Artes do Povo

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A ARTE É DE TODOS ARTES DO POVO

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Livro que apresenta uma série de propostas a serem desenvolvidas no âmbito educacional.

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A A R T E É D E T O D O S

ARTES DO

POVO

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S U M Á R I O

1CRIAÇÃO DE BONECOS, MÁSCARAS,OBJETOS, BRINQUEDOS, PINTURA,ESCULTURA, BORDADOS, RENDA...

2VIVA A CULTURA E A ARTE DO

POVO BRASILEIRO

6CONVOCANDO OS ARTISTAS/ARTESÃOS

8ORGANIZANDO UMA OFICINA COM

ARTISTAS DO POVO

10ARTESANANDO

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CRIAÇÃO DE BONECOS, MÁSCARAS,OBJETOS, BRINQUEDOS, PINTURAS,ESCULTURAS, BORDADOS, RENDAS...“Ah! Eu não tenho jeito pra isso.” – É assim que a maioriareage quando o assunto é fazer Arte. Essa fala, muitofreqüente, não revela apenas modéstia. Indica, também,a crença de que só pessoas muito especiais conseguemdemonstrar o seu lado criativo. Na verdade, todo mundo,ao expressar seu jeito de ser, sentir e pensar, está criando.É o que acontece quando bordamos um pano de prato,costuramos uma colcha de retalhos, construímos umpapagaio (ou pipa, ou raia), pintamos uma bicicleta comnossas cores e padrões preferidos, modelamos um pote...Coisas tão cotidianas que acabamos nem percebendo quetambém são arte.

Este caderno trata das artes que todo mundo faz. Dáexemplos do quanto é maravilhosa e diversa a culturapopular brasileira e aponta caminhos para que você,Amigo(a) da Escola, torne mais forte a presença deartistas/artesãos na escola e na comunidade.

Abaixo, os assuntos que serão tratados nas páginasseguintes. Veja quais capítulos mais o(a) interessam ecomece por eles a sua leitura!

Capítulo 1: Viva a Cultura ea Arte do Povo Brasileiro! –Saiba por que a culturapopular, que brota em toda aparte, é tão importantequanto a cultura erudita,ligada à escola, àuniversidade, aos livros...Confira alguns exemplos demanifestações da criatividadepopular em nosso país.

Capítulo 2: Convocando osArtistas/Artesãos –Sugestões de como identificaras pessoas que fazem arte/artesanato popular na escola ena comunidade e convidá-las amostrar/ensinar o que fazem.

Capítulo 3 : Organizando umaOficina com Artistas do Povo– Algumas orientações bempráticas para fazer dasoficinas de arte/artesanatomomentos de grandeaprendizagem, onde aspessoas, experimentando asmais variadas linguagensartísticas, possam criar,deixar fluir a fantasia, aguçaros sentidos, emocionar-se econstruir novos significados,chegando sempre a produtosconcretos.

Capítulo 4: Artesanando –Aprenda a fazer e a ensinar opasso-a-passo da construçãode máscaras, bonecos depano, colchas de retalho,fantoches e muito mais.

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E lembre-se:Quando lhe faltarem aspalavras, fale por meio

da arte! Como explica opoeta mato-grossense

Manoel de Barros,onde a ciência falha,

a Arte salva:

“A ciência pode

classificar e nomear os

órgãos de um sabiá,

mas não pode medir

seus encantos...”

VIVA A CULTURA E A ARTE DO

POVO BRASILEIRO!A cultura brasileira é formada por muitas culturas. Não éúnica e sim diversa. Não é singular e sim plural. AlfredoBosi, professor de Literatura da Universidade de SãoPaulo, explica essa questão, argumentando que, se culturaé o conjunto de modos de ser, pensar, falar e fazer(inclusive arte) de um determinado segmento social – eexistem diferentes segmentos sociais no País –, cada umdeles terá a sua cultura. Há culturas indígenas, africanas,asiáticas e européias convivendo no Brasil. Há uma culturaerudita ou universitária, centralizada no sistemaeducacional e principalmente nas universidades, e umacultura popular, correspondendo aos costumes e formas deexpressão das pessoas simples, com pouca escolaridade epouco acesso aos livros (Dialética da Colonização, SãoPaulo, Companhia das Letras, 1999).

Exemplos de manifestaçõesda cultura erudita em nossopaís são obras literárias deescritores como José deAlencar, Machado de Assis eGuimarães Rosa; pinturas eesculturas como as de VictorMeirelles, Portinari, Tarsilado Amaral, Aleijadinho, VictorBrecheret; músicas como asde Carlos Gomes e Villa-Lobos; obras de arquiteturacomo as de Oscar Niemeyer;realizações em diversosdomínios científicos. Mas acultura brasileira vai além eadquire milhares de outrasformas. Carros alegóricos doCarnaval carioca, roupas dospalhaços de circo, bonecos doCarnaval de Olinda, cestos deburiti, toalhas de renda debilro, bonecas de pano,miniaturas de ônibus feitas de

metal, bandeiras do Divino,moringas esculpidas, floresde papel, procissões, pastoris,congadas, cavalhadas ebumbas-meu-boi, folhetos decordel – tudo isso e muitomais são exemplos das artesque o povo faz, expressandoo seu jeito de ser, pensar,fazer e sentir, ou seja, a suacultura.

