Arquitetura de Interiores em ambientes de saúde

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Universidade Federal de Juiz de Fora Faculdade de Engenharia Departamento de Arquitetura e Urbanismo Guilherme Valle Loures Brandão Laura Gesualdo Prata ARQUITETURA DE INTERIORES EM AMBIENTES DE SAÚDE Avaliação Pós Ocupação em Clínica de Diagnóstico por Imagem Juiz de Fora Novembro, 2014

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este trabalho discute a arquitetura de interiores nos ambientes de saúde destinados ao diagnóstico por imagem.

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  • Universidade Federal de Juiz de Fora

    Faculdade de Engenharia

    Departamento de Arquitetura e Urbanismo

    Guilherme Valle Loures Brando

    Laura Gesualdo Prata

    ARQUITETURA DE INTERIORES EM AMBIENTES DE SADE

    Avaliao Ps Ocupao em Clnica de Diagnstico por Imagem

    Juiz de Fora Novembro, 2014

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    Universidade Federal de Juiz de Fora

    Faculdade de Engenharia

    Departamento de Arquitetura e Urbanismo

    Guilherme Valle Loures Brando

    Laura Gesualdo Prata

    ARQUITETURA DE INTERIORES EM AMBIENTES DE SADE

    Avaliao Ps Ocupao em Clnica de Diagnstico por Imagem

    Monografia apresentada ao curso de

    Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade de

    Engenharia, da Universidade Federal de Juiz

    de Fora no curso de Ps graduao de

    Arquitetura de interiores, como requisito para

    concluso do curso.

    Orientador: Prof. Dr. Jos Gustavo Francis

    Abdalla

    Juiz de Fora Novembro, 2014

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    Brando, Guilherme; Prata, Laura. Arquitetura de Interiores em Ambiente de Sade:Avaliao Ps Ocupao em Clnica de Diagnstico por imagem/ Guilherme Valle Loures Brando; Laura Gesualdo Prata. 2014. 95f.: il. Trabalho de Concluso de Curso (Especializao em Arquitetura de Interiores) Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2014. 1. Avaliao Ps Ocupao 2. Arquitetura de Interiores 3. Diagnstico por Imagem. Ttulo.

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    Universidade Federal de Juiz de Fora

    Faculdade de Engenharia

    Departamento de Arquitetura e Urbanismo

    Guilherme Valle Loures Brando

    Laura Gesualdo Prata

    ARQUITETURA DE INTERIORES EM AMBIENTES DE SADE Avaliao Ps Ocupao em Clnica de Diagnstico por Imagem

    BANCA EXAMINADORA

    Prof. Dr. Jos Gustavo Francis Abdalla (orientador) Universidade Federal de Juiz de Fora

    Prof. Dr. Letcia Maria de Arajo Zambrano Universidade Federal de Juiz de Fora

    Prof. Dr. Ernani Simplcio Machado Universidade Federal de Juiz de Fora

    Examinado em: / /2014.

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    Resumo

    Esta pesquisa aborda a realizao de uma Anlise Ps Ocupao APO em

    clnica de diagnstico por imagem situada na cidade de Juiz de Fora MG -

    atravs de anlise walkthrough e entrevistas estruturadas aplicadas ao corpo

    funcional do estabelecimento. O Objetivo analisar fatores de qualidade ou

    falta dela nos ambientes utilizados e propor diretrizes para solucionar os

    problemas encontrados atravs do projeto de arquitetura de interiores. O

    enfoque terico deste trabalho de seu atravs da tese de doutoramento de

    Ernani Simplcio Machado, que aborda o tema da APO em ambientes de

    sade. Os instrumentos de anlise foram aplicados e, ao final, percebeu-se a

    necessidade de adequaes espaciais para bom funcionamento do local, que

    so apresentadas neste trabalho, uma vez que as demandas na rea de sade

    so sempre mutveis.

    Palavras Chave

    1. Avaliao Ps Ocupao 2. Arquitetura de Interiores 3. Diagnstico por

    Imagem.

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    ndice de ilustraes

    Figura 1 - Fachada da Clnica ................................................................................................ 24

    Figura 2 - Recepo do primeiro pavimento .............................Erro! Indicador no definido.

    Figura 3 - Recepo do segundo pavimento ....................................................................... 26

    Figura 4 - Espera do segundo pavimento ............................................................................ 26

    Figura 5 - Integrao Visual com o exterior ......................................................................... 28

    Figura 6 - Vista a partir da espera do 2 pavimento ........................................................... 28

    Figura 7 - Corredor de acesso s salas de exames do 1 pavimento ............................. 29

    Figura 8 - Hall e espera do 2 pavimento ............................................................................. 29

    Figura 9 - Iluminao Amarelada no rebaixo da sala de espera do 1 pavimento......... 30

    Figura 10 - Planos de trabalho bem iluminados .................................................................. 31

    Figura 11 - Sala de eletroencefalograma ............................................................................. 31

    Figura 12 - Instalao PNE primeiro pavimento .................................................................. 32

    Figura 13 - Vestirio Masculino .............................................................................................. 32

    Figura 14 - Armrio em uma das salas de ultrassonografia .............................................. 33

    Figura 15 - Pictogramas e placas informativas .................................................................... 34

    Figura 16 - Vista geral da Recepo e Espera .................................................................... 39

    Figura 17 - Vista do Cadastro de pacientes e rea de espera .......................................... 40

    Figura 18 - Vista do Corredor com piso ttil e faixa direcional .......................................... 41

    Figura 19 - rea de espera e integrao visual com o exterior ........................................ 41

    Figura 20 - Balco de atendimento e paines de madeira ................................................. 42

    Figura 21 - Novo balco para o laboratrio e faixas direcionais no piso ......................... 43

    Figura 22 - Vista Geral da recepo do terceiro pavimento .............................................. 43

    Figura 23 - Vista do corredor dos consutrios ..................................................................... 44

    Figura 24 - Balco de atendimento do terceiro pavimento ................................................ 44

    Figura 25 - Vista do Consultrio com mesa de atendimento ............................................. 45

    Figura 26 - Vista da rea de anamnese ................................................................................ 45

    Figura 27 - rea de conforto com acesso copa de funcionrios ................................... 46

    Figura 28 - Copa de funcionrios ........................................................................................... 47

    Figura 29 - Poltronas da rea de conforto ............................................................................ 47

    Figura 30 - Proposta para Sala do Teste Ergomtrico ....................................................... 48

    Figura 31 - Fachada Proposta ................................................................................................ 49

    Figura 32 - Jardins e Acessos ................................................................................................ 49

    Figura 33 - Fachada Proposta ................................................................................................ 50

    file:///D:/Guilherme/UFJF/Especializao/Monografia/TCC/Corpo%20do%20Trabalho/TCC%20ARQUITETURA%20DE%20INTERIORES%20V01.docx%23_Toc405553279

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    ARQUITETURA DE INTERIORES EM AMBIENTE DE SADE Avaliao Ps Ocupao em Clnica de Diagnstico por Imagem

    Sumrio

    1-Introduo ............................................................................................................................... 9 1.1 Justificativa da escolha do tema ........................................................................ 12

    1.2 Conceito bsico envolvendo a temtica .......................................................... 14

    1.2.1 Desenvolvimentos dos espaos de sade .............................................. 14

    1.2.2 Sistema de Sade Brasileiro ....................................................................... 18

    1.2.3 Medicina Diagnstica por imagem ............................................................ 19

    2. Objetivos .............................................................................................................................. 21 2.1. Objetivo geral .................................................................................................................. 21

    2.2. Objetivos Especficos ....................................................................................................... 21

    3- Metodologias da investigao ....................................................................................... 22 3.1 APO ................................................................................................................................. 22

    3.3.1. Tcnicas Utilizadas ................................................................................................. 23

    3.2. Levantamento da infraestrutura da clnica .......................................................... 24

    3.3. Anlises dos dados para interveno na arquitetura de interior .................. 27

    3.3.1. Anlise Walkthrough .......................................................................................... 27

    3.3.1.1. Caractersticas Gerais da Edificao ......................................................... 27

    3.3.1.2. Conforto Ambiental ......................................................................................... 29

    3.3.1.3. Aspectos Tcnico-construtivos e Equipamentos ................................... 31

    3.3.1.4. Aspectos Funcionais ...................................................................................... 33

    3.3.1.5. Aspectos Comportamentais ......................................................................... 34

    3.3.2. Wishpoem.............................................................................................................. 35

    3.3.3. Entrevista Estruturada ....................................................................................... 36

    3.4 Locais de interveno e motivos ............................................................................ 37

    4. Proposies projetuais .................................................................................................... 39 4.1. Recepo do Primeiro Pavimento .......................................................................... 39

    4.2 Recepo do Segundo Pavimento .......................................................................... 41

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    4.3. Recepo e Consultrios do Terceiro Pavimento ............................................. 43

    4.4. Copa de funcionrios e Conforto ........................................................................... 46

    4.5. Salas de exames ......................................................................................................... 48

    4.6. Fachada ......................................................................................................................... 49

    5. Concluso ............................................................................................................................ 51 6. Bibliografia .......................................................................................................................... 52 Apndices................................................................................................................................. 54

  • 9

    1-Introduo

    Os Estabelecimentos Assistenciais em Sade (EAS) configuram importantes

    espaos de promoo da sade dos indivduos e no esto, necessariamente, no

    ambiente hospitalar. Configuram-se como EAS as clnicas, hospitais-dia,

    ambulatrios mdicos, laboratrios de anlises clnicas, pronto- atendimentos de

    urgncia, dentre outros. Nesse contexto, as clnicas, que podem atender a

    diversas reas - Mdica, Odontolgica, Fonoaudiolgica, Psiquitrica e

    Psicolgica - e por diversas especialidades - Fisioterapia, Ortopedia, Radiologia,

    Radioterapia, Bioimagem, Medicina Nuclear, dentre tantas outras - fazem parte da

    rede de Ateno Secundria Sade (ASS), que rene aes e servios que

    visam atender aos principais problemas de sade e agravos da populao, cuja

    prtica clnica demande disponibilidade de profissionais especializados e o uso de

    recursos tecnolgicos de apoio diagnstico e teraputico - SADT.(THOMAZONI,

    2009).

    O projeto e reforma de Estabelecimentos Assistenciais em Sade (EAS) obedece,

    atualmente, Resoluo da Diretoria Colegiada n 50 (RDC-50), da Agncia

    Nacional de Vigilncia Sanitria. Mesmo luz da RDC-50, em geral, os EAS

    pblicos e privados tm sua estrutura fsica dimensionada e organizada aqum

    das necessidades e padres de segurana e conforto desejveis para o

    atendimento satisfatrio do usurio. Estas carncias, mesmo quando os

    equipamentos atendem s exigncias da RDC-50, so fruto, principalmente, de

    dois fatores-chave: as incongruncias, lacunas e insuficincias formais da norma

    que causam confuso aos projetistas, mesmo experientes, ou permitem a

    substituio ou supresso de elementos indispensveis e a incompatibilidade, em

    alguns tpicos, entre a RDC-50 e demais normas que sejam complementares ou

    soberanas ela. (LIMEIRA, 2006).

