações para a inovação ...................................................................... 48

2.2.6 Apoio Governamental ........................................................................................................... 48

2.2.7 Problemas e obstáculos à inovação .................................................................................. 49

2.2.8 Inovações operacionais e Marketing .................................................................................. 50

2.2.9 Métricas de mensuração de indicadores ........................................................................... 53

2.2.10 Proposta de conjunto de indicadores para fabricantes nacionais de coletores

solares .............................................................................................................................................. 54

2.3 Capacidade Inovativa ................................................................................................................... 61

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ......................................................................................... 66

3.1 Posicionamento ontológico, epistemológico e metodológico ................................................. 66

3.2 Tipologia de pesquisa .................................................................................................................. 68

3.3 Universo de análise ...................................................................................................................... 69

3.4 Composição de instrumento de coleta de dados ..................................................................... 70

3.5 Forma de abordagem ................................................................................................................... 83

3.6 Técnica de análise estatística de dados ................................................................................... 85

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4 CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO ............................................................................................... 86

4.1 Caracterização do setor ............................................................................................................... 87

4.2 Fabricantes de coletores identificados ...................................................................................... 88

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS ...................................................................... 91

5.1 Perfil do setor e das Empresas ................................................................................................. 91

5.2 Análise dos dados ........................................................................................................................ 95

5.2.1 Apuração de indicadores atividade inovativas ................................................................. 96

5.2.2 Apuração de indicadores de atividades internas de inovação ....................................... 98

5.2.3 Apuração de indicadores da capacidade de inovação .................................................. 116

5.2.4 Apuração de indicadores de fontes de inovação ........................................................... 122

5.2.5 Apuração de indicadores de impactos da inovação ...................................................... 126

5.2.6 Apuração de indicadores de inovações operacionais e marketing ............................. 128

5.2.7 Apuração de indicadores de problemas e obstáculos da inovações .......................... 129

5.2.8 Apuração de indicadores de relações de cooperação .................................................. 131

5.3 Métricas dos indicadores de inovação .................................................................................... 132

6 CONCLUSÕES ................................................................................................................................... 141

REFERENCIAL ...................................................................................................................................... 146

APÊNDICES ........................................................................................................................................... 152

APÊNDICE A – Proposta de questionário de indicadores de inovação ................................... 153

APÊNDICE B – Quadro síntese de respostas .............................................................................. 161

17

1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

Nas últimas décadas o processo de gestão e difusão de fontes de energias

alternativas tem ganhado importância e destaque no cenário competitivo mundial e

regional. Este panorama ganha destaque quando se trata de uso com eficiência das

fontes energéticas balizada no equilíbrio ecológico.

Diante do ambiente natural, econômico e social, percebe-se que a demanda

pelo consumo de energia elétrica vem evoluindo a taxas crescentes nos últimos anos,

e a possibilidade de inovação nos meios de geração de energia deve ser observada

com um novo foco, como uma alternativa de solução para o consumo no comércio,

indústria e sociedade.

Cabe destacar que atualmente grande parte da produção de energia elétrica,

em especial na ótica da matriz brasileira, se caracteriza por ser concebida por

processos que geram severos danos ao meio ambiente, e por consequência à

biodiversidade. Exemplifica-se a demanda por construções de usinas hidrelétricas que,

conforme infraestrutura de operação, são capazes de provocar degradação de vastas

extensões de terra. Já as usinas de geração de energia eólica, que por sua natureza

mecanicista, caracterizam-se pela geração de poluentes sonoros emitidos no

ambiente. Destacam-se ainda, as usinas de energia termelétricas com elevada

capacidade de lançar toneladas de resíduos fósseis na atmosfera e apresentar

elevados custos operacionais (fator preponderante no aumento do custeio de

fornecimento de energia para a sociedade).

Segundo divulgação da U.S. Energy Information Administration - EIA1 (2012), a

prática de uso de energia renovável ocorre a mais de 150 anos pelas nações

desenvolvidas, sendo que a energia proveniente da extração, transformação,

processamento e combustão da madeira assumem como biomassa, participação

fundamental na geração de energia global.

Diante dos dados apresentados pela EIA (2012), extrai-se que as principais

fontes globais de energia estão compreendidas em 36% petróleo, 35% em gás natural,

20% carvão, 9% energia renovável e 8% de energia nuclear. Observa-se que a

1www.eia.gov – U.S. Energy Information Administration, acesso em setembro de 2013

18

energia renovável produzida mundialmente ainda apresenta raso índice de exploração

em relação às não renováveis, e a possibilidade de novos desenvolvimentos para

aprimorar formas de exploração.

Segundo EIA (2012), a produção energética gerada a partir de recursos

renováveis mundiais pode ser dimensionada em 35% por utilização de hidrelétricas,

22% recursos em madeira, 21% biocombustíveis, 13% eólica, 5% resíduos de

biomassa, 2% geotérmica e somente 1% de energia solar2.

Diante do cenário apresentado pela EIA (2012), alinhado com a questão

massivamente discutida sobre o aquecimento global, observa-se a possibilidade de

análise acadêmica e industrial sobre a utilização da energia solar como fonte potencial

e alternativa de geração de energia elétrica, bem como, métodos organizacionais e

governamentais de acessibilidade, divulgação e investimento para a utilização de

energia desta natureza.

Entende-se sobre os dados apresentados pela EIA (2012), que entre os

principais benefícios advindos da geração de energia solar destacam-se redução de

emissão de poluentes na atmosfera, disponibilidade do recurso natural em abundância

geograficamente e a possibilidade de posicionamento dos painéis de coletores solares

em locais apropriados como edificações.

Identificam-se algumas limitações sobre o sistema nacional de produção

energética solar, dentre elas a dependência de localização geográfica, estação

climática do ano, condições meteorológicas e necessidade de extensão de superfície

para captar a energia a uma taxa representativa, além do grau de evolução dos

coletores solares produzidos nacionalmente.

As análises de dados do mercado interno nacional, segundo a Empresa de

Pesquisa Energética - EPE, Ministério de Minas e Energia - MME3 (2012), apontam

que a repartição de oferta energética no Brasil é observada em 42,4% de fontes

renováveis e 57,6% de fontes não renováveis, sendo que entre as fontes renováveis

apresentam-se 15,4% de biomassa, 13,8% de hidrelétricas, 9,1% provenientes do uso

de madeiras, 4,1% de energia eólica e outras fontes renováveis entre elas a energia

solar.

Segundo Trigueiro (2012), o Brasil possui atualmente uma média de incidência

solar de aproximadamente 280 dias por ano, e esse dado estatístico faz com que a

diversidade geográfica brasileira possa ser considerada naturalmente uma potência

2 http://www.eia.gov/energyexplained/index.cfm?page=renewable_home 3https://ben.epe.gov.br/downloads/S%C3%ADntese%20do%20Relat%C3%B3rio%20Final_2013_Web.pdf

19

mundial para produção de energia solar como fonte alternativa. Trigueiro (2012) ainda

relata em seus estudos que um metro quadrado de coletor solar apresenta a

capacidade equivalente a 215 quilos de gás fóssil, ou 56 metros quadrados de área

inundada por uma hidrelétrica. Fatores que apontam a riqueza natural disponível a ser

explorada.

Trigueiro (2012), relata que o mercado brasileiro ocupa a 6ª posição de

produtividade e utilização do sistema de coletores solares, com uma área fabril

equivalente a 900 campos de futebol. Nesse sentido, 72% da produção nacional é

utilizada no sistema de aquecimento de água para banhos domésticos e higienização

de residências, 17% destinam-se a aquecimento de piscinas, 9% abastecem o

comércio e 2% destinado a indústria com destinação de forma variada.

Já o relatório apresentado pela EIA (2012), apresenta divergência de

apreciação com relação ao estudo de Trigueiro (2012), onde que o Brasil ocupa a 5ª

posição mundial em capacidade solar instalada, dados de 2011, com 4.999 megawatts

térmicos (MWth) instalados.

Ainda sobre o estudo da EIA (2012), estima-se que o país que lidera o ranking

de instalação de coletores solares é a Alemanha, com 32,41 GW de capacidade, o que

representa 31% do mercado global, sobre esta composição Alemã estima-se que 6%

do consumo energético do país são provenientes das indústrias solares instalada.

Segundo o ranking temos em seguida a China, Turquia e Estados Unidos.

Segundo Pereira et al. (2006), o aproveitamento do potencial econômico

relacionado à exploração comercial dos recursos energéticos provenientes da

radiação solar depende de dois fatores, sendo o primeiro o desenvolvimento de

tecnologia eficiente para a conversão e armazenamento de energia, e o segundo à

obtenção de informações confiáveis e políticas governamentais de apropriação

energética do país.

Ainda segundo Pereira et al. (2006), elevado percentual de empreendedores e

acionistas que apresentam condições de investimento no setor de produção de

energia solar dispõem de poucos dados relativos sobre a atividade nacional, e desta

forma evitam o risco financeiro para fazer investimentos nesta área.

No Brasil, a aplicação de recursos financeiros em Pesquisa e Desenvolvimento

- P&D, por parte do setor de energia elétrica, foi uma obrigação determinada por Lei

Federal número 9.991, publicada no ano 2000, alterada pela Lei Federal de número

10.848 de 2004, que dispõem sobre a realização de investimentos em P&D em

20

eficiência energética por parte das empresas concessionárias, permissionárias e

autorizadas do setor de energia elétrica.

Identificam-se que os programas e projetos de P&D para o desenvolvimento

energético conhecidos são acompanhados por ações governamentais e recebem

incentivos legais de apropriação de recursos financeiros advindos de empresas

concessionárias de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica que

aplicam obrigatoriamente no mínimo 1% da sua receita operacional líquida para esse

fim.

A aplicação de recursos em projetos de P&D atualmente é supervisionada e

fiscalizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL. Um dos objetivos do

referido programa, regulado pela ANEEL, é criar uma cultura de inovação e de

investimentos em P&D no setor de energia elétrica.

Pompermayer et al. (2011) destacam que as principais fronteiras tecnológicas

no setor elétrico estão relacionadas à sustentabilidade, aumento da eficiência

energética, especialmente no consumo; busca por fontes alternativas de energia e

armazenamento.

Dentre os investimentos realizados para a expansão da utilização da energia

elétrica apontados pela ANEEL, com fonte solar, destaca-se o “Desenvolvimento de

novos coletores solares para sistemas de condicionamento de ar e refrigeração”.

Projeto de P&D desenvolvido pela Companhia Energética do Estado de Minas Gerais

– CEMIG (2011), que apresenta como objetivo a identificação de fontes alternativas de

geração distribuída e descentralizada, geração termelétrica e eficiência energética.

O projeto de P&D apresentado pela CEMIG visa à adaptação de tecnologia

para adequação dos sistemas de condicionamento de ar com fonte energética

originada de novos coletores solares para níveis de temperatura de 80ºC a 200ºC,

coletores de média temperatura, visando posterior integração aos sistemas de

refrigeração e condicionamento de ar.

Este projeto constitui uma importante ferramenta na disseminação da

alternativa solar térmica em diferentes setores da economia nacional. Dentro deste

projeto, o sub projeto desta dissertação trata do mapeamento da cadeia produtiva com

foco na apreciação da capacidade inovativa e indicadores de inovação que os

fabricantes de coletores solares apresentam no cenário atual.

O universo abordado para este trabalho foi de 40 organizações identificadas

como “fabricantes” de coletores solares. A seleção das empresas adotou como critério

a forma de atuação mercadológica das organizações, ou seja, a organização deve ser

21

legalizada e possuir certificações de produtividade e de eficiência dos produtos

ofertados no mercado. Sabe-se que estas fabricantes estão distribuídas em território

nacional, com destaque de concentração geográfica nos estados de São Paulo e

Minas Gerais.

Identificam-se que atualmente existem poucos estudos de acompanhamento

da evolução das empresas elencadas neste levantamento, e desta forma torna-se

importante a elaboração científica de novos estudos para caracterizar o potencial

deste segmento no que permeia a mensuração do nível de capacidade inovativa e

capacidade de absorção de novas tecnologias.

Na elaboração desta dissertação utilizaram-se estudos já consolidados de

mercado sobre indicadores de inovações elaborados pela Pesquisa Industrial de

Inovação Tecnológica PINTEC (2013). A pesquisa de inovação e seus indicadores

atualmente é realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, com

apoio da Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP e do Ministério da Ciência,

Tecnologia e Inovação. A opção pela utilização desta fonte de indicadores se dá pela

necessidade de emprego de indicadores já testados e aprimorados por órgãos oficiais

de estudo e análise.

A PINTEC (2013) apresenta-se como principal gestor e articulador dos

objetivos, composição e consolidação de indicadores setoriais nacionais das

atividades de inovação das empresas brasileiras. Estes indicadores podem ser

comparados com outros praticados em cenários internacionais, apresentam como foco

a pesquisa sobre fatores que influenciam o comportamento inovador das empresas, as

estratégias adotadas, esforços apreendidos, incentivos, obstáculos e resultados do

esforço inovador empresarial.

A apresentação dos dados divulgados pela PINTEC (2013) pode ser

considerada como um recorte fundamental de análise e proposta para construção de

modelos de indicadores abrangentes, que possibilitem testar hipóteses de

comparações e desempenho, além de contribuir para o entendimento do processo de

inovação nas organizações, em especial para as fabricantes nacionais de coletores

solares de média capacidade.

A proposta de utilização de indicadores de inovação foi desenvolvida e aplicada

às empresas brasileiras fabricantes de coletores solares. Objetivam-se com esta

proposta avaliar o nível de capacidade inovativa, pareada em indicadores, que as

fabricantes nacionais apresentam.

22

Segundo PINTEC (2013), os indicadores de inovação podem ser agrupados

em grupos sendo; indicadores de insumo; de produto; de intensidade de inovação

tecnológica; intensidade de inovação tecnológica voltada a recursos humanos,

intensidade de infraestrutura, impactos da inovação tecnológica.

A proposta de utilização de indicadores de inovação para fabricantes de

coletores solares de média capacidade, se torna relevante pela possibilidade de

elaboração de uma ferramenta de análise do setor, e para a construção de um

instrumento de verificação da evolução das empresas relacionadas para o presente

estudo.

A CEMIG atualmente desenvolve projetos de pesquisa e desenvolvimento em

parceria com instituições privadas, universidades, Institutos de pesquisa e outras

organizações com vistas a viabilizar a implementação dos produtos inovadores de

projetos, objetivando, dentre outras questões, aumentar a competitividade de seus

agentes, gerando valor para a empresa, para os acionistas e para a sociedade.

1.2 Problema de pesquisa

O Brasil por seu posicionamento natural geográfico e extensão territorial pode

ser considerado uma potência na eficiência de utilização de fonte energética solar,

desta forma assume, segundo EIA (2012), a 5ª posição mundial no ranking de países

fabricantes e usuários da fonte de energia solar.

Conforme abordado anteriormente a Alemanha lidera o ranking de utilização

energética, seguida pela Turquia e China, países que desenvolveram tecnologia de

ponta para suprir deficiências geográficas e naturais, nestes casos possibilitando

novas perspectivas parar inovar o uso de fontes energéticas naturais e renováveis.

Observam-se que o setor fabril brasileiro de coletores solares de média

capacidade, assume importância no desenvolvimento, racionalização e nacionalização

de conhecimento sobre inovações tecnológicas, na concepção e geração de energia

elétrica por meio sustentável solar, porém, o setor apresenta estudos tímidos e

limitados no meio acadêmico nacional.

Considerando o cenário exposto e a importância da existência de métricas

gerenciais que possibilitem a adoção de critérios para avaliar as organizações

envolvidas. O presente trabalho se propõe a seguinte proposta de pesquisa:

23

Qual a capacidade inovativa dos fabricantes brasileiros de coletores

solares; análise a partir de um conjunto de indicadores de inovação?

1.3 Objetivos

Tendo como base a proposta de dissertação acadêmica, o presente trabalho

apresenta os seguintes objetivos.

1.3.1 Objetivo geral

Analisar a capacidade de inovação dos fabricantes brasileiros de coletores

solares a partir da identificação de um conjunto de indicadores de inovação.

1.3.2 Objetivos específicos

A partir da revisão da literatura, identificar um conjunto de indicadores de inovação,

adaptados à realidade dos fabricantes nacionais de coletores solares, que evidenciem

a capacidade inovativa;

Analisar os indicadores de inovação de inovação a fim de avaliar a capacidade dos

fabricantes nacionais de coletores solares de industrializarem e comercializarem novos

produtos a partir de resultados de pesquisa.

1.4 Justificativa

Segundo Trigueiro (2012), o crescimento de utilização de energia solar, na

matriz brasileira, apresenta-se com foco no atendimento ao aquecimento de água para

fins sanitários, mas nos últimos anos observa-se uma mudança deste paradigma com

a adoção de inovações criativas e racionais no uso sustentável do recurso energético.

Observam-se novos desenvolvimentos de estudos e projetos tecnológicos

voltados para a geração de energia elétrica a partir da fonte natural solar,

principalmente para o mercado nacional. Dentre as novas abordagens percebidas

destaca-se a utilização de coletores solares, com potencial de geração de energia

24

elétrica, para potencializar o funcionamento de condicionadores de ar, fator

praticamente inédito no país.

A proposta de utilização da energia elétrica, sob a ótica de fonte proveniente

solar, pode ser considerada como resultante do emprego de tecnologias inovadoras

que aplicam energia térmica solar em processo de troca e transformação em energia

elétrica, consumida nos compressores convencionais de refrigeração.

Segundo Empresa de Pesquisa Energética – EPE (2010), o consumo de

energia elétrica no Brasil em 2009 atingiu 388TMh, dados que apresentam

comportamento crescente nos últimos anos. Os setores de consumo residencial e

comercial foram citados como responsáveis por 26% e 17% respectivamente do total

consumido respectivamente.

Ainda segundo Empresa de Pesquisa Energética - EPE (2010), o consumo de

energia elétrica associado à utilização de aparelhos de ar condicionado nacional

atinge 48% da energia utilizada no setor comercial. Dados que apontam para o

elevado consumo energético para a climatização de ambientes.

Apresenta-se o projeto de Pesquisa e Desenvolvimento da CEMIG, com

registro número 438 que assume o título; “Desenvolvimento de novos coletores

solares para sistemas solares de condicionamento de ar e refrigeração”, a qual está

dissertação é parte integrante.

O projeto de P&D 438 da CEMIG está dividido em três grupos sendo;

Grupo 1 - Novos Coletores Solares

A concepção, projeto, fabricação e ensaios de novos coletores para

temperaturas de operação entre 80º C e 200º C são fundamentais para a refrigeração

solar. Tais produtos não existem no país e outro resultado do projeto será a

viabilização do uso da energia solar térmica em aplicações industriais. Assim, o projeto

prevê toda a fase de desenvolvimento de produtos, onde se espera atingir pelo menos

duas novas patentes.

As etapas da metodologia incluem a formação de estudantes familiarizados

com o tema, concepção de novos produtos, modelagem e simulações matemáticas,

projeto final, fabricação e ensaios laboratoriais. Além dos relatórios parciais e finais, os

estudantes que serão estimulados a escrever trabalhos científicos para apresentação

em congressos e publicação em periódicos e documentos técnicos do Instituto

Nacional da Propriedade Industrial – INPI para requerimento de patentes.

25

Grupo 2 - Refrigeração Solar

Esse grupo apresenta como objetivos o estudo aprofundado de novas

tecnologias: absorção4, adsorção5, dessecantes sólidos e líquidos. Dentre essas, a

única comercializada no país é a ciclo de absorção em geladeiras elétricas os a gás.

Portanto, uma fase importante da metodologia é a substituição (parcial ou total) do

gerador (elétrico ou gás) por coletores solares desenvolvidos e aprovados pelo Grupo

1 com aprendizagem de sua integração aos demais componentes do ciclo e

identificação de possíveis alterações. Será construída uma bancada de ensaios de

refrigeradores solares para avaliação do impacto dessas modificações no

desempenho do final do equipamento.

Para as demais tecnologias, inexistentes no país, preveem-se etapas de

reengenharia com a aquisição e instalação de sistema de refrigeração de para

posterior nacionalização:

a) Adsorção de pequeno porte - Chiller 3 TR (36.000 Btu/h).

b) Dessecante liquido de média escala

c) De grande porte - Chiller 10 TR (120.000 Btu/h)

Nos três casos, recomendam-se a aquisição de sistemas de porte a serem

instalados em condições reais de operação, mas em edificações que permitam o

controle e a monitoração requeridos em um projeto de pesquisa e desenvolvimento. A

aprovação final dos prédios e edificações que receberão as três tecnologias será de

responsabilidade da CEMIG.

Os resultados alcançados permitirão o desenvolvimento de novos conceitos de

pré-engenharia para equipamentos de pequeno e médio porte, visando o

estabelecimento de aplicações típicas em função de características climáticas e usos

finais, além de certo nível de padronização, a exemplo do que acontece nos sistemas

convencionais. Além, da disseminação da tecnologia avaliada.

Outro ponto inovador já identificado pela equipe é a etapa de avaliação do poli

(N-isopropilacrilamida), gel termossensível com grande capacidade de adsorção de

solutos e cuja regeneração é reversível e ocorre a 34º C. Tais características são

altamente promissoras, pois permitem um número infinito de ciclos de adsorção -

desorção em nível de temperatura compatível com o uso da energia solar.

4 Absorção - S.F. Ato daquilo que é absorvido ou que absorve alguma coisa.

5 Adsorção é a adesão de moléculas de um fluido (o adsorvido) a uma superfície sólida (o adsorvente); o grau de adsorção depende da temperatura, da pressão e da área da superfície.

26

Grupo 3 - Mapeamento da cadeira produtiva

Este grupo se constitui em um importante diferencial para os projetos de

pesquisa e desenvolvimento, avaliando o ambiente interno propício à posterior

nacionalização dos equipamentos e sistemas estudados (como protótipos ou cabeças-

de-série). Para tal, estão previstas “a elaboração e a aplicação de um instrumento de

diagnóstico do estado da arte e do grau de maturidade nas indústrias para a

nacionalização de novas tecnologias e sua efetiva aplicação”.

Serão identificados fornecedores de peças e componentes para projeto e

construção de coletores solares de média temperatura, de rastreadores solares em 1-

eixo e de sistemas inovadores de refrigeração solar. Após a análise e consolidação

dos resultados, serão elencadas as recomendações para inovação e sua gestão nas

empresas identificadas.

Assume-se para a elaboração deste trabalho a proposta a identificação de

fabricantes brasileiros de coletores solares de média temperatura, sendo que, após a

apuração dos resultados, serão elencadas recomendações para a inovação e sua

gestão nas empresas identificadas e respondentes ao projeto de pesquisa.

Para efeito de estudo, não será compreendida neste trabalho os fabricantes de

painéis fotovoltaicos, por entender que este sub-segmento ainda não está consolidado

nacionalmente e por estar sob forte influência do mercado internacional não formal de

produtividade.

Esta dissertação faz parte do grupo 3 do projeto de P&D da CEMIG, e

apresenta como proposta o mapeamento da cadeia produtiva de coletores solares

com foco nas métricas de capacidade inovativa, vista a indicadores de inovação.

1.5 Estrutura da Dissertação

O proposto trabalho está desenvolvido em 06 (seis) capítulos, sendo que no

primeiro capítulo aborda-se a Introdução do tema abordado com seus respectivos

desdobramentos como contextualização, problema de pesquisa, objetivos e

justificativa.

No segundo capítulo aborda-se a teoria relacionado aos principais elementos

referendados com a elaboração do arcabouço científico, tratam-se dos conceitos de

inovação, indicadores de inovação e capacidade inovativa. O terceiro capítulo traz a

abordagem metodológica do desenvolvimento da pesquisa. O quarto capítulo terá

27

como objetivo a abordagem da descrição do setor fabril dos coletores solares e das

fabricantes em questão.

O quinto capítulo aborda o perfil do setor fabril de coletores solares, suas

características peculiares, e traz a apuração dos principais resultados alcançados com

a aplicação dos questionários de indicadores de inovação. O sexto e último capítulo

traz o resumo das conclusões aferidas com o trabalho de dissertação.

28

2 REVISÃO DA LITERATURA

Esta seção do trabalho tem como foco a abordagem do estado da arte sobre

indicadores de inovação e capacidade inovativa que se refere o estudo. Apresenta o

levantamento atualizado das referências acerca do tema a ser investigado,

identificando os principais autores e obras que tratam do referido assunto.

Destacam-se como abordagem temas ligados ao processo de inovação, gestão

da inovação, estratégia de inovação, indicadores, métricas e proposta de modelo

teórico como segue.

2.1 Inovação

A palavra inovar deriva do latim, onde in + novare, apresenta como significado

fazer novo, renovar ou alterar uma realidade, e desta forma pode representar ações de

melhoria de potencial sobre bens ou serviços.

O ponto de partida para a compreensão da análise da inovação, sob a ótica da

revisão literária, inicia-se com as publicações de Schumpeter (1984).

A abertura de novos mercados – estrangeiros ou domésticos – e o

desenvolvimento organizacional, da oficina artesanal aos

conglomerados, ilustram o mesmo processo de mutação industrial

que incessantemente revoluciona a estrutura econômica, a partir de

dentro, incessantemente destruindo a velha, incessantemente criando

a nova. Esse processo de destruição criativa é o fato essencial

acerca do capitalismo. (SCHUMPETER 1984, p. 112/113)

Entende-se, diante da contribuição de Schumpeter (1984), que as

organizações objetivam constantemente criar mecanismos que a capacite a superar a

concorrência, estabelecendo momentos de controle de mercado até que seja

introduzida novos produtos, serviços ou processos que substitua o padrão

estabelecido.

Drucker (1969) afirma que no sistema de competitividade enfrentada pelos

mercados, tornam-se comum defrontar com períodos de descontinuidade da economia

e de tecnologia. Neste sentido, entendem-se as constantes mudanças na estrutura do

modelo industrial, em teorias da economia e na forma de gestão organizacional e

governamental. Complementa posteriormente que, “a inovação é o instrumento

específico dos empreendedores, o processo pelo qual eles exploram a mudança como

uma oportunidade para um negócio diferente ou um serviço diferente”. DRUCKER

29

(1987, p. 25). Desta forma entendem-se a relevância que a prática da inovação

representa para o meio empresarial e para a evolução da sociedade.

Identificam-se no início da década de 1990 registros da primeira edição de um

manual com a proposta de criar diretrizes para unificar, coletar e interpretar dados

sobre a inovação tecnológica – Manual de Oslo, organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico - OCDE.

A mudança de ênfase na política industrial e tecnológica dos países desenvolvidos – em que a política científica e tecnológica tradicional vem sendo substituída pela perspectiva de consolidação de um efetivo sistema nacional de inovação – vem incentivando novas experiências no sentido de aperfeiçoar as metodologias de geração dos indicadores de C&T então disponíveis, reunidas nos manuais da Família Frascati. As discussões em torno da geração de uma nova modalidade de indicadores, que já vinham ocorrendo desde o final dos anos 80, intensificaram-se nos anos 90, principalmente a partir de 1997, momento em que a OCDE lança a segunda e atual versão do Manual de Oslo (1992), contendo recomendações especificamente voltadas para a coleta e interpretação de dados sobre inovação tecnológica empresarial. (ROCHA, 2003, P.63)

Segundo Rocha (2003), o Manual de Oslo surgiu com o propósito de

padronizar e orientar conceitos, métricas, referências estatísticas e indicadores de

pesquisa de P&D para os países considerados industrializados, e teve origem diante

da necessidade de atenção e preocupação da OCDE em produzir um instrumento

técnico e robusto de indicadores que representasse os requerimentos da sociedade do

conhecimento, que promoveram alterações na base de dados para facilitar a

sistematização e a padronização dos sistemas de coletas nos países em

desenvolvimento.

O Manual de Oslo apresenta diferenças conceituais e metodológicas que o distinguem dos manuais da “Família Frascati”. Enquanto esses se voltam para a mensuração da capacidade científica e tecnológica de um país ou região, aquele foca a empresa, sujeito do processo de inovação, e introduz o conceito de “inovação tecnológica de produtos e processos”, principal categoria de mensuração dos indicadores de inovação tecnológica empresarial. Os indicadores de inovação tecnológica sugeridos no Manual de Oslo buscam, também, identificar os objetivos da inovação, as fontes de informação e de financiamento da inovação e a existência ou não de projetos conjuntos de P&D. (ROCHA, 2003, p.64)

Atualmente o Manual de Oslo está em sua terceira edição, e serve como

balizador para consultas indispensáveis para formulação de modelos teóricos acerca

do conceito de inovação com maior grau de confiabilidade.

Segundo Manual de Oslo (2005) a inovação pode ser dividida em quatro áreas

distintas e com características diferentes sobre a inovação. Tem-se a inovação de

produto, de processo de marketing e organizacional, representada no Quadro 01:

30

Quadro – 1 Divisões de conceitos sobre inovação

Área Descrição

Produto Conceito familiar ao setor privado é a introdução de um bem ou serviço novo

ou significativamente melhorado no que concerne a suas características ou

usos previstos, inclui-se característica técnica, componentes e materiais,

software, facilidade de uso aplicabilidade e funcionalidade.

Processo Familiar ao setor privado, a inovação de processo deve ser compreendida

como a implementação de um método de produção ou distribuição novo ou

significativamente melhorado. Neste conceito, incluem-se mudanças

significativas em técnica, equipamento ou software.

Neste caso o objetivo pode ser a redução de custos de produção ou

distribuição, melhoria de qualidade, produção de novos bens ou melhorias

dos mesmos.

Marketing Inovação em Marketing deve ser concebida como a implementação de um

novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do

produto ou em sua forma de apresentação ao mercado demandante, no

posicionamento do bem, promoção ou formulação de precificação. Sempre

voltados para atender às necessidades do mercado demandante.

Organização A mudança organizacional é orientada pela implementação de um novo

método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na

organização do próprio ambiente de desenvolvimento das atividades

profissionais em relação ao mercado externo. Este conceito de inovação

apresenta como característica a melhora do desempenho organizacional por

meio de redução de custos e estímulo de pessoal.

Fonte: Manual de Oslo (2005, p.56) – Adaptado pelo autor

Porter (1998), Hamel (2007), Davila, Epistein e Shelton (2007), defendem

pontos de reflexões semelhantes, onde a inovação, sob a perspectiva de estratégia,

pode estar relacionada à possibilidade de obtenção de canais de vantagens

competitivas, e que a capacidade de inovação e a organização de aprendizado

organizacional podem diferenciar a empresa das demais concorrentes de mercado.

Freeman e Perez (1998), conceituam a inovação sob a ótica do grau de

novidade, aborda o grau de impacto gerado pela organização, e relatam também os

tipos de tratamentos da inovação, onde identificam a inovação incremental, inovação

radical, novos arranjos tecnológicos e as prováveis mudanças de processos tecno-

econômicos.

Entendem-se que o nível de capacidade inovativa de uma empresa está ligada

a profundidade de revelação e inovação que ela pode introduzir no mercado. Se a

inovação é inédita, deve ser considerada radical, pois abandona-se gradativamente

conceitos ultrapassados. Quando a inovação é percebida como uma alteração

substancial de projeto, produto ou processo, esta deve ser considerada como

incremental.

31

Outra abordagem apurada na atual literatura sobre o conceito de inovação

tange a percepção do processo produtivo, que pode ser determinante no entendimento

de como as empresas se organizam e inovam.