Bosi explica que existe umintenso diálogo entre acultura erudita e a culturapopular. Os criadores eruditosse inspiram na cultura e naarte do povo. GuimarãesRosa, por exemplo, só pôdeescrever Grandes Sertões:Veredas por estar em contatodireto com a criatividade doshomens e mulheres dointerior de Minas. E o povo,por sua vez, se apropria das

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manifestações da culturaerudita e as “traduz” em sualinguagem – umacontecimento da área daciência e tecnologia, como achegada do homem à Lua,pode ser transformado emenredo de escola de samba.

O conjunto de manifestaçõesda cultura popular tradicionalde um país é chamado defolclore. Folklore é umvocábulo anglo-saxão em quefolk significa povo e lore,conhecimento tradicional. NoBrasil, o campo do folcloreinclui: literatura oral (contos,mitos e lendas que vãopassando de pai para filho,enigmas, adivinhas, trava-línguas, cordel...);brincadeiras infantis (rondas,como a Ciranda, cirandinha;jogos como passa-anel, pula-carniça, amarelinha, gude...);

festejos e diversões (jogos decapoeira e maculelê, pastoril,folias de Reis e do Divino,reisados, cheganças,cavalhadas, congadas, bumba-meu-boi, teatro demamulengo, festastradicionais como São João,Carnaval, Círio de Nazaré...);crendices e superstições(lobisomem, mula-sem-cabeça...); música vocal einstrumental (cominstrumentos típicos comopífano, rabeca, viola de cocho;cantos de trabalho...); usos ecostumes (modos de fazerdoces, aguardentes e pratostradicionais; rezas ebenzimentos; rituais por

ocasião de colheita,nascimento, casamento oumorte; romarias, promessas,procissões para pedir chuva;rinhas de galo...); linguagem(apelidos, gírias, frases feitascomo “comer o pão que odiabo amassou” ou “tirar ocavalo da chuva”); artes etécnicas (pintura, escultura,confecção de objetosutilitários e brinquedos,rendas e bordados; decoraçãodoméstica; adornos pessoais;vestimentas típicas – comobaiana, vaqueiro, gaúcho... –,técnicas de construção).Vamos agora conhecer maisde perto esse vasto universodas artes do povo.

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FALANDO

SOBRE ARTES

E TÉCNICAS

POPULARES

Objetos utilitáriosou artísticos?Madeira, pedra, argila, papel,papelão, plástico, pano, vime,bambu, palha, arame sãomateriais com os quais épossível construir “coisas”novas, criar. Reciclarmateriais e utilizar osrecursos da região podem sermotivos para mobilizar acomunidade, integrá-la àescola, como também parapossibilitar às crianças ejovens uma aprendizagemsaudável e crítica em relaçãoao meio ambiente. Osprodutos podem serbrinquedos, objetosutilitários, ornamentos etc.É possível que surja a dúvida:

Arte realista e artereligiosaPodemos classificar em doisgrupos temáticos asrealizações dos pintores eescultores populares. A arterealista ou figurativa retratacenas presenciadas no dia-a-dia – uma família jantando,um médico consultando,cenas clássicas como a dosretirantes fugindo da seca,figurações de festejos. Naescultura com argila, MestresVitalino, Adalton e Antonio deOliveira apresentam grandeprodução desse cotidianosocial. Passeando pela feirade Caruaru, já podemos ver,modelados nas cerâmicas, atéprofissionais digitando emcomputadores.

um objeto utilitário é tambémum objeto artístico?

Talvez não precisemos sertão rigorosos com essasdemarcações. Transformarmateriais usando as mãos, acabeça e o coração é o quedetermina a qualidade daexperiência. Os antigosgregos faziam vasos de argilapara guardar água, vinho, óleoe grãos e ornamentavam osobjetos, pintando-os comanimais, cenas familiares oulendárias. Pablo Picasso, oespanhol que revolucionou aforma de fazer arte no séculoXX, inspirando-se no povogrego, fez um prato de argilae pintou-o. Arte ouartesanato?

Esse exemplo indica que nãoé tão simples classificar umobjeto só como objeto de arteou só como objeto utilitário.Artesanato, arte popular,qualquer que seja o nomedado, essas qualificações,necessariamente, nãodiminuem a importância deproduções por meio das quaisas pessoas dizem o que queremdizer, vivem os seus sonhos.

Nas representações plásticasbrasileiras está configurada arealidade vivida pelo povo.Tais representações sãomuito diversificadas em seusaspectos culturais eregionais. Os recursosnaturais, materiais, asinfluências de povos que aliviveram ou vivem, ossímbolos ancestraisdeterminam a variedade ea riqueza de todas essasmanifestações.

A religião é outro temabastante presente na produçãobrasileira: imagens de santosem barro ou madeira, a artehumilde dos cemitérios,presépios, os objetos usadosnas procissões, ex-votos,passagens bíblicas, religiõesafricanas e seu sincretismocom a tradição católica emuito mais.

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Arte imagináriaou incomumO outro grupo temático é aarte imaginária ou incomum.O artista que se dedica a essetipo de produção cria seuuniverso singular, centrando-se em uma temática subjetivaou irreal, de forteexpressividade.

