Aroma Mirantes ed. 01
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Transcript of Aroma Mirantes ed. 01
Serra acima, rumo aoS vinhedoS
Acarajé no Sul da Ilha
edição 01 - juLho/13
carta ao leitor
A Aroma Mirantes, como sugere o
nome e reforça a capa, é uma revista do
Mirantes Restaurante, mas é acima de
tudo uma publicação de Florianópolis e
de Santa Catarina.
Criada por seis irmãos manezinhos, a
rede Mirantes nasceu há mais de 20 anos,
e hoje conta com 14 unidades na Grande
Florianópolis. Crescemos junto com a
cidade. Em 1989, quando abrimos a primeira
unidade no Mirante do Morro da Cruz – é
daí que vem o nome – a Ilha era bem
diferente do que é hoje.
Nesses anos todos, vimos a inauguração
da ponte Pedro Ivo, a urbanização de áreas
antes pouco ocupadas e o crescimento
exponencial da fama de Florianópolis
no país inteiro.
Vimos também a cidade de duas décadas
atrás dar lugar ao que é comum em outras
localidades: a paisagem de concreto, as
buzinas, o acelerador no fundo. Motivo para
lástimas? Não cremos.
Entendemos que não se deve lutar contra
a maré. O esforço está, sim, em entender
quem somos e buscar nossa identidade,
tanto pelo resgate e manutenção das raízes
quanto pela consolidação do que vem de
fora para somar.
Esta revista busca estreitar o
relacionamento com o público frequentador
do restaurante, mas também busca mais.
Queremos preencher uma lacuna editorial
em nossa região, falando de gastronomia
e outras dimensões da sociedade, como
cultura, educação, bem estar e alimentação.
Queremos ser, acima de tudo, uma
publicação sobre pessoas e ações positivas,
refletindo Florianópolis e quem aqui mora:
um povo entusiasta da qualidade de vida,
dos hábitos saudáveis, da tecnologia, dos
esportes, da cultura do que é bom e faz bem.
Nessa panela com os mais diversos
temperos e ingredientes, queremos
encontrar o equilíbrio entre os sabores,
para que o resultado seja sutil como as
paisagens da nossa Ilha e estimulante
como o progresso. Uma boa leitura!
Um abraço,
Família mirantes
Consolidando a identidade
DIRETOR GERAL
Thiago Steiner
DIRETOR DE CRIAÇÃO
Bruno Boesche (Cohoo)
DIAGRAMAÇÃO
Estúdio Lobotomáticos
EDITORA CHEFE
Rosielle Machado
REPORTAGEM
Lucas Pasqual
Pollyanna Niehues
Rosielle Machado
COLABORADORES
Isabella David
Ivana Henn
Joi Cletison
Maria Lúcia Gusmão
Thiago Momm
FOTOGRAFIA
Giovanni Bello
FOTO DE CAPA
Thiago Guedert
COMERCIAL
comercial@
revistanaipe.com
IMPRESSÃO
Coan
TIRAGEM
6 mil exemplares
A Aroma Mirantes é uma publicação
da rede de restaurantes Mirantes,
distribuída gratuitamente e
produzida pela Editora Naipe, em
parceria com a Cohoo.
Baixe o aplicativo da Aroma Mirantes
na Apple Store e no Google Play
cozinha
No último ano, um detalhe tem chamado a
atenção de quem frequenta os restaurantes
Mirantes: os informativos em cima das mesas.
Com dicas de nutrição, bem-estar e
responsabilidade social, os textos fazem parte
do “Projeto Mirantes: promovendo Saúde &
Longevidade e um Mundo Sustentável”.
A iniciativa só foi possível graças à parceria entre
o restaurante e a médica nutróloga Isabela David,
responsável pela Insight Assessoria e Consultoria
em Nutrologia. Além de realizar palestras e
eventos, é ela quem produz todo o material. A
meta é reforçar a dedicação do Mirantes com o
bem-estar de seus clientes.
Segundo Dra. Isabela, é importante divulgar
alimentos e nutrientes recomendados para manter
a saúde e reduzir o risco de doenças. “Muitas
pessoas se surpreendem porque nunca viram um
restaurante contratar médicos para dar assistência
e informações nutrológicas”, comenta ela, que
considera esse o ponto mais inovador do projeto.
“O importante é envelhecer com qualidade.
A nossa missão é disponibilizar informações
referenciadas pela literatura científica”, explica a
médica. Ela ainda recorre a um famoso provérbio
para definir a essência da proposta: “Não basta
acrescentar anos à vida, e sim dar vida aos anos”.
O projeto é mais uma iniciativa pioneira do
Mirantes, que há duas décadas acompanha o
dia a dia de quem vive na ilha. A empresa se
mostra preocupada em ajudar os clientes a fazer
escolhas alimentares saudáveis e colaborar com a
sustentabilidade do planeta.
Seu restaurante com algo mais“Projeto Mirantes” traz dicas de nutrição Para Melhorar beM-estar de clientes
Hortas de apê Plante, cultive e colha verdes na sacada de casa
Com dendê, com afeto Baiana serve acarajé na própria residência, em Florianópolis
Tempo de Pinhão Conheça a versatilidade da semente típica do Sul
o casal do Ceasa Há mais de 40 anos, Longino e Marta vendem hortaliças nas madrugadas
Quanto mais cru melhor Alimentação viva baseia-se em vegetais para melhor bem-estar
16 18 20 2230
16
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cardápio
30
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+aperitivos
editorial Fotográfico
receitas
Almoço sob medida Combine alimentos no prato e tenha uma refeição mais saudável
SerrA AcImA, rumo AoS vInhedoS
Um roteiro de quatro dias por vinícolas catarinenses
Folclore à mesa Projeto leva arte ilhoa aos restaurantes Mirantes
ShoPPinG de SonhoS Site reúne voluntários para ajudar pessoas carentes
Quem é do mar não enjoa Os 117 anos da banda do Ribeirão da Ilha
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46
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32
85460
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5048 54
cardápio
aperitivo
Gosto de quê?Frequentadores de restaurantes Mirantes contaM quais aliMentos trazeM MeMórias esPeciais
“minha mãe, de quem tenho muito orgulho, é descendente de árabes e sempre fez quibe. Foi com ela que aprendi a receita que uso até hoje.”
Conceição Mussi Maia, comerciante e cliente
Mirantes há mais de uma década. Sua mãe
Adélia, de 97 anos, é quase patrimônio do
centro da cidade: começou a trabalhar no
comércio de Florianópolis na adolescência
e até hoje não passa um dia sem ir à loja de
bolsas que tem há 60 anos na Rua Deodoro.
“Gosto muito de doces, e no início do casamento minha esposa dalcira sempre
fazia doce de leite. Somos casados há 37 anos. o doce dela é excelente, de comer puro.”
Carlos Alberto de Souza,
funcionário público e cliente Mirantes há 15 anos
8
“Quando eu era criança, lembro que minha tia hilda, típica alemã, visitava minha casa e fazia uma espécie de sonho sem recheio que eu chamava carinhosamente de ‘nozinho’. mesmo sendo uma receita simples, o diferencial era o carinho e amor que ela acrescentava.”
Denise Machado Pacheco, publicitária e
cliente Mirantes há 10 anos
“Batata frita é uma coisa que me lembra da infância. eu sempre comia, em casa ou na rua.
É uma comida que até hoje eu adoro.”
Suzana Leonetti, funcionária pública e
cliente Mirantes há 13 anos
“Para mim, o prato mais especial é a carne. alguém já viu peixe puxar carroça? o boi é que puxa.”
Telmo Vaz Pereira, artista
plástico e cliente Mirantes
há dois anos
“meu pai é português, por isso bacalhau é um prato que me lembra muito da
minha infância.”
Naíla Dubiel, bibliotecária e
cliente Mirantes há 10 anos
9
1 - AventurAs gAstronômicAsA catarinense Flora Refosco vive no caos de São
Paulo, mas encontra tempo para atualizar o É o que
tem pra hoje (ehoquetemprahoje.blogspot.com.br).
No blog, ela compartilha receitas variadas, de queijo
fresco a sopa de tomate, e ainda dá dicas valiosas
sobre como lavar panelas e espantar aquelas
mosquinhas que insistem em sobrevoar as frutas.
2 - BAcAlhAu, orA poisA premissa do site português 1001 Receitas
(1001receitas.com) é interessante: mil e uma
formas diferentes de se preparar a maior iguaria
lusitana, o bacalhau. Até agora o site oferece 364
receitas – o que já é suficiente para experimentar
um prato novo a cada dia, durante um ano. Há ainda
dicas de pratos com arroz e saladas. Tudo, claro,
acompanhado de bacalhau.
PAnelA viRtuAl
cinco sites de culinária que valeM o clique
3 - chá dA tArdeO blog da jornalista Hanny
Guimarães, Rota do Chá
(rotadocha.com.br), traz receitas de
chás e quitutes para acompanhar o
lanche da tarde, ou “chá das cinco”.
Há ainda ensaios fotográficos,
dicas de restaurantes, avaliação de
produtos e promoções.
FLO
RA
REF
OSC
O
FLO
RA
REF
OSC
O
4 - culináriA com design Em inglês, o the Kitchn (thekitchn.com) vale a visita.
Dedicado à culinária e ao design de cozinhas, o blog recebe
mais de quatro milhões de leitores por mês. São cerca de
20 artigos diários com receitas, resenhas de utensílios e
conselhos para deixar sua cozinha mais bonita.
5 - lugAr de homem é nA cozinhACriado pelo blogueiro Ricardo Cobra em 2006, o homem na
Cozinha (homemnacozinha.com) pretende ser “uma extensão
do caderno de receitas do autor”. O enfoque inicial era dar
dicas para os homens seduzirem o sexo oposto pelo paladar.
Com o crescimento da audiência feminina, o site passou a
se dedicar ao compartilhamento de receitas e experiências
gastronômicas em geral.
Catarinense Flora Refosco compartilha experiências culinárias no blog É o que tem pra hoje
aperitivoFE
LIPE
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FLO
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OSC
O
11
SentadoO sedentarismo causa mais danos
à saúde que o cigarro. Foi o que
concluíram pesquisadores da
Universidade de Queensland, na
Austrália, no final do ano passado.
