Arquitetura Brasileira 4 Arq Defesa e Rural B · ARQUITETURA BRASILEIRA Linguagem Clássica Fúlvio...

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1 ARQUITETURA ARQUITETURA BRASILEIRA BRASILEIRA Linguagem Cl Linguagem Clássica ssica lvio lvio Feiber Feiber Silmara Dias Silmara Dias Feiber Feiber Arquitetura Rural Arquitetura Rural Extra Extração de pau ão de pau-brasil não exigia brasil não exigia estabelecimento definitivo estabelecimento definitivo (predat (predatório) rio); ; Afinal, o que defendiam os Afinal, o que defendiam os portugueses colonizadores? portugueses colonizadores? Arquitetura Rural Arquitetura Rural Meados do s Meados do século XVI, razão da culo XVI, razão da coloniza colonização: produ ão: produção do a ão do açú çúcar a car a partir da cana; partir da cana; Especiaria com pre Especiaria com preço elevado no o elevado no mercado internacional. mercado internacional. Arquitetura Rural Arquitetura Rural O que os portugueses defendiam: O que os portugueses defendiam: portos de escoamento da produ portos de escoamento da produção ão de a de açú çúcar. car. As unidades produtoras As unidades produtoras (engenhos) (engenhos) , , seriam o assentamento rural seriam o assentamento rural disseminado nos litorais paulista, disseminado nos litorais paulista, carioca e nordestino. carioca e nordestino. Arquitetura Rural Arquitetura Rural Prov Provável engenho mais antigo: vel engenho mais antigo: São Jorge dos São Jorge dos Erasmos Erasmos – Santos; Santos; Restam apenas ru Restam apenas ruí nas dos nas dos alicerces alicerces – não h não há registros registros iconogr iconográficos. ficos. Arquitetura Rural Arquitetura Rural Documenta Documentação mais antiga ão mais antiga (e (e única) nica) sobre engenhos da Colônia: sobre engenhos da Colônia: produzida por artistas holandeses produzida por artistas holandeses a partir da 3 a partir da 3ª década do s cada do século culo XVII; XVII;

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ARQUITETURA ARQUITETURA BRASILEIRABRASILEIRA

Linguagem ClLinguagem Cláássicassica

FFúúlviolvio FeiberFeiber

Silmara Dias Silmara Dias FeiberFeiber

Arquitetura RuralArquitetura Rural

��ExtraExtraçção de pauão de pau--brasil não exigia brasil não exigia estabelecimento definitivo estabelecimento definitivo (predat(predatóório)rio); ;

��Afinal, o que defendiam os Afinal, o que defendiam os portugueses colonizadores?portugueses colonizadores?

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��Meados do sMeados do sééculo XVI, razão da culo XVI, razão da colonizacolonizaçção: produão: produçção do aão do açúçúcar a car a partir da cana;partir da cana;

��Especiaria com preEspeciaria com preçço elevado no o elevado no mercado internacional.mercado internacional.

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��O que os portugueses defendiam: O que os portugueses defendiam: portos de escoamento da produportos de escoamento da produçção ão de ade açúçúcar.car.

��As unidades produtoras As unidades produtoras (engenhos)(engenhos) , , seriam o assentamento rural seriam o assentamento rural disseminado nos litorais paulista, disseminado nos litorais paulista, carioca e nordestino.carioca e nordestino.

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��ProvProváável engenho mais antigo: vel engenho mais antigo: São Jorge dos São Jorge dos ErasmosErasmos –– Santos;Santos;

��Restam apenas ruRestam apenas ruíínas dos nas dos alicerces alicerces –– não hnão háá registros registros iconogriconográáficos.ficos.

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��DocumentaDocumentaçção mais antiga ão mais antiga (e (e úúnica)nica)

sobre engenhos da Colônia: sobre engenhos da Colônia: produzida por artistas holandeses produzida por artistas holandeses a partir da 3a partir da 3ªª ddéécada do scada do sééculo culo XVII;XVII;

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Engenho PernambucanoEngenho PernambucanoFransFrans Post, sPost, sééculo XVIIculo XVII Arquitetura RuralArquitetura Rural

��AAçúçúcar: produto de exportacar: produto de exportaçção de ão de maior importância, não sendo maior importância, não sendo superado nem pelo ouro de Minas superado nem pelo ouro de Minas Gerais;Gerais;

��A arquitetura dos engenhos sofre A arquitetura dos engenhos sofre modificamodificaçções e tem manifestaões e tem manifestaçções ões regionais diferentes durante os regionais diferentes durante os três strês sééculos.culos.

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��Primeiras edificaPrimeiras edificaçções dos engenhos ões dos engenhos não eram fortificadas não eram fortificadas –– senhores senhores residiam nas cidades;residiam nas cidades;

��Compostos por 04 edifCompostos por 04 edifíícios:cios:-- Moita (fMoita (fáábrica);brica);-- Senzala (residência de escravos;Senzala (residência de escravos;-- CasaCasa--grande (residência do grande (residência do

proprietproprietáário);rio);-- Capela.Capela.