As carrancas dos barcos dorio São Francisco são umexemplo disso. Dentre asobras-primas desse gênero,destacam-se as do MestreBiquiba Guarany. Deixouensinamentos a seu discípuloAgnaldo Manoel dos Santos:

“Na figura, tudo que está deum lado deve estar do outro, etudo o que está por cima deveser diferente do que fica porbaixo. A figura deve ter umolhar para um ponto queninguém sabe o que é, nemonde está. A boca deve olharpara quem aprecia... Acarranca bem feita é aquelaque, quando é vista no espelhodas águas, se mexe como coisaviva.”

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CONVOCANDO OS ARTISTAS/ARTESÃOSSe você quiser conquistar outras pessoas da escola e da comunidade para atuar como“Amigos da Escola”, difundindo a nossa cultura popular, aqui está uma estratégia em trêsmovimentos : “aquecimento”, pesquisa de campo e convite. Confira!

“Aquecimento”Forme um pequeno grupocom crianças e jovensinteressados e converse comeles sobre as diferentesexpressões da cultura e daarte populares. Se possível,promova uma sessão de vídeocom o filme Central do Brasil,mostrando festejos ecostumes do interior donosso país.

Você e esse grupo inicialpodem procurar, na biblioteca,jornais antigos, almanaques,publicações, documentos,com informações sobre asmanifestações locais de arte efolclore. Uma entrevista como Secretário da Cultura doMunicípio ou com alguém desua equipe poderá ajudar.

Se em sua cidade houverfaculdade de História,Sociologia, Antropologia,convide professores ouestudantes das áreas paraconversar com o grupo sobrecultura popular brasileira.Solicite materiaisemprestados, tais comofilmes, livros...

Pesquisa de campoe registro dasobservaçõesDepois dessa sensibilização,convide os membros do grupoa pesquisar em diferenteslocais, para identificar quaissão as manifestaçõesartísticas presentes nacomunidade e quem são aspessoas que as produzem.O roteiro abaixo pode ajudar:

• Escola e residência –Nesses dois locais, épreciso observar: Quaissão os objetos artesanais?Como foram obtidos?Alguém da escola ou dafamília os produziu? Deque material são feitos?Há quem saiba fazer umprato, doce ou bebidatípicos da região? Há quemconheça ervas, rezas esaiba “benzer”?

• Feira ou mercado – Qual éo artesanato característicoda região? Quem faz esseartesanato? Quais fatoreslocais ou regionaisdeterminam os recursosmateriais e a temática doartista? Quais asferramentas de trabalho?

• Casas comerciais – Háparedes pintadas porpintores da cidade, embares e padarias? (Emgeral, são pinturas decores fortes, com motivosflorais, religiosos ououtros.) Há ditos popularesou recados irônicos sobrecomprar fiado?

• Festejos e celebrações –Quais são as festasrealizadas na comunidade?São religiosas ou profanas?Quem são as bordadeiras ecostureiras que fazem oufaziam as roupas,estandartes, máscaras paraas festas da comunidade,os músicos e fazedores deinstrumentos, os artistasanônimos que participamdos eventos, mas que nãofazem de seu ofícioprofissão?

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• Jogos, brincadeiras,superstições – Há pessoasidosas (ou nem tanto), quesaibam contar sobrefolguedos e brinquedos dainfância, as histórias quegostavam de ouvir, asfestas de rua, as coisasproibidas, as coleções quefaziam, as crenças, aspromessas, asassombrações temidas...?

Oriente os participantes aregistrar suas observaçõespor meio de anotações,desenhos, fotos,gravações, filmes (a formade registro depende dosrecursos disponíveis).É muito importante que,ao final, você tenha umalista com os nomes eendereços das pessoas quevão ser convidadas a setornar Amigas da Escola,ensinando o que sabem efazem às crianças e jovensda escola e da comunidade.

Convite eplanejamentoDe posse dessa lista, convidetodos para uma reunião, ondevocê irá explicar por que éum(a) Amigo(a) da Escola e“seduzi-los” a juntar-se avocê. A próxima etapa seráplanejar as oficinas e cursosque cada um poderá dar naescola.

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ORGANIZANDO UMA OFICINA

COM ARTISTAS DO POVO

• Combine regras para autilização do espaço e domaterial junto com ascrianças e jovens; elejaresponsáveis para tarefas,a fim de que todos tenhamseus direitos garantidos esaibam com clareza quaissão os seus deveres. Essaatitude favorece aaprendizagem de valores,como responsabilidade erespeito mútuo, e tambémajuda a preservar o espaçoe os materiais. (Se quiseraprofundar esse tema, leiao volume 8 dos ParâmetrosCurriculares Nacionais:Apresentação dos TemasTransversais e Ética).

Depois de localizados e convidados os artistas/artesãos dacomunidade, muitas coisas podem acontecer. Pode ser que,logo ao primeiro chamado, vários atendam: uma senhora queborda panos de prato, outra que sabe fazer doces e licorestípicos, um moço que sabe construir caminhõezinhos demadeira, um outro que modela potes de barro, um professorda escola que constrói pipas (ou papagaios de papel) comoninguém, uma mãe de aluno que faz bonecas de pano, umapessoa da equipe operacional que conhece montes de cantigasde roda e brincadeiras tradicionais. Mas pode ser quecompareçam apenas uma ou duas pessoas... De qualquer forma,quem aceitar o desafio de ser um(a) Amigo(a) da Escola vai terde pensar num jeito eficaz de compartilhar o seu saber com ascrianças e jovens. Organizar oficinas pode ser uma ótimaoportunidade de transformar os encontros entre artista/artesãoe o grupo de interessados em experiências vivas de criação. Asorientações abaixo podem ajudar o coordenador de cada oficina:

• Verifique comantecedência com adireção da escola o localonde será realizada aoficina e o número decrianças, jovens e adultosinscritos. Planeje autilização do espaço deacordo com as atividadesque serão desenvolvidas.A movimentaçãoespontânea dosparticipantes podecontribuir para um climaagradável de trabalho.