    Ao se discutir, ento, o projeto de Estabelecimentos Assistenciais em Sade

    indispensvel observar que a evoluo tecnolgica latente modifica, relativamente

    em curto perodo de tempo, as necessidades espaciais destes estabelecimentos.

    A cada dia, esse processo contnuo de aprimoramento e evoluo, gera novas

    demandas que modificam profundamente estes ambientes, tornando-se

    imprescindvel que estes espaos estejam aptos a acompanhar tais mudanas

    com o menor impacto possvel (THOMAZONI, 2009). Especialmente na rea de

  • 10

    diagnstico por imagem, radiologia e mtodos grficos cabe projetar o edifcio e

    seus interiores para que seja possvel abrigar estas transformaes sem grandes

    desconfortos, o mesmo se aplicando s operaes de manuteno e obras de

    ampliao.

    O diagnstico por imagem representa um avano para a medicina, uma vez que

    tornou-se possvel a identificao de diversas enfermidades de forma pouco ou

    no invasiva. A Evoluo da Radiologia e dos demais mtodos grficos na ltima

    dcada foram considerveis e ocorreram grandes avanos na tecnologia utilizada,

    principalmente relacionados ressonncia magntica, tomografia

    computadorizada e ultrassom, tornando-os elementos auxiliares de extrema

    importncia para diversas especialidades mdicas. Sjenfeld (2003, p.5 apud

    CUBERO, 2007) "comenta que na atividade mdica, o diagnstico por imagem,

    influncia de forma categrica as decises teraputicas, a evoluo e o

    conhecimento das doenas, sendo uma das ferramentas a promover melhoria no

    bem-estar das pessoas e contribuindo, significativamente, para o aumento da

    expectativa de vida dos seres humanos."

    Esta evoluo dos mtodos de diagnsticos por imagem trouxe a consequente

    ampliao do nmero de estabelecimentos especializados nestes servios que,

    alm de obedecerem RDC-50, tambm devem atender normas especficas

    para sua implantao e operao, nas quais destacam-se a NBR9050:2004 -

    Acessibilidade a Edificaes, Mobilirio, Espaos e Equipamentos Urbanos; a

    Portaria 453/98 - Diretrizes Bsicas de Proteo Radiolgica e a Resoluo da

    Diretoria Colegiada n 306 de 2004 (RDC306/04) - Gerenciamento de resduos de

    servios de sade.

    Entretanto nota-se que, alm da extensa normatizao sobre o assunto, o projeto

    dos EAS deve atender tambm a outros critrios que no os exclusivamente

    tcnicos, embora sem prejuzo da observncia destes. Em consonncia com

    pesquisas em ambientes ligados promoo da sade e o Programa Nacional de

    Humanizao da Assistncia Hospitalar - PNHAH, nos quais a arquitetura

    hospitalar abordada na perspectiva de agente influente nas terapias e em seus

    resultados, ABDALLA et alii, 2004, apud MACHADO et al, 2011 reforam a ideia

    que o projeto de arquitetura de um EAS deve ser, justamente, concebido no

    somente atravs da observncia das regulaes vigentes, mas tambm a partir de

  • 11

    um questionamento mais profundo das necessidades humanas, includos

    pacientes e profissionais da rea. Este questionamento, ento, deve levar em

    conta os fatores de promoo da humanizao, tornando os espaos mais

    agradveis para seus diversos usurios (ALVES, 2011).

    CUBERO, 2007 indica que "Humanizar seguir medidas em que tanto os

    profissionais quanto os usurios considerem o conjunto dos aspectos fsicos, e

    venham deste modo a assumir uma postura tica. Resumidamente pode-se dizer

    que humanizar alcanar benefcios mtuos para a sade dos usurios, dos

    profissionais e da comunidade." e cita ainda que " A humanizao de um ambiente

    deve-se principalmente ao partido arquitetnico adotado durante o seu

    planejamento. Por isso importante o arquiteto estar inserido neste contexto,

    tanto pelo ponto de vista tcnico e criativo, quanto pelo ponto de vista financeiro. O

    arquiteto deve estar a par das exigncias da entidade mantenedora do programa,

    da equipe de trabalho do hospital e da populao de pacientes que utilizar o

    espao. Todas essas informaes devem ser somadas aos conhecimentos

    tcnicos necessrios para a construo de uma edificao de alta complexidade,

    o hospital, e capacidade criativa dos arquitetos para embutir nesse espao

    complexo, sistemtico e em constante evoluo, os atributos de projeto que vo

    humanizar o ambiente, tornando-o funcional e confortvel ao mesmo tempo."

    MACHADO, 2011 e TEIXEIRA, 2005 afirmam que a humanizao dos ambientes

    um desafio que se insere na questo projetual para criao de espaos

    agradveis, pois a complexidade das diversas estruturas que se inter-relacionam

    em projetos desta natureza podem levar uma abordagem que privilegie

    aspectos tcnico-funcionais no design dos espaos. Ampliando-se o conceito de

    funo, possvel incluir ento as necessidades psicossociais do indivduo, dando

    forma amplitude das possibilidades a serem exploradas na produo dos

    espaos.

    Dessa forma conclui-se que e a incorporao dos conceitos da arquitetura de

    interiores devem ser repensados e atualizados constantemente a fim de adequar,

    adaptar e requalificar o edifcio - no caso de edifcios existentes- e ser uma etapa

    de projeto pensada desde a concepo do edifcio no caso de edificaes novas

    j que o mercado de exames de diagnstico tende cada vez mais expanso

    seja nas rea pblica ou privada e as tecnologias evoluem rapidamente,

  • 12

    modificando-se as necessidades programticas e espaciais da arquitetura na

    mesma velocidade.

    1.1 Justificativa da escolha do tema

    Dentre tantos temas apresentados na ps-graduao englobando a aplicao

    da arquitetura de interiores, o ambiente de sade foi aquele que mais nos

    despertou interesse uma vez que, por se tratar de um tema altamente

    normatizado e controlado, torna-se um desafio projetar um ambiente de sade

    que englobe s questes tcnicas o conforto psicolgico de todos os atores,

    sejam eles pacientes, acompanhantes, corpo clnico e demais funcionrios.

    Levando em conta que as pessoas que utilizam essas edificaes como

    pacientes e acompanhantes, mesmo que para fins preventivos, acabam sendo

    tomadas pela ansiedade e aquelas que j esto em tratamento carregam

    consigo uma dose extra de apreenso e estresse, a humanizao da

    arquitetura imprescindvel qualidade do espao e traz benefcios j

    comprovados por inmeros estudos.

    , tambm, de essencial necessidade promover o conforto psicolgico aos

    funcionrios e corpo clnico que, alm de passarem grandes perodos de tempo

    no exerccio da funo que por si s j desgastante precisam ainda lidar

    com aspectos psicolgicos dos pacientes devido aos diversos quadros que

    podem ocorrer por conta das enfermidades. Para alm dessas questes, torna-

    se necessrio tambm promover a relao interpessoal entre funcionrios que,

    na maioria das vezes, em clnicas que prestam servios de diagnstico por

    imagem, prejudicado devido grande compartimentao dos espaos e

    atividades por eles desenvolvidas.

    Pesquisas focalizadas em aspectos que possam contribuir para a melhoria de

    desempenho do projeto de edificaes vm ganhando cada vez mais nfase na

    rea de arquitetura e urbanismo, objetivando o desenvolvimento de conhecimento

    que possa ser revertido para a produo de projetos de melhor qualidade, e para

    o desenvolvimento de novas tecnologias para edificaes mais eficientes (COSTI,

    2002).

  • 13

    Tendo em mente estes aspectos, somados ao custo elevado de implantao de

    uma clnica de diagnstico por imagem torna-se, ento, imprescindvel a presena

    de um profissional capacitado para solucionar as questes tcnicas envolvidas ao

    mesmo tempo em que se prope estratgias de projeto que auxiliem na promoo

    do conforto psicolgico dos usurios, trazendo consigo as questes de eficincia -

    por exemplo um projeto que englobe todos os aspectos tecnolgicos e funcionais -

    e eficcia - por exemplo a satisfao dos usurios com o projeto proposto,

    fazendo-o funcionar como proposto, mantendo coerncia com a ideia original

    estabelecida como partido do projeto - no pensamento dos ambientes de sade

    (MACHADO, 2011).

    O tema a ser abordado neste trabalho visa reunir informaes que sirvam de

    subsdios elaborao de um projeto de requalificao espacial de uma Clnica

    de Diagnstico por imagem, situada Rua Rei Alberto no centro da cidade de Juiz

    de Fora, Minas Gerais. Para tal foi necessrio um estudo atravs do mtodo APO

    (avaliao ps ocupao), aplicando um questionrio mais gosto e menos gosto

    com todos os funcionrios da clnica, alm da tcnica do Walktrhough, que

    consiste em ns, arquitetos, percorremos todo o ambiente de sade fazendo uma

    anlise crtica de todos os pontos: conforto trmico, sinalizaes, circulao,

    iluminao, ventilao, funcionamento, equipamentos, dentre outros.

    A clnica surgiu em 1987 na mesma rua, porm em outra edificao que com o

    tempo se tornou obsoleta. Com o crescimento dos planos de sade e da ateno

    secundria sade e medicina preventiva, que incorporou diversos exames

    cartela de servios, a clnica teve necessidade de expanso para suprir a

    demanda crescente do ramo. Para isto foi contratado projeto arquitetnico

    especfico para a unidade, no tratando-se de uma reforma ou remodelao de

    um antigo imvel residencial como muito comum nas clnicas mdicas

    atuantes em Juiz de Fora e, hoje, a clnica ocupa um edifcio de trs andares com

    rea construda de aproximadamente 825m e realiza aproximadamente 420

    atendimentos mensais

    Justifica-se, ento, a escolha do tema por se tratar de um assunto em franca

    expanso e de grande interesse para a rea da arquitetura e do design de

    interiores, no que concerne busca de estratgias e mtodos projetuais que

    auxiliem na obteno de espaos tecnicamente corretos e psicologicamente

  • 14

    agradveis aos seus usurios, em qualquer esfera. No ambiente de sade, de

    uma forma geral, h uma supervalorizao das dimenses tcnicas e funcionais.

    Os aspectos simblicos, afetivos ou psicossociais so preteridos, gerando

    espaos impessoais desumanizados. Observa-se a necessidade de se

    amenizar os aspectos negativos das vivncias no espao hospitalar. A presente

    pesquisa justifica-se, tambm, na medida em que busca novos conceitos

    projetuais que possam dotar este ambiente fsico de um maior grau de qualidade e

    de humanizao, que possibilite, alm da fluidez tcnica mdico-teraputica, as

    demais dimenses inerentes prpria arquitetura.