Para Utterback (1983) e Tidd, Bessant e Pavitt (2008), o processo de produção

nas organizações passa pela criação, desenvolvimento, uso e difusão de novos

protótipos, trato ou ideia. A criatividade de trato junto ao mercado atuante passa pela

percepção de novas demandas do mercado consumidor, possibilidade de

implementação de novas estratégias, desenvolvimento ou aquisições de soluções

externas, construção de protótipos e realização de testes.

Após estas etapas tornam-se importante o dimensionamento produtivo e a

disseminação (comercialização pioneira) deste novo produto ou processo para um

mercado demandante. Estas práticas são capazes de gerar novos ciclos viciosos

capazes de sustentar vários ciclos de inovações incrementais.

Tidd, Bessant e Pavitt (2008), Tigre (2006) e Hamel (2007) defendem a

inovação sob a ótica da tipologia, ou seja, inovação de produto, serviço, processo,

marketing, operação, estratégia, inovação gerencial e organizacional.

Inovação segundo conceito de Lei Federal é a introdução de novidade ou

aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos,

processos ou serviços (Lei Federal nº 10.973/2004).

Diante do alinhamento de conceitos sobre inovação, adota-se para a

elaboração deste trabalho, a definição de que inovação deve ser entendida como a

concepção ou nacionalização de uma ideia, nova ou incremental, sobre produto ou

processo produtivo capaz de ser disseminada por um mercado demandante e que

permita a otimização de uso de recursos naturais escassos.

2.1.1 Tipos de Inovação

Segundo Moreira e Queiroz (2007), a introdução de novos produtos está

relacionada a um melhor desempenho de mercado, onde que as organizações

buscam focar na melhoria de desempenho para alcançar melhor Market Share (fatias

de participação na preferência do mercado consumidor) e rentabilidade.

A disputa pelo mercado proporciona constantes adaptações e faz com que o

ciclo de vida útil dos produtos, processos e serviços sofra alterações conforme

características de demanda, oferta, durabilidade e eficiência. Assim torna-se

importante o reposicionamento rápido com a substituição por novas versões no lugar

das consideradas obsoletas.

32

Segundo OCDE (2005), a inovação de produto ou processo compreende a sua

introdução com uma nova técnica e melhorias que sejam consideradas significativas.

Para ser considerada como inovação tecnológica ela deve ser implementada e ser

introduzida no mercado, ou que seja, utilizada no processo de produção. A OCDE

(2005), relata ainda que pode ser envolvido uma série de atividades como científica,

tecnológica, organizacional, financeira ou até comercial.

Entendem-se que seja conveniente considerar uma organização inovadora

sendo aquela que introduz, em um determinado intervalo de tempo, novos produtos ou

processos tecnologicamente modificados ou significativamente melhorados.

Para Tidd, Bessant e Pavitt (2008), a inovação deriva em maior ou menor grau,

do planejamento e implementação de produtos ou processos no mercado, quando o

produto é considerado como líder no mercado, o processo de inovação ganha

relevância e papel estratégico.

Tigre (2006) expõe que quando a inovação é considerada de processos, seus

resultados devem alterar o nível de qualidade no produto ou dos custos de produção e

entrega, neste caso o autor cita a exclusão de pequenas mudanças ou realizadas de

forma rotineira nos processos produtivos e as que são realizadas para atender

demandas administrativas ou organizacionais.

Schumpeter (1982) descreve as inovações radicais como aquelas que tem a

envergadura de provocar significativas alterações no mundo, já as inovações que são

incrementais, preenchem continuamente o processo de mudança.

Diante das citações abordadas de diversos autores, torna-se evidente a

necessidade de referendar os tipos de inovações para apreciar o campo de inovação a

ser atribuída no processo de nacionalização de inovação preterida por este trabalho.

a) Inovações radicais

Moreira e Queiroz (2007) e Tidd, Bessant e Pavitt (2008), assimilam

entendimentos de que as inovações radicais devem ser consideradas como aquelas

que de fato produzem modificações significativas nas atividades de uma organização,

e desta forma, representam um evidente e incontestável abandono das práticas usuais

passadas. Para ser compreendida como radical, deve-se introduzir novidade e

requerer o desenvolvimento de novas rotinas, usualmente deve se perceber

modificações de crenças e valores normativos para membros da sociedade.

Montanha Jr. et al. (2008), acrescentam que a inovação radical traz na base

um processo de revolução tecnológica, fator que por sua natureza potencialmente

33

conduz à extinção o que existia antes dela. Os autores apresentam a presença da

pesquisa científica e tecnológica, que deve ser originada nas empresas e

organizações por meio de possíveis parcerias firmadas com universidades e institutos

de pesquisa.

Rocha (2003) descreve que a distinção quanto à tipologia de radical ou

incremental da inovação parte da compreensão de que, a inovação radical se

caracteriza como o processo de destruição criadora que se estabelece na fronteira do

conhecimento tecnológico, noção e conceito explicitado por Schumpeter (1934),

resgatado pela Teoria Evolucionista da mudança técnica.

Rocha (2003) defende ainda que as inovações radicais assumam uma ruptura

com o padrão tecnológico até então vigente originando novos produtos, setores e

mercados ou seja representam produtos, setores e formas de organização

inteiramente novos para o mundo, ao passo que as inovações incrementais referem-se

à introdução de melhorias e aperfeiçoamentos em produtos, processos ou na

organização da produção.

Entende-se que a inovação radical provoca uma ruptura de padrões de

consumo, utilização e consumo de uma novidade ultrapassada, e substituída por algo

novo, padrões antigos são substituídos por novos com a proposta de mais eficiência

ou eficácia.

b) Inovações incrementais

Moreira e Queiroz (2007), Montanha Jr. et al. (2008) e Tidd, Bessant e Pavitt

(2008), relatam que as inovações consideradas como incrementais implicam pequenas

modificações, diferenças, realizadas em relação às práticas rotineiras, induz algo que

podem ser implementados com adaptações menores das rotineiras organizacionais

existentes, e que se ajusta a necessidade do mercado e de membros da organização.

Apresentam a característica de baixo custo de implementação, geralmente são

aplicadas internamente nas organizações e são mais rotineiras do que as inovações

radicais.

Davila, Epistein e Shelton (2007), contribuem para entendimento do conceito

referendando que a inovação com característica incremental é predominante na

maioria das organizações e desta forma recebem grande percentual de investimento.

Defendem, também, que pode ser considerada uma maneira de extrair o máximo

possível de produtos e serviços existentes sem a necessidade de fazer mudanças

significativas ou grandes investimentos.

34

Importante destacar análise de Davila, Epistein e Shelton (2007), que a

inovação incremental pode ser considerada como pequenas mudanças realizadas em

produtos ou processos que atendem a proposição de valor, alteração na cadeia de

valor ou na proposta para o cliente alvo, fatores que alavancam os modelos de

negócio das operações, ou ainda pode representar pequenas modificações que altera

produtos ou serviços, tecnologia de processos ou tecnologia capacitadora que

alavancam as tecnologias adotadas pelas organizações para se tornarem diferentes e

competitivas no mercado.

Diante dos diversos conceitos abordados, entende-se que a cadeia produtiva

preterida para este desenvolvimento, possivelmente, se enquadre no protótipo de

inovação incremental, visto que a tecnologia de utilização de coletores solares de

média capacidade para a geração de energia capaz de proporcionar o funcionamento

de um aparelho de condicionador de ar, já existe em funcionamento em outro país, e

desta forma as organizações envolvidas neste trabalho seriam verificadas sobre a

hipótese de nacionalização desta inovação tecnológica.

2.1.2 Gestão da Inovação

Para Tidd, Bessant e Pavitt (2008), a dinâmica dos mercados vêm passando

por mudanças consideráveis ao longo das últimas décadas, e estas mudanças

exigiram uma adequação das organizações para se manter em processo de

competitividade frente aos concorrentes, incorporando a gestão da inovação em áreas

como finanças, marketing, recursos humanos, dentre outras. Os autores defendem

que a inovação deve decorrer de uma espécie de projeto corporativo, traduzido em

estratégias e ações que busque um diferencial de mercado, e deve ter pilares básicos

como: conhecimento, informação e criatividade.

Siluk (2011), Bautzer (2009), Scherer e Carlomagno (2009), afirmam que as

organizações devem adotar critérios para fazer diagnósticos e identificar sua situação

de atuação no mercado, verificar o nível de desempenho, postura estratégica e gestão

corporativa, verificar oportunidades e ameaças, reforçar a cultura de atuação, os

recursos de atuação como marketing, finanças, pesquisa e desenvolvimento, logística,

patrimônio humano, sistema de informação, avaliação e controle, fazendo um

verdadeiro e confiável mapeamento interno e externo.

Segundo Rabaglio (2008), a gestão da inovação deve ser compreendida como

o ato de planejar, gerir, organizar, liderar projetos, organizações ou equipes, e que

existem diversos modelos conceituais de processos de gestão que podem ainda, ser

ligados a diferentes áreas do conhecimento.

35

Kaplan e Norton (2004) incluem quatro novos processos sendo a oportunidade

de identificar novos produtos e serviços, capacidade de gerenciar ações de pesquisa e

desenvolvimento, projetar e desenvolver inovações (produtos e serviços) e ainda,

lançar inovações para o mercado.

Para Davila, Epistein e Shelton (2007), existem regras para uma boa gestão no

que se tange a inovação. Liderança sólida para definir estratégias, organização de

calendários de inovações e incentivo a criações significativas. Entende-se que a

inovação deve ser considerada como uma unidade de negócio dentro das

organizações.

Percebe-se que o processo de inovação deve estar alinhado com o método de

estratégia adotada pelos gestores empresariais, e deve buscar equilíbrio entre a

capacidade de criação e a capacidade de geração de valor. Deve-se ainda, ter

afinamento institucional capaz de neutralizar os agentes e ações capazes de minimizar

ideias diferentes e com grande potencial inovador. Verificar redes internas e externas,

consideradas fontes básicas de inovação, e finalizam com a orientação para corrigir os

indicadores e as recompensas, formas de conduta adequada.

Rocha (2003, p.64) descreve que no processo de inovação de produto as

características diferenciam, com alta representatividade, daquelas apresentadas pelos

produtos em substituição, “pode implicar o uso de tecnologia radicalmente novas para

sua produção ou a combinação de tecnologia existentes, com novos usos, como

também pode derivar do uso de novos conhecimentos”. A inovação de processo é

relatada pela adoção de métodos melhorados, e pode compreender na mudança na

organização da produção e nos equipamentos.

Entendem-se que as organizações contemporâneas assumem determinado

potencial de inovação, seja na criação ou trato de produtos, serviços ou processos.

Neste sentido, observa-se que as organizações devem ser capazes de lidar com

disciplina organizacional, adotar princípios, técnicas, ferramentas que estejam

acessíveis a todos os colaboradores da empresa, e assim, deve-se, também, adotar

critérios de proteção da inovação, principalmente a propriedade intelectual.

36

Figura 1 – Processos de gestão da inovação

Fonte: Instituto Inovação (2014)6

Diante do modelo apresentado pelo Instituto Inovação (2014), processos de

inovação tecnológica - figura 1, percebe-se a existência de processos a serem

seguidos para gerir a inovação nas organizações. Entende-se, diretrizes como

direcionamento, detecção, seleção, apoio, implementação, aprendizado e

conscientização, e destas premissas, destaca-se a aprendizagem, pois, as

organizações inovadoras devem sempre estar aprendendo para sobreviver em

situação de competitividade.

O modelo apresentado retrata a possibilidade de que as organizações

direcionarem as ações gerenciais garantindo que o processo de inovação esteja

alinhado com as estratégias mercadológicas. Deve-se adotar métodos para detectar

sinais e tendências de mercado para gerar e capturar ideias que possam contribuir

para o desenvolvimento.

O próximo passo sugerido pelo modelo refere-se a aprimorar, onde deve-se

selecionar as ideias que representam maior potencial de valor, alinhado com a

estratégia organizacional, aparelhar a organização através do desenvolvimento de

competências internas ou parcerias e implementar, de forma eficiente e sustentável,

os possíveis projetos de inovação.

6 Disponível em <http://minas-gerais.all.biz/gestao-da-inovacao-tecnolgica-s1320#show0> Acesso em Maio 2014.

37

Ainda, sobre o modelo, têm-se a preocupação em apoiar e estimular as

iniciativas de inovação, e desta forma, criar nas organizações uma cultura de

conscientização, em todos os níveis de trabalho, sobre a importância da inovação para

a sobrevivência da organização.

Como último passo do método apresentado, têm-se o processo de

aprendizado, que envolve todas as etapas do processo de inovação, sendo

necessário, registro dos processos, e realizar ajustes necessários.

Entende-se, com o modelo apresentado, o processo de gestão da inovação

inerente às organizações contemporâneas em estágio de competitividade. Destaca-se,

no modelo apresentado, o processo de detecção de sinais e tendências do ambiente

externo, passo importante para a identificação de inovações que surgem no ramo de

atividade organizacional. Para identificar as modificações e inovações de mercado, as

organizações devem recorrer a métodos lícitos de inteligência competitiva.

O entendimento sobre as variações de forma de gestão de inovação torna-se

relevante para a correta mensuração dos indicadores de inovação tecnológica

aplicada à população pretendida de fabricantes de coletores solares de média

capacidade, entende-se que parte destes constructos estão relacionados com a

potencialidade de nacionalização e gestão de inovação das organizações.

2.1.3 Estratégia de Inovação

Outro aparato conceitual importante para este desenvolvimento envolve a

análise da estratégia de inovação que a população analisada utiliza para atuação no

mercado nacional, visto que esta estratégia pode sinalizar a forma de atuação desta

empresa e de projeção para a construção de um ambiente interno que favoreça a

inovador.

Segundo Stoeckicht e Soares (2010), uma estratégia que observa a inovação

deve abranger o planejamento necessário para que a inovação possa ocorrer de fato

desta forma proporcionar competitividade.

Freeman (1997) e Tigre (2006), adotam a classificações da estratégia de

inovação em seis patamares distintos, sendo; ofensiva, defensiva, imitativa,

dependente, tradicional e oportunista. As organizações podem optar por selecionar

uma ou mais estratégias para atuação no mercado de participação, bem como ainda

podem optar por mudança de estratégia ao longo do tempo para adaptar a possíveis

mudanças de foco de atuação.

38

Tigre (2006), apresenta uma série de características que diferenciam as

estratégias entre ofensivas, defensivas, imitativas e tradicionais, e apresenta

descrições delas conforma apresentado no quadro 2.

Quadro 2 – Tipologias de estratégias de inovação

Estratégia Descrição

Ofensivas

As organizações necessitam capacitar e contar com o potencial criativo e técnica de

seus colaboradores, contar ainda com infraestrutura e acesso a laboratórios e centros

de pesquisa, ter participação abrangente de mercado capaz de assegurar o risco de

investimentos e retornos insertos.

Defensiva

A organização não quer correr riscos, não deseja ser a primeira a inovar, mas também

não quer ser ignorada e deixada pra trás pelas concorrentes.

Imitativa

É usualmente adotara por organizações presentes em países em desenvolvimento,

praticamente em locais onde se percebe a ausência de empresas inovadoras.

Tradicional

As organizações geralmente não mudam seus produtos, possibilidades; o mercado

não demanda por modificações ou a concorrência também não inova

Fonte: Tigre (2006) - Adaptado pelo autor

Entende-se que Tigre (2006) apresenta relevante contribuição para a

compreensão das tipologias de estratégias de inovação. A adoção de métodos e

estratégia de inovação ofensivas podem assinalar elevado risco para as organizações,

pois vão depender do potencial criativo dos colaboradores em conjunto com a

infraestrutura organizacional. Já os métodos de estratégia considerados defensivos

assumem menor grau de risco, entende-se que as organizações acompanham as

inovações de mercado, mas não assumem o risco de serem as primeiras a inovar.

Quanto a estratégia imitativa, segundo Tigre (2006), estas ocorrem em geral

nos países em desenvolvimento. Entende-se que estes países possuem mecanismos

de produção, mas são limitados quanto à geração de inovações. Já os métodos

tradicionais de estratégia de inovação estão caracterizados por mercados com baixa

demanda por modificações, ou onde os concorrentes assumem a postura de pouca

inovação.

2.2 Indicadores de inovação

Segundo Ziviani (2013), os indicadores de inovação se apresentam como

instrumento/ferramenta com alto potencial para subsidiar estudos capazes de gerar

análises de desempenho do esforço de inovação, e subsidiar os gestores

organizacionais com informações consolidadas para tomadas de decisões

estratégicas.

39

Entende-se que a proposta de indicadores de inovação para a indústria

assume fundamental importância para a aferição do nível de capacidade inovativa e

competitividade entre organizações de um mesmo setor, principalmente no contexto

do paradigma técno-econômico atual, que está sobre o enfoque da gestão do

conhecimento e equipamentos.

Para Bes e Kotler (2011), a proposta de indicadores envolve um conjunto de

ferramentas e um sistema capaz de medir a capacidade de inovação de uma

determinada organização. Os autores relatam, também, que a criação de indicadores

para medir o grau de inovação das organizações é considerada como um tema

relativamente novo, que veio para substituir outros métodos adotados como

crescimento geral de vendas e lucros, que são consideradas insuficientes no campo

de verificação do potencial inovador.

Bes e Kotler (2011) afirmam ainda que os indicadores de inovação constituem

um sistema de avaliação e podem ser consideradas como ferramenta de diagnóstico

para prever a capacidade futura de inovar, ou características que as organizações

podem apresentar para assinalar a perda de potencial inovador, e desta forma prever

tendências preventivamente. Os autores trazem a proposta de evolução de análise de

indicador, representado na figura 2.

Figura 2 – Evolução de análise para Indicadores

Fonte: BES, F. T. de; KOTLER, P. (2011) – Adaptado pelo autor

O processo apresentado por Bes e Kotler (2011), relata a necessidade de

comparar e classificar a evolução empresarial entre outros concorrentes, neste caso,

presume-se que as organizações estão inseridas em um contexto competitivo que

Comparar e classificar evolução empresarial entre outros concorrentes

Comparar duas ou mais unidades de negócio da mesma organização

Mensurar o crecimento da capacidade de inovação de uma empresa ao longo do tempo

40

exige constante vigilância do potencial competitivo dos concorrentes, e lançamentos

de novos produtos que possam impactar na participação de mercado da organização,

estar atento aos processos de inovação, lançamentos de mercado, e identificação de

novos produtos, processos ou serviços deve ser considerado importante para a gestão

organizacional.

O segundo tópico relacionado por Bes e Kotler (2011) refere-se ao método de

comparação de duas ou mais unidades de negócio da mesma organização. Neste

sentido, entende-se que a organização deve ter mais de uma opção de produtividade,

e desta forma, traçar com periodicidade, períodos de comparação entre as unidades

de negócio para compreender melhor o processo gerencial.

Bes e Kotler (2011) relatam que deve-se mensurar o crescimento da

capacidade de inovação de uma empresa ao longo do tempo. Neste sentido, entende-

se que as organizações devem estar atentas ao processo de gestão do conhecimento,

torna-se evidente investimentos em qualificação da mão-de-obra contratada e dos

equipamentos estruturais da organização.

Para o presente desenvolvimento, entende-se que a opção adequada, dentro

da análise de Bes e Kotler (2011), seria o ponto central da evolução de análise para

indicadores que trata de comparar e classificar evolução empresarial entre

concorrentes.

Trizotto e Geisler (2008), Bes e Kotler (2011), Scherer e Carlomagno (2009) e

Ziviani (2013), apresentam características semelhantes sobre os indicadores que

podem ser considerados excelentes instrumentos para a medição de desempenho do

esforço de inovação, e desta forma de subsidiar os gestores e tomadores de decisões

são subsidiados com informações que retratam a realidade empresarial. Só é possível

avaliar o desempenho de uma organização, sobre o processo de inovação, com a

utilização de indicadores corretos.

Segundo Andreassi (2007); Bes e Kotler (2011), a utilização de indicadores

para avaliar a capacidade de inovação das organizações é uma prática relativamente

nova e pouco difundida e que ainda não conta com a importância em investimentos

financeiros no meio científico e empresarial. Chamam, ainda, a atenção para que as

empresas criem consciência da relação entre indicadores e os resultados da inovação

e a importância de adoção de estratégia de sobrevivência em mercado competitivo.

Segundo Rocha (2003), os indicadores de inovação aplicados para a América

Latina e em países em desenvolvimento são adaptados para atender as

características regionais, no caso do Brasil, os indicadores de inovação tomam como

41

base o Manual de Oslo, da OCDE, e relatam as experiências de inovação empresarial

do país.

Rocha (2003) apresenta a colaboração onde que no Brasil os esforços

pioneiros de geração de indicadores de inovação tecnológica partiram da Associação

Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras –

ANPEI e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

A ANPEI é uma organização privada que desenvolve desde a década de 90 a

elaboração de uma base de dados de indicadores de inovação tecnológica em

empresas sediadas no país. Em 1992 iniciou o desenvolvimento de trabalhos de

geração e sistematização de informações sobre inovação tecnológica no setor

industrial brasileiro, concretizou uma base de dados operada em sistema de rede. A

ANPEI é composta de pessoal qualificado e atua como um elo de uma cadeia

composta por entidades de classes setoriais, federações estaduais de indústria e

núcleos acadêmicos, cada qual se responsabilizando por sua esfera quanto aos

procedimentos de coleta de dados (ANPEI, 2000).

O levantamento de dados realizado pela ANPEI apresenta periodicidade anual,

e a série de levantamento inicia-se em 1992. A base de dados permite desagregações

importantes que permite fazer recortes das empresas pelo porte de atuação (pequena,

média e grande), origem do capital privado (nacional e estrangeiro), setor industrial e

estado da federação onde se localizam as empresas.

Os indicadores propostos pela ANPEI (2000) mensuram a intensidade das

atividades inovadoras por meio dos gastos e elas associados, os recursos humanos e

os resultados da inovação da organização. Os indicadores que elabora correspondem

ao valor médio por empresa.

A última edição publicada pela PINTEC registra-se em 2011/2013, ela deu

continuidade à série que começou com a PINTEC 2000 (relativa ao triênio 1998-2000),

seguida pela PINTEC 2003 (relativa ao período de 2001 a 2003), PINTEC 2005

(relativa ao período 2000 a 2005). Destaca-se que a base conceitual e metodológica

da PINTEC é o Manual de Oslo: proposed guide lines for collections and interpreting

technological innovation data, publicado pela OCDE (1997).

O objetivo principal do desenvolvimento da PINTEC é de construir indicadores

setoriais, regionais (caso da indústria) e nacionais das atividades de inovação

tecnológica das empresas brasileiras, que sejam confrontáveis com as informações de

outros países. A unidade de investigação se restringe a atividade industrial ativa, que

possui dez ou mais funcionários.

42

Para Ziviani (2013), além da compreensão dos fatores que influenciam o

comportamento inovador das empresas, suas estratégias, esforços empreendidos,

incentivos, obstáculos em resultados da inovação. Permite às empresas avaliar seu

desempenho setorial, às entidades de classe, analisar a conduta tecnológica de seu

setor, e ao governo, avaliar e desenvolver políticas de inovação.

Percebe-se que os indicadores sempre representam aspectos parciais do

processo inovativo, sendo que devem ser utilizados em conjunto, para que se possa

ter uma noção da realidade em matéria de inovação. Para fins desta pesquisa, é de

grande relevância o modelo de sistema setorial de inovação, visto que o modelo de

gestão da inovação adotado atualmente no setor elétrico brasileiro, pano de fundo

para esta pesquisa, depende para seu sucesso das relações estabelecidas e dos

fluxos de conhecimento entre empresas do setor, empresas fornecedoras,

universidades e agências de regulação e fomento.

Rocha (2003), relata que a contribuição sobre as fases de construção de

indicadores de inovação, sendo atribuída esta evolução em três níveis, sendo que o

primeiro está ligado a fase de experimentação dos indicadores concebidos

institucionalmente, após vem a fase de desenvolvimento e validação dos indicadores,

e por último, adota-se a fase de implementação e análises periódicas dos indicadores,

como representado na figura 3.

Figura 3 – Fases de desenvolvimento dos indicadores de ciência e tecnologia

Fonte: Rocha (2003, p. 57). Adaptado pelo autor

• Conjecturas de pesquisadores e especialistas do meioacadêmico para montagem de modelo decompilaçãodos indicadores: formas de obtenção, análise einterpretação para a busca de sentido das informaçõesrepresentadas pelos indicadores.

Fase experimental

• Definição do marco preliminar e do sistema deinformação correspondente. importancia do trabalhoestatístico, de forma a legitimar os indicadores esubsidiar o lançamento das primeiras amostrasnacionais de pesquisa oficial.

Fase de desenvolvimento de

indicadores

• Implementação de amostras periódicas de pesquisa,cujo resultados, publicados em formatos estabelecidos,são utilizados de foorma permanente pelos tomadoresde decisão no âmbito da política de ciência etecnologia e pelo público interessado, em geral.

Fase estatísticas governamentais

recinhecidas

43

Tigre (2006) apresenta relevante informação sobre a ferramenta de análise do

processo de inovação e indicadores, que é o Manual de Oslo, também desenvolvido

pela OCDE, que constitui o meio utilizado para abranger e ampliar o proposto no

Manual de Frascati. O Manual de Oslo, segundo este autor, permite realizar o

tratamento estatístico e comparar as informações em uma abrangência internacional,

servido também como base de dados para a União Europeia sobre inovação.

No Brasil o órgão gestor de indicadores de inovação é o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística- IBGE, que utiliza da Pesquisa Industrial sobre Inovação

Tecnológica – PINTEC. Neste composto são monitorados três níveis de inovação

sendo a de produtos, processos e produção (Mudanças organizacionais).

O relatório PINTEC (2013) apresenta uma série de indicadores de inovação

tecnológica compilados para o Brasil, agrupados em capacidade de inovação em

produtos e processos, atividade inovativa, atividade interna de P&D, impactos da

inovação, fontes de inovação, relação de cooperação para a inovação, apoio

governamental e problemas e obstáculos à inovação.

Sobre a composição de indicadores propostos pela PINTEC (2013), identifica-

se a inovação em tecnologia, atividades inovativas, inovação organizacional, inovação

em marketing, atividades internas de P&D, impactos da inovação, fontes de inovação

e relações de cooperações e o problemas e obstáculos eu impedem a inovação.

Quadro 3.

Quadro 3 – composição de indicadores PINTEC

Indicador Observação

Inovação tecnológica

Definida pela introdução no mercado de um produto (bem ou serviço) novo ou substancialmente aprimorado ou pela introdução na empresa de um processo novo ou substancialmente aprimorado

Atividades inovativas

Referem-se aos esforços empreendidos pela empresa no desenvolvimento e implementação de produtos (bens ou serviços) e processos novos ou aperfeiçoados. A pesquisa procura mensurar estes esforços em termos monetários, através de estimativa dos dispêndios nestas atividades;

Inovação organizacional

Compreende a implementação de novas técnicas de gestão ou de significativas mudanças na organização do trabalho e nas relações externas da empresa.

Inovação de marketing

Consiste na implementação de novas estratégias ou conceitos de marketing ou de mudanças significativas na estética, desenho ou embalagem dos produtos, sem modificar suas características funcionais e de uso.

Atividades internas de

P&D

Número de pessoas do quadro da empresa normalmente ocupadas nas atividades de P&D

Número de empresas que informam ter realizado P&D de forma contínua

44

Impactos da inovação

Proporção de vendas internas e das exportações atribuídas aos produtos novos

Percentual de empresas que implementaram inovação por grau de importância

Frequência de resposta das empresas que implementaram inovação por grau de importância

Número de empresas que solicitaram depósitos de patentes nos últimos tempos

Fontes de informação e relações de cooperação

Frequência de respostas das empresas que implementaram inovações

Número de empresas que implementaram inovações

Frequência de respostas das empresas quanto a importância dos parceiros nos projetos de inovação

Problemas e obstáculos à inovação

Percentual de empresas inovadoras que afirmam ter encontrado problemas na inovação

Frequência de respostas das empresas que implementaram inovações

Frequência de respostas das empresas que não implementaram inovações e sem projeto

Fonte: PINTEC (2013). Adaptado pelo autor

2.2.1 Atividades inovativas

A PINTEC (2013) considera como atividade inovativa as atividades

representativas dos esforços da organização que são voltadas para a melhoria do

acervo tecnológico e o desenvolvimento e implementação de produtos ou processos

novos ou modificados.

Compreende o trabalho criativo, empreendido de forma sistemática,

com o objetivo de aumentar o acervo de conhecimentos e o uso

destes conhecimentos para desenvolver novas aplicações, tais como

produtos ou processos novos ou substancialmente aprimorados. O

desenho, a construção e o teste de protótipos e de instalações piloto

constituem muitas vezes a fase mais importante das atividades de

P&D. Inclui também o desenvolvimento de, desde que este envolva

um avanço tecnológico ou científico. PINTEC (2013)

As atividades inovativas são analisadas em duas perspectivas distintas sendo a

primeira sob a ótica do Planejamento e Desenvolvimento (pesquisa básica, aplicada

ou desenvolvimento experimental) e a segunda sobre as atividades não relacionadas a

P&D – (aquisição de bens serviços e conhecimentos externos).

Esta proposta de indicador apresenta a capacidade de revelar o esforço

empreendido para a inovação de produto e processo. São contabilizados os gastos

realizados nas inovações implementadas e nos projetos em andamento, concluídos ou

não. Representados no quadro 4.

45

Quadro 4 – Constructos de indicadores das atividades inovativas

Constructos Descrição

Atividades internas de

P&D

Compreende o trabalho criativo, empreendido de forma

sistemática, com o objetivo de aumentar o acervo de

conhecimento e o uso destes conhecimentos para desenvolver

novas aplicações.

Aquisições externas de

P&D

Compreende, além das características das atividades internas

de P&D, a adição de outras atividades realizadas por outras

organizações e adquiridas pela empresa.

Aquisição de outros

conhecimentos externos

Acordos de transferência de tecnologia originadas da compra de

licença de direitos de exploração de patentes e uso de marcas,

aquisição de know-how e outros tipos de conhecimentos

técnico-científicos de terceiros, para que a empresa desenvolva

ou implemente inovações.

Aquisição de software Compreende a aquisição de software específicos adquiridos

para a implementação de produtos ou processos novos ou

substancialmente aprimorados.

Aquisição de máquinas e

equipamentos

Aquisição de máquinas e equipamentos especialmente

comprados para a implementação de produtos ou processos

novos ou substancialmente modificados.

Treinamento Compreende o treinamento orientado ao desenvolvimento de

produtos ou processos tecnologicamente novos ou

significativamente aperfeiçoados e relacionados às atividades

inovativas da empresa.

Introdução das

inovações tecnológicas

no mercado

Compreende as atividades de comercialização, diretamente

ligadas ao lançamento de novo produto ou aperfeiçoado,

podendo incluir pesquisa de mercado e publicidade para o

lançamento.

Projeto industrial e

outras preparações

técnicas para produção

Refere-se aos procedimentos e preparações técnicas para

efetivar a implementação de inovações de produtos ou

processo.

Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor

2.2.2 Atividades internas de P&D

Segundo PINTEC (2013) o indicador de atividades internas deve ser verificado

com o levantamento de dados sobre a quantidade de pessoas do quadro funcional da

empresa que normalmente ocupada nas atividades de P&D. Pondera que deve ser

verificado a ocupação e nível de qualificação do corpo de empregados compatível com

a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO – do Ministério do Trabalho e

Emprego. Deve-se verificar, também, o tipo de dedicação (parcial ou exclusiva) para

os colaboradores alocados em P&D. Quadro 5.

