Arquivo EsEqEx / Arte: Rafael Sayãode lima, 2º sgt alex ferreira de souza, 2º sgt carlos eduardo...

73

Transcript of Arquivo EsEqEx / Arte: Rafael Sayãode lima, 2º sgt alex ferreira de souza, 2º sgt carlos eduardo...

Arq

uivo

EsE

qEx

/ Arte

: Raf

ael S

ayão

3ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

A Escola de Equitação do Exército (EsEqEx) é o estabelecimento de ensino responsável pela in-trodução sistemática da Equitação Acadêmica

no Brasil. Desde 1922, ano de sua criação, este estabele-cimento de ensino tem guardado os ensinamentos trazi-dos pela Missão Militar Francesa que inseriu a equitação de tradição francesa no Exército Brasileiro.

Com o passar dos anos e a redução do emprego dos equinos em combate, a Escola passou a ser a guardiã das tradições equestres e do emprego do cavalo no ce-rimonial militar, no desporto e no desenvolvimento da personalidade militar, em particular nas escolas militares, como a Academia Militar das Agulhas Negras, a Escola de Sargentos das Armas e os Colégios Militares, por in-termédio dos instrutores e monitores aqui formados.

Muito mais que formar instrutores de equitação, na atualidade, a EsEqEx se preocupa em contribuir com a formação moral nas escolas militares somando esforços em seu chamado “currículo oculto”, constituído de valores caros a qual-quer Força Militar como decisão, iniciativa, equilíbrio emocional, autoconfiança, adaptabilida-de, flexibilidade, organização, sensibilidade, zelo, coragem, persistência, dentre outros.

Além da formação de instrutores e monitores para o Exército Brasileiro, a Escola tem contri-buído com as Polícias Militares de todos os estados da Federação formando oficiais e sargen-tos instrutores e monitores que passam a difundir os aspectos do emprego militar do cavalo, o esporte equestre e os atributos com ele evidenciados em suas corporações e em seus Estados de origem.

A partir da difusão dos conhecimentos adquiridos pelos Instrutores e Monitores de Equita-ção aqui formados, a equitação se difundiu pelo território nacional, evidenciando a importân-cia deste estabelecimento de ensino para o esporte equestre em todo o Brasil.

No exterior, de forma similar ao realizado no Brasil, visando contribuir com a Diretriz para as Atividades do Exército Brasileiro na Área Internacional – DAEBAI, dentro dos princípios da Integração e coordenação de esforços, o Exército Brasileiro tem enviado Iinstrutores de equi-tação, formados nesta Escola, para países da América Latina, como o Perú, Paraguai, Uruguai, Argentina e, atualmente, tem um oficial peruano frequentando o Curso de Instrutor de Equi-tação em nossa Escola, demonstrando o alto grau de profissionalismo e eficiência técnica de nossa Escola e seu conceito em âmbito internacional.

Atualmente a Escola de Equitação do Exército possui uma infraestrutura modelo para a prá-tica e o ensino da arte equestre, fruto da realização de grandes eventos em sua área, notada-mente os Jogos Panamericanos de 2007, os Jogos Mundiais Militares de 2011 e mais recente-mente os Jogos Olímpicos Rio 2016.

Contudo, em que pese essa excelente infraestrutura, os fatores que apresentam maior peso para o sucesso desta Escola são o legado de conhecimento mantido desde a Missão Militar Francesa, um verdadeiro bem imaterial desta Escola, e o esforço dos “Esporas Douradas” de hoje e de ontem em manter as tradições quase centenárias deste valoroso estabelecimento de ensino.

In Hoc Signo Vinces!

Ten Cel Cav Rinaldo Marques NunesComandante da Escola de Equitação do Exército

Mensagem do Comandante da EsEqEx

Revista “O Espora Dourada”Ano I | 2018

Publicação oficial da Escola de Equitação do Exército

Departamento de Educação e Cultura do Exército

Gen Ex Mauro Cesar Lourena Cid

Centro de Capacitação Física do Exército

Gen Bda André Luiz Ribeiro Campos Allão

Escola de Equitação do ExércitoTen Cel Rinaldo Marques Nunes

Jornalista responsável/ Pesquisa históricaRafael Sayão Lobato Cilento

MTb 31557/RJ

Equipe da Escola de Equitação do Exército 2018

Ten Cel RINALDO MARQUES NUNES, Maj CLAUDIO ADÃO DE JESUS MEIRA, Maj VINICIUS DELEVATI LAVARDA, Maj BRUNO BITTENCOURT BURITY, Cap LUCIANO FERREIRA

FRIEDRICH, Cap MCCLELLAND MOZART DINIZ SOARES, Cap R/1 PTTC GERALDO NILTON PIO, 1º Ten ERIC BLÁS RAMIREZ, 1º Ten ADALBERTO FELIX, 1º Ten CLÁUDIO MALIZIA

ALVES FERREIRA, 1º Ten MATHEUS SÊDA CAMILO, 1º Ten DANIELA CRISTINA MATOSO E SILVA, 1º Ten SERGIO DO ESPÍRITO SANTO, 1º Ten SERGIO GUSTAVO JARDIM FALEIRO,

1º Ten TIAGO RAMALHO CREDO, 1º Ten VANESSA COSTA DE LIMA, 2º Ten DAVID JOSÉ REIS, 2º Ten GABRIEL RIBEIRO SOARES, 2º Ten PETERSON BAZOTE MANTILLA DE

OLIVEIRA NEVES, 2º Ten GLAUCO LERAY DE ARAUJO, 2º Ten TATIANE JULIO AGOSTINHO, S Ten ALEXANDRE MACÁRIO DOS SANTOS, S Ten CLAUDIO GONÇALVES NAZÁRIO, S

Ten MARCUS VINICIUS DA PENHA LUIS, S Ten VALDIR DOS SANTOS ROCHA. 1º Sgt ALEXSANDRO FELIPE DA SILVA, 1º Sgt MICHEL DA SILVA NIZ, 2º Sgt HENRIQUE SANTOS

DE LIMA, 2º Sgt ALEX FERREIRA DE SOUZA, 2º Sgt CARLOS EDUARDO PIRES VIEIRA, 2º Sgt HUDSON GASPAR DA SILVA, 2º Sgt JONATHAN PRATES DE OLIVEIRA, 2º Sgt ELISEU

PEREIRA DOS SANTOS, 2º Sgt MARCIO FELIPE MARQUES MACHADO, 2º Sgt ALEXANDRE CHIO DE SOUSA, 3º Sgt JÚLIO CÉSAR COSTA DOS SANTOS, 3º Sgt LIDIANA MARTINS

LEITE, 3º Sgt DENNYS RIBEIRO PINHEIR, 3º Sgt WHASINGTON ANTONIO GONÇALVES DE CARVALHO JUNIOR, 3º Sgt DOUGLAS ALEIXO GUEDES, 3º Sgt RAPHAEL DA SILVA, 3º

Sgt RENATO CESAR DE OLIVEIRA SILVA, 3º Sgt STT PAULO ROBERTO JULIANO, 3º Sgt STT RENATA AZEREDO DE OLIVEIRA, 3º Sgt STT AMANDA MOURA MARIANO DA SILVA, 3º

Sgt STT FÁBIO DO NASCIMENTO CREMONEZ, 3º Sgt SIT JEFFERSON VENÂNCIO CÂNDIDO e 3º Sgt QE R/1EDILSON MIRANDA

Projeto Gráfico e DiagramaçãoRafael Sayão Lobato Cilento

ImpressãoIngrafoto

Distribuição Nacionaldirigida e gratuita

Maj Burity e Lika do Rincão, durante apresentação da disciplina saltadores. Realizada na festa da

Cavalaria de 2017. Rafael Sayão

Sumário

A Escola de Equitação do Exército

Histórico da EsEqEx

Sargento Benigno

Formação

Matérias básicas

Antigos Comandantes

Operacionalidade

Veterinária

Grandes competições internacionais

91422273340495761

1º Ten Camilo, montando Sócrates do Rincão, durante o juramento a Bandeira Nacional, realizado pelo efetivo variável da EsEqEx em 2018. Sd Mendes/EsEqEx

6 O ESPORA DOURADA

Raf

ael S

ayão

7ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Cel Ruy Couto realizando percursso durante a temporada de 96º Aniversário da EsEqEx. Rafael Sayão

8 O ESPORA DOURADA8 O ESPORA DOURADA

9ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

A Escola de Equitação do Exército é o estabelecimento de ensino guardião da doutrina equestre do Brasil. É

responsável pela formação de recursos hu-manos para o Exército Brasileiro e, subsidia-riamente, para as Polícias Militares e pela di-fusão desse conhecimento. Tem como ramo de trabalho a equitação como esporte; como base para o preparo e emprego operacional do cavalo; como formadora de conteúdos atitudinais, em particular nas escolas de for-

mação (Academia Militar das Agulhas Negras - AMAN, Escola de Sargentos das Armas - ESA e Colégios Militares) e no preparo para as atividades de cerimonial militar.