    1.2 Conceito bsico envolvendo a temtica

    1.2.1 Desenvolvimentos dos espaos de sade

    Por muito tempo, e ainda hoje, a sociedade encarou o edifcio hospitalar como

    sendo um local de doena, morte, angstia, entre outros sentimentos.

    As edificaes hospitalares e hoteleiras originaram de albergues que

    abrigavam viajantes, peregrinos e enfermos. A palavra hospes que vem do

    latim, significa hspede e deu origem a hospitalis e hospitium, palavras que

    designavam locais onde se abrigavam, na antiguidade, alm dos enfermos,

    viajantes e peregrinos.

    O desenvolvimento das edificaes voltadas para a sade est diretamente

    ligada a evoluo da medicina. Porm a forma fsica destas est relacionada

    evoluo da engenharia e da arquitetura, bem como as questes estticas

    esto ligadas aos perodos histricos. (Miquelin, 2001).

    Inicialmente, na antiguidade os doentes eram tratados nas residncias dos

    prprios mdicos, em suas prprias casas ou em locais pblicos. Alguns

    tratamentos realizados por sacerdotes utilizavam banhos, jejuns e rituais eram

    realizados em templos destinados a deuses.

    J no Imprio Romano foi institudo locais especficos para o tratamento de

    soldados doentes e feridos a fim de recolher escravos doentes e idosos.

    Os registros das primeiras edificaes hospitalares s apareceram por volta do

    sculo IV na Europa sob a influncia do Cristianismo. Servindo tanto como

    refgio para viajantes como para abrigar doentes.

  • 15

    Os primeiros grandes hospitais por terem uma ligao enorme com o

    cristianismo, possuam em suas edificaes certa semelhana com as igrejas,

    no dando para diferenci-las externamente. Essas construes no tinham

    como prerrogativa a cura, uma vez que os pacientes dificilmente saiam vivos.

    Essas construes eram mais para realizao de rituais que garantiriam a

    salvao eterna.

    Por volta do sculo XI, com a disseminao dos leprosos, foram institudos os

    leprosrios, como forma de isolamento desses pacientes que representavam

    risco de contgio e uma aparncia desagradvel.

    Dessa forma, na Idade Mdia no havia preocupao com a cura. As

    edificaes no eram instituies mdicas, e a medicina era uma prtica no

    hospitalar, sendo vista apenas como uma instituio de assistncia aos pobres.

    Isso porque eles apresentavam o risco de contgio e por isso necessitavam de

    assistncia. O personagem ideal do hospital, at o sculo XVIII, no o doente

    que precisa ser curado, mas o pobre que est morrendo. Esta era a funo

    essencial do hospital, um lugar de morrer.

    Portanto, at o incio do sculo XVIII a medicina no obteve nenhum processo

    evolutivo, a cincia era racional e dedutiva, sem haver processo

    experimentativo, suas instituies misturavam doentes, loucos, devassos e

    prostitutas. Algum progresso s foi possvel no perodo do renascimento, no

    qual o mtodo do experimento passou a ser empregado.

    Na idade mdia as construes destinadas a abrigar doentes podiam ser

    classificadas em trs tipos de acordo com Cisneros:

    - Basilical: extensas naves abobadadas sustentadas por colunas e janelas

    estreitas, galeria circundante cercada e capela ao fundo;

    - Palaciano: conjunto quadrtico ou retangular, dispondo de dois ptios

    envoltos pelas acomodaes ocupadas pelos doentes em camas individuais ou

    coletivas cercada por cortinas. As camas coletivas tinham dimenses de uma

    cama de casal que em casos de superlotao chegavam a abrigar at seis

    pacientes;

    - Cruciforme: onde era possvel celebrar uma nica liturgia (no cruzamento

    das alas) e todos os doentes poderiam acompanhar.

    Algumas das evolues da engenharia e arquitetura se deram a partir de

    experincias que foram absorvidas de outras edificaes passadas. Os

  • 16

    leprosrios, por exemplo, trouxeram a necessidade de construes com vos

    de abertura maiores que permitiam maior iluminao e ventilao, alm da

    preocupao da separao entre alojamento e logstica e patologia e sexo. J

    as primeiras noes de saneamento, trouxeram para as construes a gua,

    que era essencial para higienizao e limpeza.

    A queda do cristianismo fez com que as instituies de apoio aos doentes

    passassem a serem administradas por pessoas comuns, transferindo a

    responsabilidade de prestar os servios de assistncia social, hospitalidade,

    ensino e ateno a enfermidades. Dessa forma os cristos passam a controlar

    somente a parte da enfermagem.

    Durante a Idade Mdia, o hospital serviu basicamente para isso: hospedar

    doentes, viajantes e pobres. As instituies nao tinham o intuito de cura e

    serviam basicamente como asilo tendo por objetivo somente o isolamento de

    pessoas doentes ou pobres do convvio com o restante da sociedade, evitando,

    desta forma, riscos sociais e epidemiolgicos. A funo da cura e do

    tratamento no existia e a medicina entendida em sua concepo atual

    no era realizada: tratava-se apenas do fornecimento de um abrigo e do

    estabelecimento de uma rotina.

    J as instituies modernas configuraram um novo tipo de instituio sanitria,

    alm de suas funes primordiais tambm passaram a ser vista como um

    instrumento para a conteno da pobreza e erradicao da mendicncia,

    ajudando a manter a ordem pblica

    O desenvolvimento tecnolgico fez com que a ideia de hospital antiga, feito

    para os pobres, tendo o mais privilegiado tratamento em casa, mudou. Hoje

    todos tm seu atendimento em edificaes hospitalares, pela estrutura e

    possibilidade de realizar exames s encontrados neste tipo de ambiente, que

    propiciam a cura.

    Portanto, a concepo do hospital como local de tratamento relativamente

    recente. Foi somente,a partir do sculo XVIII, com o Iluminismo e a Revoluo

    Industrial, que construiu-se uma nova viso sobre o homem e a natureza. A

    crescente especializao das cincias e a ampliao dos conhecimentos neste

    perodo contriburam para a busca do melhoramento das condies sanitrias,

    tendncia que foi intensificada ao longo do sculo XIX.

  • 17

    O hospital como instrumento teraputico uma inveno relativamente nova,

    que data do final do sculo XVIII. A conscincia de que o hospital pode e deve

    ser um instrumento destinado a curar aparece claramente em torno de 1780 e

    assinalada por uma nova prtica: a visita e a observao sistemtica e

    comparada dos hospitais. (FOUCAULT,1989:99.)

    A conscincia de que o hospital pode e deve ser um instrumento destinado a

    cura aparece claramente em torno de 1780 e assinalada por uma nova

    prtica, a visita e a observao sistemtica e comparada dos hospitais (Howard

    ingles e Tenon frances, a pedido da Academia de Cincias francesa).

    A percepo deste equipamento como componente integrante do processo da

    cura leva a uma progressiva especializao de seus espaos. Questes

    relativas distribuio espacial de seu programa e de seus fluxos tornam-se,

    gradativamente, as de resoluo mais urgentes na prtica projetual da

    arquitetura hospitalar. Essa preocupao inicia-se no sculo XVIII com o

    simples combate superlotao de leitos, estes no eram individuais,

    chegando ao final do sculo XIX com a ampliao significativa da rea ocupada

    por essas edificaes, atravs da difuso do modelo pavilionar, o qual buscava

    facilitar a circulao e renovao do ar e manifesta-se no sculo XX na

    crescente multiplicao e especializao dos componentes de seu programa e

    diferenciao de seus fluxos. (SILVA, Kleber. A idia da funo para a

    arquitetura: o hospital e o sculo XVIII (parte 6/6). Funo, um conceito?:

    aprendendo com Tenon e consideraes finais. Arquitextos, n. 19, 2001,

    disponvel em: www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp111.asp)

    O edifcio hospitalar passa ento a ser organizado segundo a especializao

    de reas internas, baseada em atividades de cuidados aos pacientes e seus

    diversos apoios.

    Entretanto, a partir de meados do sculo XX, o crescente interesse da

    sociologia e da antropologia pela sade e pela doena permitiram que o foco

    da discusso sobre os espaos hospitalares fosse renovado. Sob sua

    influncia, organizaram-se movimentos que buscaram reformas sanitrias em

    diversos pases, cujo objetivo era garantir o direito universal sade e o

    desenvolvimento da medicina preventiva.

    http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq000/esp111.asp

  • 18

    Sendo assim atualmente a concepo dos hospitais ainda vem evoluindo e sua

    forma preferencial se d pelas edificaes verticais (monoblocos), que so

    internamente setorizadas e aglomeram uma srie de fatores secunrios como:

    pscicodinmica das cores, iluminao, ventilao, humanizao,

    acessibilidade, dentre outros, para que possam cada vez mais provomer a

    cura, sem causar maiores traumas aos pacientes, e proporcionando um maior

    conforto aos prestadores de servio.

    1.2.2 Sistema de Sade Brasileiro

    No Brasil o sistema de sade subdividido em ateno primria, ateno

    secundria e ateno terciria sade. Cada setor responsvel por um tipo

    de ofcio, de forma a classificar em nvel de complexidade cada paciente e

    servio.

    A ateno primria tem como objetivo encaminhar os usurios para os

    atendimentos de mdia e alta complexidade, alm de fazer promoo a

    sade, ser responsvel pelo sistema de preveno de doenas, diagnstico,

    atendimento e reabilitao de pacientes. Dentre as especialidades, a ateno

    primria responsvel pela: pediatria e ginecologia, obstetrcia, clnica mdica

    e emergncias referentes a essas especialidades (sade da famlia). Alm dos

    rgos de vigilncia sanitria, vigilncia epidemiolgica, vigilncia ambiental,

    sade do trabalhador, controle de endemias e assistncia farmacutica.

    A ateno secundria prestada por meio de uma rede de unidades

    especializadas ambulatrios e hospitais e compe-se por aes e servios de

    sade que visam atender os principais problemas de sade e agravos da

    populao, cuja prtica clnica demanda profissionais especializados e o uso

    de recursos tecnolgicos de apoio diagnstico e teraputico.

    Dentre as atribuies do sistema secundrio esto:

    Procedimentos especializados realizados por profissionais mdicos ou outros

    de nvel superior e nvel mdio.

    Aes especializadas em odontologia.

  • 19

    Patologia clnica, rtese e prtese, exames de ultrassonografia, fisioterapia,

    terapias especializadas e anestesia.

    Cirurgias ambulatoriais especializadas, procedimentos traumo-ortopdicos,

    anatomopatogia e citopatologia radiodiagnstico.

    Exames de ultrassonografia.

    A ateno terciria por sua vez esta responsvel pelos servios mais

    especializados e de maior complexidade.