A pesquisa aponta que a cada hora
sentada uma pessoa tem sua expectativa
de vida reduzida em 21 minutos, dez
a mais que fumar um cigarro.
A professora do curso de Fisioterapia
da Universidade do Estado de Santa
Catarina (Udesc) Alessandra Martin
confirma que a posição sentada pode
comprometer a coluna vertebral.
“Quando se permanece sentado por
muito tempo, os músculos modificam
seu estado de tensão, as vértebras
são comprimidas e todo o corpo sofre
compensações.” A má postura, explica
Alessandra, pode afetar a maneira
como alguém caminha, aumentando
o esforço sobre quadris, joelhos,
tornozelos e pés.
tRABAlhAR SentAdo ou eM PÉ?segundo esPecialistas, neM uM neM outro. Passar Muito teMPo na MesMa Posição Pode causar hiPertensão, ProbleMas Musculares e dores na coluna
12
em péTrabalhar três horas em pé
por dia pode resultar na perda
de até 3,6 kg por ano, de acordo
com John Buckley, pesquisador
da Universidade de Chester,
na Inglaterra. O argumento
é que deixar de trabalhar
exclusivamente sentado melhora
a circulação e ajuda a combater
a obesidade.
A solução, porém, não é
permanecer em pé durante
longos períodos. Segundo o
fisioterapeuta Marcelo Reis
Cezar, que atua nas áreas de
ergonomia, RPG e pilates, quem
trabalha em pé por tempo
prolongado pode desenvolver
hipertensão. “Esta posição
tem mais gasto energético,
aumentando o esforço cardíaco
para levar o sangue até as
extremidades do corpo.”
mexa-se
• Caminhe pelo local de trabalho a cada hora
• Estique as pernas, gire os pés para os
dois lados, alongue braços e pescoço
• Dispense o elevador e use as escadas
• Tenha uma bola de tênis por perto para
massagear pés, pernas, costas, braços e pescoço
• Levante e converse pessoalmente
com um colega ao invés de telefonar
• Invista na qualidade de vida.
o corpo vai responder
melhor se você se mantiver
hidratado, sem stress e com uma
alimentação saudável
13
aperitivo
aperitivo
nutraBem
Para quem quer perder peso ou apenas
manter uma alimentação saudável,
qualquer incentivo é sempre bem vindo.
O aplicativo NutraBem não substitui o
acompanhamento de profissionais da
saúde, mas serve como estímulo para quem
quer controlar a dieta.
Descrito como “o primeiro aplicativo
elaborado para os hábitos alimentares dos
brasileiros”, ele mantém um registro diário
de cada refeição. Além disso, aponta as
calorias consumidas versus recomendadas
e permite simular combinações de
alimentos antes do consumo, orientando
as decisões. Há ainda informações sobre
grupos alimentares com equivalência
nutricional e dicas de nutricionistas sobre
escolhas saudáveis.
Autocontrole na tela aPlicativos de celular serveM
coMo eMPurrãozinho Para vida Mais saudável
haBitForGe
Quanto tempo você leva para se apegar a
um novo hábito ou perder um vício? Vinte
e um dias, de acordo com o HabitForge
(habitforge.com). O aplicativo garante que,
após esse período, é possível deixar de comer
determinado alimento ou começar a praticar
exercícios com regularidade.
A ferramenta, em inglês, é simples de usar:
primeiro, você escolhe o hábito que pretende
abandonar ou adotar. Depois, começa a receber
e-mails diários questionando se alcançou as
metas do dia.
É possível conhecer pessoas com objetivos
semelhantes e compartilhar cada progresso.
Outra possibilidade é apostar com um amigo:
caso não cumpra a meta, você pagará um
valor preestabelecido a ele ou a alguma
organização de caridade.
O café expresso tem conquistado espaço em casas
e escritórios por ser mais consistente e preservar
o aroma e o sabor do grão por mais tempo. A
Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic)
estima que atualmente existam 850 mil máquinas
em lares brasileiros, número que tende a aumentar.
Fáceis de operar, as máquinas automáticas são
recomendadas para se ter em casa. Além de serem
mais práticas e rápidas que as profissionais, elas
permitem o uso de uma variedade maior de tipos de
café: em sachê, cápsulas, pó ou grãos.
Sem filtro
coM PoPularização das Máquinas de exPresso, caFé ganha novo sabor
Nestlé Dolce Gusto Melody IIProduz: café expresso, com leite, cappuccino e chocolate quentePressão: 15 barCafé em cápsulasCapacidade: 1 xícaraPreço: R$ 349,99
Nespresso Essenza C101Produz: café expressoPressão: 19 barCafé em cápsulasCapacidade: 1 xícaraPreço: R$ 495,00
Philips Senseo HD7811Produz: café expressoPressão: 15 barCafé em sachêCapacidade: 2 xícarasPreço: R$ 299,00
aperitivo
O barista Philipe Glazer garante que o
ideal é optar por um equipamento que
utilize café em grãos, por ter qualidade
superior ao pó e ser mais barato que
sachês e cápsulas. Segundo Glazer, investir
na qualidade do grão é o segredo para
conseguir um sabor semelhante ao dos
cafés feitos em máquinas profissionais.
“Também é importante que a água esteja
na temperatura ideal, 90°C, e que a pressão
de 9 bar seja alcançada.”
15
Em certas regiões de Florianópolis onde
poucas casas teimam em persistir, torna-
se cada vez mais incomum ver terra. Há
asfalto, calçada, concreto, quem sabe até
um ou outro gramado. Terra mesmo é
raridade. Mas enquanto perde espaço lá
embaixo, um pouco mais no alto o solo
natural conquista metros quadrados:
nas áreas urbanas, é em sacadas de
apartamentos que o cultivo de hortaliças e
temperos ganha maior número de adeptos.
Além de sustentável, trocar o mouse
do computador pela pá de jardinagem é
hortaS de aPêcoMa o que você MesMo Plantou: eM Pequenos esPaços, é Possível cultivar teMPeros e outros verdes
também uma maneira de cultivar
um novo hobby. Com a professora de
artesanato Bernadete Pereira Pacheco
foi assim. “Mais do que comer, gosto de
ver o desenvolvimento das plantas”,
conta ela, que já colheu até grão de
bico no décimo primeiro andar do
prédio onde mora, em São José.
Dentro de oito vasos, Bernadete tem
tomate cereja, boldo, hortelã, cebolinha,
salsinha e um estimado pé de physalis que
volta e meia dá frutos. “Aqui é só pedra. Se a
gente planta algo, dá um ar de chão”, sorri.
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GIO
VAN
NI B
ELLO
Desde a época em que morava em casa, ela
já era mais de horta que de flor. Quando
se mudou para apartamento, há dez anos,
quis levar algum verde para o novo lar – e,
de quebra, orgânicos para a mesa. “O cheiro
e o gosto são totalmente diferentes das
coisas compradas no supermercado.”
Há quem diga que as hortas urbanas
representam uma revolução no sistema
alimentar, por fecharem um ciclo: as
sobras de comida adubam as hortaliças, e
as hortaliças viram comida. Em São Paulo,
recentemente um shopping utilizou quase
um hectare no telhado para o cultivo de
verduras, misturando à terra os restos de
alimentos da praça de alimentação. Em
outras capitais, como Salvador, Curitiba e
João Pessoa, grupos de pessoas organizam
mutirões e fazem pequenas colheitas em
terrenos públicos.
Em Florianópolis, existem projetos
sociais de plantio coletivo em comunidades
carentes, mas fora isso a tendência
das hortas urbanas ainda se restringe
principalmente às residências. Na opinião
da arquiteta e paisagista Bárbara Godeny,
tornou-se moda ter hortaliças, temperos,
chás e até árvores frutíferas na sacada.
“Antigamente isso ficava escondido lá
na lavanderia. Hoje você faz não só pela
função, mas também pela estética”, aponta
a arquiteta. Ela observa que mesmo quem
não tem experiência com plantas costuma
se sair bem após algumas instruções e um
pouco de dedicação.
A professora de Jornalismo da
Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC) Maria José Baldessar reserva de 20
minutos a uma hora por dia para regar,
verificar as folhas e, nos fins de semana,
afofar a terra. Em uma sacada de 3 m²,
ela planta tomilho, alfavaca, alecrim,
manjericão, tomate cereja e pimentas. “É
mais prazeroso do que lucrativo”, constata,
e garante que, para ter bons resultados, é
preciso zelo: “A horta, como tudo, depende
do seu cuidado”. (Rosielle Machado)
• decida o que plantar: os verdes mais
indicados são cebolinha, salsinha, tomilho,
orégano, manjericão, rúcula, repolho, alface,
alecrim e louro.
• escolha o local da casa: para crescerem
bem, as plantas precisam de quatro horas de
sol por dia. Atenção: se você tem animais de
estimação, coloque sua horta em local mais alto.
• tenha um recipiente propício: fáceis de
transportar, vasos são mais indicados que
floreiras. Quanto ao tamanho, os pequenos são
ideais para temperos e chás. Os médios, para
alecrim, louro e manjericão. Os grandes, para
hortaliças como rúcula, alface e repolho.
• prepare o vaso: espalhe uma camada
de argila; coloque por cima a manta de bidim,
que irá segurar a terra em cima e a água
embaixo; encha de terra até um pouco mais
da metade do recipiente.
• plante: para temperos, deixe uma distância
de 15 cm entre as plantas e, para hortaliças,
30 cm. Para um resultado mais rápido, prefira
mudas a sementes.
• regue: para saber se a planta está
precisando de água, coloque um dedo na terra e
sinta se ela está seca ou úmida. Meio copo por
dia é suficiente para um vaso pequeno.
• Colha: utilize uma tesoura ou faca. Cuide
para não misturar o utensílio com os outros da
cozinha, para evitar contaminação.
Além de sustentável, trocar o mouse do computador pela pá de jardinagem é também um modo de cultivar novo hobby
mãos à terra
tira-gosto
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tira-gosto
Com dendê, com afetoacarajé Feito aos sábados Pela baiana Maria Madalena na PróPria casa é uM achado no sul da ilha
A primeira impressão é de estar invadindo uma
festa de família. Vista de fora, a casa localizada em
uma servidão no bairro Rio Tavares não aparenta
ser nada além disto: uma casa. É preciso abrir o
portão de madeira para ver as mesas no quintal,
sentir o cheiro do dendê na fritadeira e perceber
que lá reina, junto do acarajé, a informalidade.
