Armamento Covencional Revólver

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Estado do Rio Grande do Norte SESED - Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social Polícia Militar 5º B.P.M. / 3ª C.P.M. Instrução de Retorno de Férias Armamento Convencional Página 1

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Revólver calibre .38 S&W

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Estado do Rio Grande do NorteSESED - Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social

Polícia Militar5º B.P.M. / 3ª C.P.M.

Instrução de Retorno de Férias

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1. REVÓLVER .38 S&W

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1.1 ApresentaçãoO termo “revólver" indica "revolução”, ou seja, um

movimento de rotação em torno de um eixo. Assim, podemos conceituar revólver como sendo uma arma de fogo curta, dotada de várias câmaras que giram em torno de um eixo, para alinhar a câmara que contém o cartucho a ser disparado com um cano.

O primeiro revólver com características dentro da moderna concepção acima foi construído por Samuel Colt, por volta de 1836. Posteriormente, outros inventores empenharam-se na fabricação de revólveres, destacando-se o inglês Adams, que foi um grande concorrente de Colt.

Inicialmente, os revólveres eram de movimento simples, ou seja, funcionavam somente em ação simples ou ação dupla. Ação

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Samuel Colt

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simples é o engatilhamento manual do cão e ação dupla é quando o engatilhamento do cão se faz pressionando-se a tecla do gatilho.

Posteriormente, os revólveres passaram a ser fabricados de movimento duplo, ou seja, eles funcionavam tanto em ação dupla, quanto em ação simples. Os revólveres modernos são geralmente fabricados em movimento duplo.

A evolução do revólver foi marcada também pelo aperfeiçoamento dos sistemas de carregamento e extração. Foram criados diversos sistemas, tais como: sistema de armação rígida, sistema de armação basculante e sistema de tambor reversível. Este último é o sistema mais adotado atualmente.

O revólver é uma arma muito bem aceita pelas Forças de Segurança do mundo inteiro, devido à sua variedade de calibres, simplicidade, robustez e fácil manutenção.

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1.2 CaracterísticasA PMMG adota diferentes modelos de revólveres no calibre .38, com

capacidade para 5 ou 6 cartuchos, fabricados pelas Forjas Taurus S.A. (Porto Alegre-RS) e pelas indústrias Amadeo Rossi S/A (São Leopoldo-RS).

De um modo geral, os revólveres adotados pela PMMG são muito semelhantes em diversos aspectos, diferindo em alguns pontos, tais como: fabricante, comprimento e espessura do cano, capacidade do tambor, algumas peças do mecanismo interno, mecanismo de segurança, sistema de percussão, etc.

Pelos motivos acima delineados, iremos estudar o revólver genericamente, indicando algumas diferenças.

1.2.1 Designação1.2.1.1 Nomenclatura: Revólver (marca) cal .38... (modelo).1.2.1.2 Indicativo Militar: RV (marca) .38 (modelo) S&W.1.2.2 Classificação1.2.2.1 Quanto ao tipo: de porte.1.2.2.2 Quanto ao emprego: individual.

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1.2.2.3 Quanto à alma do cano: raiada, variando entre número (5 ou 6) e sentido (à direita ou à esquerda) de acordo com o modelo.

1.2.2.4 Quanto ao sistema de carregamento: retrocarga.1.2.2.5 Quanto ao sistema de inflamação: percussão intrínseca central,

podendo ser direta ou indireta, dependendo do modelo.1.2.2.6 Quanto à refrigeração: a ar.1.2.2.7 Quanto à alimentação: manual, possuindo capacidade para 5 ou 6

cartuchos (conforme modelo), podendo ainda utilizar-se o "Spead Load" ou “Jet Load” ( carregadores que permitem introduzir todos os cartuchos no tambor de uma só vez ).