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��De maneira geral com edifDe maneira geral com edifíícios cios independentes, mas ocorriam independentes, mas ocorriam tambtambéém casos de justaposim casos de justaposiçção.ão.

Engenho Engenho MegaMegaíípepeMuribecaMuribeca, Pernambuco, s, Pernambuco, sééculo XVIIculo XVII

Demolida em 1928Demolida em 1928 Arquitetura RuralArquitetura Rural

��No litoral paulista ocorrem casos No litoral paulista ocorrem casos de moitas e de moitas e casacasa--grandesgrandes estarem estarem sob uma mesma coberta;sob uma mesma coberta;

��Nordeste: Nordeste: -- moitas sempre independentes;moitas sempre independentes;-- FreqFreqüüente justaposiente justaposiçção de capelas ão de capelas

e e casacasa--grandesgrandes..(comunica(comunicaçção por passagem no não por passagem no níível superior)vel superior)

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Engenho PoEngenho Poçço Compridoo CompridoVicência, Pernambuco Vicência, Pernambuco –– ssééculo XVIIIculo XVIII

Engenho PoEngenho Poçço Compridoo CompridoVicência, Pernambuco Vicência, Pernambuco –– ssééculo XVIIIculo XVIII

Engenho Olho dEngenho Olho d’Á’ÁguaguaIlhabelaIlhabela, São Paulo, São Paulo

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��Primeiros engenhos nordestinos Primeiros engenhos nordestinos localizados prlocalizados próóximo ao rios:ximo ao rios:

-- Energia hidrEnergia hidrááulica;ulica;-- Escoamento da produEscoamento da produçção em ão em

diredireçção aos portos.ão aos portos.

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��CasasCasas--grandes: nem sempre grandes: nem sempre grandes e pomposas;grandes e pomposas;

��Motivo: nem todos os senhores de Motivo: nem todos os senhores de engenho detinham o poder engenho detinham o poder ostentado;ostentado;

��Senhor de engenho significava um Senhor de engenho significava um ttíítulo de nobreza.tulo de nobreza.

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��Nos dois primeiros sNos dois primeiros sééculos, as culos, as casas lembram as casas do norte casas lembram as casas do norte de Portugal:de Portugal:

-- compactas;compactas;-- Dois pavimentos;Dois pavimentos;-- Alpendre;Alpendre;-- Escada externa Escada externa (protegida pelo alpendre)(protegida pelo alpendre)..

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��BahBahííaa, fins do s, fins do sééculo XVII e XVIII: culo XVII e XVIII: CasaCasa--grande com pgrande com páátio interno tio interno descoberto;descoberto;

��SSééculo XIX, Nordeste: Casaculo XIX, Nordeste: Casa--grande com alpendre perifgrande com alpendre periféérico ou rico ou ao longo de três de suas fachadas.ao longo de três de suas fachadas.

CasaCasa--grande grande –– Engenho FreguesiaEngenho FreguesiaCandeias, BahiaCandeias, Bahia

Engenho FreguesiaEngenho FreguesiaCandeias, BahiaCandeias, Bahia Arquitetura RuralArquitetura Rural

��1808: Abertura dos portos.1808: Abertura dos portos.��1816: vinda da Missão Francesa 1816: vinda da Missão Francesa

para o Rio de Janeiro.para o Rio de Janeiro.��ConseqConseqüüências:ências:��ManifestaManifestaçção do neoclassicismo ão do neoclassicismo

em construem construçções urbanas com ões urbanas com repercussões nas zonas rurais. repercussões nas zonas rurais.

Fazenda Fazenda ColubandêColubandêSão GonSão Gonççalo, Rio de Janeiroalo, Rio de Janeiro

Fazenda Fazenda ColubandêColubandêSão GonSão Gonççalo, Rio de Janeiroalo, Rio de Janeiro

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Engenho LagoaEngenho LagoaSão Sebastião do São Sebastião do PassPasséé, Bahia, Bahia

Engenho Engenho GaipiGaipióóIpojucaIpojuca, Pernambuco , Pernambuco –– ssééculo XIXculo XIX

Engenho Engenho EmbiaraEmbiaraCachoeira, Cachoeira, BahBahííaa

Engenho SalgadoEngenho SalgadoNazarNazaréé da Mata, Pernambucoda Mata, Pernambuco

Engenho SalgadoEngenho SalgadoNazarNazaréé da Mata, Pernambucoda Mata, Pernambuco Engenho Engenho TrapuTrapuáá

TracunhaTracunhaéémm, Pernambuco, Pernambuco

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��SSééculo XX: nova importaculo XX: nova importaçção de ão de tipos urbanos tipos urbanos –– os os chaletschalets (duas (duas ááguas e cumeeira perpendicular ao guas e cumeeira perpendicular ao plano da fachada principal);plano da fachada principal);

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��ÀÀ exceexceçção das casas neoclão das casas neocláássicas, ssicas, a rigor, não se pode classificar as a rigor, não se pode classificar as casascasas--grandegrande segundo estilos:segundo estilos:

-- Qualidades formais não resultaram Qualidades formais não resultaram da aplicada aplicaçção de cão de cóódigos que vise digos que vise ààfruifruiçção estão estééticatica

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��TambTambéém as m as moitasmoitas ou ou ffáábricasbricas, , tambtambéém construm construíídas com cardas com carááter ter utilitutilitáário;rio;

��Senzalas: expressão mais simples Senzalas: expressão mais simples de uma habitade uma habitaçção ão –– concebidas concebidas sem concepsem concepçção plão pláástica alguma.stica alguma.