É assim que todo sábado à noite, há seis anos, a
baiana Maria Madalena Soares gosta de receber
amigos e desconhecidos para servir o tradicional
quitute nordestino.
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GIO
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NI B
ELLO
tira-gosto
Madá, como é conhecida a cozinheira e anfitriã,
orgulha-se de estar na contramão de quase tudo
o que restaurantes costumam oferecer. Não há
máquina de cartão de crédito ou cardápio para
listar as opções: acarajé, cocada, refrigerante e
cerveja. Também não existem garçons. São as filhas
Andreia e Daniela que atendem os clientes e pegam,
em isopores, as latas de bebida que vão sendo
anotadas num caderno.
Além das oito mesas ocupadas no pátio, outro
indício de que semanalmente a casa se transforma
em reduto de acarajé é um quadro na sala de
televisão com a única reportagem já feita sobre o
local. Madá não procura divulgação e tampouco
pensa em abrir restaurante. “Muito trabalho”, resume
ela, que há 23 anos trocou Salvador por Florianópolis
acompanhando o casal para quem trabalha até hoje
como doméstica.
Curiosamente, Madalena nunca havia preparado
acarajé na Bahia. A primeira tentativa aconteceu
já na Ilha, como maneira de inovar o lanche das
crianças. Incentivada pelos patrões, em 1992 ela
começou a vender em bares e na feira da Lagoa da
Conceição. Há seis anos, aproveitou o nascimento
do neto para diminuir o ritmo de trabalho. Decidiu
limitar a produção de acarajé à própria cozinha, uma
vez por semana. “Naquela época, nem mesa tinha”,
lembra Madalena. “Compramos uma, depois outra, e
assim as pessoas foram vindo e virando amigas”.
O clima de amizade supera de tal forma o de
comércio que mal se sabem quantos acarajés são
vendidos por noite. “É uma comida tão especial que
não é número”, explica Daniela. “A gente não conta,
a gente recebe, e enquanto tem cadeira vamos
recebendo. Se não tiver, servimos em pé, mesmo.”
Vai lá: acarajé da Madá;
Sábados, das 18h30 às 22h; Servidão Paulo Simão Martins, 98,
Rio Tavares, Florianópolis;
Em noites de alta temporada, as mesas são
disputadas. A notícia corre e muitos turistas aparecem.
No inverno o movimento cai, mas a maior parte do
espaço continua ocupado, graças a um grupo de
assíduos que se auto intitulam “fanáticos”.
O servidor público Eduardo Delvalhas é um desses.
Conheceu o acarajé de Madalena há cinco anos e
apaixonou-se de tal forma pelo salgado baiano que o
tatuou na lateral do abdômen. “Fiz inspirado na Madá”,
conta ele, que também estampa no corpo imagens de
churrasco, pimenta e queijo.
Frequentadora há seis anos, a cozinheira Helena
Maria de Araújo não chegou a gravar a paixão por
acarajé na pele, mas garante que só não aparece na
casa de Madalena aos sábados se estiver viajando.
“Na sexta-feira já começa a dar abstinência”, brinca,
e arrisca dizer que o melhor acarajé da Bahia está em
Florianópolis. “Parece que é feito com a alma.”
Tão especial quanto a culinária de Madá, na
opinião de Helena, é o clima singular do local. “O
mundo pode estar acabando lá fora, mas aqui dentro
vai estar tranquilo. É como se fosse a casa da tia da
gente.”(Rosielle Machado)
Local une informalidade no atendimento e
capricho na preparação do quitute nordestino
Culinária de Madá inspirou o servidor público Eduardo Delvalhas
a tatuar quitute no abdômen
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20
Nada de pétalas coloridas: por fora, com casca verde e grossa em
camadas, a flor da araucária não parece muito apetitosa. O segredo
da pinha está no seu interior. Ali dentro é encontrada a semente
mais famosa do Sul do país, o pinhão.
Colhido entre abril e agosto, ele é presença certa na mesa dos
catarinenses durante o inverno. As opções são variadas – salada,
maionese, farofa, purê, macarrão, nhoque, pizza, truta, panqueca,
pudim, pão... tudo usando pinhão como base. Com 160 calorias
a cada 100 g, a semente é rica em amido, cálcio e fósforo, que
estimulam o equilíbrio da flora intestinal e, segundo estudos
da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária),
colaboram na prevenção de problemas cardiovasculares.
A araucária é árvore protegida por lei e, por isso, a produção
não é feita em escala. “Já existe uma área plantada, de pinhão
nativo”, esclarece Joseli Stradioto Neto, engenheiro agrônomo da
Epagri (Emprea de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de
Santa Catarina). Isso explica a ausência de dados oficiais sobre o
cultivo em Santa Catarina – sabe-se que a Serra concentra a maior
colheita, pois é onde se encontra o maior número de araucárias.
É na região serrana, em Lages, que mora a família da jornalista
Camila Garcia, consumidora voraz de pinhão. “É comida de
inverno, tipo sopa. Lá em casa, fazemos na panela de pressão e
vamos beliscando o dia todo”, conta ela, que utiliza um pequeno
alicate para tirar a casca sem precisar usar os dentes. Nas reuniões
da família, o cardápio é sagrado: entrevero. A tradição já começa
na palavra, que segundo o dicionário Aurélio significa confusão.
Pedaços de carne de boi, porco, frango, calabresa, bacon, cenoura,
cebola e pimentão são misturados em um disco junto com a
semente cozida e descascada.
Tempo de pinhão
versátil na culinária, seMente é ideal Para acoMPanhar carnes, Peixes, soPas e até sobreMesas
21
Além dos pratos tradicionais, o pinhão pode ser
servido como acompanhamento para carnes, peixes,
sopas, cremes e em substituição a massas. A chef
Helena Menezes ensina: se adicionado a gratinados,
transformado em farofa ou envolvido em lâminas
de bacon, pode resultar numa entrada saborosa. É
possível prepará-lo até na versão doce, garante Helena.
“Caramelizado, com doce de leite, cocada ou até bolo
de pinhão, que é uma delícia.”
Atualmente, Helena é chef em domicílio na cidade
de Curitiba. Ela já cozinhou para representantes dos
governos japonês e alemão, e deste último partiu
o convite para participar da feira de Stutgartt, na
Alemanha, em 2011. A recepção dos estrangeiros
à semente brasileira foi boa, segundo a chef. “Eles
acharam exótico e se comoveram porque a araucária é
uma árvore muito antiga e em risco de extinção.”
Outro chef que cria pratos diferentes usando pinhão
é Fernando Moniz, dono do restaurante A Taverna, em
Urubici, na Serra Catarinense. Assim como Helena,
Fernando mantém um estoque da semente congelada,
para poder servi-la o ano todo. Uma das especialidades
do chef é a sequência de pinhão. Como entrada, pesto;
em seguida, salada e escondidinho à base da semente;
para a sobremesa, pinhão flambado e caramelizado
com sorvete de creme. “Não tem a sequência de
camarão na Lagoa, aí em Florianópolis? Aqui, a
sequência é outra”. (Lucas Pasqual)
Porção para 5 pessoasIngredIentes
1 peito de frango
cortado em cubinhos
100 g de manteiga
100 g de queijo
mozzarella ralado grosso
1 copo de requeijão cremoso
1 colher de sopa cheia
de amido de milho
1 lata de creme de leite
1 lata de milho
1 lata de ervilha
200 g de pinhão descascado,
cozido com sal
Modo de preparo
Derreta a manteiga na frigideira, salgue o frango e frite até dourar. Misture o creme de leite, o requeijão e a água do milho e da ervilha. Ferva e engrosse com o amido de milho. Num refratário, coloque o frango, o milho, a ervilha e o pinhão. Cubra com o molho, salpique queijo e gratine até dourar. Enfeite com pinhões e sirva acompanhado de arroz branco e salada verde.
Por Chef Helena Menezes
Adicionado a gratinados, transformado em farofa ou envolvido em bacon, alimento permite combinações saborosas
Frango com pinhão
tira-gosto
22
tempero
aos oitenta e tantos anos, seu longino e dona Marta continuaM vendendo hortaliças nas Madrugadas
o casal do ceasa
Por rosielle Machado Fotos Giovanni Bello
24
À uma e meia da madrugada, o cheiro
do café começa a se espalhar pela casa
dos Guesser. Muitas luzes da Grande
Florianópolis ainda nem foram apagadas,
mas Seu Longino e Dona Marta já tiveram
sete horas de sono. Às 2h, embarcam
na Kombi carregada de verduras e
percorrem os 30 km que separam sua
residência, em Antônio Carlos, da Central
de Abastecimento de Santa Catarina
(Ceasa-SC), em São José. Há quase
quatro décadas, é lá que o casal vê o dia
amanhecer, enquanto trabalha das 3h às
8h de segunda a sábado.
Primeiros produtores cadastrados
no Ceasa catarinense, Longino e Marta
são fornecedores de verduras dos
Restaurantes Mirantes desde que a
unidade número um foi aberta, há mais
de vinte anos. Nesse tempo, o casal
pouco mudou. Aos 83 anos, ela continua
só sorrisos. Ele, aos 86, também segue
como sempre: mais risinho de canto,
sobrancelha levantada, vinco na testa.
Juntos, os dois equilibram-se numa
dupla atenta e simpática. Mesmo às 3h30
da manhã não se percebe aquele mau
humor de quem cedo madruga. Enquanto
Longino descarrega as caixas de verduras
da Kombi, costuma cumprimentar
outros produtores e mexer com um ou
outro colega flagrado num bocejo: “Tá
acordando ainda?”
Longino lembra bem da época em que
a venda de hortifrúti acontecia nas ruas.
Na década de 1960, toda semana ele subia
na sua carroça e ia sozinho de Antônio
Carlos até o centro de Florianópolis
vender seus produtos. O que o agricultor
menos gostava naquele tempo era dos
dias de vento sul. Parecia que tudo
sacudia na ponte Hercílio Luz e, sem o
aterro, as ondas do mar respingavam nos
comerciantes no Mercado Público.