• Providencie os materiaisnecessários para arealização da oficina, ouinforme as pessoas que seinscreveram, por meio de

cartazes e avisosdistribuídos comantecedência, sobre o tipoe quantidade de materiaisque devem trazer para aprimeira oficina.

• Organize os materiais,separe-os de acordo comcritérios que considerarmelhor para cada atividade– por forma, cor, tamanho –,de tal maneira que setornem facilmenteacessíveis aosparticipantes. Aorganização pode facilitar apesquisa e a escolha dosmateriais. Essa atitudeajuda o aprendiz aperceber a importância daatividade organizada.

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• Sempre que começar aoficina, faça uma roda deconversa e/ou jogo com oobjetivo de promoversituações favoráveis àcomunicação, à criação e àsocialização. Contar casos,histórias reais ou fictícias,cantar, brincar, resolverproblemas do cotidiano...são experiênciasenriquecedoras. Ao final,repita a roda para avaliarcom o grupo o que deucerto, o que não funcionoue deve ser mudado e o quenunca mais deve serrepetido.

• Tire fotografias dostrabalhos que resultaremdas oficinas e váorganizando um álbumpara que fiquemregistrados. Será o acervode memórias do grupo.

• Faça exposiçõestemporárias com ostrabalhos produzidos nasoficinas. Ajude-os a criaros convites e organizar adivulgação.

Mãos à obra! Como já dizia opoeta, “Quem sabe faz a horanão espera acontecer”. Ou,como diz o provérbio popular,“Quem não arrisca nãopetisca”.

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ARTESANANDOCada artista/artesão que se dispuser a trabalhar com ascrianças, jovens e adultos da escola já vai chegar trazendona mochila os seus saberes e seu jeito muito próprio defazer as coisas. É esse repertório que irá compartilhardurante as oficinas. As atividades que sugerimos abaixo sãoapenas algumas dentre milhares de possibilidades. Atécnica – o passo-a-passo – de cada uma delas tambémpode ser diferente, de acordo com o estilo de cada artista/artesão.

MÁSCARASObjetivo: Com sacosde papel, criar máscarasrepresentando váriospersonagens, conhecendoassim as expressões faciaisque representam diferentesemoções (alegria, tristeza,rancor).

Material: Folhas grandes depapel branco ou pardo, giz decera, sacos de papel quecaibam na cabeça, retalhos depapel, retalhos de pano, aparasde madeira, fios, linhas, palha,cola, tesoura, tintas coloridas(guache) e pincéis. Sepossível, providencie umespelho grande.

Preparação:

Lembre aos participantes queas máscaras surgiram emantigas civilizações e erampeças fundamentais paracelebrações e rituais mágicose religiosos. Gregos, romanose povos orientais usavam-nasno teatro. No Brasil, tanto osíndios quanto os negros quevieram da África também asutilizavam em seus rituais.

Ao vestirmos uma máscara –como acontece tantas vezesno Carnaval –, transformamo-nos em outro personagem.Isso nos autoriza a viveroutras histórias. Escondidosnas máscaras, estamosmais libertos para viveramplamente o que somosde verdade.

Execução:

Primeira Parte

• Os participantes devemestar sentados, em roda.

• Coloque no meio da rodauma folha de papel grande,pincéis, potes de tintaguache, cola e retalhos.

• Desenhe nesse papel umalinha dando forma a umcontorno de rosto bemgrande.

• Chame os participantes,um de cada vez, para quecontinuem o trabalho,dando sua contribuiçãopara criar a “cara” dopersonagem.

• Cada pessoa iráacrescentar elementos aorosto, usando desenho,pintura ou colagem.

• Quando o personagem foraparecendo, vale tudo: éhora de inventar, deobservar, sorrir, rir ougargalhar. O resultadopode ser uma figuraengraçada, monstruosa...ou nada disso.

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Segunda Parte

• Dê a cada participante umsaco de papel para fazer asua máscara.

• Peça que vistam o saco nacabeça, marquem o lugardos olhos e o retirem dacabeça.

• Os participantes irãorecortar o local dos olhos.

• Pintando com giz de cera eguache, colando retalhosde papel, de pano, aparasde madeira, fios, linhas epalha, cada um irá delimitarolhos, nariz, boca, orelhas ecabelo do personagem ecriar a sua máscara de sacode papel. É hora de olhar,mexer, sentir, experimentaros materiais.

• Avise para que nãocoloquem materiais quepesem demais. Auxilie nosacabamentos.

personagens. Desafie asduplas a, em cincominutos, desenvolver umepisódio com começo,meio e fim.

• Cada dupla irá encenar oseu episódio para osdemais. As históriaspodem ser registradas,gravadas em fita cassete.É uma boa oportunidadede se exercitar paracomeçar a escrever peçasteatrais.

Atenção!Essas máscaras

também podem serfeitas com pratos depapelão, caixas desapato, cartolinas,

papel cartão recortadose outros tantos

materiais e técnicas.