46

Quadro 5 – Constructos de indicadores das atividades internas de P&D

Constructos Método de cálculo

Quantidade de pessoas do quadro funcional da organização que normalmente estão ocupadas nas atividades de P&D,

Quantidade de trabalhadores envolvidos com atividade de P&D / Total de empregados informados pela empresa

Grau de qualificação – nível de escolaridade (Nível médio, técnico, graduado pós graduado e outros)

Quantidade de trabalhadores com graduação / Total de empregados informados pela empresa

Forma de dedicação que os funcionários e colaboradores tem para as atividades internas de P&D

Quantidade de trabalhadores envolvidos com atividade de P&D / Total de empregados informados pela empresa

Quantidade de organizações eu relataram ter realizado atividade interna de P&D de forma contínua e quantidade de funcionários que realizaram esta atividade, ocasionalmente, em determinado período.

Quantidade de trabalhadores envolvidos com atividade de P&D / Total de empregados informados pela empresa

Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor

2.2.3 Impactos das inovações

Segundo relatório da PINTEC (2013), os impactos das inovações priorizam a

identificação de impactos associados ao Produto (melhorar a qualidade ou ampliar a

gama de produtos ofertados); Mercado (manter ou ampliar a participação da empresa

no mercado, abrir novos mercados); Processo (Aumentar a flexibilidade ou a

capacidade produtiva, reduzir custos); Meio Ambiente; Saúde e segurança;

Enquadramento em regulamentações e normas e Proporções de vendas internas e

das exportações. Quadro 6.

Quadro 6 – Constructos de indicadores dos impactos da inovação

Constructos

Proporção das vendas internas e das exposições atribuídas aos produtos novos ou significativamente modificado no período de 2011 a 2013

Percentual de empresas que implementaram inovação tecnológica de produto ou processo no período de 2011 a 2013

Melhora na qualidade dos bens e serviço

Ampliação da gama de bens ou serviços ofertados

Permitiu manter ou ampliar a participação da empresa no mercado

Permitiu acesso a novos mercados

Aumentou a capacidade de produção ou de prestação de serviços

Aumentou a flexibilidade da produção ou de prestação de serviços

Reduziu o custo de produção ou dos serviços prestados

Reduziu os custos do trabalho

47

Reduziu o consumo de matéria prima

Reduziu o consumo de energia

Reduziu o consumo de água

Permitiu reduzir o impacto sobre o meio ambiente

Permitiu controlar aspectos ligados à saúde e segurança

Enquadramento em regulamentações e normas padrão relativas ao mercado interno ou

Externo

Número de empresas que solicitaram depósitos de patentes durante o período de 2011 à 2013

Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor

2.2.4 Fontes de informações

Segundo PINTEC (2013) o indicador de fontes de informações é descrito pela

capacidade que as empresas possuem para obter inspiração e orientação para

desenvolver seus projetos de inovação de uma gama variada de fontes de

informações. Também pode ser representado pelo desenvolvimento interno da

capacidade de criação de novos conhecimentos.

A PINTEC (2013) descreve que o uso de conhecimentos científicos e

tecnológicos incorporados a patentes, máquinas e equipamentos, artigos

especializados, software, entre outros também devem ser considerados fontes de

inovação. O uso de informações geradas por instituições de produção de

conhecimento tecnológico (universidades ou centros de ensino superior, institutos de

pesquisa ou centros tecnológicos, centros de capacitação profissional e assistência

técnica, ensaios e certificações.

Outra fonte de indicadores está ligada a forma de inteligência competitiva, ou

seja, o uso de conhecimento obtido através de empresas com as quais se relacionam

comercialmente (fornecedores de máquinas, equipamentos, componentes ou software,

clientes ou consumidores e concorrentes) para implementarem mudanças

tecnológicas. Quadro 7.

Quadro 7 – Constructos de indicadores das Fontes de informações

Constructos

Fontes internas de informações

Departamento de P&D e outros

Fontes externas à empresa

Outra empresa do grupo, fornecedores de máquinas, equipamentos, matérias, componentes ou software, clientes ou consumidores, empresa de consultoria e consultoria independente

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Centros educacionais e centros de pesquisa

Universidades ou outros centros de ensino superior

Institutos de pesquisa ou centros tecnológicos

Centros de capacitação profissional e assistência técnica

Instituições de testes, ensaios e certificações

Outras fontes de informação

Conferências, encontros e publicações especializadas

Feiras e exposições

Redes de informações informalizadas (Internet – extranet, intranet, entre outros)

Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor

2.2.5 Relações de cooperações para a inovação

Segundo PINTEC (2013) a cooperação para a inovação é definida como a

participação ativa da empresa em projetos conjuntos de P&D e outros projetos de

inovação com outra organização, o que não implica, necessariamente, que as partes

envolvidas obtenham benefícios comerciais imediatos. A simples contratação de

serviços de outra organização, sem a sua colaboração ativa, não é considerada

cooperação.

As questões que focam a cooperação para inovação, presentes na PINTEC

(2013), buscam identificar as relações entre um amplo conjunto de atores que,

interligados por canais de troca de conhecimento e/ou articulados em redes, formam o

que se denomina Sistema Nacional de Inovação. A pesquisa identifica os parceiros

das empresas nos projetos de cooperação, o objeto desta e a sua localização (mesmo

estado, outros estados, Mercosul, Estados Unidos, Europa, outros países).

2.2.6 Apoio Governamental

Segundo PINTEC (2013) as ações governamentais e políticas públicas

englobam financiamentos, incentivos fiscais, subvenções, participação em programas

públicos voltados para o desenvolvimento tecnológico e científico, entre outras.

Para PINTEC (2013) é necessário identificar as características das Empresas

como tamanho e porte, frequência de participação e uso de apoios das atividades

inovativas e percentual de financiamento concedido pelo governo para as atividades

de P&D. Quadro 8.

49

Quadro 8 – Constructos de indicadores de apoio governamental

Constructos

Incentivos fiscais à P&D e inovação tecnológica (Lei 8.661 e Cap. III da Lei 11.196)

Incentivo fiscal Lei de Informática (Lei nº 10.664, Lei nº 11.077)

Financiamento a projetos de P&D e inovação tecnológica:

1 – Sem parceria com universidades ou institutos de pesquisa

2 - Em parceria com universidades ou institutos de pesquisa

Financiamento exclusivo para a compra de máquinas e equipamentos utilizados para inovação

Bolsas oferecidas pelas fundações de amparo à pesquisa e RHAE/ CNPq para pesquisadores

Aporte de capital de risco

Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor

2.2.7 Problemas e obstáculos à inovação

Os problemas identificados pela PINTEC (2013) e citados como obstáculos à

atividade de inovação temos a Identificação dos motivos pelos quais a organização

não desenvolveu atividades inovadoras ou não obteve os resultados esperados;

Se a empresa não inovou e porque;

Inovações prévias;

Condições de mercado (deficiência de demanda, estrutura de oferta,

desestímulo à inovação);

Problemas e obstáculos, que engloba fatores macros e microeconômicos;

natureza econômica (custo, risco, fontes de financiamento apropriadas);

Problemas internos à empresa (rigidez organizacional);

Deficiência técnica (escassez de serviços técnicos externos adequados, falta

de pessoal devidamente qualificado);

Problemas de informação (falta de informações sobre tecnologia e sobre

mercados);

Problemas com o Sistema Nacional de Inovação (escassas possibilidades de

cooperação com outras empresas e instituições);

Problemas de regulamentação (dificuldade para se adequar a padrões, normas

e regulamentações).

50

Quadro 9 – Constructos de indicadores Problemas e obstáculos à inovação

Constructos

Identificar se a organização acusa dificuldades ou obstáculos que podem ter tornado mais lenta a implementação de determinados projetos ou que os tenha inviabilizado

Razões, justifica o fato da empresa não ter realizado nenhuma atividade inovativa

Riscos econômicos excessivos

Escassez de fontes apropriadas de financiamento

Elevados custos da inovação

Rigidez organizacional

Falta de pessoal qualificado

Falta de informação sobre tecnologia

Falta de informação sobre mercados

Escassas possibilidades de cooperação com outras empresas/instituições

Dificuldade para se adequar a padrões, normas e regulamentações

Fraca resposta dos consumidores quanto a novos produtos

Escassez de serviços técnicos externos adequados

Centralização da atividade inovativa em outra empresa do grupo

Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor

2.2.8 Inovações operacionais e Marketing

A terceira edição do Manual de Oslo (2005) adota como conceito de “inovação

organizacional” a implementação de um novo método organizacional nas práticas de

negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações

externas, visando melhorar o uso do conhecimento, a eficiência dos fluxos de trabalho

ou a qualidade dos bens ou serviços. Ela é resultado de decisões estratégicas

tomadas pela direção e deve constituir novidade organizativa para a empresa.

Questiona-se se a organização implementa;

Novas técnicas de gestão para melhorar rotinas e práticas de trabalho, assim

como o uso e a troca de informações, de conhecimento e habilidades internas na

empresa;

Uso de novas técnicas de gestão ambiental;

Novos métodos de organização do trabalho para proporcionar melhoria de

distribuição de responsabilidades e poder de decisão, e

Mudanças significativas nas relações com empresas e outras instituições sem

fins lucrativos.

As inovações em Marketing são consideradas como a implementação de um

novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou

51

em sua embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação

de preços, visando melhor responder às necessidades dos clientes, abrir novos

mercados ou a reposicionar o produto no mercado para incrementar as vendas. As

novas estratégias ou conceitos de marketing devem diferir significativamente daqueles

utilizados previamente pela empresa.

Especificamente, a empresa implementa mudanças significativas nos conceitos

e estratégias de marketing e mudanças significativas na estética, desenho ou outras

mudanças subjetivas em pelo menos um dos produtos.

Quadro 10 – Constructos de indicadores Inovações operacionais e marketing

Constructos

Novas técnicas de gestão para melhorar rotinas e práticas de trabalho, assim como o uso e a troca de informações, de conhecimento e habilidades dentro da empresa. Por exemplo: re-engenharia dos processos de negócio, gestão do conhecimento, controle da qualidade total, sistemas de formação/treinamento, SIG (sistemas de informações gerenciais), ERP (planejamento dos recursos do negócio).

Novas técnicas de gestão ambiental para tratamento de efluentes, redução de resíduos, de CO².

Novos métodos de organização do trabalho para melhor distribuir responsabilidades e poder de decisão, como por exemplo o estabelecimento do trabalho em equipe, a descentralização ou integração de departamentos.

Mudanças significativas nas relações com outras empresas ou instituições públicas e sem fins lucrativos, tais como o estabelecimento pela primeira vez de alianças, parcerias, terceirização ou sub-contratação de atividades.

Mudanças significativas nos conceitos/estratégias de marketing, como por exemplo novas mídias ou técnicas para a promoção de produtos; novas formas para colocação de produtos no mercado ou canais de venda; ou novos métodos de fixação de preços para a comercialização de bens e serviços

Mudanças significativas na estética, desenho ou outras mudanças subjetivas em pelo menos um dos produtos

Fonte: PINTEC (2013) - Adaptado pelo autor

Percebem-se diante da abrangência de tratamento da PINTEC (2013) a

complexidade que se exige para a construção de indicadores. Para a elaboração de

um mapeamento de abordagens, a PINTEC (2013) inicia com a característica a

empresa, e posteriormente visa identificar se ela adota mecanismos de inovação ou

não.

Sobre os conceitos apresentados pela PINTEC (2013) e aplicação do

questionário de captação de análise aplicada ao mercado, identifica-se inicialmente a

caracterização das empresas, fatores que podem influenciar na estratégia e no

desempenho inovativo, como fonte de recursos, grau de dependência e abrangência

geográfica.

52

O posicionamento produtos e processos novos ou substancialmente

aprimorados, a PINTEC (2013) segue conceitos apresentados pelo Manual de Oslo, já

tratado anteriormente. Neste posto da apresentação, define=se se a organização é ou

não inovadora, caso seja considerada inovadora, passa pelos processos de descrição

da inovação, caracterização das atividades inovadoras, fontes de financiamento da

inovação, compra de P&D, P&D interno, impactos das inovações, fontes de captação

de informações, cooperações, nível de apoio governamental e problemas e obstáculos

das inovações.

Caso seja identificado que a empresa não promova inovação inicia-se uma

investigação para verificar quais foram as possíveis barreiras enfrentadas pela gestão

organizacional. Segue representação na figura 4.

Figura 4 – Abordagem de variáveis PINTEC (2013)

Fonte: PINTEC (2013, p.18)

Segundo PINTEC (2013), o fluxograma de variáveis procura identificar se a

empresa inova em produto ou processo, caso a empresa seja identificada como

inovadora, pede-se para fazer a descrição das inovações, abordagem da atividade

53

inovativa, fontes de financiamento, processos de compras em P&D, P&D interno,

impactos da inovação, fontes de informação, bases de cooperação e bases de apoio

governamental.

Os problemas e obstáculos enfrentados com a inovação podem ser

apresentados pelas empresas que promovem ou não inovações. A partir deste ponto o

fluxograma da PINTEC (2013) apresenta a investigação sobre as possibilidades de

inovações operacionais e de marketing e posteriormente as ações de uso de

biotecnologia e nanotecnologia, especificidades que não contemplam a elaboração

deste trabalho.

Furtado e Queiroz (2010) apresentam uma série de indicadores com frequência

da utilização internacionalmente, sendo estes o indicador de tecnologia ou de P&D,

intensidade inovativa, quantidade de patentes de invenção, taxa de inovação, número

de inovações e impacto econômico das inovações.

Com a apreciação destes indicadores, percebe-se que os indicadores de

inovação apresentam capacidade de representar aspectos parciais do processo de

inovação, o que induz a necessidade de utilização de um conjunto de indicadores para

se obter uma representação da realidade da capacidade de inovação das

organizações.

2.2.9 Métricas de mensuração de indicadores

Após o desenvolvimento conceitual de indicadores de inovação, torna-se

conveniente compreender as métricas e fatores de aferição que possibilitem analise da

população pretendida para este desenvolvimento. Sabe-se que na literatura existe

poucas referências bibliográficas sobre mensuração de indicadores de inovação

tecnológica.

Segundo Knox (2002), a caracterização de uma organização, sob a ótica de

capacidade de inovação, deve abranger além dos recursos investidos em inovação

tecnológica, habilidade de criar valor que atenda às necessidades do mercado

demandante. Esta habilidade de atender ao mercado é julgada e comparada junto a

competidores de um mesmo segmento. Entende-se que o processo de inovação está

ligado a capacidade organizacional de desenvolvimento e implantação de uma

inovação, produto, serviço ou processo.

Entende-se que a métrica do grau de inovação de uma empresa pode ser

realizada via indicadores de inovação, que possibilitam uma série de ângulos

diferenciados como estratégico, tecnológico, cultural, financeiro, processuais, entre

54

outros, porém, sabe-se que os indicadores devem ser utilizados em conjunto para a

mensuração de um resultado mais confiável e realista.

A primeira coisa que um modelo de métricas de gestão de inovação

deve considerar é que diferentes tipos de inovação demandam

diferentes tipos de métricas. Outro aspecto a considerar é que,

embora haja grande expectativa de mensuração do retorno

econômico (criação de valor para o acionista em última instância), na

prática isso nem sempre é facilmente calculável e outras métricas

mais associadas ao ciclo de vida da inovação (da ideia até a sua

implementação) também precisam ser analisadas visando um

aprimoramento contínuo de todo o modelo de gestão de inovação da

organização. Finalmente, é amplamente sabido que empresas que se

engajam em inovação conseguem auferir vários resultados

intangíveis nem sempre quantificáveis, mas de grande impacto na

organização e nos negócios. (TERRA et al. 2012, p.181)

Davila, Epistein e Shelton (2007) consideram que é fundamental e decisivo

para o sucesso das organizações ter a prática de medição da inovação, porém deve-se

ter preocupação acentuada com a quantidade de indicadores presentes no mercado e

com soluções paliativas.

Segundo Davila, Epistein e Shelton (2007), o Balanced Scorecard – BSC vêm

se tornando um dos mais sólidos conceitos em sistema de avaliação, este sistema de

avaliação descreve a maneira pela qual a empresa será inovadora, e como os

tomadores de decisão pretendem gerar valor a partir da inovação.

2.2.10 Proposta de conjunto de indicadores para fabricantes nacionais de coletores solares

Entende-se, segundo Davila, Epistein e Shelton (2007), que atualmente

existem uma infinidade de indicadores capazes de apresentar diagnósticos

organizacionais, e torna-se necessário adotar critérios para obter resultados

satisfatórios e confiáveis a fim de reduzir riscos e incertezas. Os autores ainda acusam

que a montagem de um modelo inovador de negócio deve ser considerada como um

desafio, assim como sua representação gráfica resumida. A representação gráfica

deve ser capaz de tornar explícita a forma de trato da inovação na cultura

organizacional.

Bes e Kotler (2011) assinalam que os indicadores de inovação necessitam ser

agrupados para organizar o que se pretende avaliar e medir, e desta forma

apresentam como categorias de agrupamento os indicadores econômicos, de

intensidade de esforço, eficácia de atividade de inovação e o grau de disseminação de

inovação. Os autores afirmam, ainda, que a necessidade de construção de um

55

protótipo para diagnóstico da capacidade de inovação de uma organização pode

assinalar o nível de maturidade do processo de P&D na ótica da gestão e inovação.

Bes e Kotler (2011) projetam, ainda, critérios que devem ser observados para

se propor conjunto de indicadores para a mensuração de resultados empresariais

como serem compreensíveis, ter clareza para compreensão e cálculo, explorar

indicadores existentes utilizados com regularidade e devem estar relacionados com a

proposta de análise.

Segundo Rocha (2003) a relação de indicadores e o significado dos

indicadores de inovação tecnológica devem ser apresentados de forma clara e que

possibilite a correta identificação dos indicadores com seu objetivo de investigação.

Rocha (2003) apresenta como indicadores o esforço inovador das organizações, a

intensidade de tecnologia, a taxa de inovação, os mecanismos utilizados para

patenteamento, uso de mecanismo de patenteamento, suporte e aparato recebido pelo

governo, conforme representado no quadro 11.

Quadro 11 – Indicadores de inovação tecnológica

Indicador Significado

Esforço inovador

Mensura o valor do dispêndio das empresas em atividades inovativas em relação à receita líquida de vendas. São consideradas atividades inovativas - Desenvolvimento interno de pesquisa e desenvolvimento P&D - Aquisição externa de P&D - Aquisição de máquinas e equipamentos - Treinamentos - Introdução de inovações tecnológicas no mercado - Projeto industrial

Intensidade tecnológica

Valor dos dispêndios das empresas inovadoras com a atividade de pesquisa e desenvolvimento P&D, em relação à receita líquida de vendas. A atividade de P&D compreende o trabalho criativo, empreendido de forma sistemática, com o objetivo de aumentar o acervo de conhecimento e o uso destes para desenvolver novas aplicações, tais como produtos ou processos novos ou tecnologicamente aprimorados; o desenho, a construção e o teste de protótipos e de instalações pilotos, além do desenvolvimento de software, que envolva avanço tecnológico ou científico.

Taxa de inovação Corresponde ao percentual do número de empresas que implementaram inovação de produto ou processo em relação ao total de empresas respondentes.

Mecanismo de patenteamento

Participação percentual do número de empresas com depósito de patentes e patentes em vigor, em relação ao número total de empresas respondentes.

Uso do mecanismo de patenteamento

Participação percentual do número de empresas inovadoras com depósito de patente e patente em vigor, em relação ao número total de empresas inovadoras.

Suporte governamental – Painel respondente

Percentual do número de empresas que recebem suporte do governo para as atividades inovadoras em relação ao número total de empresas respondentes.

Suporte governamental – empresas inovadoras

Percentual do número de empresas que recebem suporte do governo para as atividades inovadoras em relação ao número de empresas inovadoras.

Fonte: PINTEC (2000), ANPEI (2000) citado por Rocha (2003) - Adaptado pelo autor

56

Entende-se, diante das propostas dos autores apresentados, que torna-se

necessário a apresentação de um modelo conceitual de indicadores de inovação que

deverá ser utilizado para a caracterização das empresas fabricantes nacionais de

coletores solares. Para este sentido, pretende-se utilizar como sinalizadores a

percepção de pessoas, tecnologia e processos. Estes elementos fundamentais para

as organizações em estudo são balizadores para o dimensionamento de

gerenciamento e métricas de indicadores.

Ziviani (2012); Bes e Kotler(2011) e Tidd, Bessant e Pavitt (2008), apresentam

relevantes análises sobre a construção de indicadores de inovação e seus constructos

avaliativos. Dentro do desenvolvimento destes autores, foram selecionados os

indicadores de atividade interna de inovação, esforço inovativo, fontes de inovação,

impactos da inovação e inovações operacionais para a composição de índices

avaliativos da capacidade de inovação deste trabalho.

Sobre os indicadores de atividade interna de inovação, inicia-se a investigação

sobre o percentual de empregados envolvidos no processo de inovação. Esta análise

se faz necessário para mensurar, dentro do quadro efetivo de empregados

contratados, qual a porcentagem de trabalhadores que estão envolvidos diretamente

com as atividades de inovação.

Segundo Sbragia e Andreassi (2006), a participação dos funcionários nas

ações de inovações empresariais é importante para a competitividade de mercado são

parte da estratégia de motivação e comprometimento dos funcionários nos processos

de mudança das empresas. A valorização dos funcionários deve considerada como

fonte de inovação, e deve ser adotada medidas de acompanhamento e de premiação

para que se perpetue esta aliança.

Segundo Ziviani (2012) é importante utilizar de forma eficiente as competências

agregadas com o intuito de fortalecer as estratégias empresariais que proporcionem

vantagem competitiva para as organizações nos mercados atuantes.

Sobre o percentual de empregados que possuem especialização, presume-se

a quantidade do quadro de trabalhadores contratados possuem capacitação

especializada para lidar com os equipamentos e máquinas. Este indicador pode

assinalar a qualificação necessária dos trabalhadores que assumem condições de

incorporar inovações implantadas pela gestão organizacional.

O percentual de empregados que possui formação superior, curso de

graduação concluído ou em fase de conclusão, assim como o percentual de mestres e

57

doutores, indica a qualificação acadêmica da mão-de-obra contratada, e desta forma o

condicionamento científico que se pode dar para os processos de aperfeiçoamento e

de inovações tratadas pelas organizações.

Percentual de faturamento investido em capacitação e treinamento. Entende-se

que as capacitações e treinamentos proporcionados aos trabalhadores fazem com que

a organização esteja acompanhando as mudanças e atualizações de mercado.

Proporciona aos trabalhadores condições de assimilar inovações lançadas e entender

as novas demandas de insumos e de produtos, assim como o manuseio de matérias

primas.

Segundo Tidd, Bessant e Pavitt (2008), a formação e treinamento de

trabalhadores geram condições de capacitação para estes lidar com problemas

associados ao processo de inovar nas firmas.

Para Tigre (2006) as capacitações e treinamentos podem ser consideradas

como fontes de inovação, e isso revela a estratégia de buscar informações do

mercado e manter os colaboradores qualificados para produzirem soluções aos

problemas com a inovação.

Sobre o percentual de faturamento investido pela empresa em atividade de

P&D, entende-se que este desenvolvimento assinala a intenção da gestão

organizacional em envolver recursos financeiros para realizar pesquisas e

desenvolvimentos que proporcionem maior entendimento do campo de inovação

organizacional.

Segundo Tigre (2006), os investimentos em aquisição e atualização de

máquinas e equipamentos aceleram a produtividade eficiente, acelera a destruição

criadora e assegura as organizações condições para permanecer efetivamente no

mercado. Tigre (2006) relata ainda que todas as organizações teriam a qualquer

momento de investir em inovações e abandonar as formas tradicionais de produção.

Sobre o percentual de faturamento investido em tecnologia da informação,

pretende-se identificar o nível de investimento que as organizações estão dispostas a

realizar para manter seus equipamentos (computadores) e similares de informatização

atualizados em comparação aos utilizados pelo mercado e pelos concorrentes.

Senge (2009) expõe que as organizações só apresentam condições de

aprender por meio de indivíduos que aprendem. O indicador de aprendizagem vem

ganhando destaque nos estudos organizacionais nas últimas décadas. O constante

58

investimento em aprendizagem deve ser considerado como fator que gera

competitividade e inovação para as organizações. Sobre este contexto, pretende-se

avaliar o percentual que as organizações estão investindo em atividades de

aprendizagem nas organizações.

Sobre o percentual de funcionários que recebem apoio financeiro para

continuidade da formação acadêmica, avalia o quanto as organizações estão

dispostas a investir para assegurar a capacitação acadêmica dos trabalhadores

contratados, e como este corpo funcional está preparado para lidar com as mutações

proporcionadas pelas inovações incorporadas.

O investimento em licenças de tecnologias tem como pretensão avaliar os

níveis de investimento realizados pelas organizações para manter atualizados seus

programas e suas licenças para atuar no mercado com produtos inovadores, assim

como seus mecanismos adotados para atuar diante das Leis e Normas

governamentais.

O indicador de parceiros em projetos de inovação pretende avaliar o quanto a

organização busca com outros atores de mercado a disseminação da inovação, e o

quanto ela está atenta aos fatores externos para atuar com as mudanças de mercado.

O percentual de projetos desenvolvidos com clientes assegura o quanto às

organizações estão atentas e abertas para ouvir os clientes e adaptar seus produtos.

Este constructo se torna importante para verificar como as empresas se relacionam

com seus clientes e como se forma o processo de comunicação.

Os projetos desenvolvidos com firmas privadas e outras empresas assinalam

para a oportunidade de assimilação de inovações mercadológicas verificam-se neste

campo como as organizações se relacionam com outras empresas, sejam do mesmo

setor de atuação ou não.

Os fornecedores podem ser considerados como fontes de inovação para as

organizações, neste campo identifica-se que determinadas organizações desenvolvem

peças específicas do composto de inovação, e para proteção da inovação, aderem os

fornecedores como parceiros para o desenvolvimento específico de peças.

Os desenvolvimentos realizados em conjunto com Universidades e centros

universitários merecem destaque na percepção de parceria das organizações. Os

centros universitários e universidades são considerados fontes ilimitadas de

conhecimento, e merecem ter destaque pelos gestores organizacionais.

59

Sobre o percentual de investimentos realizados com a comercialização pioneira

de inovação, pretende-se averiguar o comportamento das organizações para o

lançamento de produtos novos ou substancialmente modificados para os mercados

preteridos. Sabe-se que este nível de investimento deve ser considerado de risco e

avaliativo da aceitação do produto para o mercado.

A quantidade de patentes registrada e requeridas assinala sobre o potencial

criativo das organizações e para a necessidade de proteção das inovações advindas

do corpo funcional das empresas.

O quadro 12 aborda a síntese de composição de indicadores e constructos

avaliativos selecionado para este trabalho, onde pretende-se diagnosticar a

capacidade de inovação dos fabricantes de coletores solares, vistas a indicadores de

inovação.

Quadro 12 – Composição de indicadores para modelo

Indicador Constructo avaliativo

Atividade interna de inovação

Empregados envolvidos no processo de inovação

Empregados que possuem especialização

Empregados que possuem formação superior (Graduação)

Empregados mestres e doutores

Esforço inovativo

Faturamento investido em atividade de capacitação e treinamento

Faturamento investido pela empresa em atividade de P&D e inovação

Investimento realizado em aquisição de máquinas e equipamentos

Faturamento investido em tecnologia da informação

Investimento realizado com atividades de aprendizagem

Empregados que receberam apoio financeiro da empresa para a formação acadêmica

Faturamento investido em licenças de tecnologias

Fontes de inovação

Número total de parceiros em projetos de inovação

Projetos desenvolvidos com Clientes

Projetos desenvolvidos com firmas privadas

Projetos desenvolvidos com Fornecedores

Projetos desenvolvidos com universidades

Impacto da inovação Investimento realizado com a comercialização pioneira

Inovações operacionais

Número de patentes registradas

Número de patentes solicitadas

Investimento realizado com registro de patentes

Fonte: Adaptado de Ziviani (2012); Bes e Kotler(2011) e Tidd, Bessant e Pavitt (2008)

Conforme abordagem da capacidade inovativa que está ligada a habilidade de

trato com recursos múltiplos capacitadores, os constructos de indicadores foram

agrupados em 5 conjuntos, sendo atividade interna de inovação, esforço inovador,

fontes de inovação, impactos da inovação e inovações operacionais.

Em busca de um modelo teórico que sirva de base para demonstrar a avalição

dos indicadores de inovação dos fabricantes de coletores solares brasileiros, chegou-

se ao modelo apresentado na figura 5.

60

Figura 5 – Modelo teórico

Fonte: Elaborado pelo autor

A partir da literatura aderente ao tema, estruturado mediante a seguinte

formulação:

Sobre os indicadores de atividade interna, projeta-se quatro constructos

para verificar os percentuais de qualificação da mão-de-obra contratada

e sua efetiva contribuição dentro do processo inovativo organizacional.

Sobre o esforço inovativo estão elencados os constructos para

verificação de investimento realizado nos processos inovativos

organizacionais.

Sobre as fontes de inovação deve-se elencar os níveis de parcerias

firmadas com a organização que podem ser consideradas como

motivadoras de inovação.

As fontes de inovação apresentam como objetivo proporcionar a

identificação dos procedimentos gerenciais que visam assimilação de

novos conhecimentos organizacionais com os diversos parceiros de

relacionamento empresarial.

61

Os impactos da inovação pretende identificar como a organização reage

para realizar investimentos pioneiros para o lançamento de

comercialização pioneira dos produtos inovadores.

As inovações operacionais pretendem identificar como está o sistema

de proteção das inovações por parte dos administradores

organizacionais.

Entende-se com a apresentação do modelo teórico que a composição dos

indicadores abrange todas as propostas apresentadas pela PINTEC (2013). Desta

forma, no que tange indicadores de atividade inovadora, serão questionamentos,

sobre atividades internas de inovação serão apresentados apêndices sobre a

capacidade de inovação serão apresentados quatro questionamentos, fontes de

inovação serão apresentadas três questionamentos, impactos da inovação com três

questionamentos, inovações operacionais e marketing dois questionamentos,

problemas e obstáculos com a inovação um questionamento e relações de

cooperações um questionamento. A composição do questionário será apresentada no

terceiro capítulo, que trata dos procedimentos metodológicos.

2.3 Capacidade Inovativa

A abordagem sobre o conceito de capacidade inovativa vem ganhando

destaque na literatura nas últimas décadas porém, a construção definitiva do

significado ainda não apresenta-se concluída. Diversos autores apresentam diferentes

contribuições em diversas áreas para o entendimento desta temática.

Segundo Bastos e Bueno (2003, p.184), “capacidade é tornar capaz, habilitar,

pois o conceito apoia-se no potencial das pessoas e na qualidade que cada um possui

para exercitar uma determinada habilidade, aptidão, que precisam ser valorizadas nas

empresas para tornar o processo mais eficaz.” Observa-se a importância aferida no

potencial e na qualificação pessoal alinhada a habilidades como determinante da

capacidade.

Cetindamar et al. (2009) tratam a capacidade inovativa como a habilidade que

as organizações possuem para moldar e gerenciar as múltiplas capacidades. O

esforço de trato com a inovação exige dos gestores empresariais habilidades para

lidar com diversas atividades de processos como gestão do conhecimento e gestão de

tecnologia, e estas habilidades devem estar alinhadas com as demandas e

posicionamento de mercado.