    1.2.3 Medicina Diagnstica por imagem

    A histria do que hoje conhecemos como medicina diagnstica, teve incio no

    ano de 1895 com a descoberta do raio-x pelo fsico alemo Wilhelm Conrad

    Roentgen que possibilitou pela primeira vez a viso interna do corpo humano.

    Da descoberta dos aparelhos de raio-X at os dias de hoje, a tecnologia

    diagnstica, e o desenvolvimento de novos medicamentos, mudaram a face da

    medicina.

    Contudo a tecnologia mdica propriamente dita s se desenvolveu no decorrer

    do sculo XX, com o diagnstico por imagens, endoscopia e mtodos grficos,

    aliados ao desenvolvimento da computao.

    Nos ltimos anos assistimos s novas conquistas da tecnologia mdica, com a

    introduo dos raios Laser, da robtica, da manipulao gentica e da

    clonagem de seres vivos.

    Um exemplo desse avano foram os exames PET (sigla em ingls para

    tomografia por emisso de psitrons), utilizados principalmente em oncologia,

    cardiologia e neurologia, que esto entre os que produzem atualmente os

    resultados mais apurados na medicina, mostrando imagens do metabolismo de

    rgos e tecidos.

    O Radiologista, por sua vez o especialista que estuda a visualizao de

    ossos, rgos e estruturas atravs de imagens geradas pelo uso de radiao.

    Este profissional utiliza equipamentos de imagem, como o aparelho de Raio-X,

    o Tomgrafo, Ressonncia, Ultrassonografia e afins.

  • 20

    A medicina diagnstica hoje uma rea que abrange inmeros outros tipos de

    profissionais e especialidades. Um dos fatores que contribuem para o

    crescimento do setor dos exames de imagem, a evoluo tecnolgica dos

    mtodos e instrumentos aceitos e validados pelos mtodos cientficos.

    Acompanhando esse crescimento, o setor de informtica e software tambm

    essencial nesse processo evolutivo do segmento.

    A radiologia hoje est presente em clnicas, hospitais e at mesmo nos postos

    de sade nos quais do suporte ao processo de diagnstico e ajudam no

    processo de triagem dos pacientes, como o caso da clnica de diagnstico

    em estudo, CINDI, que d suporte ateno secundria a sade, oferecendo

    exames complementares a diversos convnios.

  • 21

    2. Objetivos

    2.1. Objetivo geral

    Realizar uma avaliao de desempenho, atravs de Anlise Ps-

    Ocupao - APO - da arquitetura de interiores de clnica de diagnstico

    por imagem;

    2.2. Objetivos Especficos

    Investigar as questes projetuais que interferem na humanizao dos

    Estabelecimentos Assistenciais em Sade;

    Identificar, atravs do olhar do arquiteto e da normatizao aplicada, as

    deficincias e qualidades da situao de projeto existente;

    Verificar, junto ao corpo funcional, as impresses pessoais sobre o

    espao de trabalho;

    Contribuir, atravs de uma avaliao do desempenho da arquitetura de

    interiores, para a qualificao do espao com consequente aumento de

    produtividade dos colaboradores;

    Propor, atravs dos dados obtidos pela APO, adequaes no espao

    interior visando melhor funcionalidade, humanizao e fortalecimento da

    imagem e identidade da empresa.

  • 22

    3- Metodologias da investigao

    O Objeto de anlise da pesquisa uma Clnica de Diagnstico por Imagem

    situada no centro da cidade de Juiz de Fora, com rea aproximada de 825,00m.

    Nesta pesquisa, por se tratar de rea de interesse direcionada s cincias sociais,

    no necessria a aprovao por Comit de tica entretanto, de forma a evitar a

    possveis questionamentos, o mtodo ser direcionado percepo do corpo

    funcional e colaboradores do estabelecimento - excluindo-se os pacientes,

    acompanhantes e demais usurios - e viso do arquiteto em relao ao interior

    da clnica, constituindo os focos de investigao atravs de instrumentos

    metodolgicos aplicveis em Avaliao Ps-Ocupao - APO.

    Aps a etapa de obteno de dados pretende-se, atravs do diagnstico gerado,

    identificar os pontos negativos e positivos propondo, ento, medidas que visem

    ratificar estes e qualificar aqueles.

    Vale, no entanto, a ressalva de que a amostragem considerada, embora abranja

    boa parte do corpo funcional, diz respeito apenas um segmento de usurios e ,

    portanto, reduzida em suas generalidades possveis por no abranger os demais

    usurios, tendo em vista o tempo reduzido de realizao, autorizaes

    necessrias e recursos disponveis para o trabalho de campo e posterior anlise, o

    que nos limita quanto a concluses mais precisas e generalizadas. Espera-se,

    porm, que os dados extrados deste recorte da realidade de uma das maiores

    clnicas de diagnstico por imagem da cidade de Juiz de Fora, onde as relaes

    entre o ambiente fsico e a promoo da sade acontecem, possam ser

    suficientemente relevantes.

    3.1 APO

    O mtodo APO avaliao ps-ocupao um processo sistematizado e

    rigoroso de avaliao de edifcios, passado algum tempo de sua construo e

    ocupao. A APO focaliza os ocupantes do edifcio e suas necessidades, a

    partir das quais elabora insights sobre as consequncias das decises de

    projeto na performance da edificao. Este procedimento constitui-se na base

    para a criao de edifcios melhores no futuro. (RHEINGANTZ et al, 1997:22)

  • 23

    Os resultados dessa avaliao podem ser obtidos atravs de diversos

    mtodos, aplicados individualmente ou em conjunto. Dentre os mtodos temos

    a entrevista - no qual o arquiteto vai ao local e questiona usurios e/ou

    funcionrios; questionrios previamente elaborados de mais gosto e menos

    gosto no qual cria-se perguntas que so respondidas atravs de uma escala

    pr-estabelecida (muito bom, bom, regular, ruim, muito ruim); Walkthrough,

    onde o prprio pesquisador percorre a edificao e faz suas prprias anlises

    crticas e poema dos desejos Wishpoem ferramenta desenvolvida pelo

    pesquisador Henry Sanoff, na qual os usurios expressam graficamente

    atravs de desenhos ou textos suas relaes com o ambiente construdo;

    dentre outras. (RHEINGANTZ et al, 2009)

    Devido sua importncia, entende-se que a realizao das APO em ambientes

    construdos deveria ser incorporada s demais etapas, j usualmente aplicadas

    no processo projetual. Dessa forma, seria possvel criar uma base de dados

    compartilhada para facilitar e minimizar os erros em futuros projetos de

    edifcios semelhantes. O sistema se bem aplicado, permite identificar

    problemas e oportunidades e implantar melhorias de curto, mdio e longo

    prazo, possibilitando aes de planejamento e manuteno baseados em

    dados objetivos, que nortearo estas atividades e, no caso da de novos

    projetos, auxiliar para que os erros no sejam repetidos. Todas estas aes, no

    que concerne percepo do lugar, baseadas na avaliao dos atores mais

    importantes que muitas vezes so deixadas de lado em detrimento de uma

    viso individual ou dos requisitos puramente tcnicos, normativos e\ou

    estticos os usurios.

    3.3.1. Tcnicas Utilizadas

    Para a realizao da avaliao junto ao corpo funcional, sero aplicados

    questionrios um recorte do corpo clnico, que inclui enfermeiros, auxiliares e

    tcnicos de enfermagem e ao corpo administrativo, que inclui funcionrios da

    recepo, administrao, telefonistas, tesouraria e gerncia. Estes

    instrumentos, apresentados como apndices neste trabalho, sero compostos

    pela aplicao do "mais gosto, menos gosto", wishpoem e um questionrio com

  • 24

    perguntas de mltipla escolha. A pluralidade dos instrumentos de avaliao foi

    necessria de forma a buscar respostas mais abrangentes e completas

    possveis uma vez que, em experincia anterior proposta em disciplina da

    especializao, parte dos instrumentos que compreendiam apenas o mais

    gosto\menos gosto retornaram sem respostas.

    Para a avaliao por parte do olhar do pesquisador, ser realizado

    Walkthrough em companhia da gerente do estabelecimento, colhendo-se

    tambm dados tcnicos relativos ao conforto ambiental, conforme ficha de

    avaliao proposta por MACHADO, 2012, que consta nos apndices deste

    trabalho.

    3.2. Levantamento da infraestrutura da clnica

    O estabelecimento est localizado na Rua Rei Alberto, 183, no centro de Juiz

    de Fora, em um edifcio de 3 andares, com aproximadamente 275m cada e

    rea total de aproximadamente 825m. Funciona de segunda-feira a sexta-

    feira, das 07:00 s 19:00 e aos sbados de 08:00 s 13:00.

    Figura 1 - Fachada da Clnica

    Fonte: Google streetview

    Na rea de cardiologia, realiza exames de Eco cardiografia (Doppler, color

    Doppler, stress farmacolgico, stress com ergometria, transesofgico),

  • 25

    Eletrocardiograma, Eletrocardiografia Dinmica, Teste Ergomtrico, M.A.P.A.

    (Monitorizao de presso arterial 24h), Holter (Eletrocardiograma 24h) e TILT

    Test.

    Na rea de Radiologia, realiza os exames de Densitometria ssea, Mamografia

    em alta resoluo, Radiografia e Radiografia Contrastada (raio-x).

    Na rea de Ultrassonografia, realiza ultrassonografias plvicas, de mama,

    obstetrcias, transvaginais, da bolsa escrotal, transretais com biopsia, do globo

    ocular, cartidas, vertebrais, biopsias ecoguiadas e vascular perifricas.

    Seu corpo clnico composto por vinte e sete mdicos, especialistas em

    cardiologia, neurologia, nefrologia, radiologia, ultrassonografia e

    ultrassonografia vascular; uma enfermeira, trs tcnicas em enfermagem e

    duas tcnicas em radiologia. Na rea administrativa conta com uma gerente,

    RH\DP com quatro funcionrios, seis recepcionistas, cinco telefonistas, duas

    digitadoras de laudos e uma paciente na triagem de pblico. Na rea de

    manuteno predial\ higiene e limpeza contam com dois funcionrios e uma

    copeira.

    A clnica ainda abriga um posto de coleta avanado de laboratrio de anlises

    clnicas e uma clnica de vacinas, terceirizados.

    Com relao estrutura fsica conta com acesso por escada e elevador com

    capacidade para transporte de maca entre os andares. As salas de exames

    esto distribudas no primeiro e segundo andares e o terceiro andar abriga rea

    externa com churrasqueira, salas administrativas, auditrio com capacidade

    para cinquenta pessoas e foyer, copa para lanche e vestirios para

    funcionrios.

    As salas de exames so distribudas da seguinte forma:

    No primeiro pavimento, nove salas de exames (radiografia, eco cardiografia,

    densitometria sseas, ultrassonografia, mamografia, eletrocardiograma,

    preparo de pacientes e repouso), esterilizao, sala de laudos,

    recepo\espera com 25 lugares e instalaes sanitrias para pacientes e

    acompanhantes.