Terceira Parte

• Proponha aos participantesque vistam as máscaras. Éum momento interessantepara que se olhem noespelho. Como se sentemusando essa máscara?Como percebem osoutros?

• Peça que cada um falesobre o personagem querepresentou em suamáscara. Estimule aimaginação perguntando,por exemplo: Quem é o seupersonagem? Quais são seuspoderes? Interferem nocotidiano das pessoas?Fazem milagres?Transformam a natureza?Os homens? Descreva umepisódio enfrentado por ele.

• Sugira ao grupo que sedivida em duplas usandoas máscaras para criarum diálogo entre os dois

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BONECOS DE

PANOObjetivos: Construir bonecosde pano com temáticasurrealista; conhecer aslendas e mitos de nossofolclore; expressar desejos etemores, criando as própriaslendas e mitos.

Material: Folhas de papel domesmo tamanho de pedaçosde pano de cor lisa, medindoem torno de 30 cm x 40 cm –sacos de farinha são ótimos.Lápis grafite, lápis de cor,cordas, barbante, sisal,pedaços de linhas coloridas,lantejoulas, botões, peças derelógio em desuso, agulhaspara costurar, varas de bambuou madeira para segurar osbonecos, material deenchimento (meias velhas,espuma, paina, papel picadoetc.).

Preparação:

Comente com o grupo que aslendas e mitos fazem parte doimaginário dos povos. É umaforma poética de explicarcertos fenômenos. Pergunteaos participantes quemconhece e pode contar lendasdo folclore brasileiro, como ado Boitatá, cobra de fogoprotetora da natureza, quemata aqueles que queimam oscampos sem necessidade; ado Curupira, anão cabeludo ede pés virados para trás,protetor das matas; a doLobisomem, mito universalque é um homem que setransforma em lobo nasnoites de lua cheia e ataca

aqueles que cruzam o seucaminho; a da Mãe-d’Água,metade mulher, metadepeixe, que costuma atrairhomens com seu canto epuxá-los para o fundo daságuas, onde habita. (Previna-se com livros que contenhamessas lendas, de preferênciailustrados, da biblioteca daescola ou da cidade. Seninguém tiver “causos” paracontar, você poderá fazê-lo.)

Execução:

Primeira Parte

• Depois da sessão dehistórias, distribua umpedaço de papel grandepara cada participante.

Segunda Parte

• Ofereça a cada participantedois pedaços de panograndes, do mesmotamanho, de cor lisa.

• Peça que preencham ointerior do contorno comdesenhos e cores.

• Cada um inventa um nomepara o seu bicho eapresenta para os colegas.“— Esse é o Broncolipo.A função dele é...”

• Oriente para quedesenhem – a lápis eutilizando apenas umalinha no papel – o contornode um bicho fantástico.

SurrealismoÉ um dos movimentos artísticos do começo do séculoXX que elege o sonho como matriz de toda a criação efaz da desfiguração das formas e da expressão o seu

modo de subverter a racionalidade do mundo real.

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Enquanto osparticipantes costuram,

converse sobre adivisão das atividades

consideradas femininase masculinas pelogrupo social. Por

exemplo, em algunsgrupos, “cozinhar ecosturar cabem àmulher”. Será queainda existe esse

preconceito em sualocalidade? Crenças e

costumes variamconforme a época e

os lugares.

• Os participantes irãoreproduzir o contorno queestá no papel em um dospanos.

• Deverão colocar o pedaçode pano com o contornosobre o outro pano,seguindo o contorno edeixando uma aberturapara introduzir o materialde enchimento.

• Peça que recheiem oboneco com meias velhas,espuma, papel picado ououtros materiaisdisponíveis e bons paraessa finalidade.

• O próximo passo éintroduzir o bastão debambu ou madeira naabertura por onde se fez oenchimento deixando umaparte para fora. É precisocosturar em volta, deforma que fique bem firme.Ensine como costurar earrematar, peça para osque sabem ajudarem osque ainda não sabem.

• Depois que o corpo dobicho estiver montado,incentive a ornamentação.Para fazer olhos, focinho,escamas, asas, patas,garras ou tromba do bicho,podem ser costurados oucolados cordas, barbante,sisal, pedaços de linhascoloridas, lantejoulas,botões, peças de relógioquebrado, pequenosobjetos de metal, clipes,espiral de cadernos, tocosde lápis, pedrinhas,retalhos... tudo vale.

Terceira Parte

• Depois de confeccionadosos bichos fantásticos, cadaum irá inventar uma lendasobre ele: Quando é queaparece? É protetor?Anuncia acontecimentos?Como se diverte? O queadora comer? Interfere nossonhos das pessoas? Como éo seu nome? Onde vive?Como nasceu?...

• Fotografe todos ostrabalhos.

• Peça que cada um escrevaa lenda do seu bicho. Juntetodas as histórias e vocêterá um livro: “Biografiados bichos sobrenaturais”.As fotos de cada bicho vãoservir de ilustração.

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• Alerte os grupos paraaproveitarem aoportunidade eexercitarem aaprendizagem do conviver,trocando idéias,concedendo, negociandointeresses, sem tentarsubmeter ou humilhar ooutro. A opinião de todosdeve ser ouvida e serápreciso negociar parachegar a decisões como:Que tipo de pano usaraqui? Que cor combinamelhor com essa? Comocortar? Como costurar?O que acrescentar? O quemodificar?