1.2.2.8 Quanto ao sentido de alimentação: de trás para frente.1.2.2.9 Quanto ao funcionamento: de repetição.1.2.2.10 Quanto ao princípio de funcionamento: ação muscular do atirador.1.2.3 Aparelho de pontaria

1.2.3.1 Alça de mira: tipo entalhe, podendo ser regulável ou fixa, dependendo do modelo.

1.2.3.2 Massa de mira: Seção retangular, fixa.

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1.2.4 Dados numéricos: 1.2.4.1 Calibre:.38 S&W. 1.2.4.2 Peso: em média 800 g, dependendo do modelo da arma. 1.2.4.3 Comprimento do cano: o comprimento padrão é de 101,6 mm

(4"), existindo outros modelos variando entre 50,8 mm (2”), 76,2 mm (3”), 127 mm (5”), e 152,4 mm (6”) e

203,2 mm (8”) para tiro ao alvo. 1.2.4.4 Velocidade teórica de tiro: 20 tiros por minuto. 1.2.4.5 Velocidade prática do tiro: de acordo com a habilidade do

atirador. 1.2.4.6 Alcance máximo: 1.400 metros. 1.2.4.7 Alcance útil: 450 metros. 1.2.4.8 Alcance com precisão (de utilização): 75 metros. 1.2.4.9 Alcance prático: 20 metros. 1.2.4.10 Vida da arma: 20.000 tiros.

1.3 Munições utilizadas:

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1.3.1 Munição de manejo: é o cartucho com projétil, mas sem carga ativa. É utilizado para instrução de manejo com o revólver.

1.3.2 Munição de festim: utilizado para treinamento de tiro em pistas alternativas.

1.3.3 Munição recarregada: cartuchos com carga normal e projéteis de chumbo recarregados pelo 4ª Seção, para treinamento.

1.3.4 Munição de lançamento: não possuem o projétil, com carga de projeção específica para lançamento de granadas, adaptando-se o Lançador M-1 ao cano do revólver.

1.3.5 Munição real: cartuchos .38 SPL S&W com projétil ogival, ou semi jaquetado de ponta oca (rollow point) , para emprego operacional.

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RELAÇÃO DAS PEÇAS DO REVÓLVER CAL. .38ITEM DENOMINAÇÃO

Ordem ITEM DENOMINAÇÃO (Peça)1. 01 VARETA DO EXTRATOR2. 02 HASTE CENTRAL (MERGULHADOR)3. 03 MOLA DA HASTE CENTRAL4. 04 EXTRATOR5. 05 TAMBOR6. 06 MOLA DO EXTRATOR COM GOLA (ANEL)7. 07 SUPORTE DO TAMBOR8. 08 PLACA DA CORONHA9. 09 PERCUSSOR (PERCUTOR) COM MOLA10. 10 DEDAL SERRILHADO11. 11 ARMAÇÃO12. 12 CANO

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13. 13 PRESILHA - RETÉM COM MOLA

Ordem ITEM DENOMINAÇÃO (Peça)14. 14 PARAFUSO DO RETÉM DO TAMBOR COM PINO

E MOLARETÉM DO TAMBOR15. 15 MOLA REAL COM HASTE E BUCHA16. 16 FERROLHO COM PINO E MOLA17. 17 CALÇO DE SEGURANÇA18. 18 RODA DENTADA19. 19 IMPULSOR DO GATILHO COM MOLA20. 20 IMPULSOR DO TAMBOR21. 21 PLACA LATERAL22. 22 CÃO23. 23 ALAVANCA DE ARMAR24. 24 GATILHO25. 25 PONTEIRO

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1.4 DesmontagemO revólver não deve ser desmontado pelo usuário e sua manutenção

restringe-se e à limpeza das partes externas e interior do cano e câmara. A desmontagem somente será realizada por pessoal técnico capacitado.

Para desmontar o revólver, Procedemos da seguinte forma:1.4.1 Para retirar o tambor:Retira-se o parafuso-retém do suporte do tambor, comprime-se o dedal

serrilhado para frente e rebate-se o tambor para a esquerda, faz-se a coincidência de um dos rebaixos do tambor com o reforço do consolo, desloca-se o tambor para frente, até que o eixo saia de seu alojamento.

1.4.2 Para desmontar o tamborDesatarraxar a vareta do extrator retirando-a; retira-se a haste central

(mergulhador); retira-se a mola do extrator com gola (anel), e finalmente, retira-se o extrator.

