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Arquitectura Ciclo, 2010/2011

Mestrado Integrado de 1 Ano 2

Histria da Arquitectura Portuguesa I

ARQUITECTURA MILITAR E POPULAR - ALJEZUR -

Discentes: Hugo Reis, n20070394 Jos Alves, n20070866

Histria da Arquitectura Popular I 1Ano, 2 Ciclo 2010/2011

NDICE GERALndice de Figuras..pg.3

1.

INTRODUO... pg.4

2.2.1

ARQUITECTURA MILITAR

Passagem pela histria2.1.1

Ocupao Muulmana e a influncia rabe e islmica ....pg.5

2.2

O castelo de Aljezur2.2.1 2.2.2 2.2.3 2.2.4 2.2.5

Origem, localizao e descrio.pg.6 Tipologia...pg.7 Torre Sul ...pg.7 Torre Nortepg.8 Cisterna .pg.8

3.

ARQUITECTURA POPULAR

3.1.

A casa algarvia da Serra ao Litoral.pg.9 Diferenas entre a arquitectura habitacional a casa rural e casa piscatria pg.11

3.2.

3.3.

A casa tpica de Aljezur.pg.12

4.

CONCLUSO pg.13

5.

BIBLIOGRAFIA LITERRIA . pg.14Pg. 2

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6.pg.14

BIBLIOGRAFIA DIGITAL ..

ndice de FigurasFig.1 Mapa com fortalezas e castelos. pg.5 Fig.2 Planta do castelo.. pg.6 Fig.3 Localizao e envolvncia com o rio.. pg.7 Fig.4 Torre Sul.. pg.7 Fig.5 Torre Norte.. pg.8 Fig.6 Cisterna.. pg.8 Fig.7 Aspecto das ruas e casas tpicas de Aljezur .. pg.12 Fig.8 Casas de Aljezur na actualidade... pg.12

Pg. 3

Histria da Arquitectura Popular I 1Ano, 2 Ciclo 2010/2011

1.

INTRODUO

Como presente trabalho, procuramos dar a conhecer a histria do povoado de Aljezur. O enquadramento histrico, assim como a influncia rabe e islmica bem como a ocupao muulmana, torna-se temas imprescidiveis de serem abordados, dentro desta mesma temtica, pela sua importncia histrica e definio do que hoje entendemos como Algarve. ainda referenciado a origem do castelo de Aljezur, definido por ns como um elemento da nossa arquitectura militar, dada a sua localizao e caracterstica, bem como a importncia que o mesmo teve para a defesa da regio, sendo reconhecido como um dos 5 castelos, presentes nos simbolismos da actual bandeira nacional. Finalizando, focamos tambm a arquitectura popular, atravs da diferenciao das vrias zonas Algarvias, sendo distinguidos dois grandes tipos de habitao: as casas piscatrias e as casas rurais. Neste segundo tipo, est ento inserido o tipo de habitao de Aljezur, embora as suas caractersticas originais sejam hoje quase imperceptveis.

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2.2.1

ARQUITECTURA MILITARPassagem pela histria

Cerca de 10.000 a.C. a Pennsula Ibrica era habitada por povos autctones que vieram a ser conhecidos como Iberos. Quatro mil anos depois, a regio passou a ser habitada por um povo indo-europeu, os Celtas. As tribos Iberas e Celtas misturaram-se, dando origem aos Celtiberos. Com menor influncias menores surgem os Gregos e os Fencios-Cartagineses (com pequenas feitorias comerciais costeiras semi-permanentes). No sculo III a.C., aproximadamente, a Pennsula Ibrica foi anexa ao Imprio Romano, tendo os Romanos contribudo para a composio tnica da populao portuguesa moderna. Uma variante do Latim passou a ser o idioma dominante da regio. Contra esta invaso surge Viriato, heri lusitano, que liderou esta luta, acabando por ser derrotado e morto. Mais tarde, por volta de 500 d.C., os povos brbaros, de origem germnica, invadiram a pennsula e tomaram-na do Imprio Romano. Entre estes invasores esto os Suevos e Visigodos, os quais povoaram o que hoje territrio portugus. Os Vndalos (Silingos e Asdingos) e os Alanos tambm estiveram no territrio de Portugal, mas foram ambos expulsos ou parcialmente integrados pelos Visigodos.