A Escola foi criada em 1922, no contexto da Missão Militar Francesa e trouxe para o Brasil a chamada equitação de tradição fran-cesa que, a partir dos instrutores e monitores formados por esta casa, difundiram para o território brasileiro os conhecimentos adqui-ridos.

Escola de Equitação do Exército

9ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

10 O ESPORA DOURADA10 O ESPORA DOURADA

2º Sgt Felipe, montando Nebraska do Rincão, durante prova de habilita-ção técnica do curso de monitor de equitação de 2018. Sd Abreu/EsEqEx

11ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO 11ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

12 O ESPORA DOURADA

13ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Mosáico de fotos históricas da Escola de Equitação do Exército recuperadas para a produção desta

publicação. Arquivo EsEqEx | Arte: Rafael Sayão

14 O ESPORA DOURADA

N o Brasil, os co-lonizadores por-tugueses e ho-

landeses introduziram o cavalo e a arte equestre, com registro da primei-ra utilização desportiva no Torneio de Cavalaria promovido por Maurício de Nassau, em Pernam-buco, no ano de 1641. Durante o Primeiro Im-pério, Dom Pedro I e sua esposa Maria Leopoldina eram também entusias-tas do desporto eques-tre.

No entanto, a equita-ção acadêmica no país, tem início em 1808, quan-do D. João VI cria por decreto o Regimento de Cavalaria de 1ª Linha. No comando da re-cém criada unidade estava o Coronel Fran-cisco Magessi Tavares de Carvalho e cabia

ao Regimento as práticas de salto e transposições. No retorno da Guerra da Tríplice Aliança, Dom Pe-dro II preocupou-se em fomentar a equitação, trazendo de Portugal o Capitão Luís de Jácome, difusor da doutrina fran-cesa do célebre François Baucher. O herói nacio-nal Duque de Caxias im-portou garanhões puro sangue ingleses, visando implementar a criação nacional de equídeos. Tal preocupação manteve-se nos primeiros anos da República. Ainda antes da missão francesa e no início do período republi-cano brasileiro, o então

presidente Marechal Hermes da Fonseca, enviou oficiais do Exército para a Escola de Cavalaria de Hanover, difundindo-se assim

Histórico

Francois Baucher. Harmony Cross

Alunos junto ao picadeiro “Ten Lacerda Gama”. Arquivo EsEqEx

15ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

a doutrina alemã. Entre eles estava o Major Euclydes de Oliveira Figueiredo, pai do Ge-neral e presidente brasileiro João Baptista de Oliveira Figueiredo.

Missão Militar Francesa - MMF

A Escola de Equitação do Exército (Es EqEx) tem sua origem na Missão Militar Francesa no Brasil (1919-1940). A missão francesa foi contratada em setembro de 1919 pelo governo brasileiro para auxiliar na instrução e modernização do Exército. Sob o comando do General Maurice Gamelin, a missão previa que oficiais franceses coman-dariam durante quatro anos, as Escolas de

Estado-Maior (EEM), de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), de Intendência e Veterinária. Embora tenha sido contratada por quatro anos, a missão se estendeu por 20 anos: seu contrato foi renovado seis vezes. Sua atua-ção, embora se concentrasse no Distrito Fe-deral, teve impacto nacional.

O cuidado dos franceses com as escolas e com a equitação era claro. Na parte eqües-tre da missão francesa estavam renomados oficiais do Cadre Noir de Saumur, uma das mais importantes escolas de equitação do mundo. Com a chegada da MMF a Esco-la de Aperfeiçoamento de Oficiais passa a ministrar cursos para tenentes e capitães de cada arma. A escola funcionava na Vila Militar, tendo como objetivo a formação de novos instrutores para a difusão do ensino nas unidades espalhadas por todo território nacional. Em 1922, são criados quatro cen-tros especializados na escola de instrução: um Centro de Instrução de Especialistas de Infantaria, com duração de dois meses; um Centro de Instrução de Artilharia, com duração de cinco semanas; um Centro de Transmissão para Telegrafistas; e um Centro de Formação de Oficiais Instrutores de Equi-tação, com duração de quatro meses, o pre-cursor da Escola de Equitação do Exército.

Após a interveção da missão Francesa, a disciplina de equitação tornou-se presente em quase todos os cursos da carreira do ofi-cial brasileiro. A partir de 1922, a Escola Mi-

Gen Batisteli e alunos do curso especial de Equitação. Arquivo EsEqEx

Chegada da Missão Militar Francesa ao Brasil.À esquerda, em primeiro plano, o Gen Maurice Gamelin. AHEx

15ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

16 O ESPORA DOURADA

litar inclui a arte eqüestre para todos os seus alunos durante o segundo ano de curso. No curso de medicina e na Escola de Intendên-cia, os alunos também tinham contato com a equitação.

Mesmo com tamanho investimento na equi-tação a equipe brasileira não obteve sucesso no Concurso Hípico Internacional do Cen-tenário da Independência. O então Ministro da Guerra, Setembrino de Carvalho, asses-sorado por seu Oficial de Gabinete, o Major de Cavalaria Euclydes de Oliveira Figueiredo, decidiu então criar, por aviso de 17 de se-tembro de 1923 e sob a direção do Capitão Armand Gloriá, da lendária Escola de Cava-

laria de Saumur, o Núcleo de Adestramento de Equitação, nas dependências da Escola de Estado-Maior do Exército (atual quartel do 1° Batalhão de Polícia do Exército). Em 1928, transformou-se em Curso Especial de Equitação, sob a chefia do Maj Robert Batis-telli, o qual regressou à França em 1933. A partir daí, os oficiais brasileiros, Cap Arman-do de Morais Âncora, Cap Oswaldo Borba e Cap Manoel Garcia de Souza, como instru-tores-chefes, foram incumbidos de difundir os conhecimentos equestres desenvolvidos na Europa.

Realengo

Interrompido em 1938, em virtude da Se-gunda Guerra Mundial, o Curso Especial de Equitação foi retomado em 1946, nas de-pendências do Departamento de Equitação e de Educação Física da Escola Militar do Realengo.

A Escola Militar foi transferida para Realen-go em 1905, ocupando, além do edifício da Escola Preparatória, outras instalações mi-litares já existentes na região. Entre 1905 e 1912 funcionaram em Realengo os cursos de Artilharia e Engenharia. A partir de 1913, foram incorporados os cursos de Cavalaria e Infantaria. A Escola Militar de Realengo foi extinta em 1944, ano de fundação da Esco-la Militar de Resende, atual Academia Mili-

Ten Lima Mendes em 1912 (Hannover). Fotografia doada por João Baptista Figueiredo. Arquivo EsEqEx

Instrutores do Centro de Equitação com oficial francês, em 1925. Arquivo EsEqEx

16 O ESPORA DOURADA

17ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

tar das Agulhas Negras. Contudo, mesmo após o fim da escola, o Curso Especial de Equitação manteve-se na área do Realengo. No dia 22 de maio de 1954, uma portaria alterou o nome para Escola de Equitação do Exército, ainda no bairro de Realengo.