No município de Antônio Carlos, os Guesser vivem
em meio às hortaliças
25
Foi para facilitar a ligação entre produtor e consumidor que, em 1972, o
Governo Federal criou Centrais de Abastecimento nas capitais brasileiras. Em
Santa Catarina, os papéis foram assinados em 1976, mas o funcionamento
só começou dois anos depois. Pouca gente queria deixar a Praça do Mercado
Público, apesar dos problemas do lugar. Longino foi um dos primeiros a abraçar
a mudança. Tanto que, no dia da inauguração, ajudou a abrir os portões. “Por isso
tenho a carteirinha número um”, orgulha-se.
Hoje, existem mais de 400 espaços de venda e 900 produtores cadastrados
no Ceasa de São José. Por dia, são comercializadas cerca de mil toneladas de
produtos. Responsável por 14% dessa quantia, Antônio Carlos é o segundo maior
fornecedor de frutas e hortaliças do local. A economia do município depende
disso: mais da metade da produção vai parar em um dos seis pavilhões da
Central, onde é vendida para restaurantes, supermercados e outros varejistas.
Aos 83, ela é só sorrisos. Ele, com 86, é mais risinho de canto e
sobrancelha levantada
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26
Quase 80% das 1800 famílias antônio-carlenses
vivem dos hortifrutigranjeiros. Mesmo com o mar
logo ali, a menos de 50 km, as novas gerações
costumam permanecer no campo para dar
continuidade às atividades da família. Com seu
Longino foi assim. A agricultura também era a
ocupação de seu pai, do pai de seu pai e de quase
todos os pais anteriores. Dos seis filhos que ele e
Dona Marta têm, dois vivem do plantio de verduras.
Até hoje, o casal fica de rosto vermelho ao contar
como se conheceu, na adolescência. Um dia, o pai de
Longino pediu que ele fosse comprar melaço na casa
do pai de Marta. Chegando lá, o rapaz viu de longe
a sorridente garota de cabelos castanhos e, dali em
diante, começou a inventar desculpas para voltar.
Voltou tanto que acabaram namorando e casando.
“Não tivemos nenhuma briga ainda”, diverte-se
Longino, que nos fins de semana gosta da casa cheia
– o que não é difícil com 19 netos e seis bisnetos.
A árvore genealógica dos Guesser se parece
muito com a de outras famílias de Antônio Carlos:
os avós vieram da Alemanha, instalaram-se em
São Pedro de Alcântara e, mais tarde, migraram
para as planícies próximas ao rio Biguaçu em busca
de solo mais fértil. Além da atividade profissional
e do sotaque – “não” quase sempre é pronunciado
como “nom” – Longino e Marta herdaram a saúde.
Antônio Carlos tem a segunda maior expectativa
de vida do Brasil, e reflexo disso são os passos firmes
e a lucidez do casal octogenário. Para cada copo do
vinho tinto que bebe diariamente, Longino parece
tomar dois de vitalidade.
tempero
Entre os 900 produtores cadastrados no Ceasa-SC, Seu
Longino orgulha-se de ter a carteirinha número um
27
“Eles têm mais energia que muitas
pessoas jovens”, comenta Rosângela
Guesser, parente de Longino e vizinha
de box no Ceasa há 28 anos. Ela entrega
que, por lá, Longino é conhecido pelo
apelido de Sarney. “É porque tira muita
sarna dos outros”, brinca. “Mas é tudo na
esportiva, ele e a esposa são pessoas muito
humildes. Pela idade deles, ainda estar aqui
trabalhando é muita força de vontade.”
Dona Marta explica que ela e o marido nem
pensam em aposentadoria. “Enquanto a gente
puder andar, vamos continuar. Não quero ficar
parada.” Ela prefere a rotina de acordar à 1h30,
almoçar às 10h30, cochilar, assistir à novela
da tarde e preparar o jantar às 18h. Sempre
que alguém pergunta se não é a hora do casal
aproveitar para dormir até mais tarde e passear
um pouco, a resposta vem junto com o habitual
sorriso: “Eu não gosto de viajar. Só para o Ceasa.”
Estamos sempre à procura do segredo para conquistar
a tão sonhada felicidade. No espaço familiar, buscamos
harmonia, cumplicidade e união. Empresas investem no
desenvolvimento das pessoas, em estrutura e recursos
modernos para motivar e reter profissionais talentosos.
Nas relações amorosas, queremos plenitude e troca de
afetos. Mas qual a medida exata para se sentir feliz?
Existe uma receita universal?
De acordo com a Wikipédia, felicidade é “um estado
durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico
e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude são
transformados em emoções ou sentimentos que vão
desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo”.
Diferentes estudos já foram realizados tentando
identificar quais fatores incidem na felicidade, mas
nenhum conseguiu respostas exatas.
Na Universidade de Illinois (EUA), uma pesquisa feita
em 123 países analisou o contexto cultural de cada local
em interação com elementos motivacionais, com base
em teorias como a das “Necessidades de Maslow”. O
estudo conseguiu identificar alguns elementos-chave
para que alguém se sinta feliz: necessidades básicas,
relacionamentos sociais, domínio do conhecimento,
autonomia, respeito e segurança. Mas de que maneira
tudo isso leva à conquista de uma vida feliz?
Como ponto de partida, é importante perguntar a si
mesmo: o que eu faço está a serviço do quê? Considere
para onde você está canalizando sua energia e a razão
disto. Dedicar-se a fazer algo sem satisfazer às suas
necessidades pode ser um gasto inútil de energia,
postergando ainda mais a felicidade.
Num segundo momento, identifique suas necessidades
e o grau de satisfação que elas proporcionam a você.
Aquelas que mais o satisfazem são as que demandarão
maior energia, mas equilíbrio é importante: mesmo com
menor grau de satisfação, outras necessidades também
deverão ser atendidas.
Por último, lembre-se sempre de fazer seu “eu”
feliz. A satisfação das necessidades está diretamente
relacionada às suas crenças e valores. Estes, por sua vez,
estão vinculados à sua história e identidade, ainda que
os níveis de satisfação possam variar de acordo com
o momento da vida de cada pessoa. E não se esqueça:
não há cálculos exatos. A medida certa para a felicidade
é customizada para cada um de nós, ou seja, temos
que buscar o equilíbrio satisfazendo o que temos como
necessidade. Seja feliz à sua medida!
À procuraconheciMento, autonoMia, segurança, sociabilização... existe receita Para uMa vida Feliz?
auto
estima:confiança,
afetivo-social:interação com colegas,
segurança: segurança do corpo, do emprego, de recursos,
básicas-fisiológicas: alimentação, moradia, conforto e lazer. Sono,
*Maria Lúcia Gusmão é diplomada em Estudos Avançados de Psicologia Social pela universidade de Barcelona e trabalha como consultora em gestão de pessoas
por Maria Lúcia Gusmão
28
Pirâmide das Necessidades de Maslow
29
Sementes germinadas, legumes e frutas.
Tudo cru ou apenas morno, fermentado
ou desidratado. No cardápio de quem
segue a culinária viva não entra nada
de origem animal ou que tenha sido
aquecido acima de 37°C. Ainda que a base
dessa alimentação sejam saladas, há
diversidade: é possível preparar massas
de grãos germinados e até queijos de
macadâmia ou amêndoas.
O objetivo de quem segue a alimentação
viva é melhorar a disposição, o bem-
estar e a vitalidade. A presidente da
Sociedade Vegetariana Brasileira, Marly
Winckler, explica que a busca por saúde
é o que costuma impulsionar as pessoas
a adotarem esse tipo de culinária. “Há
muitas vantagens para o organismo, já
que o alimento está na sua potencialidade
máxima, sem manipulação, cheio de
vitaminas e minerais”, esclarece.
QuAnTO MAiS CRu MelhoRcoM base eM vegetais e teMPeratura MáxiMa de 37°c, aliMentação viva teM coMo objetivo Melhorar disPosição e saúdePor Lucas pasqual
entrada
30
Para a engenheira eletricista Lorreine
Laube, a dieta começou como uma
maneira de lidar com a diabetes. “Tive
uma primeira experiência no final de
2011, e senti minha saúde melhorar.
Todos os exames comprovaram isso.
Como tudo estava ok, relaxei e comi
alimentos cozidos”, conta Lorreine, que
voltou à “viva” há dois meses e já sente os
impactos positivos da mudança.
Formada pelo Terrapia, projeto carioca
que é referência nacional no assunto, a
nutricionista Thaisa Navolar garante que
a alimentação viva é uma importante
ferramenta de educação nutricional
e combate ao excesso de alimentos
processados. “As pessoas sabem que têm
que comer frutas e verduras, mas faltam
atrativos. Por que não comer um creme
de manga com linhaça como sobremesa,
no lugar do doce?”
Uma das maneiras de adotar a dieta
é por meio de cursos que ensinam a
adaptação à culinária. Nas oficinas
que promove desde 2006, Thaisa tenta
mudar o estereótipo de que comida
saudável não tem gosto. “Eu me
preocupo com o sabor, a aparência
e o preparo, para que as pessoas já
comam com os olhos.” No entanto, ela
não aconselha ninguém a mergulhar
de cabeça na “viva”. “Cada pessoa deve
ser avaliada individualmente por um
profissional.”
Uma receita especial para o
professor Rodrigo Gagliano, adepto
da dieta há quase dois anos, é o pão
essênio. “Primeiro precisa germinar
o grão, deixando-o na água e depois
escorrendo, o que demora de um a
dois dias dependendo do grão”, relata.
“Depois, você tem que triturá-lo com
“Por que não comer um creme de manga com linhaça como sobremesa no lugar do doce?”, questiona nutricionista
Porção para 6 pessoasIngredIentes
Massa
500 g de castanha-do-pará
deixadas de molho por 8 horas
3 bananas picadas
Suco de meio limão rosa
sem sementes
Recheio
1 colher de sopa de sementes de chia
deixadas de molho por 30 minutos
2 mangas descascadas e picadas
Meio maracujá pequeno
Cobertura
Meio abacate maduro
100 g de tâmaras sem caroço deixadas
de molho por 10 minutos
torta vivaPor Buena Vibra Quitutes
Modo de preparo
MassaEm um processador, triture as castanhas até que fiquem em pedaços pequenos. Junte as bananas, o suco de limão e bata até formar um creme, mas deixe alguns pedacinhos de banana aparentes. Molde a massa no formato que preferir e leve à geladeira.RecheioBata no liquidificador a chia, os pedaços de manga e o maracujá até que as sementes do maracujá fiquem bem pequenas. Despeje na torta e leve de volta à geladeira.CoberturaTire as tâmaras de molho e deixe a água escorrer por alguns minutos. Depois, coloque no processador junto com o abacate até formar um creme. Use um bico de confeiteiro para espalhar a cobertura pelas bordas da massa. Para decorar, use frutas miúdas da estação.
temperos no liquidificador, e então fazer uma pasta
com um disco e colocar no desidratador”. O pão
demora entre 18 e 24 horas até ficar no ponto certo
para consumo.