2.1.1

Ocupao Muulmana e a influncia rabe e islmicaPg. 5

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A partir do sculo VII d.C. a regio foi invadida pelos Mouros (basicamente Berberes com alguma componente de rabes), que dominaram parte da pennsula por mais de cinco sculos, tendo acabado por serem expulsos em consequncia da Reconquista Crist. Com a Reconquista, novas estruturas de poder iam surgindo assim como uma nova organizao territorial, passando a regio a pertencer ao domnio do Condado Portucalense. No fim do sculo XI, o norte da Pennsula que era governado por o rei Afonso VI, pretendendo expulsar todos os muulmanos, envia cavaleiros de todas as partes para lutar contra os mouros. Com o casamento de uma das suas filhas com D. Henrique, a sua luta contra os mouros continua, anexando os novos territrios ao seu condado, que vai ganhado os contornos do que hoje Portugal. Os Muulmanos chamavam al-Garb al-Andalus (o ocidente de Andaluz) a todo o territrio para ocidente e noroeste do Guadiana, correspondendo aproximadamente Lusitnia romana e visigoda. A existiam vrias grandes e mdias cidades, onde se registaram, ao longo dos sculos, rebelies importantes e por vezes duradouras. A partir de sculo XI, a runa e o desmembramento do califado de Crdova, que unificara e robustecera toda a Pennsula Ibrica sob domnio islmico, levaram criao de vrios reinos, chamados de taifa (bandeira), alguns com dinastias de quase um sculo.

2.2

O castelo de Aljezur Origem, localizao e descrio

2.2.1

A sua origem, conforme comprovam os achados e artefactos assim como um troo da muralha, remontam ao perodo da Idade do Ferro. O castelo construdo durante o perodo islmico, remontando a sua ocupao ao perodo da dinastia almorvida, no sculo XI. Entre os sculos XII-XII, durante o perodo almada, o castelo objecto de profundas obras de reconstruo de modo a serem evitados os ataques por parte do exrcito cristo

Fig.1 - Mapa com fortalezas e castelos

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aps este perodo, conquistado por parte da ORDEM DE SANTIAGO DA ESPADA, (que originalmente criada para proteger os peregrinos que se dirigiam ao tmulo de Santiago, tendo sido fundada em Espanha talvez em 1170 e entrado em Portugal em 1172) sendo Martinho Barrego, um dos mestres mais clebres, o heri das conquistas de Mtola, Cacela, Alvor, Ossnoba, Aljezur, Tavira, entre outros. Pelas caractersticas do relevo do lugar onde o castelo est implantado, tornava-se fcil o trabalho para a criao duma zona defensiva, tendo-se limitando a levantar uma coroa de pedra xistosa, com duas torres, uma redonda e outra quadrangular, em dois dos seus ngulos. Era criado assim um sistema defensivo que dificultava o acesso dos inimigos e criava hipteses de resistncia. As duas torres, situadas em lados opostos da fortificao, eram ladeadas por muralhas com vrias alturas, conforme a sua localizao. A entrada do castelo, hoje bastante desconfigurada, ficava situada a nascente. A torre redonda, direita de quem entra, est um pouco arruinada na parte superior, do lado interior, por assim a terem deixado aps as obras de restauro, tendo sido utilizada a mesma qualidade de pedra, o xisto da regio.

Fig.3 - Ilustrao da localizao e

No seu interior, sobressai deste conjunto a cisterna, reservatrio que recolhia a gua pluvial, sendo icensial para a asobrevivencia dos ocupantes do castelo, em caso de ameaa e cerco dos inimigos. O recinto no fechado em todo o seu permetro, possuindo uma ligeira elevao no seu interior o que possibilita uma ampla vista, constituindo assim um miradoro natural. Possui uma Planta poligonal, irregular, definida pelos panos de muralha reforados por duas torres a Norte e a Sul.

2.2.2

Tipologia

A suas arquitectura caracterizada como militar castrense medieval, pela sua disposio e caracterstica, e por no seu interior possuir apenas edifcios de carcater militar. Era ainda caracterizado como uma fortaleza, com carcateristicas defensivas. O Castelo, que se pode considerar um exemplo de fortificao, destinava-se a acolher apenas uma guarnio, com torres macias e terreno para a praa d'armas, havendo indcios de que existiriam quartis, anexos muralha. Com a pacificao do territrio, no sc. XV, a populao aumentou e a encosta do Castelo foi ocupada at ao rio, ondePg. 7

Fig.2 - Planta do castelo

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passa a se localizar toda a actividade local, desenvolvendo-se uma intensa actividade porturia. Aljezur torna-se assim o nico porto de abrigo durante a navegao da escarpada costa, entre Alccer do Sal e Sagres. A este povoado, chegavam barcos de vrios pontos (Lisboa, Tavira, Flandres e Castela) para transaccionar diferentes tipos de panos, mel, especiarias, frutos secos, azeite e plantas medicinais.