1.4.3 Para retirar as placas da coronhaDesatarraxar o parafuso das placas. Forçar com uma chave de fenda entre

as placas e a armação.

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1.4.4 Para retirar a placa do mecanismo (placa lateral ou tampa)Desatarraxar os parafusos que prendem a placa lateral e levantá-la com

auxílio de uma chave de fenda.1.4.5 Para retirar a haste da mola real e a mola realDesatarraxar o parafuso de regulagem da mola real, que se encontra na

frente da coronha, até o Ponto em que o mesmo deixe de exercer pressão sobre o batente. Observar que alguns modelos não apresentam o parafuso de regulagem. Forçar a haste da mola real para trás e retirá-la de seu alojamento no cão, juntamente com a mola real.

1.4.6 Para retirar o impulsor do gatilho, o gatilho e o cão Com o auxílio de uma chave de fenda, levantar e retirar o impulsor do gatilho e sua mola, protegendo-a com o polegar para que não seja projetada bruscamente para fora da arma.

Alguns modelos têm o impulsor do gatilho do tipo haste com mola. Retirar o gatilho e o impulsor do tambor que sobre ele é montado.Trazer o dedal serrilhado totalmente à retaguarda. Em seguida, girar o cão

para trás, segurando-o pela crista serrilhada e retirá-lo.

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1.4.7 Para retirar o retém do tamborDesatarraxar, inicialmente, o parafuso do retém do tambor que se

encontra na frente do guarda-mato. Retirar do alojamento desse parafuso a mola do retém do tambor, com o respectivo pino. Em seguida, levantar o retém do tambor e retirá-lo. Alguns modelos não têm o parafuso do retém do tambor, uma vez que a mola e o pino se alojam no interior do suporte do tambor.

1.4.8 Para retirar o ferrolho:Desatarraxar, inicialmente, o parafuso do dedal serrilhado e retirá-lo com

o respectivo dedal.Recuar o ferrolho e ao mesmo tempo levantar a sua parte posterior,

tomando cuidado para que o mergulhador e a mola do ferrolho que se acham comprimidos não saltem para fora.

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1.5 Montagem1.5.1 Para montar o ferrolho

Introduzir a mola do ferrolho em seu alojamento. Montar o pino da mola do ferrolho. Introduzir o ferrolho montado em seu alojamento na armação do revólver. Montar o dedal serrilhado.

1.5.2 Para montar o impulsor do gatilho e o gatilhoIntroduzir a mola do impulsor do gatilho em seu alojamento. Encaixar o

gatilho na armação. Com o auxílio de uma chave de fenda, montar o impulsor do gatilho na armação, de forma que o ponteiro se encaixe em seu alojamento.

1.5.3 Para montar o retém do tamborIntroduzir o pino do retém do tambor em seu alojamento na frente do

guarda-mato. Introduzir a mola do retém do tambor logo atrás do respectivo pino. Colocar o parafuso do retém do tambor em seu alojamento, atarraxando-o somente o necessário para que não caia. Encaixar o retém do tambor em seu

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eixo, de forma que o dente anterior do gatilho fique entre os seus dentes, e sua parte anterior pressione o pino do retém do tambor.

1.5.4 Para montar o cãoAcionar o dedal serrilhado para trás para que a parte posterior do ferrolho

libere a passagem do cão; introduzir o cão em seu eixo, de forma que o entalhe da noz do cão (entalhe de engatilhamento) fique entre o dente posterior superior do gatilho e o dente posterior inferior do gatilho, e que a alavanca de armar fique em contato com o dente posterior superior do gatilho.

1.5.5 Para montar a haste da mola real e a mola realMontar a mola real em sua haste. Introduzir a parte da haste que apresenta

um ressalto no batente, comprimir a mola e introduzir a outra extremidade em seu alojamento no cão. Atarraxar o parafuso da regulagem da mola real.

