Artigo - A psicologia social

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A PSICOLOGIA SOCIAL Alcionir do Amarante Silva RESUMO O atual artigo tem por objetivo verificar as atuações do Psicólogo Social nos diferentes segmentos da sociedade. Para tanto, o presente estudo traz um breve histórico da Psicologia Social, que ao longo dos anos sofreu sensíveis mudanças no que tange a sua abordagem que no início era predominantemente psicológica e mais tarde adquiriu um caráter mas sociológico. E a partir de então, quando percebida a necessidade do conhecimento do indivíduo em sua interrelação com o meio social, o psicólogo passa a ter um papel importante no processo compreensão e intervenção na organização social das pessoas. Atualmente verifica-se através da literatura que a atuação da psicologia social está se expandindo, no sentido de humanizar as relações sociais. Sendo que a verificação do trabalho do psicólogo nas comunidades poderá possibilitar uma melhor estruturação da organização social, observando e diagnosticando qual a necessidade real da sociedade e de cada indivíduo que a compõe. Palavras-chave: Psicologia Social. INTRODUÇÃO A Psicologia Social na prática de intervenção esta sendo cada vez mais requisitada, assumindo papel relevante em diferentes contextos sociais (escola, bairros, família, ONGs, grupos operativos...). Fica clara a inserção social da psicologia à medida que o policial cria ações de policiamento comunitário em contato com o trabalho nas comunidades e apreende a estreita ligação que há entre seu papel de “promover a segurança” e a transformação social propriamente dita. Atualmente verifica-se através da literatura que a atuação da psicologia social está se expandindo, no sentido de humanizar as relações sociais. Sendo que a verificação do trabalho do psicólogo nas comunidades poderá possibilitar uma melhor estruturação da organização social, observando e diagnosticando qual a necessidade real da sociedade e de cada indivíduo que a compõe Neste contexto, partindo do pressuposto de que fortalecer os laços comunitários e facilitar a comunicação e o planejamento coletivo de ações gerando redes de mobilização possibilitará que a própria sociedade crie alternativas e busque formas efetivas de reivindicação e ação no sentido de garantir a melhoria da

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A PSICOLOGIA SOCIAL

Alcionir do Amarante Silva

RESUMO

O atual artigo tem por objetivo verificar as atuações do Psicólogo Social nos diferentes segmentos da sociedade. Para tanto, o presente estudo traz um breve histórico da Psicologia Social, que ao longo dos anos sofreu sensíveis mudanças no que tange a sua abordagem que no início era predominantemente psicológica e mais tarde adquiriu um caráter mas sociológico. E a partir de então, quando percebida a necessidade do conhecimento do indivíduo em sua interrelação com o meio social, o psicólogo passa a ter um papel importante no processo compreensão e intervenção na organização social das pessoas. Atualmente verifica-se através da literatura que a atuação da psicologia social está se expandindo, no sentido de humanizar as relações sociais. Sendo que a verificação do trabalho do psicólogo nas comunidades poderá possibilitar uma melhor estruturação da organização social, observando e diagnosticando qual a necessidade real da sociedade e de cada indivíduo que a compõe.

Palavras-chave: Psicologia Social.

INTRODUÇÃO

A Psicologia Social na prática de intervenção esta sendo cada vez mais

requisitada, assumindo papel relevante em diferentes contextos sociais (escola,

bairros, família, ONGs, grupos operativos...).

Fica clara a inserção social da psicologia à medida que o policial cria ações

de policiamento comunitário em contato com o trabalho nas comunidades e

apreende a estreita ligação que há entre seu papel de “promover a segurança” e a

transformação social propriamente dita.

Atualmente verifica-se através da literatura que a atuação da psicologia

social está se expandindo, no sentido de humanizar as relações sociais. Sendo que

a verificação do trabalho do psicólogo nas comunidades poderá possibilitar uma

melhor estruturação da organização social, observando e diagnosticando qual a

necessidade real da sociedade e de cada indivíduo que a compõe

Neste contexto, partindo do pressuposto de que fortalecer os laços

comunitários e facilitar a comunicação e o planejamento coletivo de ações gerando

redes de mobilização possibilitará que a própria sociedade crie alternativas e busque

formas efetivas de reivindicação e ação no sentido de garantir a melhoria da

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qualidade de vida, faz-se necessário conhecer o campo de atuação da Psicologia

Social no que se refere a sua contribuição neste processo.