Na opinião do professor, o convívio com não
vegetarianos é um dos pontos complicados na
adequação. “Se meus amigos dão uma festa e me
chamam, não significa que eles pensaram em fazer
uma salada pra mim.” Mas, segundo ele,
o esforço vale a pena: “Tem um episódio do
Pica-Pau em que ele acorda super pra baixo e,
pra melhorar, resolve tomar um tônico. Logo
que eu comecei a viva, tive a impressão que também
tomei desse tônico”, brinca. “Mas a
dieta não faz milagres, você está sujeito a
baixas psicológicas normais.”
entrada
Um dos temas preferidos de minhas palestras
é “Medicina do Século XXI: Mais Preventiva, Mais
Preditiva, Mais Personalizada”. Escrever para a
revista Aroma Mirantes me dá a oportunidade de
divulgar e esclarecer esta proposta.
Mais preventiva porque podemos atuar cada vez
mais na redução de risco de doenças. Entendendo
longevidade e envelhecimento como dois diferentes
campos de pesquisa, concluímos que, favorecendo
o primeiro e retardando o segundo, estamos
efetivamente contribuindo para um envelhecer
com boa qualidade de vida. Isto nos levou a uma
importante mudança de paradigma: é possível
envelhecer sem ficar doente!
Mais preditiva porque os recursos da medicina
moderna nos permitem predizer – ou seja, dizer
antecipadamente – as predisposições que cada
um de nós apresenta para um número cada vez
maior de doenças. Desta forma, podemos interferir
precocemente e, muitas vezes, impedir que a
doença se manifeste. Isso nos levou a uma segunda
importante mudança de paradigma: não somos
mais reféns da nossa hereditariedade, como nos
propõe a capa da revista americana time, de janeiro
de 2010, intitulada “Por que o seu DNA não é o seu
destino” (Why your DNA isn’t your destiny).
Mais personalizada porque, após o
sequenciamento de nossos genes através do
fantástico Projeto Genoma Humano (PGH), concluído
em 2003, reconhecemos serem necessários cuidados
individualizados tanto na prevenção como no
tratamento de doenças. Por exemplo, através de
testes genéticos podemos identificar mutações que
favorecem a obesidade, mutações estas que podem
estar relacionadas tanto à dificuldade de queimar
gordura (lipólise) como à facilidade de formar
gordura (lipogênese). Reconhecendo-as, podemos
atuar mais objetivamente, interferindo inclusive na
escolha dos alimentos que compõem a dieta usual e
fazendo opções terapêuticas mais direcionadas.
Segundo Paolo Giacomoni, conceituado
pesquisador italiano, devemos entender o
envelhecimento sob o ponto de vista operacional,
que pode ser avaliado quantitativamente, de modo
que um tratamento pode ser capaz de provocar,
acelerar, deter, retardar e até mesmo reverter o
processo. Neste contexto, podemos atuar de modo
individual, familiar, profissional, empresarial,
comunitário, municipal, estadual, federal, enfim, em
vários “níveis de gestão”.
Fico feliz pela oportunidade de coordenar o
“Projeto Mirantes, promovendo Saúde, Longevidade
e Envelhecimento” por ter a oportunidade de atuar
de maneira mais ampla como médica, divulgando o
conhecimento, enquanto o Mirantes, como empresa,
faz o seu papel e deixa um legado de compromisso
social que merece nossa admiração e apreço.
entender a PassageM do teMPo sob a ótica oPeracional ajuda a acelerar, retardar e até reverter o Processo
*Isabela David é médica nutróloga
Saúde, longevidade e envelhecimento
por Dra. Isabela David
33
Para quem almoça fora todos os dias,
selecionar o que colocar no prato diante
da variedade disponível no buffet exige
autocontrole. Servir-se de tudo o que se
tem vontade por impulso pode resultar em
uma refeição pouco saudável e com alto
valor calórico, mas seguindo algumas dicas
é possível sair do restaurante satisfeito e
com a consciência tranquila.
“Se a gente tiver que escolher uma
refeição pra comer muito bem, é o almoço.
Ele comporta entre 30% e 35% das calorias
de um dia alimentar”, explica a professora
do curso de Nutrição da Universidade do
Vale do Itajaí (Univali) Sandra Melo, que
considera 1800 calorias diárias a média
recomendada a um adulto de 70 kg. O
planejamento do almoço, segundo ela,
começa pelo tempo. Devem-se reservar ao
menos 30 minutos e comer sem pressa,
para que a comida seja bem digerida.
Quanto à escolha dos alimentos, a
sugestão é dividir o prato em cinco partes:
15% leguminosas (feijão, lentilha, grão de
bico), 15% carboidratos (arroz, massas ou
batatas), 15% carne (vermelha, de porco,
frango ou peixe), 15% legumes (abóbora,
beterraba, berinjela) e 40% verduras
(alface, brócolis, agrião, palmito). Essa
divisão pode variar, já que as necessidades
alimentares mudam de acordo com idade,
Almoço sob medidacoMbinar aliMentos da Maneira certa garante reFeição Mais saudável
entrada
34
altura, condições fisiológicas e prática de exercícios. O ideal é
consultar um nutricionista para que haja acompanhamento
personalizado.
Também é importante lembrar que “prato colorido é prato
saudável”: quanto mais uma refeição for formada por alimentos
com cores variadas, mais balanceada será. A variedade de cores
implica diretamente em uma dieta rica em nutrientes.
Misturar vários grupos alimentares é importante porque os
nutrientes se combinam no organismo. Os tradicionais arroz
e feijão, por exemplo, agem de maneira diferente quando
ingeridos juntos. "O carboidrato do arroz é complementado
com a proteína do feijão. Sem o feijão, o arroz acabaria
aumentando os índices de glicose no sangue”, explica Sandra
Melo. A nutricionista também desmente a recomendação de
não ingerir dois carboidratos na mesma refeição. Segundo ela,
é possível colocar purê e macarrão no mesmo prato, desde que
se respeitem os 15% destinados a esse tipo de alimento.
Misturar diferentes grupos alimentares é importante para que os nutrientes se combinem no organismo
15% leguminosas
15% carboidratos
40% verduras
15% proteína: para carne vermelha, suína e frango, as porções devem ser equivalentes ao tamanho das costas da mão fechada. Para o peixe, o tamanho ideal é igual ao da mão aberta
15% legumes
35
SeRRA ACIMA, RuMo AoS vinhedoS
Percorra a Serra catarinenSe e deguSte à vontade oS vinhoS daqui
Por pollyanna Niehues Fotos diogo rinaldi
prato principal
Estradas com longas margens de pinheiros, frutas exóticas, dias
de clima incomparável e a oportunidade de oferecer um carinho
ao paladar. Sejam tintos, brancos, espumantes ou rosés, os vinhos
locais, em conjunto com a rota dos vinhedos da Serra Catarinense,
destacam-se pela combinação de gastronomia de qualidade,
preços justos e belas tardes de passeio pelas vinícolas da região.
O cenário é de encher os olhos e deixar com água na boca
qualquer apaixonado por vinhos. Boa parte do caminho entre as
vinícolas é costeado por araucárias ou emoldurado por extensas
plantações de uvas, com folhas que variam de tons vivos de verdes,
amarelos dourados e vermelhos quentes.
Para quem não sabe por onde começar a road trip, a Aroma
Mirantes propõe um roteiro de quatro dias. Saindo de Florianópolis,
o trajeto de ida e volta soma cerca de mil quilômetros. Encha o
tanque, solte a dieta e agarre o mapa do estado. Serra acima, rumo
aos pontos mais altos de Santa Catarina.
primeiro diaSaindo de Florianópolis, siga sentido Sul pela
BR-282. De Floripa a Joaçaba são 390 km, cerca
de cinco horas de viagem. Chegando lá, siga até
Catanduvas e então vire à direita sentido Água
Doce, cidade de uma das mais belas paisagens do
caminho, a Vinícola Villaggio Grando. Fique para
o fim de tarde e assista ao pôr-do-sol no lago que
há no local. A vista impressiona e garante que se
comece bem a rota dos vinhedos. Se bater a fome,
um lanche caprichado é servido no local, e chama
à atenção a dedicação do atendimento.
Depois, vá em direção à austríaca Treze Tílias para
um belo jantar no Edelweiss Restaurante & Pizzaria,
que também funciona como cervejaria. Prove uma
Bierbaum Vienna para acompanhar o Mignon Mit
Kässpätzle e, se você gosta de doces, não perca a
sobremesa: Apfelstrudel com sorvete de creme.
Para dormir, a dica é o Treze Tílias Park Hotel, com
piscinas aquecidas e cobertas, trilha ecológica e
tarifas que começam em R$ 195.
prato principal
Segundo dia Ao acordar, aproveite para se alimentar
bem no hotel, que oferece um café da
manhã digno de ser desfrutado com calma.
Atenção especial para o pão de milho
com nata e melado quente. De babar. Em
seguida, pegue a estrada rumo à cidade
de Campo Belo do Sul para conhecer a
charmosa e acolhedora Vinícola Abreu
& Garcia, a duas horas de Treze Tílias. O
trajeto não é tão óbvio, por isso preste
atenção. Pela 282 sentido Lages, a entrada
fica um quilômetro antes da saída para
Curitibanos. Ao avistar o aviso para a saída,
vire à direita no quilômetro 266. Na estrada
de chão, não se apresse. Vale a experiência
e a beleza do local.
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Placas no caminho indicam a direção correta
até a vinícola, que é pequena e surpreendente. A
recepção, feita pelo casal Janaína Abreu e Ernani
Garcia, demonstra o talento para sorrir. Não deixe
de degustar o espumante brut rosé. O brinde é uma
ótima forma de começar o dia. As garrafas são
vendidas a preços justos, entre R$ 45 e R$ 60 cada.