Entre os anos de 1991 e 1995, funcionou a As-sociação Escola Nacional de Equitação (AENE), que tinha por objetivo transformar a EsEqEx em uma Escola Nacional de Equitação, visando a di-fusão da Equitação Acadêmica dentro do territó-rio nacional entre militares e civis.

Regimento Escola de Cavalaria

A partir de 1995, a Escola ocupou parte das instalações do Regimento Escola de Cavalaria (REsC) e, em 2007, foi transferida para as instala-ções do antigo 21º Batalhão Logístico, no Morro do Capristano.

Novo aquartelamento

O ano de 2007 marcou a mudança de subordi-nação da EsEqEx para o Centro de Capacitação Física do Exército. Nesse mesmo ano, a Escola também passou a sediar, em suas novas insta-lações - Parque Equestre General Eloy Menezes - as modalidades de Hipismo e Pentatlo Moderno dos XV Jogos Pan-americanos, com a participa-ção técnica dos corpos docente e discente nas três modalidades hípicas: Adestramento, Con-curso Completo de Equitação e Salto.

Em 2011, a EsEqEx sediou as provas hípicas dos V Jogos Mundiais Militares, envolvendo di-retamente instrutores, monitores e alunos. Foi apresentado um belo espetáculo para o grande público presente, destacada organização e exce-lência na execução das provas.

Atualmente, após sucessivas transformações e tendo enfrentado os mais diversos óbices, a Escola de Equitação do Exército consolida-se como estabelecimento de ensino de vanguarda. O seu papel é plenamente desempenhado con-forme a modernização do ensino e os padrões estabelecidos pelo Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx). Como Subcomis-são de Hipismo da Comissão de Desportos do Exército, assumiu papel primordial na reestrutu-ração da modalidade e das instruções gerais que o regulamentam. Além disso, realiza e apoia pes-quisas científicas para o Exército, em constante integração a renomadas instituições congêneres, no país e no exterior.

Em 2011, foi inaugurado o Laboratório de Ava-liação do Desempenho de Equinos (LADEq), em parceria com instituições civis, que visa agrupar

17ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Realengo. Arquivo EsEqEx

Presidente João Baptista Figueiredo durante visita a Escola de Equitação em Realengo. Arquivo EsEqEx

Visita de Oficial General as instações de Relanego em 1989.

Arquivo EsEqEx

18 O ESPORA DOURADA

pesquisas e pesquisadores que atuam nas áreas do melhoramento, produção, medicina e sanidade equina, e do trei-namento esportivo de equinos no Esta-do do Rio de Janeiro.

Em 2016, a EsEqEx sediou as provas hípicas dos Jogos Olímpicos, passan-do por profundas modificações estrutu-rais e envolvendo diretamente alunos, instrutores e monitores na organiza-ção das Competições Olímpicas. De maneira geral, as funções principais atreladas à organização do evento de-ram-se através de uma parceria entre militares e voluntários civis, que juntos desenvolveram as atividades e com-partilharam conhecimentos sobre a arte equestre. Até o ano de 2017 a Escola de Equitação formou aproximadamente 1164 alunos, dentre eles, 612 instruto-res do Exército Brasileiro, 199 das po-licias militares, 34 civis, 241 monitores do Exército Brasileiro e 78 das policias militares, desta forma estes alunos fo-ram distribuídos pelo Brasil, levando a arte equestre desde o seu berço até os dias atuais, para milhares de pessoas que se interessam pela interação cava-lo x cavaleiro.

As instalações da EsEqEx contam com centro cultural com diversos itens e imagens do acervo histórico da Es EqEx e do Hipismo Brasileiro, biblio-teca com acervo de aproximadamente 900 obras e espaço para estudo e pes-quisa, auditório com capacidade para 80 pessoas, salas de aula, salas de coordenação do ensino e salas para a Divisão Administrativa.

Além da estrutura para a atividade de ensino teórico, a Escola de Equitação do Exército conta com o Parque Equestre General Eloy Menezes, a melhor e maior estrutura do Brasil para a prática dos esportes equestres o que confere as melho-res condições para o ensino da arte equestre no Brasil.

Atualmente a EsEqEx encontra-se em reestru-turação devido às obras de construção da rodo-via transolímpica, construída para os Jogos Olím-picos Rio 2016, que implicaram na destruição parcial do antigo aquartelamento. No contexto dessa reestruturação estão sendo construídos um novo refeitório para todo o efetivo da Esco-la, nova enfermaria, lavanderia e pavilhão de ga-ragens, além de obras de infraestrutura de água, esgoto, e construção de novas ruas e o respecti-vo calçamento.

18 O ESPORA DOURADA

A Escola de Equitação do Exército conta com o Parque Equestre General Eloy Menezes. Arquivo EsEqEx

Entrada atual da Escola de Equitação do Exército. Arquivo EsEqEx

19ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

22 O ESPORA DOURADA

Sargento Benigno

O Sargento Benigno nasceu em 11 de fevereiro de 1936, na cidade de Paulistana, interior do Piauí, onde desde criança trabalhou

na lavoura. Chegou ao Rio de Janeiro com 16 anos de idade onde começou a trabalhar em uma padaria na Praça da Bandeira.

Aos 19 anos de idade, no dia 07 de junho de 1955, incorporou às fileiras do Exérci-to nos Dragões da Independência, ainda aquartelado em São Cristóvão, no Rio de Janeiro.

Em junho de 1961, foi transferido para o então 11º Regimento de Cavalaria em Pon-ta Porã – Mato Grosso do Sul e, posterior-mente, para o Quartel General da então 4ª Divisão de Cavalaria. Promovido à gradua-ção de 3º Sgt em 1968, foi transferido para o Regimento Andrade Neves, então Regimen-to Escola de Cavalaria na Guarnição, do Rio de Janeiro.

Em 1970, foi designado para a realizar o curso de Monitor de Equitação na Escola de

Equitação do Exército, sendo nomeado, em 1971, para a função de monitor de Equitação da Escola.

Servindo como monitor na Escola de Equi-tação do Exército, foi campeão do Exército de Salto na Categoria ST e Sgt, em 1971 e, em 1972, foi vice-campeão das Olimpíadas do Exército por equipes. Em 1974, na tem-porada hípica do “Regimento 9 de Julho”, da Polícia Militar do Estado de São Paulo, foi campeão da prova especial de barragem, na altura de 1,70m.

Em 1975, fruto de sua excelente condição física, realizou com êxito o curso básico pa-raquedista.

Após a nomeação como monitor da Es EqEx, em 1976, foi transferido para o 1º Regimento de Cavalaria de Guardas, em Brasília. Após a posse do Presidente João Baptista Figueiredo, devido as suas qualida-des como militar e cavaleiro destacado, foi nomeado para auxiliar a equitação do então Presidente.

22 O ESPORA DOURADA

Sargento Benigno. Arquivo pessoal

23ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Em 1980, foi transferido para a 1ª Divisão de Exér-cito como ajudante de ordens do Gen Euclides Figueiredo.

Em 1982 foi designa-do, pelo Gen Santa Cruz, então comandante da Brigada Infantaria Para-quedista, para servir no comanda Brigada como auxiliar da 5ª Seção e re-ponsável pelos cavalos do comandante.

Em 1984, já às véspe-ras de passar para a re-serva, realizou o curso de mestre de salto e foi, no-vamente, campeão da

temporada hípica do “Regimento 9 de Julho” na altura de 1,20m. Após cumprir seu tempo de serviço, foi transferido para a reserva remunerada ao final de 1984.

Mesmo após sua transferência para a reserva, o Sargento Benigno continuou nas lides equestres dando aulas de equitação e se apresentando em provas hípicas com excelentes resultados.

Atualmente é instrutor de salto da Es-colinha do Regimento Andrade Neves e, com seus mais de 82 anos de idade, é presença diária no Parque Equestre Ge-neral Eloy Menezes montando a cavalo, dando aulas de equitação para crianças e cativando os praticantes da equitação que com ele convivem.