PSICOLOGIA SOCIAL

Para se falar de Psicologia Social, primeiramente é preciso delimitar a área

de atuação da Psicologia. Neste sentido, de acordo com Tumolo (2009), apesar da

Psicologia já fazer parte do corpo de pensamento da Grécia por volta de 500 a.C.,

no decorrer da história esta área do conhecimento passou por diversas modificações

até que nos dias atuais fosse definida em linhas gerais como “uma área de

conhecimento que estuda cientificamente o psiquismo, com o objetivo de

compreender o funcionamento humano, manifesto pelos estudos: do

comportamento, dos processos psicológicos, da personalidade, da consciência e as

subjetividade”.

A psicologia tem sido definida historicamente como o estudo da mente e da

alma, conceitos herdados da Filosofia e da teologia, às quais estava intimamente

ligada. Desde então, vem se desenvolvendo como disciplina desvinculada de seus

conceitos originais, principalmente quando se fala de métodos utilizados para definir

e estudar o comportamento em geral.

A quase totalidade dos textos modernos define psicologia como ciência que

estuda o comportamento humano, individualmente ou em grupos, comprometendo-

se mais com a antropologia, a sociologia, a economia, a política. A psicologia tem

usado métodos científicos para estudar o comportamento, procurando estabelecer

leis, generalizações e teorias explicativas a respeito das ações, desejos,

sentimentos, idéias e percepção humana.

O desenvolvimento da psicologia enquanto ciência e a descoberta de

princípios a partir de resultados obtidos experimentalmente, sejam qual for o campo

ou o método de investigação, em relação aos padrões de comportamento

observados e às contingências que os cercam têm continuamente ampliado as

áreas de aplicação da psicologia.

Para se compreender e explicar o comportamento do homem em relação ao homem e a ocorrência dos comportamentos interpessoais e intergrupais é preciso compreender e conhecer os desejos, objetivos e as formas de pensamento, percepção e aprendizagem do ser humano. Os princípios derivados da psicologia caminham na direção do entendimento do processo

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de como um individuo percebe a si próprio às outras pessoas ou grupos, como formula seus objetivos sociais e aprende a se comportar socialmente, indo ao encontro de sua própria construção de sujeito, engajado no seu crescimento pessoal e social. (McDAVID, 1980, p. 29).

A partir desta delimitação da Psicologia no sentido amplo da palavra, foi na

associação de elementos da Psicologia como a ciência que “estuda o indivíduo” com

elementos da Sociologia como ciência que “estuda a sociedade” que organizou-se a

Psicologia Social, como uma das áreas da Psicologia destinada a desenvolver

teorias e métodos para explicar a influência dos fatores sociais sobre os processos

de percepção, memória, pensamento e motivação.

Para Lane (2004, p. 203), a Psicologia Social “é um movimento de

aproximação do cotidiano das pessoas principalmente nos bairros e instituições

populares onde a grande parcela da população vive se organiza e cria seus canais

de expressão”.

Assim a psicologia social integra-se a outras áreas da psicologia no estudo

do relacionamento interpessoal, interessando-se pelo estudo do individuo em grupo,

nas suas situações práticas do dia-a-dia. Os assuntos humanos da comunidade

encontram na psicologia social uma vasta área de aplicação, bem como os assuntos

de saúde, nos seus conceitos preventivos de atuação.

Observando a existência de diversas correntes que descrevem o dinamismo

do desenvolvimento da Psicologia Social, Tumolo (2009, p. 28), para delimitá-la

discorre:

A Psicologia Social é tipicamente considerada uma ciência americana. Isto porque ela teve, em seus primórdios, um desenvolvimento expressivo nos EUA. Algumas razões são explicativas para isso, entre elas, o fato do EUA ser um país multicultural e multiracial, o que levou os psicólogos a se interessarem por compreender os fenômenos relacionados aos preconceitos e atitudes, o que acarretou o desenvolvimento e aplicação de vários tipos de escalas de medidas para avaliar estes processos.

A psicologia, portanto é uma ciência em constante movimento, à medida que

novas abordagens vão se construindo através de seus avanços epistemológicos,

gerando uma transformação teórica permanente.