62

Barbieux (2011) sugere que capacidade inovativa deva ser entendida como os

recursos e habilidades que as organizações possuem para articular as informações e

conhecimentos para estabelecer novas rotinas, novos produtos e novas tecnologias,

de modo a gerar um desempenho superior para a empresa.

Segundo PINTEC (2013) a capacidade de inovação do produto ou do processo

pode ser definida pela ação identificada da organização em implementar produtos,

bens ou serviços, ou processos novos ou substancialmente aperfeiçoados.

A capacidade que uma empresa possui de especificar, ou seja, definir

variáveis críticas no desenvolvimento de novos produtos (ou na

melhoria significativa de produtos atuais) que atendam às demandas

do mercado em que ela atua. Implica a empresa ser capaz de

detectar as necessidades de mercado e de traduzi-las em

especificações funcionais críticas que definam o conceito de seus

produtos. OCDE (2005)

Para Mello (2006) identificar a estreita relação entre a capacidade inovativa e a

capacidade de competição das organizações, sendo que ambas estão ligadas à

trajetória evolutiva em termos de crescimento nos campos de produtividade, geração

de empregos, desenvolvimento tecnológico e inserção de mercado.

Segundo Neely e Hii (1998), a capacidade de inovação de uma organização

pode ser compreendida como o potencial de uma firma para gerar saída inovadora e

depende dos recursos e capacidades que a empresa possui, uma vez que lhe

permitem a exploração e o aproveitamento de oportunidades. Estudos recentes

sugerem determinantes fundamentais da capacidade de uma empresa em inovar

sendo a cultura da empresa, os processos internos adotados e o meio ambiente

externo. Em termos de cultura organizacional as empresas inovadoras possuem

cultura mais forte, um claro sentido demissão e finalidade, uma estratégia de atuação

repensada e uma filosofia empresarial de melhoria contínua impulsionada pela

verificação da satisfação total dos clientes e gestão da qualidade total.

Segundo Burgelman, Christensen e Wheelwright (2009), os gestores

organizacionais devem ser responsabilizados pelas adaptações e implementações dos

processos de inovação. Eles descrevem que os gestores devem apresentar potenciais

e habilidades para decidir quais inovações devem obter maior atenção e recursos

organizacionais.

O Conhecimento do potencial de inovação, ou capacidade inovativa, e suas

possíveis barreiras devem ser consideradas como estratégicas para que sejam

eficazes. Entende-se que esta responsabilidade deva ser dividida com os demais

colaboradores envolvidos com as organizações.

63

Entre as estratégias apontadas por Burgelman, Christensen e Wheelwright

(2009) destacam-se a realização de auditoria para investigar como a empresa tem

sido inovadora nas áreas de oferta de produtos e serviços e/ou de sistemas de

produção e distribuição. Esta auditoria deverá, também, reunir condições de apontar

possibilidades de ajustes entre o negócio mercadológico praticado e as estratégias

corporativas da empresa, suas capacitações para inovar e quais são as necessidades

empresariais em termos de capacidade inovativas para suportar suas estratégias de

negócios a longo prazo.

A capacidade de inovação organizacional vai depender do alinhamento da

capacidade tecnológica instalada, bem como de outras capacitações críticas em áreas

como o pátio de fabricação com suas instalações, maquinários e equipamentos,

marketing e distribuição, além da gestão dos recursos humanos.

Papaconstantinou (1997) argumenta que a capacidade das empresas para

inovar depende de múltiplos fatores como os esforços identificados para a criar novos

produtos ou melhorar o processo de produção, a extensão das competências da força

de trabalho contratada, a capacidade de aprender e o ambiente em que as

organizações operam. Todas as atividades relacionadas com a inovação como

pesquisa e desenvolvimento, design, marketing, aquisição de patentes, máquinas e

equipamentos, contratação de pessoal qualificado, valores de P&D, seus volumes e

intensidade ajudam a determinar a capacidade inovativa.

A difusão da inovação molda a produtividade através de vários canais como a

compra de maquinários e equipamentos novos e sofisticados, reforça a aquisição de

licenças ou patentes que permitam o uso de ideias desenvolvidas em outros locais, ou

o empréstimo de ideias e perícia, mas ao mesmo tempo um esforço inovador próprio é

importante para permitir que os benefícios da tecnologia sejam compreendidos com o

aprendizado organizacional.

Neely e Hii (1998) relatam quatro fatores que possibilitam repercutir a

capacidade de inovar de uma organização sendo a cultura, os recursos, competências

e redes, conforme representado na figura 6.

64

Figura 6 – Fatores que repercutem na capacidade inovativa

Fonte: Neely e Hii (1998). Adaptado pelo autor.

Para Neely e Hii (1998), a cultura de uma organização deve ser de valorização

das competências e do conhecimento, incorporados em sistemas físicos e sistemas

gerenciais, que são moldados pela cultura da empresa. Assim, a cultura desempenha

papel fundamental no desenvolvimento da capacidade de uma empresa para inovar.

Ela influencia no “modo como as coisas são feito” dentro da empresa e as relações

entre os funcionários da empresa. Entende-se que a cultura organizacional permeia a

junção de várias culturas.

O conjunto de ativos e competências que são utilizados para criar ou apoiar a

competitividade e gerar vantagem para as empresas. A adoção de recursos,

em termos de recursos financeiros, humanos e estruturais é crucial para a

inovação. As empresas concorrentes são diferentes em termos de adoção de

recursos e portanto, as diferenças surgem em termo de vantagem competitiva

e de inovação.

A competência de uma empresa lhe confere a capacidade de explorar suas

ideias inovativas. Competência inclui habilidades como integrando as

oportunidades de mercado com habilidades tecnológicas, de resolução de

• Oportunidade e mercado

• Habilidade tecnológica

• Internas

• Exernas

• Financeiro

• Humanos

• Estruturais

• Sistema Gerencial

• Sistema Físico

Cultura

Competência

+

Conhecimento

Recursos

Ativos

+

Competências

Competência

Habilidade de integrar

Redes

65

problemas de maneira criativa compartilhando o conhecimento tácito e

experimentação. A competência de uma empresa muitas vezes se concentra

no setor de engenharia, design, recursos ativos e pesquisa e marketing. O

papel do gestor organizacional é combinar as oportunidades de mercado com

competência para gerar inovações.

As Iniciativas de redes são essenciais para a capacidade de inovar, pois elas

agem como um veículo para a importação de conhecimento externo e interno.

Este veículo é crucial para muitas fontes de inovação e devem ser estimulados.

Muitas vezes, a maior parte dessas iniciativas de redes são informais.

Empresas inovadoras dependem de ambas as redes informais e formais para

suas inovações.

Neely e Hii (1998) concluem que o conhecimento é a base sobre a qual as

ideias inovadoras são geradas. A inovação é fundamentalmente um processo

cumulativo de aprendizagem, pesquisa e exploração. Este processo cumulativo reduz

as incertezas embutidas em uma atividade inovadora. Inovações envolvem a

combinação de ideias e conhecimentos novos e antigos para resultar em novos

produtos, técnicas, formas de organização e novos mercados.

Como pressuposto teórico, adota-se para a elaboração deste trabalho a

definição de capacidade inovativa, ou de inovação, com base apresentada por Neely e

Hii (1998), onde deve ser compreendida como o potencial de uma firma para gerar

saída inovadora que depende dos recursos e capacidades que a empresa possui, uma

vez que lhe permitem a exploração e o aproveitamento de oportunidades.

Entende-se que a proposta de verificação da capacidade inovativa das

empresas fabricantes de coletores solares devem ser embasadas na composição de

indicadores de inovação, que estarão contidos nos compostos de verificação da

cultura, recursos, competências e redes das empresas envolvidas.

66

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Posicionamento ontológico, epistemológico e metodológico

Burrell e Morgan (1979), citados por Paiva (2011), desenvolvem a análise

científica sobre o conjunto de pressupostos filosóficos que são considerados

subjacentes às diferentes abordagens reconhecidas em ciências sociais sobre a ótica

da geração de conhecimento, estes pressupostos são compostos da ontologia,

epistemologia, natureza humana e metodologia, quadro 13.

Quadro 13 – Pressupostos da análise científica

Natureza Descrição

Ontológica A natureza filosófica da questão é aproximada a realidade externa ao

indivíduo, ou como se fosse produto de sua consciência, possui natureza

objetiva ou subjetiva

Nominalista quando o mundo social externo á cognição do indivíduo é

construído por nomes, conceitos e títulos utilizados para estruturar a

realidade, esses nomes utilizados para codificar o mundo, que possui

qualquer estrutura real.

Realista – Considera que o mundo social externo possui estruturas

concretas, tangíveis, reais e relativamente imutáveis.

Epistemológica A forma como o conhecimento é obtido, o que é considerado pelo

indivíduo como falso ou verdadeiro, a possibilidade ou não de aquisição

do conhecimento apenas pela experimentação, são aquelas que são

evadas em consideração.

Positivista - busca explicar o que acontece no mundo social, através da

identificação de regularidades e de relações de causa e efeito. Baseado

nas abordagens tradicionais predominantes nas ciências naturais.

Antipositivismo - considera ser inútil a busca de regularidades e de

relações causais no mundo social, que deve ser visto de forma

relativizada.

Natureza

humana

Procuram interpretar a relação dos indivíduos em seu ambiente, sendo

essa relação sujeito de investigação e podendo ser vista sob duas

perspectivas

Voluntarismo predomina a visão de um homem completamente

autônomo e com livre arbítrio

Determinismo o homem é visto como sendo totalmente condicionado ao

ambiente que habita

Metodológico Ideográfica – considera que o entendimento do mundo social só é

possível pela obtenção, em primeira mão, do conhecimento sob

investigação.

Monotética – dá ênfase ao protocolo sistemático e s técnica, estando

voltada para a construção de testes científicos e técnicas quantitativas

para análise de dados.

Fonte: Burrell e Morgan (1979) – citados por Paiva (2011)

67

O entendimento sobre tais pressupostos e características torna-se importante

para o presente desenvolvimento, desenvolver uma linha de abordagem metodológica

para o trabalho de dissertação que se pretende.

Figura 7 – Natureza do desenvolvimento metodológico

Fonte: Burrel e Morgan (1979)

Tendo como base os conceitos abordados, pretende-se caracterizar este

trabalho sob o pressuposto da ontologia sendo realista, sob a epistemologia será

positivista, a natureza humana voltada para o determinismo e a metodologia como

monotético.

Defende-se que a natureza ontológica do desenvolvimento seja realista por

entender que as organizações fabricantes de coletores solares representam estruturas

concretas e tangíveis, bem como o objeto proposto de análise que são os coletores

solares de média capacidade.

Quanto ao pressuposto epistemológico, considera-se que seja positivista pois,

buscam-se explicar fatos que ocorrem no mundo social através da proposta de modelo

conceitual de indicadores de inovação, que possuem métricas mensuráveis que

beneficiam o entendimento de causa e efeito predominante nas ciências sociais.

A natureza humana do desenvolvimento é pareada com a determinista, pois a

população condiciona o estudo a ser desenvolvido sobre ele, já existe com suas

práticas culturais e formas de atuação perante o mercado, e desta forma, objetiva-se

apenas relatar as formas de fabricação dos coletores solares de média capacidade.

68

Por fim, a metodologia apreciada para este desenvolvimento é a monotética,

pois, a proposta é de dar ênfase aos protocolos existentes e testados previamente em

outros setores da economia nacional, afere-se técnicas científicas voltadas para testes

e medições quantitativas para análise de dados. Em síntese, pretende-se adotar uma

metodologia realista.

3.2 Tipologia de pesquisa

Hair et al. (2005), Honorato (2004), Malhotra (2006) descrevem a pesquisa

exploratória sendo útil para o tomador de decisões que dispõe de rasas informações,

que desse ser orientado para a descoberta. Este tipo de pesquisa é indicado para o

segmento de indústrias que assume características inovadoras, pois identifica novas

técnicas e objetiva descoberta de tecnologias que atendem as necessidades da

empresa ou do consumidor.

Segundo Hair et al. (2005), Honorato (2004), Malhotra (2006) a pesquisa

descritiva, são estruturadas e especificamente criados para medir as características

descrita em uma questão de pesquisa. As hipóteses, derivadas da teoria, normalmente

servem para guiar o processo e fornecer uma lista do que precisa ser mensurado.

Quanto a pesquisa descritiva, Hair et al. (2005), Honorato (2004), Malhotra

(2006) a considera transversal quando pode dar ao usuário um panorama ou uma

descrição dos elementos administrativos em um dado intervalo de tempo, fornece

dados transversais, sendo que os dados são coletados em um único ponto no tempo e

sintetizados estatisticamente.

A natureza deste trabalho assume-se a característica de ser exploratória

descritiva, por assumir a necessidade de descoberta sobre o estado da arte das

fabricantes de coletores solar de média capacidade, além de se tornar flexível e

versátil pela iniciativa inédita de estudo deste segmento de mercado, sendo baseada

em dados secundários e com levantamentos piloto acerca da atividade econômica.

Segundo Machado et al. (2007) o método de pesquisa que se utiliza o Survey é

mais usual para a realização de pesquisa quantitativa, pois envolve a realização de

uma pesquisa de campo, na qual a coleta de dados é realizada através da aplicação

de questionário ou formulário junto à população investigada.

O método Survey com a característica de corte transversal será útil na

percepção da composição inovadora das fabricantes de coletores solares pois o

campo de inovação é muito dinâmico podendo sofrer interferências de diversos atores

internos e externos à organização.

69

Para complementar, caso necessário, a coleta de dados, projeta-se a

possibilidade de visitar as empresas fabricantes e aplicar o questionário diretamente

com os diretores das organizações, podendo este contato ser efetuado por

prospecções realizadas em eventos pertinentes ao setor.

3.3 Universo de análise

Segundo Malhotra (2006) a elaboração de uma análise amostral deve começar

com a especificação da população-alvo, onde a coleção de elementos ou objetos que

possuem a informação procurada pelo investigador, e sobre as quais se pretende

investigar uma hipótese. Neste caso, o autor enfatiza que, a população alvo deve ser

definida com precisão para que a resposta do que se pretende investigar tenha grande

percentual de assertividade.

Malhotra (2006) também define que o tamanho da amostra diz respeito a

quantidade de elementos a serem incluídos no estudo pretendido, sendo que esta

composição é complexa e envolve várias considerações de ordem quantitativa e

qualitativa.

Sabe-se que atualmente o setor produtivo de coletores solar nacional possui

regulamentação, em processo, organizada e reconhecida pela ABRAVA, que atua

mercadologicamente como sindicato que regulariza as atividades institucionais das

principais organizações que poderiam ser averiguadas neste desenvolvimento. A

ABRAVA trabalha em conjunto com o Governo Federal, inclusive na emissão de

certificação que assegura o nível de eficiência energética dos coletores – Programa

Nacional de Conservação de Energia Elétrica - PROCEL, gerenciado pela organização

Centrais Elétricas Brasileiras – ELETROBRAS, que trata-se de um selo de garantia de

fabricação dos coletores conforme normas internacionais.

Segundo ABRAVA (2013) a quantidade de organizações envolvidas no

segmento de aquecedores solares é de aproximadamente 200 organizações,

distribuídas entre fabricantes, consultores, instaladores, centros de distribuição,

representação comercial, representantes, entre outros, porém a quantidade

identificada como fabricantes, objeto do estudo em análise é de 40 empresas (objeto

de análise).

O universo deste segmento de mercado apresenta-se limitada quanto a

quantidade de atores que atuam na fabricação de equipamentos, uma característica

que pode dificultar a obtenção de determinadas informações sobre os indicadores de

inovação.

70

Inicialmente pretende-se abordar todo o universo das fabricantes através de

emissão de um questionário eletrônico, este questionário foi enviado por link

eletrônico, que foi encaminhado diretamente para os e-mails dos diretores e

proprietários das organizações.

Importante relatar eu todas as empresas descritas como fabricantes,

identificadas pela ABRAVA, foram abordadas para colaborarem com a coleta de

dados. O universo identificado foi de 40 organizações fabricantes de coletores solares,

e desta quantidade, foi identificado o retorno de 20 organizações, o que corresponde a

50% de abrangência do território nacional.

3.4 Composição de instrumento de coleta de dados

O questionário apresenta questões quantitativas para mensurar as

porcentagens e índices quantificáveis dos indicadores de inovação, como também

apresenta questões qualitativas, especificamente desenvolvidas para avaliar níveis de

percepção dos gestores organizacionais acerca da capacidade inovativa.

No plano de elaboração do questionário de pesquisa, utilizou-se na introdução

do tema a apresentação dos objetivos de pesquisa, e desta forma trabalhar com

clareza e transparência junto aos respondentes sobre os objetivos da proposta de

trabalho.

O presente questionário faz parte do projeto de Pesquisa e Desenvolvimento - P&D - da Companhia Energética do Estado de Minas Gerais – CEMIG e Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, com parceria do Centro Universitário UNA (Belo Horizonte/MG), cujo tema é a Caracterização da Dinâmica de Inovação dos Fabricantes de Coletores Solares Nacionais: Avaliação a partir de um conjunto de indicadores de inovação. Para a correta e confiável representação dos resultados, torna-se de suma importância que o questionário seja respondido pelas Indústrias que atuam no segmento de fabricação de painéis/coletores solares, pois objetiva-se que os resultados possam auxiliar no delineamento das políticas de tecnologia da cadeia produtiva do setor elétrico. O questionário deverá ser preenchido, preferencialmente, por um dos diretores da empresa e, para permitir uma avaliação estatística confiável, torna-se necessário que todas as questões sejam respondidas. Dessa forma, solicitamos especial atenção para que nenhuma questão seja apresentada sem resposta. Sabe-se que a ética no desenvolvimento de pesquisas científicas bem como a legislação vigente garantem o caráter confidencial das informações coletadas, as quais devem se destinar exclusivamente para a realização da pesquisa. Portanto, as informações aqui coletadas são de caráter sigiloso e confidencial. Contamos com sua colaboração no preenchimento cuidadoso de nosso questionário Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, Elaborado pelo autor.

71

Observa-se o cuidado necessário para apresentar aos respondentes quais

bases estão norteando este trabalho de P&D. A figura 8 trata da identificação e

caracterização de dados gerais da organização sendo que, inicialmente solicita-se a

razão social da empresa e em seguida a identificação do nome fantasia praticado no

mercado atuante. Sabe-se que diversas fabricantes de coletores solares atuam no

mercado com mais de um nome fantasia.

O último questionamento da figura 8 trata do ano de fundação da empresa,

esta pergunta tem por objetivo de mensurar a quanto tempo a fabricante atua no

mercado, e desta forma, buscar fazer um correlato do grau de capacidade de inovação

ligado ao tempo de atuação mercadológica das fabricantes.

Figura 8 – Caracterização da empresa respondente

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

Seguindo a parte de caracterização da empresa respondente, questiona-se ao

respondente sobre o estado e município a qual a fabricante está inserida, e desta

forma compreender onde se localiza geograficamente as fabricantes no território

nacional.

Segundo manual da PINTE (2013), a unidade de investigação pleiteada para o

trabalho é a empresa, neste caso, as empresas caracterizadas como fabricantes de

coletores solares instaladas no território nacional. Estas empresas devem ser

consideradas como unidades jurídicas, caracterizadas por uma denominação “firma”

ou razão social. Estas unidades empresariais devem exercer atividades econômicas

72

em uma ou mais unidades locais, e ter responsabilidade pelo capital investido nestas

atividades.

Outro questionamento pertinente a se fazer sobre a empresa respondente trata

a forma de constituição jurídica da fabricante, figura 9, onde pretende-se identificar a

origem do capital formador. Neste quesito objetiva-se identificar se o capital de

constituição é de origem nacional, estrangeira ou de capital misto.

Capital controlador é aquele que é titular de uma participação no capital social que lhe assegura a maioria dos votos e que, portanto, possui direitos permanentes de eleger os administradores e de preponderar nas deliberações sociais, ainda que não exerça este direito, ausentando-se das assembleias ou nelas se abstendo de votar. (...) Origem do capital controlador – O capital controlador é nacional quando está sob titularidade direta ou indireta de pessoas físicas residentes e domiciliadas no país. O capital controlador é estrangeiro quando está sob titularidade direta ou indireta de pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas fora do país. (PINTEC 2011, p.02)

Figura 9 – Constituição jurídica da empresa

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

A figura 10 trata da verificação de evolução da quantidade de funcionários

diretos e terceirizados que trabalham nas fabricantes, o objeto análise apresenta

recorte temporal entre os anos de 2011 a 2013, neste trabalho o ano de 2014 foi

suprimido, entende-se que os dados apresentados para o ano de 2014 seriam

incompletos e poderiam afetar a representação do estudo proposto.

Figura 10 – Composição do quadro funcional

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

A figura 11 trata da investigação se a fabricante de coletores teve como origem

algum projeto desenvolvido de incubadora de empresas, e desta forma, compreender

o nível de capacitação e consultoria que seus fundadores tiveram acesso no ato de

constituição empresarial.

73

Figura 11 – Participação em incubadora

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

A figura 12 trata da identificação respondente do questionário, objetiva-se que

este questionário seja respondido pelo diretor da empresa fabricante, porém, entende-

se que devido a especificidade de algumas indagações, que as respostas seriam mais

facilitadas sendo assumidas pelo gestor de produção ou até mesmo do setor contábil.

No caso de não compreensão das respostas fornecidas pelas organizações, toma-se o

cuidado de solicitar a identificação do respondente para dirimir dúvidas.

Figura 12 – Identificação do respondente

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo

autor

A escolaridade do respondente foi questionada com o propósito de identificar o

grau de instrução do respondente, e desta forma perceber o perfil da direção

responsável pelos dados da fabricante.

No que se refere ao objetivo de identificar os indicadores de inovação para o

segmento de mercado proposto, o próximo questionamento teve como propósito que o

respondente adotasse em uma escala de 1 a 5, onde 1 representasse um baixo grau

de importância e 5 representasse um alto grau de representatividade, a frequência de

introdução de produtos inéditos ou claramente aperfeiçoados no mercado atuante.

Figura 13 que segue;

74

Figura 13 – Introdução de produtos aperfeiçoados

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo

autor

A figura 14 apresenta como questionamento, o percentual de faturamento que

a fabricante obteve com a comercialização de produtos lançados durante o período de

2011 a 2013, novamente excluído das análises o ano de 2014.

Figura 14 – Percentual de faturamento bruto

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

PINTEC (2011) apresenta definições adotadas por este trabalho para descrição

de produtos e a forma de introdução no mercado atuante.

Produto novo (bem ou serviço) é um produto cujas características fundamentais (especificações técnicas, componentes e materiais, software incorporado funções ou usos pretendidos) diferem significativamente de todos os produtos previamente produzidos pela empresa. (...). Significativo aperfeiçoamento de produto (bem ou serviço) refere-se a um produto previamente existente, cujo desempenho foi substancialmente aumentado ou aperfeiçoado. Um produto simples pode ser aperfeiçoado (no sentido de obter um melhor desempenho ou um menor custo) através da utilização de matérias-primas ou componentes de maior rendimento. Um produto complexo, com vários componentes ou subsistemas integrados, pode ser aperfeiçoado via mudanças parciais em um dos componentes ou subsistemas. (...)Não são incluídas: as mudanças puramente estáticas ou de estilo e a comercialização de produtos novos integralmente desenvolvidos e produzidos por outra empresa. (PINTEC 2011, p.3)

Questiona-se na figura 15 se no período de 2011 a 2013 a fabricante introduziu

ou comercializou no mercado produto novo ou substancialmente aperfeiçoado, caso a

resposta do representante seja positivo, abre-se a possibilidade do respondente fazer

comentários sobre qual produto a empresa lançou.

75

Figura 15 – Lançamento de novos produtos

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

Com o objetivo de identificar o nível de participação internacional das

fabricantes, questiona-se se a fabricante exporta seus produtos, no caso de afirmativo

a resposta, questiona-se ao respondente o percentual de faturamento que a empresa

obtém com esta atuação. Figura 16.

Figura 16 – Participação em comércio exterior

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

Do total de funcionários da empresa, considerando o ano base de 2013,

incluindo os que efetivamente trabalham em tempo integral, incluindo os proprietários,

que o respondente identifique a quantidade de funcionários que estão envolvidos

diretamente com a atividade de inovação. Figura 17.

76

Figura 17 – Empregados envolvidos com inovação

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

A próxima verificação tem como objetivo identificar a qualificação acadêmica

que a organização apresenta em seu quadro de funcionários, neste caso, questiona-se

ao respondente, considerando o ano base de 2013, do total de funcionários da

empresa, incluindo proprietários, a quantidade que possuem formação universitária

entre graduação, especialização, mestrado e doutorado, figura 18.

Figura 18 – Nível de formação acadêmica dos funcionários

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

Para identificar o nível de atuação da fabricante no que refere-se a qualificação

da mão-de-obra contratada, se do total de funcionários contratados no ano base de

2013, indicar a quantidade de pessoas que receberam incentivos financeiros para a

qualificação profissional. Figura 19.

Figura 19 – Empregados incentivados pela organização

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

77

Para identificar a forma de remuneração dos funcionários da empresa,

solicitou-se ao respondente que indique a forma que melhor representa o praticado

pela fabricante entre uma forma de remuneração baseada na estrutura de cargos e

salários, baseada exclusivamente na forma variável, com base em resultados,

desempenhos e competências ou baseado em cargos e salários para funcionários de

menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários, considerado

como uma forma mista. Figura 20.

Figura 20 – Formas de remuneração empresarial

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

Na figura 21 questiona-se ao respondente sobre os níveis de investimentos e

gastos e investigue a fabricante desprendeu com a contratação de consultorias

externas realizadas para o ano de 2013, distingue se entre as opções as consultorias

realizadas por universidades, centros tecnológicos e institutos de pesquisa pública, por

firmas privadas especialistas em consultorias e solicita-se ao respondente que

apresente o total de despesas com serviços de consultoria realizados para o período

de análise.

Figura 21 – Investimento em consultoria especializada

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

Sobre o questionamento se a fabricante teve algum investimento em capital de

risco (venture capital), nesta análise considerando o período entre 2011 a 2013, o

responsável pela empresa teve a opção entre a resposta negativa ou afirmativa.

Figura 22.

78

Figura 22 – Capital de risco

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

Questiona-se ao respondente que, em caso de afirmativo, que seja

apresentado a quantidade de projetos conjuntos de inovação, segundo o tipo de

parceiro, que a fabricante firmou durante o período de 2011 a 2013.

Neste campo considera-se como parceiros universidades e centros

tecnológicos, outras empresas privadas, fornecedores ou clientes da própria

fabricante. Figura 23.

Figura 23 – Quantidade de projetos por parceiros externos

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

Para compreender o nível de verificação que a empresa faz no mercado

atuante, neste caso, se a empresa adora mecanismos para acompanhar o lançamento

de inovações, as movimentações dos concorrentes, a inclusão de novos produtos e

fatores que podem ser considerados oportunidades ou ameaças, foi questionado ao

fabricante se ele adota medidas ou procedimentos de inteligência competitiva de

análise de mercado, considerando para esta resposta a afirmativa ou negativa como

resposta. Figura 24.

Figura 24 – Procedimentos de inteligência Competitiva

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

79

Adotando o método de aplicação de questionário Survey, foi solicitado ao

respondente que ponderasse, no caso da representação da fabricante, por ordem de

prioridade sobre os tipos de alianças tecnológicas firmadas para o período de 2011 a

2013. Considerando como respostas o Fornecimento – busca da redução de custos

das transações comerciais, Posicionamento – busca da consolidação da participação

da empresa no mercado atuante, e Aprendizado – busca pela expansão da

capacidade tecnológica da fabricante. Figura 25.

Figura 25 – Tipos de alianças tecnológicas

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

Ainda embasado pelo método survey questiona-se a fabricante, por ordem de

importância, sobre os fatores que motivaram a empresa, caso afirmativo, a realizar

investimentos durante o período de 2011 a 2013. Figura 26.

Figura 26 – Fatores motivacionais de investimentos

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

Outra pergunta que foi lançada no questionário teve como pretensão, verificar

como está a percepção do respondente quanto ao grau de inovação empresarial, foi

indagado ao respondente se ele classifica a empresa como “Uma empresa inovadora”,

neste caso as respostas possíveis seriam sim ou não. Figura 27.

Figura 27 – Classificação de empresa inovadora

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

80

Neste questionamento, pretende-se, verificar como o respondente compreende

a organização sob a ótica de inovadora. Sabe-se da subjetividade desta questão,

porém o foco de análise deverá ser a resposta de comentário do respondente. Figura

28.

Figura 28–Descrição da classificação empresarial

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo

autor

Diante da complexidade do questionário e da densidade de tempo para as

respostas, questiona-se ao respondente sobre o valor financeiro investido em diversas

atividades empreendedoras como o Pesquisa e Desenvolvimento, Aquisição de

maquinas e equipamentos de produção, Aquisição de licença tecnológica, Despesas

com comercialização – lançamento de novos produtos, Aquisição de computadores e

outro material informático, Despesas com registro e material de patentes, Despesas

com capacitação de pessoal – treinamento, Despesas com consultorias realizada por

universidades e centros de pesquisa, e Despesas com consultoria realizada por

consultores privados. Figura 29.

Figura 29 – Índice de investimento em inovação empresarial

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

81

Para identificar o indicador de inovações registradas ou em processo de

registro, questiona-se ao respondente se a empresa detém patentes ou se está em

estágio de solicitação de patentes. Figura 30.

Figura 30 - Patentes

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

Questiona-se ao respondente se no período compreendido entre 2011 a 2013,

se a fabricante realizou projetos de melhorias tecnológicas em produtos e processos,

ou até mesmo para o lançamento de novos produtos, no caso de afirmativo, é

solicitado ao respondente que faça um breve comentário em campo aberto sobre a

quantidade. Figura 31.

Figura 31 – Melhorias tecnológicas

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

Para identificar os fatores motivadores que a empresa adota medidas de

atuação no mercado, questiona-se ao respondente a demarcação do grau de

importância entre as opções de diminuir os preços dos produtos, aumentar a

produção, melhorar a distribuição dos produtos, lançamento de novos produtos ou o

fator de exportação das empresas. Figura 32.

82

Figura 32 – Fatores motivacionais de inovação

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

As duas últimas perguntas foram posicionadas estrategicamente para não

corromper os respondentes, ou até desestimular a continuidade de respostas,

entende-se que o teor do questionamento poderia ser considerado estratégicos para

os respondentes e desta forma se prevê uma grande dificuldade em obter respostas

para o que se propõe.

Questiona-se ao respondente sobre o valor financeiro investido em diversas

atividades, e o total de despesas realizadas em atividades de aprendizagem e

inovação, tendo como base o ano de 2013. Neste campo se questiona a Pesquisa e

Desenvolvimento, Aquisição de Maquinas e Equipamentos, Aquisição de licença e

tecnologia, Despesas com comercialização pioneira, Investimentos em compras de

computadores, registros de patentes e o total de gastos realizados com aprendizagem

e inovação. Figura 33.

Figura 33 – Nível de investimento em atividades inovadoras

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

A última informação solicitada ao respondente, igualmente estratégica e de

complexa mensuração, contempla a citação do total de faturamento bruto da

organização realizada no ano base de 2013. Diante deste questionamento espera-se

que o respondente responsável pela organização apresente valores absolutos de

faturamento. Figura 34.

83

Espera-se com os níveis de resposta deste questionamento fazer as análises d

cruzamento de dados par aferir diversos indicadores de investimento de recursos

financeiros.