1.5.6 Encaixar o impulsor do tambor em seu alojamento na placa lateral.1.5.7 Encaixar a placa lateral em seu alojamento de forma que o impulsor

do tambor se encaixe perfeitamente no gatilho.1.5.8 Atarraxar os parafusos de fixação da placa lateral.1.5.9 Montar as placas da coronha e atarraxar o parafuso das placas.

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1.5.10 Para montar o tamborMontar o extrator na parte posterior do cilindro do tambor; encaixar a

mola do extrator com gola na parte posterior do cilindro do tambor, de forma que a gola fique à frente da mola do extrator; montar a mola da haste central na seção maior da haste central; encaixar a haste central e sua mola na vareta do extrator, de modo que a parte posterior da haste central fique para fora; encaixar o conjunto haste central, mola da haste central e o extrator no cilindro do tambor, e rosquear para a esquerda a vareta do extrator no extrator; encaixar o suporte do tambor na vareta do extrator; encaixar todo o conjunto através do eixo do suporte do tambor, em seu alojamento na armação e rebater o tambor; atarraxar o parafuso retém do suporte do tambor. Este é também um dos parafusos de fixação da placa lateral, porém, podemos identifica-lo porque situa-se na parte frontal da placa, próximo do guarda mato.

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1.6 FuncionamentoO estudo do funcionamento do revólver resume-se em se estudar os sistemas

de engatilhamento da arma:1.6.1 Ação simplesNeste caso, o atirador, empunhando a arma, com o polegar da mão contrária

à que empunha a arma, agirá sobre a crista serrilhada do cão e fará com que o mesmo gire para trás.

Quando o cão recua, a mola real é comprimida, uma vez que a haste da mola real se acha solidária com o cão. Simultaneamente, a noz do cão levanta o dente posterior superior do gatilho e, consequentemente o dente anterior do gatilho se abaixará, agindo sobre o retém do tambor, que também se abaixará, liberando o tambor. O impulsor do tambor que faz sistema com o gatilho eleva-se, agindo sobre a cremalheira, impulsionando o tambor, imprimindo-lhe um movimento de rotação. Após o tambor ter girado o suficiente para alinhar a câmara que contém o cartucho a ser disparado com o cano, o dente anterior do gatilho libera o retém do tambor, e este, volta a se introduzir em seu alojamento no tambor, acionado por seu pino e mola, de forma a reter novamente o tambor.

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Nesta ocasião, o dente posterior superior do gatilho engranza-se na noz do cão através do entalhe de engatilhamento ali existente, mantendo o cão à retaguarda.

Quando o atirador aciona a tecla do gatilho, o dente posterior superior do gatilho faz com que o cão vá um pouco mais à retaguarda, até que o engranzamento entre o entalhe de engatilhamento e o dente posterior do gatilho se desfaça, liberando o cão que irá à frente por ação da mola real, levando consigo o percussor (no caso de percussão direta). O percussor, aflorando em seu orifício de passagem, irá ferir a espoleta provocando o disparo.

1.6.2 Ação duplaAo acionar a tecla do gatilho, o dente posterior superior do gatilho agirá

sobre a alavanca de armar, obrigando o cão a recuar. O dente anterior do gatilho agirá sobre o retém do tambor da mesma forma que no sistema de ação simples, agindo também, da mesma forma do caso anterior, o impulsor do tambor. A ação contínua do atirador, sobre a tecla do gatilho, fará com que o dente posterior superior do gatilho deixe de agir sobre a alavanca de armar,

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transferindo a função de continuar o recuo do cão para o dente posterior inferior do gatilho que se engranzara no entalhe de engatilhamento. Continuando o acionamento da tecla do gatilho, haverá um momento em que o dente posterior inferior do gatilho deixará de agir sobre o entalhe do engatilhamento, liberando o cão. 0 cão irá à frente por ação da mola real e a percussão se processará como no caso anterior. Após o disparo, o atirador solta a tecla do gatilho. Ao soltar a tecla do gatilho, o impulsor do gatilho, por ação da mola do seu impulsor que se achava comprimida, volta a sua posição de repouso, bem como o gatilho e o cão.