Fig.5 - Torre Norte

2.2.3

Torre Sul

Possui uma quase base quadrada, com 4,98m x 4,40m, possui uma cota de implantao sensivelmente idntica da torre norte. Composta por paredes macias em pedra emparelhada, era distinta na sua forma. Actualmente, a sua conservao algo deficiente, so estando totalmente recoperada.

Fig.4 - Torre Sul

2.2.4

Torre Norte

As suas caractersticas so opostas da torre sul, uma vez que de planta circular, possuindo um dimetro mximo de 4,99m (a partir do exterior) e com 9 metros de altura. Tambm esta se encontra incompleta.Pg. 8

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2.2.5

Cisterna

Encostada muralha, a noroeste, este volume cbico tinha como objectivo a recolha e armazenagem das guas pluviais para comsumo da guranio militar, bem como da populao que ali se refugiasse em caso de perigo. Trata-se de uma construo rectangular, com uma cobertura em abbada de bero. Mede exteriormente 7,30 metros de comprimento por 5,70 metros de largura, tendo o seu interior uma altura de 3,80 metros, na zona central. A cisterna encontra-se revestida por uma argamassa com 4 cm de espessura, paliada nas paredes interiores e exteriores, de modo a impermeabilizar a estrutura.Fig.6 - Cisterna

Durante as escavaes arqueolgicas, foram postos a descoberto vrios muros de habitaes e silos, que datam ao perodo islmico, sculo XI.

Os silos eram escavados na rocha e utilizados como contentores para reserva de alimentos, permitindo a permanncia da populao no castelo durante vrias semanas.

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3.3.1.

ARQUITECTURA POPULAR

A casa algarvia da Serra ao Litoral

A arquitectura popular e tradicional algarvia, fruto de uma forte influncia rabe que por c se instalaram durante milhares de anos, a histria, os gostos populares e as necessidades desta regio, em tudo influenciaram a sua arquitectura. uma regio particularmente quente e soalheira ao longo de todo o ano, facto que se explica por estar banhada por dois mares: o Atlntico (que localiza a Noroeste e que permite que a regio tenha um clima temperado com fracas variaes de temperatura) e o Mediterrneo (que possibilita um clima com caractersticas do Norte de frica, sempre elevadas, com Invernos temperados e Veres muito quentes e secos). Ao longo da sua orla martima, os seus habitantes tinham como principal actividade a pesca e as indstrias conserveiras, factor que gerava grande riqueza para a regio. As salinas, com uma origem mais remota e consideradas das mais produtivas a nvel nacional, dadas as caractersticas climticas da regio e salinidade das guas, tambm apresentavam uma grande importncia na economia do Pas. Essa mesma importncia j era reconhecida durante o reinado de D. Afonso III, sendo mais tarde sido atribudo por D. Joo I autorizao para que fosse exportado o sal, devido grande produtividade das indstrias e por o mesmo no ter escoamento necessrio para o Pas. Saindo do litoral para o interior, a produtividade no deixa de ser menos importante. Antes pelo contrrio! Aqui, os habitantes procuram nos campos o seu sustento, sendo os produtos agrcolas mas em especial os hortcolas, que maior produtividade oferecia, assim como os seus derivados. Esta regio , segundo vrios especialistas, dividida em 3 zonas, sendo elas:

O Alto Algarve situado entre a regio do Baixo Alentejo e a linha serrana do Algarve. Aqui as construes so predominantemente em alvenaria de calcrio, abobadas em pedra calia, taipa adobe ou tijolo, composta em um nico piso. Era algo comum, estas construes apresentarem uma grande diversidade construtiva e arquitectnica, usando vrios tipos de pedra, que se pode encontrar no solo e subsolo, sendo mais corrente o xisto e calcrio, mas tambm o grs de Silves e Messines, ou pedra dura de Monchique, designada como foiate. O calcrio era normalmente reservado s partes mais nobres da construo, tais como as molduras dos vos de portas e janelas.Pg. 10

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O Algarve Calcrio (ou Barrocal) denominao dada zona intermdia, cujas habitaes embora no sendo muito diferentes das do Alto Algarve, apresentam uma aspecto mais cuidado, nomeadamente na aplicao de cor (em vez do habituais desenhos caiados), no to frequente o aparecimento da pedra a nu na habitao, e talvez o elemento mais importante e que poder mostrar a evoluo o aparecimento das chamins, que no Alto Algarve no faziam parte da habitao por os telhados serem muitas vezes de colmo. Salienta-se que o uso da aoteia no se aplica a toda esta zona, sendo ela rara (por exemplo) na Carrapateira, onde os telhados so geralmente de uma nica gua, com as telhas assentes em canas, amarradas por cordas ou arames, ou como no caso de Tavira, em que os telhados so de quatro guas comummente chamados de Telhados Tesoura. Nas suas construes predominam a alvenaria de calcrio (material que bastante comum nesta zona), a abbada em pedra calia, a taipa, o adobe e o tijolo.