Repare na leveza dos anfitriões e na energia do local,
que tem uma capela construída no topo de um dos
morros ao lado de um hieróglifo, já pesquisado por
diferentes universidades de outros países.
Como a viagem pela manhã exigiu um pouco mais
de tempo, que tal descansar em Lages? Para quem
nunca esteve por lá, a melhor opção para aproveitar
o resto do dia e ter uma boa noite de sono é o Hotel
Fazenda Boqueirão. Uma das principais atrações
noturnas é o fogo de chão, com churrasco e gaiteiros.
O sócio da Abreu & Garcia, Ernani Garcia e, abaixo, a capela dos vinhedos. Na página ao lado, pôr-do-sol e o lago da vinícola Villaggio Grando
terceiro diaEspreguice-se à vontade e prepare-se para se
esbaldar no mais que farto piquenique dos Vinhedos
do Monte Agudo, em São Joaquim. Saindo de Lages,
vá pela SC-438. A viagem não dura nem uma hora e
vai garantir o máximo proveito do dia.
A visitação, que custa R$ 70 por pessoa, oferece
vinho à vontade e piquenique com pães, queijos da
região, jamón e outros mimos, como a geleia feita
pela família Ferraz, que administra o local.
A casa tem vinhos premiados internacionalmente
e preza pela afetividade. “Queremos demonstrar aos
visitantes nosso cuidado, por isso fazemos questão
de atender bem quem nos visita, oferecendo o que
temos de melhor e ficando até tarde juntos lá fora”
conta Carol Ferraz, a jovem de 28 anos que sonhou e
hoje administra o lugar com ajuda dos pais.
Após provar as delícias no Monte Agudo e apanhar
algumas maçãs diretamente do pé, permita-se ainda
mais diversão. Bem pertinho do vinhedo, a cerca de
20 minutos de carro, está o Snowvalley Adventure
Park. É uma mistura encantadora de hotel, albergue,
parque de aventuras, restaurante e muita natureza.
As atividades custam em média R$ 40 cada, e para a
hospedagem são R$ 200 por casal.
Os plátanos canadenses emolduram as janelas de
quem se hospeda por lá. Para uma energia a mais
antes de descer a tirolesa, caminhar nas trilhas
ou encarar uma experiência de arvorismo, vale
experimentar o suco de blueberry.
Se você tem filhos, vai adorar a vibe cool do lugar.
Com estilo americano, é quase um pedacinho do
Colorado em São Joaquim. Aproveite as árvores para
experimentar algumas goiabas da serra, exóticas e
de sabor marcante. Importante: não vale comer a
casca. A fruta é daquelas selvagens, de casca ácida.
Vá direto ao recheio.
Cada vez mais voltadas ao turismo, vinícolas de SC oferecem visitas guiadas, almoços e piqueniques em meio a parreiras de uva
Piquenique nos vinhedos Monte Agudo e, abaixo, cabana no Snowvalley Adventure Park
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40
Muita coisa mudou na Serra Catarinense
nos últimos anos. Com a chegada de novos
empreendedores, a competividade aumentou
e, junto, cresceram os cuidados de cada casa
na elaboração dos vinhos. O resultado é uma
degustação saborosa e surpreendente, que
convida à comparação dos produtos para
quem visita vinícola por vinícola.
Após a criação da Associação Catarinense
dos Produtores de vinhos Finos de Altitude
(Acavitis), em 2005, passou-se a aliar a
cultura do vinho ao crescimento econômico e
turístico de Santa Catarina. Hoje, já são 32
empreendimentos associados, que somam
mais de 300 hectares de terra nas regiões de
São Joaquim, Campos novos e Caçador.
Entre os vinhos produzidos, alguns
acumulam prêmios, como o Brut Rosé 2012
da Villaggio Grando, escolhido como melhor
espumante nacional na expovinis Brasil
deste ano. Outros dois catarinenses estão na
lista dos dez melhores do país: Suzin Zelindo
2008 e Pericó Basaltino Pinot noir 2012.
O diferencial para a qualidade é a
altitude da região, que vai de 900 a 1400
metros e garante o melhor desenvolvimento
das parreiras. Durante o dia, o calor
faz com que as uvas se desenvolvam
plenamente e, à noite, as baixas
temperaturas permitem que elas durmam,
enquanto cultivam o melhor açúcar
possível: o natural da fruta.
o que há de novo na região
prato principal
41
Quarto diaDepois de tudo isso, tire o dia para
aproveitar com tranquilidade a última
parada do roteiro. Bem perto do Snowvalley
está a Villa Francioni, uma das maiores
vinícolas catarinenses. A visitação é realizada
três vezes por dia, então se quiser voltar à
Florianópolis com tranquilidade opte pelo
horário de 10h. O passeio custa R$ 30 por
pessoa e a paisagem é belíssima. Os tanques
de inox da elaboração dos vinhos e os
barris de armazenagem impressionam pelo
tamanho e quantidade.
Na volta, guarde um pouco de energia e
cliques na câmera. O trajeto mais sensível
aos olhos e olhares é o da Serra do Rio do
Rastro, saindo de São Joaquim via SC-438.
O trânsito é lento no trecho mais íngreme,
mas não há motivos para se preocupar. O
visual perfeito que acompanha o roteiro
desde o início reserva uma surpresa final:
beirando o costão, as curvas em “s”, estreitas,
denunciam a imensidão da natureza
preservada que independe de nós.
prato principal
42
VinícolasVillaggio Grando: visita com degustação clássica,
R$ 35; com degustação premium, R$ 50. Sem
degustação, entrada gratuita. Agendar antes. Rod.
SC-451, km 56, Herciliópolis, Água Doce; 49 3563
1188; villaggiogrando.com.br
Abreu & Garcia: visita gratuita, com valor da
degustação sujeito a consulta. Agendar antes. Campo
Belo do Sul; 48 3322 3995; abreugarcia.com.br
Monte Agudo: piquenique com vinho à vontade,
R$ 70. Agendar antes. São Joaquim; 48 9933 7679 e 49
9985 1446; monteagudo.com.br
Villa Francioni: Visita com degustação, R$ 30 por
pessoa, que podem ser convertidos em compras.
Agendar antes. Rodovia SC-438, km 70, São Joaquim;
49 3233 3713; villafrancioni.com.br
HospedagemTreze Tílias Park Hotel: diárias a partir de R$ 195.
Rua Videira, 550, Centro, Treze Tílias; 49 3537 0277;
ttph.com.br
Hotel Fazenda Boqueirão: diárias a partir de
R$ 466. BR-282, Km 225, Lages; 49 3289 0700;
fazendaboqueirao.com.br
Snowvalley Adventure Park: diárias a partir de
R$ 200; Rod. SC-438, Km 86; 49 3233 3447;
snowvalley.com.br
eStiQue a eStadia Vinícola Santo Emílio
Localizada no ponto mais alto de Urupema, possui
uma fazenda que recebe turistas para hospedagem
(R$ 180 o casal, com café da manhã; R$ 380 pensão
completa). Há também a opção de visita com
degustação de vinhos e frios (R$ 40) ou almoço (R$
80 com bebidas inclusas ou R$ 50 com bebidas à
parte). Agendar antes. Fazenda Quinta dos Montes,
Urupema, SC; 49 3223 0208; santoemilio.com.br
Vinícola Kranz
Considerada o “atelier dos vinhos finos de altitude”,
é uma das mais modernas do estado e vinifica boa
parte dos vinhos da Acavitis. A visita com degustação
de sucos, vinhos, geleias e espumantes custa R$ 10.
Agendar antes. Rua dos Pioneiros, 220, Centro, Treze
Tílias; 49 3537 0833; vinicolakranz.com.br
Programe-se
43
Quatro passos para o bem-estarPequenas Mudanças no dia a dia são caPazes de Melhorar a condição Física e garantir Maior qualidade de vida
alongamento Sabemos o quanto é complicado iniciar um
programa de atividade física. Muitas vezes, essas
dificuldades estão em torno do desconforto
que acumulamos no nosso corpo. Por isso, o
primeiro passo é utilizar exercícios básicos de
alongamento que vão gradativamente soltando o
corpo. Não é necessário muito: cinco minutos por
dia são suficientes para alongar braços, pernas
e coluna, mantendo-se em cada posição por no
máximo 30 segundos. Estabeleça a meta de um
mês e realize os mesmos exercícios diariamente.
caminhadaCom maior motivação, você se sentirá também
apto a iniciar uma rotina mais saudável. Procure
caminhar três vezes por semana durante 30
minutos em intensidade moderada, sem esquecer
o alongamento antes e depois do exercício.
Nesta fase, é importante estabelecer um
horário prático, de acordo com suas atividades
diárias. Por exemplo, acorde uma hora mais cedo
e caminhe no seu bairro, ou no horário do almoço
coloque tênis, calça confortável e caminhe
por locais próximos ao seu trabalho. Faça isso
durante um mês e perceba como você vai se
sentir mais leve. Se não conseguir manter três
vezes de segunda a sexta-feira, faça um dia da
semana e no sábado e domingo.
reSpiraçãoPassados dois meses, vamos nos preocupar
com a sua respiração. É possível utilizar várias
técnicas, mas podemos começar com uma
das mais valiosas. Todos os dias, durante a
caminhada, observe a sua respiração: se você
respira pela boca ou pelo nariz, se falta ar, se você
se sente sufocado, enfim, observe-se e organize
a sua respiração. Inspire pelo nariz, expire pela
boca, não faça força com a musculatura do
rosto para respirar e a cada expiração perceba
seu corpo relaxado enquanto caminha a passos
firmes e seguros.
perSeverançaO último passo é o mais importante, o mais
difícil e o mais complicado de qualquer projeto,
seja ele alimentar, físico ou intelectual: a
perseverança.
Sem isso, não se atingem os objetivos
desejados. É preciso ter em mente aonde se
quer chegar, não importam as dificuldades, os
sacrifícios e o desânimo – que certamente vão
aparecer, pois não há vitória sem luta.