• Exponha o produto final daatividade: panos grandes,ornamentados, queservem para enfeitar aparede e também podemser usados como mantaspara cobrir sofás ou mesas,cortinas para separar osbastidores do palco ouornamentos pararepresentações.

Atenção!

Procure conhecer ascostureiras do local econvide-as para que

participem da atividade.Solicite que façam um

acabamento nas bordasdos panos e que ospreparem para que

possam ser penduradoscomo cortinas.

MOSAICO DE PANOS OU PAINEL COM APLICAÇÃOJá o painel de aplicação podeser geométrico ou figurativo.Os retalhos são aplicados oucosturados sobre um pano defundo, formando figurasabstratas ou representandoseres da natureza. Fazer umpainel abordando umatemática é muitointeressante.

Execução:

• Organize grupos de quatropessoas. É um número quepropicia a participação detodos. Cada grupo discutee escolhe entre fazer omosaico de panos ou opainel de aplicação. Emseguida, juntos, escolhemos materiais.

• Chame a atenção para asqualidades dos tecidos,valorizando suascaracterísticas. Porexemplo, panos finos emoles podem seramontoados. Mostre queoutros materiais podemser acrescentados oupendurados: raízes, floressecas etc.

Objetivos: A partir deretalhos coloridos, criar ummosaico de panos ou painelcom aplicações; exercitar ashabilidades de dialogar, ouvire respeitar a opinião alheia etomar decisões em conjunto.

Material: Pedaços de panograndes de cor lisa para servirde fundo; retalhos de coreslisas, estampados, rendados,de tamanhos e texturasvariados, brilhantes e opacos,finos e grossos; agulhas, fios,lãs, cordas, sisal, barbante,linhas, tesoura.

Preparação:

Converse com o grupodestacando que panosornamentados fazem partedas vestimentas usadas nasdanças, nas festas religiosas,no Carnaval, no circo, nastoalhas de mesa das casas...Se possível, mostre fotos eilustrações ou mesmotrabalhos já prontos quesejam bons exemplos dessaforma de arte.

Explique que o mosaico depanos é uma combinação deretalhos, cortados emtamanhos aproximadamenteiguais, costurados um ao ladodo outro, sem espaços vaziosentre eles. Serve para os quequerem explorar mais asformas.

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Objetivo: Construir fantoche(marionete) com papelmachê.

Material: Jornal, fita crepe,cola branca diluída em água,lixa fina, tinta branca, tintapreta, tintas coloridas,pincéis, uma vareta com cercade 40 cm de comprimento,barbante fino, cola forte,verniz transparente, restosde tecido cortados em tiras,linhas, agulhas.

Preparação:

Conte aos participantes umahistória popular de que vocêgoste, cheia de personagensinteressantes e aventuras*.Pode ser uma história decordel, um mito de algumanação indígena, uma lenda ouum conto de fadas. Depoisconvide cada participante aescolher o personagem quemais o(a) fascinou. Desafie ogrupo a representar essespersonagens construindofantoches ou marionetes,também chamados debonecos-vara.

* Dica: O livro Contos

Tradicionais do Brasil (Ed.Global, 2001), de Luís da

Câmara Cascudo, o maiorespecialista brasileiro emcultura popular e folclore, trazhistórias que refletem asinfluências européias,indígenas e africanas, e,segundo o crítico Leo GilsonRibeiro, mostram “a graça dainventividade brasileira, denorte a sul”.

cruz de varetinhas serácolada no lado de dentrodesse pescoço).

FANTOCHE OU MARIONETE DE PAPEL MACHÊ

• Rasgue tiras de jornais e,uma a uma, ensope-as nacola branca diluída. Cubra acabeça da marionete comquatro camadas de tirasmolhadas. Cuide para quenão fiquem pontasdescoladas.

• Faça as formas do rosto(olhos, nariz, boca,orelhas) espremendotirinhas de jornalensopadas de cola atévirarem bolinhas ecolando-as no lugar.

Execução:

Ofereça com calma asinstruções aos participantes,dando tempo para queexecutem cada passo, antesde dar a orientação seguinte.

Primeira Parte

• Verifique se todo omaterial necessário nessaetapa está a seu alcance:várias páginas duplas dejornal, fita crepe, umatigela ou lata com colabranca diluída em água.

• Para fazer a cabeça damarionete, amasse umapágina dupla de jornal,fazendo uma bola. Depoiscubra a bola com fitacrepe, esculpindo-a naforma desejada. Não seesqueça de dar umpescoço ao boneco (uma

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• Passe duas camadas detiras curtas de jornal sobreolhos, nariz e boca damarionete.

• Deixe a cabeça secar poraproximadamente um dia.

Segunda Parte

• Confira se os materiais dosquais vai precisar agoraestão disponíveis: lixa fina,tinta branca, tinta preta,tintas coloridas, pincéis,uma vareta com cerca de40 cm de comprimento,barbante fino, cola forte,verniz transparente, restosde tecido cortados emtiras, linhas, agulhas.

• Pegue a cabeça dofantoche e alise-a de levecom uma lixa fina.

• Pinte a cabeça com duasdemãos de tinta branca.

• Quando a tinta estiverseca, desenhe as formasdo rosto da marionete eenfeite a cabeça com tintascoloridas. É possívelacrescentar detalhes com atinta preta ou usá-la paradar contorno com umpincel bem fino.