Figura 34 – Faturamento bruto empresarial

Fonte: http://survey.dj.emp.br/index.php?sid=65646&newtest=Y&lang=pt-BR, - Elaborado pelo autor

3.5 Forma de abordagem

Para este trabalho utiliza-se a elaboração de um questionário composto de

questões quantitativas e qualitativas. Quantitativas para apurar métricas dos

indicadores da capacidade inovativa e questões qualitativas para analisar os pontos de

percepção dos gestores sobre indicadores de inovação.

Para Gressler (2007) a forma de abordagem quantitativa se caracteriza pela

formulação de hipóteses, definições operacionais das variáveis, quantificação nas

modalidades de coleta de dados e informações, utilização de tratamentos estatísticos,

que são bases para aferir resultados com precisão e evitar distorções de análise e

interpretações.

Para Martins e Theóphilo (2009) a pesquisa quantitativa assume a

característica em que os dados e as evidências coletadas podem ser quantificados,

mensurados. Os dados podem ser filtrados, organizados e tabulados para serem

submetidos às técnicas e/ou testes estatísticos.

Para Flick (2004) a metodologia quantitativa assume o objetivo de isolar causas

e efeitos, operacionalizar relações teóricas, medir e quantificar fenômenos, criar

planos de pesquisa e formular leis gerais.

Segundo Pope e Marys (1995) os métodos de pesquisa qualitativa e

quantitativa não se excluem, cada forma apresenta diferentes formas e ênfases. O

método quantitativo traz contribuição de cunho racional e intuitivo, já o método

qualitativo possibilita uma abordagem subjetiva de análise

Já o modelo qualitativo, segundo Gressler (2007), apresenta diferenciação

quanto a forma de abordagem, sendo que é considerada à medida que não emprega

84

instrumentos estatísticos como base do processo de análise. É utilizada quando se

busca descrever a complexidade de determinado problema.

A aplicação do questionário contemplou 40 empresas fabricantes de coletores

solares filiadas à ABRAVA.

A ABRAVA desenvolve um trabalha em conjunto com o Governo Federal,

inclusive na emissão de certificação que assegura o nível de eficiência energética dos

coletores – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica - PROCEL,

gerenciado pela organização Centrais Elétricas Brasileiras – ELETROBRAS, que trata-

se de um selo de garantia de fabricação dos coletores conforme normas

internacionais.

O registro de coleta dos dados ficou sob a responsabilidade de uma empresa

terceirizada, contratada pela CEMIG, que utilizou o software Lime Survey. O

questionário eletrônico foi encaminhado para as empresas fabricantes

eletronicamente, estipulados prazos para respostas, e paralelamente feito contatos

telefônicos para orientações diversas.

A elaboração do questionário aplicado às empresas fabricantes de coletores

solares teve como base os trabalhos desenvolvidos pela PINTEC (2013), sendo que

foram selecionados os quesitos referentes aos indicadores de inovação para esta

composição. O tratamento dos dados foi realizado pelo próprio autor deste

desenvolvimento, com o auxílio do Orientador Professor Dr. Ricardo Paiva e Co-

orientador Professor Dr. Fabrício Ziviani, este último sendo considerado profissional

com relevantes contribuições na área de indicadores de inovações.

Sobre a consistência dos dados apurados, entendem-se que foram abordadas

as fabricantes nacionais de maior expressão, que atuam formalmente no mercado e

que possuem certificações de fabricação reconhecidas por agências governamentais

reguladoras da atividade econômica. Foram abordadas todas as empresas fabricantes

nacionais, e recolhido 50% de respondentes. Este desenvolvimento trabalha com 50%

de respondentes instalados no território nacional.

Importante destacar que o questionário foi destinado aos diretores e/ ou

proprietários das empresas fabricantes, ou seja, os responsáveis pela gestão

organizacional. Entende-se que a seleção dos gestores organizacionais daria mais

credibilidade as respostas conquistadas. Cada empresa teve a possibilidade de

contribuir com um único questionário, mesmo quando fabricante de modelos diferentes

de coletores solares.

Registra-se a opção de participação no 2º Congresso Brasileiro de

Aquecimento Solar e Intersolar South América, ocorrido na cidade de São Paulo, no

85

final do mês de agosto de 2014, como forma de aproximação e abordagem junto às

fabricantes de coletores solares. Evento realizado pela Solar Promotion International,

Freiburg Management Marketing International, Aranda Eventos e ABRAVA, que reuniu

temas de grande relevância técnica para os profissionais do setor de aquecimento

solar, energias renováveis, construções sustentáveis e arquitetura.

Durante a realização do congresso foi possível obter um dimensionamento do

setor, coletar informações que compõem este trabalho e fazer a prospecção de

fabricantes para a composição dos resultados de questionário.

3.6 Técnica de análise estatística de dados

A forma de abordagem das organizações fabricantes se deu pelo envio do link

do questionário, método survey, contatos telefônicos com representantes e diretores

das empresas e participação de congressos do setor que possibilitasse uma

abordagem direta para a apresentação e afirmação da importância de resposta.

Para Bertucci (2008, p. 76) a análise de dados deve mencionar: “como os

dados obtidos de fontes primárias e ou secundárias serão analisados, como a

observação direta será operacionalizada e como as informações obtidas por meio de

entrevistas serão analisadas”. Ou seja, na análise de dados deverão ser evidenciados

os métodos utilizados para formar uma base de conclusões e constatações.

Apresenta-se que o universo preterido para o desenvolvimento desta análise é

de 40 organizações fabricantes de coletores solares. Todos os fabricantes foram

abordados para participação deste desenvolvimento, foram respondidos 20

questionários, o que representa 50% do universo identificado.

A limitação desta pesquisa remete à quantidade final de respondentes, 50% do

total, que poderia sinalizar uma amostragem satisfatória, mas dado que o número

absoluto desta amostragem representa 20 empresas, há limitações para a realização

de análises quantitativas mais profundas, tais como o estabelecimento de correlações

entre os diversos construtos avaliados e que permitam determinar o sentido das

relações entre as componentes da capacidade absortiva envolvidas no estudo, além

de outros cálculos estatísticos que requeiram um maior volume de dados, haja vista a

possibilidade de perda de informações. Muito embora o percentual de respondentes

tenha sido elevado, na teoria estatística, quanto maior o número de questões

abordadas, maior deverá ser o tamanho da amostra o que, neste caso, limita a

realização de uma técnica estatística mais robusta, como modelos de equações

estruturais.

86

4 CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO

Segundo Cometta (2000) uma das mais importantes características da energia

solar é de ser uma forma de energia absolutamente pura; não origina fumaça, escórias

e tampouco a descargas de gênero algum. Nesse sentido, o aproveitamento da

energia solar constitui a solução ideal para a proteção do meio ambiente.

Observa-se que o potencial total da energia solar que atinge a Terra representa

cifras fantásticas. Anualmente chegam à Terra mais de 1018kWh; num só mês, o Sol

envia à Terra o equivalente de cerca de 1013t de carvão, comparáveis às reservas total

de carvão do Planeta. Além disso, que o consumo anual de energia pela humanidade,

é avaliado atualmente em 1014kWh, apenas 1/10.000 da energia que o Sol envia à

Terra (COMETTA, 2000).

Mas, contudo, se a energia solar é tão abundante e barata porque ainda a

utilizamos tão pouco como fonte energética? Nas palavras de Cometta (2000)

questiona-se:

À luz do que se disse, e considerando que a energia solar está

disponível de forma absolutamente gratuita, surge espontaneamente

a pergunta: como o aproveitamento da energia solar, para fins

técnicos, é praticamente inexistente?

A resposta é simples e esclarecedora: a energia solar se apresenta

sob forma disseminada, e não concentrada, e sua captação e

aproveitamento, ao menos para potências elevadas, requerem

instalações complexas e custosas. A energia também, no local de

instalação, é disponível de forma descontínua, sujeita a alternâncias

periódicas (dia-noite; verão-inverno) e casuais (céu claro – nebuloso),

pelo que é indispensável prover dispositivos de acumulação, com

ulteriores complicações e elevação dos custos da instalação.

(COMETTA, 2000, p. 29).

Cometta (2000) identifica o surgimento do desafio de inovação de uma

tecnologia capaz de captar e armazenar a energia solar, visto que é elevada

necessidade de desenvolvimento de novas alternativas de energia, e a energia para

atender as necessidades da sociedade deve ser procurada onde é mais abundante e

barata.

Existem constantes discussões sobre o fim dos combustíveis fósseis, com isso

iniciou-se buscas por alternativas de energias renováveis que não causem impactos

ambientais. Uma dessas alternativas é a energia solar térmica. DASOL (2013).

Os meios de captação direta da energia solar são as estufas – por meio de

chapas coletoras; espelhos; fotocélulas e as possíveis combinações entre esses

meios. COMETTA (2000).

87

Segundo informações da DASOL a instalação de cada m² de coletores solares

equivale às representações do quadro 14.

Quadro 14 – Equivalências de cada m² de coletores solares

Cada m² de coletor solar instalado, utilizado durante um ano

56 metros quadrados de áreas inundadas (hidrelétricas);

215 quilos de lenha;

66 litros de diesel;

55 quilos de gás.

Fonte: DASOL (2013) Adaptado pelo autor.

De acordo com o DASOL (2013), atualmente no Brasil tem-se utilizado a

energia solar para o aquecimento de água, o que reduz o uso do chuveiro elétrico, um

dos grandes responsáveis pelo alto consumo da energia elétrica. Com a instalação do

Sistema de Aquecimento Solar - SAS, há uma economia de até 50% na conta de

energia elétrica.

O uso dessa tecnologia ocorre predominantemente no setor residencial, mas

há demanda significativa e aplicações em outros setores, como edifícios públicos e

comerciais, hospitais, restaurantes, hotéis e similares. “Para o suprimento de água

quente de uma residência típica (três ou quatro moradores), são necessários cerca de

4m² de coletor” – ANEEL (2013, p. 33).

4.1 Caracterização do setor

Segundo a ANEEL (2013) atualmente existem vários projetos em operação

para o aproveitamento da energia solar no Brasil, principalmente por meio de sistemas

fotovoltaicos de geração de eletricidade para o atendimento às comunidades isoladas

da energia elétrica.

O setor de aquecimento solar engloba empresas que atuam com a fabricação,

venda instalação, projeto, manutenção e consultoria. Existem aproximadamente 200

empresas que atuam no setor e movimentam cerca de R$500 milhões/ano (DASOL,

2014). Ressalta-se que o objeto de estudo para este trabalho se restringe somente as

fabricantes de coletores solares.

Conforme a ANEEL (2013) esclarece estes projetos recebem ajuda e apoio de

órgãos nacionais e internacionais:

Além do apoio técnico, científico e financeiro recebido de diversos

órgãos e instituições brasileiras (MME, ELETROBRÁS /CEPEL e

universidades, entre outros), esses projetos tem todo o suporte de

organismos internacionais, particularmente da Agência Alemã de

Cooperação técnica (GTZ) e do laboratório de Energia Renovável dos

88

Estados Unidos. (National Renewable Energy Laboratory -

NREL/DOE). ANEEL (2013, p.37)

Além disso, segundo o DASOL (2013) os programas habitacionais CDHU;

COHAB e Minha Casa, Minha Vida utilizam o Sistema de Aquecimento Solar (SAS) de

água, tendo assim uma grande economia de energia elétrica e menor custo. O

mercado de aquecimento solar tem crescido muito, acumulando uma área superior a 5

milhões de m² de coletores solares instalados.

4.2 Fabricantes de coletores identificados

O mercado Nacional fabricante de coletores solares apresenta como principal

agente normalizador a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado,

Ventilação e Aquecimento (ABRAVA), segundo dados divulgados, atualmente o setor

envolvido com o segmento de aquecimento solar conta com 40 empresas distribuídas

pelo país com uma tendência de concentração na região sudeste (ABRAVA, 2013).

Como abordado anteriormente, a ABRAVA trabalha em conjunto com o

Governo Federal, inclusive na emissão de certificação que assegura o nível de

eficiência energética dos coletores – Programa Nacional de Conservação de Energia

Elétrica - PROCEL, gerenciado pela organização Centrais Elétricas Brasileiras –

ELETROBRAS, que trata-se de um selo de garantia de fabricação dos coletores

conforme normas internacionais.

Em análise ao banco de dados da ABRAVA, foram identificados 40 fabricantes

de coletores solares instalados no território brasileiro, conforme quadro 15.

Quadro 15 – Fabricantes de coletores solares

ID Fabricante Cidade UF

1 Aço Nobre Aparecida de Goiânia GO

2 Aquecemax Belo Horizonte MG

3 Arksol Belo Horizonte MG

4 Atual aquecedores Mogi Guaçu SP

5 Bosch Campinas SP

6 Brauer Ponta Grossa PR

7 ColSol Indaiatuba SP

8 Cumulus Birigui SP

9 E2Solar Barueri SP

10 Enalter Nova Lima MG

11 Excel Metalúrgica Juiz de Fora MG

12 Girassol Piracicaba SP

13 Kisol Mococa SP

89

14 Komlog São José SC

15 Mastersol Sorocaba SP

16 Maxtemper Belo Horizonte MG

17 Mondialle Solar Florestópolis PR

18 NGK-Rinnai São Paulo SP

19 Ouro Fino Ribeirão Preto SP

20 Pantho Vespasiano MG

21 Porto Solar Porto Alegre RS

22 Pro-sol Mauá SP

23 RM Aquecedores Sorocaba SP

24 Solar Life Ribeirão Preto SP

25 Solar Minas Poços de Caldas MG

26 Solar Nobre Aparecida de Goiânia GO

27 Solarpress Vargem Grande SP

28 Soletrol São Manuel SP

29 Solis Birigui SP

30 Soltec São Carlos SP

31 Soria Birigui SP

32 Taiyo Caçapava SP

33 Tégula Atibaia SP

34 Tempersol Taubaté SP

35 Termomax Brodowski SP

36 Termotron / JMS Contagem MG

37 ThermoSystem Tubarão SC

38 Transsen Birigui SP

39 Tuma Contagem MG

40 Unisol Brodowski SP

Fonte: adaptado de ABRAVA, 2013.

Importante relatar que todas as empresas descritas como fabricantes foram

abordadas para a colaboração com o trabalho de coleta de dados, do universo

descrito como 40 fabricantes de coletores solares.

Conforme já abordado na investigação sobre a literatura disponível obteve-se a

confirmação da existência de dois clusteres de fabricantes de coletores solares

nacionais. São Paulo e Minas Gerais, que assumem respectivamente a referência de

instalação das fabricantes, sendo que os outros estados nacionais assumem, de forma

discreta, baixa quantidade de fabricantes instalados. Na Tabela 1 são apresentados os

dados da localização das empresas respondentes.

90

Tabela 1 - Localização geográfica das fabricantes

Unidade da Federação Frequência Percentual Válido Percentual Acumulado

Goiás 1 5,0% 5,0%

Santa Catarina 1 5,0% 10,0%

Minas Gerais 7 35,0% 45,00%

São Paulo 11 55,0% 100,0%

Total 20 100,0%

Fonte: Dados da pesquisa

Observam-se a concentração das empresas na Região Sudeste (90% da

amostra) sendo que a maioria delas está localizada no Estado de São Paulo (55% das

respostas válidas) seguido de Minas Gerais (35% dos respondentes). Apenas 5% das

empresas respondentes estão na Região Sul e o mesmo percentual no Centro Oeste,

confirmando uma tendência dos fabricantes de coletores solares em se instalarem nos

centros industriais mais desenvolvidos onde as condições de mercado favorecem o

crescimento e a consolidação deste setor. Estes dados encontram-se em consonância

com as informações divulgadas pela ABRAVA (2013) e DASOL (2014).

91

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS

Este capítulo apresenta os resultados alcançados com a aplicação de um

modelo de indicadores de inovação exposto aos fabricantes nacionais de coletores

solares. O universo estatístico abordado foi de 40 fabricantes distribuídas no território

nacional.

Atendendo a questões de sigilo pactuado com as empresas fabricantes, neste

trabalho não serão desenvolvidos tópicos que possibilitem a identificação dos

respondentes nem das fabricantes que optaram por participar.

5.1 Perfil do setor e das Empresas

A abordagem de mercado para coleta de dados contemplou as 40 empresas

caracterizadas como fabricantes, e desta amostragem obteve-se como respondentes

20 fabricantes, ou seja 50% do total de empresas identificadas.

Outra informação importante para a compreensão do setor pode ser extraída

da mensuração do tempo em que estas empresas atuam formalmente no mercado,

representado no gráfico 1.

Gráfico 1 – Média de Idade das fabricantes

Fonte: Dados da pesquisa

Percebe-se com o gráfico 1 que 50% das fabricantes declararam possuir entre

10 e 20 anos de fundação. Segundo ABRAVA (2013), a evolução do setor fabril de

aquecedores solares neste período passou por transformações marcantes, sendo que

Menos de 10 anos25%

Entre 10 e 20anos

50%

Acima de 20 anos25%

92

houve uma atenção dedicada às questões de profissionalização da indústria, crise de

abastecimento de outras fontes energéticas praticadas, advindo de conflitos

internacionais entre nações, escassez de matéria prima, reajustes de preços,

incidência de impostos e racionamento energético na matriz brasileira.

O quadro 16 aborda-se os dados referentes à forma de constituição do capital

controlador da empresa. Esta informação se torna importante para a correta

mensuração das formas de tomadas de decisões gerenciais e mercadológica.

Quadro 16 – Constituição da pessoa jurídica dos fabricantes

Id. Empresa Tipo de formação

A1 Empresa de Capital Nacional

A2 Empresa de Capital Nacional

A3 Empresa de Capital Nacional

A4 Empresa de Capital Misto

A5 Empresa de Capital Nacional

A6 Empresa de Capital Nacional

A7 Empresa de Capital Nacional

A8 Empresa de Capital Nacional

A9 Empresa de Capital Nacional

A10 Empresa de Capital Nacional

A11 Empresa de Capital Nacional

B1 Empresa de Capital Nacional

B2 Empresa de Capital Nacional

B3 Empresa de Capital Nacional

B4 Empresa de Capital Nacional

B5 Empresa de Capital Nacional

B6 Empresa de Capital Nacional

B7 Empresa de Capital Nacional

C1 Empresa de Capital Nacional

D1 Empresa de Capital Nacional

Fonte: Dados da pesquisa

Percebe-se com esta apuração sobre a forma de constituição de capital

controlador que 5% das empresas apresentam ser mista a forma de gestão financeira,

o montante de 95% das organizações atua com o aporte de capital nacional. Este

dado estatístico aponta para o nível interno nacional de empreendedores que

assumem o risco financeiro de investimento no processo fabril de coletores solares.

A tabela 2 descreve, diante dos respondentes, a representação nacional de

constituição do capital acionário empresarial

Tabela 2 - Constituição Jurídica do setor

Constituição Jurídica Frequência Percentual Percentual

Válido Percentual Acumulado

Empresa de capital nacional 19 95,00% 95,00% 95,00%

Empresa de capital estrangeiro 0 0,00% 0,00% 95,00%

Empresa de capital misto 1 5,00% 5,00% 100,00%

Total 20 100,00% 100,00%

Fonte: Dados da pesquisa

93

Segundo PINTEC (2013) a identificação da fonte de constituição do capital

formador empresarial se torna importante para mensurar a titularidade empresarial, e

desta forma verificar de quais de onde podem prover as deliberações sociais. Esta

característica pode apresentar a forma empresarial de lidar com os riscos de

investimentos realizados em inovações de mercado.

A tabela 2 apresenta a evolução do setor fabril estudado sob a ótica da

quantidade de trabalhadores contratados diretamente pelas fabricantes, e apresenta

em 2011 a quantidade de 1.263 postos de trabalhos, para o ano de 2012 houve um

crescimento de 13,14% fechando o ano com 1.429 trabalhadores contratados. Para o

ano de 2013 também é percebido acréscimo de 12,59% fechando o ano com 1.609

trabalhadores.

Tabela 2 - Quantidade de empregados próprios e terceirizados

ID

Próprios Terceirizados

2011 2012 2013 2011 2012 2013

A1 10 22 37 0 0 0

A2 200 220 290 20 30 40

A3 19 22 24 0 0 1

A4 120 130 150 5 4 5

A5 11 18 25 0 0 0

A6 0 8 19 0 0 0

A7 15 20 25 3 6 8

A8 9 9 10 0 0 0

A9 12 16 25 0 0 0

A10 90 15 30 15 3 6

A11 50 68 87 0 0 0

B1 8 14 16 0 14 18

B2 70 66 69 5 5 3

B3 173 214 268 23 25 31

B4 57 63 76 18 24 31

B5 60 100 120 0 10 20

B6 27 31 32 0 0 0

B7 84 100 50 10 8 6

C1 200 240 200 50 50 50

D1 48 53 56 0 0 0

Total 1263 1429 1609 149 179 219

Fonte: Dados da pesquisa

A representação de empregados terceirizados apresenta evolução semelhante

a de empregados próprios das organizações, sendo que em 2011 eram 149

terceirizados, em 2012 eram 179 terceirizados (acréscimo de 20,13%), e em 2013

anotado 219 trabalhadores terceirizados, com acréscimo de 22,34%.

Quanto da análise comparativa entre as fabricantes é importante afirmar que

no ano de 2013, a empresa que apresenta maior percentual de funcionários

contratados, tendo como base o total apresentado pelo setor, é a empresa paulista A2,

com 18% da totalidade, sendo acompanhada pela empresa B3 com 17% e a empresa

C1 com 12%.

94

Outra base de análise relevante de análise está relacionada ao aumento de

contratação de trabalhadores entre as fabricantes entre os anos de 2012 e 2013. A

empresa que apresenta melhor performance é a A10 que no ano de 2011 possuía 90

trabalhadores contratados, passou por um processo de reestruturação em 2012

mantendo 15 funcionários e no ano de 2013 apontou para uma leve recuperação

chegando a 30 trabalhadores contratados.

A empresa A6 assume que suas atividades empresariais iniciaram-se no ano

de 2012 com 8 trabalhadores, e no ano de 2013 tinha contratado 19 funcionários,

relação considerada oportuna para uma empresa que está no processo de

implantação mercadológica.

Dentre as fabricantes que merecem destaques pela quantidade de

trabalhadores, chama-se a atenção para a A2 que no ano de 2011 tinha registrado 200

trabalhadores, no ano de 2012 estava com 220 e no ano de 2013 apresentou 290

funcionários, esta evolução no último ano foi de 32% no nível de contratação.

O destaque negativo quanto se compara níveis de contratação é a B7 e C1. A

B7 apresenta uma redução em seu quadro funcional de 50%, sendo que no ano de

2012 obtinha 100 trabalhadores e no ano de 2013 apenas 50 funcionários. A empresa

C1 relatou que no ano de 2011 tinha 200 contratações, no ano 2012 teve um

acréscimo e atingiu 240 trabalhadores e no ano de 2013 teve sinais de depressão e

passou novamente para 200 trabalhadores, fator de queda de contratação de 17%.

Os dados comparativos sobre a movimentação de contratação e dispensa dos

trabalhadores pelas fabricantes pode subsidiar relevantes observações sobre o

comportamento financeiro das organizações e formas de atuação diante do processo

de fabricação dos coletores solares.

Importante destacar que as fabricantes de coletores solares mantiveram

relativamente o perfil de contratação tanto de trabalhadores diretos quanto de

terceirizados para os anos em análise.

A análise sob a perspectiva nacional dos fabricantes em relação a quantidade

de trabalhadores contratados, ano referência 2013, temos representado na tabela 3

que grande parte das empresas estão atuando entre 20 a 99 empregados contratados.

95

Tabela 3 - Número de empregados das fabricantes em 2013

Número de Empregados Frequência Percentual Percentual Acumulado

Até 20 3 15,00% 15,00%

de 21 a 99 12 60,00% 75,00%

de 100 a 499 5 25,00% 100,00%

acima de 500 0 0,00% 100,00%

Total 20 80,00%

Fonte: Dados da pesquisa

Na caracterização do porte das empresas foi observado o critério proposto pelo

IBGE, para o segmento industrial, que classifica as fabricantes nacionais quanto ao

número de empregados, qual seja, indústrias de grande porte são aquelas com 500 ou

mais empregados, de médio porte possuem entre 100 e 499 empregados, as

indústrias de pequeno porte entre 20 e 99 funcionários e as microempresas possuem

menos de 20 empregados.

Diante do critério apresentado pelo IBGE, entende-se que 60% das empresas

respondentes podem ser consideradas como indústria de pequeno porte, registrando-

se ainda que 15% devem ser microempresas (microindústrias), e 25% consideradas

como indústria de médio porte. Esse resultado demonstra que o setor ainda está em

processo de consolidação e que apresenta números discretos quando se trata de

contratação de mão-de-obra operacional.

Quanto o entendimento da origem de formação da empresa, foi questionado se

a empresa participou de alguma incubadora de empresas de base tecnológica, sabe-

se que o processo de incubadoras de base tecnológica oferece às empresas um

ambiente de estímulo a criação e proteção ao desenvolvimento de inovações, além de

se obter capacitação tecnológica e gerencial para novos empreendedores.

Todas as empresas participantes do trabalho afirmaram não ter participado de

incubadores de base tecnológica.

5.2 Análise dos dados

A análise estatística dos dados coletados durante a distribuição do questionário

será realizada de acordo com a proposta de indicadores selecionados para compor o

modelo apresentado.

96

5.2.1 Apuração de indicadores atividade inovativas

Segundo PINTEC (2013) as atividades inovativas são consideradas todas as

etapas científicas, tecnológicas, organizacionais e comerciais que visam a inovação de

produtos ou processos. Compreende na dedicação que a empresa apresenta para

realizar, de forma sistemática, o desenvolvimento de suas atividades com o objetivo de

promover o conhecimento e o uso de novas aplicações para o desenvolvimento e

implementação de produtos novos ou substancialmente aperfeiçoados.

Para Fonseca (1998) as organizações que adotam ações de atividades

inovativas criam condições culturais favoráveis para motivar comportamentos dos

funcionários que favorecem as técnicas para o desenvolvimento de projetos de

inovação tecnológica, e as estruturas organizacionais assume condições de criar uma

base formal capaz de viabilizar a execução conjunta de projetos e concretização das

inovações.

A tabela 4 apresenta a apuração, por fabricante, da quantidade de funcionários

que participam e estão envolvidos diretamente com as atividades de inovação nas

organizações tendo como ano base 2013.

Tabela 4 - Quantidade de funcionários envolvidos com atividade de inovação Id Quantidade Percentual ponderado

A1 6 5%

A2 10 8%

A3 2 2%

A4 5 4%

A5 7 6%

A6 19 15%

A7 30 24%

A8 10 8%

A9 4 3%

A10 3 2%

A11 4 3%

B1 - 0%

B2 0 0%

B3 3 2%

B4 3 2%

B5 2 2%

B6 5 4%

B7 3 2%

C1 10 8%

D1 1 1%

Fonte: Dados da pesquisa

97

De acordo com a tabela 4, percebe-se um maior compromisso das empresas

localizadas no estado de São Paulo no processo de envolvimento de trabalhadores

contratados envolvidos com as atividades de inovação.

Projeta-se diante do cenário apresentado que a fabricante A7 é a que

apresenta maior quantidade de funcionários envolvidos com a atividade de inovação

empresarial, 24% da média ponderada entre as respondentes, a segunda empresa

com resultado positivo é a A6 com 15% dos funcionários contratados envolvidos com a

atividade de inovação organizacional. Esta referência pode ser apontada como um

indicativo do potencial criativo que a empresa apresenta no processo criativo, porém

não se sustenta na potencialidade de sinalizador único da qualidade de ações de

conhecimento e aplicação empresarial.

Tabela 5 - Quantidade de funcionários em atividade de inovação do setor

Número de Empregados Frequência Percentual Percentual Acumulado

Não respondeu 1 5,00% 5%

0 1 5,00% 10%

de 1 a 9 13 65,00% 75%

Acima de 10 5 25,00% 100%

Total 20 100,00%

Fonte: Dados da pesquisa

A tabela 5 aborda a percepção deste grupo analisado que 65% das empresas

respondentes declaram possuir de um a mais funcionários envolvidos com a atividade

de inovação durante o ano de 2013, e 25% das respondentes declaram possuir entre

10 e mais trabalhadores. Apenas uma empresa não respondeu este questionamento e

uma empresa informou que não adota esta prática de investimento na qualificação de

seus funcionários.

Segundo Trizotto e Geisler (2008), a quantidade de funcionários envolvidos

diretamente com a atividade de inovação empresarial deve ser considerada como fator

essencial para o bom desempenho da organização, a cooperação interna entre os

indivíduos apresenta forte indício de eficácia da inovação.

Para Howell e Higgins (1990) os indivíduos envolvidos com os processos de

inovação dentro das organizações são capazes de entusiasmar outros trabalhadores

com sua visão de inovação em potencial e promover a busca por inovações, sempre

assegurado pelo suporte e o comprometimento alheio.

A proposta de utilização destes indicadores assume como pretensão o ato de

revelar o potencial do esforço de inovação nos produtos e processos.

Considera-se para este indicador os funcionários envolvidos com atividade de

inovação organizacional capazes de gerar novas ideias para a organização e aqueles

98

que participam das equipes de desenvolvimento dos projetos e pesquisas que

pertencem a um setor de inovação.

Sabe-se que este questionamento está ligado a forma com a qual a gestão da

empresa busca incentivar a participação dos trabalhadores, e desta forma manter em

seu quadro de funcionários pessoas aptas para lidar com inovações ou adoção de

novas tecnologias.

Este cenário possibilita entender o quanto as organizações analisadas estão

envolvendo seus trabalhadores nas atividades de inovação, e posteriormente perceber

quantos estão envolvidos diretamente na produtividade sem compromisso em inovar,

produtividade para abastece a demanda de mercado.

5.2.2 Apuração de indicadores de atividades internas de inovação

Segundo Tigre (2006) as atividades internas de P&D engloba o trabalho criativo

que é realizado de forma sistemática, e que apresenta como objetivo o aumento e uso

do acervo de conhecimento com o propósito de desenvolvimento de novas aplicações

em produtos, processos ou lançamentos de inovações para o mercado.

Para PINTEC (2013) existe um critério para distinguir as atividades de P&D de

outras atividades relacionadas da empresa que é a presença da novidade e a

resolução de um problema científico ou tecnológico. A mensuração das atividades de

P&D são realizadas através dos dispêndios e do número de pessoas dedicadas a esta

atividade.

Sobre a aplicação deste indicador foram formuladas 6 questões para aplicação

no questionário de campo, na primeira questão foi solicitado ao respondente que

informasse, levando em consideração o ano base de 2013, o valor (em reais) em

diversas modalidades consideradas internas de inovação.

O primeiro questionamento solicitava ao respondente que apontasse o valor de

capital investido em sete campos considerados pela PINTEC (2013) de atividade de

inovação interna.

a. Pesquisa e desenvolvimento (P&D)

b. Aquisição de Máquinas e equipamentos

c. Aquisição de licenças de tecnologia

d. Despesas com comercialização pioneira

e. Investimento em compras de computadores

f. Registro de patentes

g. Total de gastos com aprendizagem e inovação

99

Segundo PINTEC (2013) as atividades de inovação das empresas são aquelas

que apontam para as etapas científicas, tecnológicas, organizacionais e comerciais

que tem como ótica a inovação dos produtos ou processo, e que são necessárias para

o processo de desenvolvimento e implementação da inovação no mercado.

Quando da elaboração deste questionário, e da aplicação do pré-teste, foi

previsto que os respondentes se recusariam a prestar determinadas informações.