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�� Tipo mais freqTipo mais freqüüente de senzalas:ente de senzalas:-- Conjunto de pequenos Conjunto de pequenos

compartimentos;compartimentos;-- conjugados;conjugados;-- Em linha reta;Em linha reta;-- Nem sempre com janelas;Nem sempre com janelas;-- Portas voltadas a um alpendre Portas voltadas a um alpendre

contcontíínuo.nuo.

Senzala Senzala –– Engenho MatasEngenho MatasCabo de Santo Agostinho, PernambucoCabo de Santo Agostinho, Pernambuco

Senzala Senzala –– Engenho Engenho CoimbrasCoimbrasCabo de Santo Agostinho, PernambucoCabo de Santo Agostinho, Pernambuco

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��CapelasCapelas: se reconhece algum : se reconhece algum estilo de arquitetura.estilo de arquitetura.

��Apresentam:Apresentam:-- Elementos decorativos (externa e Elementos decorativos (externa e

internamente);internamente);-- ConstruConstruíídas com materiais das com materiais

durdurááveis;veis;

Capela Capela –– Engenho BonitoEngenho BonitoNazarNazaréé da Mata, Pernambucoda Mata, Pernambuco

Capela Capela –– Engenho São Engenho São BrBráázzCabo de Santo Agostinho, PernambucoCabo de Santo Agostinho, Pernambuco

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��Em fins do sEm fins do sééculo XVIII: primeiras culo XVIII: primeiras fazendas de caffazendas de caféé (Rio de Janeiro, (Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais);São Paulo e Minas Gerais);

��Motivos: concorrência do mercado Motivos: concorrência do mercado internacional com ainternacional com açúçúcar car produzido no Caribe e Antilhasproduzido no Caribe e Antilhas

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��Antigos engenhos nestas regiões Antigos engenhos nestas regiões se transformam em fazendas de se transformam em fazendas de cafcaféé;;

��Nordeste: o aNordeste: o açúçúcar se constituiria car se constituiria como uma importante fonte de como uma importante fonte de divisas atdivisas atéé o so sééculo XX. culo XX.

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��Processo de beneficiamento dos Processo de beneficiamento dos grãos de cafgrãos de caféé: não tão complexo : não tão complexo quanto quanto àà produproduçção do aão do açúçúcar;car;

��EdifEdifíícios com funcios com funçções especões especííficas ficas (não suficientemente estudados).(não suficientemente estudados).

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��Residência dos proprietResidência dos proprietáários:rios:��Alguns exemplares mais antigos Alguns exemplares mais antigos

lembram as casaslembram as casas--grandes com:grandes com:-- Dois pavimentos;Dois pavimentos;-- Alpendre;Alpendre;-- Escada externa;Escada externa;

Fazenda Fazenda PaudalhoPaudalhoSão JosSão Joséé do Barreiro, São Paulodo Barreiro, São Paulo

Fazenda Fazenda PaudalhoPaudalhoSão JosSão Joséé do Barreiro, São Paulodo Barreiro, São Paulo

Fazenda Fazenda PaudalhoPaudalhoSão JosSão Joséé do Barreiro, São Paulodo Barreiro, São Paulo

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��A maioria, construA maioria, construíídas no sdas no sééculo culo XIX, mais prXIX, mais próóximas da capital do ximas da capital do ImpImpéério, são:rio, são:

-- NeoclNeocláássicas;ssicas;-- Sem alpendre;Sem alpendre;-- Reproduzindo, com freqReproduzindo, com freqüüência, ência,

tipos urbanos.tipos urbanos.

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��Desse perDesse perííodo, em Minas Gerais, odo, em Minas Gerais, casas de fazenda casas de fazenda (nem sempre de (nem sempre de

cafcaféé)),, registraregistra--se casas com se casas com alpendres que funcionam mais alpendres que funcionam mais como corredores de acesso, como corredores de acesso, dispostos em linha reta ou em dispostos em linha reta ou em forma de forma de ““LL””..

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ReferênciasReferências

�� MONTEZUMA, Roberto. MONTEZUMA, Roberto. Arquitetura Arquitetura Brasil 500 anos: uma invenBrasil 500 anos: uma invençção ão recrecííprocaproca. Recife: UFP, 2002.. Recife: UFP, 2002.