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1.7 Mecanismo de segurançaDevido à particularidade do revólver estar sempre em condições de disparo,

bastando apenas que a arma esteja carregada e que o atirador acione a tecla do gatilho, diversos mecanismos de segurança foram inventados pelos fabricantes, para evitar os indesejáveis disparos acidentais.

Os primeiros revólveres praticamente não dispunham de nenhum dispositivo de segurança.

Alguns apresentavam o percursor fixo e o cão não recuava à sua posição de repouso, ficando constantemente em contato com a espoleta, o que aumentava a possibilidade de um disparo acidental à qualquer pancada sobre o cão. Outros tinham o tambor completamente livre, ficando preso pelo retém somente no momento do disparo.

Alguns fabricantes acrescentaram às armas "travas de segurança” manuais, as quais tinham a função de bloquear o cão ou prender o tambor. Estas travas tornaram-se obsoletas com o desenvolvimento de outros mecanismos de segurança, denominados "calços de segurança”.

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A diferença entre a trava de segurança e o calço de segurança consiste basicamente em que o primeiro bloqueia o mecanismo interno da arma no seu todo ou em parte, e o segundo apenas evita o disparo em determinada situação.

O revólver, para ser disparado, necessariamente tem que ter um cartucho na câmara, a tecla do gatilho tem que ser acionada e o cão tem que ir à frente pela ação da mola real de modo a permitir que o percursor aflore o seu orifício de passagem ferindo a espoleta. Baseando-se no Princípio de que a principal peça do mecanismo do revólver é o gatilho, os fabricantes desenvolveram alguns tipos de mecanismos de segurança ligados a esta peça, que estudaremos a seguir.

1.7.1 Impulsor do gatilho com ressalto e calço de segurança na placa lateralComo já foi dito anteriormente, a principal peça do mecanismo interno do

revólver é o gatilho, portanto, estes mecanismos de segurança somente atuam quando a tecla do gatilho NÃO É ACIONADA.

Neste modelo, o impulsor do gatilho apresenta um ressalto de segurança em sua parte superior.

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Este ressalto de segurança trabalha sobre outro existente na noz do cão. A finalidade destes ressaltos de segurança é de impedir que o cão avance quando a tecla do gatilho não é acionada, evitando-se a percussão, mediante seu recuo. Assim, quando liberamos a tecla do gatilho, o impulsor do gatilho vai à frente de forma que seu ressalto de segurança irá se chocar com o existente na noz do cão, trazendo-o à retaguarda em sua posição de repouso.

O outro dispositivo de segurança deste modelo consiste em um calço de segurança que fica alojado na placa lateral e é acionado pelo impulsor do tambor. Quando a tecla do gatilho é que o dente do calço de segurança da placa lateral se sobressai, interpondo-se entre o cão e o batente da armação próximo ao orifício de passagem do percussor, evitando-se o disparo.

É importante lembrar que quando a arma se encontra em repouso, estes mecanismos de segurança estarão sempre atuando para evitar um disparo acidental, entretanto, devemos lembrar também que eles somente funcionarão se as peças estiverem em perfeito estado de conservação e o atirador não acionar a tecla do gatilho.

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1.7.2 Impulsor do gatilho com ressalto de segurança e calço de segurança acoplado ao gatilho.

Neste modelo, o impulsor do gatilho e o cão possuem um ressalto de segurança como no caso anterior. A diferença reside no fato de que o calço de segurança não mais trabalha na placa lateral, mas sobre o gatilho, por ser ele a peça importante do mecanismo interno do revólver.

Inicialmente , este calço de segurança era acoplado no impulsor do gatilho, mas posteriormente foi acoplado ao gatilho. Alguns modelos apresentam o calço de segurança sendo acionado por uma roda dentada sobre o gatilho, e, em outros, o calço de segurança trabalha encaixado diretamente sobre o gatilho.

Outros revólveres que possuem o calço de segurança acoplado na parte anterior do gatilho e têm percussão direta, permitem a percussão no momento em que o calço de segurança desce, e bloqueia o movimento do cão quando a tecla do gatilho é liberada e o calço de segurança, sobe, Interpondo-se ao cão, evitando, assim, um disparo acidental.