Inicialmente foram apontadas duas barreiras sendo a primeira pelo grau de dificuldade

em apurar em registros financeiros empresariais, e a segunda pela importância

estratégica que esta informação representa para o corpo gestor empresarial.

A tabela 6 apresenta a síntese de investimentos realizados pelas empresas nas

atividades internas de inovação. Verifica-se nesta representação que as empresas

analisadas apresentam potenciais distintos de investimentos, sendo que, no que se

refere a investimento em P&D, a empresa A1, localizada no estado de São Paulo e a

empresa B7, localizada em Minas Gerais, apresentam níveis de investimentos

superiores as demais participantes de mercado.

Tabela 6 - Dispêndio de investimentos realizados em aprendizagem e inovação

Cod P&D Aquisição

de Máquinas

Aquisição de

Licenças

Comercialização Pioneira

Investimento em

Computadores

Registro de

Patentes

Total Investido em

Aprendizagem

A1 500.000,00 300.000,00 30.000,00 100.000,00 30.000,00 30.000,00 200.000,00

A2 - - - - - - - - -

A3 0,00 85.000,00 0,00 0,00 6.000,00 0,00 3.000,00

A4 - - - - - - -

A5 25.000,00 100.000,00 0,00 0,00 10.000,00 0,00 135.000,00

A6 50.000,00 1.000.000,00 0,00 100.000,00 10.000,00 2.000,00 1.500,00

A7 - - - - - - -

A8 0,00 15.000,00 0,00 0,00 5.000,00 0,00 20.000,00

A9 20.000,00 180.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 200.000,00

A10 15,00 40,00 0,00 30,00 7,00 5,00 -

A11 60.000,00 438.000,00 0,00 235.000,00 51.000,00 0,00 784.000,00

B1 - - - - - - -

B2 48.000,00 60.000,00 - - 24.000,00 - -

B3 - - - - - - -

B4 0,00 470.000,00 0,00 0,00 12.000,00 0,00 0,00

B5 40.000,00 150.000,00 0,00 0,00 30.000,00 0,00 220.000,00

B6 - - - - - - -

B7 180.000,00 120.000,00 0,00 5.000,00 5.000,00 10.000,00 320.000,00

C1 - - - - - - -

D1 10.000,00 50.000,00 0,00 0,00 20.000,00 0,00 80.000,00

Fonte: Dados da pesquisa

100

Sobre o questionamento do volume de aporte de investimentos realizados com

atividade de P&D registra-se o montante informado pelas respondentes de R$

933.015,00. Apresenta-se como destaque a empresa A1 com representação de 54%

do montante informado pelas fabricantes respondentes. A segunda empresa com

melhor nível de investimento informado é a B7 localizada em Minas Gerais com 19%.

Segundo Trizotto e Geisler (2008), as atividades em P&D podem ser

consideradas a mais clássica entre as atividades de inovação e assume um importante

papel na identificação do potencial de competitividade das organizações no mercado,

possibilitando apoiar e expandir a atividade empresarial, e impulsiona a organização

para novos negócios e ampliar as capacidades tecnológicas.

Segundo PINTEC (2013) as atividades em P&D compreendem no

desenvolvimento do trabalho realizado pelas empresas de forma sistemática, que tem

como objetivo principal o aumento do acervo de conhecimento e a forma de utilização

do conhecimento para o desenvolvimento de novas aplicações.

Na verificação de valores investidos com atividade de P&D, tabela 7, nota-se

13 fabricantes que informaram os valores de investimentos realizados. 65% dos

questionários validados. O total de investimento informado neste constructo foi de

R$933.015,00, tendo como referência o ano de 2013. Registra-se que expressiva

parcela do valor investido é assumida pelas fabricantes de médio porte.

Tabela 7 - Valores de investimento com atividades de P&D em 2013

Cálculo Resultado

Contagem 13

Soma 933.015,00

Desvio Padrão 132015,78

Média 71770,38

Mínimo 20000

Valor médio 55000

Máximo 500000

Fonte: Dados da pesquisa

O investimento médio que as fabricantes fazem é estimado em R$ 71.770,38,

considerando-se esta importância, apenas duas fabricantes fazem investimentos

superiores à média identificada.

Segundo Rocha (2003) dentre as atividades que as organizações realizam

aquelas relacionadas à P&D são consideradas particularmente relevantes, e a

mensuração deste indicador se torna importante para verificar o nível de influência na

configuração do processo inovador das fabricantes. As atividades de P&D podem

101

contribuir para o aumento do acervo de conhecimento tecnológico e sua forma de

utilização para desenvolver novas aplicações em produtos, construção de protótipos,

novas elaborações e outros desenvolvimentos conceituados como inovadores.

Segundo PINTEC (2013) a aquisição de máquinas e equipamentos são fatores

de indício de inovação se são utilizados para a fabricação ou implementação de

produtos ou processos novos ou aperfeiçoados. Podem ser identificados se

melhorarem o desempenho tecnológico da empresa ou se apresentam em estágio

mais avançados em relação aos modelos anteriores.

Sobre valores investidos em aquisição de máquinas e equipamentos, tabela 8,

foi apurado 13 empresas respondentes, apura-se o montante de R$ 2.968.040,00

aplicados na melhora de condições de fabricação dos coletores solares, neste caso,

percebe-se o maior volume de investimento realizado pelas empresas com menos de

10 anos de fundação.

Tabela 8 – Valores totais de investimento do setor em aquisição de máquinas e equipamentos

Cálculo Resultado

Contagem 13

Soma 2968040

Desvio Padrão 265729.55

Média 228310.77

Mínimo 40

Valor médio 100000

Máximo 1000000

Fonte: Dados da pesquisa

A média de investimentos praticados pelas organizações em investimentos de

máquinas e equipamentos é de R$ 228.130,77, quando comparado com os

investimentos individuais, temos que 5 empresas realizam investimentos acima da

média como citado anteriormente, destaca-se a empresa A6, localizada em São Paulo,

com investimento informado de R$ 1.000.000,00.

Entre as empresas respondentes, pode-se verificar na tabela 6, que a empresa

que apresenta maior destaque entre as fabricantes é a A6, localizada em São Paulo,

com 34% do montante informado pelas respondentes. Outras empresas relevantes

para o setor são a B4 com 16%, A4 com 15% e A1 com 10%.

A apresentação deste levantamento sinaliza o nível de investimento que as

organizações estão praticando para manter seus maquinários e equipamentos

atualizados e em condições de atender a praticidade e competitividade industrial.

Sobre o valor investido aquisição de licença de tecnologia foram respondidos

12 questionários, sendo que penas uma empresa apontou investimentos realizados

102

neste campo, 11 fabricantes informaram que não fazem investimentos em aquisição

de licença de tecnologia.

Como representado na tabela 6, apenas a empresa A1 relata ter feito

investimentos em aquisição de licença tecnológica. Ou seja, a prática de investimento

predomina em apenas 5% das fabricantes relacionadas, apuração de valores na

tabela 9.

Tabela 9 - Valores de investimento com aquisição de licença de tecnologia em 2013

Cálculo Resultado

Contagem 12

Soma 30000

Desvio Padrão 8291.56

Média 2500

Mínimo 0

Máximo 30000

Fonte: Dados da pesquisa

A comercialização pioneira de produtos, relativo a lançamentos de inovações, a

empresa que apresenta destaque é A11, com participação superior ao dobro das

demais participantes.

No questionamento sobre investimentos realizados com a comercialização

pioneira, tabela 10, projeta-se dos respondentes o valor investido para comercializar

produtos novos que são lançados no mercado. Foram respondidos 12 questionários,

sendo que 5 apresentaram valores investidos nesta forma de abordagem de mercado.

Sobre a comercialização pioneira de produtos inovadores entende-se o aporte

de capital investido, considerado de alto risco, para a apresentação do produto ou

processo inovador, ou substancialmente modificado, para o mercado consumidor. Este

aporte de capital é considerado especulativo uma vez que está intimamente ligado ao

sucesso de aceitação e aprovação do produto em relação ao mercado apresentado.

Tabela 10.

Tabela 10 - Valores de investimento com comercialização pioneiras em 2013

Cálculo Resultado

Contagem 12

Soma 440030

Desvio Padrão 70186.93

Média 36669.17

Mínimo 0

Máximo 235000

Fonte: Dados da pesquisa

103

A tabela 10 apresenta média de investimentos na ordem de R$ 36.669,17, no

comparativo deste valor, apenas duas das respondentes apresentam valores inferiores

à média.

De acordo com a tabela 6, a empresa A11 relata ter realizado o montante de

R$ 235.000,00 de investimento em atividades de comercialização pioneira, este valor

representa 53% do total investido pelo setor durante o ano de 2013, e pode indicar

uma necessidade de posicionamento do produto ou processo inovador para o

mercado consumidor.

O nível de investimento em aquisição de computadores apresenta relativa

similaridade entre os participantes, com ligeira tendência da empresa A11 em atualiza

seu sistema de informatização.

O total de investimento informado pelo setor foi de R$ 203.007,00, deste

montante a empresa que apresenta maior destaque é a A11 que angaria 25% de

participação em investimentos, as empresas A1 e B5 acusam 15% de participação e a

empresa B2 com 12%.

Sobre os investimentos realizados com a compra de computadores e

equipamentos de informática, tabela 11, verifica-se como a fabricante está

acompanhando o processo de informatização do mercado. Foram obtidas 13

respostas dos fabricantes, e somente um não acusa investimentos realizados neste

tópico. Esta apuração demonstra o interesse das fabricantes em manter seus

equipamentos de informática atualizados.

Tabela 11 - Valores de investimento com compras de computadores em 2013

Cálculo Resultado

Contagem 13

Soma 203007

Desvio Padrão 14242.02

Média 15615.92

Mínimo 0

Máximo 51000

Fonte: Dados da pesquisa

Para Segundo Trizotto e Geisler (2008), a quantidade de ideias que a

organização apresenta capacidade de gerar e registrar pode representar

seu potencial criativo, e desta forma mensurar sua capacidade de inovar. O sistema

de patentes existente existe para beneficiar as organizações, pode ser considerada

como uma premiação para aquelas que investem em pesquisa e desenvolvimento

tecnológico. Este indicador ganha relevância de acordo com o montante financeiro de

faturamento percebido com as inovações realizadas.

104

Sobre investimentos realizados com registro de patentes, tabela 12, foram

contabilizadas 12 respostas, deste total 3 empresas realizaram investimentos em

registro de patentes no ano base de 2013. Percebe-se com este registro que, entre as

respondentes, existe pouco movimento de registro e proteção de inovações. Destaca-

se novamente o aporte de investimento realizado pela empresa respondente A1,

localizada em São Paulo.

Ainda sobre o questionamento de registro de patentes, tem-se como

respondente apenas três empresas, A1 com investimento de R$ 30.000,00 (71%), A6

com R$ 2.000,00 (5%), e B7 com 10.000,00 (24%). Este questionamento teve

comportamento de fragilidade entre os respondentes sob a ótica do respondente A10

que apresenta valor de investimento infinitamente inferior aos demais respondentes.

Tabela 12 - Valores de investimento com registros de patentes em 2013

Cálculo Resultado

Contagem 12

Soma 42005

Desvio Padrão 8450.67

Média 3500.42

Mínimo 0

Máximo 30000

Fonte: Dados da pesquisa

O total de investimentos realizados em aprendizagem apresenta montante de

R$ 1.963.500,00. A empresa A11 apresenta como destaque o nível de investimento de

R$ 784.000,00 esta participação representa 40% do total informado. A empresa B7

apresenta R$ 320.000,00 de investimentos, 16% de participação e a A1 e A9 com R$

200.000,00 cada (11%).

Segundo Vasconcelos e Mascarenhas (2007) a aprendizagem pode ser

compreendida como um processo de mudança de comportamento. Assume crescente

relevância para as organizações devido às constantes mudanças organizacionais.

Para Garvin (2002) Uma organização que aprende apresenta condições de

apresentar uma organização hábil na criação, aquisição, interpretação, transferência e

retenção de conhecimento, e também na modificação deliberada de seu

comportamento para refletir novos conhecimentos e insights.

Sobre o nível de investimentos realizados com aprendizagem e inovação,

foram validados 11 questionários, tabela 13, somente uma empresa informou que não

realiza investimentos neste campo, o restante de 10 fabricantes, relataram valores

investidos, neste caso, destaca-se a empresa A11, localizada em São Paulo com R$

784.000,00 de investimentos realizados em 2013.

105

Tabela 13 - Total de investimentos com aprendizagem e inovação em 2013

Cálculo Resultado

Contagem 11

Soma 1963500

Desvio Padrão 217424.49

Média 178500

Mínimo 0

Máximo 784000

Fonte: Dados da pesquisa

Entende-se com este cenário que a fabricante A11 é a que apresenta melhores

condições de investimento em atividades de aprendizagem organizacional, e desta

forma, destina parte dos recursos financeiros empresariais para ações de médio e

longo prazo no processo de qualificação da estrutura e dos funcionários contratados.

O gráfico 2 apresenta em síntese, a evolução de investimento das empresas

que compõem o setor sob a ótica de atividades internas de inovação.

Gráfico 2 - Percentuais de investimento em atividades internas de inovação

Fonte: Dados da pesquisa

Segundo Trizotto e Geisler (2008), os indicadores que possibilitam avaliar os

níveis de investimentos realizados em inovação são importantes para quantificar os

riscos que as empresas estão dispostas a assumirem em relação ao mercado. Para a

OCDE, os investimentos realizados em atividades de inovação podem ser

considerados uma característica da competência organizacional de uma empresa

considerada inovadora.

Trizotto e Geisler (2008) revelam ainda que o nível de investimento realizado

em atividades de inovação podem revelar o esforço empreendido pela empresa para a

inovação. Podem ser investimentos em recursos humanos e financeiros.

P&D14%

Máquinas45%

Licenças0%

Comercialização Pioneira

7%

Computadores3%

Patentes1%

Aprendizagem30%

106

Observa-se no gráfico 2 que 45% dos investimentos realizados pelas empresas

respondentes em atividades internas de inovação estão concentrados em aquisição de

máquinas e equipamentos, o segundo nível com maior índice de investimento está

relacionado à aprendizagem e inovação, o terceiro refere-se a pesquisa e

desenvolvimento – P&D com 14% de investimentos.

Fatores que podem ser considerados negativos, diante da representação, são

os aportes de investimentos realizados em aquisição de patentes de tecnologia e

registros de patentes, ambas com menos de 1% de participação nos investimentos

declarados.

Seguindo análise proposta sobre indicadores de atividades internas de

inovação, foi questionado sobre o total de funcionários contratados pelo setor

analisado, ano base 2013, incluindo os proprietários, que receberam incentivos

financeiros da organização para a qualificação dos trabalhadores contratados. Tabela

14.

Tabela 14 - Quantidade de funcionários que receberam investimentos para a qualificação profissional

Cod Quantidade Percentual ponderado

A1 5 3,03%

A2 0 0,00%

A3 0 0,00%

A4 35 21,21%

A5 4 2,42%

A6 0 0,00%

A7 0 0,00%

A8 1 0,61%

A9 2 1,21%

A10 4 2,42%

A11 9 5,45%

B1 - 0,00%

B2 6 3,64%

B3 35 21,21%

B4 2 1,21%

B5 2 1,21%

B6 0 0,00%

B7 0 0,00%

C1 30 18,18%

D1 30 18,18%

Fonte: Dados da pesquisa

107

A apreciação dos dados apresenta que a empresa em destaque é a A4 e B3,

ambas com 21,21% de participação entre as respondentes. A terceira empresa com

dados representativos é a C1 com 18,18% de participação. As demais organizações

do setor apresentam discreta participação diante do grupo analisado.

Segundo OCDE (2014) o equilíbrio de competências dos trabalhadores podem

afetar positivamente ou negativamente no desempenho operacional e técnico das

organizações, como por exemplo, as organizações que atual no mercado com foco no

preço atuam com baixo percentual de escolaridade de seus trabalhadores contratados,

pois desta forma sua produção é padronizada na baixa qualidade exigente na gama

de produtividade. Este cenário deixa os funcionários expostos à demissão devido aos

fatores de inovação e à competitividade nos mercados globais. Os trabalhadores

apresentam baixos níveis de incentivos para se manterem na educação porque os

empresários não buscam competências de alto nível nem apresentam condições de

recompensa financeira pelo esforço apreendido.

Para a OCDE (2014) no que se refere às organizações que atuam em

complexos sistemas de competitividade e inovativo, o nível de qualificação da mão-de-

obra contratada ou comprometida com a organização deve ser altamente qualificada,

o investimento na oferta de competência pode ajudar a transformar os tipos de

empregos oferecidos e qualificar o trabalho realizado. A qualificação dos trabalhadores

podem aferir a organização condições favoráveis para lidar com a inovação, além de

facilitar o desenvolvimento de novos arranjos produtivos.

Quando se analisa o nível de formação acadêmica dos trabalhadores

contratados pelas fabricantes de coletores solares, incluindo proprietários, foram

selecionados quatro níveis sendo a graduação básica, especialização, mestrado e

doutorado. Tabela 15.

Tabela 15 - Nível de qualificação acadêmica dos funcionários da empresa

Cod Graduação Especialização Mestrado Doutorado

A1 14 2 1 0

A2 80 10 - -

A3 2 2 0 0

A4 40 15 5 2

A5 3 1 0 0

A6 5 1 0 0

A7 3 1 0 0

A8 3 1 0 0

A9 7 1 0 0

A10 4 1 0 0

A11 11 0 0 0

Continua

108

B1 - - - -

B2 12 5 0 0

B3 3 - - -

B4 4 2 - -

B5 - - - -

B6 5 2 0 0

B7 4 2 1 -

C1 20 50 3 1

D1 50 - - -

Fonte: Dados da pesquisa

Os comparativos de formação acadêmica contratada. As fabricantes A2, A4 e

D1 são as que mais se destacam com relação a contratação de funcionários com

graduação. Juntas estas empresas são responsáveis por 64% do total de

trabalhadores com graduação que são contratadas pelo setor.

Sob a ótica de especialização, a fabricante C1 é a que apresenta relevância

com informe de 50 funcionários especialistas, este valor representa 52% do total de

especialistas contratados pelo setor. A empresa A4 novamente apresenta destaque

quanto à contratação de pessoas com mestrado e Doutorado.

Sobre o nível de formação acadêmica informada pelas fabricantes, gráfico 3, foi

apurado um total de 379 trabalhadores com registro de formação complementar em

relação ao Ensino Médio regulamentar. Do total apresentado, 71,24% apresentam-se

com a graduação completa, ou seja 270 trabalhadores graduados, 25,33% são

considerados como especialistas, total de 96 trabalhadores.

Quanto ao nível de escolaridade de mestrado e doutorado percebe-se uma

bruta redução de contingente de trabalhadores, a proporção de trabalhadores com

mestrado representa 2,63%, apenas 10 trabalhadores e com doutorado, apenas 3

pessoas são credenciadas, valor que não chega a 1% dos trabalhadores envolvidos

com a fabricação de coletores solares. Esta apresentação pode representar a

necessidade de uma atenção por parte das fabricantes na continuidade e no incentivo

que deveria ser proporcionada aos trabalhadores na busca de uma qualificação para

contribuição organizacional.

Continuação

109

Gráfico 3 – Nível de formação acadêmica dos trabalhadores contratados

Fonte: Dados da pesquisa

Sobre a forma de remuneração dos trabalhadores contratados foram

apresentados aos respondentes três formas básicas sendo a primeira baseada

exclusivamente na estrutura de cargos e salários, a segunda baseada exclusivamente

variável, com base em resultados, desempenhos e competências, e a terceira

baseada em cargos e salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável

para os demais níveis de funcionários.

A identificação da forma de remuneração predominante praticado pelas

organizações se torna relevante para mensurar o grau de relevância que os gestores

apresentam na distribuição financeira de produtividade e a distinção hierárquica

predominante.

O que se refere a forma de remuneração exclusivamente variável, com base

em resultados, desempenho e competências, percebe as empresas A1, A5, A7, A9,

B5, B6, e B7 como respondentes, ou seja, 7 empresas adotam esta forma de

remuneração, o que representa dentro do grupo analisado o percentual de 36,84%.

Quanto a representatividade de empresas que adotam a forma de

remuneração baseada em cargos e salários para funcionários de menor nível

hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários temos como respondente

as organizações A2, A3, A4, A6, A8, A10, B2, B3, B4 E C1, o que representa 52,63%

do grupo analisado.

270

96

103

0

50

100

150

200

250

300

Graduação Especialização Mestrado Doutorado

110

A forma de remuneração baseada exclusivamente na estrutura de cargos e

salários foi respondida pelas empresas A11 e D1, ou seja 10,52% do grupo

participante. Tabela 16.

Tabela 16 - Formas de Remuneração Cod Respostas

A1 Baseado exclusivamente variável (c/ base em resultados, desempenho e competências)

A2 Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários

A3 Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários

A4 Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários

A5 Baseado exclusivamente na estrutura de Cargos e Salários

A6 Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários

A7 Baseado exclusivamente variável (c/ base em resultados, desempenho e competências)

A8 Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários

A9 Baseado exclusivamente variável (c/ base em resultados, desempenho e competências)

A10 Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários

A11 Baseado exclusivamente na estrutura de Cargos e Salários

B1 -

B2 Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários

B3 Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários

B4 Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários

B5 Baseado exclusivamente na estrutura de Cargos e Salários

B6 Baseado exclusivamente variável (c/ base em resultados, desempenho e competências)

B7 Baseado exclusivamente na estrutura de Cargos e Salários

C1 Baseado em Cargos e Salários para funcionários de menor nível hierárquico, e variável para os demais níveis de funcionários

D1 Baseado exclusivamente na estrutura de Cargos e Salários

Fonte: Dados da pesquisa

Segundo Fleury e Fleury (2000) existem fatores que devem ser considerados

como motivadores para a realização de investimentos como o preço dos produtos

fabricados e os serviços oferecidos, a qualidade dos produtos e serviços, distribuição e

entrega dos produtos e serviços, diversidade da produção e inovação de produtos e

serviços das organizações.

A proposta do questionamento foi de apreciar e comparar a percepção da

própria respondente quanto a ser ou não inovadora sob o aspecto de importância que

foi aferida a cada opção apresentada.

Quanto à classificação, por ordem de importância, sobre os fatores

considerados que motivaram a empresa a realizar investimentos no período de 2011 a

2013, foram apresentados 5 campos sendo preço, qualidade, distribuição, inovação e

111

diversidade de produtos. A tabela 17 apresenta as respostas obtidas dos fabricantes.

Destaca-se a ênfase que se tem com relação a qualidade e inovação de produtos.

Tabela 17 - Fatores motivacionais Cod Preço Qualidade Distribuição Inovação Diversidade

A1 2 3 1 5 4

A2 4 4 2 4 3

A3 2 3 1 4 1

A4 4 5 4 4 3

A5 4 5 3 5 2

A6 3 4 4 5 3

A7 3 4 2 3 1

A8 4 4 4 2 1

A9 1 5 4 4 1

A10 5 5 2 4 1

A11 5 5 3 3 1

B1 - - - - -

B2 1 2 3 3 4

B3 4 5 4 4 4

B4 3 3 2 2 2

B5 2 5 1 3 4

B6 4 3 2 5 4

B7 1 4 5 2 3

C1 4 5 5 5 5

D1 5 3 4 4 3

Fonte: Dados da pesquisa

O grau de importância máximo aferida para a percepção de inovação foi

percebida para as empresas A1, A5, A6, B6 e C1, que representa 26,31% dos

respondentes. Sobre esta tabela, chama-se a atenção para a percepção de

distribuição com 42% dos respondentes considerando de baixa ou moderada

importância entre os tópicos apresentados.

O gráfico 4 apresenta a média de ponderação dos fabricantes quanto ao grau

de importância aferidas entre as variáveis. Os itens com menor apontamento foram o

nível de diversidade que os produtos possam apresentar e a forma de distribuição dos

produtos no mercado

Importante destacar que sobre a forma de distribuição, os fabricantes nacionais

assumem a característica de atuação regional, presume-se desta forma que a

demanda pelos produtos ofertados no mercado atende as expectativas empresariais, e

desta forma não se aplica a inevitável necessidade de aumentar a abrangência de

atuação.

O tópico demarcado como mais relevante pelos respondentes está ligado sobre

fatores que atestam a qualidade dos produtos, com média superior a 4, que representa

uma importantíssima importância que os empresários dão para este construto.

112

O segundo tópico com maior relevância está ligado ao fator de inovação dos

produtos e processos ofertados ao mercado, onde a percepção dos empresários

aponta para relevante importância aferida. Este cenário sugere que os mecanismos de

inovação do setor ainda podem passar por transformações e adapta para atender ao

mercado.

Gráfico 4 – Fatores motivadores de investimento (2011/2013)

Fonte: Dados da pesquisa

Importante destacar que este questionamento foi respondido por 19

respondentes, desta amostra, o tópico com maior representatividade entre os

respondentes está ligado ao fator de qualidade dos produtos. Percebe-se que a

importância referente à inovação está mais forte do que a precificação, quantidade,

distribuição e diversidade dos coletores solares disponibilizados para o mercado

consumidor.

O último questionamento deste indicador foi referendado sobre valores gastos

com diversas atividades da empresa no campo de atividade interna de inovação sobre

pesquisa e desenvolvimento, aquisição de maquinas e equipamentos de produção,

aquisição de licenças de tecnologia, despesas com comercialização pioneira

(lançamentos de novos produtos), aquisição de computadores e outro material de

patentes, despesas com capacitação de pessoal (treinamento), despesas com

consultoria realizada por universidades e centros de pesquisa, e despesas com

consultoria realizada por especialistas.

Os dispêndios observados em P&D são considerados pela PINTEC (2013)

como aquelas que decorrem de formas diretas e indiretas, estão relacionadas com

custos de mão-de-obra e seus encargos legais, valores creditados a empresas

terceirizadas contratadas especializadas referentes ao fornecimento de serviços

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

Preço Qualidade Distribuição Inovação Diversidade

113

indiretos à atividade de P&D e aquisição de materiais e equipamentos para atividades

de P&D.

Sobre os dispêndios com aquisição de máquinas e equipamentos, a PINTEC

(2013) considera os valores investidos com a aquisição que foram comprados para a

implementação de produtos ou processos novos ou aperfeiçoados.

A tabela 18 apresenta uma abordagem sobre investimento das fabricantes,

valores em moeda corrente, com atividades de inovação. Pretende-se com esta tabela

identificar valores realizados com atividades de P&D, aquisição de máquinas e

equipamentos, aquisição de licenças, comercialização pioneiras de inovações,

aquisição de equipamentos de informática, registros de patentes, capacitações e

treinamentos, investimentos em consultorias de centros universitários e privadas, e o

total de investimentos realizados exclusivamente com a atividade de inovação

organizacional.

Trata-se de uma pergunta estratégica, e que alguns respondentes se omitem

de resposta por não apresentar a intensão de revelar sua forma de trato deste tema

considerado de inteligência competitiva.

Sobre a coluna de total de investimentos, ela não terá a obrigatoriedade de

fechamento com a soma das outras colunas, visto que as organizações podem realizar

outras formas de investimentos em campos considerados de inovação que não estão

elencados neste desenvolvimento.

114

Tabela 18 – Valores investidos em atividades de inovação

Cod P&D Aquisição de

máquinas Licenças

Comerc. Pioneira

Informática Patentes Capacitação Cons. de Univers.

Consultoria Privada

Total

A1 500.000,00 300.000,00 30.000,00 100.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 1.180.000,00

A2 - - - - - - - - - 0,00

A3 0,00 155.000,00 0,00 0,00 6.000,00 0,00 3.000,00 0,00 5.600,00 169.600,00

A4 10.000,00 1.500.000,00 - 300.000,00 350.000,00 25.000,00 35.000,00 0,00 100.000,00 2.320.000,00

A5 25.000,00 100.000,00 0,00 15.000,00 10.000,00 0,00 12.000,00 0,00 0,00 162.000,00

A6 200.000,00 1.500.000,00 0,00 150.000,00 15.000,00 3.000,00 20.000,00 0,00 100.000,00 1.988.000,00

A7 1.000,00 130.000,00 0,00 0,00 2.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 133.000,00

A8 - 15 000 - - 2.000,00 - 2.000,00 - 12.000,00 16.000,00

A9 20.000,00 180.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 15.000,00 0,00 12.000,00 227.000,00

A10 15.000,00 40.000,00 0,00 30.000,00 7.000,00 5.000,00 3.000,00 0,00 0,00 100.000,00

A11 60.000,00 438.000,00 0,00 235.000,00 51.000,00 0,00 93.000,00 0,00 30.000,00 907.000,00

B1 - - - - - - - - - 0,00

B2 36.000,00 48.000,00 - 12.000,00 24.000,00 36.000,00 156.000,00

B3 250.000,00 1.800.000,00 0,00 45.000,00 200.000,00 15.000,00 35.000,00 0,00 120.000,00 2.465.000,00

B4 - - - - - - - - - 0,00

B5 40.000,00 150.000,00 0,00 0,00 50.000,00 0,00 20.000,00 0,00 30.000,00 290.000,00

B6 72.000,00 0,00 0,00 24.000,00 10.000,00 2.000,00 5.000,00 0,00 5.000,00 118.000,00

B7 150.000,00 180.000,00 15.000,00 20.000,00 5.000,00 8.000,00 4.000,00 0,00 15.000,00 397.000,00

C1 - - - - - - - - - 0,00

D1 70.000,00 50.000,00 0,00 0,00 20.000,00 0,00 10.000,00 0,00 2.500,00 152.500,00

Soma 1.449.000,00 6.571.000,00 45.000,00 919.000,00 790.000,00 108.000,00 331.000,00 50.000,00 518.100,00 10.781.100,00

Desvio Padrão 134.418,75 614.580,98 8.987,17 96.685,54 93.872,88 14.193,33 24.026,98 13.363,06 39.828,70 803.017,98

Média 96.600,00 438.066,67 3.461,54 65.642,86 49.375,00 7.714,29 20.687,50 3.571,43 32.381,25 539.055,00

Mínimo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Máximo 500.000,00 1.800.000,00 30.000,00 300.000,00 350.000,00 50.000,00 93.000,00 50.000,00 120.000,00 2.465.000,00

Fonte: Dados da pesquisa

115

De acordo com a tabela 18, apura-se a participação de 13,44% do montante

aplicado por este setor em atividades de P&D, 6,09% estão destinados a

investimentos de aquisição de máquinas e equipamentos, 4,1% em licenças, 8,5% na

comercialização pioneira de produtos inovadores, 7,3% em equipamentos de

informática, 1% em registro de patentes, 3,07% em capacitações e treinamentos aos

trabalhadores, 4,6% em consultorias realizadas por centros universitários e 4,8% em

contratação de consultorias provenientes de firmas privadas.

Apura-se que a fabricante que apresenta maior percentual total de investimento

geral é a B3 com 23% do total informado pelo setor, a segunda é a A4 com 22% de

participação, seguida pela A6 com 18% e A1 com 11%. Este cenário aponta para os

fabricantes B3 e A4 como as empresas de destaque em níveis de investimento nas

atividades de inovação organizacional.

Observa-se no gráfico 5, que o maior aporte de investimentos das fabricantes

em atividades internas de inovação é na aquisição de máquinas e equipamentos,

montante de R$ 6.571.000,00, equivalente a 60,95%. O segundo item de referência

dos fabricantes de coletores solares está ligado aos investimentos de P&D com

13,44% de investimentos seguidos por fatores de comercialização pioneira com

8,53%, compra de equipamentos e materiais de informática com 7,33%, contratação

de consultorias especializadas privadas com 4,81%.