Abordagens da Psicologia Social

De acordo com Tumolo (2009), existem duas formas de Psicologia Social:

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uma Psicológica que reduz as explicações do coletivo e do social às leis individuais

e outra sociológica que refletem a relação entre o individual e o coletivo, buscando a

superação desta dicotomia sem reduzir as explicações da Psicologia Social ao

individual nem ao coletivo.

A abordagem psicológica da Psicologia Social se faz presente na fase inicial

do desenvolvimento desta ciência. Pelo fato desta abordagem centrar seus estudos

predominantemente em aspectos individuais para explicar os fenômenos que

ocorrem nas interações sociais, hoje vista como a forma tradicional de abordagem

desta ciência.

Por influência de uma concepção predominantemente positivista de homem e de sociedade demonstram uma compreensão mais individualizada de sujeito e estudam cientificamente o processo de interação entre as pessoas, com a finalidade de compreender melhor o comportamento social humano. Para isto, se utilizam de métodos experimentais e descritivos, além de observações, predominantemente (TUMOLO, 2009, p. 45).

Referenciando Rodrigues (2003), Tumolo (2009), destaca que ao se

empregar o método experimental com seres humanos, a interação do pesquisador é

estabelecer uma relação provável de causa e efeito entre fatores situacionais e o

comportamento por eles suscitados.

Deste modo, no estudo de fenômenos como as crenças, os esteriótipos, os

preconceitos e reações grupais como coesão grupal, formação de normas sociais e

liderança, ao utilizar o método experimental, o investigador cria situações sociais e

observa seus efeitos no comportamento individual.

A abordagem sociológica da Psicologia Social segundo Tumolo (2009) é

dividida em duas. São elas:

A primeira delas adota a Sociologia de Durkheim, onde a sociedade

determina o indivíduo.

A segunda adota o Materialismo Histórico-Dialético de Marx e Engel, como

bases epistemológicas onde sociedade e indivíduo se determinam mutuamente num

processo dialético. Nesta concepção, os seres humanos participam da comunidade

não pelo que tem, mas pelo que são.

Uma das conceituações mais interessantes de comunidade, atribuída a Marx, é a seguinte: um tipo de vida em sociedade, onde todos são chamados pelo nome. Esse ser chamado pelo nome significa uma vivência

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em sociedade onde a pessoa, além de possuir um nome próprio, isto e, além de manter sua identidade e singularidade, tem possibilidades de participar de dizer sua opinião, de manifestar seu pensamento e de ser alguém (GUARESCHI, 2002, p 95).

A consciência humana, segundo o ideário Marxista, é determinada a pensar

as idéias que pensa por causa das condições materiais instituídas pela sociedade. O

indivíduo é o que as condições materiais o determinam a ser e a pensar. Então é

necessário que se construam possibilidades para que as comunidades possam

apreender através de sua própria experiência, a encontrar novos caminhos que

melhorem as suas condições de vida.

A Psicologia Social na atualidade

De acordo com Carvalho (2000) foi nas últimas décadas do século XX que

filósofos e cientistas sociais passaram a tomar a vida cotidiana como objeto

importante de investigação e reflexão. E, ao estudar esta vida cotidiana muitos deles

buscam apreendê-la em sua totalidade, com isto, a Psicologia Social deve-se ater a

continuidade nos estudos sobre a vida em sociedade.

Segundo Lefevre (apud CARVALHO, 2000, p.21), a busca pelo real e da

realidade deve ser compreendida no sentido de que a vida cotidiana corresponde

“ao dado sensível e prático, o vivido, a subjetividade fugitiva, as emoções, os afetos,

hábitos e comportamentos, além das significações e imagens que fazem parte do

real cotidiano sem, no entanto se perder do imaginário”.

Conforme Lukács (apud CARVALHO, 2000, p. 21):

Somente no contexto que integra os diferentes fatos da vida social, enquanto elementos do devir histórico numa totalidade, se torna possível o conhecimento dos fatos como conhecimento da realidade, a totalidade, portanto, está sempre em processo de estruturação e desestruturação. Ela é Histórica.

“As diversas experiências comunitárias vêm apontando para a importância

do grupo como condição, por um lado, para o conhecimento da realidade comum,

para a auto-reflexão e, por outro, para a ação conjunta e organizada” (CAMPOS,

1996, p. 31).

Segundo Campos (1996) é nas relações grupais que surge a subjetividade

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dos indivíduos que exercem ações e relações, através da consciência e da

atividade, como categorias fundamentais do psiquismo humano, que sistematizam

muito do que se sabe sobre comportamento, aprendizagem e cognição.