Como pudemos verificar, existem diferentes variações na atuação dos modernos mecanismos de segurança dos revólveres, que variam de acordo com

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a posição do calço de segurança no gatilho, o tipo de percussão e ainda, no desenho do cão.

1.7.3 Impulsor do gatilho tipo haste com mola e calço de segurança acoplado ao gatilho

Neste caso, suprimiu-se um mecanismo de segurança da arma, uma vez que nem o impulsor do gatilho e nem o cão apresentam ressaltos de segurança. 0 calço de segurança trabalha sobre o gatilho. podendo apresentar-se em diversas variações como no caso anterior, dependendo de sua posição no gatilho, do desenho do cão e o tipo de percussão da arma.

Estes revólveres, o calço de segurança é impulsionado para cima ao acionarmos a tecla do gatilho. Quando o calço sobe, ele se antepõe ao cão, permitindo que uma seção reta do cão se choque contra o calço de segurança, transmitindo este movimento ao percursor, provocando-se o disparo. Logicamente, estamos nos referindo a um revólver de percussão indireta.

Quando liberamos a tecla do gatilho, o calço de segurança desce, de forma que quando o cão vai à frente, sua parte superior se choca contra o batente da armação, evitando o disparo.

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1.7.4 ConclusãoFace aos diversos tipos de mecanismos de segurança apresentados, podemos

concluir que:1.7.4.1 O primeiro tipo (impulsor do gatilho com ressalto de segurança e

calço de segurança na placa Iateral) é confiável, mas devemos estar sempre atentos às condições das peças atuantes, uma vez que os desgastes decorrentes do uso normal da arma podem comprometer seu perfeito funcionamento. O dente do calço de segurança que bloqueia a cão é pequeno e, portanto, susceptível de desgastes prematuros.

1.7.4.2 O segundo tipo (impulsor do gatilho com ressalto de segurança e calço de segurança acoplado ao gatilho) é o mais confiável de todos os mecanismos apresentados, uma vez que, além dos ressaltos citados, as peças responsáveis pela segurança não se atritam, mas se chocam em seções robustas, dando confiabilidade aos mecanismos.

1.7.4.3 O terceiro tipo suprimiu os ressaltos de segurança do impulsor do gatilho e do cão, atuando como segurança apenas o calço. É confiável, porém,

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mecanismos de segurança nunca são demais em uma arma de fogo, motivo pelo qual o segundo tipo mostra-se mais confiável.

1.7.4.4 Torna-se imperioso ressaltar que apesar de sabermos da existência de mecanismos de segurança em revólveres, NUNCA DEVEMOS NEGLIGENCIAR SUA APLICAÇÃO, uma vez que as peças são susceptíveis de desgastes e quebra, principalmente as armas orgânicas, empenhadas diuturnamente, e que a segurança maior reside em NÃO ACIONAR A TECLA DO GATILHO INADIVERTIDAMENTE.

1.8 Manejo1.8.1 Municiar e AlimentarEmpunhando o revólver com a mão direita, levar o dedal serrilhado à frente,

usando o polegar da mesma mão. A operação fará com que a extremidade anterior do ferrolho atue sobre a haste central, que por sua vez, empurra a presilha-retém localizada no cano liberando o tambor.

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Com os dedos anular e médio da mão esquerda, empurrar o tambor à esquerda, rebatendo-o. Estes dedos deverão segurar o tambor durante a alimentação, e a arma deverá estar apontada para baixo, ou voltada para um caixão de areia. Os dedos mínimo e indicador da mão esquerda deverão segurar a arma próximo ao cão e ao cano respectivamente.

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Em seguida, introduzir os cartuchos nas câmaras com a mão direita, girando o tambor com os dedos anular, médio e polegar da mão esquerda. O municiamento do revólver se dá como uma exceção à regra, uma vez que o revólver não dispõem de carregador, e sim, de câmaras giratórias (tambor), que serve como tal. Portanto, o municiamento do revólver, ocorre enquanto se coloca os cartuchos desejados no tambor e, ao se encerrar tal operação, ou seja, após a colocação do último cartucho que se deseja colocar no tambor, ocorre-se a alimentação.