Gráfico 5 – Comparativo de investimentos financeiros

Fonte: Dados da pesquisa

P&D; 13,44%

Aquisição de máquinas; 60,95%

Licenças; 0,42%

Comercialização Pioneira; 8,52%

Informática; 7,33%

Patentes; 1,00%

Capacitação; 3,07%

Consultoria de Universidades;

0,46%

Consultoria Privada; 4,81%

116

Sobre o gráfico 6 destaca-se como valores negativos os volumes de

investimentos realizados com as aquisições de licenças e consultorias realizadas por

centros universitários que representa menos de 1% de participação, registro de

patentes com 1% e capacitações realizadas com 3,07%. Valores expressados em

moeda corrente no gráfico 6.

Gráfico 6 – Dispêndio por atividades empresariais.

Fonte: Dados da pesquisa

5.2.3 Apuração de indicadores da capacidade de inovação

O próximo indicador apresentado para análise é referente a capacidade de

inovação, este tópico teve o tratamento com quatro questões representadas no

questionário de campo. Sendo elas a verificação se a empresa introduziu no mercado

de coletores solares produto novo, ou substancialmente modificado, se foi realizado

melhoria tecnológica em produtos e processos para o lançamento de novos produtos,

fatores que motivaram a organização a desenvolver modificações no processo

produtivo e a identificação do faturamento bruto organizacional.

O primeiro tratamento, sobre a introdução pelas empresas, de produto novo ou

substancialmente modificado. Nesta abordagem foram coletadas 18 respostas, desta

amostra, 74% dos respondentes afirmaram que no período entre 2011 e 2013 foram

lançados, já 26% ou seja 5 de fabricantes, relataram não haver ter lançado inovações

para o período. Este dado mostra como o setor de fabricantes de coletores estão

buscando inovar no mercado.

R$ 6.571.000,00

R$ 1.449.000,00

R$ 919.000,00

R$ 790.000,00

R$ 518.100,00

R$ 331.000,00

R$ 108.000,00

R$ 50.000,00

R$ 45.000,00

Aquisição de maquinas e equipamentos de produção

Pesquisa e Desenvolviemento (P&D)

Depsesas com comercialização pioneira

Aquisição de computadores

Despesas com consultoria especializada

Despesas com treinamento

Despesas com registro de patentes

Despesas com consultoria de universidades

Aquisição de licenças

117

Gráfico 7 – Participação de mercado com lançamento de produtos

Fonte: dados da pesquisa

Segundo relatos apurados dos fabricantes, observa-se que alguns estão

direcionando as inovações para o sistema de aquecimento de piscinas e algumas

empresas estão atentas aos incentivos praticados pelo governo em facilitar a

aquisição da casa própria para a população brasileira.

PINTEC (2013) define que uma inovação de produto ou processo pode ser

definida pela ação da empresa em introduzir no mercado atuante um produto novo ou

substancialmente aprimorado, ou pela inserção de um novo processo produtivo

durante determinado intervalo de tempo.

PINTEC (2013) ainda apresenta que a inovação se refere a um novo produto

ou processo para a organização, ou substancialmente aprimorado, neste caso, não

seria necessário ser uma inovação para o mercado de atuação.

Sobre a abordagem da PINTEC (2013) foi questionado as organizações sobre

a introdução de produtos novos ou substancialmente modificados. Importante destacar

que os representantes das organizações foram provocados a tecer comentários

acerca da resposta.

A empresa caracterizada como A1 argumentou o início das atividades

operacionais datada em 2011, com a produção de coletores e reservatórios termo

solares com inovações tecnológicas, no ano de 2012 e 2013 foi necessário que a

gestão da operação adotasse novas medidas para manter a situação de

competitividade no mercado, e desta forma foram lançados 4 novos produtos

competitivos.

A empresa A2 relata que existe uma cultura de inovação empresarial, e que

esta atitude é adotada com periodicidade, que há o desenvolvimento de novos

Sim74%

Não26%

118

produtos e processos, aperfeiçoamento que culminam em patentes. Atualmente a

empresa possui laboratório próprio para o desenvolvimento e testes de aquecedores

solares e seus acessórios, assim como a equipe dedicada e capacitada para lidar com

produtos inovadores. Sob este aspecto, a PINTEC (2013) relata adoção de novas

tecnologias nas linhas de produção devem ser considerados como um expressivo

indicador de inovação, pois tem ele representa a intenção da organização em fomentar

seu método de atuação mercadológica.

A empresa A3 relatou possuir hábitos periódicos de processos de melhoras,

principalmente sobre a fabricação dos coletores solares, contudo não atingiu níveis

satisfatórios de mudanças, e desta forma, não obteve sucesso no lançamento de

novos produtos para o mercado de atuação.

A empresa A5 relata que foram lançados no mercado novos coletores com

maior eficiência, e que este lançamento possibilitou a redução de custos e por

consequência menor preço para o mercado, melhor custo benefício para os

consumidores.

A empresa A6 relatou ter participado com maior ênfase no campo de

aquecedores para piscinas, com ganho significativo de produção de energia e

resistência a pressão.

A empresa A10 descreve que passou no ano de 2011 por uma séria crise

administrativa, que estava com excesso de funcionários, processos administrativos

não coerentes com os praticados pelo mercado e com baixíssima participação de

competitividade, no ano de 2012 passou por uma reestruturação, e em 2013 ainda

apresenta sintomas de recuperação administrativa. Que diante do cenário exposto,

não teve condições de atuar com inovação, e por este fato está presa a condições de

fabricação tradicional para recuperar o aporte industrial.

A empresa B3 relata ter introduzido no mercado novos dispositivos para a

fixação e interligação dos sistemas de aquecimento solar para atender aos requisitos

do programa Minha Casa Minha Vida, além de apresentação de novos modelos para

atender a casas populares.

Quatro fabricantes apresentam relatos similares onde asseguram que estão

buscando aumentar a eficiência energética de seus coletores, prevendo uma maior

demanda pelo mercado consumidor, porém relatam a pretensão de experiência com

os tubos solares a vácuo e fotovoltaica.

O próximo questionamento deste indicador está ligado a melhorias de projetos

tecnológicos e processos para lançamento de novos produtos, para o período de 2011

e 2013. Dentre as declarações dos respondentes, destaca-se o representante da

119

empresa A2 que relata ser um processo constante da empresa, que não divulgam os

valores investidos nesta atividade por se tratar de informações estratégicas.

A empresa A5 relata que o conjunto de melhorias em projetos, processos,

componentes e conhecimentos possibilitou o desenvolvimento e produção de

coletores solares com melhor eficiência energética para serem comercializados.

O gráfico 8 apresenta que 5%, ou seja uma empresa não adotou a estratégia

de melhorias para lançamento de produtos. Já 95% apontam relatam estarem atentas

as necessidades de ajuste junto ao mercado consumidor.

Gráfico 8 – Projetos de melhorias para lançamento de produtos

Fonte: dados da pesquisa

Sobre os fatores que motivaram a fabricante a lidar com processos de inovação

foram apresentados aos fabricantes as condições de preço, produto, distribuição,

lançamento e exportação, tabela 19.

Tabela 19 – Composto de posicionamento de mercado Cod Preço Produto Distribuição Lançamento Exportar

A1 4 5 3 5 2

A2 3 5 5 4 3

A3 2 4 1 1 -

A4 5 5 4 4 1

A5 4 4 4 5 1

A6 2 4 5 5 2

A7 3 4 2 2 1

A8 5 5 3 3 3

A9 1 5 4 4 1

A10 5 5 2 5 1

A11 5 5 3 3 1

B1 - - - - -

B2 5 5 4 5 1

B3 3 5 2 4 1

B4 2 3 2 3 -

B5 4 5 2 3 1

B6 - - - - -

B7 1 2 4 3 -

C1 5 5 5 5 5

D1 - - - - -

Fonte: Dados da pesquisa

Sim95%

Não5%

120

Sobre os fatores que motivaram a fabricante a lidar com processos de inovação

tem-se maior representatividade pelos representantes respondentes é o aumento da

produtividade das fábricas, seguido pela necessidade de lançar inovações com 22,8%,

redução dos preços com 21,2% e a melhoria de distribuição dos produtos com 20,1%.

Sobre este mercado, é importante registrar que o fator exportação dos produtos

representa apenas 8,5%, esta indicação possibilita afirmar que as fabricantes estão

preocupadas em atender o mercado interno, e não estão considerando a hipótese de

competição pela participação do mercado mundial

Gráfico 9 – Fatores motivacionais de melhorias período de 2011 a 2013.

Fonte: dados da pesquisa

Segundo Rodrigues (1997) o aumento da produtividade deve ser considerado

aspecto ligado a fatores de condicionamento do maquinário e equipamentos

disponibilizado pelas empresas, está intimamente ligado ao design dos produtos

fabricados, a normalização técnica aferida por órgãos competentes e a disponibilidade

e qualidade de recursos humanos que a organização pode contar.

Gomes (2007) defende que as empresas adotassem mecanismos para

compreender os consumidores e os valores que são existentes pelos produtos

ofertados, o lançamento de inovações deve levar em consideração o que efetivamente

pode gerar valor para os consumidores. Relata ainda que sem o lançamento de

inovações não há diferenciação empresarial, e desta forma a empresa se torna

comum sob a ótica do consumidor.

Para Tidd, Bessant e Pavitt (2008) a redução de preços dos produtos ofertados

pode aumentar a abrangência de participação de mercado das empresas, porém pode

afetar seu desempenho a nível de investimentos em processos de inovação e

qualificação profissional de seus trabalhadores. O valor agregado está associado ao

aumento de participação de mercado, trava-se uma batalha entre qualidade e preço.

22

52

55

59

71

Exportar produtos

Melhorar distribuição

Diminuir preços

Lançar inovações

Aumentar produtividade

121

Entende-se diante do exposto que as organizações selecionadas para este

estudo apresentam pouca relevância para a exportação dos coletores solares, esta

despreocupação pode estar associada ao fator de satisfação com o consumo interno

ou ao alto nível de competitividade que pode representar o mercado externo.

O que se apura sobre o questionamento o nível de investimento de venture

capital, também conhecido como Capital Empreendedor ou Capital de Risco, esta

forma de aporte financeiro assume a modalidade de investimento de compra, por um

período pré-determinado, de participação acionária em empresas inovadoras de

pequeno/médio porte, de capital fechado, em um estágio primário de desenvolvimento

e com perspectivas positivas de crescimento a curto prazo.

Sobre este acompanhamento, teve-se 19 respostas validadas, e por

unanimidade, ou seja, 100% das fabricantes relataram não ter tido o apoio de capital

de risco para financiamento de inovações. Esta afirmativa pode estar relacionada ao

pouco grau de incentivo governamental no setor.

Sobre a informação do faturamento bruto empresaria, previa-se obstáculos

para a obtenção deste dado devido a sua dificuldade de obtenção junto ao processo

administrativo organizacional e sua natureza estratégica. Para a obtenção de 10

respondentes, teve-se a participação dos parceiros deste projeto, que asseguraram

aos respondentes o sigilo sobre a identidade das empresas envolvidas. Tabela 20.

Tabela 20 – Faturamento bruto das fabricantes

Cod Valor (R$)

A1 R$ 7.500.000,00

A2 -

A3 R$ 2.760.000,00

A4 -

A5 -

A6 R$ 2.000.000,00

A7 -

A8 -

A9 -

A10 -

A11 -

B1 -

B2 R$ 11.000.000,00

B3 R$ 33.308.996,96

B4 R$ 15.000.000,00

B5 R$ 16.000.000,00

B6 R$ 2.400.000,00

B7 R$ 3.000.000,00

C1 -

D1 R$ 9.963.250,85

Total R$ 102.932.247,81

Fonte: Dados da pesquisa

122

Observa-se com a tabela 20 o faturamento bruto das respondentes em R$

102.932.247,81, entre as respondentes, teve-se maior contribuição de informação as

fabricantes localizadas no estado de Minas Gerais.

A tabela 21 apresenta como média de faturamento bruto o valor de R$

9.195.834.52, no comparativo, 5 fabricantes apresentam faturamento superior ao

apontado pela média.

Tabela 21 – Faturamento bruto do setor

Cálculo Resultado

Contagem 10

Soma 102932247.81

Desvio Padrão 9195834.52

Média 9357477.07

Mínimo 0

Máximo 33308996.96

Fonte: Dados da pesquisa

Projeta-se com esta tabela, que apesar de se ter apenas 10 fabricantes que

responderam o questionamento, que o segmento da economia se encontra ativo e

com ótimas perspectivas de faturamento.

5.2.4 Apuração de indicadores de fontes de inovação

Para esta apuração foram selecionados três questionamentos sendo a primeira

sobre o nível de investimento feito com serviços de consultoria especializada, tendo

como ano base 2013, se a empresa adotou mecanismos de inteligência competitiva

(gestão do conhecimento) e classificação dos tipos de alianças tecnológicas firmadas.

Segundo PINTEC (2013) este indicador deve descrever a capacidade que as

fabricantes possuem para obter “inspiração e orientação” para a captura de ideias e

desenvolvimento de projetos de inovação

O primeiro tópico deste indicador tem como objetivo identificar os níveis de

investimentos realizados em contratação de consultoria especializada contratado para

o ano base de 2013. Segundo respostas apuradas, 7 empresas relataram já ter

efetuado consultorias por meio de Universidades, centros tecnológicos e institutos de

pesquisa pública, o aporte de investimento neste tipo de consultoria foi estimado em

R$ 190.000,00. Tabela 22.

123

Tabela 22 - Investimento em consultoria

Cod Universidades e

centros tec. Firma privada Outros Total

A1 R$ 20.000,00 R$ 40.000,00 R$ - R$ 60.000,00

A2 R$ - R$ 150.000,00 R$ - R$ 150.000,00

A3 R$ 85.000,00 R$ 7.000,00 R$ - R$ 92.000,00

A4 R$ 20.000,00 R$ 15.000,00 R$ 65.000,00 R$ 100.000,00

A5 R$ 5.000,00 R$ - R$ - R$ 5.000,00

A6 R$ - R$ 100.000,00 R$ - R$ 100.000,00

A7 R$ - R$ - R$ - R$ -

A8 R$ - R$ 12.000,00 R$ - R$ 12.000,00

A9 R$ 20.000,00 R$ - R$ - R$ 20.000,00

A10 R$ - R$ - R$ - R$ -

A11 R$ - R$ - R$ - R$ -

B1 - - R$ - -

B2 R$ - R$ 36.000,00 R$ - R$ 36.000,00

B3 R$ - R$ 120.000,00 R$ - R$ 120.000,00

B4 R$ - R$ 45.000,00 R$ - R$ 45.000,00

B5 R$ 30.000,00 R$ 30.000,00 R$ - R$ 60.000,00

B6 R$ - R$ 5.000,00 R$ - R$ 5.000,00

B7 R$ - R$ 15.000,00 R$ - R$ 15.000,00

C1 R$ - R$ - R$ - R$ -

D1 R$ 10.000,00 R$ 50.000,00 R$ - R$ 60.000,00

Fonte: Dados da pesquisa

No comparativo entre as empresas observa-se que a fabricante A2 apura 17%

de participação do montante informado pelas organizações de investimentos

realizados em atividades de consultoria, em especial, no caso da referida empresa,

este aporte financeiro foi realizado por empresa privada. A empresa B3, com

participação de 14% similarmente informa ter realizados investimentos em firmas

privadas. Dentre as empresas que realizaram investimentos em universidades e

centros tecnológicos, destaca-se a A3 com investimento de 9%.

13 fabricantes relataram ter efetuado investimentos em firmas privadas

especialista, o montante financeiro investido neste tipo de consultoria, o total de

despesas foi de R$ 839.000,00, deste montante pode se extrair que R$ 65.000,00

foram investidos em outras formas de consultoria, como relatou a empresa A4.

Representado no gráfico 10.

124

Gráfico 10 – Investimentos em consultoria especializada, ano base 2013

Fonte: Dados da pesquisa

Entre as iniciativas que compreendem ações de inteligência competitiva,

espera-se que a gestão organizacional esteja atenta a todas movimentações de

atores, internos e externos, que possam afetar economicamente e

mercadologicamente seu posicionamento. Entre as ações de inteligência competitiva

estão elencados a verificação de inovações surgidas, participação em feiras,

congressos e encontros relativo ao setor, monitoramento dos concorrentes e dos

produtos lançados e que podem ser considerados como concorrentes, para o caso de

fabricantes de coletores solares, entende-se a entrada de placas fotovoltaicas e de

tubo a vácuo, participação de monitoração das ações governamentais de incentivo ao

setor, entre outros.

Diante do cenário exposto foi verificado 19 respostas válidas para este

questionamento, sendo que desta amostra, 13 fabricantes relataram não adotar em

sua gestão ações de inteligência competitiva, e 6 fabricantes relataram adotar medidas

de monitoramento do mercado. Importante relatar 66,67% das que responderam estar

atentas ao mercado possuem fundação empresarial com menos de 10 anos de idade.

O último quesito relatado por este indicado trata da classificação, por ordem de

prioridade dos tipos de alianças tecnológicas, considerando o período de 2011 a 2013.

Foram considerados com fatores de escolha para os respondentes, o fortalecimento,

onde se busca reduzir custo de transações comerciais da empresa; posicionamento

com a busca por consolidação da participação das empresas no mercado e

aprendizado, onde se busca expandir a capacidade tecnológica da empresa,

representado na tabela 23.

Universidades e centros

tecnológicos22%

Firmas privadas71%

Outros7%

125

Tabela 23 - Tipos de alianças tecnológicas Cod Fornecimento Posicionamento Aprendizado

A1 3 4 5

A2 2 5 4

A3 4 4 4

A4 3 5 3

A5 4 4 5

A6 4 5 4

A7 3 3 3

A8 4 4 5

A9 4 4 4

A10 4 4 4

A11 5 5 4

B1 - - -

B2 2 3 2

B3 5 5 4

B4 5 5 5

B5 4 5 4

B6 5 5 5

B7 5 3 4

C1 5 5 4

D1 5 5 4

Fonte: dados da pesquisa

O gráfico 11 pode representar a tendência do mercado em adotar alianças de

posicionamento, ou seja, reflete a perspectiva de que as fabricantes adotam a

cobertura regional de mercado, que existe uma demanda a ser atendida e que no

momento, não há necessidade de buscar novos mercados fora da área de atuação.

Gráfico 11 –Tipos de aliança tecnológicas

Fonte: Dados da pesquisa

Importante na análise deste gráfico que 53% das respondentes relatam que o

tipo de aliança mais importante, segundo percepção dos respondentes, está

Fornecimento37%

Posicionamento53%

Aprendizado10%

126

relacionado ao posicionamento. Registra-se também a pouca expressão que os

respondentes aplicam ao fator aprendizado.

5.2.5 Apuração de indicadores de impactos da inovação

Segundo a PINTEC (2013) os impactos das inovações estão alinhados com a

identificação da necessidade de melhoria, qualidade ou ampliação da gama de

atuação, atento ao mercado, processo, meio ambiente, saúde e segurança e

enquadramento das normas vigentes governamentais.

Para apurar os impactos da inovação para o setor de fabricantes de coletores

solares foram projetados dois questionamentos sendo o primeiro sobre a capacidade

da empresa em introduzir um produto inédito ou claramente aperfeiçoado no mercado

e o segundo sobre sua capacidade de exportar os produtos e participar do comércio

exterior.

A primeira abordagem está relacionada ao grau de importância que a empresa

referenda sobre aspectos de participações de mercado. Neste campo são propostos

para mensurar a introdução de produtos novos, ou substancialmente modificados,

adoção de processos internos inéditos, cooperação com empresas elétricas ou o

interesse em cooperar com o setor elétrico. Tabela 24.

Tabela 24 - Grau de importância de participação de mercado

Cod Introdução de novos

produtos Adoção de processos

inéditos Cooperação com

empresas elétricas

Interesse em cooperar com setor

elétrico

A1 5 5 3 5

A2 5 4 4 4

A3 2 3 1 4

A4 5 5 2 4

A5 5 5 1 5

A6 5 5 2 5

A7 1 1 5 5

A8 3 3 1 3

A9 4 5 1 5

A10 5 5 1 5

A11 2 2 1 5

B1 - - - -

B2 2 1 2 3

B3 3 3 3 4

B4 1 1 2 5

B5 3 4 4 5

B6 5 5 5 5

B7 4 3 3 3

C1 4 3 3 3

D1 3 3 3 5

Fonte: Dados da pesquisa

127

Segundo Lisboa et al. (2013) a introdução de novos produtos ou serviços está

ligado a receptividade diante dos consumidores, caso o produto obtenha sucesso de

aceitação, estes produtos podem ser amplamente divulgados e desta forma obtêm-se

maior participação de mercado, e assim mesmo abre-se uma maior margem para que

apareçam novos concorrentes, diminuindo o crescimento das vendas dos produtos. O

período de atuação de mercado com o lançamento de novos produtos deve obedecer

um ciclo de maturidade e declínio.

O primeiro questionamento está ligado a percepção se a fabricante tem

introduzido no mercado produto(s) inéditos ou claramente aperfeiçoados.

Sobre a análise do gráfico 12 temos que o interesse de cooperar com

empresas do setor elétrico no desenvolvimento de tecnologias é considerado como

representativamente importante para os fabricantes de coletores solares, porém, o

questionamento a seguir, se a empresa tem colaborado com empresas do setor

elétrico no desenvolvimento de tecnologias apresenta baixa representatividade. Este

cenário apresenta uma disposição das empresas em acolher os projetos de parcerias

para o desenvolvimento tecnológico, desde que estas propostas surjam por parte das

companhias elétricas.

Gráfico 12 – Percepção de importância na frequência de lançamento de

inovações

Fonte: Dados da pesquisa

0 2 4 6 8 10 12

Introdução de produto

Adoção de processos

Cooperação setor elétrico

Interesse em cooperar

Elevadíssimo Elevado Indiferente Baixo Baixísso

128

Sob a adoção de processos inéditos ou claramente aperfeiçoados, os

respondentes apresentam divididos entre os que consideram importantíssimo esta

ação e os que julgam indiferença.

Sobre as ações empresariais de introdução de inovações no mercado elevado

percentual de respondentes consideram importantíssimo, porém, existe nesta análise

forte tendência a ser considerada como irrelevante ou de baixa atratividade.

No quesito de verificação da participação das empresas sobre a exportação de

seus produtos, teve-se 19 respostas válidas, sendo que 4 fabricantes relataram já ter

exportado seus produtos.

5.2.6 Apuração de indicadores de inovações operacionais e marketing

Segundo Manual de Oslo (2005) as inovações operacionais e de marketing

estão alinhadas com o método organizacional na prática de negócio da empresa. Ela

resulta das decisões estratégicas tomadas pela direção e deve constituir novidade

organizacional para a empresa.

Sobre as inovações operacionais, foram questionados aos respondentes se as

organizações possuem o hábito de registrar as inovações empresariais por meio de

patentes, em caso de afirmativo, quantos patentes possuem. Tabela 25.

Tabela 25 - Constituição de patentes empresariais Cod Detém Solicitou

A1 7 3

A2 27 Sim

A3 0 0

A4 50 5

A5 0 0

A6 2 1

A7 0 0

A8 1 Não

A9 0 0

A10 3 0

A11 Não Não

B1 - -

B2 Não Não

B3 2 0

B4 0 0

B5 Não Não

B6 Sim Não

B7 Sim Sim

C1 Sim Não

D1 Não Não

Fonte: Dados de pesquisa

129

Diante da tabela exposta, chama-se a atenção para a empresa A4, localizada

em São Paulo, com o montante de 50 patentes registradas. Contempla-se registrar

que o mercado de fabricantes relata possuir quantidade superior a 92 patentes

registradas, e 9 empresas relatam não possuir registros.

No que se refere a solicitações de patentes, neste caso, considera-se os

registros que ainda não foram oficializados, destaca-se novamente a empresa A4, com

5 registros em análise.

Segundo Rocha (2003) os indicadores de patentes das empresas inovadoras

apontam para a natureza estratégica que estas assumem no cenário da

competitividade econômica mundial e pela complexidade que suas atividades

envolvem. A preocupação das empresas inovadoras em articular mecanismos de

proteção do conhecimento por meio das patentes, revela-se mais intensa nas

organizações onde se identifica maior potencial e intensidade tecnológica.

5.2.7 Apuração de indicadores de problemas e obstáculos da inovações

Segundo PINTEC (2013), entre os obstáculos e problemas para a inovação

empresarial temos os motivos pelos quais a empresa não inovou, dentre estes

problemas podem se identificar custos operacionais, rigidez organizacional, deficiência

técnica, problemas de formação, problemas com o Sistema nacional de inovação,

problemas de regulamento, entre outros.

Sobre este tema, foi questionado aos respondentes se eles consideram a

fabricante inovadora, e em seguida disponibilizado espaço para relato do respondente.

19 respostas foram validadas, sendo que 13 respondentes consideram a organização

como inovadora e 6 não consideram inovadora.

Entre os depoimentos, extrai-se que os que consideram a empresa como

inovadora levam em consideração o fortalecimento da empresa e as chances de

ancorar maiores fatias de participação no mercado, outras relatam que o princípio de

inovador está enraizado na cultura organizacional, uma organização relata a questão

da competitividade como fator primordial para a sobrevivência em mercado

competitivo.

Percebe-se uma crença de positividade na visão dos respondentes quanto as

atividades desenvolvidas que conduzem as organizações para a inovação. Extrai-se o

relato da empresa A2 que relata que a empresa inova constantemente, desenvolvendo

novos produtos, processos e aperfeiçoamentos que culminam em patentes e DIs. A

130

empresa possui laboratório próprio para o desenvolvimento e testes de aquecedores

solares e seus acessórios, assim como equipe dedicada de técnicos especializados. O

responsável pela empresa relata o desenvolvimento de novas tecnologias em produtos

e aplicações desde o início de suas atividades, exercendo forte liderança no setor

baseada a partir da inovação e capacitação de profissionais para todo o mercado.

Destaca-se como depoimento a condição de inovadora, a organização A5 que

apresenta que a empresa foi fundada tendo como princípio a inovação tecnológica em

seus absorvedores; para que estes objetivos fossem atingidos, foram buscar no

mercado mundial os processos mais avançados na fabricação dos coletores solares.

Iniciamos nossa produção com as aletas soldas por ultrassom; em tubos de cobres e

fitas de alumínio. Atualmente tem o coletor mais eficiente na tabela do INMETRO; com

o menor preço de venda.

Entre os depoimentos que destacam as fabricantes como “não inovadoras”, ou

seja, em condições contraditórias, destaca-se a fabricante A3, que descreve; “Temos

alto comprometimento com a qualidade e a relação custo x benefício. Buscamos

melhorar nossos processos e produtos continuamente. Buscamos parcerias com

universidades e demais organismos para isso. Contudo, não acredito que nos

encaixamos em inovação, mas apenas acompanhamos o avanço tecnológico natural

do setor.” Percebe-se que o gestor não acredita em grandes mudanças no setor,

porém adota a postura de acompanhar as alterações provocadas pelo mercado.

Segundo Reis e Armond (2012) uma empresa inovadora é aquela que aplica a

inovação em seu dia-a-dia, inicia-se na indústria que permite que inovações sejam

criadas, que esteja aberta a receber diversos inputs como sinalizadores de inovação.

A organização para ser considerada criativa deve estar aberta para buscar soluções

para as soluções de problemas que se apresentam das mais diversas formas. Buscam

sempre a melhor maneira de atuação de mercado, mesmo que isto implique realização

de investimentos e redução de lucros.

Como estratégia as organizações inovadoras podem estreitar relacionamentos

com os clientes, promover interatividade com parceiros de mercados, realizar

promoções a inovação e qualidade, exercer liderança no segmento que atua, ter

excelência de atendimento, assumir riscos com oportunidades, entender as

necessidades do mercado consumidor, estar atendo ao grau de satisfação dos clientes

e buscar por oportunidades emergentes.

131

5.2.8 Apuração de indicadores de relações de cooperação

Para a PINTEC (2013) a cooperação para a inovação é definida como a

participação ativa da empresa em projetos conjuntos de P&D e outros projetos de

inovação com outra organização, o que não implica, necessariamente, que as partes

envolvidas obtenham benefícios comerciais imediatos. A simples contratação de

serviços de outra organização, sem a sua colaboração ativa, não é considerada

cooperação.

Segundo PINTEC (2013) a relação que a organização pode apresentar na

captura de projetos em conjuntos com Universidades, centros tecnológicos, outras

empresas, fornecedores de insumos e clientes, pode assinalar fontes de cooperação

para a inovação, e neste caso, assume-se a postura de identificar o quanto a

organização está atenta as modificações que ocorrem nos mercados, nas novas

oportunidades de lançamentos de produtos ou processos que possam atender a

demandas reprimidas.

Sobre este tema, foi questionado aos respondentes sobre as redes de

cooperação para a adoção de inovações, foram considerados como possíveis

parceiros que cooperam para a inovação as universidades e centros tecnológicos,

participação em conjunto com outras empresas privadas, obtenção de informações

junto a fornecedores e observação e atendimento a demanda dos clientes. Tabela 26.

Tabela 26 - Projetos conjuntos de inovação

Cod Universidades Empresas privadas

Fornecedores Clientes

A1 0 0 0 0

A2 0 0 0 0

A3 0 0 0 0

A4 0 0 0 0

A5 0 0 0 0

A6 0 0 0 0

A7 0 0 0 0

A8 0 1 0 0

A9 0 0 2 1

A10 1 1 3 1

A11 0 1 6 1

B1 - - - -

B2 0 0 0 0

B3 0 0 0 0

B4 0 0 0 1

B5 0 0 0 0

B6 1 0 1 0

B7 1 0 1 0

C1 0 0 0 0

D1 0 0 0 0

Fonte: Dados da pesquisa

132

Para este setor da economia, O gráfico 13 traz a abordagem geral das

empresas quanto a participação de colaboração para o desenvolvimento de inovação

nas fabricantes.

Gráfico 13 – Redes de cooperação para a inovação

Fonte: Dados da pesquisa

Entende-se com o gráfico 13 que os fornecedores das fabricantes são fortes

aliados na cooperação para o desenvolvimento das inovações, oura fonte importante

para o desenvolvimento das inovações são os clientes das empresas, diante desta

evidência, permite-se compreender que 74% da cooperação para as inovações

empresariais provem do relacionamento das organizações com os fornecedores e com

os clientes.

5.3 Métricas dos indicadores de inovação

O quadro 17 apresenta a forma de abordagem quantitativa dos dados apurados

diante dos fabricantes de coletores solares. Neste contexto foram desenvolvidos a

análise de cinco fatores de indicadores de inovação. Atividade interna de inovação,

esforço inovativo, fontes de inovação, impactos da inovação e inovações operacionais.

No que se refere à mensuração das atividades internas de inovação, foi

desenvolvido a análise sobre o percentual de empregados envolvidos com o processo

interno de inovação, percentual de colaboradores, por empresa, que possuem

especialização, graduação e mestrado/doutorado.

Sobre o esforço inovativo foram abordados o percentual de faturamento

investido em atividade de capacitação e treinamento dos colaboradores, percentual de

Univesridades13%

Empresaas privadas

13%

Fornecedores57%

Clientes17%

133

faturamento investido em atividade de P&D, percentual de investimento realizado em

aquisição de máquinas e equipamentos, percentual de faturamento investido em

tecnologia da informação, percentual total de investimento realizado com a atividade

de aprendizado organizacional, percentual de colaboradores que receberam incentivos

financeiros para o aperfeiçoamento profissional e o percentual de faturamento

investido em aquisição de licenças.