O Baixo Algarve (ou Litoral) localiza-se na parte mais a sul da regio e divide-se por Barlavento (de Sagres a Albufeira) e Sotavento (de Loul a Vila Real de Santo Antnio). A aoteia situada no alto da habitao, ocupa aqui o lugar do telhado, servindo para local de secagem de frutos e peixe (alimento que serve de meio de subsistncia s muitas famlias, de modo directo ou indirecto), sendo mais frequentemente no centro e sotavento do que a barlavento. Composto por povoamentos dispersos, em que o tipo de habitao acompanha os prolongamentos das mesmas, havendo variaes na forma, na importncia ou nmero, conforme o tipo de propriedade em questo (quinta, monte, horta, etc) e os factores econmicos da famlia. O litoral assim constitudo por dois tipos de povoamento: o disperso (com as suas populaes a dedicarem-se produo hortcola e seus derivados) e o concentrado (geralmente em comunidades piscatrias ou aldeias). Neste ltimo tipo de povoamento, os arruamentos possuem um alinhamento dado pelas sucessivas platibandas das habitaes, contguas entre si, e que servem tambm de esconderijo do telhado de duas guas ou de bordadura das aoteias. As habitaes denotam um cuidado maior com a esttica, sendo comuns as mulheres procederem caiao (geralmente aps o Inverno) de todas as paredes, dando um aspecto mais higinico e de maior resistncia da habitao, uma vez que as sucessivas camadas de cal permitem tapar as eventuais rachas ou imperfeies normais, derivadas do material construtivo aplicado, tais como a taipa, o adobe ou o tijolo.

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3.2.

Diferenas entre a arquitectura habitacional a casa rural e casa piscatria

Embora o Algarve esteja divido em trs partes, a arquitectura das suas casas tambm no possuem muitos modelos distintos ou um sem nmero de diferenas arquitectnicas. Alis, estas habitaes dividem-se apenas em dois tipos a casa rural e a casa piscatria.

A casa rural possui um nico piso de planta rectangular. Na parte frontal da mesma, surge a sala, e para a qual abrem as portas de dois pequenos quartos abobadados (com abobada de bero) sobre os quais ficava a aoteia. A cozinha (que tinha acesso pela sala) dava por sua vez para um outro compartimento para despejos e que se ligava por sua vez cabana. Esta diviso, com as constantes modificaes e alteraes da habitao foram perdendo o peso que outrora tinham. Na parte exterior, e muitas das vezes na parte lateral da cozinha, era recorrente existir um outro ncleo composto por palheiro, sobrado, forno, estbulo, galinheiro e outras dependncias, podendo as mesmas fazer parte da habitao ou alterarem-se conforme for o tipo de actividade que os seus proprietrios possuam. Outro tipo de planificao, apresenta os quartos em lados opostos sala, virados para a frente. A cozinha tem acesso pela sala, mas localiza-se a tardz, semelhana da cabana e dos arrumos, que se apresentam nas laterais. O acesso aoteia faz-se por intermdio de uma escada interior, localizada na cozinha, apoiada em arco ( semelhana dos arcos de abbada que suportam os compartimentos), podendo a aoteia tambm ser suportadaPg. 12

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por um tecto de vigas de madeira. Em ambos as situaes, a aoteia ladrilhada e possui platibandas de resguardo. O telhado pode ser de uma ou duas guas, podendo por vezes possuir uma cobertura mista composta por aoteia e telhado, sendo esta pouco inclinada. neste tipo de habitao que existe os exemplos de maior criatividade no que toca ao embelezamento das chamins, sendo um caso nico de beleza e orgulho algarvio e que possuem formas bastante variadas. O material construtivo adoptado pode ser a taipa, a pedra ou o tijolo rebocado e caiado, sendo tambm utilizado o xisto (material comum na zona serrana) nas alvenarias.