• Novamente deixe secar.Recubra-a com duasdemãos de verniztransparente para darbrilho.

• Pegue a vareta de 40 cm equebre-a em dois pedaços:um com 10 cm e outro com

30 cm de comprimento.Coloque a varetinha menorsobre a maior formandouma cruz e amarre.

• Faça um orifício nopescoço da marionete ecole a vareta.

• Se quiser, envolva emtecido o pescoço damarionete, para esconderos pontos em que ele sejunta à vareta. As tiras depano podem serestampadas ou de coreslisas, para seremornamentadas.

Terceira Parte

• Divida os participantes emgrupos de dois ou três epeça que, usando osfantoches, criem históriaspara serem encenadas.

• Promova apresentações demarionetes para criançasda comunidade, para ospais... Vai ser preciso umpalco. Vocês podemconstruí-lo usando umavelha caixa de geladeira(veja como, na atividadeseguinte).• Corte tiras de tecido com

cerca de 3 cm de largura,compridas o suficientepara esconderem asvaretinhas.

• Amarre as tiras ao longoda varetinha transversalpara formar os braços doboneco.

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PALCO-BIOMBO

• Converse com osparticipantes para queplanejem a ornamentaçãodo palco-biombo. Deixesurgirem as idéias e depoiscoordene as escolhas e adistribuição dos desenhos,pinturas, colagens... Hámil possibilidades.Lembre-os de que aornamentação não deveser excessiva, a ponto de”poluir” o visual dosbonecos. Esses precisamficar ressaltados.

Execução:

• Serrando a caixa, ajude osparticipantes a deixá-lacom apenas três faces.Isso se consegueeliminando as facessuperior, inferior e umadas faces maiores; obtém-se assim um retânguloem forma de U.

• Na face central, marque otamanho e o local dajanela, para que sejacortada. Verifique a alturaideal de acordo com otamanho médio da turma.

Objetivo: Transformaruma caixa de papelãoem um palco-biombopara teatro de bonecos.

Material: Caixa depapelão (a de geladeiraé ótima), serra demadeira, tintas,pincéis, cola,papéis coloridos.

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CENA DO COTIDIANO EM ARGILA

fotografem cenas queacharem interessantes –crianças, jovens, velhos.

Depois disso, poderãoescolher uma das cenas queregistraram, para esculpir naargila.

Execução:

Primeira Parte

• Distribua um bloco deargila para cadaparticipante.

• Convide-os a explorar omaterial e, ao mesmotempo, preparar a argilapara ser usada,amassando-a bem até quefique macia. A argila deveestar suficientementeúmida – assim é possívelamassar, esticar,comprimir, sentindo edando forma ao material.

• Com o desenho ou afotografia da cena que sevai representar do lado,cada participante irá tentarmodelar no barro ospersonagens que acompõem.

Objetivos: Estimular aobservação crítica darealidade local; modelar comargila uma cena do cotidiano.

Material: Argila, facas,palitos, tinta branca, tintascoloridas, pincéis.

Preparação:

Se possível, mostre emlivros, vídeos e museus obrasque retratam cenas docotidiano.

Puxe conversa com osparticipantes, fazendoperguntas sobre o seu

cotidiano: seus hábitos, o quegostam de fazer, como é seudescanso em casa, comocomem... Motive-os aobservar as cenas do dia-a-dia, pensando em representá-las usando bonecos de argila.

Para melhor inspirar a turma,passeie com eles pelas ruas,lojas, praças, bares, para queobservem, desenhem ou

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• Para fazer os bonequinhosde argila, oriente osparticipantes a, partindode um bloco de argila, iracrescentando mais barroou esvaziando (tirandobarro do interior de umbloco) com o auxílio defacas ou palitos (existeminstrumentos especiaispara trabalhar com argila –uns pauzinhos com aramesde diferentes formatos notopo, chamados estecas).

• Outra alternativa é comporcada peça juntandopedaços em forma deplacas ou rolos.

• Outra possibilidade aindaé fazer placas de argila,sobre as quais é possíveldesenhar, esculpir ouacrescentar elementos.

• Acompanhe a execuçãodas cenas em argila,orientando osparticipantes, sugerindo,incentivando.

Segunda Parte

• Depois de prontos, ostrabalhos devem ficarsecando por dois dias.(A argila que restou daatividade precisa serenvolvida em plásticomuito bem fechado, semnenhum furinho, para serguardada e não secar.)

• Estando secos, ostrabalhos poderão serlevados a fornos especiaisde temperatura muitoelevada, para a argila setransformar em cerâmica.

Terceira Parte

• Prontas e secas e/ouqueimadas, as peçaspodem ser pintadas comtintas brancas e coloridas.

• Deixe secar de novo eorganize uma exposiçãodos trabalhos e um debatea respeito deles. Quecenas foramrepresentadas? Expressamações/valores positivos ounegativos? Por quê?

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EXPRESSÕES DA CULTURA

POPULAR REGIONAL

Objetivo: Conhecer asprincipais manifestações dacultura das diferentes regiõesdo País.

Material: Mapa do Brasililustrado (anexo a esteconjunto de publicações), comsuas regiões demarcadas,contendo informações eilustrações das principaisdanças e folguedos da nossacultura popular.