Por toda sua vida de bons serviços prestados à Escola de Equitação

do Exército, seus feitos como cavaleiro e seu exemplo de

vida, o Sargento Benigno é uma “Lenda” da cavala-ria e dos “Esporas Dou-radas”.

Lembrança do Gen João Baptista Figueiredo ao Sargento Benigno. Arquivo pessoal

Sd M

ende

s / E

sEqE

x

24 O ESPORA DOURADA

Raf

ael S

ayão

1º Ten Danilo Machado, montando Odalisca do Rincão, durante instrução da diciplina salto do curso de instrutor de equitação 2018.

Rafael Sayão

26 O ESPORA DOURADA

Sd

Abre

u/Es

EqEx

27ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Formação

Curso de instrutor de equitação

O curso de instrutor de equitação, princi-pal produto da EsEqEx, tem a duração de 39 semanas, totalizando 1560 horas de ensi-no. Esta formação buscar habilitar oficiais da arma de cavalaria e artilharia a ocupar cargos e exercer a função de instrutor de equitação e encarregado de atividades hípicas, confor-me previsto em quadro organizacional. Além disso, os alunos formados no curso pos-suem a capacidade de planejar, ministrar, fiscalizar e coordenar toda a instrução de equitação da unidade, inclusive estágios de adaptação para oficiais e praças de carreira sem curso de equitação, bem como os Ofi-ciais da Reserva de 2ª classe e praças tem-porários, objetivando utilizar a instrução de equitação principalmente para desenvolver

os atributos da área afetiva; planejar, asses-sorar e supervisionar as ações pertinentes ao preparo e emprego de equinos em ações militares, incluindo o cerimonial militar; pla-nejar, em apoio à Direção de Ensino, às Divisões de Ensino, às Seções de Coorde-nação Pedagógica e às Seções Psicopeda-gógicas, a atividade equestre pertinente ao desenvolvimento de atributos da área afetiva e ao cumprimento dos objetivos educacio-nais formulados pelos estabelecimentos de ensino do Exército; planejar, organizar, diri-gir e participar de eventos hípicos das mo-dalidades clássicas seja como concorrente, seja na organização e arbitragem dos even-tos; assessorar o comandante em todas as questões referentes à administração e ma-nutenção de materiais e dependências es-pecializadas, assim como toda estrutura de

27ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Alferes Gongora, montando Navarone do Rincão, durante instrução de salto do curso de instrutor de equitação 2018. Rafael Sayão

28 O ESPORA DOURADA28 O ESPORA DOURADA

1º Ten Arlom, montando Lancelot do Rincão, durante instrução de salto do curso de instrutor de equitação 2018. Rafael Sayão

29ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

suporte à equitação e ao cavalo e zelar pela unidade de doutrina eqüestre.

Para estar apto a realizar o curso, oficiais das Forças Armadas, Forças Auxiliares, na-ções amigas e civis precisam ser voluntários, estar no posto de tenente ou capitão não aperfeiçoado. Se forem oficiais das demais Forças Armadas, Forças Auxiliares e organi-zações militares de nações amigas, serem indicados pelo Estado-Maior do Exército. Se forem civis nacionais, com curso de ní-vel superior, serem autorizados pelo DECEx. Atender às exigências do R-50 (Regulamen-to de Movimentação de Oficiais e Praças do Exército), não estar na função de instrutor na época em que deverá funcionar o curso, exceto se este for de curta duração e por in-teresse do estabelecimento de ensino, não estar relacionado para matrícula na EsAO, ter sido considerado “apto” em inspeção de saúde e no exame de aptidão física e ter sua avaliação de desempenho compatível com as funções que desempenhará após a con-clusão do curso.

Curso de monitor de equitação

O curso de monitor de equitação tem a du-ração de 24 semanas, totalizando 960 horas de ensino. Esta formação busca habilitar 3º

e 2º sargentos de carreira da arma de cava-laria e artilharia a ocupar cargos e exercer a função de monitor de equitação e auxiliar de atividades hípicas, conforme previsto em quadro organizacional. Além disso, os alunos formados no curso possuem a ca-pacidade de substituir o instrutor, durante uma instrução, quando necessário; coope-rar com a instrução de equitação da orga-nização militar, tanto como monitor, quanto como condutor de instruções de equitação de menor complexidade, conforme planeja-mento e supervisão de um instrutor de equi-tação; assessorar, até o escalão de coman-do de subunidade, quanto ao manejo, trato e profilaxia dos animais, bem como quanto à administração e manutenção de materiais e dependências especializadas; participar do preparo e emprego de equinos em ações militares, inclusive de cerimonial militar; en-carregar-se da guarda e conservação do material distribuído às respectivas reservas e pavilhões; ensinar e orientar os tratado-res no que se refere ao manuseio, trato e primeiros socorros dos cavalos; momandar frações hipomóveis até o efetivo efetivo de grupos de combate; participar de eventos hí-picos das modalidades clássicas, seja como concorrente, seja como auxiliar da organiza-ção ou da arbitragem dos eventos; gerenciar departamentos hípicos; evidenciar a cama-

29ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Avaliação somativa da diciplina saltadores. Sd Mendes/EsEqEx

30 O ESPORA DOURADA

radagem, a comunicabilidade, a coragem, a dedicação, a direção, o equilíbrio emocio-nal, a liderança, a perspicácia e o tato. Para realizar o curso, as praças das Forças Ar-madas, Forças Auxiliares, nações amigas e civis precisam ser voluntários, estar na gra-duação de terceiro sargento ou de segundo sargento. Se forem sargentos das demais Forças Armadas, Forças Auxiliares, organi-zações militares de nações amigas, serem indicados pelo Estado-Maior do Exército. Se forem civis nacionais, com ensino médio completo, autorizados pelo DECEx. Preci-sam atender às exigências do R-50 – (Re-gulamento de Movimentação de Oficiais e Praças do Exército), não estar na função de monitor na época em que deverá funcionar o curso, exceto se este for de curta dura-ção e por interesse do estabelecimento de ensino, não estar relacionado para o Curso Preparatório/Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos e nem para matrícula no Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS), quer seja na turma efetiva, quer seja na turma suplementar, ter sido considerado “apto” em inspeção de saúde e no exame de aptidão física, ter sido “apto” na prova de habilitação técnica, ter sua avaliação de desempenho compatível com as funções que desempenhará após a conclusão do curso e estar classificado, no mínimo, no comportamento “bom”.

30 O ESPORA DOURADA

1º Ten Carlos Victor rodando Vetor do Rincão na guia. Sd Mendes/EsEqEx

Revista da cavalhada. Sd Mendes/EsEqEx

Revista da cavalhada. Sd Mendes/EsEqEx

Curso de ferrador

Anualmente a EsEqEx realiza cursos de ferrador em proveito da capacitação do pessoal da própria escola, de organizações militares da área do CML e de civis. Os cursos de ferradores visam à difusão do conhecimen-to em ferradoria com o objetivo de melhor proteger os membros dos animais e conferir melhor desempenho no trabalho e nos esportes. Em 2017 e 2018, a escola realizou dois cursos de ferradores, além de um curso de podologia equina e uma certificação de ferradores conduzida pela Associação dos Ferradores Brasileiros.

Formação do efetivo variável

Anualmente a Escola de Equitação do Exército tra-balha com 100 soldados do efetivo variável. Os novos recrutas são submetidos a entrevistas, exames físicos e médicos antes de incorporarem às fileiras do Exército Brasileiro.

Durante a formação são cumpridos os objetivos da instrução individual básica com exercícios de ordem unida, acampamento do período básico, marcha de 12 km na área da Escola de Equitação do Exército e o mó-dulo didático do tiro de instrução básico (TIB). Após o fechamento deste ciclo é realizada a formatura de en-trega de boina aos soldados incorporados no corrente ano de instrução.

31ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Certificação nacional de ferradores pela Associação de Ferradores do Brasil. Sd Mendes/EsEqEx

Marcha do campo básico de 2018. Sd Mendes/EsEqEx

Instrução individual básica. Sd Mendes/EsEqEx

Sd

Men

des/

EsEq

Ex Sd

Men

des/

EsEq

Ex

Sd

Men

des/

EsEq

Ex

33ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Matérias basicas

Saltadores

A matéria saltadores constitui o mais alto grau de adestramento que o ca-valo pode alcançar. A partir desta matéria o instrutor faz com que o cavalo execute saltos que exigem grande flexibilidade e força e que resgatam os saltos execu-tados pelo cavalo em liber-dade de forma harmoniosa, equilibrada e elegante.

Os principais movimentos executados pelos cavalos na matéria saltadores são a Curveta, que se constitui na elevação dos membros anteriores, a Garupada, exe-cutada com a elevação da garupa do animal, e a Ca-briola, na qual o cavalo se eleva totalmente levantando inicialmente os anteriores e posteriormente os posterio-res ainda com os anteriores no ar.

33ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

1º Ten Cavaliere, montando Hibrido do Rincão, durante avaliação somativa da diciplina saltadores. Sd Mendes/EsEqEx

Garupada. Rafael Sayão

Dia da Cavalaria. Rafael Sayão

34 O ESPORA DOURADA

Salto

Inspirada no famoso costume inglês de caça à raposa, e adaptada pelos militares para adestrar as tropas na transposição de obstáculos no campo de batalha, as provas de salto foram desenvolvidas na segunda metade do século XIX em um espaço delimi-tado e com obstáculos que reproduzissem os naturais: troncos, rios, entre outros.

As competições olímpicas de saltos foram dominadas pelos militares de 1912 a 1952, tendo em vista a similaridade da prova com o emprego do cavalo em combate. A partir de então, com o profissionalismo cada vez maior do esporte, as equipes compostas por cavaleiros civis passaram a dominar as principais competições, em particular no ní-vel olímpico.

O salto tem como objetivo desenvolver a musculatura, a flexibilidade e a técnica para transpor obstáculos, com coragem, confian-ça, agilidade e velocidade em perfeita har-monia e total submissão ao cavaleiro.

Adestramento

O adestramento é uma modalidade Olím-pica do Hipismo e, dentre todas as manifes-

tações esportivas da equitação, constitui o segmento mais clássico. Os seus princípios básicos são os pilares da equitação acadê-mica e adotados por todas as demais disci-plinas. A modalidade busca devolver ao ca-valo a graça de atitudes e a beleza de seus movimentos em liberdade.

No cavaleiro a modalidade desenvolve atri-butos como a meticulosidade, a disciplina e a perseverança.

34 O ESPORA DOURADA

Arbitragem observa atleta durante prova de adestramento na EsEqEx. Rafael Sayão

Campeonato do Exército Brasileiro de Concurso Completo de Equitação 2018.

Sd Mendes/EsEqEx

35ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Escola do cavaleiro

Constituída por exercícios que visam a ob-tenção da independência das ajudas, a es-cola do cavaleiro é constituída de exercícios de flexibilidade que buscam possibilitar ao cavaleiro o domínio sobre o cavalo, a obten-ção da correta posição a cavalo, a fixidez so-bre a sela e o correto emprego das ajudas.

Equitação Militar

A equitação militar constitue-se nas práti-cas equestres mais empregadas no meio mi-litar como o cerimonial militar, a ordem unida e as formaturas a cavalo, e as apresentações de carrossel militar.

Hipologia

A Hipologia é o estudo da anatomia e do funcionamento dos órgãos internos do ca-valo que se destina a melhor conhecer o animal. Se divide basicamente no estudo de sua morfologia, anatomia externa, podologia e ferrageamento, pelagens, resenha, idade a partir da dentição, anatomia interna, fisiolo-gia básica, principais doenças do cavalo e manutenção da saúde do animal.

Raf

ael S

ayão

35ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Equitação Militar. Rafael Sayão

A Escola do Cavaleiro possibilita ao ca-valeiro o domínio sobre o cavalo. Rafael Sayão

Hipologia.Rafael Sayão

36 O ESPORA DOURADA

Emprego Militar de Equídeos

O emprego militar de equídeos é definido pela utilização do cavalo como meio para apoio ao cumprimento das missões recebi-das ou de sua utilização no enfrentamento de problemas militares.

Nesse contexto, as principais missões que podem ser atribuídas às tropas hipomóveis são a realização da defesa de pontos sensí-veis, a instalação e operação de postos de segurança estáticos (PSE), a instalação e operação de postos de bloqueio e controle de estradas (PBCE) e de vias urbanas (PBC-VU), realização de operações de controle de distúrbios (OCD), empregando elementos a pé e a cavalo, a realização de patrulhamen-tos hipomóveis e motorizado, a participação das ações de segurança de área de reta-guarda (Seg AR) e das operações contra for-ças irregulares, a realização de operações de

garantia da lei da ordem (GLO), ações de de-fesa territorial e a participação, como tropa de choque, no restabelecimento da ordem pública.

36 O ESPORA DOURADA

Sd

Men

des/

EsEq

Ex

Instrução de emprego militar de equinos, realizada no Regimento Andrade Neves. Sd Mendes/EsEqEx

37ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Polo

Os primeiros relatos de polo no Brasil aconteceram no Rio de Janeiro, quando in-gleses fundaram o Gávea Pólo e Golf Clube, na década de 20. Em São Paulo o esporte começou no interior, em Orlândia e Colina, antes de chegar na Sociedade Hípica Paulis-ta, na capital.

A influência dos militares brasileiros no desenvolvimento do pólo no país é muito grande. Na Escola de Equitação do Exército o polo constituiu, desde os primeiros anos de sua criação, uma das matérias básicas da formação dos instrutores de equitação. Na formação de cavaleiros e instrutores de equitação o polo forja, além dos atributos

desenvolvidos em todas as demais matérias estudadas, o espírito de equipe, tendo em vista ser o único esporte de equipe pratica-do a cavalo.

Assim sendo, é matéria importantíssima para desenvolver a personalidade militar dos futuros instrutores de equitação no meio militar, que tem a necessidade de trabalhar permanentemente em equipe e de aprender a desenvolver esses atributos nos seus futu-ros alunos.

Além disso, o cavalo de polo é o que mais se assemelha em suas características ao ca-valo de emprego militar, tendo em vista as propriedade comuns de coragem, docilida-de, equilíbrio e franqueza necessárias ao ca-valo de emprego militar.

Maj Lavarda, montando Alpagarta, durante instrução de polo do curso de

equitação 2018. Rafael Sayão

38 O ESPORA DOURADA

Maj Burity, montando Legenda do Rincão, durante prova de cross country do Campeonato do Exército de CCE 2018. Sd Mendes/EsEqEx

Concurso completo de Equitação – CCE

O Concurso Completo de Equitação é dividido em três provas – adestramento, cross-country e salto - que são realizadas em dias consecutivos.

O esporte é uma importante mostra da capacidade do conjunto competir em três diferentes disciplinas distintas entre si, e num curto espaço de tempo, o que exige preparo técnico e físico.

O adestramento é a primeira prova a ser cumprida. O conjunto precisa efetuar determinados movimentos (figuras) de diferentes graus de dificuldade mostrando entrosamento e equilíbrio. No-cross-country, o conjunto percorre um percurso externo, com obstáculos inspirados no campo, mas sempre com um alto grau de dificuldade. A terceira e última parte do CCE é o salto.

O esporte, conhecido antigamente como Cavalo D’Armas, por sua semelhança com o emprego militar do cavalo, foi introduzido, no Brasil, no início do século XX, pelo Exército, com o objetivo de preparar os cavalos para as missões de combate. O conhecimen-to da Escola de Equitação do Exército e o esforço do Exército em difundir a modalidade entre os civis fez com que as organizações militares passassem a organizar provas de CCE em organizações militares, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e nos Regimentos da Cavalaria, o que resultou na formação de uma nova geração de atletas, mesclada por civis e militares.

Recentemente o Cel Jéferson Sgnaolim Moreira, antigo instru-tor desta Escola, representou o Brasil na Olimpíada de Pequim, caracterizando a competência da EsEqEx na modalidade.