A casa piscatria, por sua vez, apresenta geralmente um nico piso de planta rectangular e possui aoteia que tem acesso atravs de uma escada que pode partir do interior da habitao ou do ptio, possuindo divises abobadadas e com a cozinha situada nas traseiras. As escadas de acesso a aoteia so geralmente localizadas na cozinha, ou numa exterior desta, e terminam numa pequena casota que a abriga a sua sada o pangaio. A aoteia torna-se nestas habitaes uma imagem de marca, uma vez que (como no caso de Olho) evoluram das demais uma vez que sobre o tecto ladrilhado do pangaio ter-se construdo mais um elemento o mirante. Este mirante foi ento sendo alvo de sucessivos alargamentos de modo que sobre ele foi possvel construir um novo mirante o contra mirante. Geralmente, estas habitaes so construdas em taipa, adobe, alvenaria de pedra ou de tijolo, e as paredes possuem reboco com caiao. O rodap e as guarnies das portas e janelas da habitao so coloridas, geralmente pintadas com cores vivas, como o azul ou o verde. O pavimento geralmente em tijoleira de barro cozido, assentes sobre as abbadas ou sobre coberturas de trave em madeira e ladrilho. A aoteia toda ela revestida a ladrilho, apoiada nas abbadas das divises e contornada por platibandas

3.3.

A casa tpica de aljezur

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A casa tpica desta localidade, situada entre as elevaes da serra Algarvia, assume contornor tpicos da casa serrana. Estas habitaes do litoral ocidente, assim como as da serra, diferenciam-se pela sua falta de cuidado e brio construtivo. Nas pequenas aldeias, como o caso da de Aljezur, era comum nos depararmos com aglomerados de 10 a 20 casas com os palheiros redondos ao p, sendo frequente na sua construo deixar a pedra a n , ou apenas com simples desenhos caiados nas portas. Tambm, e com alguma frequncia, no eram colocadas chamins sobre os telhados, muitos deles de colmo. Mais recentemente, e com aumento de populao que passou a residir nesta vila, as antigas casas com caractersticas puramente rurais e simples, deram lugar a habitaes com outro tipo de distribuio, diversificando a sua caracterstica arquitectnica. normal visualizarmos durante uma visita a esta povoao, habitaes de 2 pisos, com terraos e/ou aoteias, com 2 ou mais guas, caractersticas essas que eram apenas nicas no litoral central e oriental, onde a predominncia dos ventos no se faz sentir tanto. As ruas e vielas, porm, continuam a apresentar as suas caractersticas originais. Com calada em parelos irregulares, sinuosas e trotuosas, remetemnos a uma viagem no tempo, em que por aqueles caminhos apenas circulavam animais.

Fig.7 - Aspecto das ruas e casas tpicas de Aljezur

4.

CONCLUSO

Com o presente trabalho, pode-se constatar a importncia histrica e local que este povoado representou na historia do nosso pas. O seu castelo, apenas visvel aos dias de hoje as partes que o constituam, possui Fig.8 - Casas de Aljezur na actualidade caractersticas nicas de defesa do territrio do Algarve, sendo tambm uma base para o seu desenvolvimento. As habitaes, por sua vez, inicialmente limitada pela localizao do castelo, comea a se desenvolver e a ocupar outros locais ao longo das encostas.Pg. 14

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A habitao comea a tomar outros contornos, assumindo-se como rural, de formas simples e singelas, sem grandes luxos ornamentais.

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5.

BIBLIOGRAFIA LITERRIA

COUTINHO, Valdemar; Castelos, Fortalezas e Torres da Regio do Algarve; Algarve em Foco Editora; 1997

MARTINS, Jos Antnio de Jesus; Aljezur Medieval; Municpio de Aljezur; 2005

O Mirense, Boletim Informativo da Associao de Defesa do Patrimnio Histrico e Arqueolgico de Aljezur;

MARTINS, Arq. Artur Pires; CASTRO; Arq. Celestino de; TORRES, Arq. Fernando, ARQUITECTURA POPULAR EM PORTUGAL Volume 2, Edies da Ordem dos Arquitectos, Lisboa 2004

MOUTINHO, Mrio, Teoria da Arte A ARQUITECTURA POPULAR PORTUGUESA Volume 14, Editorial Estampa Lisboa 1979, 3 Edio

OLIVEIRA, Ernesto Veiga, Portugal de Perto Arquitectura Tradicional Portuguesa, Publicaes Dom Quixote Lisboa 1994, 2 Edio

6.

BIBLIOGRAFIA DIGITAL

Cmara Municipal de Aljezur; www.cm-aljezur.pt; Novembro 2010 Freguesia de Aljezur; www.jf-aljezur.pt; Novembro 2010 Instituto Portugus de Arqueologia; www.ipa.min-cultura.pt; Novembro 2010 Forumnow; http://www.forumnow.com.br ; Novembro 2010Pg. 16

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Passeiweb; http://www.passeiweb.com; Novembro 2010 Gharb al-Andalus; http://www.gharbalandalus.org/; Novembro 2010

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