Preparação:

Comentar com osparticipantes que asmanifestações estãoclassificadas por regiõesgeográficas apenas por umaquestão didática, para facilitara sua apreensão evisualização no territóriobrasileiro. Na realidade, ascoisas não são nem um poucorígidas. Não se pode dizer(conforme normalmente seafirma) que o Bumba-meu-Boi seja um folguedo “típico”das regiões Norte e Nordeste,pois manifestações queapresentam a figura do boisão realizadas empraticamente todo o territóriobrasileiro, com nomes eestruturas diferentes, emépocas também distintas.

E não existem regiões “maisricas” ou “mais pobres defolclore”. O que há sãoregiões onde o folclore é maisconhecido e divulgado.

Execução:

Primeira Parte

• Convide os participantes aobservar o mapa e aidentificar as váriasregiões do Brasil.Pergunte quais estadoseles já conhecem e, sepossível, organize gruposque já moraram ouvisitaram os mesmoslugares.

• Peça para quem já viveuem determinada regiãoque observe o desenho damanifestação popularselecionada para ilustrar omapa. Por exemplo, oPastoril, no Nordeste.

• Pergunte a esse grupinhose teve oportunidade departicipar dessabrincadeira.

• Pergunte a pessoas deoutras regiões se jáouviram falar ouparticiparam do Pastoril.

Segunda Parte

• Divida os participantes emcinco grupos e cada um iráescolher uma região sobrea qual gostaria depesquisar.

• Organize com osgrupinhos um roteiro quepossibilite conhecermúsicas, danças, artesvisuais, artesanato,comidas, tradições.

• Dê um tempo (cinco a dezdias) para que cada equipecolete materiais, tais comogravações das músicasfolclóricas, receitasculinárias, fotografias,vídeos, poesias, bem comocontate pessoas quepossam ensinar, porexemplo, alguma dança oua confecção devestimentas típicas.

� Peça para que as equipescolecionem selosreferentes a artistas e amanifestações artísticase culturais de cadaregião.

Terceira Parte

• Reserve um dia para cadaregião, quando a equiperesponsável fará aexposição do materialcoletado e a apresentaçãodas músicas e danças.

• Os selos coletados serãocolados em um mapa doBrasil em branco, apenascom as divisões porEstado (cada selo naregião que representa).

• Convide todo mundo daescola e da comunidadepara participar do evento.

“...O artesão articula opassado (conhecimento),presente (necessidades)e futuro (projetos)...”

ANTONIO ARANTES

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUILAR, Nelson (Org.)/Fundação Bienal de SãoPaulo. Catálogos da Mostra doRedescobrimento. São Paulo: Associação Brasil500 Anos Artes Visuais, 2000.

BANK JENSEN, Thea. Artesanato para crianças.

São Paulo: Melhoramentos, 1979.

BOSI, Alfredo. Reflexões sobre Arte. São Paulo:Ática, 1986.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é folclore? SãoPaulo: Brasiliense, 1982.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto.Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte.

Brasília: MEC, 1996.

CENPEC – Centro de Estudos e Pesquisas emEducação, Cultura e Ação Comunitária. Guia deações complementares à escola para crianças eadolescentes. São Paulo: Cenpec, 1998.

CLÉRO, Claude. As atividades plásticas na escola e

no lazer. São Paulo: Cultrix, 1974.

JACKSON, Paul, A´COURT, Angela. Origami eartesanato em papel. Porto Alegre: Edelbra,1996.

MACHADO, Alvaro (Coord.).Catálogo da Oficina dearte popular brasileira realizada no SESCBelenzinho de São Paulo, em agosto de 2000,com os participantes do Programa de Artesanatoe Geração de Renda do Conselho daComunidade Solidária. Mestres-Artesãos.

A ARTE É DE TODOS

AMIGOS DA ESCOLA

Realização

Um projeto Rede GloboDiretoria de Projetos SociaisCentral Globo de Comunicação

Elaboração

Centro de Estudos e Pesquisas em Educação,Cultura e Ação Comunitária

Direção-presidência Maria Alice Setubal

Coordenação Geral Maria do Carmo Brant deCarvalho

Coordenação Técnica Isa Maria F. R. Guará

Coordenação de Projeto Alice Lanalice

Comitê Editorial Jorge Miguel MarinhoSônia Madi

Consultoria em Cultura Alberto T. IkedaPopular

Consultoria Pedagógica Madza Ednire Edição (CECIP – Centro de Criação

de Imagem Popular,RJ)

Textos Originais

Com vocês: As Artes Sônia MadiArtes da palavra Jorge Miguel MarinhoArtes da luz Maria Terezinha T. GuerraArtes do som Marisa Trench O. FonterradaArtes da representação Alexandre Luiz MateArtes do festejar e brincar Iveta Maria B. Á. FernandesArtes do povo Tônia B. Frochtengarten

Revisão Sandra Aparecida Miguel

Edição de Arte Eva P. de Arruda CâmaraJosé Ramos NétoCamilo de Arruda C. Ramos

Ilustração Michele Iacocca

CENPECRua Dante Carraro, 68 Pinheiros05422-060 São Paulo SPFax: 11 3816 0666e-mail: [email protected]: //www.cenpec.org.br

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Material desenvolvido pelo

CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EMEDUCAÇÃO CULTURA E AÇÃO COMUNITÁRIA

Realização

Apoio

Filatelia e Apoio Técnico