Não esmoreça. Dê o primeiro passo e ele o
levará ao seu objetivo. No nosso caso,a meta é
mais importante do mundo: a sua saúde, o seu
bem-estar e a sua autoestima.
por Ivana Henn
*Ivana Henn é educadora física e coordenadora técnica da Equipe Ivana Henn
44
Folclore à mesa
Projeto “aliMentando coM cultura” leva arte ilhoa aos restaurantes Mirantes
molho
Peças decorativas são criadas por artista plástico da Ilha
Unir sabor e arte. É esta a ideia do projeto
“Alimentando com Cultura”, que leva a 11
unidades da rede Mirantes um pouco da
cultura popular de Florianópolis. Todo mês,
um dos restaurantes recebe peças decorativas
que representam o folclore local e mantêm
viva a ligação entre história e gastronomia.
O artista plástico responsável pelas criações
é Marcio Guimarães. Natural de Florianópolis,
ele passou a infância brincando ao som da
batucada do Boi de Mamão que descia do
Morro do Céu, onde nasceu. Do pai, antigo
pescador da praia dos Ingleses, herdou as
histórias de pescas, bruxas, boitatás e sereias.
Da mãe, absorveu o interesse pelas coisas do
passado enquanto ouvia causos sobre o modo
de vida de outras épocas.
Na adolescência, Marcio aprendeu a
transformar papel em arte por conta própria.
Adepto da técnica da papietagem, começou a
construir brinquedos folclóricos e esculturas
relacionadas à tradição local. Após se formar em
Marketing na Unisul, buscou aliar seu saber às
necessidades do mercado. Desde então, oferece
propostas exclusivas de decorações de interiores
voltadas à temática do folclore regional. No
Mirantes, serão expostos cenários que refletem
um tempo que continua vivo na memória de
quem habita o litoral catarinense.
molho
Em junho de 2011, a jornalista Adriana Gabriella
da Silva acordou no meio da noite com uma ideia na
cabeça: um site que reunisse pedidos de pessoas de
baixa renda e conseguisse voluntários para ajudar
a realizá-los. Adriana entrou em contato com uma
agência de publicidade, explicou a proposta e pediu
colaboração para que o projeto tomasse forma. Hoje,
dois anos após ter sido criado, o Shopping de Sonhos
(shoppingdesonhos.com.br) já contabiliza mais de
900 desejos realizados.
ShoPPinG de soNHos site lista desejos de Pessoas de baixa renda e reúne voluntários Para torná-los realidadePor Lucas pasqual Fotos Giovanni Bello
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A proposta é simples: uma equipe, liderada
por Adriana, vai até uma comunidade na
Grande Florianópolis e apresenta o site.
Os moradores são incentivados a escrever
contando suas vidas e pedindo algo que
desejam ou precisam – um “sonho”. Depois,
a carta é digitalizada e divulgada no site e
nas redes sociais, junto de uma foto de
quem a escreveu.
A equipe do Shopping de Sonhos também
ajuda analfabetos e idosos a melhorarem a
escrita. “É a carta que ‘vende’ o sonho, então
é importante que ela reflita a realidade de
quem escreveu”, observa a integrante
Gabriela Linhares.
Quem está interessado em colaborar se
cadastra no site e escolhe um sonho para
tornar realidade. Há pedidos compatíveis com
todos os bolsos: de bolinhas de gude e bonecas
até eletrodomésticos e restaurações dentárias.
Entre os padrinhos, existem também empresas
e organizações responsáveis por determinada
quantidade de cartas por mês.
Para os envolvidos, algumas histórias
são marcantes, como a de André. O sonho
do garoto de 19 anos era conhecer os
sertanejos Munhoz e Mariano. A equipe
conseguiu levá-lo até o camarim após uma
apresentação que a dupla fez em Brusque.
“Quando viu os ídolos, ele se emocionou e
disse que estava com o coração disparado”,
recorda Adriana, que também teve uma
surpresa naquele dia. Durante o show,
Mariano vestiu a camiseta do Shopping de
Sonhos e cantou algumas músicas com a
estampa do projeto no peito.
Equipe vai até comunidades carentes da cidade para entregar presentes. Na página ao lado, garota vê realizado seu desejo de ter um MP3
molho
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Durante os ensaios da Sociedade Musical
e Recreativa Lapa, o vai e vem das ondas é
tão instrumento musical quanto o saxofone,
o clarinete e a percussão. Nem o isolamento
acústico da sede, a 20 passos da praia, é
suficiente para abafar o som da água batendo
na areia do Ribeirão da Ilha. Não que os
músicos se importem. Para eles, o mar é parte
da história: foi em frente a ele que o grupo
nasceu há 117 anos e é lá que até hoje resiste
como uma das últimas bandas centenárias
de Florianópolis.
No começo dos anos 1900, segundo jornais
antigos, existiam quase 20 bandas na cidade.
Sobraram três: Amor à Arte, Filarmônica
Comercial e a Sociedade Musical e Recreativa
Lapa. Com tradição em ensinar música a
Quem é do mAr não enjoAsociedade Musical e recreativa laPa é uMa das últiMas bandas tradicionais eM atividade na ilhaPor rosielle Machado
Alécio Heindenreich tem 83 anos de
idade e 61 de banda
GIOVANNI BELLO
AR
QU
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alunos de diferentes idades, apresentar-se em festas
de igreja e animar o bloco carnavalesco Zé Pereira, a
banda da Lapa é a mais ativa entre elas.
Um dos motivos, dizem os músicos, é que ela evolui
junto com o Ribeirão da Ilha. Em 1896, quando surgiu,
os restaurantes famosos do bairro não existiam. Nem
o asfalto, a energia elétrica, os carros e a maior parte
das casas. A banda também era diferente. Tinha só
instrumentos de sopro, não admitia mulheres e era
formada principalmente por moradores locais. Agora,
tem integrantes de outras partes da cidade, guitarras,
violões, e um repertório moderno com Queen, Victor e
Léo e Seu Jorge.
Os 30 músicos são todos voluntários. Apenas os
professores, que ensinam teoria e prática musical aos
sábados, recebem salários que variam de R$ 250 a R$
500. As aulas têm como único pré-requisito a idade
mínima de nove anos e são gratuitas. A verba para
remunerar os instrutores vem do programa Pontos
de Cultura, do Governo Federal, que até o final deste
ano terá repassado, em parcelas pagas desde 2010,
o total de R$ 180 mil para compra de instrumentos,
modernização da sede e manutenção da banda.
A maioria dos integrantes tem outra profissão e toca
por hobby, mas de vez em quando acontece de alguém
começar a levar o passatempo a sério. Foi o caso de
Wellinton Carlos Correa, saxofonista da banda por 14
anos e hoje sargento-músico da Aeronáutica: “Eu não
sabia direito o que fazer da vida e a música me ajudou
a encontrar um emprego”.
É o mesmo que diz Alécio Heindenreich, 83 anos de
idade e 61 de banda. “Eu sempre falo para os jovens
se esforçarem, porque ser músico é um ofício”. Para o
ex-funcionário público, o saxofone não chegou a ser
molho
51
profissão oficial, mas quase.
“Foi metade da minha vida”,
lembra ele, que por causa da
banda passou 25 anos dormindo
dentro de um Fusca, uma vez
por semana. Todas as quintas-
feiras, após o ensaio, Alécio
levava o maestro até o centro e,
para não voltar ao Sul da Ilha,
dormia na frente da repartição
onde trabalhava.
Faz anos que Alécio deixou
de pernoitar no carro. Há cinco,
parou também com o saxofone,
mas continua sendo quem mais
torce para que a banda da Lapa
realize os planos futuros: construir
um segundo andar na sede e
gravar CD de músicas próprias.
“Quero que eu vá e a banda fique.
Ela é parte da comunidade, é
metade do Ribeirão.”
Grupo tem tradição em ensinar música, tocar nas festas de igreja e animar o bloco de carnaval Zé Pereira
Integrantes e familiares em 1930. Abaixo, formação recente
AR
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AR
QU
IVO
52
molho
Ponta do Marisco, Pedra do Visual, Furna do Poço,
Tocas do Arco, Morro das Feiticeiras, Promontório da
Joaquina, Cachoeiras do Alto do Castelhano, Buraco
da Encantada, Gruta do Pântano do Sul.
Por aí caminha o filósofo Rodrigo Dalmonin
enquanto fluímos pela Florianópolis de sempre.
A cidade tem cobertura vegetal de 38% a 57%, a
depender da fonte de informação. No Facebook,
Rodrigo já soma mais de trezentos álbuns de
paisagens ilhoas quase sempre ignoradas. Você dirige
pela SC-401, ele perambula por algum ponto remoto
dos morros que ladeiam a rodovia.
Pelo menos as trilhas mais turísticas de
Florianópolis já percorri. Elas mal passam de uma
dúzia, na verdade, mas são as ideais para converter
uma típica alma de apartamento.
Já converti uma ou outra dessas almas. Estamos
no topo do morro que divide as praias da Solidão e
do Saquinho, ou nos bancos do centrinho da Costa
da Lagoa, ou observando a Praia Mole lotada desde
as areias Robinson Crusoé do Gravatá. O sedentário
que me acompanha está bufante e eufórico. “A
meia hora de casa”, diz, “e a gente se esquece de que
existe. Incrível mesmo, vou fazer sempre, da próxima
vez trago a gata.” E faz um não com a cabeça,
rebelado contra tantos sábados frios contemplando o
deslocamento dos filetes de sol no tapete da sala.
Sim, leve a gata. Um programa quase óbvio, e
ela o reverenciará. No Saquinho vocês vão até o
restaurante prosaico, sem hostess, sem cozinha
molecular, sem novilínguas gastronômicas, sem nem
eletricidade, aliás, mas com vista panorâmica da
praia, cervejas geladas à base de refrigeração a gás e
um peixinho frito, eis tudo.
Ela o confunde com o sábado. Ela o confunde com
quem abriu a facão aquele caminho ou com o ente
invisível que criou aquela faixa de areia. Você é o cara.
Mas nem do centro as pessoas usufruem andando.
Há toda uma cidade acontecendo a pé, e não é
abrindo o vidro do carro na Avenida Beira-Mar,
sentindo o bafo da rua e apreciando as nuances
do asfalto que a fruiremos. Por hippie e remoto que
soe, é preciso estacionar, usar as próprias pernas e
ativar a curiosidade.
