Art 2.0 - Influência da História

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Hugo S. Pensamentos de Motivação Influência da História Treino, formação, palestras, seminários, há muito que a indústria turística procura métodos inovadores de motivação. Desde os tempos de Cesar Ritz que a hotelaria tem assistido a uma evolução constante, estilos modernos e arrojados ou contemporâneos e rurais, são inúmeros os estilos e novas infraestruturas as apostas das multinacionais mas também dos pequenos. Tudo é válido para dar resposta adequada ao cada vez mais exigente turista, e o segredo já não está só nos detalhes. A mente brilhante que criou espaços únicos, de luxo incontestável - onde para o guest a palavra “não” era completamente proibida de usar, e mesmo os pedidos mais extravagantes tinham sempre uma resposta possível - levou estes serviços aos vários pontos do globo. Os standards exigidos por Ritz são agora um vício quer para a elite da época, quer para o viajante moderno que ficou addicted aos mimos, luxúria e glamour típicos daqueles espaços. Só um staff altamente qualificado, competente e empenhado garante a resposta adequada à exigência sempre crescente. Mas, como consequência de um aumento da oferta, as instituições formativas não conseguem acompanhar o ritmo. A solução é simples, contratação mínima de pessoal qualificado numa primeira fase, em seguida, contratação básica em maior número, com rendimentos mensais adequados às especificações do cargo, pouca formação interna ou por vezes OJT (on-the-job training). E aqui impõe-se que façamos uma reflexão. OJT não significa que se vão minimizar os erros ou motivar mais. Claro que é sempre melhor do que não haver qualquer training, mas na maioria dos casos quem ensina são formadores sem bases ou pessoas que estão há muito tempo no cargo e que nunca passaram por diferentes sistemas de trabalho. A paca divulgação de SOP’s (standard operation procedures) é assim um fator marcante do panorama actual na indústria hoteleira portuguesa.

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Hugo S.

Pensamentos de Motivação

Influência da História

Treino, formação, palestras, seminários, há muito que a indústria turística procura métodos

inovadores de motivação.

Desde os tempos de Cesar Ritz que a hotelaria tem assistido a uma evolução

constante, estilos modernos e arrojados ou contemporâneos e rurais, são inúmeros os estilos e

novas infraestruturas as apostas das multinacionais mas também dos pequenos. Tudo é válido

para dar resposta adequada ao cada vez mais exigente turista, e o segredo já não está só nos

detalhes.

A mente brilhante que criou espaços únicos, de luxo incontestável - onde para o guest

a palavra “não” era completamente proibida de usar, e mesmo os pedidos mais extravagantes

tinham sempre uma resposta possível - levou estes serviços aos vários pontos do globo. Os

standards exigidos por Ritz são agora um vício quer para a elite da época, quer para o viajante

moderno que ficou addicted aos mimos, luxúria e glamour típicos daqueles espaços.

Só um staff altamente qualificado, competente e empenhado garante a resposta

adequada à exigência sempre crescente. Mas, como consequência de um aumento da oferta,

as instituições formativas não conseguem acompanhar o ritmo. A solução é simples,

contratação mínima de pessoal qualificado numa primeira fase, em seguida, contratação

básica em maior número, com rendimentos mensais adequados às especificações do cargo,

pouca formação interna ou por vezes OJT (on-the-job training). E aqui impõe-se que façamos

uma reflexão.

OJT não significa que se vão minimizar os erros ou motivar mais. Claro que é sempre melhor

do que não haver qualquer training, mas na maioria dos casos quem ensina são formadores

sem bases ou pessoas que estão há muito tempo no cargo e que nunca passaram por

diferentes sistemas de trabalho. A paca divulgação de SOP’s (standard operation procedures) é

assim um fator marcante do panorama actual na indústria hoteleira portuguesa.

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Daqui, pois, se retira a pergunta que perdura há mais de um século. Onde instituições

são criadas, cadeias hoteleiras gastam aos milhares, investigadores e curiosos debatem a nível

empresarial e educativo,

Como transportar toda a formação, proficiência, motivação, standard de profissionalismo?

As pessoas não se multiplicam, somos todos diferentes. E aqui recai uma solução

básica com um ponto de interrogação: treino simples e por vezes sem grandes custos. Mas, se

somos todos diferentes, os níveis de motivação e concentração nunca podem ser os mesmos,

apesar de se usarem os mesmos métodos, os mesmos formadores, o mesmo material.

Com o aumento da oferta - retomando a questão inicial - o chamado hoteleiro, que era

considerado um profissional, começa agora a banalizar-se, cria-se um estereotipo em que a

hotelaria é vista para muitos como um escape e fonte de grandes rendimentos, até nas

categorias mais baixas cuja demanda é pelas famigeradas tips.

O profissionalismo tem agora de ser alargado, a procura do conhecimento necessita de ser

constante, mas a motivação não pode ser nem as boas tips nem a ascensão rápida na carreira.

Assim, a procura de novos métodos e sistemas de treino já não passam apenas pela

certificação do formando no serviço operacional, mas em incutir-lhe uma motivação

profissional, dotando cada colaborador de características que o distingam no mercado de

trabalho.