De acordo com Campos (1996) o psicólogo trabalha na comunidade com

relações grupais, com emoções e afetos próprios da subjetividade, para exercer sua

ação ao nível da consciência, da atividade e da identidade dos indivíduos, quando

nos comprometemos em resgatar a subjetividade, estamos nos dirigindo

necessariamente a identidade, que é constituída na relação dialética entre

subjetividade e objetividade. Porém, é também nas relações grupais que sentimos a

ação do poder, o qual tanto pode negar a nossa identidade como redefini-la.

“Pode-se definir “poder” como sendo a capacidade de uma pessoa, de um

grupo, para executar uma ação qualquer, ou para desempenhar qualquer prática”.

(CAMPOS, 1996, p.90).

A autora postula que mesmo nos relacionando uns com os outros, corre-se o

risco de ser dominado por aqueles que têm o poder e a coerção, ou seja, destacam-

se mais que os outros e acabam decidindo os caminhos da comunidade ou grupo.

Quando isto ocorre, há uma submissão a um outro poder, esquecendo que,

a princípio, das pessoas se reunirem em sociedade está relacionado com o fato de

terem os mesmos objetivos, e, por conseqüência deste fato, acabam por ser

manipulados duplamente. Uma pelo sistema capitalista, que também tem o poder de

coerção e age pela dominação econômica, social e política, pela ideologia que cria

significados, sentidos e determina certas realidades e outra por um ou mais

membros da sociedade que se sobressaem dos demais com idéias que às vezes

não manifestam o desejo dos demais membros.

Sendo assim, vê-se que a Psicologia Social representa uma teoria crítica

que interpreta o mundo com a intenção de transformá-lo e que se tornou capaz de

sustentar qualquer perspectiva de prática profissional, comprometida também fora

dos consultórios e instituições, envolvida com movimentos sociais e/ou comunitários.

Segundo Campos (1996) após a 2ª Guerra Mundial, o conceito de sociedade

para a psicologia introduziu-se como categoria analítica e, na década de 50,

penetrou com muita força nas ciências sociais, entrando na psicologia no seio de um

corpo teórico orientado pelo condutivismo e pelo método experimental, com o

objetivo de integrar indivíduos e grupos nos estudos psicossociais sobre grupos.

Os psicólogos que trabalhavam em comunidades passaram a se inspirar nas

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teorias psicológicas que mais contemplaram o social na análise da subjetividade,

tanto de tradição psicanalítica quanto institucional, sócio-métrica e fenomenológica.

A tomada de consciência da necessidade de rever criticamente a

intencionalidade e o destinatário da teoria se consolidou apenas no final da década

de 70, com o domínio da matriz marxista, quando a psicologia social se apresentou

como área de conhecimento científico não elitista, a serviço do povo, para superar a

exploração e a dominação.

O Psicólogo, que na fase anterior se confundia com o educador social, com o Assistente social e com o clínico fora do consultório, agora se tornou “militante” com o objetivo e promover a passagem da consciência de classe em si à consciência de classe para si, favorecendo a “tomada de consciência” (expressão fundamental da Psicologia Social comunitária) da exploração e da alienação e a organização da população em movimentos de resistência e de reivindicação. (CAMPOS, 1996, p.46).

Segundo Bock (2001) todos esses fatores, como tomada de consciência,

exploração, movimento de transformação em uma sociedade, contribuem, então,

para a sistematização do pensamento dialético, representando a possibilidade de

superar a separação dicotômica entre objetividade e subjetividade, a partir da

categoria da contradição, unidade de contrários, em constante movimento de

transformação. E o sujeito que atua sobre o objeto, é tomado na historicidade

resultante de sua ação de transformação do objeto, ação que ocorre,

necessariamente em sociedade.

O Psicólogo Social: delimitações e funções

O psicólogo social é aquele que entende o sujeito desde uma perspectiva

histórica considerando a permanente integração entre indivíduo e o social. Neste

sentido operar como psicólogo social significa desenvolver um trabalho desde esta

perspectiva de homem e da sociedade, possibilitando atuar em qualquer área da

Psicologia.

Segundo Strey (1998), são atribuições do Psicólogo Social:

1- Promover estudos sobre características psicossociais de grupos étnicos,

religiosos, classes e segmentos sociais nacionais, culturais, intra e interculturais.