Sobre os indicadores de fontes de inovação, apura-se a quantidade total de

parceiros que a organização possui para o desenvolvimento de projetos de inovação,

percentual de projetos desenvolvidos com clientes, firmas privadas, fornecedores e

universidades.

No que se refere aos indicadores de impacto da inovação, apresenta-se o

percentual de investimento realizado com a comercialização pioneira.

Sobre os indicadores de inovações operacionais apresenta-se a quantidade de

patentes registradas, solicitadas e o percentual de investimento realizado com registro

de patentes. Quadro 17.

Quadro 17 – Composição de indicadores e fórmulas de métricas ind Quesito Cálculo

Ati

vid

ade

inte

rna

de

ino

vaçã

o

Percentual de empregados envolvidos no processo de inovação

(número de colaboradores envolvidos no processo de inovação x 100)/ número de colaboradores da empresa

Percentual de empregados que possuem especialização

(número de colaboradores com especialização x 100)/ número de colaboradores da empresa

Percentual de empregados que possuem formação superior (Graduação)

(número de colaboradores em formação superior x 100)/ número de colaboradores da empresa

Percentual de empregados mestres e doutores

(número de mestres e doutores x 100)/ número de empregados

Esfo

rço

ino

vati

vo

Percentual de faturamento investido em atividade de capacitação e treinamento

(Valor investido em treinamentos e capacitações x 100)/ faturamento

Percentual de faturamento investido pela empresa em atividade de P&D e inovação (valor investido em P&D x 100)/ faturamento

Percentual de investimento realizado em aquisição de máquinas e equipamentos

(Valor investido em aquisição de máquinas e equipamentos x 100)/ faturamento

Percentual do faturamento investido em tecnologia da informação

( valor investido na compra de tecnologia incorporada x 100)/faturamento

Percentual total de investimento realizado com atividades de aprendizagem

(Valor investido em atividades de aprendizagem x 100)/ faturamento

Percentual de empregados que receberam apoio financeiro da empresa para a formação acadêmica

Número de funcionários que receberam apoio sobre o número total de empregados

Percentual de faturamento investido em licenças de tecnologias

(valor investido na compra de tecnologia x 100)/ faturamento

Fon

tes

de

ino

vaçã

o

Número total de parceiros em projetos de inovação

Quantidade de parceiros ativos em projetos de inovação

Percentual de projetos desenvolvidos com Clientes

(número total de projetos de P&D em parcerias com clientes x 100)/ número total de projetos de P&D

Percentual de projetos desenvolvidos com firmas privadas

(número total de projetos de P&D em parcerias com firmas privadas x 100)/ número total de projetos de P&D

Percentual de projetos desenvolvidos com Fornecedores

(número total de projetos de P&D em parcerias com fornecedores x 100)/ número total de projetos de P&D

Continua

134

Percentual de projetos desenvolvidos com universidades

(número total de projetos de P&D em parcerias com universidades x 100)/ número total de projetos de P&D

Imp

acto

da

ino

vaçã

o

Percentual de investimento realizado com a comercialização pioneira

(Valor investido em comercialização pioneira de inovações x 100)/ faturamento

Ino

vaçõ

es

op

era

cio

na

is

Número de patentes registradas Quantidade de patentes registradas pela empresa

Número de patentes solicitadas Quantidade de patentes solicitadas pela empresa

Percentual de investimento realizado com registro de patentes

(Valor investido em registro de patentes x 100)/ faturamento

Fonte: Adaptado de Ziviani (2012); Bes e Kotler(2011) e Tidd, Bessant e Pavitt (2008)

A tabela 27 apresenta os valores aferidos com a aplicação das fórmulas de cálculo dos

indicadores das 20 empresas, valores que mensuram o valor total, média, valor mínimo, valor

máximo e desvio padrão.

Tabela 27 – Apuração geral de resultado de indicadores

ind Quesito Unid. Valor Total

Média Valor

Mínimo

Valor

Máximo

Desvio

Padrão

Ati

vid

ad

e i

nte

rna d

e

ino

va

çã

o

Percentual de empregados envolvidos no processo de inovação

% 445,07 22,25 0,00 100,00 37,2333

Percentual de empregados que possuem especialização %

155,54 7,78 0,00 57,89 13,0813

Percentual de empregados que possuem formação superior (Graduação)

% 381,40 19,07 0,00 89,29 19,7532

Percentual de empregados mestres e doutores %

11,37 0,57 0,00 4,67 1,2695

Esfo

rço

in

ov

ati

vo

Percentual de faturamento investido em atividade de capacitação e treinamento %

2,67 0,27 0,00 1,00 0,3147

Percentual de faturamento investido pela empresa em atividade de P&D e inovação %

26,70 2,67 0,00 10,00 3,4705

Percentual de investimento realizado em aquisição de máquinas e equipamentos %

97,90 9,79 0,00 75,00 23,0476

Percentual do faturamento investido em tecnologia da informação %

2,90 0,29 0,00 0,75 0,2513

Percentual total de investimento realizado com atividades de aprendizagem %

15,69 1,57 0,00 10,67 3,3134

Percentual de empregados que receberam apoio financeiro da empresa para a formação acadêmica

% 1,89 0,09 0,00 0,54 0,1255

Percentual de faturamento investido em licenças de tecnologias %

0,60 0,03 0,00 0,40 0,0979

Fo

nte

s d

e i

no

va

çã

o

Número total de parceiros em projetos de inovação UN.

23,00 3,29 1,00 8,00 2,6904

Percentual de projetos desenvolvidos com Clientes

% 162,50 23,21 0,00 100,00 35,9926

Percentual de projetos desenvolvidos com firmas privadas

% 129,17 18,45 0,00 100,00 36,6301

Percentual de projetos desenvolvidos com Fornecedores

% 291,67 41,67 0,00 75,00 30,0463

Percentual de projetos desenvolvidos com universidades

% 116,67 16,67 0,00 50,00 23,5702

Imp

acto

da

ino

va

çã

o

Percentual de investimento realizado com a comercialização pioneira % 10,64 1,06 0,00 7,50 2,3137

Ino

va

çõ

es

op

era

cio

nais

Número de patentes registradas UN.

95,00 5,00 0,00 50,00 12,5255

Número de patentes solicitadas UN.

11,00 0,58 0,00 5,00 1,3045

Percentual de investimento realizado com registro de patentes %

1,21 0,12 0,00 0,67 0,2109

Fonte: Dados da pesquisa

Continuação

135

Sobre os indicadores de atividade interna de inovação, os resultados apurados

com a aplicação do questionário indicam que o percentual médio do setor de

empregados envolvidos no processo de inovação organizacional é de 2,25% do efetivo

contratado. Existe a incidência de empresas que não possuem empregados nesta

atividade e empresas que possuem 100% de seus funcionários envolvidos com

atividade de inovação.

Segundo Sbragia e Andreassi (2006) a participação dos funcionários nas ações

de inovações empresariais é importante para a competitividade de mercado são parte

da estratégia de motivação e comprometimento dos funcionários nos processos de

mudança das empresas. A valorização dos funcionários deve considerada como fonte

de inovação, e deve ser adotada medidas de acompanhamento e de premiação para

que se perpetue esta aliança.

Sobre o percentual de empregados que possuem especialização, admite-se

que em média 7,78% dos contratados possuem capacitação especializada para lidar

com os equipamentos e máquinas. Este indicador assinala a qualificação necessária

dos trabalhadores que assumem condições de incorporar inovações implantadas pela

gestão organizacional.

O percentual médio de empregados que possui formação superior, curso de

graduação concluído ou em fase de conclusão, é estimado na média de 19,07%. Já a

média percentual de mestres e doutores está estimada em 0,57%, o que sinaliza a

existência de poucos mestres e doutores envolvidos com as organizações fabricantes,

e um considerável percentual de trabalhadores com graduação.

O apontamento dos indicadores de esforço inovador apresenta o percentual

médio de faturamento investido em capacitação e treinamento é estimado em 0,27%.

Segundo Tidd, Bessant e Pavitt (2008) a formação e treinamento de

trabalhadores geram condições de capacitação para estes lidarem com problemas

associados ao processo de inovar nas firmas.

Para Tigre (2006) as capacitações e treinamentos podem ser consideradas

como fontes de inovação, e isso revela a estratégia de buscar informações do

mercado e manter os colaboradores qualificados para produzirem soluções aos

problemas com a inovação.

Sobre o percentual de faturamento investido pela empresa em atividade de

P&D, identifica-se a média empresarial de 2,67%. Entende-se que este

136

desenvolvimento assinala a intenção da gestão organizacional em envolver recursos

financeiros para realizar pesquisas e desenvolvimentos que proporcionem maior

entendimento do campo de inovação organizacional.

Segundo Tigre (2006) os investimentos em aquisição e atualização de

máquinas e equipamentos aceleram a produtividade eficiente, acelera a destruição

criadora e assegura as organizações condições para permanecer efetivamente no

mercado.

Sobre o percentual de faturamento investido em tecnologia da informação,

identifica-se a média 0,29%, o que demonstra valores tímidos de investimentos

realizados para manter equipamentos (computadores) e similares de informatização

atualizados em comparação aos utilizados pelo mercado e pelos concorrentes.

Senge (2009) expõe que as organizações só apresentam condições de

aprender por meio de indivíduos que aprendem. O indicador de aprendizagem vem

ganhando destaque nos estudos organizacionais nas últimas décadas. O constante

investimento em aprendizagem deve ser considerado como fator que gera

competitividade e inovação para as organizações. Sobre este cenario, pretende-se

avaliar o percentual que as organizações estão investindo em atividades de

aprendizagem nas organizações.

Sobre o percentual médio de funcionários que recebem apoio financeiro para

continuidade da formação acadêmica é de 0,09%, o que revela o quanto as

organizações estão dispostas a investir para assegurar a capacitação acadêmica dos

trabalhadores contratados, e como este corpo funcional está preparado para lidar com

as mutações proporcionadas pelas inovações incorporadas.

O investimento médio em licenças de tecnologias é de 0,03%, revela o baixo

nível de investimento realizado em licenças para atuar no mercado com produtos

inovadores, assim como seus mecanismos adotados para atuar diante das Leis e

Normas governamentais.

A quantidade média de parceiros em projetos de inovação é estimado em 3,29

unidades por organização, esta média revela a busca com outros atores de mercado a

disseminação da inovação, e o quanto as organizações estão atentas aos fatores

Sobre o percentual médio de investimentos realizados com a comercialização

pioneira de inovação tem-se 1,06%, Destaca-se um dos respondentes que relata ter

investimentos em torno de 7,5% do faturamento. Este percentual sinaliza o

137

comportamento das organizações para o lançamento de produtos novos ou

substancialmente modificados para os mercados preteridos.

A média de quantidade de patentes registradas é de 5 por empresa, e as

patentes solicitadas é de 0,58, e o valor percentual médio investido em registro de

patentes é de 0,12%.

Diante do cenário exposto por este setor, fez-se a opção por selecionados 4

fabricantes para o desenvolvimento de uma análise comparativa entre os resultados

aferidos. Dentre os critérios para selecionar as fabricantes deste setor, optou-se pelas

organizações que apresentassem maior quantidade de indicadores respondidos e a

localização geográfica, sendo uma representante de cada estado, São Paulo, Minas

Gerais, Goiás e Santa Catarina. Tabela 28.

Tabela 28 – Comparativo de indicadores entre empresas ind Quesito Unid. A1 B7 C1 D1

Ati

vid

ade

inte

rna

de

in

ova

ção

Percentual de empregados envolvidos no processo de inovação %

16,22

5,36

4,00

1,79

Percentual de empregados que possuem especialização %

5,41

3,57

20,00

-

Percentual de empregados que possuem formação superior (Graduação) %

37,84

7,14

8,00

89,29

Percentual de empregados mestres e doutores %

2,70

1,79

1,60

-

Esfo

rço

ino

vati

vo

Percentual de faturamento investido em atividade de capacitação e treinamento %

0,67

0,13

-

0,10

Percentual de faturamento investido pela empresa em atividade de P&D e inovação %

6,67

5,00

-

0,70

Percentual de investimento realizado em aquisição de máquinas e equipamentos %

4,00

6,00

-

0,50

Percentual do faturamento investido em tecnologia da informação %

0,67

0,17

-

0,20

Percentual total de investimento realizado com atividades de aprendizagem %

2,67

10,67

-

0,80

Percentual de empregados que receberam apoio financeiro da empresa para a formação acadêmica %

0,14

-

0,12

0,54

Percentual de faturamento investido em licenças de tecnologias %

0,40

0,50

- -

Fon

tes

de

ino

vaçã

o

Número total de parceiros em projetos de inovação UN. 2

Percentual de projetos desenvolvidos com Clientes %

- 0 - -

Percentual de projetos desenvolvidos com firmas privadas %

- 0 - -

Percentual de projetos desenvolvidos com Fornecedores %

- 50 - -

Percentual de projetos desenvolvidos com universidades %

- 50 - -

Imp

acto

d

a

ino

vaçã

o

Percentual de investimento realizado com a comercialização pioneira %

1,33

0,67 - -

Ino

vaçõ

es

op

era

cio

nai

s

Número de patentes registradas UN. 7 1 1 0

Número de patentes solicitadas UN. 3 1 0 0

Percentual de investimento realizado com registro de patentes % 0,67 0,27 - -

Fonte: Dados da pesquisa

138

Sobre a tabela 28 apresenta-se que sobre os indicadores de atividade interna

em análise ao setor analisado, a empresa que apresenta maior porcentagem de

empregados envolvidos com atividades do processo de inovação é a D1 com 16,22%

de participação, as empresas B7 apresenta participação de 5,36% a C1 com 4% e a

empresa D1 com 1,79%.

Sobre o percentual de empregados com especialização a empresa que

apresenta melhor percentual é a C1 com 20% do efetivo contratado. A empresa A1

apresenta 5,41% e a empresa B7 apresenta 3,57%. Neste tópico a empresa D1 não

registrou a informação.

Sobre a qualificação acadêmica sob a ótica de graduação a empresa que

apresenta maior percentual é a D1 com 89,29% do efetivo que possui formação

superior, a empresa A1 apresenta 37,84%, C1 com 8% e a empresa que apresenta

menor porcentagem é a B7 com 1,79%. Percebe-se a empresa D1 possui expressivo

potencial de qualificação acadêmica dos profissionais contratados. Este fator pode ser

considerado relevante para adoção e incorporação de inovações tecnológicas. Sabe-

se que os profissionais com qualificação assumem maior potencial de contribuição

para as ações de criatividade das organizações.

O percentual de trabalhadores que possuem doutorado ou mestrado é

registrado em 2,7% para a empresa A1, seguida por 1,79 para a empresa B7 e 1,6%

para a empresa C1. A empresa D1 não registra esta informação. Estas porcentagens

sinalizam para a baixa quantidade de profissionais que possuem pós-graduação

agregado ao quadro funcional das organizações, este indicador pode assinalar o baixo

grau de investimentos na qualificação acadêmica dos trabalhadores. Entende-se que o

trabalhador com mestrado ou doutorado, ou quanto maior seu nível de graduação,

maior será o potencial deste trabalhador contribuir para a absorção ou

implementações de inovações para o setor.

Sobre os indicadores de esforço de inovação, o questionamento sobre o

percentual de faturamento investido em atividade de capacitação e treinamento

apresenta a empresa A1 com maior percentual, 0,67% do faturamento, seguidos pela

empresa B7 com 0,13% e D1 com 0,10%. Entende-se que estes níveis de

investimentos são considerados relativamente baixos para aferir qualidade e

quantidade no processo de capacitação e treinamento dos profissionais contratados.

Sobre o percentual de faturamento investido em atividades de P&D, registra-se

que a empresa A1 apresenta 6,67% de investimento e a empresa B7 relata 5% estes

139

níveis de investimentos assinalam uma tendência das organizações em desenvolver

ações de criatividade e conhecimento para potencializar suas condições de

competitividade regional.

Sobre os percentuais investidos em aquisição de máquinas e equipamentos

temos como destaque a empresa B7 com 6% seguido pela empresa A1 com 4%.

Neste tópico temos as duas organizações como as que mais realizam investimentos

para manter o setor fabril em condições de atuar face às inovações propostas para

atender as demandas do mercado.

O campo de tecnologia da informação, aquisição de computadores e

equipamentos de informática, as empresas selecionadas apresentam condições

similares de investimento, com breve destaque para a empresa A1 com 0,67% de

investimento sobre o faturamento bruto. Este indicador sinaliza o quanto as

organizações estão atentas e investindo para manter seus equipamentos de

informática atualizados com o que é praticado pelo mercado.

Sobre o montante investido em atividades de aprendizagem temos como

destaque a empresa B7 com 10,67% do faturamento informado. Esta informação é

relevante para pontuar como as organizações estão disponibilizando e facilitando o

acesso de qualificação que proporcione o aprendizado para os colaboradores

contratados. Entende-se que o conhecimento e a aprendizagem são fatores que

geram condições de modificar a cultura organizacional e gerar potenciais de

competitividade.

O percentual de colaboradores que recebem incentivos financeiros para a

qualificação e formação acadêmica apresenta a empresa D1 como destaque entre as

selecionadas para este comparativo com 0,54%, este indicador acena para uma

preocupação da gerência para o aperfeiçoamento do quadro funcional capaz de lidar

com as inovações e as alterações propostas pelas mudanças de mercado.

Sobre os níveis percentuais de investimentos realizados em aquisição de

licenças de tecnologia, temos que a empresa A1 realiza 0,40% e a empresa B7 0,50%,

estes valores são considerados tímidos face o montante de faturamento bruto

empresarial informado.

Sobre os indicadores de fontes de inovação temos uma breve análise dos

parceiros que contribuem para projetos de inovação das organizações, dentre as

empresas selecionadas apenas a B7 apresenta 2 parcerias firmadas, sendo uma

realizada com fornecedores e outra com Universidades e centros tecnológicos. Este

140

indicador revela a baixa relação que as empresas possuem com parceiros de atuação

de mercado.

O indicador de impacto da inovação revela que sob a ótica de comercialização

pioneira de inovação as empresas A1 acusa ter investido 1,33% do faturamento e a

empresa B7 com 0,67%, valores que representam o quanto as empresas estão

dispostas a divulgar e apresentar suas inovações para o mercado.

Sobre os indicadores de inovações operacionais, que trará especificamente de

registro de patentes, temos a empresa A1 com maior representatividade sobre a

quantidade de patentes registradas somando 7, seguidas pela empresa B7 e C1 com

1 registro cada. A empresa D1 não relata ter registrado patentes para o período.

Quanto às patentes solicitadas a empresa A1 segue em destaque com 3

solicitações requeridas, e a empresa B7 com uma.

Sobre o percentual do faturamento investido com os registros de patentes

temos a empresa A1 com 0,67% e B7 com 0,27% do faturamento investido. Estes

valores denotam o quanto as organizações estão dispostas a investir financeiramente

para proteger suas inovações face o mercado atuante.

141

6 CONCLUSÕES

Assume-se com a elaboração desta dissertação o tema “Dinâmica de Inovação

dos Fabricantes Brasileiros de Coletores Solares”, um desenvolvimento a partir da

conjuntura de indicadores de inovação. Dissertação apresentada a Banca

examinadora do Centro Universitário UNA Belo Horizonte, estado de Minas Gerais.

Esta dissertação é parte integrante do projeto de Pesquisa e Desenvolvimento

desenvolvido pela Companhia Energética do Estado de Minas Gerais – CEMG, sob o

supervisão da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, sob o registro de P&D

438, que trata do desenvolvimento de novos coletores solares para sistemas de

condicionamento de ar e refrigeração.

A avaliação da capacidade inovativa dos fabricantes de coletores solares teve

como base de elaboração os indicadores de inovação aferidos pela PINTEC (2013),

fez-se uma ampla pesquisa bibliográfica para atualização de conceitos e referências

acerca do tema proposto.

Dentre os objetivos traçados para este desenvolvimento tem-se como objetivo

geral a análise de inovação dos fabricantes nacionais de coletores solares, a partir da

utilização de um conjunto de indicadores de inovação.

É possível estabelecer algumas conclusões acerca desta investigação, onde se

identifica que existe uma considerável concentração das fabricantes no estado de São

Paulo e Minas Gerais, e que 50% das fabricantes possuem idade média entre 10 e 20

anos.

Sobre a composição jurídica das fabricantes, identificou-se que 95% possui

fonte de capital nacional, este indicador assinala para o potencial interno de

investimento.

Quanto a composição do quadro de trabalhadores, aponta-se para a evolução

crescente de contratação nos últimos anos, sendo que é possível identificar pequena

parcela de trabalhadores terceirizados. Diante dos dados identificados, percebe-se

que as grandes empresas localizadas no estado de São Paulo são as que mais

possuem trabalhadores contratados.

Diante do quadro geral de trabalhadores contratados, é tímida a quantidade de

funcionários envolvidos com as atividades internas de inovações nas organizações, e

este cenário pode ser alterado por parte dos gestores administrativos para

potencializar novas fontes de inovação e melhorar a capacidade interna criativa.

142

Os indicadores de inovação selecionados para este desenvolvimento foram

elencados em atividade interna de inovação, esforço inovativo, fontes de inovação,

impacto da inovação e inovações operacionais.

Sobre os valores financeiros investidos em atividades de aprendizado e

inovação, duas organizações assumem destaque em investimentos em atividades de

P&D, aquisição de máquinas e equipamentos, aquisição de licenças, comercialização

pioneira, registro de patentes e o valor total investido em aprendizagem. É possível

verificar que nas análises de outros indicadores, estas empresas apresentam

destaque positivo, dentro de um contexto, se apresentando como líderes em seu

segmento.

Sobre o nível de investimento identificado pelas fabricantes nos trabalhadores,

com incentivos para a qualificação profissional, chama-se a atenção para 4 fabricantes

que declaram quantidades superiores a 30 trabalhadores em processo de incentivo,

fator que pode ser considerado como positivo para a formação de profissionais

qualificados e com condições técnicas para contribuir para a capacidade inovativa

organizacional.

O nível de qualificação acadêmica dos trabalhadores contratados pelas

fabricantes apresenta um bom indicador para os campos de graduação e

especialização, porém se apresenta deficitário quanto a formação de mestres e

doutores. Este indicador deve ser observado com mais enfoque por parte dos

gestores, pois, entende-se que profissionais efetivos com formação acadêmica de

mestre e doutores possuem condições de contribuir para o processo inovativo por

possuir maios expertise no desenvolvimento de pesquisas.

Entre os fatores motivacionais apresentados, apura-se com destaque a

necessidade de produção com qualidade e às inovações proporcionadas para a

fabricação dos coletores solares, porém o campo de diversidade foi o que apresentou

menor grau de importância dos fabricantes, este cenário aponta para a possibilidade

dos fabricantes estarem atentos à linha de produção, porém dispersos a diversificação

de produtos para atender ao mercado.

Sobre o potencial de investimentos realizados em atividade de inovação,

chama-se a atenção para os valores informados em aquisições de máquinas e

equipamentos, com valor informado pelo grupo de fabricantes de R$ 6.571.000,00,

praticamente todas as empresas respondentes relataram estarem fazendo

investimentos neste quesito. Outro fator relevante neste questionamento refere-se a

investimentos realizados em consultoria realizada por centros universitários e

143

universidades, caracterizando-se como o de menor expressão na destinação de

verbas dos empresários.

Observa-se que 74% das empresas fabricantes relataram participar ativamente

no mercado com o lançamento de novos produtos e 96% declararam possuir projetos

de melhorias par lançamento de produtos, estes indicadores assinalam o quanto as

organizações estão se movimentando para acompanhar as inovações lançadas no

mercado.

Sobre o posicionamento de produto no mercado, chama-se a atenção para o

baixo grau de importância que os gestores organizacionais aferem para a exportação

de seus produtos. Este indicador assinala para a tendência de as fabricantes

atenderem ao mercado interno, e que as organizações estão atentas ao atendimento

das demandas regionais. Neste quesito o indicador que teve maior potencial de

atenção está relacionado ao aumento de produtividade.

No processo de classificatório de quatro empresas selecionadas, chama-se a

atenção para a empresa A1, que apresenta melhor composto de indicadores de

capacidade inovativa.

O comportamento de verificação dos indicadores e seus constructos se

apresentaram de forma satisfatória durante a realização desse trabalho, porém

chama-se a atenção para a necessidade e possibilidade de novas aplicações e novos

estudos acerca do tema proposto.

O objetivo geral de análise de inovação dos fabricantes nacionais de coletores

solares, a partir da utilização de um conjunto de indicadores de inovação, foi

desenvolvido com êxito, porém com algumas restrições e aprofundamentos que foram

limitados pela quantidade de questionários respondidos.

A realização deste trabalho possibilita selecionar 4 fabricantes com resultados

satisfatórios da conjunção de indicadores de inovação, o que credencia a um cenário

favorável de capacidade inovativa.

Tendo em vista as deficiências apresentadas pelas empresas e constatadas

nos resultados da pesquisa, recomenda-se a realização de novos estudos de

diagnóstico mais detalhado para evidenciar as fragilidades que esses fabricantes

possam apresentar em relação à capacidade inovativa.

Este diagnóstico poderá orientar e estimular agentes do setor elétrico que

tenham interesse no desenvolvimento de produto inovador em parceria com essas

144

empresas, a constituírem programas que objetivem a capacitação e o

desenvolvimento de capacidade absortiva dessas empresas.

De outra forma, importante destacar as limitações para a realização desta

pesquisa, iniciando-se pelo baixo percentual de empresas que responderam ao

questionário utilizando-se da plataforma eletrônica, on line, acarretando a necessidade

de se buscar a aplicação desse instrumento de pesquisa, presencialmente, o que foi

conseguido pela participação no 2º CB Sol Congresso Brasileiro de Aquecimento

Solar, realizado em São Paulo, no período 26 a 28 de agosto de 2014, que contou

com a presença de diversas empresas objeto desta pesquisa.

Outra limitação desta pesquisa remete à quantidade final de respondentes,

50% do total, que poderia sinalizar uma amostragem satisfatória, mas dado que o

número absoluto desta amostragem representa 20 empresas, há limitações para a

realização de análises quantitativas mais profundas, tais como o estabelecimento de

correlações entre os diversos construtos avaliados e que permitam determinar o

sentido das relações entre as componentes da capacidade inovativa envolvidas no

estudo, além de outros cálculos estatísticos que requeiram um maior volume de

dados, haja vista a possibilidade de perda de informações. Muito embora o percentual

de respondentes tenha sido elevado, na teoria estatística, quanto maior o número de

questões abordadas, maior deverá ser o tamanho da amostra o que, neste caso, limita

a realização de uma técnica estatística mais robusta, como modelos de equações

estruturais. Esta condição foi agravada também pela premência do tempo para a

efetivação da pesquisa.

Dessa forma, recomenda-se, para futuras pesquisas envolvendo este mesmo

setor, que sejam implementadas estratégias que estimulem a participação e

envolvimento de uma maior gama de empresas, se possível, contemplando todo o

universo. Para tal, a disponibilização de um prazo mais dilatado para se obter as

respostas aliado a uma programação de visitas às empresas poderão facilitar o

alcance deste objetivo.

Finalmente, há de se destacar a percepção clara de que há interesse dos

fabricantes de coletores solares, foco desta pesquisa, em se aproximarem das

empresas do setor elétrico para o estabelecimento de parcerias com vistas à

implantação e desenvolvimento de produtos e tecnologias inovadoras, conforme

referendado nas respostas obtidas ao questionamento da capacidade inovativa, sobre

esta cooperação que representou um resultado de 87,4% favoráveis, que sinaliza a

abertura de um canal de relacionamento que fortalece a perspectiva da

concessionária de energia elétrica em viabilizar seus projetos de P&D junto aos

fabricantes nacionais de coletores solares.

145

O desenvolvimento desta dissertação possibilitou a revisão da literatura de dois

conceitos de enfoque na sociedade atual, sendo a capacidade inovativa e indicadores

de inovação. Os conceitos foram abordados com o que se tem de maior referência de

conhecimento e atuação acadêmica e mercadológica.

A realização desta dissertação possibilitou uma nova observação sobre as

empresas fabricantes de coletores solares, e como estas fabricantes se comportam

diante da proposta de indicadores de inovação. Com os resultados aferidos torna-se

possível o desenvolvimento futuro de novas análises e estudos de casos, que podem

ser atribuídos para outras organizações do segmento.

146

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151

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Proposta de questionário de indicadores de inovação

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APÊNDICE B – Quadro síntese de respostas

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A1 A2 A3 A4 A5 A6 A7 A8 A9 A10 A11 B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 C1 D1

Percentual de empregados envolvidos no processo de inovação 16,22 3,45 8,33 3,33 28,00 100,00 120,00 100,00 16,00 10,00 4,60 0,00 0,00 1,12 3,95 1,67 15,63 6,00 5,00 1,79

Percentual de empregados que possuem especialização 5,41 3,45 8,33 10,00 4,00 57,89 4,00 10,00 4,00 3,33 - - 7,25 - 2,63 - 6,25 4,00 25,00 -

Percentual de empregados que possuem formação superior ( curso superior completo) 37,84 27,59 8,33 26,67 12,00 26,32 12,00 30,00 28,00 13,33 12,64 -

17,39

1,12 5,26 - 15,63 8,00 10,00 89,29

Percentual de empregados mestres e doutores 2,703 0 0 4,67 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 0

Percentual de faturamento investido em atividade de capacitação e treinamento 0,67

0,11 1,00 0,22

0,11 - 0,13 0,21 0,13 0,10

Percentual de faturamento investido pela empresa em atividade de P&D e inovação 6,67 - 10,00 0,33 0,75 - 0,25 3,00 5,00 0,70

Percentual de investimento realizado em aquisição de máquinas e equipamentos 4,00 5,62 75,00 0,44 5,40 - 0,94 - 6,00 0,50

Percentual do faturamento investido em tecnologia da informação 0,67 0,22 0,75

0,11 0,06 - 0,31 0,42 0,17 0,20

Percentual total de investimento realizado com atividades de aprendizagem 2,67

0,11 0,08 - - - 1,38 - 10,67 0,80

Percentual de empregados que receberam apoio financeiro da empresa para a formação acadêmica 0,14 - - 0,23 0,16 - - 0,10 0,08 0,13 0,10 - 0,09 0,13 0,03 0,02 - - 0,15 0,54

Percentual de faturamento investido em licenças de tecnologias 0,40 - - - - - - - - - - - - - - - - 0,20 - -

Número total de parceiros em projetos de inovação 1 3 6 8 1 2 2

Percentual de projetos desenvolvidos com Clientes - 33,33 16,67 12,50 100,00 - -

Percentual de projetos desenvolvidos com firmas privadas 100,00 - 16,67 12,50 - - -

Percentual de projetos desenvolvidos com Fornecedores - 66,67 50,00 75,00 - 50,00 50,00

Percentual de projetos desenvolvidos com universidades - - 16,67 - - 50,00 50,00

Percentual de investimento realizado com a comercialização pioneira 1,33 - 7,50 - 0,14 - - 1,00 0,67 -

Número de patentes registradas 7,000 27 - 50 - 2 - 1 - 3 - - 2 - - 1

1

1 -

Número de patentes solicitadas 3,000 1 - 5 - 1 - - - - - - - - - -

1 - -

percentual de investimento realizado com registro de patentes 0,67 - 0,15 - 0,05 - - 0,08 0,27 -

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