  • 26

    No segundo pavimento, seis salas de exames (ultrassonografia, M.A.P.A.,

    Holter, TILT test, eletroencefalograma, ergometria), almoxarifado, copa, DML

    na rea externa, vestirios e instalaes sanitrias para pacientes, recepo

    espera para 12 pessoas.

    Figura 2 - Recepo do Pavimento Trreo

    Fonte: Arquivo pessoal dos Autores

    Figura 3 - Recepo do segundo pavimento

    Fonte: Arquivo pessoal dos autores

    Figura 4 - Espera do segundo pavimento

    Fonte: Arquivo pessoal dos autores

  • 27

    Todas as salas de exames so equipadas com lavatrios. A clnica tem toda a

    sua rea atendida por condicionamento de ar e, nas instalaes sanitrias em

    que no possvel a ventilao natural.

    3.3. Anlises dos dados para interveno na arquitetura de interior

    3.3.1. Anlise Walkthrough

    Visando uma compreenso inicial do desempenho ambiental da clnica

    adotamos o instrumento walkthrough e realizamos uma visita guiada,

    estabelecendo um percurso por toda a edificao. Neste estudo, a walkthrough

    foi realizado com acompanhamento da gerente da clnica, Cludia Garcia, que,

    alm de esclarecer procedimentos realizados nos diversos ambientes, tambm

    informava aos funcionrios o motivo da visita.

    Para facilitar a anlise e obteno de dados, utilizamos a planilha formulada

    por Machado (2012), apresentada nos apndices deste trabalho, e sua

    sequncia de apresentao dos resultados, como forma de direcionar a anlise

    para pontos importantes na compreenso e avaliao do espao, levando em

    conta itens como conforto ambiental, estado de conservao e funcionalidade

    do ambiente.

    3.3.1.1. Caractersticas Gerais da Edificao

    A clnica est implantada em edificao de alvenaria com estrutura em

    concreto armado, com 3 pavimentos. O acesso de pedestres ocorre pela

    recepo do primeiro pavimento, atravs de rampa com inclinao de

    aproximadamente 8% na extrema direita da fachada. A porta de acesso de

    pedestres, apesar de generosa, no possui abertura no sentido de fuga. Na

    extrema esquerda h o acesso para ambulncias, tambm atravs de rampa,

    que nos pareceu insuficiente, com apenas 2.20m de largura til e profundidade

    de 4,80m. Um jardim no afastamento frontal de 2,00m separa os dois acessos.

    A edificao possui fachada principal com vidros verdes espelhados e chapas

    de alumnio com pintura branca (figura 1). Apesar de garantir uma importante

    integrao visual entre exterior e interior, mesmo com a climatizao no

    interior, possvel sentir os efeitos do ganho de calor por conta da fachada

  • 28

    envidraada. H uma cobertura de policarbonato translcido sobre o acesso

    principal.

    Figura 5 - Integrao Visual com o exterior

    Fonte: Arquivo pessoal dos autores

    Figura 6 - Vista a partir da espera do 2

    pavimento

    Fonte: Arquivo pessoal dos autores

    Os corredores possuem largura compatvel com a circulao de macas

    1,50m e todos os ambientes, com exceo das instalaes sanitrias no

    adaptadas, possuem portas com dimenses acessveis (90cm, em folha nica,

    para algumas salas e instalaes sanitrias adaptadas e 140cm, em duas

    folhas, para salas com acesso para macas). As portas so revestidas em

    laminado melamnico branco com barrado lateral de ao escovado. As

    maanetas so do tipo alavanca, facilitando o manuseio por pessoas com

    mobilidade reduzida.

  • 29

    Figura 7 - Corredor de acesso s salas de

    exames do 1 pavimento

    Figura 8 - Hall e espera do 2 pavimento

    Os pisos e revestimentos so impermeveis e de fcil limpeza e manuteno e

    as paredes possuem pintura em tinta acrlica lavvel. Os tetos so rebaixados

    em placas de gesso cartonado e as luminrias, embutidas com difusor em

    acrlico leitoso.

    Nas salas em que so realizados exames radiolgicos, h proteo radiolgica

    por paredes com aplicao de argamassa baritada e portas plumbferas com

    visores.

    3.3.1.2. Conforto Ambiental

    No tratamento dos ambientes no se verificou a preocupao com o conforto

    acstico. A maioria dos materiais possui superfcies altamente refletivas

    (porcelanato polido alto-brilho, granitos dos balces, fachada envidraada...) e

    poucos so os materiais absorventes, sendo esta funo basicamente exercida

    pelos estofados e pelos prprios usurios. Apesar do ambiente relativamente

    calmo na parte da tarde, com fluxo mdio de pessoas, durante a manh as

    salas de espera ficam desconfortveis devido ao rudo ambiental sem controle.

    A inexistncia de tratamento, para esta realidade, afeta principalmente nos

  • 30

    sons de mdia frequncia (palavra falada) no momento do cadastro de

    pacientes e da chamada para incio do exame.

    Com relao ao conforto higro-trmico, o condicionamento do ar possibilita

    conforto na maioria as dependncias da clnica mantendo a temperatura entre

    20C e 24C, faixa que compreende sensao de conforto para grande parte

    dos usurios. Entretanto, nas reas envidraadas, possvel sentir a elevao

    da temperatura, causando relativo desconforto aos usurios que esto

    prximos destas reas.

    Com relao ao conforto luminoso, o sistema de iluminao da clnica

    eficiente. possvel perceber que foram trabalhadas iluminaes distintas nas

    reas de espera, transio e trabalho. As reas de espera recebem iluminao

    mais suave, com insero de iluminao indireta e tons mais amarelados

    (temperatura de cor por volta de 3000K), auxiliando na reduo do stress e

    ansiedade da espera.

    Figura 9 - Iluminao Amarelada no rebaixo da sala de espera do 1 pavimento Fonte: Arquivo pessoal dos autores

    As reas de trabalho recebem iluminao direta e clara, utilizando-se lmpadas

    com temperatura de cor de 6000K. Os ambientes de passagem funcionam

    como transio entre as reas de trabalho (salas administrativas e de exames)

    e espera, com iluminao branca com temperatura de cor de 4000K.

  • 31

    Figura 10 - Planos de trabalho bem iluminados

    Fonte: Arquivo pessoal dos autores

    Nas salas em que so realizados exames mais desconfortveis, como

    densitometria ssea, ou que necessitem de relaxamento do paciente, como

    eletrocardiograma e eletroencefalograma, a intensidade da iluminao pode ser

    controlada por dispositivos tipo dimmer, garantindo um ambiente mais

    aconchegante.

    Figura 11 - Sala de eletroencefalograma

    Fonte: Arquivo pessoal dos autores

    3.3.1.3. Aspectos Tcnico-construtivos e Equipamentos

    Com relao s instalaes prediais (rede hidrulica, eltrica, lgica, telefonia e

    etc.), observou-se que esto em bom estado e em quantidade e localizao

  • 32

    satisfatrios. H, entretanto, nas reas comuns, demasiado nmero de

    interruptores, o que confunde o usurio na tarefa de acender/apagar luzes.

    Esses sistemas no so, mesmo com a considervel extenso de corredores,

    do tipo threeway. Observa-se que esta questo no influi na utilizao dos

    espaos pelos pacientes e acompanhantes, sendo fator de desconforto apenas

    para funcionrios.

    Com relao s instalaes sanitrias, nota-se que revestimentos e

    equipamentos esto em bom estado e perfeito funcionamento entretanto, no

    que diz respeito acessibilidade, perceptvel a necessidade de adequaes

    NBR9050:2004 no que tange dimenso, reas de manobra e localizao de

    equipamentos como barras de apoio.

    Figura 12 - Instalao PNE primeiro

    pavimento

    Fonte: Arquivo pessoal dos autores

    Figura 13 - Vestirio Masculino

    Fonte: Arquivo pessoal dos autores

    Com relao aos mobilirios, alguns apresentam desgaste pelo uso prolongado

    e necessitam de reposio ou reforma. A maioria dos mobilirios soltos

    (gaveteiros e armrios com rodzios) poderia ser substituda pela colocao de

    armrio sob as bancadas dos lavatrios, existentes em todas as salas de

    exames.

  • 33

    Figura 14 - Armrio em uma das salas de ultrassonografia

    Fonte: Arquivo pessoal dos autores

    3.3.1.4. Aspectos Funcionais

    O fluxo de pacientes bem claro, sem grandes problemas, e o controle de

    acesso ocorre pela triagem na recepo principal, localizada no primeiro

    pavimento. Os agendamentos so confirmados por atendente especfica e,

    aps distribuio de senha, encaminhados para a recepo/espera do andar

    responsvel. A espera do primeiro pavimento conta com painel digital de

    senhas e a do segundo pavimento no dispe deste sistema, fato que reduz a

    eficincia do funcionamento do sistema, sendo a recepcionista deste andar

    responsvel por chamar os pacientes para atendimento. A segurana interna

    feita pela observao dos prprios funcionrios que, atentos, nos abordaram

    algumas vezes para perguntarem o motivo da visita e de quem foi a liberao,

    nos momentos em que nossa guia esteve um pouco mais distante.

    O sistema de sinalizao interna pode ser considerado eficaz, embora existam

    pequenas deficincias, como a falta de um painel informativo geral indicando

    as atividades que ocorrem em cada andar. Esta deficincia , no entanto,

    suprida pela profissional responsvel pela triagem. Todas as salas so

    numeradas e possuem uma placa com a atividade realizada naquele ambiente.

    Nas salas em que necessria proteo radiolgica do usurio e/ou operador,

    como a de radiografia e densitometria ssea h pictogramas indicando a

    existncia de radiao e, para indicar o uso do equipamento, h sinal luminoso

    de cor vermelha no exterior da sala. Nos locais em que h possibilidade de

  • 34

    contaminao, como a sala de esterilizao, h a indicao por pictogramas e

    textos.

    Figura 15 - Pictogramas e placas informativas

    Fonte: Arquivo pessoal dos autores

    A clnica apresenta Projeto de Preveno e Combate incndio que j prev os

    itens de segurana necessrios estabelecimentos com rea maior que 750m,

    como hidrante, em fase de implantao.

    3.3.1.5. Aspectos Comportamentais

    Foi possvel verificar, durante a walkthrough e atravs de conversas, a

    apropriao dos funcionrios pelo espao da clnica. O ambiente encontra-se

    sempre bem cuidado e os espaos de trabalho organizados, aspecto

    imprescindvel boa realizao dos servios prestados no local.

    Os espaos de trabalho da recepo e administrao possuem, em sua

    maioria, layout bem definido com grande utilizao de mobilirio fixo, que

    inviabiliza a mudana de layout ou mesmo a separao bem demarcada da

    rea de trabalho de cada funcionrio, que acabam criando um ambiente de

    realizao coletiva do trabalho. Na rea da recepo esta caracterstica pode

    ser considerada um entrave, uma vez que cada recepcionista responsvel

    por todo o processo de cadastro, autorizao atravs de guias e contatos

    telefnicos e documentao dos pacientes que atende.

    Nota-se que, embora exista local apropriado para lanches e socializao dos

    funcionrios, os mesmos no contam com local adequado para almoo e

    descanso no trabalho e, como a maioria dos funcionrios no consegue de

  • 35

    deslocar at sua casa no horrio de almoo, estas atividades ficam

    prejudicadas ao serem realizadas no trabalho.

    Com relao cognio e orientabilidade do espao nota-se que, embora sua

    planta seja simples - composta por salas dispostas ao longo de um nico

    corredor acessado atravs da recepo - o deslocamento de pacientes entre os

    andares, quando realizado pelas escadas, torna-se confuso devido ao fato de

    no estarem em uma mesma caixa de circulao vertical. Entretanto, de

    maneira geral, o espao pode ser interpretado como de fcil compreenso

    pelos usurios.

    3.3.2. Wishpoem

    Wishpoem, ou poema dos desejos, uma tcnica desenvolvida por Henri

    Sanoff que visa, atravs a livre expresso do entrevistado, coletar dados sobre

    a apreenso que o usurio tem do espao que utiliza, alm de elencar

    possveis qualidades e/ou deficincias fornecendo, assim, informaes

    qualitativas de grande valor para desenvolvimento da APO. Atravs da

    utilizao deste instrumento, que geralmente proposto ao usurio com um

    frase do tipo gostaria que meu ambiente fosse... possvel compreender mais

    intimamente a relao dos usurios com esse espao. (MACHADO, 2012).

    Aplicamos, neste estudo, 23 questionrios nas reas de telefonia, recepo,

    administrao e enfermagem, obtendo 11 questionrios considerados vlidos

    para este instrumento.

    Atravs da tabulao dos dados, que est includa nos apndices deste

    trabalho, foi possvel identificar que cada setor produtivo apresenta diferentes

    avaliaes do espao no que se refere mobilirio, layout e acstica enquanto

    apresentam a mesma viso sobre as questes estticas e de conforto

    ambiental, excetuando-se a acstica, do estabelecimento.

    Na recepo, no que diz respeito ao atendimento aos pacientes, podemos

    destacar as colocaes de uma das funcionrias que diz que gostaria que meu

    ambiente de trabalho tivesse uma cadeira para os pacientes sentarem quando

    chamamos a senha do atendimento, muitos idosos, grvidas [...] no aguentam

  • 36

    ficar em p e dependendo do convnio [o atendimento] demora, pois temos

    que ligar [para solicitar autorizao para realizao do procedimento] e isso

    leva um tempo. Os funcionrios sugerem que o balco fosse dividido em

    guichs de atendimento identificados numericamente, de forma a facilitar a

    chamada dos pacientes atravs do sistema de senhas que j existe no local e

    que a entrega de exames fosse separada do cadastro de pacientes, de forma a

    otimizar os fluxos.

    Os funcionrios da telefonia sugerem, principalmente, de uma rea exclusiva

    para o setor, que hoje divide espao com a sala de laudos no segundo

    pavimento da edificao, facilitando assim a execuo do servio. Sugerem,

    ainda, a melhora de mobilirios e incorporao de itens de conforto e proteo

    ao trabalhador como apoio de ps e um quadro de avisos para que as

    informaes do setor (procedimentos para marcao de exames, listagem de

    mdicos por convnio e exames e etc.) fossem afixados. Hoje estes avisos so

    afixados diretamente sobre as paredes.

    Os funcionrios da enfermagem, por se tratar de uma rea mais tcnica,

    solicitam melhor adequao do mobilirio s atividades realizadas nas salas de

    exames, que devem considerar diversos fatores por se tratarem de reas com

    atendimento de relativo nmero de pacientes, e maior nmero de espaos

    prprios guarda de materiais e aparelhos. Os funcionrios deste setor que

    trabalham nas salas de laudo solicitam espaos mais amplos e mobilirio mais

    adequado realizao das tarefas.

    No foi possvel a avaliao do setor administrativo atravs da resposta do

    wishpoem por no terem sido entregues questionrios vlidos entre os

    aplicados neste setor.

    3.3.3. Entrevista Estruturada

    A entrevista estruturada segue modelo proposto por Cosenza el al (1997)

    apresentado por Machado (2012). O questionrio visa verificar a opinio dos

    funcionrios atravs de escala qualitativa que compreende cinco possibilidades

    (Muito Bom, Bom, Regular, Ruim e Muito Ruim). Observa-se que tal

    instrumento poderia ser mais eficaz se trabalhado com escala numrica que

    no compreendesse um elemento intermedirio como o regular

  • 37

    trabalhando-se com escala que fosse de -3 a 3, excluindo-se o numeral 0.

    Desta forma, seria possvel avaliar uma opinio mais precisa dos usurios, que

    tendem a utilizar-se de resposta mais genricas e medianas em assuntos que

    no os afetem diretamente ou que no sejam de sua total compreenso. Com

    relao s perguntas sugeridas por Cosenza, pode-se considerar que so de

    fcil assimilao e entendimento.

    A tabulao das respostas, que consta nos apndices, revelou que os itens que

    mais incomodam os usurios (consideradas as respostas regular, ruim e muito

    ruim) so o mobilirio e a falta de tratamento acstico nas recepes.

    3.4 Locais de interveno e motivos

    Atravs da anlise walkthrough e das respostas obtidas na entrevista

    estruturada e wishpoem, sero propostos itens de interveno no ambiente,

    primando sempre pela menor interveno estrutural possvel devido aos custos

    de implantao e dificuldade de realizar grandes obras com a clnica em

    funcionamento.

    Algumas destas proposies sero apenas apresentadas textualmente no

    corpo deste trabalho, enquanto outras sero formalizadas em um projeto de

    arquitetura de interiores, embora os conceitos utilizados sirvam implantao

    de um projeto padro em todo o estabelecimento.

    Devido ao zoneamento e rea do terreno (Anexo 4 da Lei 6910/86 - est no

    limite entre ZCIII e ZRII, sendo adotado o modelo ZCIII) pode-se utilizar o

    modelo de ocupao M6A, que possibilita a ocupao de 100% do terreno

    considerando-se o afastamento frontal mnimo de 2,00m no primeiro pavimento

    at 11,40m quando no h unidades de habitao (apartamentos) e

    coeficiente de aproveitamento mximo de 4,5. Tendo em vista estas

    possibilidades construtivas, optou-se pela ampliao do terceiro pavimento da

    clnica, construindo-se mais quatro salas que podero ser utilizadas como salas

    de exames ou consultrios e de uma recepo para atender estas novas

    salas.

  • 38

    Devido ampliao, sero realizadas modificaes no terceiro pavimento, com

    insero de DML e Sala de Utilidades, para tender nova demanda do espao.

    A parte administrativa do terceiro andar ser isolada atravs de porta com

    interfone e ser criada nova copa e rea de descanso na rea funcional.

    No segundo pavimento, sero propostas adequaes de uso nas salas de

    exames e a criao de uma sala especfica para o setor de telefonia, alm da

    modificao da recepo.

    No primeiro pavimento, ser proposta modificao do layout e acesso da

    recepo, com adaptao dos balces de atendimento e separao das

    atividades de cadastro de pacientes e entrega de exames, bem como

    modificao do uso de algumas salas de exames com ampliao do espao da

    rea da sala de laudos e criao de rea de vestirio para o corpo mdico.

    Em todos os locais de interveno o projeto de interiores ser proposto como

    item de humanizao do ambiente, alm de uniformizao, criao de padro e

    reforo de marca. Para tanto, pretende-se trabalhar com a integrao visual

    entre interior e exterior nas recepes, possvel devido fachada envidraada

    da clnica, utilizao de cores e painis nas salas de exames e iluminao

    apropriada em todos os espaos, que possa ter sua intensidade modificada

    atravs de dispositivos dimmer, entre diversos outros artifcios de projeto.

  • 39

    4. Proposies projetuais

    Para atender crescente demanda por exames, foi proposta, alm do projeto

    de interiores que unifique a percepo visual dos pacientes e modificao de

    uso de salas, a ampliao da clnica na rea externa e sala de estudos do

    terceiro pavimento, que passou a comportar uma recepo, 4 salas de

    exames/consultrios, DML e sala de utilidades.

    Nas demais reas, excluindo-se a recepo do primeiro pavimento que

    tambm teve modificaes estruturais moderadas, as proposies

    compreendem, majoritariamente, projetos de arquitetura de interiores.

    4.1. Recepo do Primeiro Pavimento

    Foram propostas, alm do projeto de interiores, modificaes estruturais, como

    mudana do acesso, melhoria da rampa e troca do piso. Foi criada uma

    recepo de triagem logo aps a porta de entrada, que direciona os pacientes

    ao setor correto, emite senha de atendimento e realiza a entrega de exames.

    Mantivemos a cor bege claro nas paredes e propusemos a insero de painis

    em madeira e na cor verde, padro da clnica. A insero da madeira visa

    deixar o ambiente menos impessoal, trazendo para o projeto um elemento que

    crie a sensao de aconchego.

    Figura 16 - Vista geral da Recepo e Espera

    O Layout da espera foi modificado, dando mais privacidade execuo das

    tarefas pelas recepcionistas. Foi proposto novo balco de atendimento

  • 40

    acessvel para o cadastro de pacientes e liberao de exames com altura de

    mesa comum (78cm) e cadeira para o paciente durante a realizao da

    atividade.

    A iluminao direta da rea de espera foi substituda por iluminao indireta e

    levemente reduzida em relao rea de trabalho das recepcionistas,

    contribuindo para reduzir o desconforto causado pela espera. Tambm foi

    proposto novo rebaixo para esta rea, com placas acsticas microperfuradas,

    auxiliando na reduo do rudo ambiental e proporcionando melhor qualidade

    acstica ao ambiente.

    Figura 17 - Vista do Cadastro de pacientes e rea de espera

    Foi instalado piso ttil conduzindo at a recepo de triagem e ao elevador,

    contribuindo para maior autonomia da pessoa com deficincia visual ao

    estabelecimento. Para garantir a orientabilidade dos demais usurios, foram

    propostas faixas direcionais coloridas que indicam o caminho a ser seguido

    para acesso aos andares e servios, sendo o primeiro pavimento verde, o

    segundo pavimento amarelo e o terceiro pavimento azul.

  • 41

    Figura 18 - Vista do Corredor com piso ttil e faixa direcional

    4.2 Recepo do Segundo Pavimento

    Os pacientes chegam a esta recepo aps o encaminhamento e a emisso da

    senha de atendimento pela triagem. A recepo pode ser acessada atravs da

    escada ou do elevador entretanto, por se tratar de apenas um lance de

    escadas, prioriza-se o acesso atravs dela pela utilizao da faixa direcional na

    cor amarela.

    Figura 19 - rea de espera e integrao visual com o exterior

    A rea de espera dividida pelo vo da escada de acesso, o que inviabiliza um

    espao unificado para esta atividade. A rea foi dividida, ento, em duas filas

    de espera. O balco de atendimento fica ao lado do elevador e possui formato

  • 42

    arredondado, diferente de todo o restante do mobilirio proposto, de forma a

    possibilitar o giro de maca em caso de necessidade.

    A integrao visual com o exterior atravs da fachada envidraada existente foi

    mantida, por entendermos que um elemento marcante no projeto que

    possibilita aos usurios maiores distncias focais entretanto, para solucionar o

    problema do aquecimento interno e reduzir a carga trmica para o

    condicionamento de ar, ser proposta a instalao de pelcula protetora que

    impea a passagem do calor para o interior.

    Para dar maior regularidade s paredes, muito recortadas devido elementos

    estruturais e vos de passagem de instalaes prediais, propusemos a

    instalao de painis revestidos em laminado melamnico amadeirado com

    iluminao embutida, trabalhando a luz como elemento de conforto aos

    usurios do espao.

    Figura 20 - Balco de atendimento e painis de madeira

    Foi proposta a separao das atividades de cadastro de pacientes da clnica e

    do posto de coleta de um laboratrio de anlises clnicas, que funciona em uma

    das salas do andar, atravs da separao dos balces de atendimento. O

    balco do laboratrio foi implantado mais prximo sala de coleta, no vo da

    escada de acesso ao terceiro pavimento e possui parte mvel, facilitando o

    acesso da recepcionista.

  • 43

    Figura 21 - Novo balco para o laboratrio e faixas direcionais no piso

    Foi proposta a instalao de faixas bate-macas em toda a extenso dos

    corredores e espera, facilitando o transporte e protegendo as paredes e

    mobilirios de possveis danos.

    4.3. Recepo e Consultrios do Terceiro Pavimento

    A recepo do terceiro pavimento faz parte da ampliao proposta, com

    criao de 4 novos consultrios/salas de exames na antiga rea descoberta e

    sala de estudos.

    Figura 22 - Vista Geral da recepo do terceiro pavimento

    Foram propostos os mesmo revestimentos j existentes na rea j edificada da

    clnica, com piso em porcelanato bege claro polido, rodaps em granito branco

  • 44

    dalas, paredes em tinta acrlica bege claro e tetos em tinta acrlica branco neve.

    A iluminao tambm segue o padro das demais reas, com plafons

    embutidos com difusor.

    Figura 23 - Vista do corredor dos consultrios

    Com relao ao mobilirio proposto, o balco de atendimento e o painel verde

    posterior ao balco dialogam com as demais reas de recepo, utilizando-se

    no revestimento do balco laminado melamnico amadeirado e como tampo

    pedra sinttica nanoglass branco purssimo.

    Figura 24 - Balco de atendimento do terceiro pavimento

    Nos consultrios, que dispem de mesa de atendimento, maca, lavatrio e

    balana, optou-se pelo uso de iluminao indireta e dispositivo dimmer, com

  • 45

    intuito de possibilitar a criao de diversas atmosferas no ambiente de acordo

    com a atividade a ser realizada.

    Figura 25 - Vista do Consultrio com mesa de atendimento

    Na parede, foram propostas faixas de madeira para proteo atrs da cadeira

    do mdico e como cabeceira da maca. Cada consultrio conta com lavatrio,

    mesa de atendimento com mvel anexo para impressora e CPU, armrio

    rodzio auxiliar e balana.

    Figura 26 - Vista da rea de anamnese

  • 46

    4.4. Copa de funcionrios e Conforto

    Com a ampliao das reas de atendimento do terceiro pavimento, os espaos

    que antes eram utilizados pelos funcionrios para estes fins deixaram de

    existir. Para suprir estas necessidades, os vestirios existentes no terceiro

    pavimento foram substitudos por uma copa e uma rea para permanncia dos

    funcionrios no horrio de almoo ou descanso. Como existem vestirios

    separados por sexo tambm no segundo pavimento, a mudana de uso no

    provoca insuficincia destes equipamentos.

    O partido do projeto foi fazer reas que mantivessem a cartela de cores da

    clnica, mas que ao mesmo tempo tivessem uma atmosfera residencial,

    transportando os usurios para um espao menos corporativo durante os

    horrios de desconcentrao.

    Figura 27 - rea de conforto com acesso copa de funcionrios

    Foram pensados, ento, a rea de conforto com TV, poltronas e sof e a copa

    com balco baixo (78cm de altura), rea para preparo de refeies rpidas com

    fogo e microondas e geladeira com freezer para armazenagem das refeies

    dos funcionrios.

  • 47

    Figura 28 - Copa de funcionrios

    Na rea de conforto, trabalha-se com iluminao de intensidade ajustvel

    atravs de dispositivo dimmer e a nica rea em que esto presentes

    cortinas em vez de persianas. As cortinas so de tecido sinttico de fcil

    higienizao, por se tratar de um ambiente de sade.

    Figura 29 - Poltronas da rea de conforto

  • 48

    4.5. Salas de exames

    Para as salas de exames, optou-se por poucas intervenes. Estas reas,

    altamente tcnicas, demandam layout especializado e - em algumas das salas,

    de acordo com o realizado - proteo radiolgica. Ser mantida a cartela de

    cores em tons de bege e no sero modificados os revestimentos, bancadas e

    rodaps, j que se encontram em excelente estado de conservao e possuem

    bom apelo esttico.

    As intervenes sero realizadas pontualmente, inserindo-se iluminao

    indireta e possibilidade de controle de intensidade atravs de dispositivo

    dimmer em todas as salas durante a realizao dos exames em que seja

    possvel essa reduo.

    Figura 30 - Proposta para Sala do Teste Ergomtrico

    Cada sala receber um adesivo com imagem alusiva ao exame realizado ou

    insero de cor em uma das paredes nas salas em que no for conveniente a

    insero de imagens. O mobilirio ser alterado mantendo-se o padro de

    recepes e consultrios j apresentados, trabalhando com laminado

    melamnico branco e laminado melamnico amadeirado, pontualmente.

  • 49

    4.6. Fachada

    Com a ampliao do terceiro pavimento e a modificao do acesso principal, a

    fachada da clnica ser modificada. Sugerimos ento, a colocao de painel

    ripado na parte superior, onde sero construdos os novos consultrios e

    marquise sobre o novo acesso de pedestres e o acesso de pacientes por

    ambulncias, aplicando o tom de verde padro da clnica.

    Figura 31 - Fachada Proposta

    Sero mantidos jardins externos embora sua localizao seja modificada, uma

    vez que atuam como elemento de humanizao do ambiente atravs da

    integrao visual pela fachada envidraada. O acesso recepo poder ser

    feito por escada ou pela rampa.

    Figura 32 - Jardins e Acessos

  • 50

    A programao visual e a insero da marca na fachada sero revistas,

    reduzindo a poluio visual ocasionada pelos diversos letreiros e pictogramas

    existentes atualmente. A marca ser aplicada sobre o painel ripado do terceiro

    andar, em letras tipo caixa no tom de verde padro da clnica, ficando em

    destaque. Na divisa lateral direita, ser aplicado painel ripado com intuito de

    mimetizar os medidores de energia e gua, alm de outras instalaes. Neste

    painel ser aplicado novamente a logomarca da clnica, acompanhada do

    telefone de contato. Na divisa lateral esquerda, ser implantado letreiro oval

    retroiluminado com inscrio da marca do laboratrio de anlises clnicas.

    Figura 33 - Fachada Proposta

  • 51

    5. Concluso

    Os espaos com uso destinado sade so constantemente modificados,

    devendo o projeto arquitetnico destes locais verstil, permitindo adaptaes

    de uso sem grandes transtornos. Percebe-se que no projeto destes ambientes,

    muitas vezes, os aspectos de humanizao que contribuem para que a

    experincia dos usurios e funcionrios que na maioria das vezes carrega a

    carga emocional e fsica de se estar doente so deixados de lado e estes

    lugares so tratados especificamente pelo vis tcnico, j que existe grande

    normatizao dos projetos de sade.

    Muitas vezes, os estabelecimentos que prestam servios na rea da sade

    ocupam imveis que no foram construdos para este fim, gerando a

    necessidade de adaptaes que, no raramente, no atendem completamente

    s exigncias legais ou s reais necessidades de seus usurios pacientes e

    funcionrios. Diante deste quadro de improviso os espaos muitas vezes

    atendem especificaes tcnicas como rea mnima, presena de lavatrio e

    revestimentos adequados, mas no propiciam conforto na execuo das

    tarefas. Falta a abordagem qualitativa do espao.

    Com essas questes em mente, torna-se imprescindvel o trabalho do arquiteto

    para unir os aspectos tcnicos ao pensamento holstico do projeto, atendendo

    as exigncias legais de forma harmnica e eficiente, fazendo do projeto de

    interiores parte imprescindvel da concepo dos espaos.

  • 52

    6. Bibliografia

    BRASIL. ABNT. NBR 9050: Acessibilidade a edificaes, espao, mobilirio e

    equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

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    BRASIL. ANVISA. Portaria n 453 de 01 de junho de 1998. Diretrizes Bsicas de

    Proteo Radiolgica em Radiodiagnstico Mdico e Odontolgico. Braslia, 1998.

    BRASIL. ANVISA. Resoluo RDC 306. Regulamento tcnico para Gerenciamento de

    resduos de servios de sade. Braslia, 2004.

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    Disponvel em: . Acesso em agosto de 2014.

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    construdo. So Paulo: Studio Nobel, FAUUSP,1992.

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    Dissertao de Mestrado- Mestrado em Arquitetura, UFF.

    TEIXEIRA, Regina F; AMORIM, Sergio. Avaliao em Ambiente de Sade:

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    de Sade: Avaliao ps ocupao no departamento de Assistncia ao Servidor

    - DAS - UFRN. So Paulo: NUTAU/USP, 2008.

    MACHADO, Ernani; AZEVEDO, Giselle; ABDALLA, Gustavo. A importncia do Olhar

    dos Usurios nos Ambientes da Arquitetura Hospitalar: uma aplicao do poema

    dos desejos. Rio de Janeiro: 2 Simpsio Brasileiro de Qualidade do Projeto no

    Ambiente Construdo, 2011.

  • 53

    LIMEIRA, Flvia. Arquitetura e Integralidade em Sade: uma Anlise do Sistema

    Normativo para Projetos de Estabelecimentos Assistenciais em Sade. Braslia,

    2006. Dissertao de Mestrado. FAU/UnB.

    ALVES, Samara. A Percepo Visual como Elemento de Conforto na Arquitetura

    Hospitalar. Braslia, 2011. Dissertao de mestrado, FAU/UnB.

    THOMAZONI, Andrea. Avaliao Ps-Ocupao Funcional: O Caso de dois

    Centros de Diagnstico por Imagem em Campinas. So Paulo, 2009. Dissertao

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    de Bioimagem. Salvador, 2007. Monografia de Especializao em Arquitetura de

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    MACHADO, Ernani; AZEVEDO, Giselle. Aplicao do Mtodo Walkthrough na

    Associao Brasileira Beneficente de Reabilitao ABBR. Cadernos do PROARQ

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    COSTI, Marilice, A influncia da luz e da cor em salas de espera e corredores

    hospitalares. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002.

    AMORIM, Glucia Maria et al. Prestao de servios de manuteno predial em

    Estabelecimentos Assistenciais de Sade. Cinc. sade coletiva, Rio de Janeiro, v.

    18, n. 1, Jan. 2013 . Disponvel em

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    http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232013000100016.

    CASTELLO, Lineu. A Percepo de Lugar: Repensando o Conceito de Lugar em

    Arquitetura-Urbanismo. Porto Alegre: PROPAR-UFRGS, 2007.

    RHEINGANTZ, P. A.; AZEVEDO, G.; BRASILEIRO, A.; ALCANTARA, D.; QUEIROZ,

    M. Observando a Qualidade do Lugar: procedimentos para a avaliao ps-

    ocupao. Rio de Janeiro: FAU-UFRJ (Coleo PROARQ), 2009. Disponvel em:

    www.fau.ufrj.br/prolugar acesso em agosto de 2014.

  • 54

    Apndices

    APNDICE I Ficha de registro para anlise walkthrough

  • 55

  • 56

    Fonte: MACHADO,2012

    FICHA DE REGISTRO DE ANLISE WALKTROUGH DATA:

    Instituio Profissional

    Ambiente

    rea PD:

    Ocupantes

    Atividades

    Mobilirio

    Conforto Trmico

    Conforto Acstico Conforto Lumnico

    Visuais\ Acesso exterior

    O que deve ser mantido

    O que deve ser modificado

    Comentrios

    Croquis/Fotos

  • 57

    APNDICE II Modelo de Entrevista estruturada

  • 58

    Este instrumento de avaliao faz parte do Trabalho de Concluso de Curso da

    Especializao em Arquitetura de Interiores e ser utilizado apenas para obteno

    de dados para produo da monografia sobre a avaliao dos usurios acerca do

    ambiente de trabalho.

    Pedimos que respondam at o dia 13/11/2014, data em que sero recolhidos ao

    final do expediente.

    Desde j agradecemos sua participao e colaborao em nosso trabalho.

    Atenciosamente, Laura G. Prata

    Guilherme V. L. Brando

    Setor:___________________________________ Sexo: [ ]Feminino [ ]Masculino Idade: [ ]18 a 24 anos [ ] 25 a 35 anos [ ]36 a 50 anos [ ]Mais de 50 anos Voc possui alguma necessidade especial? [ ]Sim [ ]No Em caso afirmativo, de qual ordem? [ ]Motora [ ]Visual [ ]Auditiva O que voc mais gosta em seu ambiente de trabalho? O que voc menos gosta em seu ambiente de trabalho?

    VIRE

  • 59

    Eu gostaria que meu ambiente de trabalho...

  • 60

    APNDICE III Tabulao de respostas da entrevista estruturada

  • 61

    ENTREVISTAS ESTRUTURADAS

    PARTICIPANTES DISTRIBUDOS RESPONDIDOS VLIDOS

    RECEPO 6 5 5

    TELEFONIA 5 3 3

    ENFERMAGEM 5 3 3

    ADMINISTRATIVO 5 1 1

    NO

    IDENTIFICADOS 2 2 2

    TOTAL 23 14 14

    QUANTO AO TAMANHO DO AMBIENTE

    PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM

    MUITO

    RUIM

    RECEPO 3 1 1 0 0

    TELEFONIA 0 3 0 0 0

    ENFERMAGEM 0 1 1 1 0

    ADMINISTRATIVO 1 0 0 0 0

    NO

    IDENTIFICADOS 0 1 1 0 0

    TOTAL 4 6 3 1 0

    QUANTO AO TAMANHO DO SETOR EM QUE SE LOCALIZA

    PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM

    MUITO

    RUIM

    RECEPO 2 2 1 0 0

    TELEFONIA 0 2 1 0 0

    ENFERMAGEM 0 0 2 0 1

    ADMINISTRATIVO 0 0 0 1 0

    NO

    IDENTIFICADOS 0 0 2 0 0

    TOTAL 2 4 6 1 1

    QUANTO TEMPERATURA DURANTE O VERO

    PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM

    MUITO

    RUIM

    RECEPO 3 2 0 0 0

    TELEFONIA 2 1 0 0 0

    ENFERMAGEM 0 1 1 0 1

  • 62

    ADMINISTRATIVO 0 1 0 0 0

    NO

    IDENTIFICADOS 1 1 0 0 0

    TOTAL 6 6 1 0 1

    QUANTO TEMPERATURA DURANTE O INVERNO

    PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM

    MUITO

    RUIM

    RECEPO 3 1 1 0 0

    TELEFONIA 2 1 0 0 0

    ENFERMAGEM 0 2 1 0 0

    ADMINISTRATIVO 0 1 0 0 0

    NO

    IDENTIFICADOS 0 2 0 0 0

    TOTAL 5 7 2 0 0

    QUANTO QUALIDADE DO AR (ODORES/FUMAA)

    PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM

    MUITO

    RUIM

    RECEPO 1 2 2 0 0

    TELEFONIA 1 2 0 0 0

    ENFERMAGEM 1 0 1 1 0

    ADMINISTRATIVO 0 1 0 0 0

    NO

    IDENTIFICADOS 0 2 0 0 0

    TOTAL 3 7 3 1 0

    QUANTO AO ISOLAMENTO DE RUDOS INTERNOS DO EDIFCIO

    PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM

    MUITO

    RUIM

    RECEPO 0 4 1 0 0

    TELEFONIA 0 1 1 1 0

    ENFERMAGEM 1 1 1 0 0

    ADMINISTRATIVO 0 0 1 0 0

    NO

    IDENTIFICADOS 0 1 1 0 0

    TOTAL 1 7 5 1 0

    QUANTO AO ISOLAMENTO DE RUDOS EXTERNOS DO EDIFCIO

    PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM MUITO

  • 63

    RUIM

    RECEPO 1 4 0 0 0

    TELEFONIA 0 1 1 1 0

    ENFERMAGEM 1 1 1 0 0

    ADMINISTRATIVO 0 1 0 0 0

    NO

    IDENTIFICADOS 0 2 0 0 0

    TOTAL 2 9 2 1 0

    QUANTO QUALIDADE DE ILUMINAO NATURAL

    PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM

    MUITO

    RUIM

    RECEPO 3 0 1 1 0

    TELEFONIA 0 3 0 0 0

    ENFERMAGEM 0 2 0 0 1

    ADMINISTRATIVO 0 0 1 0 0

    NO

    IDENTIFICADOS 0 1 0 1 0

    TOTAL 3 6 2 2 1

    QUANTO QUALIDADE DE ILUMINAO ARTIFICIAL

    PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM

    MUITO

    RUIM

    RECEPO 3 2 0 0 0

    TELEFONIA 0 3 0 0 0

    ENFERMAGEM 1 2 0 0 0

    ADMINISTRATIVO 1 0 0 0 0

    NO

    IDENTIFICADOS 0 2 0 0 0

    TOTAL 5 9 0 0 0

    QUANTO ADEQUAO/CONFORTO DO MOBILIRIO

    PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM

    MUITO

    RUIM

    RECEPO 0 3 2 0 0

    TELEFONIA 0 2 0 1 0

    ENFERMAGEM 1 0 1 0 1

    ADMINISTRATIVO 0 0 1 0 0

    NO 0 2 0 0 0

  • 64

    IDENTIFICADOS

    TOTAL 1 7 4 1 1

    QUANTO APARNCIA DE PISOS, PAREDES E TETOS

    PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM

    MUITO

    RUIM

    RECEPO 4 1 0 0 0

    TELEFONIA 1 1 1 0 0

    ENFERMAGEM 0 2 1 0 0

    ADMINISTRATIVO 1 0 0 0 0

    NO

    IDENTIFICADOS 1 1 0 0 0

    TOTAL 7 5 2 0 0

    QUANTO POSIO DAS TOMADAS

    PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM

    MUITO

    RUIM

    RECEPO 2 1 0 2 0

    TELEFONIA 0 1 2 0 0

    ENFERMAGEM 1 0 1 0 1

    ADMINISTRATIVO 1 0 0 0 0

    NO

    IDENTIFICADOS 0 1 1 0 0

    TOTAL 4 3 4 2 1

    QUANTO PRIVACIDADE NA EXECUO DE SUAS TAREFAS

    PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM

    MUITO

    RUIM

    RECEPO 0 2 2 0 1

    TELEFONIA 0 1 1 1 0

    ENFERMAGEM 0 0 2 1 0

    ADMINISTRATIVO 0 0 1 0 0

    NO

    IDENTIFICADOS 0 1 1 0 0

    TOTAL 0 4 7 2 1

    QUANTO FACILIDADE DE CONTATO PESSOAL

    PARTICIPANTES MUITO BOM BOM REGULAR RUIM

    MUITO

    RUIM

    RECEPO 0 3 2 0 0

  • 65

    TELEFONIA 0 3 0 0 0

    ENFERMAGEM 1 2 0 0 0

    ADMINISTRATIVO 1 0 0 0 0

    NO

    IDENTIFICADOS 0 2 0 0 0

    TOTAL 2 10 2 0 0

    0 1 2 3 4 5 6 7

    RECEPO

    TELEFONIA

    ENFERMAGEM

    ADMINISTRATIVO

    NO IDENTIFICADOS

    TOTAL

    QUANTO AO TAMANHO DO AMBIENTE

    MUITO RUIM RUIM REGULAR BOM MUITO BOM

    0 1 2 3 4 5 6 7

    RECEPO

    TELEFONIA

    ENFERMAGEM

    ADMINISTRATIVO

    NO IDENTIFICADOS

    TOTAL

    QUANTO AO TAMANHO DO SETOR EM QUE SE LOCALIZA

    MUITO RUIM RUIM REGULAR BOM MUITO BOM

  • 66

    0 1 2 3 4 5 6 7

    RECEPO

    TELEFONIA

    ENFERMAGEM

    ADMINISTRATIVO

    NO IDENTIFICADOS

    TOTAL

    QUANTO TEMPERATURA DURANTE O VERO

    MUITO RUIM RUIM REGULAR BOM MUITO BOM

    0 1 2 3 4 5 6 7 8

    RECEPO

    TELEFONIA

    ENFERMAGEM

    ADMINISTRATIVO

    NO IDENTIFICADOS

    TOT