1.8.2 CarregamentoTerminada a alimentação, desloque suavemente o tambor para dentro da

armação com a mão esquerda, empunhando o revólver com a mão direita. Neste momento, a haste central, por ação de sua mola, agirá sobre a extremidade anterior do ferrolho, fazendo-o recuar, liberando a passagem da parte posterior

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do cão. Simultaneamente, a presilha-retém alojar-se-á na vareta do extrator, completando-se o fechamento do tambor na armação.

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1.8.4 DisparoNo tiro de ação dupla, consiste na ação continuada do dedo indicador sobre a

tecla do gatilho, e na ação simples basta acioná-lo suavemente.

1.8.5 Extração e ejeção

Procede-se inicialmente como se fosse alimentar a arma. Tendo rebatido o tambor e segurado a arma da maneira correta, com o polegar esquerdo, pressiona-se a vareta do extrator, colocando-se a mão direita abaixo do tambor para aparar os cartuchos extraídos e ejetados.

1.8.6 Para desengatilhar em ação simplesUma vez engatilhado, o revólver já se encontra em condições de disparo,

porque a câmara que contém o cartucho a ser disparado está rigorosamente

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alinhada com o cano. Portanto, o desengatilhamento é uma operação delicada, devendo ser cercada das cautelas a seguir:

1.8.6.1 Apontar a arma para um local seguro;1.8.6.2 Com o polegar da mão contrária à que está empunhando a arma,

segurar o cão à retaguarda pela sua crista serrilhada;1.8.6.3 Com o dedo indicador, acionar a tecla do gatilho apenas o suficiente

para liberar o cão;1.8.6.4 Retirar o dedo indicador da tecla do gatilho;1.8.6.5 Levar o cão suavemente à frente até sua posição de repouso com o

polegar.

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1.9. Inspeção preliminarAo receber ou passar o revólver para alguém, fazê-lo com a arma aberta

verificando se ela está carregada. Em seguida, verifique a arma externamente, observando- se:

1.9.1 Limpeza das partes externas, bem como presença de resíduos ou objetos que estejam obstruindo o cano e as câmaras;

1.9.2 Inexistência ou mal atarraxamento de parafusos, com atenção especial para o dedal serrilhado, parafuso-retém do suporte do tambor, parafuso do retém do tambor e vareta do extrator;

1.9.3 Engatilhamento na ação simples e na ação dupla;1.9.4 Retenção do tambor, quando a arma estiver em repouso ou engatilhada.

Nestas situações, se o tambor girar livremente, indica que o retém do tambor está com algum defeito;

1.9.5 Estado do percussor, verificando se este não está quebrado ou apresenta rebarbas;

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1.9.6 Perfeita fixação das placas da coronha;1.9.7 Aspectos de segurança;1.9.7.1Com o revólver descarregado e o tambor fechado, engatilhar o cão.

Mantendo o cão atrás pelo dedo polegar, acionar a tecla do gatilho somente o suficiente para provocar o desengatilhamento. Verificado o desengatilhamento, retirar o dedo da tecla do gatilho e levar o cão suavemente até metade de seu percurso pelo polegar. Em seguida, solta-se o cão, deixando-o avançar. Se o percussor aflorar o seu orifício de passagem, o cão, o impulsor do gatilho ou o calço de segurança, estão defeituosos.

1.9.7.2Engatilhar a arma e desengatilhá-la, conduzindo o cão à frente com o polegar, mantendo a tecla do gatilho pressionada. Observar se o percurssor aflora o seu orifício de passagem.

Se isto não ocorrer significa que o sistema de percussão está com defeito em alguma peça. Ao liberar o gatilho e o cão, o percussor deverá retrair-se imediatamente.

1.10 Emprego operacionalArmamento Convencional Página 36

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O revólver é uma arma largamente utilizada no serviço operacional, sofrendo restrição apenas para alguns tipos de policiamento, tais como: eventos esportivos, shows, Operações de choque, etc.