Comece pelo centro de Florianópolis. Assim
como as bordas pouco percorridas da ilha guardam
cavernas marinhas, cachoeiras, vistas, pontais,
cumeeiras, areias e piscinas naturais, as portas e ruas
do centro da cidade levam os serendipitosos a uma
biblioteca incrível (Osni Régis), a um samba clássico
(Noel, aos sábados), a um ótimo bar que revitalizou
uma sinuca (Gato Mamado), ao mirante do Morro da
Cruz, a um filme grátis sempre às 19h (Badesc), a um
empório com mais de 200 rótulos de cerveja (Sweet
Home) e assim por diante.
Depois, tente as trilhas turísticas. Mais tarde,
talvez até sábados absurdamente próprios como
os de Dalmonin, mapeando o que nem o Google
mapeia, prestigiando o infinito de uma Florianópolis
solenemente esquecida.
Às almas de apartamentohá toda uMa cidade acontecendo a Pé, Mas Para aProveitá-la é Preciso estacionar, ativar a curiosidade e usar as PróPrias Pernas
*Thiago Momm, jornalista, é um ex-moleque de
apartamento mais ou menos convertido em trilheiro
por Thiago Momm
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“A janela é a escápula do lar sem dele
sair, é o conduto da rua sem seus perigos,
é o óculo de alcance para a vida alheia,
é a facilidade, a economia, o namoro, o
amor, o relaxamento”, escreveu o cronista
brasileiro João do Rio em 1912.
As janelas sempre disseram muito
sobre a vida de cada local, e foi por essa
razão que Joi Cletison, fotógrafo e diretor
do Núcleo de Estudos Açorianos da UFSC,
decidiu registrá-las. Ao longo de 10 anos,
ele reuniu imagens feitas em Florianópolis,
Açores e Portugal. O resultado causa
diferentes sensações: leveza, paixão,
imponência, sobriedade, ternura,
simplicidade, angústia. As combinações
de cores e os formatos característicos de
diferentes épocas convidam ao devaneio,
ao percurso histórico e ao questionamento:
quais janelas pertencem a cada local?
Lá fora, aqui dentroFotógraFo esPia Por janelas de FlorianóPolis, açores e Portugal Para retratar seMelhanças arquitetônicas e culturais Fotos Joi Cletison
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lentes
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IngredIentes
2 abobrinhas médias
4 dentes de alho picado
1 colher de chá de sal
1 xícara de chá de folhas
de manjericão fresco
1 colher de sobremesa de
alecrim (opcional)
3 colheres de chá de pinoli
ou nozes, sem casca e
moídas grosseiramente
100 g de queijo pecorino ou
parmesão ralado
1/2 xícara de chá de azeite
Pimenta do reino a gosto
ABOBRINHA AO MOLHO PESTO
Modo de preparo
Rale a abobrinha em tiras finas, no sentido de seu comprimento, de todos os lados até a semente. Reserve.Leve o manjericão, o alecrim, o alho, o sal e azeite ao liquidificador e bata por alguns segundos.Passe o molho para um recipiente, acrescente as nozes, a pimenta e misture delicadamente.Coloque a abobrinha em uma travessa apropriada, regue com o molho pesto, decore com folhinhas de manjericão e sirva.
receitas de aroma
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IngredIentes
500 g de bacalhau em postas
(substituível por garoupa ou cação)
2 colheres de sopa de suco de limão
1 dente de alho (opcional)
1 cebola grande em rodelas
1 pimentão verde em rodelas
1 pimentão vermelho em rodelas
2 tomates maduros em rodelas
2 colheres de sopa de coentro picado
200 ml de leite de coco
3 colheres de sopa de azeite de dendê
1 pimenta dedo de moça sem semente
Sal a gosto
Modo de preparo
Em um recipiente, tempere as postas de peixe com sal e suco de limão e reserve por cerca de uma hora.Em uma panela de fundo largo, preferencialmente de barro ou ferro, arrume metade das postas e cubra com metade das rodelas de cebola, alho, pimenta, tomates e pimentões.Polvilhe um pouco de coentro.Repita as camadas de postas de peixe, cebola, alho, pimenta, tomate, pimentões e coentro.Acrescente o leite de coco e regue com o azeite de dendê.Tampe a panela e cozinhe em fogo médio por cerca de 20 minutos.
moqueca de Bacalhau
receitas
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receitas
Lombo suíno com crosta de pesto e molho de laranja IngredIentes
1 lombo suíno com peso entre 800 g e 1 kg
Marinada
2 cebolas grandes picadas
4 talos de salsão picado
4 folhas de alho poró picadas
2 folhas de louro
Raspas da casca de 2 laranjas
300 ml de cachaça
6 dentes de alho amassados
1 pimenta dedo de moça picada,
sem semente
300 ml de suco de laranja
Sal a gosto
Crosta de Pesto
300 g de pão levemente torrado e moído
(torre o pão por aproximadamente 10
minutos em forno a 190°C e liquidifique
na função pulsar, sem torná-lo farelo)
2 maços de folhas de manjericão bem
picadas
75 g de nozes picadas
6 dentes de alho bem picados
50 ml de azeite de oliva
Sal e pimenta a gosto
Molho de Laranja
100 g de manteiga
1 cebola média ralada
500 ml de suco de laranja coado
250 ml de vinho branco seco
1 colher de sopa de mostarda dijon
Raspas da casca de uma laranja
1 colher de sopa de suco de limão
siciliano
1 colher de chá de mel
Raspas de gengibre (opcional)
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IngredIentes:
500 g de arroz arbóreo
150 g de cebola finamente picada
300 ml de vinho branco seco
250 g de funghi secchi
6 dentes de alho bem picados
2 tomates sem pele e sem semente em
cubos pequenos
1 colher de sopa de molho inglês
250 ml de creme de leite
50g de parmesão ralado
150 g de manteiga
1 litro de água ou caldo de carne
Sal e pimenta a gosto
receitas
risoto de
FuNGHi
Modo de preparo
Misture todos os ingredientes da marinada, cubra o lombo e leve à geladeira por 24 horas. Retire o lombo da marinada e asse-o coberto com papel alumínio, em fogo médio, por aproximadamente 40 minutos. A cada dez minutos, coloque um pouco de margarina e do caldo da marinada coado, para que a carne asse sem perder a umidade.Deixe esfriar, fatie na espessura de um a 15 cm e reserve.Em uma bacia, junte todos os ingredientes da Crosta de Pesto até formar uma pasta. Evite amassar muito o pão.Disponha as fatias de Lombo em uma assadeira untada
com manteiga e cubra-os totalmente com a Crosta de Pesto, apertando levemente para que a crosta fique fixa no Lombo.Leve ao fogo alto e deixe que doure por 6 minutos.Molho de Laranja: Em fogo baixo, derreta a manteiga e frite as raspas da laranja e o gengibre por um minuto. Adicione a cebola ralada e mexa até ficar transparente. Coloque o vinho e aumente o fogo. Quando ferver, abaixe o fogo, deixando o molho reduzir de volume em 50%. Acrescente o suco de laranja e repita o processo de redução. Adicione o restante dos ingredientes.
Modo de preparo:
Numa tigela, coloque o funghi e cubra com 1 litro de água para hidratar por uma hora. Escorra bem a água e corte o funghi em tiras não muito finas. Reserve a água da hidratação.Em uma panela, coloque a água ou o caldo de carne em fogo alto. Após ferver, abaixe o fogo e reserve.Em outra panela, derreta a manteiga e frite primeiro o alho e depois a cebola por aproximadamente cinco minutos em fogo médio, até que fiquem bem dourados.Acrescente o arroz e frite por 3 minutos em fogo mais alto, mexendo sempre.Junte o funghi picado (sem a água), adicione o vinho e continue mexendo até evaporar.Vá adicionando alternadamente uma concha da água do funghi e uma do caldo de carne aquecido.Mexa sem parar até obter uma consistência cremosa, com os grãos al dente.Desligue o fogo, acrescente o restante dos ingredientes e sirva junto com o lombo.
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IngredIentes
700 g de miolo de
alcatra sem gordura
1 cebola grande picada
6 dentes de alho amassados
1 folha de louro
2 folhas de salsão picadas
2 folhas de alho poró picadas
1 copo de vinho branco seco
Sal e pimenta a gosto
Modo de preparo
Deixe a alcatra de molho no tempero com todos os ingredientes durante oito horas, sob refrigeração.Em uma frigideira de fundo plano, aqueça uma colher de sopa de óleo de soja e frite a carne de todos os lados até que fique dourada. Retire da frigideira com o caldo que se formou e passe tudo para uma forma.Leve por cinco minutos ao forno pré-aquecido em 210°C. Sirva com legumes e champignon salteado na manteiga.
roSBiFe de aLcatra
receitas
IngredIentes
Pudim
2 latas de leite condensado
2 medidas da lata de leite
7 ovos
Calda
2 xícaras de açúcar
1 xícara de água
Pudim de leite condensado
Modo de preparo
CaldaEm uma panela de fundo largo, derreta o açúcar até ficar dourado.Adicione a xícara de água e mexa com uma colher de cabo longo.Deixe ferver até dissolver os torrões de açúcar e a calda engrossar.Forre com a calda uma forma com furo central (24 cm de diâmetro) e reserve.
PudimLeve os ingredientes ao liquidificador e despeje na forma untada com a calda. Para um pudim mais aerado, bata no liquidificador, deixe descansar por alguns minutos e volte a bater.Cubra com papel alumínio e leve ao forno médio (180°C), em banho-maria, por aproximadamente uma hora e meia.Depois de frio, coloque para gelar por cerca de 6 horas.Desenforme e sirva.
Muita gente que passa por
ali não imagina a história que o
local guarda. Fundada em 1750 e
reformada algumas vezes depois
disso, a Igreja Nossa Senhora
do Rosário e São Benedito conta
muito sobre a exclusão racial
dos séculos passados. Foi erguida
na época da escravidão, para que
os descendentes de africanos
pudessem praticar o cristianismo
sem se misturar aos brancos na
Catedral Metropolitana.
Foi também do alto da
escadaria da igreja que, no século
XIX, o artista Victor Meirelles
pintou um panorama da cidade
com a Baía Sul de fundo.
sobremesa
iGRejA do RoSáRio Foto Giovanni Bello
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C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
anuncio LN.pdf 1 20/06/2013 15:15:08