40 O ESPORA DOURADA

Antigos comandantes

T er sido Instrutor e comandar a Esco-la foram realizações

bastante significativas no transcurso de minha vida profissional, além de uma imensa honra, pois acredito firmemente nos propósitos do Estabelecimento de En-sino. Dediquei 13 anos de minha vida militar à Escola, ocupando as mais diver-sas funções, por entender que dessa forma estaria contribuindo, com muito orgulho, com um complexo educacional e um centro de pesquisa que se empenha na manutenção da unidade de doutrina equestre, na habilitação e aprimoramento de recursos humanos, tanto na área profissional como na área esportiva, na cultura e tradições da Arma, além de impulsio-nar o esporte em todas as suas manifestações, obra essa que é de valor inestimável para as comunidades civil e militar.

Em 1991, no meu quarto ano de Comando da EsEqEx, fui informado pelo comandante do Comando Militar do Leste(CML), Exmo Sr Gen Ex Ângelo Barata que a Escola seria extinta e todo o seu acervo, em consequência, deveria ser transferido para o Regimento Andrade Ne-ves. Diante de notícia tão impactante, o que me ocorreu naquele momento foi convidar Sua Exa para fazer uma visita à Escola para que pudesse ter uma visão do que iria ser transfe-rido para uma de suas Unidades, diretamente subordinada. Vivíamos, naquela ocasião, uma sexta-feira e o convite foi aceito e agendado para a segunda-feira seguinte. Em pouco tem-po, graças à competência e dedicação de to-dos os seus integrantes, a Escola rapidamente elaborou a programação e preparou-se para o evento. O Exmo Sr. Gen Barata foi recebido pela tropa, acompanhado do Exmo Sr Gen José Luiz, Chefe do Estado Maior do CML. Em

seguida, ambos assistiram a uma exposição do Cmt, visitaram todas as instala-ções, foram apresentadas diversas demonstrações equestres tradicionais como as reprises coletivas de Adestramento e Salto e Saltadores em Liberdade, todas com a participação de alunos do Exército, das Polícias Militares, das Na-ções Amigas e Civis. Ao fazermos o encerramento, Sua Exa mostrou-se muito impressionado e fez diver-sas indagações relativas aos cursos e ao funciona-mento da Escola. Acredito

que empolgado com tudo que lhe fora apre-sentado, antes de se retirar, pediu uma série de documentos pertinentes ao histórico e fun-cionamento do Estabelecimento de Ensino. Ao se despedir, afirmou que na reunião do Alto Comando iria apresentar argumentos que vi-savam à preservação da Escola. E, assim o as-sunto foi colocado em pauta, na citada reunião e decidido favoravelmente, pela manutenção da Escola. Logo após, fui designado pelo Sr Ministro do Exército, Exmo Sr Gen Ex Carlos Tinoco, como Gerente do Projeto, que tinha por objetivo adequar o funcionamento da Es-cola, de forma a atender a Racionalização Es-trutural do Exército, visando à racionalização e modernização do mesmo. Acredito que tenha sido uma das experiências mais relevantes do período de meu comando e um marco na his-tória de nossa querida Escola.

Cel Salim Nigri

Raf

ael S

ayão

40 O ESPORA DOURADA

41ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

A Escola de Equitação do Exército é o legado da Missão Militar Francesa, que foi, e sempre será um importan-

te marco na história do nosso Exército. É a guardiã da doutrina equestre no Exército no segmento da nos-sa cultura, tão abalada após o desastroso incêndio do Museu Nacional na Quinta da Boa Vis-ta, que norteia a utilização dos equinos nas atividades onde são empregados, particularmente em desfiles, guardas de honra, escoltas, segurança, controle de tumultos e onde se necessitar surpresa e ação de choque. A Escola de Equitação do Exército, ao longo de sua história, formou instrutores e monitores, oficiais e sargentos, não apenas do nosso Exército, mas também das po-lícias militares estaduais, bem como de exércitos de países sul-americanos, constituindo-se um elo importante na excelência do relacionamento entre estes militares com as consequências positivas quando estes elos se elevam aos níveis superiores

A funda de Davi usada com a mesma maestria, hoje causará o mesmo resultado. O obsoleto é relativo ao ambiente em que se

desenrolam os acontecimentos. Assim, na guerra do Afeganistão, a US Forces Opera-tion Enduring Freedom atuou em pleno de-serto como vemos na foto. Se observarmos

as áreas do nos-so continente, poderemos ad-mitir que a rela-tividade estará sempre atenta a tornar obsoleto em uma solução para a oportu-nidade que se apresenta, para que sempre se possa ter milita-res capazes de d e s e m p e n h a r funções numa tropa hipomóvel. É mister que se tenha um cen-tro de instrução especializada e

este o nosso exército tem desde 1922. Que se perpetue enquanto for possível Escola de Equitação do Exército

Em dezembro de 1977 aceitei o convite para comandar. Amigos e conhecidos, en-quanto me cumprimentavam, lamentavam que eu seria seu último Comandante. Estava com os dias contados. Imbuído pelo mes-mo espírito de luta herdado de meus pais e reforçados pela convivência com meus su-periores hierárquicos, irmãos em armas e subordinados, consegui realizar o Campeo-nato de Hipismo do Exército que, com a pre-sença do Exmo Sr Presidente da República João Baptista de Oliveira Figueiredo (a pri-meira vez que um Presidente da República ia a Realengo após a transferência da Escola Militar para Resende) se constituiu um su-cesso, reconhecido por todos os presentes e pela multidão que superlotou as arquiban-cadas (que eram usadas no carnaval). Creio que este fato contribuiu com outros para que até os dias de hoje siga cumprindo a mar-cante missão para a qual foi criada, esta filha única da mundialmente Escola de Saumur.

“Cel Nide Geraldo do Couto Ramos Fico

41ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Militares da US Forces Operation Enduring Freedom em operação no

Afeganistão. Arquivo Cel Nide

42 O ESPORA DOURADA

Cap Armando de Moraes Âncora01 DEZ 1932 - 20 JAN 1935

Cap Oswaldo Borba25 JAN 1935 - 04 FEV 1937

Cap Manoel Garcia de Souza04 FEV 1937 - 25 MAR 1938

Maj Expedicto Mendes Correa30 JAN 1936 - 09 MAR 1950

Cel Eloy Massey Oliveira de Menezes30 MAR 1950 - 07 ABR 1961

Cel Rubem Continentino Dias Ribeiro07 ABR 1961 - 21 FEV 1964

Cel Egdard Bonnecaze Ribeiro21 FEV 1964 - 28 JUN 1967

Ten Cel Jeronymo Machado da Fonseca 28 JUN 1967 - 23 DEZ 1969

Ten Cel Paulo Maciel da Silva23 DEZ 1969 - 19 JAN 1972

43ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Cel João Severiano da F. Hermes Neto14 JAN 1972 - 19 JUL 1974

Cel João Franco Pontes Filho19 JUL 1974 - 31 JAN 1977

Cel Fernando Monzon Abril31 JAN 1977 - 14 FEV 1979

Cel Nide Geraldo do Couto Ramos Fico14 FEV 1979 - 25 FEV 1981

Ten Cel Paulo Agrações Chagas25 FEV 1981 - 25 FEV 1983

Cel Luiz Carlos Saldanha Moreira25 FEV 1983 - 30 JAN 1986

Cel José Carlos Guimarães Osório30 JAN 1986 - 03 FEV 1988

Cel Salim Nigri03 FEV 1988 - 27 JAN 1993

Cel Sergio Perdigão Bernardes27 JAN 1993 - 12 JAN 1996

44 O ESPORA DOURADA

Maj Fernando J. Sant’Ana Soares e Silva12 JAN 1996 - 23 JAN 1998

Maj Marco Antônio Fantini Silva23 JAN 1998 - 12 JAN 2001

Ten Cel Luiz Fernando Vianna Noronha12 JAN 2001 - 29 JAN 2004

Maj Ataíde Barcelos Pereira29 JAN 2004 - 26 JAN 2006

Maj Eduardo Xavier Ferreira Migon26 JAN 2006 - 22 JAN 2008

Maj Ruy Menescal Couto22 JAN 2008 - 29 JAN 2010

Maj Sérgio M. de A. Cerqueira Filho29 JAN 2010 - 05 DEZ 2011

Ten Cel Ataíde Barcelos Pereira05 DEZ 2011 - 28 NOV 2014

Ten Cel Mario Minoro Kuamoto28 NOV 2014 - 02 DEZ 2016

45ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Raf

ael S

ayão

46 O ESPORA DOURADA

Ten Cel Marques, montando Caudilho, durante torneio de polo do Regimento Andrade Neves. Arquivo/EsEqEx

47ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

48 O ESPORA DOURADA

Sd

Men

des/

EsEq

Ex

49ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Operacionalidade

O emprego da cavalaria em ope-rações de GLO se dá através da execução de patrulhamentos hipo-

móveis em terrenos urbanos e rurais e em missões de controle de distúrbios civis. O equino potencializa a ação do militar quan-do montado, tanto nas atividades de pa-trulhamento e escoltas, quanto no controle de distúrbios civis, atuando na dispersão de agressores em manifestações. O cavalo mostra-se muito eficiente, influenciando psi-cologicamente nas ações dos envolvidos, devido a imponência e estrutura física do animal, além do que, a posição mais elevada do cavaleiro montado traz uma visão privile-giada em relação ao homem a pé.

A tropa hipomóvel constitui fração ele-mentar quando da necessidade de atuação das Forças Armadas no reestabelecimento da ordem pública, harmonia pública e paz

social, quando esgotados os recursos or-dinários das forças policiais estaduais. No contexto em que o cavalo é empregado, tor-na-se muito vantajoso seu emprego pelas Forças Armadas em missões de garantia da lei e da ordem, já que a coercibilidade nos patrulhamentos e o emprego em controle de distúrbios civis auxiliam sobremaneira no cumprimento das missões constitucionais.

Dadas essas considerações e tendo em vista a importância de uma doutrina atuali-zada de treinamento e emprego das frações de cavalaria neste tipo de missão, os alunos da Escola de Equitação do Exército recebem formação para o emprego da tropa hipomó-vel em missões de garantia da lei e da ordem.

Os aspectos do emprego militar de equi-nos são estudados durante os cursos de instrutor e monitor por intermédio da realiza-ção de atividades teóricas como palestras e

49ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Instrução de emprego militar de equinos. Sd Mendes/EsEqEx

50 O ESPORA DOURADA

demonstrações sobre assuntos atinentes à tropa hipomóvel e atividades práticas como execução das formações OCD, demons-trações equestres, prática da dessensibili-zação da cavalhada e de exercícios de em-prego real com a utilização da simulação de distúrbios civis.

A EsEqEx e a segurança pública

O cavalo, inicialmente empregado como simples meio de transporte na atividade policial, foi se caracterizando, ao longo dos tempos, como um elemento de comprovada eficiência no desempenho das missões afe-

50 O ESPORA DOURADA

Sd

Men

des/

EsEq

Ex

Instrução de emprego militar de equinos. Sd Mendes/EsEqEx

51ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

tas à Segurança Pública. Não se pode igno-rar que o cavalo impõe, pela simples presen-ça, ostensividade, efeito psicológico e poder repressivo, bem como possibilita a seu ca-valeiro grande visibilidade, mobilidade e fle-xibilidade, propiciando, consequentemente, uma significativa economia de efetivo. Tais características, descritas a seguir, eviden-ciam não só a propriedade do seu emprego, mas também a diversidade das missões que cabem à tropa montada, sejam operacionais, sejam especiais e de representatividade.

O policiamento montado, ao longo do tem-po, vem se mostrando eficiente no desem-penho de suas missões, utilizando o cavalo como elemento dissuasivo, de transporte e de aproximação com as pessoas. Prova dis-to é que a tropa montada tem sido mantida e empregada nas maiores cidades de vários países do mundo, tais como nas polícias norte-americanas, na polícia francesa, po-lícia londrina, polícia montada canadense, polícias alemãs, carabineiros italianos, polí-

cia montada argentina, carabineiros chilenos e outras tantas instituições policiais nos cin-co continentes.

A prática do policiamento montado requer perícia e boa formação por parte do agente de segurança. Neste contexto, a Escola de Equitação do Exército atua na difusão da doutrina da equitação acadêmica, pois so-mente um binômio homem-cavalo, ambos bem adestrados e bem treinados, poderiam oferecer a almejada e difícil sensação de se-gurança para a população presente. Até o ano de 2018, a EsEqEx contribuiu de forma significativa para o desenvolvimento do po-liciamento montado. Foram 193 oficiais for-mados no curso de instrutor de equitação e 69 praças formados no curso de monitor de equitação. Dos 27 estados da federação, 22 já enviaram seus policiais para se forma-rem na EsEqEx. Além dos Policiais Militares já formados, a Escola tem atualmente cinco oficiais matriculados no curso de instrutor de equitação.

Raf

ael S

ayão

52 O ESPORA DOURADA

Contribuição da EsEqExpara o policiamento montado

53ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Arte

: Raf

ael S

ayão

Sd

Men

des/

EsEq

Ex

55ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Ten Cel Marques, montando Cumbia, durante campeonato do

Exército Brasileiro de 2018. Sd Abreu/EsEqEx

56 O ESPORA DOURADA

Sd

Men

des/

EsEq

Ex

57ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Veterinária

A história da veterinária no Brasil re-monta ao período regencial de D. João VI, quando o “artista veteri-

nário” João Baptista Moncouet foi nomea-do para ocupar o cargo de “alveitar”, nome que se dava ao curandeiro que cuidava das doenças dos animais ou que fazia ferradu-ras. O imperador D. Pedro II também possuía grande interesse pelo tema e, entre 1840 e 1889, visitou várias vezes a École Veterinaire D’Alfort, na França.

No Exército Brasileiro a origem da Esco-

la de Veterinária do Exército é atribuída as pesquisas realizadas por João Moniz Bar-reto de Aragão no Laboratório de Micros-copia Clínica e Bacteriologia. As pesquisas tinham como objeto estudar as doenças que acometiam os animais e eram transmitidas aos militares, reduzindo o contingente das tropas. Nesta época, na falta de uma escola veterinária, o governo brasileiro solicitou ao Instituto Pasteur, na França, sob a direção de Pierre Paul Émile Roux, a indicação de dois médicos veterinários para orientarem

57ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Sd

Abre

u/Es

EqEx

58 O ESPORA DOURADA

os estudos de instalação de um curso prático dessa ma-téria no Brasil. Foram envia-dos então os veterinários Te-nente-coronel Antoine Dupy e Capitão Paul Ferret, inte-grantes da primeira Missão Militar Francesa. No decreto nº 2.232 que regulamentava a nova organização do Servi-ço de Saúde do Exército, foi autorizada a criação de uma escola de veterinária como um de seus órgãos. O qua-dro de veterinária, que com-punha o Corpo de Saúde do Exército foi formado por dois capitães, oito primeiros-te-nentes e vinte segundos-te-nentes, além dos professo-res de farmácia e de saúde. Em 13 de março de 1975, a Escola de Aplicação do Ser-viço de Veterinária do Exérci-to foi extinta. Porém, a extin-ção da escola não significou o fim do veterinário nas filei-ras do Exército. Após quase 20 anos, a formação do ofi-cial veterinário de carreira foi reativada em 1992, na Escola de Administração do Exérci-to, hoje denominada Escola de Formação Complementar do Exército (EsFCEx), locali-zada em Salvador.