O militar somente deverá sacar o seu revólver nos casos de legítima defesa e perigo iminente, tais como: ocorrência envolvendo marginais armados, incursões em locais perigosos e cobertura a ação de um companheiro.

São procedimentos proibidos ao militar: executar disparos de intimidação, retirar sua arma do coldre para exibi-la ou brincar, ameaçar sacáQla com gestos ou palavras por pretextos fúteis, atirar em delinquentes ou suspeitos em fuga e efetuar disparos ou engajar-se em troca de tiros em locais de grande fluxo de pessoas.

Durante o policiamento, cuidados especiais devem ser observados pelo militar, quais sejam: somente engatilhar a arma ou colocar o dedo na tecla do gatilho quando tiver certeza que vai disparar; fora desta situação, o dedo indicador deverá ficar distendido na armação; nunca apontar a arma para alvo que não queira atingir; evitar transpor obstáculos empunhando a arma, jamais

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tocar no cão ou na tecla do gatilho estando a arma no coldre e sempre sacá-la sem levar o dedo na tecla do gatilho.

Em qualquer circunstância, o militar sempre deverá tratar o revólver como se estivesse carregado

e pronto para o disparo; antes de uma limpeza verifique se o mesmo está descarregado

e nunca puxe uma arma em sua direção pelo cano.1.11 Condução da arma O militar deverá conduzir o revólver em seu coldre,

preso pelo cordão regulamentar que também serve para prender o apito. Atenção especial deverá ser dispensada à Presilha do coldre que deverá fixar firmemente a arma. Estando o revólver no coldre, este não deverá servir de apoio para a mão do policial, e tampouco ele deverá ficar brincando com a presilha que rapidamente perderá sua pressão, ficando relaxada.

Quando estiver de serviço em trajes civis, o militar conduzirá o revólver em coldres que permitem uma eficiente ocultação, sem prejudicar demasiadamente seus movimentos. Recomenda-se, nestes casos, utilizar revólveres de pequenas dimensões, em coldres adequados.

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No transporte de várias armas em viaturas, estas deverão estar devidamente acondicionadas em cunhetes, de forma a evitar pancadas que possam danificar suas peças, especialmente as do aparelho de pontaria.

Quando o militar tiver que conduzir o revólver em uma das mãos, no interior dos quartéis ou nos estandes, sempre deixá-lo descarregado, com o tambor rebatido à esquerda e segurando-o firmemente pela ponte de armação.

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1.12 Incidentes de tiro mais comuns

INCIDENTES CAUSAS CORREÇÕES

NEGA 1. Munição defeituosa2. Ponta do percussor quebrada3. Rebarba na ponta do percussor4. Orifício de passagem do percussor obturado

1. Substituir a munição2. Substituir o percussor3. Retirar a rebarba4. Desobturar o orifício da passagem do percussor

Não engatilha por nenhum processo.

1. Dente posterior sup. do gatilho quebrado2. Dente anterior quebrado3. Mergulhador com ponta gasta

1. Substituir o gatilho2. Substituir o gatilho3. Substituir o mergulhador

Não engatilha naação simples

1. Entalhe da noz gasta2. Dente superior posterior

1. Substituir o cão2. Substituir o gatilho

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gasto

Não engatilha naação dupla

1. Alavanca de armar quebrada2. Dente posterior inferior quebrado(o engatilhamento não será completo)

1. Substituir a alavanca de armar2. Substituir o gatilho

Ñ desengatilha Mola do cão quebrada ou solta Substituir a mola do cãoApresentaçãodefeituosa

1. Retém do tambor gasto ou quebrado2. Orifício onde se aloja o retém dotambor obturado

1. Substituir o retém do tambor2. Desobturar o orifício onde sealoja o retém do tambor

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Page 43: Armamento Covencional Revólver

O tambor 1. Dente do impulsor do tambor quebradoou gasto2. Dente da cremalheira gasto3. Haste guia não está atarraxada

1. Substituir o impulsor do tambor2. Substituir o extrator3. Atarraxá-la

Arma não extrai 1. Corpo estranho no alojamento docartucho2. Cartucho defeituoso

1. Remover o corpo estranho2. Substituir o cartucho

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