2- Atuar junto a organizações comunitárias, em equipe multiprofissional no

diagnóstico, planejamento, execução e avaliação de programas comunitários, no

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âmbito da saúde, lazer, educação, trabalho e segurança.

3- Assessorar órgãos públicos e particulares, organizações de objetivos

políticos ou comunitários, na elaboração e implementação de programas de

mudança de caráter social e técnico, em situações planejadas ou não.

4- Atuar junto aos meios de comunicação, assessorando quanto aos

aspectos psicológicos nas técnicas de comunicação e propaganda.

5- Pesquisar, analisar e estudar variáveis psicológicas que influenciam o

comportamento do consumidor.

Fazendo uma análise do tipo de trabalho, das práticas colocadas em

execução, as metodologias utilizadas e os referencias teórico-filosóficos utilizados

nessa virada de século, Souza (1998), constatou que eles “mostram um leque de

diversidade, antagonismos e divergências que denunciam a necessidade de uma

reflexão sobre a função e o tipo de compromisso dessa chamada psicologia

comunitária.

Compartilhando deste ponto de vista, Sarrierra (2000), ressalta que falar

sobre as práticas psicológicas em contextos comunitários é tecer, comentários sobre

o desenvolvimento de trabalhos comunitários, realizados com a participação de

psicólogos, desde a criação dos cursos de psicologia no final dos anos 60.

Nesta época, profissionais e professores se preocupavam com o fato de que

os modelos tradicionais não eram suficientes para compreender e, muito menos,

para indicar alternativas de enfrentamento aos problemas vividos pela maioria da

população.

”As populações, em especial, desprivilegiadas estavam acostumadas e

amordaçadas a um tipo de vida e realidade social que lhes parecia natural e

irreversível”. (SARRIERA, 2000, p.17).

Para mudar esta realidade, os problemas não mais poderiam ser vistos com

a lógica intrapsíquica, como se este indivíduo estivesse à parte ou totalmente

submetido aos cenários e aos acontecimentos sociais.

CONCLUSÂO

O trabalho do psicólogo social ainda hoje é uma atividade escassa, pelo

menos em Santa Catarina. A tentativa de caracterizar no decorrer desta pesquisa as

atuações desta ciência teve como objetivo auxiliar na percepção da importância da

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Psicologia Social, na organização das comunidades, podendo desta forma auxiliar

na produção de conhecimento para a realização de práticas mais efetivas.

Em uma revisão da literatura sobre a atuação da Psicologia Social percebe-

se que esta é uma ciência relativamente nova, e que muito de seu “saber” ainda esta

se consolidando com a ciência, e isso influi em sua forma de atuação.

Além disso, as percepções e expectativas apresentadas a respeito das

diferentes abordagem que fundamentam a Psicologia Social, servem de subsídios

para avaliar a concepção de sociedade e o tipo de sociedade que o psicólogo social

pretende ajudar a construir, através de sua intervenção profissional.

REFERÊNCIAS

BOCK, Ana M. Bahia. Psicologia Sócio-Histórica: Uma perspectiva crítica em psicologia. São Paulo: Cortez, 2001.

CAMPOS, Regina Helena de Freitas. Psicologia Social Comunitária: da solidariedade à autonomia. Petrópolis, Rj: Vozes, 1996.

CARVALHO, Maria do Carmo Brant. Cotidiano: Conhecimento e Crítica. São Paulo: Cortez, 2000.

GUARESCHI, Pedrinho A. Paradigmas em Psicologia Social. 2 ed. Petrópolis, Rj: Vozes, 2002.

LANE, Silvia T.M. Psicologia Social: O homem em movimento. São Paulo, Brasiliense, 2004.

McDAVID, J. Psicologia e Comportamento Social. Rio de Janeiro: Interciência, 1980.

SARRIERA, Jorge Castellá: Psicologia Comunitária: Estudos Atuais. Porto Alegre: Sulina, 2000.

SOUZA, Lídio et al. Psicologia: reflexões (im)pertinentes. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998.

STREY, Marlene Neves. Psicologia Social Contemporânea. Livro-Texto: Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

TUMOLO, Ligia Maria Soufen. Psicologia Social – disciplina na modalidade a distância. 2 ed. Palhoça: UnisulVirtual, 2009.