A veterinária militar evo-luiu ao longo da história dos conflitos, adaptando-se às novas características de combate. Atualmente a se-ção veterinária da Escola de Equitação do Exército pos-sui hospital veterinário com quatro baias para cavalos, farmácia, laboratório, dois consultórios veterinários, sala de derrube, ante-sala, centro cirúrgico, sala de es-terilização e embarcador de cavalos. Os médicos veteri-nários da unidade são res-ponsáveis pela proteção dos cavalos em operações milita-res, adequação dos ambien-tes, controle de zoonoses, pelo bem-estar do animal, reprodução e clínica.

58 O ESPORA DOURADA

Antigas instalações veterinárias da Escola de Equitação em Realengo.

Arquivo EsEqEx

Ten Vanessa Costa passa sonda em égua no centro veterinário da EsEqEx. Rafael Sayão

A EsEqEx possui modernas instalações veterinárias para garantir o bem-estar

e da saúde dos animais. Rafael Sayão

59ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

LADEQ

O Laboratório de Avalia-ção do Desempenho de Equinos (LADEq) da Esco-la de Equitação do Exérci-to foi inaugurado em 2011. Em uma parceria com a Universidade Federal Ru-ral do Rio de Janeiro e que busca agrupar pesquisa-dores que atuam nas áreas do melhoramento, produ-ção, medicina e sanidade equina, e do treinamento esportivo de equinos no Estado do Rio de Janeiro.

Os equinos utilizados nas Organizações Militares são produtos oriundos da Coudelaria de Rincão (RS), onde programas de me-lhoramento e reprodução animal são desenvolvidos com intuito de selecio-nar equinos com aptidões específicas para as mo-dalidades esportivas. A adoção de técnicas e o desenvolvimento de pes-quisas na avaliação des-tes animais junto ao La-boratório de Avaliação do Desempenho de Equinos visa otimizar os aspectos produtivos e esportivos destes animais consoli-dando o Exército Brasileiro como unidade produtora de equinos de alto desem-penho.

Além das suas ativida-des de iniciação científica conduzidas junto ao curso de instrutor de equitação, a EsEqEx mantém víncu-los com outras instituições de ensino superior como a UFF, UFMG e UENF atra-vés de parcerias que vi-sam desenvolver projetos que estudam soluções para problemas regionais e nacionais que envolvam a equitação e as ciências que nesta convergem.

59ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Equipe de professores e pesquisadores do LADEQ. Ladeq

Cavalo Ventania em trabalho ao passo com esteira inclinada a 13%. Ladeq

O LADEQ possui vínculos com outras instituições

de ensino superior. Ladeq

60 O ESPORA DOURADA

Sd

Men

des/

EsEq

Ex

61ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Grandes competições internacionais

Jogos Pan-Americanos Rio 2007

Os Jogos Pan-Americanos de 2007, oficial-mente denominados XV Jogos Pan-Ame-ricanos, foi um evento multiesportivo reali-zado em julho na cidade do Rio de Janeiro. Durante os dezessete dias de competições, 5633 atletas de 42 países competiram em 332 eventos de 47 modalidades. O Rio de Janeiro foi eleito sede dos Jogos em 2002, vencendo a cidade de San Antonio, nos Estados Unidos. Nos cinco anos de preparação, diversos locais de competição foram construídos ou reformados e mais de vinte mil voluntários fo-ram convocados para trabalhar no evento principal e em even-tos preparatórios.

O hipismo nos Jogos Pan- Americanos de 2007 foi realiza-do no Parque Equestre General Eloy Menezes, entre 14 e 21 de julho, com grande partici-pação da Escola de Equitação

do Exército. Foram disputadas seis provas: adestramento individual e por equipe, con-curso completo de equitação (CCE) indi-vidual e por equipe e salto individual e por equipe. Todas as provas foram abertas para homens e mulheres com os conjuntos mais

bem colocados assegurando vagas para os Jogos Olím-picos de 2008 em Pequim. Um total de 19 delegações apresentaram atletas parti-cipantes nas competições de hipismo. O Brasil ganhou medalha de ouro no salto por equipes com os cava-leiros Bernardo Alves, César Almeida, Pedro Veniss e Ro-drigo Pessoa, prata no salto individual e bronze no ades-tramento por equipes e CCE por equipes.

O Complexo Esportivo Deodoro, construído para o Pan e deixado como legado, foi o principal centro esporti-vo dos Jogos Mundiais Mili-tares de 2011.

Reu

ters

61ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

62 O ESPORA DOURADA

Jogos Mundiais Militares Rio 2011

Os Jogos Mundiais Militares de 2011, ofi-cialmente denominados V Jogos Mundiais Militares do CISM, foi um evento multiespor-tivo militar realizado entre 16 e 24 de julho, no Rio de Janeiro.

As competi-ções de hipismo nos Jogos Mun-diais Militares de 2011 foram rea-lizadas entre os dias 18 e 24 de julho no Parque Equestre Gene-ral Eloy Menezes com grande par-

ticipação da Escola de Equitação do Exér-cito. Seis provas foram realizadas durante os jogos Rio 2011: Adestramento Individual, adestramento por equipes, saltos indivi-duais, saltos por equipes, CCE individual e CCE por equipes. O Brasil ganhou medalha de ouro nas provas de adestramento indi-vidual, com a Sgt Luiza Almeida, e CCE in-dividual, com o Cel Jéferson Sgnaolim Mo-

reira, e saltos por equipes. As me-dalhas de prata ficaram por conta do adestramen-to por equipes e CCE por equi-pes. Já no salto individual o Brasil conquistou a me-dalha de bronze

CISM

62 O ESPORA DOURADA

63ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

com o Maj Claudio Goggia, da Brigada Mili-tar do Rio Grande do Sul.Jogos Olímpicos Rio 2016

Os Jogos Olímpicos de 2016 foram realiza-dos no período de 3 a 21 de agosto de 2016 e as Paraolimpíadas ocorreram entre 7 e 18 do mesmo ano.

O hipismo foi disputado nas tradicionais três mo-dalidades: Adestramen-to, concurso completo de equitação – CCE e saltos. A Escola de Equitação do Exército sediou, no Parque Equestre General Eloy Me-nezes, as provas hípicas dos Jogos Olímpicos, pas-sando por profundas modi-ficações estruturais e envol-vendo diretamente alunos, instrutores e monitores na organização das competi-ções olímpicas. De maneira geral, as funções principais atreladas à organização do

evento deram-se através de uma parceria entre militares e voluntários civis que, juntos, desenvolveram as atividades e compartilha-ram conhecimentos sobre a arte equestre. O hipismo é o único dos esportes olímpicos em que homens e mulheres competem jun-tos nas mesmas provas, disputadas indivi-dualmente e por equipes.

Legado Olímpico

Dentre os maiores “Lega-dos” dos Jogos Olímpicos Rio 2016 está a moderni-zação do Parque Equestre General Eloy Menezes, área de 1 milhão m² que abrigou as arenas de adestramento, saltos, e concurso completo de equitação. Além disso, fi-cou também como legado o conhecimento quanto à pre-paração e manutenção das instalações e montagem de grandes eventos de expres-são mundial.

Reu

ters

63ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

64 O ESPORA DOURADA

O trabalho de saltadores constitui o mais alto grau de adestramento que o cavalo pode alcançar. Apresentação de Saltadores da EsEqEx. Arquivo 2° RCG

65ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Encontro dos Esporas Douradas 2018. Ao centro, de blazer branco e gravata vermelha, Gen Ex Âncora, militar mais antigo do evento. Rafael Sayão

Gen Div Braga. Rafael Sayão

Novos Esporas Douradas 2018. Rafael Sayão

Da esquerda para direita: Gen Bda Allão, Ten Cel Marques, Gen Ex Âncora, Gen Div Braga e Gen Div Brasil. Rafael Sayão

Gen Ex Âncora entrega premiação ao Alferes Gongora. Rafael Sayão

Gen Bda Allão. Rafael Sayão

Mosáico de fotos da formatura dos alunos do curso de instrutores e monitores de equitação de 2018. Rafael Sayão

68 O ESPORA DOURADA

Raf

ael S

ayão

Arq

uivo

EsE

qEx

/ Arte

: Raf

ael S

ayão

Sd

Men

des/

EsEq

Ex

73ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO